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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ARQUITETURA DO MUNDO ANTIGO: OS TEMPLOS DO LIVRO IV DE


VITRÚVIO.

Bruna Peixoto

Daniel Maia

Luiza Baiocchi Carneiro

Marcela Capelle Santana

Anápolis- GO
2021

Bruna Peixoto

Daniel Maia

Luiza Baiocchi Carneiro

Marcela Capelle Santana

ARQUITETURA DO MUNDO ANTIGO: OS TEMPLOS DO LIVRO IV DE


VITRÚVIO.

Trabalho desenvolvido para


disciplina de História da Arte e da
Arquiteura I ao curso de
Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Estadual de Goiás -
Anápolis, sob a orientação do
Prof.º Dr(a). Deusa Maria
Rodrigues Boaventura.

Anápolis- GO
2021

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................. 4
2. DESENVOLVIMENTO................................................................................. 5
2.1 . ORDENS CLÁSSICAS GREGAS........................................................ 5
2.1.1. DÓRICAS..................................................................................... 5
2.1.2. JÔNICAS...................................................................................... 5
2.1.3. CORÍNTIAS.................................................................................. 6
2.2. ORDENS CLÁSSICAS 6
ROMANAS...................................................... 6
2.2.1. TOSCANAS................................................................................. 7
2.3. ALTARES E ORIENTAÇÕES DOS TEMPLOS................................... 7
2.3.1. ALTARES..................................................................................... 7
2.3.2. ORIENTAÇÕES DOS TEMPLOS............................................... 7
2.4. TEMPLOS CIRCULARES....................................................................
3. CONCLUSÃO.............................................................................................. 8
4. REFERÊNCIAS........................................................................................... 9
1. INTRODUÇÃO

O tema que será abordado no presente trabalho é arquitetura do mundo


antigo: Os templos do livro IV de Vitrúvio. Será apresentado a dinâmica
arquitetônica dos templos na antiguidade, abrangendo a história e
proporções matemáticas estudadas, estas descritas por Vitrúvio. O autor
escreveu o tratado conhecido como ‘’De architectura’’ já no último período
de sua vida. Esse tratado compreende dez livros com assuntos da
arquitetura, engenharia, mecânica, dentre outros. Vitrúvio usa do livro III e
IV para esclarecer a arquitetura religiosa da época, mais
especificadamente no livro que foi estudado para esse trabalho, o autor
explica as regras de construção legadas pelos gregos. O estudo da
arquitetura religiosa apresentado no livro é de suma importância na
construção da arquitetura clássica, uma vez que as atuais construções
usam de proporções estudadas e esclarecidas no tratado de Vitrúvio.
Ademais, o estudo do tema é necessário para entender a história da
arquitetura. O trabalho tem o objetivo de resumir as regras de construção
e as proporções utilizadas na construção dos templos religiosos feito pelo
autor do livro, além de esclarecer como essas regras ainda influenciam na
arquitetura religiosa do mundo moderno.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. ORDENS CLÁSSICAS GREGAS

Existem cinco ordens clássicas arquitetônicas no geral, três gregas e


duas romanas. Dórica, jônica e coríntia se enquadram na ordem grega.
Na ordem romana estão presentes a toscana e a compósita. Elas se
diferenciam pelos capitéis – parte superior da coluna – além de
apresentarem outros elementos que as constituem. No IV livro de Vitrúvio
são esclarecidas as convenções e regras de construção dos templos
religiosos de cada ordem, principalmente as gregas.

2.1.1. DÓRICAS
O modo dórico foi o primeiro a surgir, aproximadamente 10 séculos antes
de Cristo. Os jônios tiveram grande importância na criação das ordens,
começaram a construir templos sagrados aos deuses imortais. Ergueram
um santuário a Apolo Paniónio e deram o nome de dórico, porque viram
um templo desse gênero nas cidades da Dóride. A ordem clássica dórica
foi usada em edifícios para homenagear divindades masculinas com a
simplicidade e o rigor das formas sendo exclusivos dessa ordem. Esse
fato foi determinado pela estética rústica e com proporções do corpo
masculino nas estruturas. Vitrúvio afirma que alguns arquitetos antigos
não achavam conveniente a construção de templos segundo o modo
dórico, isso porque existia uma dificuldade na distribuição dos tríglifos e
dos lacunários. Os capitéis eram construídos em função da distribuição de
cargas na coluna e eram compostos por duas partes, o équino e ábaco,
normalmente contemplando edifícios baixos.

2.1.2. JÔNICAS
Segundo o autor, a ordem jônica se originou de Ion, filho de Xuto, e
Creúsa, neto de Heleno. De acordo com Vitruvius, Ion era o chefe
supremo da colônia grega estabelecida na Ásia sob a liderança de Apollo
Délfico. A área onde a colônia foi estabelecida é chamada de Jônia por
causa de Íon, que é o berço do estilo arquitetônico jônico. A ordem jônica
surgiu no levantamento de um templo à Diana. Buscavam um novo estilo,
com a delicadeza e sutileza da mulher, e por esse motivo, as proporções
dessa ordem representavam a boa proporção feminina. Dispuseram de
um aspecto mais elevado, colocaram espiras imitando um sapato em sua
base, adicionaram volutas no capitel imitando o cabelo feminino e
inventaram os dentículos nas cornijas. O modo jônico possui a base mais
larga, possibilitando receber maior carga. Vitrúvio esclarece que essa
ordem deve ser usada em templos dedicados a santos tranquilos e para
homens de saber.

2.1.3. CORÍNTIAS
Vitrúvio explicou que a ordem coríntia é obra de Calímaco, que ao se
aproximar de um túmulo pôde observar um acanto que havia crescido e
estava envolto com suas folhas em um cálato (uma espécie de cesto) ali
deixado pela jovem que estaria no túmulo. A ordem grega coríntia,
originada na cidade de Corinto, é considerada uma evolução da ordem
jônica. Além disso, é a mais esguia das colunas, entre as três das ordens
gregas. Vitrúvio descreve que essa ordem é inspirada na doçura e a
beleza de jovens donzelas. Seu capitel é composto por duas fileiras de
folhas de acanto. O modo coríntio não teve uma instituição própria, por
isso, a disposição dos tríglifos e dos mútulos nas cornijas seguem no
modo dórico e os frisos com dentículos e cornijas seguem no modo
jônico.

2.2. ROMANAS

Existem duas ordens clássicas romanas, a toscana e a compósita. O livro


IV de Vitrúvio abrange a ordem toscana e esclarece as suas proporções e
regras de construção dos templos sagrados romanos.

2.2.1. TOSCANA
A ordem clássica toscana foi a primeira desenvolvida na Roma, na cidade
de Toscana. É basicamente uma simplificação da ordem dórica. Para
Vitrúvio, é adequada para fortificações e prisões por ter uma estética
simples, onde o fuste é liso. A coluna toscana deve ter um diâmetro de
base, o que corresponde à sétima parte da sua altura, e sua altura deve
ser igual a um terço da largura do templo, tendo uma contractura de um
quarto do diâmetro na base. Vitrúvio explica também as proporções das
arquitraves que são colocadas sobre as colunas, alertando do risco de
aquecimento e apodrecimento caso não apresentem folgas de dois
dedos.

2.3. ALTARES E A ORIENTAÇÃO DOS TEMPLOS


2.3.1. ALTARES

Os altares possuíam grande importância na antiguidade, pois eram locais


essenciais no ato religioso de sacrifício de animais. O templo foi muitas
vezes uma edificação secundária, sendo de maior importância a
construção dos altares. Vitrúvio esclarece também as orientações dos
altares, que deveriam ser localizados à frente dos templos, a fim de
possibilitar uma visão das estátuas dos deuses no momento do sacrifício.
Além disso, as alturas eram dispostas de modo que os altares a todas as
divindades celestes fossem os mais elevados possíveis.

2.3.2. ORIENTAÇÃO DOS TEMPLOS

Vitrúvio ainda explica como deveriam ser feitas as orientações dos


templos, mas esclarece que é necessário entender as exigências próprias
de cada ambiente, flexibilizando as regras ditadas por ele e sendo
importante o uso do bom senso do arquiteto. O autor ressalta que os
templos deveriam estar voltados para a parte vespertina do céu, para que
ficassem visíveis e fosse possível a saudação na presença dos deuses. A
visibilidade dos templos era de grande importância na antiguidade, fato
que cooperou na criação da regra sobre a orientação dos templos.
2.4. TEMPLOS CIRCULARES

O autor explica que possuíam plantas circulares, e eram divididas em


monópteros e perípteros. Os templos monópetros não possuíam celas e
apresentavam um pódio com escadaria, além da sua altura corresponder
à terça parte do seu diâmetro. As colunas tinham altura igual ao diâmetro
do embasamento de um extremo a outro, sendo a espessura das mesmas
colunas igual a décima parte da sua altura, com capitéis e bases. Os
perípteros possuíam celas e eram construídos dois degraus e o estilóbata
a partir do chão. A própria cela possuía um diâmetro correspondente à
altura da coluna acima do estilóbata, sem contar com as paredes e
contornos existentes. No entanto, os estilos são alterados por causa da
prática de sacrifícios, pois os deuses se diferenciam pelas normas usadas
em cada templo, de acordo com a variedade dos ritos sagrados.
3. CONCLUSÃO
De acordo com o trabalho apresentado, a compreensão de temas como
ordens clássicas, princípios arquitetônicos e suas proporções são de
extrema importância para que o futuro arquiteto, tenha sua formação de
modo completo e integral, a fim de apresentar conhecimento e segurança
suficiente para saber aplicar tudo aquilo que lhe foi ensinado durante o
seu período acadêmico. 
Um dos temas elucidados no livro “De archtectura” de Vitrúvio esclarece
princípios arquitetônicos vigentes até hoje. Como exemplificação tem-se a
tríade vitruviana, que define três elementos fundamentais para que uma
construção possa ser chamada de arquitetura, por apresentar
características de rigidez estrutural, funcionalidade e estética agradável
(definida por Vitrúvio segundo os conceitos clássicos).
Faz-se necessário a discussão de um dos principais temas abordados no
livro IV de Vitrúvio, este explica como as proporções eram aplicadas,
principalmente nos templos sagrados seguindo as ordens clássicas.
Utilizou-se de preceitos matemáticos para a definição de padrões
estruturais, estéticos e funcionais, estes sendo individualizados de acordo
com a ordem clássica aplicada. Ademais, o autor correlaciona a
construção de templos religiosos com as proporções simétricas da
anatomia humana, algo valorizado intrinsecamente pelo autor, uma vez
que anseia a aplicação de sua doutrina.
A notoriedade dos templos na antiguidade teve um papel fundamental no
desenvolvimento de padrões para santuários, estes chamados de ordens
clássicas. Na Grécia antiga, foram desenvolvidos três principais modos,
sendo eles dórico, jônico e coríntio. O primeiro valoriza os traços do corpo
masculino, demonstrando vigor e firmeza na construção de colunas,
principalmente para os templos de Hércules e Minerva. O jônico presta
homenagem e faz referência à figura feminina, de forma que sua
delicadeza e sutileza sejam aplicadas em templos de Diana ou Dionísio.
Já a coríntia, considerada a mais sofisticada delas, remete à
ornamentação de templos com flores de acanto, estes destinados à
Vênus, Flora ou as Ninfas.
Vitrúvio cita duas ordens romanas em seu tratado, entretanto, no IV livro é
esclarecido apenas a toscana. Este modo se define por características
semelhantes ao dórico, com pouca ornamentação, sendo utilizado em
docas e armazéns militares. É uma temática pouco abordada pelo autor,
assim como os templos circulares, que se dividem em monópteros e
perípteros. Estes são diferenciados, principalmente, pela presença ou
ausência de cela e quantitativo de degraus na escadaria. 
Historicamente, os templos apresentavam menos importância quando
comparados aos altares, local este em que se realizava o sacrifício
animal. Quanto à sua orientação, Vitrúvio explica que as estátuas que ali
representavam deuses, deveriam estar à frente do altar para que vissem
o sacrifício sendo realizado. A orientação recebeu tanta notoriedade que o
autor explica como devem ser feitas, deixando explícito que alterações
serão feitas de acordo com a demanda do ambiente, e que o arquiteto
deve ser flexível quanto as alterações.
Neste trabalho buscou-se o esclarecimento das regras de construção
atribuídas por Vitrúvio, além do resgate geral sobre conceitos estruturais
clássicos vigentes, presentes fortemente na Grécia e Roma. Em vista dos
fatos apresentados, é de suma importância preservar o estudo para a
aplicação destes preceitos e técnicas na arquitetura, levando em
consideração a relevância histórico-estrutural dos temas.
4. REFERÊNCIAS

CALDEIRA, Lucas Frech. Vitrúvio e os templos, TCC: São Paulo: FAU-


USP, 2008.

GONÇALVES, Ana.; CUNHA, Macsuelber. Reflexões sobre arquitetura


religiosa romana: a construção de templos segundo o De Architectura de
Vitrúvio. Espírito Santo: Romanitas, n. 5, p. 20-38, 2015.

HORVAT, Patricia. O templo de vesta e a ideia romana de centro do


mundo. Rio de Janeiro: PHONÍX, n. 13, p. 280-291, 2007.

MANENTI, Leandro. Princípios de ordem projetam na obra de Vitrúvio.


Rio Grande do Sul: Arquiteturarevista, v. 6, n. 1, p. 1-11, 2010.

PAPAIOANNOU, K. O templo. Arte grieggo, Barcelona: GG, 1973.

VITRÚVIO. Tratado de arquitetura. Trad. de M. Justino Maciel. São Paulo:


Martins, 2007.

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