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1. Introdução
A cinética química pode ser dividida em duas grandes áreas: a cinética homogênea e cinética
heterogênea, ambas com suas vantagens, desvantagens e aplicações. Esta divisão está relacionada ao
número de fases presentes no meio reacional, em especial ao contato entre os reagentes, catalisador e
produtos formados.
A cinética homogênea apresenta em uma mesma fase todos os componentes do meio
reacional e tem como principal vantagem a maior velocidade de reação, devido ao intimo contato
entre os componentes. Entretanto, sua desvantagem central está na maior dificuldade de separação
dos componentes e muitas vezes a necessidade de utilização de um novo catalisador.
A cinética heterogênea apresenta duas fases no meio reacional no mínimo, em geral o
catalisador esta na forma de um solido, mas também pode ser um líquido ou um gás. A principal
vantagem esta na separação dos componentes e na reutilização dos catalisadores utilizados.
Entretanto, devido a fenômenos de transferência de massa possui atividade catalítica menor quando
comparado ao processo homogêneo.
As reações heterogêneas ocorrem em reatores catalíticos, que na maioria dos casos industriais
atuam na forma de uma gás-sólido, liquido-solido ou gás-liquido-sólido dependendo das condições
reacionais.
Um exemplo clássico é a síntese de amônia N2 +3 H2 2NH3, reação exotérmica que ocorre
a baixas temperaturas (~400 oC) e altas pressões (60-100 atm) sobre catalisadores de ferro.
2.1. Catalisador
Catalisadores vem sendo aplicados pelo homem a mais de 2000 anos seja na fabricação
artesanal de vinho, pão e queijo ou nas aplicações industriais. Atualmente estimasse um mercado
anual de 4 bilhões de dólares somente na sua compra. Tem por definição o aumento da velocidade
reacional pela diminuição da energia de barreira, por meio de uma mudança do mecanismo sem
mudar a o equilíbrio do sistema. A Figura 1 descreve este processo.
Figura 1. Modificação da energia de ativação pela ação do catalisador.
A classificação entre porosos ou não se faz pela investigação das propriedades texturais de
um catalisador e tem grande importância prática, dado que a dimensão das partículas/porosidade tem
influência direta sobre o número e acessibilidade dos centros ativos. A Figura 3 apresenta um
diagrama de um catalisador não poroso e poroso.
A área específica está intimamente relacionada com outra grandeza, o volume poroso
(volume de vazios por unidade de massa); podem definir-se volumes porosos extra- e
intragranulares. Classificam-se os poros dos sólidos, quanto ao seu diâmetro, em:
mesoporos (2 dp 50 nm)
Além da verificação do tamanho de poros os mesmo podem ser classificados em: cilíndricos,
tinteiros, cônicos, placas, interconectados, abertos e fechados. A Figura 4 apresenta um desenho dos
mesmos.
Como exemplo, tem-se um reator de leito fixo com capacidade para 1 kg de catalisador e
pretende-se fazer a reação de oxidação do CO dada por CO 2 + ½ O2 CO2 utilizando catalisadores
onde o sítio ativo é a superfície de uma partícula ouro metálico. Se um reator utiliza 1 kg de
catalisador pode-se aplicar então um catalisador maciço (mássico) formado apenas por Au0. Ou seja,
um quilo de ouro transformado em partículas pequenas. Isto é inviável na prática, pois seria um
catalisador extremamente caro e ineficiente uma vez que toda a parte interna das partículas de ouro
seriam desperdiçadas.
Poderia também utilizar catalisador suportado que é a dispersão das partículas de ouro sobre a
superfície de um material poroso para a maximização dos sítios ativos com a utilização da menor
quantidade de fase ativa possível. Com isto, alcançaria a mesma conversão que um catalisador
mássico, porém com a utilização de uma quantidade ínfima de fase ativa.
Os suportes catalíticos são materiais que sustentam a fase ativa em um catalisador suportado,
possuindo alta área superficial especifica e porosidade, sendo, normalmente, pouco ativo na reação.
Os efeitos químicos do suporte no catalisador não são desprazíveis sendo as interações entre eles
mais complexas do que imaginamos. O suporte pode afetar o tempo de vida, a seletividade,
sensibilidade ao envenenamento, entre outras propriedades do catalisador.
- metais;
Cada um destes grupos está normalmente relacionado com um dado tipo de reações. Pode,
pois, ser necessário um catalisador que possua diversas funções em simultâneo. É prática corrente a
adição, ao catalisador, de elementos ou compostos “promotores”, que têm como objetivo melhorar o
seu desempenho (atividade, seletividade, estabilidade) fazendo com que o mesmo seja resistente a
certos venenos. Como exemplo, clássico no processo Claus na síntese de SO 3 é utilizado um
catalisador de Fe/Al2O3 promovidos com K e Na. A tabela 1 mostra alguns exemplos de fases ativas
e reações que podem ser aplicadas.
Tabela 4.1 - Principais tipos de catalisadores
Isomerizações,
Hidrogenações, Esterificações, Oxidações,
Oligomerizações,
Desidrogenações, Oligomerizações, Hidrogenações, Hidrogenações,
Reações Polimerizações,
Hidrogenólises, Alquilações, Craquemaneto Desidrogenações, Hidrogenólises
Oxiclorações
Oxidações, Ciclizações catalítico, Esterificações, Ciclizações
Hidratações
Isomerisações de parafinas e
Síntese do amoníaco,
de alquilaromáticos, Dimerisação de Olefinas,
Refinação do petróleo, Oxidações seletivas,
produção de éteres, Polimerisação do
Principais Hidrogenações em Síntese do metanol, HidrotratamenTos
“Cracking” catalítico, Etileno, Polimerisação
Aplicações química fina, Oxidações Eliminação NOx/SOx
MTBE (alquilação do do Propileno,
Industriais seletivas, Produção de gás em fontes fixas,
isobuteno com olefinas), Polimerisação do cloreto
de síntese, Eliminação Produção de olefinas
Escapamento catalíticas nos de vinil.
NOx
automóveis
Como características desejadas um bom catalisador deve possuir:
- Atividade catalítica apropriada, que vai depender das suas propriedades químicas e
estruturais, para as condições operacionais;
- Resistência mecânica que dificulte a formação de resíduos finos originados por abrasão das
partículas de catalisador, o que causaria um aumento da perca de carga no reator
- Resistência térmica, que não deverá em princípio sofrer mudanças de fase (especialmente no
caso de sofrer amplitudes térmicas elevadas) e/ou sinterização (formação de partículas de
maiores dimensões, por aglomeração de partículas pequenas, com correspondente perca de
área específica - área por unidade de massa) ou que normalmente corresponde a uma
diminuição da sua atividade e/ou seletividade.
- Baixo custo, o desenvolvimento de catalisadores deve ser planejado de forma que seu preço
final não o torne proibitiva sua utilização industrial.
Para promover uma determinada reação química com catalisador, a condição desejada é que a
etapa controladora seja a cinética química. Mas durante a reação ocorrem diversos outros fenômenos
físicos, químicos e físico-químicos, além de fenômenos de transferência de massa e de difusão intra
e/ou extra-partícula. Para uma sequência global onde uma molécula realmente alcance o sítio ativo,
pelo qual reações catalíticas heterogêneas ocorrem, pode ser quebrado em uma sequência de etapas
individuais mostradas a baixo.
A B
1 7
Difusão externa
2 6
3 5 Difusão interna
A 4 B
Superfície catalítica
Assim como ocorre a reação química, qual a etapa limitante, qual a cinética de reação? Uma
reação ocorre na superfície do catalisador, porém as espécies envolvidas na reação têm que chegar e
sair da superfície. A velocidade global da reação é igual a etapa mais lenta do processo e pode ser
qualquer uma delas. Considerando as etapas 1, 2, 6 e 7 muito rápidas comparadas as etapas 3, 4 e 5,
ou seja, a concentração das vizinhanças imediata ao sitio ativo é igual ou tão próximo que seja
indistinguível da concentração da fase fluida. Nesta situação as etapas de transporte não afetam a
velocidade global da reação que certamente será determinada pelas etapas 3, 4 ou 5. Caso contrário
se a reação for muito rápida comparadas as etapas de transporte o sistema está sob limitações da
transferência de massa e suas condições operacionais deve ser ajustada para que o mesmo trabalhe
em regime cinético. Todas as etapas serão discutidas em sala por ora vamos nos limitar a focar a
atenção nas etapas 3, 4 e 5.
Sendo kc uma função das condições hidrodinâmicas do sistema operacional influenciado pela
velocidade do fluido (U) e pelo diâmetro de partícula (dp). Além disso, k C é inversamente
proporcional a espessura da camada limite () e diretamente proporcional a difusividade (conforme
D AB
veremos mais tarde), dado por: kc= .
δ
A baixas velocidade do fluido escoando sobre a partícula a camada limite é espessa, levando
um longo tempo para A percorrer do seio do fluido ate a superfície do catalisador, com isso, o
coeficiente de transferência de massa é baixo e esta etapa limita o processo. A medida que se
aumenta a velocidade do fluido (U) diminui-se a camada limite e a taxa de transferência de massa
aumenta, tal que não mais oferece resistência ao transporte e como resultado outra etapa é a
controladora do processo. Esta camada limite também é diminuída pela diminuição da partícula do
catalisador.
No estudo cinético de uma reação esta limitação é indesejável e deve ser diminuída ao
máximo ou evitada, pela variação do número de Reynolds, altos valores de U ou diminuição de dp. A
verificação experimental pode ser feita variando-se os fluxos molares ou massa do catalisador e
mede-se a conversão.A figura 7 mostra os efeitos da transferência de massa.
Velcidade
global Difusão externa é a etapa lenta
W/F U/Dp
A medida que (A) se difunde para o interior da partícula, ele reage com o catalisador se
depositando nas paredes do poro. Para partículas grandes o reagente leva um longo tempo para se
difundir no interior, em comparação ao tempo gasto para a reação ocorrer, logo o reagente só é
consumido na superfície exterior do catalisador, sendo a etapa limitante do processo com a
velocidade de reação sendo escrita por:
Velocidade = krCAs
XA
Transferencia de massa interna
não limita mais o processo
1 2 3 4
1/dp
Uma vez que a adsorção geralmente é uma etapa presente no processo catalítico o
entendimento dos fenômenos de adsorção deve ser discutido antes de tratar de como se obter a
velocidade de reação.
Os sistemas (b) e (c) são chamados de estado condensado da matéria, já que seus volumes
são definidos e são pouco sensíveis a variações de pressão. Nos sistemas condensados, s partículas
que se encontram na superfície ou na interface com outro sistema apresentam uma situação diferente
das que estão no seu interior. As partículas do interior estão sujeitas a forças em todas as direções
com resultante nula. Já, as partículas da superfície possuem forças oriundas somente da do interior,
logo possuindo um excesso de energia, chamada de energia superficial (Es). Esta energia superficial
é responsável pela tensão superficial dos líquidos e pela adsorção sobre um sólido. A figura 9,
descreve este fenômeno.
Dependendo da natureza das forças de adsorção envolvidas, pode-se distinguir dois tipos de
adsorção:
A quantidade de gás adsorvido por unidade de sólido é proporcional à massa da amostra e depende,
também, da temperatura, da pressão, do tipo de sólido e do gás. Assim, a quantidade de gás
adsorvido sobre um sólido é dada por:
Todos os casos, a quantidade de vapor adsorvido aumenta gradualmente, à medida que a sua
pressão parcial aumenta, sendo, para um dado valor P/P 0, equivalente à formação de uma
monocamada, aumentando em seguida para formação de multicamadas e, de seguida, para a eventual
formação de uma fase condensada.
Tipo III – é convexa para toda a gama de pressões parciais de adsorbato, não exibindo um
ponto B. É relativamente rara e é típica de um sistema em que as forças de adsorção são
relativamente fracas (o adsorvato não “molha” a superfície: vapor de água em grafite)
Tipo IV – é encontrada em grande parte dos materiais porosos. Para baixos valores de P/P 0 a
isotérmica é similar à Tipo II, mas a adsorção aumenta significativamente para valores mais elevados
de P/P0, onde a condensação capilar, no interior dos pores, ocorre. Observa-se, frequentemente, um
efeito de histerese associado à condensação nos poros. Observa-se igualmente a formação de um
patamar para uma pressão próxima da saturação, para sólidos com diâmetros entre 2,5 e 20 nm. A
curva correspondente à condensação capilar pode ser usada para determinar adestribuição de
diâmetros de poros.
Tipo V – é semelhante à Tipo III, mas ocorre condensação nos poros para valores elevados de
P/P0. É igualmente pouco frequente.
O primeiro modelo teórico quantitativo da adsorção de gases em sólidos foi proposto por
Langmuir em 1916. Langmuir admitiu as seguintes hipóteses no desenvolvimento do modelo:
1. Superfície de um sólido contém um número definido de sítios para adsorção;
2. Cada sítio pode adsorver somente uma molécula;
3. Todos os sítios são energicamente equivalentes (mesma entalpia de adsorção);
4. Adsorção independe das vizinhanças;
5. No equilíbrio a taxa de adsorção é igual a de dessorção;
6. No equilíbrio, a uma dada temperatura e pressão, existe um número de moléculas
adsorvidas determinadas e pela fração de sítios livres.
7. A uma dada pressão a taxa de adsorção é função da pressão do gás e da fração de sítios
livres e a dessorção depende da pressão do gás e da fração de sítios ocupados.
A letra (S) representa um sítio ativo, sozinha este sítio denotará vazio, conjugada com outra
letra (ex A.S) denotará a espécie A adsorvida no sítio S. então para a reação genérica a baixo:
A+ S ↔ A . S
A concentração molar total dos sítios ativos por unidade de massa de catalisador é igual ao
número de sítios ativos por unidade de massa dividido pelo número de Avogadro (C t mol/ g de
catalisador). A concentração molar de sítios vazios (Cv) é o número de sítios vazios divido pelo
número de Avogadro e na ausência de desativação tem-se que;
Ct = Cv + CA.S
A equação acima descreve o balanço de sítios de uma equação, com o número total de sítios
sendo o somatório dos sítios livres mais os ocupados pelas espécies adsorvidas.
Para desenvolver a equação de Langmuir, vamos considerar um caso real dado pela adsorção
da molécula de monóxido de carbono sobre sítios metálicos dado por:
CO+ S ↔ CO . S
CO+ 2 S ↔C . S+O . S
Como visto duas equações podem ocorrer, a primeira é chamada de adsorção molecular ou
não dissociativa e a última é chamada de adsorção dissociativa. Se a molécula adsorve por um ou
outro modelo vai depender do tipo de sólido utilizado.
r A =−r ' A W
Uma vez que o CO é o único elemento adsorvido o balanço de sítios pode ser escrito como:
Ct = Cv + CCO.S
No equilíbrio a velocidade liquida de reação é igual a zero, então resolvendo para se obter a
concentração de CO adsorvido na superfície tem-se:
K A PCO C t
C CO. S=
1+ K A PCO
Esta é a equação de Langmuir que descreve a adsorção de uma espécie A sobre um sólido e
pode ter dois casos extremos:
1. Se KAPCO ~ 0 a equação se transforma em CO CO.S = KAPCO, ou seja, a cobertura da
superfície é proporcional à pressão do gás. Esta situação ocorre quando P CO ~ 0. No trecho
inicial da isoterma ou quando KA ~ 0 o gás tem pouca afinidade com o sólido;
2. Se KAPCO >> 0 a equação se transforma em COCO.S = 1, ou seja, a cobertura é constante
formando uma monocmada completa, isto ocorre quando P CO >> 0 ou quando KA >> 0
(quando um gás tem muita afinidade com o solido)
PCO 1 PCO
= +
CCO .S K A C t C t
Plotando PCO/CCO.S em função de PCO se for linear é que os dados experimentais obedecem ao
modelo proposto.
CO+ 2 S ↔C . S+O . S
r AD =k A PCO C 2v −k− A C C .S C O .S
CC . S CO . S
(
r AD =k A PCO C v −
2
KA )
Para a adsorção dissociativa kA k-A aumentam exponencialmente com a temperatura e KA
diminui exponencialmente.
C O .S =
√ K A P CO Ct
1+ √ K A PCO
√ PCO = 1
+
2 √ PCO
CO. S √K A Ct Ct
Plotando (PCO)1/2/CO.S em função de P1/2CO se for linear é que os dados experimentais
obedecem ao modelo proposto.
No modelo de Freundlich o grau de cobertura das espécies é dado por θ=kP( 1/ n), com k e n
n ads
sendo constantes e assumem valores maiores que a unidade. θ= , com nm sendo o número de
nm
moléculas de uma monocamada
RT
sendo dado por: θ= ln ( aP ), com (a) sendo uma constante correlacionada com a entalpia e ()
β ∆ H0
constante.
2.2.4.2. Etapa 4: Reação na Superfície
CCO .S
(
r AD =k A PCO C v −
KA )
Depois do reagente ser adsorvido ele pode reagir em n formas diferentes, as três mais
comuns são:
1. Sítio único: somente um único sítio no qual o reagente é adsorvido faz parte da
reação.
A.S↔B. S
Uma vez que a lei da velocidade de reação é elementar, a lei da velocidade é dada por:
CB.S
(
r S=k S C A . S−
KS )
Com Ks (admiensional) sendo a constante de equilíbrio da reação na superfície K S =
ks/k-s
ks = (1/S)
2. Sítio duplo: a reação pode ser um mecanismo de sítio duplo podendo ocorer
de várias formas:
A . S +S ↔ B . S+ S
CB. S Cv
(
A lei da velocidade pode ser então escrita como: r S=k S C A . S C v −
KS )
r s=( gcatmol. S ) :k =( mol
S
gcat
.s )
: K =( adm )
S
A reação pode ocorrer entre duas espécies diferentes adsorvidas em sítios iguais.
A . S +B . S ↔C . S+ D . S
CC . SC D. S
(
A lei da velocidade pode ser então escrita como: r S=k S C A . S C B .S −
KS )
r s=( gcatmol. S ) :k =( mol
S
gcat
.s )
: K =( adm )
S
A reação pode ocorrer entre duas espécies diferentes adsorvidas em sítios diferentes.
A . S +B . X ↔C . S+ D . X
CC . SC D. X
(
A lei da velocidade pode ser então escrita como: r S=k S C A . S C B . X −
KS )
r s=( gcatmol. S ) :k =( mol
S
gcat
.s )
: K =( adm )
S
1. Eley-Rideal: mecanismo na qual uma espécie adsorvida reage com outra espécie na fase
gasosa.
A . S +B ↔ C . S
C C .S
A lei da velocidade pode ser então escrita como: r S=k S C A . S PB − ( KS )
k S= ( atm1 . s ): K =( atm1 )
S
Após a reação se completar os produtos formados deve ser dessorvido do catalisador, afim de
se fazer um novo ciclo de adsorção-reação-dessorção. Para a dessorção de uma espécie C, tem-se:
C . S ↔C +S
PC C v
A lei da velocidade pode ser então escrita como: r DC =k D CC . S− ( K DC )
k D= ( 1s ) : K =( atm1 ) : K
C DC = ( atm )
Em que KDC é a constante de dessorção. Nota-se que a etapa de dessorção para C é o inverso
da adsorção para C e que a velocidade de adsorção tem C tem apenas o sinal trocado. Pois não há
acumulo de espécies sobre a superfície.
rDC = -rADC
Além disso, vemos que a constante de equilíbrio de Dessorção, K DC, é somente o inverso da
constante de equilíbrio de adsorção para C, KC.
1
K C= e r DC =k D ( C C .S −K C P C C v )
K DC
C B + P
Propondo um modelo
A partir da equação geral supõem-se um modelo simples de reação, na qual tem-se a adsorção
do cumeno em um único sítio ativo, em seguida sua reação de decomposição resultando na espécie
benzeno adsorvida e propileno em fase gasosa, finalizando pela dessorção do benzeno. Este
mecanismo hipotético pode ser representado pela figura 11.
Figura 11. Diagrama de decomposição do cumeno
Descrevendo as equações
kA
C C .S
Adsorção: C+ S ↔ C . S
k− A
(
r AD =k A PC C v −
KC )
kS
PP CB. S
Reação: C . S ↔ B . S + P( g)
k −S
(
r S=k S C C .S −
KS )
kD
PB C v
Dessorção: B . S ↔ B+ S
k −D
(
r D=k D C B . S−
K DB )
Como não há nenhum acumulo das espécies na superfície do catalisador tem-se que
−r 'A =r AD =r S =r D, desejamos determinar qual etapa limitante e para isto primeiro vamos considerar
uma etapa como a mais lenta do processo, formular a lei de velocidade e avaliar se a mesma esta
condizente com os dados experimentais.
Supor que a etapa de adsorção seja a etapa lenta, na verdade estamos dizendo que a constante de
velocidade de adsorção kA é muito pequena em relação as constantes das outras etapas.
CC . S
A velocidade global então será
'
(
−r C =r AD=k A PC C v −
KC )
Pelo fato de não podemos medir espécies adsorvidas como Cv e CC.S deve-se substituir essas variáveis
por grandezas mensuráveis, de modo a tornar a equação válida.
Para um regime estacionário temos que −r 'C =r AD=r S=r D . Para reações limitadas pela
adsorção kA e é pequeno e kS e kD são grandes. Consequentemente, as razões rS/kS e rD/kD são muito
pequenas (tende a zero) enquanto a razão rAD/kA é grande. (pagina 543 Fogler nota de rodapé)
Logo utilizando a lei de velocidade obtida para a etapa de reação tem-se que:
PP CB. S P P CB .S
(
r S=k S C C .S −
KS )
, como rS/kS ≈ 0, tem-se que C C .S =
KS
Ao utilizar a lei de Velocidade da etapa de reação temos uma equação de C C.S em função de
CB.S outra variável não mensurável, devemos agora utilizar a equação de dessorção para fazer a
eliminação desta.
Então utilizando a lei de velocidade obtida para a etapa de dessorção tem-se que:
PB C v
(
r D=k D C B . S−
K DB )
como rD/kD ≈ 0, tem-se que C B . S=K B P B C v
K B P B PP PB PP
'
(
−r C =r AD=k A PC −
KSKC ) (
C v =k A PC −
KP
Cv)
Estabelecendo rAD = 0, o termo KSKC/KB é igual a constante global de equilíbrio da pressão
KS KC
parcial KP, ou seja, =K P e pode ser determinada a partir de dados termodinâmicos
KB
determinada pela equação de Gibbs dado por: RT ln K=−∆ G0.
A concentração de sítios livres (Cv) é uma variável não mensurável e pode ser eliminada da
equação através do balanço de sítios.
C t=C v +C C .S +C B . S
Ct
C v=
P P K
1+ B p B
K s+ P B K B
Substituindo Cv na equação de velocidade encontra-se a equação final para a decomposição
de cumeno quando a adsorção é a etapa limitante.
PB P p
−r 'C =r AD=
(
C t k A P C−
KP )
P P K
1+ B p B
Ks+PB K B
PC,0
Caso os dados não representem a curva descrita deve-se voltar a hipótese da etapa lenta e
refazer as equações.
Supor que a etapa de reação superficial seja a etapa lenta, na verdade estamos dizendo que a
constante de velocidade de reação kS é muito pequena em relação as constantes das outras etapas.
PPCB. S
A velocidade global então será
'
(
−r C =r S =k S CC . S −
KS )
Pelo fato de não podemos medir espécies adsorvidas como CB.S e CC.S deve-se substituir essas
variáveis por grandezas mensuráveis, de modo a tornar a equação válida.
Para um regime estacionário temos que −r 'C =r AD=r S=r D . Para reações limitadas pela
adsorção kS é pequeno e kA e kD são grandes. Consequentemente, as razões rA/kA e rD/kD são muito
pequenas (tende a zero) enquanto a razão rS/kS é grande.
C C .S =K C PC C v
C B . S=K B P B C v
PP PB
−r 'C =r S =
(
k S C t K C PC −
KP )
1+ P B K B + PC K C
⏞
k C K P k P C ,0
−r 'C =r S = S t C C,0
=
1+ PC ,0 K C 1+ PC , 0 K C
P B Cv
A velocidade global então será
'
(
−r C =r D =k D C B .S −
K DB )
Pelo fato de não podemos medir espécies adsorvidas como CB.S e Cv deve-se substituir essas variáveis
por grandezas mensuráveis, de modo a tornar a equação válida.
Para um regime estacionário temos que −r 'C =r AD=r S=r D . Para reações limitadas pela
adsorção kD é pequeno e kA e ks são grandes. Consequentemente, as razões rA/kA e rS/kS são muito
pequenas (tende a zero) enquanto a razão rD/kD é grande.
CC . S
C BS =K S ( )
PP
C C .S =K C PC C v
PC PB
'
−r C =r D =k D K C K S ( − C
PP KP v)
P B PP
−r 'C =r D =
(
k D Ct K C K S P C −
KP )
PP + PC K C K S + K C P P PC
−r 'C =r D =
⏞
k CK K
D t C S ( PC −
KP ) =k Ct
PP + P C K C K S + K C P P P C
PC,0
r A∗¿≡ 0 ¿
Essa condição é conhecida como a Hipótese do estado Pseudoestacionário (HEPE) que para n
espécies se torna.
r n
A∗¿≡ ∑ r i Λ∗¿=0 ¿ ¿
i=1
r AD
Utilizando esta metodologia em vez de fazer =0 supõem-se que cada espécie adsorvida
kA
na superfície seja um intermediário reativo. Consequentemente, a velocidade liquida de formação da
espécie i adsorvida na superfície será zero.
r i . S∗¿=0 ¿
Este método funciona bem quando duas ou mais etapas são limitante da velocidade, assim
como quando há alguma etapa irreversível.
kN
N +S ↔ N .S
k −N
N .SkS I .S
→
ki
I . S ↔ I+S
k −i
−r 'N =r S =k S C N .S
r ¿N . S=k N P N C v −k −N C N . S −k S P N C v =0
r ¿I .S =k s C C .S −k I C I .S −k −I PI C v =0
kN P N C v
CN . S=
k− N +k S
k S C N . S +k −I P I C v k S k N P N k −I
C I . S=
k1 ( = +
)
k I ( k− N +k s ) k I
Cv
k −I kN
velocidade, logo: K I = e K N= , então:
kI k −N
−r ' N =
( ) ⏞
k k C
N
1+
kS
k −N
S
1+
t
1+
1
kS
k −N
PN
K N PN + K I PI
k PN
−r ' N =
1+ K N PN + K I PI
k PA
Considerando uma reação A B, com a lei da velocidade dada por: −r ' A =
1+ K A P A + K B P B
.
Alta temperatura tem-se baixo grau de cobertura das espécies adsorvidas e 1 >>
K A P A + K B PB e −r ' A ≅ k P A
A determinação das constantes é muito parecida com os métodos anteriores tanto o integral
como o diferencial. Graficamente obtém-se uma solução fácil transformando a equação da taxa, or
exemplo uma reação monomolecular, irreversível e de primeira ordem, com a reação sendo a etapa
limitante e considerando que tanto os reagentes e produtos estão adsorvidos.
1 1 KR PA
+ PA + P R=
kK A k kK A −r ' A
PA/-r’A
1/k
1/k x KA
PA
Resolução
A R + S
1. Em relação a A
Pelos da experiência 1, 2 e 3 PCH-= PH2O = 1 tem-se que:
Aumentando-se a pressão de PCH- 5 vezes, a taxa cai 3 vezes;
Aumentando-se a pressão de PCH- 1,2 vezes a taxa cai ~ 2 vezes;
Aumentando a pressão de PCH- 6 vezes a taxa cai ~3 vezes.
Portando, aumentando a pressão, a taxa não é inversamente proporcional, porém não igual o que
significa que A estará tanto no numerador como no denominador
2. Em relação a S
Aumentando a pressão 2 vezes, a taxa praticamente não se modifica (1,3 vezes). Portanto sua
adsorção é muito fraca, mas cai levemente, o que significa que poderia estar no
denominador, mas pode ser considerada desprezível frente a adsorção de A.
3. Em relação a R
Pode-se concluir que o termo R está adsorvido, mas comparado a adsorção de A é mais
fraca, porém mais forte que a de S.
Observa-se que todos os componentes estão adsorvidos e que as adsorções dos produtos são fracas e
mais ou menos da mesma ordem de grandeza. Logo admitindo-se reação irreversível e de 1o ordem
tem-se:
k K A PA
−r ' A =
1+ K A P A + K S
1 1 KR KS PA
+ PA+ PR + P S=
kK A ⏟
⏟ k kK A
⏟ kK A
⏟ −r ' A
a b c d
a+ b y 1+ c y 2 +d y 3=x
a ¿ +b y 1=x
a* = a + c*
PA/-r’A
c* = cy2 + dy3
a* = 0
1/b
b = 1,1146 x 10 5
k = 1/b = 8,72 x 10-6 (L/mol.s)
PA
Exemplo 2. Hidrogênio e tolueno reagem com um catalisador sólido resultando em metano e bezeno.
Deseja-se projetar um reator de leito fixo e um CSTR fluidizado para processar uma alimentação
consistindo em 30% de tolueno e 45% de hidrog~enio e 25% de inertes. Tolueno é alimentado a uma
velocidade de 50 moles/min a uma temperatura de 640 oC e a uma pressão de 40 atm. Hidrogênio é
alimentando em excesso para prevenir a formação de coque e o parâmetro da queda de pressão é
dado por a = 9,8 x 10-5 kg-1 e a massa especifica aparente para um CSTR de 400 kg/cm3
Segue os dados experimentais obtidos na tabela a baixo. A conversão global do sistema foi na ordem
de 1%.
Experiment -r’T x 1010 Tolueno Hidrogênio Metano Benzeno
o (gmolTolueno/gcat S) PT PH PM PB
1 71 1 1 1 0
2 71,3 1 1 4 0
3 41,6 1 1 0 1
4 19,7 1 1 0 4
5 42 1 1 1 1
6 17,1 1 1 0 5
7 71,8 1 1 0 0
8 142 1 2 0 0
9 284 1 4 0 0
10 47 0,5 1 0 0
11 71,3 1 1 0 0
12 117 5 1 0 0
13 127 10 1 0 0
14 131 15 1 0 0
15 133 20 1 0 0
16 41,8 1 1 1 1
Resolução.
Obtendo a equação a partir do dados experimentais
C6H5CH3 + H2 C6H6 + CH4
T+HM+B
Analisando os experimentos 1 e 2 o aumento de 4 vezes sobre a pressão do metano tem pouco efeito
sobre –r’A. Consequentemente o metano está muito fracamente adsorvido ou vai direto para a fase
gasosa KMPM<<1. Se o metano estivesse adsorvido na superfície apareceria na expressão de
velocidade no denominador e a velocidade variaria inversamente com a pressão.
[. ]
−r ' A +…
1+ K M P M
' PB
−r A +…
1+ K B P B
' PT
−r A +…
1+ K T P T
−r ' A PH +…
' k P H PT
−r A =
1+ K B P B + K T PT
kA
CT.S
Adsorção: T +S ↔ T . S
k− A
(
r AD =k A PT C v −
KT )
kS
PM CB. S
Reação: H +T . S ↔ B . S + M
k −S
(
r S=k S P H C T . S−
KS )
kD
Dessorção: B . S ↔ B+ S r D=k D ( C B .S −K B PB C v )
k −D
Mecanismo limitados pela reação química a velocidade global do sistema esta relacionada com a
concentração de tolueno e benzeno adsorvidos, logo são grandezas não mensuráveis que devem ser
substituídas da equação.
Substituindo na equação da velocidade e rearrumando tem-se a equação geral do processo dada por;
k P H PT
−r ' A =
1+ K B P B + K T PT
Para avaliar se o modelo e estimar os parâmetros esta correto devemos comparar com os
dados experimentais, rearranjando a equação dividindo ambos os lados por P HPT e a equação for
invertida tem-se:
P H P T 1 K B P B K T PT
= + +
−r ' T k k k
Chega-se a:
k = 144; KB = 1,39; KT = 1,03
Basta conhecer o valor da conversão já que possuímos os valores das constantes para avaliar a
cobertura das espécies adsorvidas
Projetando o reator
PFR.
dF T dX −r ' T
A equação de projeto: =r ' T =
dW dW FT 0
PT =PT 0 ( 1−X ) y
0,45
P H =PT 0 ( Θ H −X ) y ∴Θ H = =1,5
0,35
PB =PT 0 Xy
Como é igual azero pode-se utilizar a equação de Ergun na forma integrada para calcular o termo
de queda de pressão.
1
P
y= =( 1−αW ) 2
P0
A fração molar inicial de tolueno é 0,3 yT,0 = 0,3 de modo que a pressão parcial inicial de tolueno
será;
E - S + Gera = Acúmulo
FT0 FT + -r’AW =0
F T 0 −F T F T 0 X
W= =
−r ' A −r ' A
Escrevendo a equação da taxa em termos da conversão e substituindo X = 0,65 e PT0 = 12 atm, temos:
F T 0 −F T F T 0 X 50 x 0,65
W= = = =3,12 x 104 k de cat
−r ' A −r ' A 1,043 x 10−3
3,12 x 104 3
V= =77,9m
400
Relações termodinâmicas para K
Seja a reação
b c d
A+ B ↔ C+ D
a a a
RT ln K=−∆ G 0
c d
a Ca aDa
A constante K está relacionada como: K= b , em que ai é a atividade da espécie i obtida a partir
a
aA a B
fi
a i= =γ i Pi
f 0i
fi fugacidade da espécie i
fi0 fugacidade da espécie i no estado padrão, para gases o estado padrão é 1 atm.
P Pressão da espécie i.
Substituindo:
c d c d c d
a a a a a a
a a
C D γ γ
C D P P
C D
K= b
= b
∙ b
=K γ K P
a a a
aA a B γ γ ⏟
⏟A P P
B A B
Kγ KP
Pi = CiRT
c d
a a
C C
C D
A constante de equilíbrio em termos da concentração K c, é dado por: K C = b . Para gases
a
CAC B
δ
ideias KC e KP estão relacionadas por: K P=K C ( RT ) ∴ δ= ( ca + da − ba −1).
KP é uma função somente da temperatura e sua dependência pode ser avaliada utilizando a
0
K P ( T ) ∆ H RX ( T R ) −T R ∆ C P 1 1 ∆ C P T
equação de Van’t Hoff. ln
K p( T1)
=
RT 2 ( − +
T1 T R )
ln
T1
∆ H 0RX ( T R ) 1 1
[
K P ( T )=K P ( T 1 ) exp
R ( −
T1 T )]
A constante de equilíbrio na temperatura T pode ser calculada a partir da variação da
energia livre de Gibbs, usando:
c d b
∆ G 0RX = G 0C + G 0D − G 0B−G 0A
a a a
∆ G=∆ H−T ∆ S
Lista de exercícios
1. Álcool t-butila (TBA) foi produzido pela hidratação em fase líquida (W) de isobuteno (I)
sobre um catalisador ácido. Acredita-se que o mecanismo reacional é o dado abaixo.
I + S ↔ I.S
W + S ↔ W.S
W.S + I.S ↔ TBA.S + S
TBA.S ↔ TBA + S
2.