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Lei - 24 - 2007 - LEi Da Organização Judiciária PDF
Lei - 24 - 2007 - LEi Da Organização Judiciária PDF
,
BOLETIM DA REPUBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
SlJPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE ARTIGO 2
(Funçlo Judlelal)
AVISO Na República de Moçambique a função judicial é exercida
A matéria a publicar no -Bol'Jtlm da República» através do Tribunal Supremo e demais tribunais estabelecidos
deve ser remetida em cópia devidamente autenticada, na lei.
uma por cada assunto, donde conste, além das indicações
ARTIGO 3
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte,
assinado e autenticado: Para publica ião no -Boletim da (Atribuições dos tribunais)
República». I. Os tribunais têm como atribuições garantir e reforçar a
legalidade como factor da estabilidade jurídica, garantir O respeito
pelas leis, assegurar os direitos e liberdades dos cidadãos, assim
SUMÁRIO como os interesses jurfdicos dos diferentes órgãos e entidades
com existência legal.
Assembleia da República:
2. Os tribunais educam os cidadãos no cumprimento voluntário
Lei n.· 2412007: e consciente das leis, estabelecendo uma justa e harmoniosa
convivência social.
Aprova a lei de organizaçãojudiciária e revoga a Lei n.·10I92, de
6deMaio. 3. Os tribunais penalizam as violações da legalidade e decidem
pleitos de acordo com o estabelecido na lei.
•••••••••••••••••••••••••••••••
ARTIGO 4
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
(Autonomia dos tribunais)
Lei n.· 2412007 Os tribunais são dotados de autonomia administrativa e regem-
de 20 de Agosto -se nos termos da Lei n,' 9/2002, de 13 de Fevereiro - Lei do
SISTAFE.
A dinâmica da vida social e económica, bem como o aumento
da demanda dos serviços de justiça pelos cidadãos, ditam a ARTIGO 5
necessidade de se introduzir mecanismos que permitam (Trlbuna's comunitários)
materializar o imperativo de tornar a justiça cada vez mais
Os tribunais comunitários são instâncias institucionalizadas
acessível e célere para os que dela carecem. Constatando-se que
não judiciais de resolução de conflitos, independentes, que
a Lei n," 10/92, de 6 de Maio, se mostra desajustada da realidade julgam de acordo com o bom senso e a equidade, de modo
actual, urge adequar a organização, competências e informal, desprofíssionalízado, privilegiando a oralidade e
funcionamento dos tribunais judiciais, sendo necessário, por isso atendendo aos valores sociais e culturais existentes na sociedade
a aprovação de uma nova lei de organização judiciária. moçambicana, com respeito pela Constituição.
Assim, ao abrigo do n." 1 do artigo 179 da Constituição, a
ARTIGO 6
Assembleia da Republica determina:
(Artleulaçlo com outras Inotlnela. de resoluçAo dé conflitos)
CAPiTULO I
Os tribunaisjudíciais podem articula-se com outras instâncias
PRINCípIOS GERAIS de resolução de"conflitos nos termos da lei.
ARTIGO 1 ARTIGO 7
(DellnlçAo) (Conelllaçlo)
Os tribunais são órgãos de soberania que administram justiça Com vista a corporizar os princípios estabelecidos no n,' 2 do
em nome do povo. artigo 3 da presente Lei. nos tribunais judiciais são criados órgãos
530-(2) [SÉRIE-NÚMERO 33
ou mecanismos que facilitem a resolucão de conflitos, evitando, 3. As audiências e demais actos judiciais decorrem, em regra,
sempre que possível, a sua solução pe la via contenciosa. na sede do respectivo tribunal.
ARTIGO 8
4. Quando o interesse da justiça o aconselhar as audiências
podem realizar-se em qualquer outro local, dentro da respectiva
(Organlzaçlo e competência.) área jurisdicional.
A organização, competências e reg 'as de funcionamento dos
ARTlGOt4
órgãos indicados no artigo anterior são estabelecidas em diploma
próprio. (Direcção da. audiências)
ARTId09
Os presidentes dos tribunais e das secções dirigem as sessões
e audiências de discussão e julgamento.
(Natureza da arbitragem, medla~ão • conciliação)
ARTIGO 15
Para efeito de prazos de prescrição, os tribunais arbitrais e os
órgãos ou mecanismos de media ção e conciliação são (Prevalência da. decisões dos tribunais)
considerados órgãos jurisdicionais. As decisões dos tribunais são, nos termos definidos na lei, de
ARTIGO 10
cumprimentoobrigatõrio para todos os cidadãos e demais pessoas
jurídicas e prevalecem sobre as de outras autoridades.
(Independência doa JuIz•• )
ARTIGO 16
1. No exercício das suas funções os juízes são independentes
e imparciais e apenas devem obediência à Constituição e à lei. (Dever d. cooperação e apoio)
2. A independência dos juízes é assegurada pela existência de Todas as entidades públicas, privadas e os cidadãos em geral
um órgão privativo de gestão e discipli na, pela inamovibilidade têm o dever de cooperar e de apoiar os órgãos judiciais na
e pela não sujeição a quaisquer arder s ou instruções, salvo o realização da justiça e na descoberta da verdade.
dever de acatamento das decisões proleridas em via de recurso
pelos tribunais superiores. ARTIGO I?
3. O sistema de administração dajusn ça é organizado de mndo Sempre que o volume ou a complexidade do serviço ojustificar
a que territorial, social, económica e culturalmente se encontre são nomeados, nos tribunais judiciais, assessores técnicos para
próximo do cidadão. coadjuvarem os juízes em exercício de funções.
ARTIGO 12 ARTIGO 19
1. Na República de Moçambique ninguém pode ser preso ou I. Das decisões proferidas pelos tribunais em primeira
submetido a julgamento senão nos termos da lei. instância, sobre matéria de facto, há apenas um grau de recurso,
excepto nos casos especialmente previstos na lei.
2. Os arguidos gozam de presunção ie inocência até decisão
judicial definitiva. 2. Sobre matéria de direito há apenas dois graus de recurso
nos termos da lei.
ARTIGO 13 3. Das decisões sobre matéria de direito proferidas pelos
(Audiência) tribunais judiciais de província. em segunda instância. cabe
recurso directo para o Tribunal Supremo.
1. As audiências dos tribunais são públicas, salvo quando a
lei ou o tribunal determine que se façarn sem publicidade, para ARTIGO 20
salvaguarda da dignidade das pessoas e da ordem pública, ou (Ministério Pl1bllco)
quando ocorram outras razões ponderes as.
1. O Ministério Público, como órgão encarregue de representar
2. Para salvaguarda da verdade material e dos interesses e o Estado. os menores e 'os ausentes, de exercer a acção penal e
direitos legalmente protegidos dos inter venientes processuais, é defender a legalidade e os interesses determinados pela
proibida a produção e a transmissão pú blica de imagem e som Constituição e pela legislação ordinária, é representado junto de
das audiências de julgamento. cada tribunal nos termos estabelecidos na lei.
20 DE AGOSTO DE 2007 530-(3)
As causas que não sejam. por lei, atribuídas a outra ordem (Sede)
jurisdicional, são da competência dos tribunais judiciais. O Tribunal Supremo tem a sua sede na capital da República
de Moçambique.
ARTIGO 34
(Competincla em razio d. hierarquia) ARTIG041
Os tribunais encontram-se hierarquizados para efeitos de (Poderes de cognlçlo)
recurso das suas decisões e de organização do aparelho judicial.
Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes, o Tribunal
Supremo apenas conhece de matéria de direito.
ARTloo35
(Competência terrll orlal) ARTIGO 42
O Tribunal Supremo tem competência em todo o território (Composlçlo)
nacional e os demais tribunais judiciais, nas respectivas áreas de I. O Tribunal Supremo é constituído pelo Presidente, Vice-
jurisdição.
-Presidente, juízes profissionais e eleitos.
Ao Plenário do Tribunal Supremo, como tribunal de segunda 3. A secção como tribunal de primeira instância, não pode
instância, compete: deliberar sem que estejam presentes dois juízes profissionais e
um eleito.
a) uniformizar ajurisprudência quando no domínio da mes-
4. Sempre que nas deliberações das secções se verifique empa-
ma legislação e sobre uma mesma questão fundamental
te, participa o juiz profissional substituto designado para a secção.
de direito tenham sido proferidas decisões
contraditórias nas várias ins .âncias do Tribunal ARTIGO 49
Supremo ou nos tribunais superiores de apelação;
(Especialização de competências)
b) decidir de conflitos de competência cujo conhecimento
não esteja, por lei, reservado a outros tribunais; A especialização de competências das secções é fixada por
c) julgar os recursos de decisões proferidas em primeira diploma próprio.
instância pelas secções do Trib mal Supremo;
ARTIGO 50
ti) ordenar que qualquer processo, ros casos específicos,
seja julgado em tribunal diverso do legalmente (Competência da secçlo em segunda InstAncla)
competente, nos termos da lei; Às secções do Tribunal Supremo, como tribunal de segunda
e) exercer as demais competências definidas por lei. instância compete:
ARTIGO 46 a) julgar em matéria de direito, os recursos das decisões
(Competência do Plenário em Inslincla única) proferidas pelos tribunais superiores de recurso, que
nos termos da lei são interpostos para o Tribunal
Ao Plenário do Tribunal Supremo, como tribunal de instância Supremo;
única, compete: b) conhecer dos conflitos de competência entre os tribunais
a) julgar os processos crime em q ie sejam arguidos o superiores de apelação e entre estes e os tribunais
Presidente da República, o Pres dente da Assembleia judiciais de província;
da República e o Primeiro-Ministro; c) ordenar a suspensão, a requerimento do Procurador-Geral
b) julgar os processos crime instaurados contra o Presidente, da República da execução de sentenças proferidas por
o Vice-Presidente e os Juízes Conselheiros do Tribunal tribunais de escalão inferior, quando se mostrem
Supremo, o Presidente e os Ju zes Conselheiros do manifestamente injustas ou ilegais;
Conselho Constitucional, o Presidente e os Juízes á) anular as sentenças a que se refere a alínea anterior;
Conselheiros do Tribunal Administrativo, o e) proceder nos termos mencionados nas alíneas c) e d),
Procurador-Geral da República. o Vice-Procurador quando os juízes que intervieram no julgamento
Geral da República, os Procuradores gerais adjuntos e tenham sido acusados da prática de crimes e
o Provedor de Justiça; susceptíveis de terem influído na decisão;
c) julgar os processos crime instaurados contra os juízes
fJ julgaras processos de revisão e confirmação de sentenças
estrangeiràs;
eleitos do mesmo tribunal, por ac tos relacionados com
g) conhecer os pedidos de habeas corpus no âmbito das
o exercício das suas funções;
suas competências;
ti) conhecer e decidir das acções de perdas e danos
h) conhecer dos pedidos de revisão. de sentenças cíveis e
instaurados contra os juízes do Tribunal Supremo e
penais;
Magistrados do Ministério Público junto deste, por
l) propor ao Plenãrio a adopção das medidas necessárias à
actos praticados no exercício dos suas funções;
uniformização da jurisprudência e boa administração
e) exercer as demais competências definidas por lei.
da justiça;
ARTIGO 47 J) exercer as demais competências definidas por lei.
(Recurso) ARTIGO 51
Das decisões das secções do Tribunal Supremo, em recurso (CompetêncIa das secções em primeiro InstAncla)
para o Plenário, é relator um dos juízes profissionais, a designar
Às secções do Tribunal Supremo, como tribunal de primeira
por distribuição, não podendo ser o juiz que tiver relatado a
instância, compete:
decisão recorrida.
a) julgar os processos crime em que sejam arguidos
Subsecção III deputados da Assembleia da República, membros do
Conselho de Ministros, membros do Conselho de
Secções
Estado e outras entidades nomeadas pelo Presidente
ARTIGO 48 da República nos termos da Constituição, e todas as
(Composlçlo) demais entidades que gozam do foro especial nos
termos da lei e não estejamabrangidos pelo disposto
1. Cada secção é constituída por um mínimo de dois juízes no artigo 46 da presente Lei;
profissionais, sendo um presidente e outro adjunto, quando b) julgar os processos crime em que sejam arguidos juízes
funcione como tribunal de segunda instânc ia, e por um mínimo profissionais dos tribunais superiores de recurso e
de dois juízes eleitos para além dos juízes profissionais, quando magistrados do Ministério Público junto dos mesmos
funcione como tribunal de primeira instância. tribunais;
530-(6)
I SÉRIE-NÚMERO 33
ARTIGOS:!
b) promover a uniformidade da jurisprudência e propor
sempre que necessário a adopção de directivas e
(Dlstrlbulçllo do. 'urzes)
instruções;
I. Compete ao Presidente do Tri ounal Supremo distribuir os c) apoiar os órgãos do tribunal fornecendo os elementos
juízes pelas secções. que se mostrem de interesse;
2. A mudança de secção não altera a competência do juiz que ti) prestar informação do trabalho judicial realizado;
é relator do processo, bem como dos juízes adjuntos, que tenham e) supervisar os cartórios e garantir o seu normal
dado visto para julgamento. funcionamento;
Subsecçllo IV fi exercer as demais funções que lhe forem conferidas por
lei, regimento ou por decisão do presidente do tribunal.
Presidente e Vlce-I'resldente
Subsecção VI
Distribuição geral e dos cartórios Judiciais
(Nomeaçh)
I. O Presidente e Vice-Presidente do Tribunal Supremo são ARTIGOS?
nomeados pelo Presidente da República, por uma mandato de (Dlstrlbulçllo geral a cartórios Judiciais)
cinco 'anos renováveis, ouvido o Conselho Superior da
Magistratura Judicial. I. No Tribunal Supremo funciona uma distribuição geral e
cartórios judiciais, cuja orgânica, funcionamento e competências
2. O acto de nomeação do Presidente e dei Vice-Presidente do
são regulados em diploma próprio.
Tribunal Supremo está sujeito a ratificação pela Assembleia da
República. 2. Cabe ao Secrelário-Geral do Tribunal Supremo superintender
os serviços indicados no número anterior.
ARTIGOS<·
ti) presidir, sempre que nelas intervenha como membro do (Natureza dos tribunais superiores da recurso)
painel de juízes, ou quando entenda que deve participar
Os tribunais superiores de recurso são, por essência, tribunais
nas conferências das secções, neste caso sem direito a
de recurso.
voto, salvo na situação prevista no n. o 4 do artigo 48;
e) convocar e presidir às sessões de distribuição de processos;
ARTIGOS9
fi nomear os presidentes dos tribunais e de secções, ouvido
o Conselho Superior da Magistratura Judicial; (Seda a furlsdlç60) .
g) emitir directivas e instruções de carácter genérico, I. A sede dos tribunais superiores de recurso deve situar-se
dirigidas aos tribunais ju:liciais de escalão inferior, numa das capitais administrativas incluídas na área da sua
visando uma maior eficácia e qualidade da jurisdição.
administração de justiça;
h) desempenhar as demais atribuições previstas na lei. 2. A área de jurisdição dos tribunais superiores de recurso é
definida no respectivo diploma de criação.
2. O Presidente do Tribunal Supremo pode delegar no Vice-
Presidente algumas competências qve lhe estão atribuídas. Subsecção II
ARTIGOSS Organização, composição e competências
(Competlnelas do Vle,••Presldente) ARTIGO 60
c) julgar dos conflitos de competência entre tribunais (secretaria, cartórios e serviço. de apoio)
judiciais de província da área <la sua jurisdição; lo Nos tribunais superiores de recurso funciona uma secretaria,
d) exercer as demais competências cefínidas por lei.
cartórios e pode haver serviços de apoio, sempre que as
ARTIGO 63
circunstâncias o justifiquem.
2. A organização, funcionamento e competências das unidades
(Compelincle como tribunal de prl,"elra InatAncla) orgânicas indicadas no número anterior são reguladas em diploma
Ao tribunal superior de recurso, funcionando como tribunal próprio.
de primeira instância, compete:
SECÇÃO IV
a) julgar os processos crime em que sejam arguidos juízes
Tribunais j~diciais de província
profissionais dos tribunais judiciais de província e
magistrados do Ministério Público junto dos mesmos; ARTIGO 68
b) julgar os processos crime em que sejam arguidos juízes (Jurlsdlçlo e sede)
eleitos dos tribunais judiciais, e província, por actos
relacionados com o exercício das suas funções; A área de jurisdição e a sede dos tribunais judiciais de
c) conhecer e decidir das acções de perdas e danos província são definidas no respectivo diploma de criação.
instauradas contra os juízes proissionais dos tribunais
ARTIGO 69
judiciais de província e magi strados do Ministério
Público junto destes, por actos I'raticados no exercício (Organlzaçlo)
das suas funções; O tribunal judicial de província pode organizar -se em secções
ti) conhecer dos pedidos de habeas co rpus que, nos termos da de competência genérica ou de competência especializada a
lei processual, devam ser remeti ias para este tribunal; estabelecer por despacho do Presidente do Tribunal Supremo.
e) exercer as demais competências r efinidas por lei.
. ARTlG070
ARTIGO 64
(Funcionamento)
(Julz-Pre.ldente)
lo Em primeira instância, o tribunal judicial de província pode
O Juiz-Presidente do tribunal superior de recurso é designado funcionar como tribunal singular ou colegial, conforme o
pelo Presidente do Tribunal Supremo ouvido o Conselho determinado pela lei de processo ou outro diploma.
Superior da Magistratura Judicial, de entre os juízes 2. As deliberações e os julgamentos do tribunal judicial de
desembargadores que integram aquele mes no órgão jurisdicional. província, quando funcione em segunda instância, têm lugar em
conferência do colectivo de juízes que o compõem.
ARTIGO 65
ARTIGO 71
(Competincla. do Julz-Pre .Idente)
(Composlçlo)
Compete ao Juiz Presidente do tribunal superior de recurso:
J. O tribunal judicial de província é composto:
a) dirigir e representar o tribunal;
b) orientar superiormente os serviços fie secretaria e de apoio: a) por três juízes profissionais quando funcione como
c) convocar e presidir às sessões de distribuição de processos; tribunal de segunda instância;
ti) presidir às conferências e julgamentos do tribunal ou da b) por um juiz profissional e quatro juízes eleitos, quando
secção de que for membro; funcione em primeira instância, como tribunal colegial.
e) presidir ao acto de investidura dos juízes eleitos do 2. O tribunal judicial de província, quando esteja organizado
tribunal; em secções integra também os presidentes destas.
530-(8)
ISÉRIE-NÚMER033
ARTlG072
j) dar posse aos juízes dos tribunais judiciais de distrito;
(Quorum) g) propor ao Conselho Superior da Magistratura Iudicial a
I. Funcionando em primeira instâr cía.como tribunal colegial. transferência e colocação de juízes de escalão distrital;
o tribunal judicial de província não pode deliberar sem que h) informar'o Tribunal Supremo sobre a movimentação e
estejam presentes. pelo menos. dois juízes eleitos. além do juiz distribuição de juízes eleitos;
profissional. z) prestar informação sobre a actividade judicial do tribunal;
2. Funcionando em segunda instância o tribunal judicial de J) emitir directivas e instruções nos termos do que se achar
província não pode deliberar sem que estejam presentes dois regulado em diploma próprio;
juízes profissionais. k) dar posse aos funcionários do tribunal e prestar sobre
3. Para efeitos do disposto no número anterior. em caso de eles informações de serviço;
empate. intervêm o juiz presidente do tribunal. l) proceder disciplinarmente contra funcionários do tribunal;
controlar a gestão do orçamento e do património. bem
ARTIGO 73 COll)O a arrecadação de receitas do Estado e do Cofre
b) julgar e decidir as acções de perdas e danos intentadas. (Compatênela doa presidentes daa aeeç6ea)
por factos relacionados c om o exercício das suas
Compete aos presidentes das secções:
funções, contra juízes de tribunais de escalão inferior
e magistrados do Ministério Público junto dos a) dirigir as sessões de julgamento;
tribunais judiciais de distrito. b) supervisar o cartório e garantir o seu correcto
funcionamento;
2. Ao tribunal judicial de província, funcionando' como
tribunal de primeira instância. compete. em matéria criminal: c) prestar informação à presidência do tribunal sobre a
actividade realizada;
a) julgar as infracções criminais cujo conhecimento não
ti) exercer as demais atribuições que sejam conferidas por
seja atribuído a outros tribunais;
outro diploma dos tribunais judiciais ou por decisão
b) conhecer os processos crime em que sejam arguidos juf-
d!>presidente do tribunal.
zes profissionais dos tribunais judiciais de distrito e
magistrados do Ministério.Público junto dos mesmos. ARTIGO 77
ARTIGO 104
ARTIGO99
(Compelinclas do Secretárlo-Geral)
(Competência)
Ao Conselho Consultivo compete:
I. Compete ao Secretário-Geral assegurar a coordenação da
execução e o controlo das decisões dos órgãos de direcção do
a) apreciar e emitir parecer sobre) programa anual do aparelho judicial, visando garantir a implementação das políticas,
Tribunal Supremo e o relatlÍrio das actividades planos, programas e decisões aprovadas.
desenvolvidas; 2. As competências próprias do Secretário-Geral e delegáveis
b) analisar e dar parecer sobre directivas e instruções a pelos órgãos de direcção do aparelho judicial, nos domínios de
emitir pelo Presidente do Tribu nal Supremo; recursos humanos, planificação, orçamento e património, são
fixadas em diploma próprio.
c) apreciar e emitir parecer sobre projectos de diploma legal
concernentes à administração ca justiça. ARTIGO 105
Subsecção IV (Administradores Judiciais)
Secretariado-Gerai dos trlbunai 3 judiciais I. Adstritos ao Secretariado-Geral dos tribunais, tendo por
objectivo o exercício das atribuições referidas no artigo 103,
ARTIGO 100
nos tribunais de escalão inferior e com funções de apoio aos
(Natureza) respectivos juízes presidentes existem administradores judiciais.
2. Os administradores judiciais respondem duplamente aos
O Secretariado-Geral dos tribunais judiciais é o órgão
respectivos juízes presidentes e aos secretários gerais dos tribunais.
permanente de concepção, coordenação, execução e apoio
técnico-judiciário e técnico-administrativo que se ocupa da ARTlGÜI06
generalidade das matérias administrativa s comuns a todos os
(Quadro de pessoal)
tribunais judiciais.
I. Os tribunais judiciais dispõem de um quadro de pessoal
ARTIGO 101 integrando funcionários das carreiras comuns e oficiais de justiça,
(Ealrutura orginlca) regendo-se os primeiros pelo regime geral da função pública e os
segundos por estatuto próprio. .
1. A estrutura orgânica do Secretariado-Geral dos tribunais 2. Considera-se oficial de justiça os funcionários dos tribunais
judiciais comporta uma área de apoio à actividade jurisdicional que desempenham funções auxiliares nos processos judiciais,
e uma área de apoio burocrático e admi ristrativo e de gestão
financeira, do pessoal e patrimonial dos tribunais judiciais, SECÇÃO III
3. Cabe ao Governo assegurar a construção das infra-estruturas 2. Aos tribunais referidos no número anterior é fixada
necessárias ao adequado funcionamento dos tribunais, de acordo transitoriamente a seguinte jurisdição:
com o plano de extensão da rede judiciária a estabelecer em a) ao Tribunal Superior de Recurso de Maputo, a jurisdição
coordenação com o poder judicial. sobre os tribunais judiciais das províncias de Maputo,
4. O Governo assegura a formação de magistrados judiciais, Gaza, Inhambane e Cidade de Maputo;
oficiais de justiça e demais funcionários dos tribunais. b) ao Tribunal Superior de Recurso de Beira, a jurisdição
sobre os tribunais judiciais das províncias de Sofala,
CAPiTULO V Manica e Tete;
c) ao Tribunal Superior de Recurso de Nampula, ajurisdição
INSPECÇÃO JUDICIAL
sobre os tribunais judiciais das províncias da
ARTIGO 111 Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa.
3. Os tribunais judiciais indicados no n." 2 devem entrar em
(Objectlvol)
funcionamento até um ano após a publicação da presente Lei.
A inspecção judicial prossegue, entre outros, os seguintes
objectivos:
Os tribunais judiciais criados na vigência da Lei n. o 10192, de É revogada a Lei n. o 10192, de 6 de Maio e a demais legislação
6 de Maio, mantêm-se em funcionamento nos precisos termos que contrarie o disposto na presente Lei.
por ela estabelecidos e na medida em q re não contrariem o
disposto na presente Lei. ARTIGO 120
(Publicação de declsOe.) A presente Lei entra em vigor 180 dias após a sua publicação.
i. São publicados em Boletim da República: Aprovada pela Assembleia da República, aos 8 de Maio de
a) na I Série, os Assentos; 2007. - O Presidente da Assembleia da República, Eduardo
b) na III Série, os Acórdãos. Joaquim Mulémbwê.