Você está na página 1de 2

Ocupação de encostas

O crescimento desordenado das cidades associado à falta de políticas habitacionais tem


provocado graves problemas sociais como a ocupação nas encostas e nas áreas alagadas.

Conceito de encosta.

Nome genérico que damos a todas superfícies inclinadas que delimitam as áreas elevadas
do relevo. Também são conhecidas como vertente, morro, barranco e talude, sendo este último
mais usado em Engenharia Civil.

 Vertente é a face de uma elevação, como uma montanha, por onde correm as águas e
é neste sentido que se fala de vertente hidrográfica ou talvegue.
 Morro, colina ou cerro é um acidente geográfico caracterizado por pequena elevação de
terreno com decline suave.
 Barranco é uma quebrada brusca do terreno, resultado da erosão feita pelas
intempéries naturais, como chuva e vento.
 Talude é qualquer inclinação de um terreno podendo ser natural, formado pela
natureza, ou artificial, formado pelo ser humano.

Substrato de encosta.

Levando em conta o papel da água como o principal agente deflagrador das perdas de
coesão dos solos com a formação da plasticidade no interior dos taludes e o consequente
escorregamento.

Processo erosivo.

A força da água que corre superficialmente produz erosão do terreno e em alguns casos
a voçoroca, por outro lado a força denominada empuxo é aquela que empurra o terreno para
fora do talude causando, em zonas montanhosas, desmoronamentos, ou seja, fazendo com que
grandes massas de lamas e detritos se precipitem de superfícies elevadas para outras mais
baixas podendo causar um desastre.

Escorregamentos.

Os deslizamentos de encostas têm aumentado consideravelmente nas últimas décadas,


principalmente nos centros urbanos dos países denominados emergentes. Esses deslizamentos
são agravados em função da urbanização intensa e da construção de habitações em encostas
acentuadas, alterando a paisagem urbana. Processo marcante na evolução das encostas
caracterizadas por movimentos rápidos um tipo comum de deslizamento em encostas ocupadas
é o escorregamento induzido, ou seja, é aquela que tem intervenção humana e mobiliza
materiais produzidos pela própria ocupação como lixo, entulho etc.

Quedas.

As quedas se caracterizam por movimentos extremamente rápidos, envolvendo blocos ou


fragmentos de rochas em queda livre. O processo ocorre em afloramento rochoso de escarpas íngremes,
quase verticais, quando surgem fraturas de sentido transversal. Essas fraturas dependem de variações
térmicas, que produzem sucessivas dilatações e contrações do material rochoso, gerando planos de
cisalhamento ou clivagem.
Tombamentos.
Ocorrem por mecanismos semelhantes aos da queda de rochas, com a diferença que, nesses casos,
o plano de clivagem desenvolve-se em sentido vertical, paralelo ao plano de talude. Dessa forma, quando
a inércia é rompida, resulta um movimento em báscula, provocando o tombamento do bloco. Já os
rolamentos de matacões são provocados por fenômenos erosivos que ao desestabilizarem a base sobre a
qual o matacão se assenta, altera o equilíbrio estável do mesmo provocando o rolamento do bloco encosta
abaixo.

Instabilização de encostas decorrentes da ação do homem.

O deslizamento é um fenômeno comum em áreas de relevo acidentado, sobretudo nas


encostas. Esse processo pode ocorrer em locais onde não há ocupação humana, no entanto, são
mais comuns em terrenos onde houve a retirada da cobertura vegetal original que é responsável
pela consistência do solo e que impede, através das raízes, o escoamento das águas. Pelo fato
de o Brasil ter predominância de clima tropical, existem grandes índices pluviométricos no
verão, que corresponde ao período chuvoso, com isso as encostas naturalmente seriam locais
de risco, uma vez que estão sujeitas ao risco de deslizamentos de terra.

Quando ocorrem as precipitações, o solo absorve uma parcela da água, no entanto, outra
parte se locomove em forma de enxurrada na superfície do terreno, a parte de água que se
infiltra no solo se confronta com alguns tipos de rochas impermeáveis, com isso a água não
encontra passagem e começa acumular-se em único local, tornando, dessa forma, o solo
saturado de umidade que não consegue suportar e se rompe, desencadeando o deslizamento
de terras nas encostas até a base dos morros.

Os motivos que desencadeiam esse processo estão ligados à forma de relevo, estrutura
geológica do terreno, além das ações humanas que intensificam os deslizamentos: retirada da
cobertura vegetal de áreas de relevo acidentado, habitação em locais impróprios, oferecendo
condições propícias para o desenvolvimento desse fenômeno. O deslizamento é um processo
que pode ocorrer em qualquer lugar do mundo. No Brasil, as pessoas que vivem nos centros
urbanos e que mais sofrem são as de baixo poder aquisitivo, pois as áreas de risco em que
habitam são uma das únicas alternativas para essa classe residir, visto que são lugares de
pequeno valor comercial.

Em todos os anos, durante os períodos de chuva, veiculam notícias de enchente e


deslizamento em áreas marginalizadas, produzindo prejuízos e mortes em diversas metrópoles
brasileiras.

Conclusão.

A ocupação desordenada do solo traduz a omissão histórica do poder público no sentido


de proteger e coibir a presença humana seja aquela referente à habitação ou a indústria, em
áreas especiais, isto é, áreas ambientais críticas, com o intuito de impedir o surgimento e a
proliferação de áreas de risco, bem como evitar a degradação do meio ambiente.

Você também pode gostar