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Educação Literária
A (80 pontos)
Bernardo Bonaval, in Antologia da Poesia Trovadoresca Galego-Portuguesa, Alexandre Pinheiro Torres, Porto:
Lello & Irmão Editores, 1977, p. 96.
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Indica o tema e assunto desta composição poética.
2. Apresenta duas características do sujeito poético a partir da leitura da primeira estrofe.
3. Identifica dois recursos expressivos e explica o seu valor.
4. A partir da leitura do poema, explicita a relação que se estabelece entre o sujeito
poético e a “dona”.
1
Luz.
2
Rosto.
3
Ai Deus que fizeste com que eu a amasse mais do que a mim próprio.
1
PALAVRAS 10
B (20 pontos)
Lê atentamente o comentário apresentado.
Poucos homens têm nascido historiadores como Fernão Lopes (…). Além do primor
com que trabalhou sempre por apurar os sucessos políticos, Lopes adivinhou os princípios da
moderna história: a vida dos tempos de que escreveu transmitiu-a à posteridade e não, como
outros fizeram, somente um esqueleto de sucessos políticos e de nomes célebres. Nas crónicas
de Fernão Lopes não há só história: há poesia e drama; há a Idade Média com sua fé, seu
entusiasmo, seu amor de glória.
Os textos que escrevo aqui na VISÃO são frequentemente incluídos em livros da disciplina
de português do ensino secundário. É uma maneira excelente de pôr os alunos em contacto com
escrita requintada e raciocínios sofisticados (1). Talvez um dia este mesmo texto venha a figurar num
desses livros. Seria curioso: pela primeira vez, um texto incluído numa seleta escolar refletiria acerca
5 da circunstância de ser um texto incluído numa seleta escolar.
É uma espécie de mise en abyme (2) capaz de aborrecer alunos durante uns bons dez minutos
de aula, ou até de lhes azucrinar a paciência num teste.
De vez em quando recebo chamadas telefónicas de jovens, filhos de amigos meus, que se
encontram nesse momento a proceder à “análise e interpretação” de qualquer coisa escrita por mim.
1 Costumam estar bastante indignados. Dizem que, se eu quero ser corretamente interpretado, deveria
0 deixar-me de brincadeiras e escrever logo o que pretendo dizer, em vez de me pôr com figuras de
estilo. Que começar frases com a palavra “que” excita nos professores a vontade de pedir uma análise
sintática, e depois quem se lixa são eles. E que estão estafados de estudar estas estúpidas aliterações,
por exemplo (3).
Ora, a culpa não é minha. Como calculam, eu nunca imaginei ser um TPC. Lamento
1 profundamente que a vida se tenha desenrolado desta forma. É deplorável que milhares de estudantes
5 tenham de me conhecer assim, entre uma estrofe d’Os Lusíadas e um excerto do Auto da Barca do
Inferno – e que os seus professores os obriguem a dar-me a mesma atenção que eles dedicaram a
Camões e Gil Vicente. Foi isso que me levou a escrever esta crónica cheia de anotações explicativas,
para facilitar o trabalho dos alunos (4). Há um aspeto da minha obra que tanto alunos como professores
devem manter presente: na maior parte das vezes eu escrevo estes textos em pijama. Todas as
2
PALAVRAS 10
2 respostas de um teste ou trabalho de casa sobre mim devem incluir essa referência: “Nesta frase –
0 que, muito provavelmente, o autor escreveu em pijama –, encontramos uma epanadiplose. (5)” E
sempre que um professor perguntar, a propósito de um texto meu, o que pretende realmente o autor, o
aluno fica desde já credenciado para responder: “O autor pretende que este aluno tenha 5 a português.
É a sua única ambição na vida.” (6) A sério.
Ricardo Araújo Pereira, Visão,22.06.2017,
2 http://visao.sapo.pt (consultado em 24.08.2017).
5
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5. O pronome destacado em “ou até de lhes azucrinar a paciência num teste” (l. 7) tem
como referente o segmento
(A) alunos.
(B) uns bons dez minutos.
(C) uns bons dez minutos de aula.
3
PALAVRAS 10
6. A palavra destacada na frase “Foi isso que me levou a escrever esta crónica” (l.20)
(A)
(B) é um pronome pessoal com função sintática de complemento indireto.
(C) é um pronome pessoal com função sintática de sujeito.
(D) é um pronome pessoal com função sintática de complemento direto.
(E) é um pronome pessoal com função sintática de complemento oblíquo.
10. A palavra “vida” (l.16) provém do étimo latino VITA─. De acordo com os teus
conhecimentos, dá dois exemplos de outras palavras relacionadas com o mesmo
étimo.
Redige uma apreciação crítica (120 a 250 palavras) do cartoon apresentado. Não
te esqueças de planificar previamente o teu texto e de o rever. Deves ter também em
conta as marcas específicas deste género textual.
4
PALAVRAS 10
Bom trabalho!