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PROPÓSITO
OBJETIVOS
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CONSTRUÇÃO DE UM CONCEITO PARA A ENGENHARIA
1920
S. E. Lindsay
Engenharia é a prática da aplicação segura e econômica das leis científicas que governam
as forças e materiais da natureza, através da organização, design e construção, para o
benefício da humanidade.
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1939
Vannevar Bush
1941
T. J. Hoover e J. C. L. Fish
1963
John C. Calhoun, Jr.
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1982
Comitê de Certificação de Engenharia e Tecnologia dos Estados Unidos
PENSE NISSO
ENGENHOSIDADE E HISTÓRIA
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SAIBA MAIS
Vamos finalmente iniciar nosso passeio pela história, destacando e analisando fatos
relevantes da civilização ocidental e suas relações com a Engenharia, ou com a
engenhosidade, em uma linha do tempo de início indefinido até a formalização
universitária da profissão. É muito difícil dissociar a história da humanidade da
engenharia, visto que o ser humano busca soluções engenhosas para resolver seus
problemas desde sempre.
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Considera-se que o primeiro engenheiro
foi Imhotep, responsável por projetar e
construir a primeira pirâmide do Egito,
em degraus, para abrigar o túmulo do
Faraó Djoser (2630 – 2611 a.C.). No
entanto, o uso da denominação
engenheiro começou a ser utilizada
somente no século XI para definir
alguém que atuava com criatividade
para resolver problemas práticos com
invenções engenhosas.
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A Relevância do Arado
Acredita-se que o arado tenha surgido ao sul da Mesopotâmia, em torno de 4500 a.C., a
partir da iniciativa de um homem arrastar uma vara pelo chão para abrir um sulco no solo,
de modo a facilitar o depósito das sementes. O aperfeiçoamento do artefato, de forma a
permitir a adoção da tração animal, trouxe evolução ao possibilitar um salto de
produtividade, visto que os bois conseguiam trabalhar todos os dias sem se cansarem, ao
contrário do homem.
A última inovação consistia em permitir que o arado pudesse ser ajustado para abrir
diferentes profundidades de sulcos para o uso em diferentes tipos de solo. Apesar disso,
esses aprimoramentos somente chegaram ao mundo ocidental no século XVII e apenas
no fim do século XVIII foram produzidos arados em ferro, com partes substituíveis,
permitindo o uso da lâmina adequada para cada tipo de solo.
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O Surgimento dos Metais
O Cobre
O cobre, material dúctil*, pode ser trabalhado a frio e a quente, quando são necessários
fornos para liquefazer o metal e depositá-lo em moldes. O processo é relativamente
simples, mas exige temperatura elevada conseguida através da injeção de ar pelo sopro.
Como o cobre pode ser refundido, surgiram os lingotes*.
*Lingotes: São massas de metal ou de um material condutor, que após terem sido
aquecidas a uma temperatura superior ao seu ponto de fusão, são vertidas em um molde,
tomando uma forma que torna mais fácil o seu manuseamento, geralmente uma barra ou
um bloco.
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Pepita de cobre nativo. (Fonte: Wikimedia Commons)
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O bronze é resultado da adição do estanho ao cobre, em proporções que variam de 3% a
25% na liga, resultando em um material com características mecânicas mais
interessantes do que o cobre em muitas situações, sendo menos maleável e mais
resistente e com ponto de fusão mais baixo. Os moldes, em geral, eram de cerâmica e se
perdiam a cada moldagem.
O Ferro
Após um preaquecimento em forno, o material deve receber muitos golpes, processo que
elimina uma série de impurezas. Em seguida, deve ser aquecido em um segundo forno até
ficar incandescente para, novamente, receber golpes. O processo repetitivo de
martelagem a quente e aquecimento leva a uma barra forjada bem pura e maleável.
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A têmpera é um processo importante para determinadas funções como armas e
algumas ferramentas, sendo obtida através do rápido resfriamento com uso de
água, que favorecia a absorção do carbono, e algumas modificações na estrutura
molecular, que provocavam o aumento da resistência.
A Invenção da Roda
A roda é uma das maiores invenções da história da humanidade, cujo registro mais antigo
data de 3500 a.C., em uma placa de argila, que mostra a roda sendo utilizada para
transporte humano. A roda possibilitou o transporte de carga em longa distância, abrindo
várias possibilidades, inclusive para o comércio.
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Possível esquema de desenvolvimento da roda para deslocar cargas pesadas.
Vamos nos concentrar em Atenas, que representou um modelo em pleno século IV a.C.
que, não à toa, transformou-se no berço da democracia, da cidadania e da base filosófica
de toda a civilização ocidental, incluindo a concepção da escola, responsável pela
transmissão do conhecimento, na Academia de Platão e no Liceu de Aristóteles.
O projeto de Atenas favoreceu fortemente para tamanho sucesso, pois o urbanismo foi
fundamentado na participação ativa dos cidadãos na vida pública. As vias eram
distribuídas em uma malha ortogonal e a organização do espaço urbano se baseava em
pequenos núcleos com funções específicas. Uma elevação natural foi destinada às
práticas religiosas (acrópole) com vários templos, com destaque para o Partenon.
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Na região onde se localizavam os prédios públicos, havia uma praça (ágora) reservada
para se desenvolver a vida política. Também havia os ginásios, as arenas e os teatros que
ofereciam entretenimento e reflexão. Os bairros residenciais, dos artesãos e dos
comerciantes ficavam mais afastados do centro.
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A sequência histórica nos leva ao rápido Império Macedônico, que atingiu seu ápice com
Alexandre, o Grande, tutelado por ninguém menos que Aristóteles*, e tornando-se um dos
maiores gênios militares da história. Em apenas 13 anos (336 a 323 a.C.), Alexandre criou
o maior império do mundo, à época, dominando toda a Pérsia e chegando até o Egito.
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Com a morte de Alexandre, o império subdividiu-se e somente em 27 a.C. estabeleceu-se
o Império Romano, considerado o maior da história da civilização ocidental, conectando a
Europa, a Ásia e a África e que perdurou até 475 d.C., marcando o fim da Idade Antiga e o
início da Idade Média, período este muito fértil para a engenharia, com muitas inovações e
aperfeiçoamentos.
Aquedutos
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Em Barbegal, França, os romanos
construíram, no século IV, um
inacreditável complexo de rodas
d´água alimentado por um único
aqueduto de 2 metros de largura, com
uma inclinação de 30 graus, que
alimentava um conjunto de 8 pares de
rodas d´água para moer.
Os romanos não pouparam esforços para que, ao longo de dois séculos, cerca de 60.000
trabalhadores retirassem mais de 1,5 toneladas de ouro das minas de Las Médulas, região
da Espanha que abrigava fabulosos veios de ouro. Para isso, foram utilizados complexos
sistemas de aquedutos e canais, incluindo o armazenamento em grandes tanques a uma
cota de aproximadamente 250 metros acima do nível das minas, gerando poderosa
pressão hidráulica para o desmonte das rochas.
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Pontes
Os romanos construíram muitas pontes entre as maiores já construídas até então, sempre
utilizando o arco como recurso e, muitas vezes, um núcleo de concreto.
Represas
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Estradas
Pode-se dizer que a rede de estradas romanas foi o maior legado do Império, visto que,
além dos exércitos e mercadorias, também passaram ideias e influências culturais,
filosóficas e religiosas, incluindo o cristianismo.
A gigantesca rede atingiu cerca de 80.000 km no auge do império (117 d.C.) e conectou a
Europa, o Oriente Médio e o Norte da África, numa área hoje ocupada por mais de 30
países. Inicialmente, serviam para o transporte das tropas e suprimentos e se tornaram
rotas de comércio e de mensagens. Ao analisarmos, essa rede explica a gigantesca Igreja
Católica Apostólica Romana e expressões como “Todos os caminhos levam a Roma” e
“Quem tem boca vai a Roma”.
Diversas vias importantes saíam de Roma. A Via Ápia, a mais importante, ia até Brindisi,
cidade portuária com saída para o leste. As Vias Salária e Flamínia seguiam na direção do
mar Adriático, dando acesso aos Bálcãs e para as regiões cruzadas pelos rios Reno e
Danúbio. A Via Aurélia dava acesso à Península Ibérica e a Via Ostiense, levava até Óstia,
porto com acesso mais fácil para viagens à África.
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As estradas romanas eram cuidadosamente projetadas e construídas para serem
duradouras. Seus traçados privilegiavam trechos retilíneos e, quando tinham que
acompanhar os contornos do terreno, procuravam manter a horizontalidade.
O processo construtivo tinha início com a escavação de duas valas paralelas, geralmente
com distância de 4 metros. Na sequência, a região central era escavada até que se
encontrasse solo firme, como se fosse uma espécie de canal.
A região escavada era preenchida por camadas de diferentes materiais. A primeira era de
pedregulhos ou entulho, seguida por pedras pequenas ou achatadas, eventualmente
ligadas por argamassa. Por fim, uma camada de cascalho ou pedra britada.
Trecho da Via Ápia próximo de Roma. (Fonte: Jannis Tobias Werner / Shutterstock)
Construções
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arquitetado, era utilizado para combates de gladiadores e para espetáculos públicos,
como encenações, execuções, simulações de batalhas famosas e dramas da mitologia
clássica. Hoje, é considerado uma das 7 maravilhas do mundo moderno.
Interior do Coliseu. (Fonte: K3S / Shutterstock) Fachada do Coliseu. (Fonte: K3S / Shutterstock)
O Pantheon é um edifício muito especial, sendo uma das estruturas mais bem
preservadas da Roma Antiga*. De planta circular, possui um grande pórtico na entrada,
que conduz a um ambiente coberto por uma cúpula de concreto, que por sua vez contém
uma abertura central e que permite a iluminação natural. Trata-se da maior cúpula de
concreto não armado da história. O diâmetro, de 43,3 metros, tem a mesma dimensão da
altura da abertura (óculo).
*Roma Antiga: A queda do Império Romano, que se desagregou em 476 d.C., quando a
parte ocidental foi ocupada pelos germânicos e a oriental permaneceu sob a
denominação de Império Bizantino, deveu-se a um período de crise econômica, com
sucessivos golpes e assassinatos. A instabilidade pode ser constatada com a troca de 16
imperadores em apenas 50 anos. Os germânicos, por não compartilharem a mesma
cultura e não falarem latim, eram considerados bárbaros.
Pantheon. (Fonte: Viacheslav Lopatin / Shutterstock) Vista inferior da cúpula de concreto com a abertura
central. (Fonte: Pierre Aden / Shutterstock)
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Dicionário Enciclopédico Brockhaus e Efron. (Fonte: Wikimedia Commons)
O fim do Império Romano marcou o começo da Idade Média, período que teve
início em 476 e foi até 1453, com a conquista de Constantinopla pelos Turcos-
Otomanos.
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A ruptura ocorrida na Europa alterou o ritmo do desenvolvimento local, mas a preservação
do Império Bizantino manteve a efervescência. Enquanto a Europa experimentava tempos
de estagnação, os árabes desenvolviam conhecimento até o século XII. Trata-se de um
período denominado Alta Idade Média.
SAIBA MAIS
Nos séculos XI e XII, os dois mundos voltaram a interagir através dos mercadores árabes
do Mediterrâneo. Várias inovações foram incorporadas e impactaram a produção agrícola
e artesanal.
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O final da Idade Média é um período de profundas contradições. Quando a Peste Negra de
1347 desintegrou cidades política e economicamente, coube à Igreja o papel de coordenar
os trabalhos de restauração através da autoridade do Papa.
A Europa entra em um período de vazio intelectual até ter início a Renascença, centrada
na Itália, primeira região a se recuperar da Peste Negra. Conforme sua localização
estratégica, a Itália tornou-se o centro do tráfego entre Europa e o Oriente Médio.
SAIBA MAIS
Outro feito relevante da engenharia encontra-se na área naval, pois a evolução das
embarcações permitiu às grandes navegações a descoberta das Américas e a sua
incorporação em forma de colônia.
A ciência também se desenvolve com Copérnico, que conclui que a Terra gira em torno do
sol, e com Kepler, ao unir a Astronomia e a Física, excluindo o divino, e estabelecendo as
leis do movimento planetário. Por sua vez, Galileu deu continuidade à obra de Kepler e
organizou o ramo da Mecânica na Física, escrevendo a obra O Ensaiador, que trata do
Método Científico.
No ano da morte de Galileu, nasce Isaac Newton, que após se formar, em apenas 18
meses de reclusão por causa da peste bubônica, elaborou as chamadas Leis de Newton,
as quais deram início à ciência moderna. Assim, a grande revolução se deu através do
desenvolvimento de modelos matemáticos capazes de representar o comportamento
físico e encontrar valores experimentais.
Após retornar a Cambridge, publicou suas ideias somente 17 anos depois, em 1684, no
livro denominado Principia, considerada a mais influente obra escrita por uma única
pessoa em toda a história da humanidade. Foi a consolidação da ciência moderna com
Newton e o método científico que deram suporte à ideia de que não bastava entender o
mundo: Era preciso modificá-lo.
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A seguir...
Vamos entrar na era da industrialização com o primeiro grande salto promovido pela
Revolução Industrial.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
a) A pirâmide de Djoser, no Egito, projetada por Imhotep, tido como o primeiro engenheiro.
b) A cidade de Roma, centro do Império Romano, responsável pelo período mais fértil da
engenhosidade humana.
d) A cidade de Paris, que reuniu tantas condições relativas à engenhosidade, que sediou a
primeira Escola de Engenharia.
Comentário
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2. A engenhosidade humana sempre se preocupou com a produtividade do trabalho,
criando inovações que facilitassem a execução das atividades através de ferramentas
específicas ou pela criação de máquinas que a substituísse no trabalho.
d) A mineração hidráulica.
Comentário
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INTRODUÇÃO
anos, Smith foi para a Universidade de Glasgow, onde se tornou mestre e fascinou-se
pelas ideias do professor Francis Hutcheson, aprendendo Liberalismo Clássico, Direito
Natural e Economia Política.
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Em seu livro é desenvolvido um estudo de caso de fabricação de alfinetes. Se um operário
tiver que, sozinho, fabricar um alfinete, tendo que ele mesmo ir buscar a matéria-prima e
produzi-lo, teria uma produtividade baixíssima se comparada a um sistema industrial, em
que cada operário é responsável por uma etapa da fabricação. Em uma análise detalhada,
são listadas 18 atividades distintas que devem ser divididas por 10 funcionários.
Adam Smith evidencia que a organização da divisão social do trabalho*, limitada pelo
tamanho do mercado, passa a ser a chave da riqueza de uma nação e não mais a
quantidade de ouro, como pregava o mercantilismo. Nessa fase, o mercado entra como
limitador da riqueza, já que de nada adianta aumentar a produção se não houver para
quem vender.
*Divisão social do trabalho: A divisão social do trabalho pode gerar benefícios, pois a
destreza e habilidade do operário aumentam à medida que ele se especializa,
incrementando a produtividade e a qualidade. A mudança de atividade gera perda de
concentração e de tempo, logo, o foco nas etapas facilita o aprimoramento das máquinas
e até mesmo a invenção de outras mais eficientes. Em vários casos, os próprios operários
contribuíram e até mesmo desenvolveram máquinas.
Smith era contra qualquer intervenção do governo, seja para garantir monopólio ou
subsídios, e considerou que o ideal seria uma atuação limitada do setor público, que
deveria estimular o comércio e a educação, incluindo saneamento, rodovias, ferrovias,
portos, correios, escolas e igrejas, e via a educação pública e gratuita como uma garantia
de crescimento da produtividade do trabalho e, consequentemente, da riqueza daquela
nação. O Estado também deveria proteger a sociedade de ataques externos, estabelecer e
criar leis de justiça e utilizar as instituições públicas como reguladores do excesso de
lucro, estimulando a concorrência entre as empresas.
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A industrialização gerou muitos impactos sociais. A busca por emprego provocou o êxodo
rural e o crescimento da vida urbana, transformando as cidades em centros de produção e
consumo e reposicionando o campo em uma situação economicamente secundária.
300 mil
4 milhões
A distribuição foi alterada de tal forma que, em 1850, a Inglaterra possuía 52% de
população rural, percentual que caiu para 31% em 1880 e para 22% em 1910.
O início da industrialização trouxe tempos difíceis para a população, com altos custos
sociais para a classe trabalhadora, que era vista como um acessório das máquinas que
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representavam a modernidade e o capital, pois eram os principais recursos do novo
processo produtivo.
Como não poderia deixar de ser, cresceu o movimento sindical, por causa disso...
COMENTÁRIO
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SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Muitas inovações foram atribuídas à Segunda Revolução Industrial, mas algumas não
podem deixar de serem citadas:
Quando falamos das ideias de Adam Smith sobre o capitalismo, vimos que a livre
iniciativa e a livre concorrência são condições fundamentais para regular e equilibrar o
mercado, de forma que produtores e consumidores possam conviver em um ponto de
equilíbrio que seja bom para os dois lados. Não pode ser o mais caro possível como é
desejo do produtor, tampouco o mais barato possível, como é desejo do consumidor.
Existem ações que podem burlar esse equilíbrio, aumentando o preço dos produtos
através da diminuição da concorrência. Como empresas e indústrias podem concentrar
capital, é possível que as grandes consigam comprar as menores, ficando sozinhas no
mercado e eliminando a concorrência, o que chamamos de monopólio.
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Holdings, trustes e cartéis são formas distintas de união de empresários com
interesses comuns para, contra os consumidores, aumentarem seus lucros.
Holdings
As holdings podem ser entendidas como empresas distintas com o mesmo dono.
Truste
Os trustes são formados por empresas que surgem a partir da fusão de empresas do
mesmo ramo.
Ao invés das empresas A e B competirem, elas se fundem e seus donos viram sócios,
diminuindo a concorrência. Dependendo da parcela de mercado de cada uma, a fusão
pode aproximá-las do domínio do mercado, ou até mesmo do monopólio.
Cartel
No que diz respeito ao cartel, trata-se de uma união secreta de empresas do mesmo ramo,
que combinam e praticam o mesmo preço final ao consumidor, eliminando a livre
concorrência.
SAIBA MAIS
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nesse texto, já mencionamos as Engenharias Civil, Mecânica, Elétrica, Química e de
Produção.
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QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A manufatura aditiva impõe algumas vantagens, como a prototipagem rápida, baixo custo
para pequenas quantidades, liberdade de formas e de complexidade, customização e
sustentabilidade, pois minimiza resíduos, consumo de material e energia.
A técnica conhecida como estereografia (SLA) utiliza resina como insumo. O processo
também consiste no depósito repetitivo de camadas, mas a resina é solidificada pela
ação de um feixe de laser ultravioleta. A SLA é muito precisa e possui acabamento
superior mesmo em peças pequenas, sendo muito utilizada na criação de moldes.
Por fim, a sinterização seletiva a laser, que utiliza insumo em forma de pó, normalmente
polímeros. Este processo se dá através de laser de alta potência, que aglutina as camadas
do material na impressão do objeto. Já existem processos de manufatura aditiva em
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metal, como a Sinterização Direta de Metal a Laser (DMLS), um processo bem semelhante
ao SLS, mas que utiliza como insumos titânio e aço em pó. Outras tecnologias como
a Selective Laser Melting e Binder Jetting ainda possuem custo muito elevado, a ponto de
só empresas de alto investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) utilizarem.
Em 1957, Frank Rosenblatt apresenta uma máquina chamada Mark 1, que utilizava um
algoritmo denominado perceptron, baseado em uma rede neural de uma camada que
classificava resultados. No ano seguinte, surge a linguagem de programação LISP, que
virou padrão em IA. Em 1959, surge pela primeira vez o termo Machine Learning*, que
descrevia um sistema que daria aos computadores a capacidade de aprender algumas
funções sem terem sido programados diretamente para isso.
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conhecimento. A IA voltava à evidência, mas logo viveu novo período de estagnação,
talvez por desencontro entre ideias e capacidade de processamento.
*Chatbot: Programa de computador que utiliza inteligência artificial para imitar conversas
com usuários de várias plataformas e aplicativos, como acontece no Facebook e em sites
de e-commerce.
A explosão da internet comercial na segunda metade dos anos 1990 trouxe a necessidade
da IA para aperfeiçoar os buscadores que vasculhavam a rede automaticamente em
busca das informações adequadas. Em 1997, a derrota do campeão mundial de xadrez,
Garry Kasparov para o Deep Blue*, da IBM, representou o marco da IA.
Em 2005, a Boston Dynamics apresentou o Big Dog, um robô com formas inspiradas nos
cachorros e especializado em se movimentar em terrenos de difícil acesso para humanos.
Outra evolução relevante, neste mesmo período, foram os veículos autônomos, caso
bastante complexo de gerenciamento de vários sensores e, com certeza, um dos
destaques da Quarta Revolução Industrial.
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Big Data
O termo Big Data se consolidou como denominação para a área que trata de grandes
conjuntos de dados que devem ser armazenados e processados.
A quantidade de dados é absurda, mas essa não é a única variável relevante. São 3 os
pilares do Big Data:
• Volume: A quantidade é tão grande que é difícil ter a noção da ordem de grandeza;
• Velocidade: A importância da velocidade é associada ao tempo de resposta, mas
quanto maior for a extensão da pesquisa, mais demorada será a resposta. Na prática,
quanto mais próximo do tempo real, melhor;
• Variedade: Os dados não estão organizados e estruturados. São textos, sensores,
áudios, vídeos, sensores, buscas, catracas etc.
A IoT (Internet of Things) ou Internet das Coisas pode ser vista como uma forma de
comunicação entre objetos ou entre objetos e pessoas.
Ao pensarmos em nosso corpo, o que acontece quando damos uma topada, por exemplo?
Ou quando sofremos um corte? E quando ouvimos ou vemos? Nossos sensores avisam
ao cérebro, que processa a informação. Percebeu a potencialidade da união da
Inteligência Artificial com a Internet das Coisas?
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Computação em Nuvem
As redes sem fio de alta velocidade e de sinal 4G em conjunto com a Internet das Coisas
permitem a atuação colaborativa entre dispositivos, que podem operar de forma individual
ou em conjunto, estabelecendo um sistema.
A conjugação destes recursos torna possível que um ambiente seja virtualizado a partir da
criação de um tipo de computação em nuvem que gerencie a comunicação entre os
dispositivos instalados no ambiente físico de interesse e dispositivos externos.
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Em princípio, não há limitações para a aplicação dos CPS, já tendo sido utilizados nos
sistemas produtivos industriais, em hospitais, na gestão de eficiência energética, em
edifícios inteligentes, na agricultura e em sistemas de transportes, entre outras tantas
possibilidades. Em um nível mais complexo, os CPS atuarão na gestão das cidades
inteligentes.
A seguir...
Vimos que a engenharia vem modificando e moldando a civilização com suas conquistas
e realizações. Da Idade da Pedra até a Quarta Revolução Industrial foram conquistas
incríveis em todas as áreas, mas ela também causou muitos problemas, principalmente
ambientais.
No final do século XX, a preocupação com o meio ambiente atingiu níveis alarmantes e a
palavra sustentabilidade passou a fazer parte do vocabulário comum. Recuperar o meio
ambiente passou a ser um problema global.
Mas, afinal, o que pode ser considerado desenvolvimento? Para se desenvolver um país,
certamente precisa-se de crescimento econômico e geração de riqueza, mas, a medida do
desenvolvimento inclui indicadores sociais, uma vez que miséria e desenvolvimento não
se misturam.
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A história nos mostra que, desde sempre, o ser humano procura formas de facilitar seu
trabalho e incrementar sua produtividade. São as chamadas inovações tecnológicas que
modificam a forma de viver com suas novas ferramentas, equipamentos e processos. A
Engenharia Civil se desenvolveu antes da formalização da profissão e a Engenharia
Mecânica, através da máquina a vapor, tornou-se a base da Primeira Revolução Industrial.
Vimos também que podemos associar a Engenharia Elétrica à Segunda Revolução
Industrial e a Engenharia de Controle e Automação à Terceira. Essa busca pela
produtividade lançou as bases da Engenharia de Produção. Qual das opções pode ser
dada como referencial para o surgimento da Engenharia de Produção?
a) Como na Engenharia Civil, não houve um fato marcante, já que, desde a Idade da Pedra
Lascada, o homem busca produtividade nas suas atividades.
d) Surgiu conceitualmente com as ideias de Adam Smith, que pregava a livre concorrência
e a competitividade como base para a riqueza das nações.
Comentário
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2. Após a formalização da profissão de engenheiro e com a proliferação das Escolas de
Engenharia, entramos em um período contínuo de desenvolvimento tecnológico, que foi
marcado por algumas inovações disruptivas e que, por isso, foi identificado como sendo
composto por quatro revoluções industriais. Dentre as opções abaixo, escolha qual a que
melhor se encaixa como o período em que as diversas habilitações de Engenharia
começaram a surgir:
c) A máquina a vapor.
Comentário
A energia elétrica (segunda RI) trouxe diversas possiblidades e a sua geração se deu a
partir de motores a gasolina, de hidrelétricas e, mais tarde, de motores nucleares, por
exemplo, trazendo a indústria do petróleo, a nuclear, as telecomunicações, a eletrônica
etc. Dessa forma, as engenharias começaram a se multiplicar no período da Segunda
Revolução Industrial.
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DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO X CRESCIMENTO ECONÔMICO
De uma forma mais genérica, podemos pensar nos países desenvolvidos e nos chamados
países em desenvolvimento. A primeira coisa que vem na cabeça da maioria das pessoas,
ao pensar em um país desenvolvido, é se tratar de um país rico. Em sequência, temos que
pensar em desenvolvimento econômico e em crescimento econômico, que seriam formas
de entrar no clube dos desenvolvidos.
RESPOSTA
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Pode-se classificar a inovação em 3 dimensões:
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Vamos imaginar inicialmente a inovação no âmbito de uma empresa. Parece muito claro
que uma inovação bem-sucedida possa trazer crescimento econômico para uma
empresa, uma vez que pode alavancar suas vendas e aumentar sua participação no
mercado.
COMENTÁRIO
Muito difícil responder a essa pergunta, mas apesar da lógica desse raciocínio, fica claro
que, havendo o crescimento econômico, é preciso política de Estado que promova o
desenvolvimento, com investimentos em infraestrutura que favoreçam tanto a população
diretamente quanto gerem condições de sustentação para o crescimento econômico. Por
infraestrutura, entende-se saneamento, escolas, hospitais, estradas, portos, aeroportos,
habitação etc.
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Já podemos responder à pergunta positivamente, mas com ressalvas:
RESPOSTA
Vimos que o mundo evoluiu ao longo da história e os países foram se desenvolvendo com
mais ou menos sucesso, de acordo com as inovações tecnológicas que implantavam.
Vamos pensar em uma missão hipotética de desenvolver o Brasil.
Segundo o nosso raciocínio, precisamos criar condições que favoreçam o surgimento das
inovações tecnológicas.
PENSE NISSO
O começo e a sustentação certamente passam por uma revolução na educação que deve
ser iniciada no ensino fundamental. E quem não é criança? Nós que não somos mais
crianças temos que nos adaptar para sobreviver. Lembre-se de que em um mundo
dinâmico e de grandes mudanças, o sucesso está bem mais próximo da capacidade de
adaptação do que da força.
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Diante de uma visão macro, a Engenharia nos dá 3 grandes áreas de atuação dentro de
cada habilitação (ambiental, civil, computação, controle e automação, elétrica, mecânica,
petróleo, produção, química, telecomunicações etc.):
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Por enquanto, ainda não podemos formular a resposta, mas já sabemos que
precisamos reunir condições que favoreçam a formação maciça de profissionais
ligados à tecnologia para que possamos promover conhecimento e inovação.
SAIBA MAIS
Talvez você já esteja até pensando em inovar, mas logo vem à cabeça a figura do inventor,
daquela pessoa genial que cria algo que vai revolucionar o mundo. No entanto, não é por
aí.
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Acho que agora já conseguimos formular uma resposta.
RESPOSTA
Vamos continuar nossa conversa com outra visão a respeito da evolução e das inovações
históricas que já vimos.
ENGENHARIA SUSTENTÁVEL
Quase sempre, em mais de uma oportunidade, foi comentado o impacto ambiental gerado
pelo processo de mineração adotado pelo Império Romano. De forma simplória, podemos
dizer que, em uma história linda de mais de 2000 anos, maltratamos tanto o planeta em
aproximadamente um século, que nos assustamos e reagimos.
ATENÇÃO
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Os processos antigos devem ser revistos com o olhar do impacto ambiental,
transformando-se em novas oportunidades de inovação. Os processos novos devem ter
como variável relevante o impacto ambiental. Aspectos como consumo de energia para
produzir um material passam a ser um atributo de valor. As questões ambientais são
tratadas pela Engenharia cada vez com maior naturalidade pelas mudanças na formação
acadêmica do profissional engenheiro, mas também pela atualização da legislação.
PENSE NISSO
QUALIDADE DE VIDA
Para fecharmos nossa reflexão, vamos falar do que mais nos interessa: A
qualidade de vida. Afinal, o que podemos esperar mais da vida do que viver bem?
É claro que viver bem é um conceito muito relativo e individual. Todavia, a qualidade de
vida é um parâmetro que deve ser medido para que possamos lutar para promover ações
que possam melhorar os indicadores, sejam eles quais forem.
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O IDH é uma composição normalizada das 3 dimensões, o que faz com que seja um
número entre 0 e 1. O processo é muito criticado por gerar distorções.
Em 2019, o IDH do Brasil foi 0,761, considerado alto, que coloca o Brasil em 79º lugar em
uma lista de 189 países.
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A forma adotada para se medir a qualidade de vida da população é o IDH. Tendo como
meta aumentar o IDH, qual das ações abaixo é menos efetiva?
a) Investir em saneamento.
Comentário
c) Diminuir a evasão eleva a relação entre anos médios de estudo e anos esperados de
escolaridade, pois aproxima os números.
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2. Para que o Brasil experimente um período de desenvolvimento econômico relevante e
sustentável, precisamos, entre outras coisas, investir em inovação tecnológica para nos
tornarmos mais competitivos no mundo globalizado. Das opções abaixo, em qual delas há
menos necessidade de investimento?
b) Cultura empreendedora.
c) Educação.
d) Legislação.
Comentário
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Que isso sirva como elemento motivador e de orgulho para que, ao longo de toda a
formação e atuação profissional, todos tenham uma postura ativa diante das
oportunidades de aprendizagem e de transformação da sociedade.
REFERÊNCIAS
HOLTZAPPLE, Mark T.; REECE, W. Dan. Introdução à Engenharia. Rio de Janeiro: LTC,
2006.
INDÚSTRIA40. Agenda brasileira para a Indústria 4.0. In: Indústria40, Brasília (s.d.).
MOTA, R.; FLORES, R. Z.; SEPEL, L.; LORETO, E. Método Científico & Fronteiras do
Conhecimento. Santa Maria: Cesma, 2003.
MOTA, R.; MACHADO, L.; DE PAULA, S. M. Bases Físicas para Engenharia. Rio de Janeiro:
SESES, 2015.
SACOMANO, J. B. et al. Indústria 4.0: Conceitos e fundamentos. São Paulo: Blucher, 2018.
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VOLPATO, Neri (org.). Manufatura aditiva: Tecnologias e aplicações da impressão 3D. São
Paulo: Blucher, 2018.
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