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C o p y r i g h t ® 1991, by Mauro Betti

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EDUCAÇÃO FÍSICA
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quaisquer sem autorização prévia do editor.
E SOCIEDADE
Revisão:
A educação física na escola brasileira de 1 o e 2 o graus
Maria José da Cunha Bastos

Capa:
Marco Fogaccia
D a d o s de C a t a l o g a ç ã o na P u b l i c a ç ã o ( C I P ) Internacional
( C â m a r a B r a s i l e i r a do Livro, S P , B r a s i l )

Betti, M a u r o , 1 9 5 7 -
Educaçao fisica e sociedade / M a u r o B e t t i . — São
Paulo : E d i t o r a M o v i m e n t o , 1991.

Bibliografia.

1. Educaçao fisica - A s p e c t o s sociais 2. E d u c a -


ção fisica - Brasil - H i s t o r i a 3 Educaçao fisica
(15 grau) 4. E d u c a ç a o f i s i c a (2- grau) I. T i t u l o .

CDD-613.707
MAURO BETTI
-372.86
91-0492 -613.70981

Indices p a r a c a t á l o g o sistemático:

1. Brasil : E d u c a ç a o física : H i s t o r i a 613.70981


2. Educaçao f i s i c a : E n s i n o de 15 grau 372.86
3. Educaçao f i s i c a : E s t u d o e ensino 613.707

MOIflMENTO
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
A EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA BRASILEIRA 89

A Educação Física de 1946 a 1968

Neste p e r í o d o d i m i n u í r a m c o n s i d e r a v e l m e n t e as iniciativas o f i -
ciais na área. C o n t u d o , i n i c i o u - s e u m a extensa reorganização de conceitos
e a ascensão d o f e n ô m e n o e s p o r t i v o , q u e l e v a r i a m , no p e r í o d o s e g u i n t e , à
f o r m u l a ç ã o de u m n o v o m o d e l o para a Educação Física n o país.
Politicamente, o período é conhecido c o m o "democracia populis-
t a " , e c a r a c t e r i z o u - s e p o r várias crises, da deposição de Vargas e m 1945 ao
suicídio e m seu s e g u n d o g o v e r n o , em 1954, passando pela renúncia de
J â n i o Q u a d r o s e c u l m i n a n d o c o m a Revolução de 1964. A e c o n o m i a enfa-
tizou a industrialização, e c o m a política " d e s e n v o l v i m e n t i s t a " do g o v e r n o
Kubitschek a c e n t u o u - s e t a m b é m a internacionalização da e c o n o m i a . O dis-
t a n c i a m e n t o entre o m o d e l o político, c o m base na política de massas,
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criado por Vargas, e o m o d e l o econômico com base na internacionalização dade de ascensão social, do que de boa vontade das classes dirigentes, que
da economia gerou a crise política que culminou na reorientação total do ainda c o m p r e e n d i a m a escola secundária c o m o local de seleção e encami-
processo a partir do golpe de 64 (Romanelli, 1986). nhamento escolar das futuras elites d o país (Beisiegel, 1984). A própria re-
democratização pela qual passava o país, a partir de 1945, colaborou para
Política Educacional este f e n ô m e n o , pois, pressionados pelos eleitores, os políticos responde-
ram às reivindicações da população (Rodrigues, Sposito, citados por Bei-
Na Constituição de 1946, elaborada pela Assembléia Nacional siegel, 1984).
Constituinte, e de inspiração ideológica liberal-democrática, voltou a apa- A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), sob nú-
recer a influência dos educadores da Escola Nova, que havia diminuído m e r o 4.024, e n t r o u e m v i g o r e m 20 de dezembro de 1961, tendo fixado
consideravelmente durante o Espado Novo. Ela estabeleceu a competência c o m o fins da educação nacional:
da União para legislar sobre as diretrizes e bases da educação nacional, ao
m e s m o t e m p o que delegava aos Estados a organização de seus sistemas a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa hu-
de ensino, cabendo à União um caráter supletivo. Garantiu a educação mana, do cidadão, d o Estado, da família e dos demais
c o m o u m direito de todos, e a obrigatoriedade e gratuidade do ensino grupos que c o m p õ e m a comunidade;
primário (Brasil, Congressó Nacional, 1952b). b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do
Em 1948, inspirado na Carta de 1946, o então Ministro da Edu- homem;
cação, Clemente Mariani, envia à Câmara Federal u m projeto de reforma c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidarieda-
da educação nacional, elaborado por uma comissão de educadores, entre de internacional;
os quais Lourenço Filho e Fernando de Azevedo, mas t a m b é m represen- d) o desenvolvimento integral da personalidade humana
t a n t e s d o s educadores católicos, como Leonel Franca e Alceu A m o r o s o e a sua participação na obra do bem c o m u m ;
Lima (Mariani, 1952). e) o preparo do indivíduo e da sociedade para o d o m í n i o
O projeto reacendeu as lutas ideológicas interrompidas durante.O dos recursos científicos e tecnológicos que lhes p e r m i t a m
Estado Novo. Inicialmente, o debate travou-se em t o r n o da descentrali- utilizar as possibilidades e vencer as dificuldades do
zação-centralização; depois,.em. torno. da.questão.da.liberdade de ensino. meio;
Quanto à esta última, tratava-se do interesse da escola privada, mais uma f) a preservação e expansão do patrimônio cultural;
vez aliada à Igreja, èm ocupar maior espaço no ensino brasileiro (Roma- g) a condenação a qualquer tratamento desigual pôr m o -
nelli, 1986). Substitutivo apresentado em 1959 pelo deputado Carlos La- tivo de convicção filosófica, política ou religiosa, bem
cerda procurava defender a iniciativa privada e conter a expansão da esco- como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça.
la pública. E m reação, os educadores da velha geração dos pioneiros, uni- (Brasil, Congresso Nacional, 1978a, p. 243-244)
dos agora a profissionais de outras áreas, intelectuais e líderes sindicais,
lançaram a "Campanha em Defesa da Escola Pública", e apresentaram As consequências do m o v i m e n t o armado de 1964 sobre a política
t a m b é m um substitutivo que se aproximava do anteprojeto original. educacional manifestaram-se principalmente a partir de 1968, e serão ob-
0 anteprojeto final apresentado ao plenário da Câmara manteve jeto de atenção posteriormente.
muitos princípios do substitutivo Lacerda: educação fundamentada nos di-
reitos da família e proteção à escola privada. O resultado final, no entender A Educação Física e a Política Educacional
de Romanelli (1986), foi negativo para a evolução do sistema educacional
brasileiro; fez prevalecer o modelo antigo, mantendo o descompasso entre Logo em 1946, o Ministro da Educação e Saúde do governo tran-
o sistema educacional e a modernização pela qual passava a sociedade sitório de José Linhares, Leitão da Cunha, adotou medidas que afetaram
brasileira. Contudo, a nova lei previa u m certo grau de descentralização, ao diretamente a Educação Física. Através do Decreto-Lei 8.535, de 21 de
não prescrever um currículo fixo e rígido para todo o território nacional. abril, modificou a estrutura do Ministério, subordinando diretamente ao
Apesar disso, o período compreendido entre o final da década de Ministro várias divisões do DNE, deixando isoladas as Divisões de Edu-
40 e os anos 60 marcou uma relativa expansão da escola pública secundá- cação Física e Educação Extra Escolar (Brasil, Presidência da República,
ria, mais como decorrência da pressão das reivindicações populares, pois 1952b). Na mesma data, a Portaria Ministerial n- 5 d i m i n u i u de três para
este nível escolar passou a ser visto pela população como uma possibili- duas o n ú m e r o de sessões semanais de Educação Física no ensino se-
cundário e reduziu o t e m p o de duração de cada sessão (Brasil, MES,
1952b).
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A EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA BRASILEIRA

E m 1955, pela p r i m e i r a vez desde sua criação e m 1937, a direção horária s e m a n a l m í n i m a p a r a a Educação Física, para g a r a n t i r o alcance
da DEF f o i e n t r e g u e a u m civil, o p r o f e s s o r A l f r e d o C o l o m b o , q u e e m seu dos o b j e t i v o s e d u c a c i o n a i s e os c r i t é r i o s de fiscalização, c o i b i n d o os des-
d i s c u r s o de posse a f i r m o u : vios d o p r i n c í p i o legal (Brasil, M E C , DEF, 1966a). A n t e r i o r m e n t e , o CFE,
após a l g u m a p o l ê m i c a , d e c l a r o u , n o Parecer 16/62, sua i n c o m p e t ê n c i a para
(...) t u d o f a r e m o s para q u e este ó r g ã o não seja u m a Di- fixar a d i s t r i b u i ç ã o h o r á r i a das sessões d e Educação Física (Brasil, CFE,
v i s ã o - p o l í c i a e s i m u m a D i v i s ã o - s e r v i ç o , a f i m de q u e os 1966).
r e q u i s i t o s legais s e j a m exequíveis e os o b j e t i v o s e d u c a - A P o r t a r i a n 9 148, d o M E C , de 27 d e a b r i l de 1967, c o n c e i t u o u a
cionais a t i n g i d o s . { C o l o m b o , 1955a, p. 6) Educação Física c o m o " u m c o n j u n t o d e ginástica, j o g o s , d e s p o r t o s , d a n ç a s
e recreação", d e f i n i n d o - l h e c o m o objetivos:
A p a r e n t e m e n t e , a açãò da Divisão d u r a n t e as a d m i n i s t r a ç õ e s an-
t e r i o r e s não t i n h a s i d o b e m recebida pelas escolas, pois n o m e s m o discur- (...) p r o m o v e r o d e s e n v o l v i m e n t o h a r m o n i o s o d o c o r p o e
so C o l o m b o r e f e r i u - s e a " u m latente estado de c h o q u e q u e existe entre es- d o e s p í r i t o e, de m o d o especial, f o r t a l e c e r a v o n t a d e ,
se ó r g ã o e a d i r e ç ã o d o s e s t a b e l e c i m e n t o s de e n s i n o " (p. 5).
f o r m a r e d i s c i p l i n a r h á b i t o s sadios, a d q u i r i r h a b i l i d a d e s ,
E m especial, as escolas particulares m a n i f e s t a r a m - s e e m 1947, n o
e q u i l i b r a r e c o n s e r v a r a s a ú d e e i n c e n t i v a r o espírito d e
S e g u n d o C o n g r e s s o N a c i o n a l d o s E s t a b e l e c i m e n t o s Particulares de Ensi-
e q u i p e d e m o d o q u e seja alcançado o m á x i m o de re-
n o , r e i v i n d i c a n d o q u e , face : às d i f i c u l d a d e s inerentes ao d e s e n v o l v i m e n t o
sistência o r g â n i c a e eficiência i n d i v i d u a l . (Brasil, M E C ,
da Educação Física n o e n s i n o m é d i o , d e v e r - s e - i a m i n s t i t u i r c e n t r o s espe-
1983, p. 47)
cializados para a sua práticà e e x p e d i r n o v o s r e g u l a m e n t o s , para t r a n s f o r -
m a r a Educação Física, de e n f a d o n h a e ineficaz, e m prática atraente e p r o -
Nesta m e s m a P o r t a r i a , as c o m p e t i ç õ e s e s p o r t i v a s f o r a m a d m i t i -
.yej.tpsa.lPasqu.a.l.e, 1955). f o i atendida pelo M E S através da
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das c o m o a t i v i d a d e s r e g u l a r e s da Educação Física, " c f l i a n d o d i r i g i d a s o u
P o r t a r i a n 104, de 6 de a b p l de 1955, q u e c r i o u os " C e n t r o s d e Educação
o r g a n i z a d a s p o r p r o f e s s o r h a b i l i t a d o " (p. 48).
Física" (Brasil, M E S , 1955j, solução considerada pelo e n t ã o Diretor d o
A o f i n a l da d é c a d a d e 60 f o i e l a b o r a d o o " D i a g n ó s t i c o da E d u -
D N E , c o m o " d e â m b i t o m a i s geral, de técnica m a i s adequada e de c u n h o
cação Física e D e s p o r t o s d ò BrasiTYquê1cTi^õíi7"ê'ntFe^üYr¥srãs'séguintes
m a i s e c o n ô m i c o para o p r o b l e m a da f i s i c u l t u r a " (Pasquale, T955, p. 39).
conclusões:
A P o r t a r i a M i n i s t e r i a l n 9 168, de 17 d e abril d è 1956, cò nsòfídòü ás
.disposições..em...vigor. s o b r e a prática da Educação Física nos estabeleci- - E m b o r a haja o b r i g a t o r i e d a d e legal desde 1851, a E d u -
m e n t o s d e e n s i n o s e c u n d á r i o . O t e m p o de d u r a ç ã o das sessões v o l t o u a cação F í s i c a / D e s p o r t o s , n o nível p r i m á r i o de e n s i n o , é
ser c i n q u e n t a m i n u t o s , e o n ú m e r o d e sessões passou a três para os a l u n o s p r a t i c a m e n t e i n e x i s t e n t e (...•).
m a t r i c u l a d o s nos " C e n t r o s d e Educação Física" (Brasil, M E C , 1956). De- - A inspeção da o b r i g a t o r i e d a d e da Educação Física/Des-
t e r m i n o u t a m b é m a suspensão das atividadesiescolares para participação
p o r t o s n o e n s i n o m é d i o é realizada apenas n o m i n a l m e n -
e m c o m p e t i ç õ e s e s p o r t i v a s e d e m o n s t r a ç õ e s de Educação Física.
te na m a i o r p a r t e d o país e a prática das a t i v i d a d e s físicas
O a c o n t e c i m e n t o m a i s i m p o r t a n t e d o p e r í o d o f o i a inclusão da é p r e p o n d e r a n t e m e n t e i m p r o v i s a d a q u a n t o aos locais
o b r i g a t o r i e d a d e da Educação Física na L D B , de 1961, para os cursos (...).
p r i m á r i o e m é d i o , até a idade de 18 anos (Brasil, C o n g r e s s o Nacional, - A s Escolas N o r m a i s , salvo a l g u m a s exceções, não pre-
1978a). O a n t e p r o j e t o final da Lei não fazia referência à Educação Física, e p a r a m as p r o f e s s o r a s p r i m á r i a s para o o b j e t i v o da E d u -
s e g u n d o Brasil, M E C , DEF (1966a), apenas q u a n d o o então D i r e t o r da DEF
cação F í s i c a / D e s p o r t o s n o nível c o r r e s p o n d e n t e d e e n s i -
fez m i n u c i o s a exposição ao relator do p r o j e t o na Câmara d o s D e p u t a d o s é
no. (Brasil/ M i n i s t é r i o d o P l a n e j a m e n t o e C o o r d e n a ç ã o
q u e f o i i n t r o d u z i d a a e m e n d a alusiva à Educação Física, p o s t e r i o r m e n t e
Geral, M E C , 1971, p. 354-357).
t r a n s f o r m a d a no a r t i g o 22 da Lei 4.024. Esta m e d i d a c o n s o l i d o u d e f i n i t i -
v a m e n t e a i n t r o d u ç ã o da Educação Física no sistema escolar brasileiro de A o s p r o b l e m a s q u e e m e r g i a m na Educação Física Escolar neste
1 ? e 2 9 g r a u s , e f o i r e g u l a m e n t a d a pelo Decreto 58.130, de 3 de m a r ç o de p e r í o d o , o Estado iria r e s p o n d e r c o m u m a nova legislação e m 1971.
1966 (Brasil, Presidência da República, 1966). Esta r e g u l a m e n t a ç ã o , c o n t u -
d o , não a t e n d e u aos anseios da DEF, q u e desejava ver f i x a d a u m a carga Mudança dos Conceitos em Educação Física

O q u e s t i o n a q n e n t o dos c o n c e i t o s prevalecentes i n i c i o u - s e já e m
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94 MAURO BETTI A EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA BRASILEIRA

1942. A o b r a v e n c e d o r a d o " C o n c u r s o de C o n t r i b u i ç õ e s para o M é t o d o p a m e n t o s na aplicação dos processos de t r a b a l h o :


N a c i o n a l d e E d u c a ç ã o Física", p r o m o v i d o pela DEF, c o m o t í t u l o " B a s e s
Científicas da Educação Física", de a u t o r i a da S o c i e d a d e d e E s t u d o s d o s U m a criança não p o d e r á ter os m e s m o s o b j e t i v o s de u m
P r o b l e m a s da E d u c a ç ã o Física (1952), q u e s t i o n a o c o n c e i t o a n á t o m o - f i - a d u l t o ; não i n t e r p r e t a r á os exercícios da m e s m a m a n e i r a
s i o l ó g i c o , e p r o p õ e o c o n c e i t o b i o - s ó c i o - f i l o s ó f i c o da Educação Física. Par- q u e este ú l t i m o , m e s m o p o r q u e o g r a u de atenção da
te das ciências q u e c o n s t i t u e m a e d u c a ç ã o , d i s c o r r e s o b r e os f u n d a m e n t o s criança é d i f e r e n t e , (p. 7)
f i l o s ó f i c o s , s o c i o l ó g i c o s , p s i c o l ó g i c o s e b i o l ó g i c o s da Educação Física e cri-
tica o M é t o d o Francês. N o t a - s e na o b r a a i n f l u ê n c i a da Escola N o v a ; são C o n d e n a os exercícios f o r m a i s e artificiais c o n h e c i d o s c o m o f l e -
feitas citações d e A l m e i d a J ú n i o r , L o u r e n ç o Filho, F e r n a n d o d e A z e v e d o , x i o n a m e n t o s , c a u s a d o r e s " d o desinteresse das crianças pela Educação Fí-
Dewey e Claparède. sica" (p. 7). A p o n t a a t e n d ê n c i a n a t u r a l da criança e m p r o c u r a r os j o g o s ,
M u s a (1946) c r i t i c o u a r e g u l a m e n t a ç ã o oficial da Educação Física, i n c l u s i v e os j o g o s e s p o r t i v o s , e sugere sua inclusão c o m m a i o r f r e q u ê n c i a
q u e e x i g i a " u m s e m n ú m e r o de p r o v i d ê n c i a s , n o s e n t i d o de ser estabeleci- nos programas.
d o o c o n t r o l e m é d i c o - b i o m é t r i c o " (p. 4 5 - 4 6 ) . M a r i n h o (s.d.b) r e c o m e n d o u as f o r m a s d i n â m i c a s de t r a b a l h o ,
Diversas t ò m a d a s b i o m é t r i c a s e x i g i a m d o p r o f e s s o r u m g r a n d e pois as estísticas e analíticas, e m b o r a p o s s a m d e s e n v o l v e r as f o r m a s físi-
t r a b a l h o " r o u b a n d ó - l h e (...) u m t e m p o útil q u e p o d e r i a ser aplicado p r a t i - cas, " n u n c a e n s i n a r ã o a utilizá-las e f i c i e n t e m e n t e c o m m a i o r h a b i l i d a d e ,
c a m e n t e e m p r o v e i t o d o s p r ó p r i o s a l u n o s " , c o n s t i t u i n d o um t r a b a l h o d e de m a n e i r a m a i s i n t e l i g e n t e " (p. 250), a l é m d o que:
g a b i n e t e , " s e m u t i l i d a d e p r á t i c a " , pois a m a i o r i a d o s professores " n u n c a
o b s e r v o u a classificaç^p h o m o g ê n e a d e t e r m i n a d a pelas fichas, por d e f i - Fazer c o m q u e u m adolescente, cujos interesses são m u i -
ciência dessa classificação e e n i via de r e g r a , p o r não ser possível estabele- 'tp'Wnãdo¥;'p'è?MSn®Çâ"'P'ÕT'S'6is a n o v é m i n u t o s i m ó v e l ,
c e - l a " (p. 4 6 ) . . s e m falar, de d e t e r m i n a r - l h e q u e m o v a p r i m e i r o os b r a -
M a r i n h o (1944)-propôs-uíri conceito bio-sócio-psico-filosófico pa- ços, d e p o i s as pernas, a seguir o t r o n c o e a s s i m por d i a n -
ra a E d u c a ç ã o Física, e m o p o s i ç ã o ao c o n c e i t o a n á t o m o - f i s i o l ó g i c o , pois te, p a r e c e - n o s não ser u m a f o r m a lá m u i t o a t r a e n t e x l e
este ú l t i m o " t e m i m p e d i d o o seu p r o g r e s s o e s o b r e t u d o , d i f i c u l t a d o o al- t r a b a l h o físico, (p. 249)
cance d e seus v e r d a d e i r o s , a m p l o s e s u p e r i o r e s o b j e t i v o s " (p. 29). Pede
m a i s a t e n ç ã o aos aspectos p s i c o l ó g i c o s , pois: Para A. B. Silva (1946), se a educação é u m processo de e v o l u ç ã o
i n t e g r a l (físico, m o r a l e intelectual), " j a m a i s p o d e r e m o s c o n c e b e r a ideali-
M u i t a s vezes, e isso a c o n t e c e c o m f r e q u ê n c i a , u m p r o - zação de u m m é t o d o para cada u m a dessas p a r t e s " , m e s m o p o r q u e " a s
g r a m a d e e d u c a ç ã o física é ó t i m o s o b o p o n t o de vista fi- bases científicas e m q u e r e p o u s a a educação física são as m e s m a s e m q u e
s i o l ó g i c o , m a s p é s s i m o s o b o p s i c o l ó g i c o . E os e d u c a n - sé f u n d a m e n t a a educação g e r a l " (p. 58). Para a q u e l e a u t o r existia na E d u -
d o s r e a l i z a m as tarefas q u e lhes são i m p o s t a s c o m o se cação Física brasileira u m a concepção e r r ó n e a d e " m é t o d o " , q u e nada
f o s s e m t r a b a l h o s f o r ç a d o s , para utilizar m a i s u m a vez a m a i s é d o q u e " o c o n j u n t o de m e i o s o u processos c o n v e n i e n t e m e n t e dis-
feliz e x p r e s s ã o de C l a p a r è d e . (p. 24) p o s t o s para o alcance d o o b j e t i v o a l m e j a d o " , e e m matéria de ensino, q u e r
n o setor intelectual ou físico, o o b j e t i v o é a " e d u c a ç ã o para a v i d a " (p.
A i n d a para M a r i n h o , c o m o a sociedade m u d a , faz s e m p r e novas 58-59).
e x i g ê n c i a s aos i n d i v í d u o s , e a s s i m a e d u c a ç ã o deve p r e p a r a r as crianças C o l o m b o (1955b) c o n s i d e r o u q u e a Educação Física t e m sido
para o f u t u r o . Para isso a escola deve d e s e n v o l v e r a p e r s o n a l i d a d e de cada s e m p r e l i m i t a d a pela u n i l a t e r a l i d a d e d o s c o n h e c i m e n t o s ; p r i m e i r o foi ape-
a l u n o pelo t r a b a l h o q u e as suas c a p a c i d a d e s p e r m i t e m realizar " e não li- nas a n a t ô m i c a , d e p o i s fisiológica, d e p o i s e x c l u s i v a m e n t e psicológica.
m i t a r - s e a d i s t r i b u i r tarefas p a d r o n i z a d a s , q u e r e s t r i n g e m o d e s e n v o l v i - P r o p ô s e n t ã o o conceito s o c i a l - e d u c a t i v o , o n d e a Educação Física " d e i x a
m e n t o d a q u e l a s capacidades e i m p e d e m a florescência da p e r s o n a l i d a d e " de encarar o i n d i v í d u o i s o l a d a m e n t e para c o n d u z í - l o c o m o e l e m e n t o de
(p. 28). u m g r u p o , de u m a s o c i e d a d e " (p. 4). O r e s u l t a d o i m e d i a t o q u e busca a
A . M . Costa (1949) q u e s t i o n o u p r o f u n d a m e n t e o M é t o d o Francês. Educação Física é o a p e r f e i ç o a m e n t o i n d i v i d u a l , " p o r é m o r e m o t o , o f u t u -
Para ele, as m o d a l i d a d e s d e t r a b a l h o não p o d e r i a m ser as m e s m a s para os ro é o a p r i m o r a m e n t o s o c i a l " (p. 4).
d i f e r e n t e s estágios de d e s e n v o l v i m e n t o m e n t a l , e u m m é t o d o de Educação O conceito b i o - p s i c o - s o c i a l apareceu i n c o r p o r a d o no Decreto
Física não p o d e r i a d e s c o n s i d e r a r a n a t u r e z a psíquica d o s d i f e r e n t e s g r u - 58.130, de 1966, d e f i n i n d o para a Educação Física o o b j e t i v o d e " a p r o v e i -
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96 MAURO BETTI A EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA BRASILEIRA

tar e dirigir as forças do indivíduo - físicas, morais, intelectuais e sociais, de artigos de investigação científica, na área da fisiologia do esforço aplicada
maneira a utilizá-las na sua t o t a l i d a d e " (Brasil, Presidência da República, ao treinamento esportivo. T a m b é m em 1968, a DEF promoveu o "Curso
1966, p. 471). de Introdução à Ciência do Treinamento Desportivo", que foi assim apre-
sentado:
O Início da Esportivização
A observação do desempenho das equipes representati-
No conceito social-educativo da Educação Física apresentado por vas nacionais, em todos os setores desportivos, tem indi-
C o l o m b o (1955b) u m i m p o r t a n t e papel é atribuído ao esporte. A c o m p e - cado uma evidente ineficiência no que se refere à con-
tição estimula a unição dos participantes, desenvolve a solidariedade, a dição física (...). A l é m disso, é sensível na atualidade que
camaradagem e a lealdade) c o n t r i b u i n d o para a formação do caráter. O a pesquisa do treinamento desportivo, com suas impli-
esporte congrega os indivíduos e m t o r n o de u m interesse c o m u m , numa cações e novos conceitos, está influenciando preponde-
f o r m a de associação que fortalece a própria sociedade, pois " n ã o há nada rantemente a evolução de t o d o s os setores da Educação
de social que não seja p r i m e i r a m e n t e individual" (p. 6). Física. (Brasil, MEC, DEF, 1968, p. 7)
Musa (19f6) propôs u m m é t o d o de Educação Física baseado no
esporte, atendendo aos seguintes objetivos e características: saúde, pela Santos (1968) sugeriu medidas para melhorar o desempenho do
melhoria das condjções psico-morfo-fisiológicas; desenvolvimento intelec- Brasil nas competições internacionais, como a reformulação da cúpula
tual, porque obriga o aluno a raciocinar; desenvolvimento moral, porque desportiva dirigente, com a criação do Ministério da Educação Física e
cria o hábito de vencer as dificuldades ; é adaptável a todas as idades e se- Desportos. Após analisar os indicadores do desempenho atlético, L.-P.
xos; permite a execução de lições atraentes e o professor é incentivado pe- Costa (1969) sugeriu as seguintes medidas: criação de u m órgão central de
los resultados obtidos. Considerou ainda que os "constantes exercícios de decisões, formalização de u m a Polítka Nacional de Educação f ísica e Des-
o r d e m , vozes de c o m a n d o militares, etc" (p. 51) cerceiam o ambiente de portiva e reformulação da organização e da legislação esportiva com base
alegria e liberdade necessário nas aulas de Educação Física, o que pode ser na nova política.
álcànado c o m a utilização do esporte. As Portarias do MEC 168 e 148, respectivamente de 1956 e 1967
Durante a década de 50, desapareceram da "Revista de Educação indicam a aproximação do conceito de Educação Física com o de Esporte,
Física" do Exército os editoriais de cunho ideológico-político, característi- admitindo as competições esportivas como substitutivas das sessões de
cos do Estado Novo. E m contrapartida, a u m e n t o u m u i t o o n ú m e r o de ar- Educação física.
tigos dedicados ao esporte, e m especial no campo das técnicas.
A o final da década de 50, o " B o l e t i m de Educação Física", órgão O Método Desportivo Generalizado
oficial da DE F, publicou muitos artigos sobre esporte e treinamento espor-
tivo. Em 1968, o Diretor da DEF, novamente u m oficial do Exército, apon- Neste período, a Educação Física brasileira sofreu forte influência
tava em Editorial do agora " B o l e t i m T é c n i c o - l n f o r m a t i v o " da Divisão: do m é t o d o criado pelo Instituto Nacional de Esportes da França, d e n o m i -
nado "Educação Física Desportiva Generalizada". O método foi difundido
Toda a nossa política, no setor técnico, será dirigida nu- no Brasil pelo professor Augusto Listello, ficando conhecido como " M é t o -
m a única direção - a da disseminação de conhecimentos, do Desportivo Generalizado". Resumidamente, procura incorporar o con-
obedecendo a um planejamento integrado, ora em deli- teúdo esportivo aos métodos da Educação Física, com ênfase no aspecto
neamento (...). Somente com uma base sólida estrutura- lúdico.
da nesses propósitos é que poderemos ter condições ho- Segundo Brasil, MEC, DEF (1966b) e Medeiros (1956) o Método
nestas e realistas para enfrentar o problema principal das Desportivo Generalizado visa proporcionar uma atividade física prazerosa
finalidades técnicas da DEF - o estímulo à pesquisa - me- e que englobe o indivíduo como u m todo, numa ação psico-morfo-fisio-
ta jamais alcançada desde a fundação da Divisão (A. O. C. sociológica. Desejava-se, tendo em vista " A experiência, a psicologia da
Ferreira, 1968, p. 6) juventude e os conhecimentos filosóficos e científicos atuais", substituir o
exercício "feito por obrigação, pelo exercício executado por prazer ou por
Naquele m e s m o ano iniciou-se a publicação, no " B o l e t i m " , de necessidade imperiosa" (Brasil, MEC, DEF, p. 1).
Para atingir estas finalidades o jogo foi percebido como u m meio
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MAURO BETTI A EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA BRASILEIRA

p r i v i l e g i a d o , p o r q u e a p r e s e n t a - s e c o m o mais a g r a d á v e l para os a d o l e s - , A s estratégias p r o p o s t a s pelo m é t o d o são: f o r m a de j o g o , f o r m a


centes, p r o p o r c i o n a prazer e alegria, e p o r q u e , j o g a n d o , o a l u n o manifesta coletiva de t r a b a l h o , f o r m a de t r a b a l h o p o r p e q u e n o s g r u p o s , f o r m a i n d i -
p l e n a m e n t e sua p e r s o n a l i d a d e , d e s c o b r e suas a p t i d õ e s e g o s t o s , a d q u i r e v i d u a l de t r a b a l h o , j o g o d e s p o r t i v o e j o g o d i r i g i d o . A " f o r m a de j o g o " a
c o n h e c i m e n t o d e si p r ó p r i o , exerce sua iniciativa e r e s p o n s a b i l i d a d e , tra-
m a i s livre, o n d e se f i x a m u m a o u m a i s regras d o m i n a n t e s de u m a a t i v i d a -
balha c o o p e r a t i v a e c o l e t i v a m e n t e (Brasil, M E C , DEF, 1966; Listello, 1958;
de e s p o r t i v a , na q u a l o j o g a d o r , " s e m l i m i t a ç õ e s , pratica c o m t o d a a l i b e r -
M e d e i r o s , 1956) e a s s i m p r e p a r a - s e para a v i d a , q u e t a m b é m é j o g o e
d a d e de a ç ã o " (Brasil, M E C , DEF, 1966, p. 21; Listello, 1958, p. 59). J á o
competição:
" j o g o d i r i g i d o " a prática da a t i v i d a d e e s p o r t i v a c o m t o d a s as suas r e g r a s e
c o m as ações d o j o g a d o r l i m i t a d a s p o r técnicas e táticas i m p o s t a s . O t r a b a -
(...) a v i d a , t a m b é m , é u m a luta c o n s t a n t e (...), c o m p a r á v e l
lho e m g r u p o é o p r e f e r i d o , p o r t a n t o , pois nele aa ações de cada i n d i v í d u o
a u m g r a n d e torneio^, n o q u a l , i n d i v i d u a l m e n t e , c o m par-
i n f l u e n c i a m o r e s u l t a d o f i n a l d o c o n j u n t o (Listello, 1958).
ceiros o u c o l e t i v a m e n t e , nos encontramos sempre ga-
n h a n d o o u p e r d e n d o . (Listello, 1958, p. 67) Para a " E d u c a ç ã o Física D e s p o r t i v a G e n e r a l i z a d a " o e s p o r t e " n ã o
é u m f i m , m a s u m m e i o d e f o r m a ç ã o e p r e p a r a ç ã o para a v i d a " (Brasil,
D e n t r o desta p r o p o s t a o j o g o e s p o r t i v o é o p r e f e r i d o . 0 esporte é M E C , D E F , 1966, p. 4). Ela, a i n d a , não t e m p o r f i n a l i d a d e única " a p r o c u r a
c o n s i d e r a d o u m a " m a n i f e s t a ç ã o de v i d a q u e j a m a i s p o d e ser esquecida sistemática e exclusiva dos i n d i v í d u o s f i s i c a m e n t e b e m d o t a d o s " , e s i m
(...)é possível u t i l i z a r - s e dele e m benefício d o b e m - e s t a r das gerações f u t u - oferecer a o p o r t u n i d a d e " p a r a educar.e m e l h o r a r a t o d o s , i n d i s t i n t a m e n t e "
r a s " (Brasil, M E C , DEF, 1966, p. 2). Para Listello (1958) o e s p o r t e seria, no (Brasil, M E C , D E F , 1966, p. 5).
f u t u r o , " e l e m e n t o p r i m o r d i a l n o p r e e n c h i m e n t o das horas d e l a z e r " , e p o r O M é t o d o D e s p o r t i v o G e n e r a l i z a d o r e p r e s e n t o u u m a reação c o n -
o , .
isso " c o n s t i t u i o b r i g a ç ã o - d o s e d u c a d o r e s p r e p a r a r os i n d i v í d u o s para a sua
tra os v e l h o s m é t o d o s d e ginastica, e ao m e s m o t e m p o foi u m a t e n t a t i v a
práticá, d a n d o - l h e , ao m e s m o t e m p o , o g o s t o p e l o e s f o r ç o " (p. 67). Neste
de m a n t e r o E s p o r t e , já u m a instituição social a u t ô n o m a , sob o d o m í n i o
s e n t i d o , q u a l q u e r t r a b a l h o realizado f o r a d o j o g o deveria servir apenas pa-
pe.d.ag.óa.i.c.Q...da ...Educação.. Eísi ca,.e r .de ..impedi r.suajco.mpJeta..e.sportivização,
ra e n s i n a r o i n d i v í d u o a j o g a r , a conhecer, c o m p r e e n d e r e a m a r o j o g o .
c o m o se p e r c e b e e m A. B. Silva (1968):
S e g u n d o Listello (1957) o M é t o d o Desportivo.-Generalizado t e m
c o m o o b j e t i v o s : (a) iniciar nos d i f e r e n t e s esportes; (b) o r i e n t a r para as es- (...) u m p r o g r a m a de educação física j a m a i s p o d e r á ser
pecializações a t r a v é s d o d e s e n v o l v i m e n t o e a p e r f e i ç o a m e n t o das atitudes c o n s t i t u í d o de e s p o r t e , de j o g o s o u de ginástica, c o m ex-
e gestos; (c) d e s e n v o l v e r o g o s t o pelo belo, pelo esforço e performance; e clusividade. E mais ainda sentimos que o surto esportivo
(d) p r o v o c a r as necessidades d e higiene. A aula d e " E d u c a ç ã o Física Des- q u e a n i m a a j u v e n t u d e d o m u n d o i n t e i r o , t e m se caracte-
p o r t i v a G e n e r a l i z a d a " t e m q u a t r o partes: rizado e n t r e nós p o r u m a e n o r m e d e s p r o p o r ç ã o e n t r e a
extensão e a profundidade, entre a quantidade e a quali-
1 9 ) Exercícios de a q u e c i m e n t o , c o m d e s l o c a m e n t o s base
d a d e . A i n d a (...) q u e t e o r i c a m e n t e s e j a m a p r e g o a d o s
d e p e q u e n a s c o r r i d a s e marchas e m cadências variadas;
fictícios o b j e t i v o s e d u c a c i o n a i s de o r d e m psíquica, social,
2°) Exercícios de f l e x i b i l i d a d e e d e s e n v o l v i m e n t o m u s c u -
m o r a l e de caráter, s e n t i m o s q u e as situações e d u c a c i o -
lar, v i s a n d o dar m a i o r a m p l i t u d e às articulações, d e s e n -
nais s u r g i d a s n a t u r a l m e n t e da prática e s p o r t i v a g e n e r a l i -
v o l v e r a elasticidade m u s c u l a r e dar consciência da boa
atitude; zada, não v ê m s e n d o o p o r t u n a e d e v i d a m e n t e a p r o v e i t a -
3 ? ) Exercícios de agilidade e eram, o b j e t i v a n d o dar ao das (...). (p. 32)
p r a t i c a n t e m a i o r c o n t r o l e c o r p o r a l e c o n f i a n ç a e m si
m e s m o , c o m p r e e n d e n d o exercícios em a p a r e l h o s (bar- Para Brasil, M E C , DEF (1966) o M é t o d o D e s p o r t i v o G e n e r a l i z a d o ,
ras, escada, espaldar, etc.), transposição de o b s t á c u l o s ao utilizar m o v i m e n t o s e s p o n t â n e o s e naturais, d e s p e r t a n d o o prazer pela
difíceis, saltos e m p r o f u n d i d a d e e natação ( m e r g u l h o s e a t i v i d a d e física, p r e t e n d e u livrar a Educação Física da concepção " d e u m a
salvamentos). única ginástica e de u m ú n i c o d e s p o r t o de especialização p r e m a t u r a " e
4 - ) Exercícios e s p o r t i v o s , d i r i g i d o s à iniciação, especial- possibilitar a " u n i f i c a ç ã o das d u a s a t i v i d a d e s há t a n t o t e m p o s e p a r a d a s "
m e n t e na f o r m a de j o g o s q u e e v o l u e m d e a c o r d o c o m as (p. 12).
necessidades e a idade dos i n d i v í d u o s . M a i s r e c e n t e m e n t e , M a r i n h o (s.d.c) a f i r m o u q u e a Educação Fí-
100 MAURO BETTI

sica D e s p o r t i v a Generalizada f i g u r a nos p r o g r a m a s de quase todas as es-


colas especializadas d o país, a l é m de sua prática ser bastante d i f u n d i d a n o
ensino secundário.

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