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NATAL NA BARCA

LYGIA FAGUNDES TELLES

TEORIA DA LITERATURA II - PROF. ROSILENE BOMBINI


Autora Lygia Fagundes Telles (1923 -)
Estilo
-Prosa intimista - Minimalismo - Reflexão existencial - Caráter
Metafórico
-Desfechos em aberto
-Preferência pelo universo feminino
Aspectos historiográficos
NATAL NA BARCA
Terceira Geração do Modernismo Brasileiro (1970) →laços frágeis das relações
humanas
Realismo fantástico
Os dramas são vividos na interioridade e, através da devassa da intimidade da
personagem, podem ser modelos de identificação para o leitor. Lygia figura ainda na
linha de um realismo fantástico incomum, com textos situados entre a realidade e a
fantasia, entre o sonho e o real, obtendo climas de suspense que cria em estranhos
ambientes.
Narrativas intimistas
Os fatos ficam em segundo plano. Há profusão do monólogo interior, do discurso
indireto livre, do fluxo de consciência, da superposição de planos temporais, da
constante interseção do passado, demonstrando que os acontecimentos que se fixaram
na infância das personagens hão de persistir pela vida afora e podem emergir a
qualquer instante
Personagens
Narradora
Mulher
Criança
Velho

Foco Narrativo
1ª Pessoa – Narradora-Protagonista
NARRADORA MULHER

Escuridão Luz
Frio Calor
Solidão “Laços Humanos”
Descrença Fé

EPIFANIA (REVELAÇÃO)
Observar a transformação sofrida pela narradora a partir do
diálogo com a mulher.
Plurissignificação
HOUVE A RESSURREIÇÃO DO BEBÊ?

→SIM →NÃO
•Alegoria de Natal •Propensão da narradora ao
•Atmosfera Onírica pessimismo
• Delírio
•Narrativa Fantástica
•Aparição de “Maria‟
Tempo
Narrativa linear, sem flashbacks, ou outros recursos que
interfiram na sequência cronológica dos fatos.

ESPAÇO
Dependendo da interpretação que se faz do conto, pode-se
interpretar a barca como espaço físico (ambiente) ou
psicológico (delírio da narradora).
Observações Importantes
•O que estaria a narradora fazendo na barca?
•Intertextualidade com o “Auto da Barca do Inferno‟
•O Velho dialoga com um “amigo invisível‟. Não seria a mulher que
conversa com a narradora um delírio?
•A mulher, caracterizada como doce, serena, sempre associada à luz,
cujo filho morrera de braços abertos, tem aspecto de uma “figura antiga”
(Maria?)
•A alegoria natalina pode remeter ao (re)nascimento da própria
narradora. A partir do diálogo com a misteriosa interlocutora, sua fé
ressurge (“pude imaginar como seria o rio de manhã cedo: verde e
quente...)
Intertextualidade
O conto dialoga com o imaginário cristão: alude-se ao nascimento de Cristo.
Nesse sentido, a barca remete-nos à imagem da manjedoura que acolhera Jesus
Cristo. Do mesmo modo, a jovem, humilde e amorosa, evoca a figura de Maria.
A possível ressurreição da criança, ao final da história, é, sem dúvidas, um milagre de
Natal.
Linguagem altamente simbólica que opera por meio de oposições: noite x dia, gelado x
quente, claro x escuro.
Tais metáforas apontam para a oposição morte x vida que permeia o conto.
O rio é outra metáfora de caráter dúbio, pois pode tanto remeter à vida [ressurreição –
vida] quanto à morte, na medida em que a história remete, ainda que indiretamente, ao
mito de Caronte, o barqueiro que, segundo os gregos, levava as almas para o outro
lado.

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