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ALFABETIZAÇÃO

HOJE: onde estão os


métodos?
ISABEL CRISTINA DA SILVA FRADE *

N os últimos anos descobrimos novas facetas do fenômeno da alfabetização que


alteraram nossas formas de ver este fenômeno que é social, político, pedagó-
gico, psicológico, antropológico, histórico e lingüístico. Para cada dimensão dessas face-
tas que descobrimos, tentamos modificar práticas pedagógicas anteriores. Queremos for-
mar alunos que saibam ler e escrever, que se utilizem desse conhecimento de forma cons-
trutiva, que experimentem diferentes usos significativos e que participem do universo da
cultura escrita, incorporando novas práticas envolvidas no letramento.
O termo letramento é considerado por Magda Soares (2000, p.47) como “estado ou
condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva as práticas sociais que usam
a escrita”. No mesmo texto, a autora define alfabetização como “ação de ensinar/apren-
der a ler e escrever”. Vale destacar que o conceito de letramento comporta o conceito de
alfabetização, mas que a alfabetização supõe ações específicas para ensinar a ler e escre-
ver.
Assim, o conceito de letramento abre um horizonte de possibilidades pedagógicas:
ajuda a compreender os contextos sociais e sua relação com as práticas escolares, possi-
bilita investigar a relação entre práticas não escolares e o aprendizado da leitura/escrita
e faz a escola repensar seu papel como agência de letramento. Se este é um fenômeno
social, devemos trazer para o espaço escolar os usos sociais da escrita e conside rar que a
vivência e participação em atos de letramento pode alterar as condições de alfabetização.

*Professora da FAE/UFMG e pesquisadora do CEALE/FAE/UFMG.


Imagem: "Letra ilustrada, livro das conclusões", século XV.
ALFABETIZAÇÃO HOJE : ONDE ESTÃO OS MÉTODOS?

A apropriação pedagógica da Diferentemente das divergên- em tentar compreender determina-


idéia de letramento, associada à cias anteriores em torno das inova- dos ordenamentos metodológicos,
ampliação da complexidade, em ções, em que um método se sobre- a partir do ofício e saberes do alfa-
vez de ajudar a compreender pro- punha ao outro, estabelecemos um betizador.
blemas que são permanentes, tem confronto com a própria idéia de Mesmo não aparecendo nas
indiretamente obscurecido as método. Cabe ressaltar que sabe- tematizações atuais e nas pesqui-
preocupações dos professores com mos que não são apenas os méto- sas sobre alfabetização, os dilemas
um dos seus componentes: a alfa- dos que definem o aprendizado e metodológicos dos professores
betização. Sendo a escola uma que não é uma única estratégia permanecem nas concretizações
agência de letramento como as metodológica que vale para todos. que esses têm de realizar em seu
outras, cabe perguntar: se as práti- Mas o não enfrentamento da ques - cotidiano. Deve-se ressaltar tam-
cas sociais de leitura e escrita per- tão metodológica possibilita que bém que alguns conhecimentos
meiam todos os espaços sociais, é venham à tona movimentos tais construídos dentro da sala de aula
também nestes espaços que se sis- como a volta do fônico na guerra e dentro do campo pedagógico
tematiza a alfabetização? contra o construtivismo, eviden- precisam ser retomados em nossos
Vivemos nas últimas décadas a ciada no título da reportagem discursos, pesquisas e práticas.
era da inovação. No entanto, se con- “Guerra das letras” publicada na Nos últimos anos, os estudos
siderarmos uma perspectiva histó- revista Educação. No mesmo arti- relativos às concepções de alfabe-
rica, não existem também perma- go, uma escola pública de São tização, sobretudo aqueles ligados
nências e problemas especialmente Paulo relata aplicar o método fôni- à função social da leitura e escrita
pedagógicos que persistem, ou con- co, com sucesso, mas em regime e ao processo psicológico de cons-
cepções e práticas que devemos res- de “liberdade vigiada”. trução deste conhecimento torna-
peitar? Dessa forma, saímos da quere- ram-se os baluartes da formação
Empreendemos uma luta la dos métodos analíticos versus de professores e da divulgação de
apaixonada contra o direciona- os sintéticos para uma polarização inovações em alfabetização. No
mento das aprendizagens – em torno do método versus o pro- entanto, esse processo fez com que
incluídos nesse direcionamento cesso de aquisição. Assim, deve- uma das facetas mais importantes
os métodos – contra a “decodifi- ríamos nos preocupar não apenas da alfabetização – a decodificação
cação”, contra a “instrução” e, em verificar como os professores – tenha sido esquecida, tanto nas
conseqüentemente , contra a se apropriam ou deixam de se pesquisas quanto nos discursos
memória e as práticas de profes- apropriar de conhecimentos ofi- autorizados de alfabetizadores.
sores alfabetizadores. ciais e científicos, mas também Cabe perguntar: os egressos destes

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cursos de formação têm consegui- dos? Essa pergunta é necessária podem sofrer diversas alterações.
do alfabetizar? As soluções para porque tenho como hipótese que o Também Magda Soares (1990) ao
nossos problemas metodológicos problema da visibilidade ou invisi- fazer a pergunta “Alfabetização:
são de natureza complexa e a dis- bilidade metodológica pode expli- em busca de um método?” aborda
cussão da relação entre os méto- car posturas e práticas de profes- a questão do método, num sentido
dos e a aprendizagem precisa sores e mesmo um certo desampa- amplo, na defesa de que a existên-
entrar novamente na pauta das ro com relação ao “como fazer”. cia de princípios gerais retirados
pesquisas e nos currículos de for- Anne-Marie Chartier e Jean das diversas ciências contemporâ-
mação de professores. Hébrard (2001) destacam que as neas não seria incompatível com
Os argumentos que promovem disputas entre métodos, na história tendências sociointeracionistas e
a legitimação de certas concep- da alfabetização, aconteceram em construtivistas. Pode-se dizer,
ções pedagógicas sobre alfabetiza- um debate acalorado que envol- então, que nem sempre o método
ção em várias instituições, como o vem mais conflitos de opinião do está ligado a uma adesão por uma
Ministério da Educação, Universi- que um exame racional das reali- vertente metodológica estrita, nem
dades, Centros Universitários e dades e das questões. Ressaltam a um livro para alfabetizar.
associações de professores por que a palavra “método” tanto pode Numa perspectiva histórica,
vezes são coincidentes, por vezes designar um pequeno livro, um podemos supor que, na ausência
contraditórios a outros saberes ou tratado elementar, como “um con- de livros para alfabetizar, os méto-
necessidades pedagógicas presen- junto de princípios pedagógicos, dos utilizados pelos professores
tes no campo da Educação e da psicológicos ou lingüísticos que não tinham ligação explícita com
alfabetização. Isso porque, nos definem objetivos e meios adequa- o próprio material didático. Quan-
últimos anos, temos realizado pes - dos para atingi-los. Salientam que do essa vinculação começa a ser
quisas para verificar como os pro- os processos de apropriação des- feita cria-se uma cultura pedagógi-
fessores recebem as inovações ses métodos pelos professores ca que dá visibilidade ao método,
pedagógicas sobre alfabetização,
como se essas inovações fossem
boas em si mesmas, e não temos
prazo para avaliar os resultados
delas. Assim, classificamos a
recusa de determinados professo-
res em assimilá-las como “resis-
tência”, no sentido negativo que
esta palavra traz.
Mas antes devemos perguntar:
o que são métodos de alfabetiza-
ção e onde eles estão materializa-

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através do livro didático. Assim, se dentro da política do Plano Nacio- livros, os procedimentos metodo-
em algum momento histórico, nal do Livro Didático, tem ocorri- lógicos ficam visíveis ou são
método e livro de alfabetização do uma tendência pela escolha de melhor percebidos apenas por pro-
passam a ter uma vinculação livros menos recomendados. Tal- fessores que já sabem o que fazer,
estreita, pode-se compreender por- vez estes apresentem procedimen- para fora do livro, em outras ativi-
que muitos professores esperam tos metodológicos que as professo- dades.
encontrar nos livros de alfabetiza- ras reconhecem com mais clareza. Cabe ressaltar, aqui, um
ção de hoje a permanência de pro- Analisando, por exemplo, as comentário de Emília Ferreiro
cedimentos sistemáticos e explíci- mudanças ocorridas entre cartilhas (2001) , afirmando que a forma de
tos para ensinar a ler. Assim, a ou pré-livros e os hoje chamados alfabetizar, nas tendências inova-
escolha de livros menos recomen- livros de alfabetização, percebe-se doras, não se encontra no livro,
dados de alfabetização, nos últi- uma ruptura com a ligação entre mas no saber do professor. A pes-
mos anos, pode ter outras explica- livro e método. Isso se torna mais quisadora conta que, no início da
ções, considerando este horizonte problemático quando quase não divulgação de seus trabalhos, foi
de expectativas. Uma pesquisa distinguimos um livro para alfabe- procurada por editores brasileiros
realizada em 2001, pelo CEALE tizar de outro livro de leitura. que queriam saber se ela queria
(Centro de Alfabetização, Leitura Assim, quando se rompe com um acabar com os livros de alfabetiza-
e Escrita) demonstra que, na esco- formato editorial/pedagógico, co- ção no Brasil. Emília afirmou na
lha de cartilhas pelos professores, locando o método para fora dos ocasião que “os melhores livros
didáticos são boa literatura, boas
enciclopédias, bons dicionários.
Estes sim, são os melhores livros
didáticos” (p. 4). Em seguida a
pesquisadora faz a pergunta:
Quantos são os educadores que
sabem alfabetizar com materiais de
boa qualidade, com materiais que
não foram feitos para ensinar a ler,
mas que foram feitos para ler? Com
materiais que não foram pensados
para ensinar a escrever? mas que
ajudam a escrever. E também com
materiais diversos ? (p.4)

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A pesquisadora comenta que, para depois se proceder à análise estão presentes, no momento
se após 20 anos, o resultado foi o de partes como as sílabas. É certo, para os alunos certos, na
rompimento com as cartilhas, sua comum encontrar hoje o trabalho ordem estabelecida pela necessi-
pesquisas valeram a pena, em que incentiva a memorização de dade pedagógica, e que são melhor
certo sentido. Neste último caso, parlendas, músicas, poemas e a aproveitadas por quem já tem
cabe perguntar: no momento atual proposição de desafios que conhecimento de métodos e possui
como tem sido dada uma visibili- supõem o reconhecimento de pala- a memória desses procedimentos.
dade a esses novos/velhos méto- vras faltosas, o reordenamento de Atualmente, os novos livros
dos? O conhecimento sobre como frases do mesmo texto que são didáticos mais recomendados
alfabetizar mediante qualquer recortadas e embaralhadas e, em priorizam aspectos relacionados
material está descrito em quais última instância são propostas aos gêneros textuais, aos usos e
lugares? Em quais pesquisas? Afi- análises das relações entre a orali- funções da escrita, e com uma
nal, como e onde circula esse dade e a escrita e entre fonemas e certa freqüência, não aparecem
conhecimento? grafemas. Como já foi menciona- nestes livros abordagens explícitas
Se fizermos uma análise das do, Capovilla (2002), defensor da de sistematização de aspectos do
práticas de professores inovadores volta do método fônico no Brasil, código alfabético. Isso porque, no
de sucesso – e temos um período classifica as práticas construtivis- fundo, vários campos de pesquisa
de mais de vinte anos para analisar tas como aplicações dos princípios como a Lingüística, a Psicolin-
– perceberemos uma série de pro- do método global. güística, a Sociolingüística, a Psi-
cedimentos metodológicos que se Pode-se também descrever um cologia, entre outras áreas, defen-
repetem. Junto com as preocupa- movimento inverso, nas práticas dem perspectivas que acabam
ções com a função social da escri- atuais que aplicam, simultanea- reforçando a adoção de determina-
ta e com as hipóteses dos alunos, mente, alguns princípios dos do “método” natural ou de imer-
percebe-se em relatos e em obser- métodos sintéticos de alfabetiza- são, que supõe que é a partir do
vações de práticas, uma ênfase no ção, que priorizam o trabalho com contato e uso dos textos que as
contexto de uso, no texto ou nas unidades menores, letras, fonemas crianças farão descobertas espon-
palavras significativas, tais como e sílabas, na organização do traba- tâneas e inferências sobre as uni-
o nome, focalizando-se, primeira- lho. Parte-se do alfabeto como dades gráficas e as correspondên-
mente o sentido e a memorização, unidade significativa (porque seu cias sonoras.
para depois explorar aspectos da conhecimento se presta a um No discurso teórico atual é
análise silábica e fonológica. aprendizado da escrita), busca-se comum a idéia de que se aprende a
Nesse caso, identificam-se proce- o reconhecimento de sílabas ini- ler lendo e se aprende a escrever
dimentos do método global que ciais e finais, mas num contexto escrevendo. Entretanto, a afirma-
supõe, em primeiro lugar, uma em que ler e escrever é trabalhado ção de que devemos ler “para
aproximação com a totalidade como uso. No final, compreende- valer” na escola, e o reforço da
(seja ela texto, frases ou palavras) mos que as estratégias clássicas perspectiva de que os textos para

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serem lidos estão por todo lado, pedagógicas emanadas do discur- de outros parâmetros relativos à
desde que saibamos procurá-los, so científico e dos órgãos oficiais. cultura escrita. O que dizer então
resolvem os problemas do “ler Assim, pode-se dizer que, depen- da “velha” decodificação?
para aprender a ler?” Nesse caso, dendo da história de formação do O processo de legitimação e
deveríamos perguntar: se a desco- professor e de sua memória peda- deslegitimação de algumas práti-
berta da relações entre letras e gógica, este poderá contar com cas ocorre como se houvesse uma
sons não necessitaria de ensino recursos diferenciados na sala de forma única e poderosa para alfa-
explícito? Qual o sentido que os aula. O problema é que não temos betizar, que irá romper com as
professores e as pesquisas vêm dado a visibilidade necessária a outras. Através de pesquisas histó-
dando às necessidades pedagógi- esses procedimentos, no sentido ricas, sabemos que alfabetizar
cas de ensinar a decodificação e às de construir modelos de ação, para sempre foi um problema difícil,
necessidades do leitor de aceder a os professores que não dispõem que não se esgota num material
ela, para se tornar cada vez mais desses recursos nem na memória, nem apenas em um tipo de condu-
autônomo? nem no livro de alfabetização, ta metodológica. Mas, se são
O fato é que alguns professo- nem nos cursos de formação. encontradas soluções particulares,
res têm tentado hoje conciliar os Por outro lado, temos ainda por que a caça às bruxas?.
métodos que conheceram antes, novos problemas . Mediante o pro- Na tentativa de tornar visíveis
para garantir o trabalho com a cesso de discussão atual do letra- algumas práticas atuais de alfabe-
decodificação, com inovações mento, amplia-se sobremaneira a tização, sem perder a dimensão
noção de significado da leitura, histórica de nossos problemas,
ganhando destaque não apenas o escolhi alguns episódios para ana-
significado que se pode buscar no lisar. Pretendo, com eles, eviden-
âmbito do texto, mas fora dele. ciar elementos de um saber de tipo
Isso envolve a compreensão de pedagógico, que é mobilizado
diferentes suportes, de diversas numa ação competente dos profes-
sociabilidades criadas em torno do sores e que precisa ser descrito. A
livro, dos gêneros, dos usos, mais análise de algumas práticas ditas
que no ato de leitura propriamente “inovadoras” e/ou “conservado-
dito. Assim, os processos de signi - ras”, pode contribuir para a cons-
ficação dos textos vão ganhando trução de alguns modelos de ação,
novas camadas, fazendo com que herdados de uma certa tradição
o próprio conteúdo textual se torne pedagógica ou adquiridos com
um pouco “rarefeito” em função novas práticas.

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O episódio da porque textos grandes aborrecem e Ressalta que:
escolha do livro queremos que os alunos iniciem Quando compreendemos as
didático lendo, porque é preciso que criem palavras ou as articulamos, nós
coragem de ler, para que mante- nos atemos aos sons que as produ-
Em pesquisa realizada por nham a disponibilidade de ler. zem apenas em situações particu-
mim (trabalho apresentado em Foram destacados também lares: poesia, trocadilhos, enig-
2001, INPLA / PUC-SP) sobre a alguns gêneros de textos são mais mas, lapsos. De outra maneira,
escolha de livros de alfabetização, fáceis de ler, como pequenas tro- temos a impressão de tratar-se
apareceu no argumento, tanto das vas, parlendas, poesias que agra- apenas de sentido, mesmo se, de
professoras ditas conservadoras, dam pelo ritmo, entonação e musi- fato, foi a partir dos sons que esse
quanto das inovadoras, a necessi- calidade. “Os alunos gostam e sentido foi estabelecido, através
dade de textos de leitura mais cur- favorece a pontuação, que ajuda de uma seqüência e processos
tos. Explicitando melhor os senti- na compreensão. No texto maior o mentais. (p.30)
dos de tais comentários, algumas aluno, em período inicial, passa de O autor ainda comenta que a
professoras alegaram que, se é uma frase para outra, sem perceber diferença entre partir do sentido
para o professor ler para os alunos, o significado. ” para a decodificação ou o inverso
é melhor que peguem bons livros François Bresson (1996) af ir- não altera as dificuldades ineren-
de literatura, ou que os textos ma que leitura é um conteúdo a tes ao processo de leitura e cada
venham mais como anexos, no ser ensinado e aponta alguns pro- método prioriza aspectos que, para
livro, para que os alunos não blemas ligados à natureza da outros aprendizes, podem se cons-
tenham que enfrentá-los sozinhos, representação da escrita, que tituir em dificuldades. Afirma que
no começo. Uma delas mencionou podem gerar dif iculdades de lei- se os autores de métodos de leitu-
que alguns de seus alunos lhe tura: ra opuseram uma técnica alfabéti-
dizem: “adoro quando você lê, Na palavra, a segmentação é ca e silábica a uma técnica global,
porque assim eu entendo” (referin- obtida pela utilização de diferen- visando diretamente o sentido, de
do-se às dificuldades de enfrenta- tes marcas que não são diretamen- fato essas duas estratégias diferem
mento de um texto grande que faz te codificadas numa grafia. Para apenas na ordem das etapas neces-
os alunos perderem o sentido pela realizar suas propriedades e subs- sárias à aquisição do sistema.
dificuldade de decodificar) . Des- tituir a extensão pela duração, o (p.33)
taco a seguir alguns argumentos texto, independentemente dos Sabe-se que essa polêmica é
em torno do tamanho dos textos: lugares e tempos, transportável, evidenciada nos movimentos his-
os textos têm que ser pequenos que constitui o escrito, deverá tóricos de alfabetização. Trans-
senão os alunos se cansam, vão fazer aparecer uma codificação pondo essa questão teórica para
apenas até a metade”, “os textos da segmentação, totalmente dife- textos para o ensino da leitura,
menores funcionam melhor, todos rente, às quais recorre a palavra. haveria alguns tipos de textos que,
lêem e dão conta”; “textos menores (p. 30) por sua repetição ou sonoridade,

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ALFABETIZAÇÃO HOJE : ONDE ESTÃO OS MÉTODOS?

ajudam a recuperar a abstração das dos, encontrei em alguns cursos de Os alunos dispunham de habi-
unidades da fala (palavras) repre- formação, a adesão a um método lidades mínimas para exercer a
sentadas na escrita. Sendo assim, denominado “musical”, que tem escrita mecânica, a cópia. E não
alguns procedimentos para tomar obtido sucesso com alguns alunos. se justificava lançar mão desse
consciência dessa sonoridade liga- A suspensão do sentido pode recurso, pois o que necessitavam
da ao sentido não poderiam ser provocar um movimento para a era tomar consciência fonológica
ensinados? decodificação. Mas isso não impe- do processo da leitura. A cons-
Quem não conhece o sucesso de que o sentido venha em primei- ciência fonológica auxiliava a
das parlendas e trava-línguas na ro lugar e mesmo que sirva de compreensão de que a escrita ( a
alfabetização dita inovadora, hoje? suporte para a decodificação após nível da palavra) é a representa-
Nota-se que se apela para a memo- memorização, como demonstrou ção da forma sonora da fala e que
rização no contexto de uso do uni- Jéan Hébrard (1999) em texto a criança precisa tê-la desenvolvi-
verso infantil, ao mesmo tempo sobre o autodidatismo. da para representá-la na escrita.
que uma certa sonoridade e repeti- Quando desenhava no quadro
ções, presentes nos textos, pode O episódio dos uma panela e escrevia o nome ao
provocar um deslocamento/sus- jogos fonéticos lado (panela) perguntava: existe
pensão do sentido para permitir pa na palavra boneca? Palhaço?
uma análise de elementos fonoló- Em relato de experiência, a Copo? Lobo? Em seguida dese-
gicos da escrita. Da crítica a “o professora Rosimeire R. R. da nhava no quadro outro objeto. Por
bebê é bobo e baba” - presente em Costa (1998) apresenta uma série exemplo, bola e perguntava: exis-
cartilhas silábicas - a certas repeti- de atividades em que trabalha com te bo na cola, lata, peteca?
ções de palavras presentes em tex- nomes significativos e com proje- Nos primeiros jogos as crian-
tos do método global, textos do tos nos quais ler e escrever estão ças começavam a fazer associa-
repertório infantil, percebemos presentes em diversos suportes, ções. Algumas paravam para refle-
uma mudança fundamental. Entre- salientando que as crianças sa- tir. Já diminuía o número das que
tanto, o procedimento de desloca- biam que estavam aprendendo a não se manifestavam. Era possível
mento do uso para uma análise da ler para saber o que está escrito observar algumas repetindo a
sonoridade mais distanciada do em placas, revistas e livros de his- sílaba baixinho e comparando.
sentido é permamente e se faz, tórias. No conjunto de atividades, Enquanto isso outras não com-
hoje, com canções, poemas, par- uma é intitulada “jogos fonéti- preendiam como o processo se
lendas. E se, possível, com textos cos”, que foram descritos da dava. Com o decorrer do tempo
curtos... Com princípios pareci- seguinte forma: surgiram outros desafios como:

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alguns alunos consigam aceder à
decodificação. Afinal, essas abor-
dagens facilitam a compreensão
de que as letras representam partes
menores do que as palavras que
falamos, partes menores que as
sílabas, que podem assumir deter-
minados valores sonoros em cada
língua e que também se combinam
existe “p” na palavra morango? inventar um recurso pedagógico em determinada seqüência.
Banana? Pirulito? Existe “t” na para enfrentar a “transcendência
palavra bota? Tomate? Cabeça? metafísica da escrita”. É preciso O episódio da
Sapo? Mato? também criar distanciamentos do leitura de Laura
Eu dividia o quadro em duas uso. O processo de interação é um
partes, convidava duas duplas e elemento que se destaca em rela- A situação de leitura escolhi-
pedia: ção a outras perspectivas metodo- da para análise a seguir foi retira-
Escrevam palavras com “B”. lógicas, pois é nele que o sentido da do texto de Silva, M.A.S e
Com “c”. Com “p”. Escrevam a de fazer a atividade é construído. Espinosa, R.C.M (1990). No epi-
palavra só quando eu disser que No entanto, a permanência de um sódio relatado, a professora traba-
tem “M” princípio de análise, presente no lhava com unidades temáticas e,
.... Havia algumas crianças início de vários métodos sintéticos no contexto da unidade “Brinca-
que, desde o início, apresentavam e no final de métodos globais, deiras”, levou uma parlenda.
um pensamento mais reflexivo na pode ser facilmente reconhecida. A preocupação, ao programar
realização dos jogos. Estas crian- Esses jogos não esgotam o proces- as atividades, era trabalhar um
ças eram muito importantes para so de alfabetização empreendido texto significativo e leitura de
mim naquele momento, pois era pela professora, mas deixam trans- palavras contextualizadas, através
através delas que me assegurava parente e priorizam, naquele de seus aspectos formais: frases
do caminho a tomar para “mexer” momento, o procedimento de ordenadas, número de palavras na
com a cabeça daquelas outras que decodificação. E quem não reco- frase, conjunções, etc. O objetivo
ainda não haviam compreendido, nhece uma estratégia parecida nos era que os alunos fizessem a cor-
realmente, o sentido daquele tra- jogos de forca, nas adedanhas, nos respondência entre leitura e texto
balho.” (p. 53) os bingos? escrito (os alunos deveriam ser
Esse episódio, no conjunto dos Nos cursos de formação, tenho capazes de ler em voz alta, apon-
episódios relatados pela professo- ouvido relatos de professores que tando com o dedo as palavras
ra, evidencia que a atividade se faz precisam trabalhar com o suporte lidas), que percebessem a ordena-
em forma de jogo – é preciso silábico ou fonético, para que ção das palavras na frase e tam-

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ALFABETIZAÇÃO HOJE : ONDE ESTÃO OS MÉTODOS?

bém a necessidade de escrever


palavras como “na”, “da”, “no”,
“do” e que também lessem outras
palavras a partir do texto decorado
de antemão. Para isso, a professo-
ra preparou a turma cantando com
ela a música, que foi ditada pelos
alunos. Ao escrever, a professora
ia fazendo a correspondência entre
o oral e o escrito. Os alunos fize-
ram uma leitura coletiva no quadro
e uma leitura individual, apontan-
do as palavras em seu livro.

A leitura feita por Laura


Laura, que concordou com ele como “NA CASA”. A professora
Corre Cotia na casa da tia dizendo que “tia” era a última interveio:
Corre cipó na casa da avó palavra da frase: Corre cotia na P – Que palavra você conhece que
Lencinho na mão caiu no chão casa da tia. começa com o CA de CASA ?
Moça Bonita do meu coração Em sua leitura, nesse momen- L – Cavalo
to, Laura estava se utilizando ape- P – Veja se você acha na frase
A professora chamou Laura nas do contexto e do significado onde está o CA
para ler o texto apontando as pala- do texto. Ela conhecia o seu con- L – Aqui. Ah! É casa que está
vras enquanto lia. Ela leu toda a teúdo e antecipava a leitura sem se escrito aqui
primeira linha mas, por não levar preocupar com outros índices do P – E então essa ( aponta o NA)
em conta que as palavras “NA” e próprio texto, ou seja, a decodifi- Outras crianças – É NA !
“DA” deveriam estar escritas, não cação não estava sendo realizada. . L – É o NA de MARINA ?
conseguiu uma correspondência A professora retomou a ativi- Laura retomou a leitura corres-
adequada: sobraram palavras no dade solicitando que ela mais uma pondendo CORRE COTIA NA
final da leitura. A professora per- vez apontasse com a régua cada CASA, e de novo emenda
guntou pelo significado dessas palavra lida. Novamente não hou- “DATIA” na palavra DA. Nova-
palavras e logo um colega ajudou ve correspondência. “NA” foi lido mente a professora intervém e

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Laura, com a ajuda dos colegas (por exemplo, quando uma criança mais que ajudem a identificar
localiza a palavra TIA. “É o T de vê um cartaz de propaganda de um palavras e sua posição no texto,
TATU e o “I”e “A”. Em seguida filme, pode inferir informações utilizando-se de conhecimentos
uma criança mostra a palavra sobre o texto a partir do tipo de sobre as letras e suas combina-
RODA e Laura localiza a sílaba suporte, das ilustrações, da posi- ções.
DA. ção das frases, de dados como A intervenção que a professo-
Foi nessa terceira leitura da números, de algumas palavras ra utiliza com Laura não se prende
primeira frase que Laura percebeu conhecidas, porque, ao ver o car- a uma forma metodológica rígida,
a necessidade de levar em conta os taz, pode lançar mão do conheci- mas trabalha com pressupostos
aspectos formais do texto utilizan- mento que já tem sobre aquele tipo relacionados ao sentido, numa
do conhecimentos já disponíveis. de linguagem). Por outro lado, etapa, e à decodificação, numa
Na sequência das outras frases ela quando o aprendiz não conhece o outra. O que determina a ordem
passou a fazer uso desses índices e tipo de texto e não consegue infe- em que as condutas metodológicas
já correspondia cada palavra lida rir as informações contidas nele, é e os aspectos formais analisados
ao texto escrito. No final da leitura também importante o conheci- aparecem não é um método
Laura era capaz de apontar todas mento que tem sobre as letras, imposto de fora da situação, mas
as palavras solicitadas pela profes- sílabas ou pedaços maiores das uma conduta sistemática de explo-
sora e geralmente fazia comentá- palavras, para não depender ape- rar sílabas, letras, porções meno-
rios relacionando a leitura das nas do procedimento de leitura res de palavras que vão demandar
palavras com índices conhecidos. “por adivinhação”. Assim, é observação para a decodificação.
– Lencinho começa com “L” de necessário trabalhar sistematica- As estratégias que Laura usa
LAURA mente com a decodificação. na leitura e as estratégias que a
– O “CO”da COTIA é igual ao Este episódio demonstra que, professora tenta trabalhar com ela,
“CORRE”e da “COCADA” por mais que Laura saiba o texto mostram que os mecanismos de
– O CIPÓ é o CI do SACI, o “P”do de cor e tente antecipar e adivinhar análise e síntese (presentes nas
PEDRO e o “O” onde estão localizadas as palavras, estratégias metodológicas globais
Em outras palavras, os índices não consegue outras pistas para ou sintéticas) podem ser usados
que Laura utilizava eram a corres- encontrá-las porque não reconhece num mesmo ato de leitura, parale-
pondência entre o texto oral e o letras, sílabas ou parcelas maiores lamente ou em separado, depen-
escrito, e o conhecimento de algu- que a ajudem a sair desta condição dendo das referências que o leitor
mas letras ou sílabas: CO – CA – e, por isso, não realiza algumas consiga buscar e dos aspectos
T – O – BO – L – A. operações de análise e síntese sobre os quais os professores quei-
Atualmente, sabe-se que o necessárias para ler um texto novo, ram chamar a atenção. Essa con-
aprendiz pode usar várias pistas que não foi decorado de antemão. duta é muito importante porque
para adivinhar um texto sem A professora percebe que é preci- não limita a aquisição do sistema
conhecer todas as letras e sílabas so retomar com ela aspectos for- alfabético a fases predetermina-

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ALFABETIZAÇÃO HOJE : ONDE ESTÃO OS MÉTODOS?

das. Não é o método que vem pri- nos. Esse é um dos perigos de registro de palavras, de letras, que
meiro, mas o processo de Laura e métodos fechados de alfabetiza- faz que seja possível compartilhar
da turma. Assim, decidir o ponto ção. informações. Isso se constrói com
de partida vai depender do tipo de Pode-se verificar que é o con- o registro do alfabeto, de palavras
análise que a aluna necessita. Não texto de troca com os colegas e a conhecidas, de textos, tanto nos
é necessário fixar-se em apenas intervenção da professora que pos- cadernos como em locais públi-
uma estratégia porque isso pode sibilitam que Laura amplie suas cos, como murais e cartazes.
impedir o processo de alguns alu- competências. Assim, ela é incen- Assim, essa interação não ocorre
tivada a lembrar-se de no vazio, mas a partir de observa-
outras palavras conhe- ção sistemática das relações entre
cidas, que já são refe- letras e sons, mediante uma base
rência na classe, a ver de conhecimentos trabalhados em
nelas parcelas menores classe. E em situações especial-
como as sílabas (no mente planejadas para esse fim.
caso de identif icar Outro fato importante é que se
casa, apóia-se na pala- parte de um texto qualquer que
vra cavalo, tendo que tenha significado para os alunos e
fazer um reconheci- não é preciso apresentar letras e
mento de sílaba inicial sílabas em determinada seqüência,
ca) Para separar o na como nas cartilhas. Estas vão apa-
da palavra casa, apóia- recendo no decorrer do trabalho,
se na sílaba final da em momentos e situações diferen-
outra palavra conheci- tes, dependendo dos temas e textos
da como o na de trabalhados em cada turma. As
Marina. Assim, algu- referências que servem de apoio
mas palavras de refe- para uma turma não são as mes-
rência, ou palavras mas em outra. No entanto, é pre-
estáveis, ajudam a es- ciso que a professora domine um
crever outras. conhecimento metodológico, para
É fácil constatar aproveitar, com segurança, as
que as crianças já vive- situações que aparecem em sala
ram um processo de de aula.

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Em conclusão ... Estaremos somando – e não sub- possível de ser praticada? Quando

traindo – uma perspectiva impor- os professores argumentam, contra

Temos hoje novos problemas tante na formação e no ofício de ou a favor, em torno de alguma
mudança pedagógica, não expres-
e tempo razoável para analisar as professor: o como fazer.
nossas alterações nos processos de Quando alguns professores sam somente posições pessoais,

alfabetização. Acredito que luta- insistem em permanecer com mas um conjunto de saberes que

mos e continuaremos lutando por determinados procedimentos não herdam e modificam, em função

práticas inclusivas (como o res- privilegiados nos discursos cientí- de resultados pedagógicos. Felizes

peito às diversidades e aos ciclos ficos e pedagógicos de inovação, os que têm memória ou passam

de formação) , mas não podemos seriam desinformados ou estariam por situações em que a memória

fazer uma relação direta entre as nos mostrando a força e a perma- pedagógica da alfabetização possa

políticas mais amplas e algumas nência de uma cultura pedagógica ser cultivada. •
práticas específicas e necessárias,
como a da alfabetização. Isso por- Referências bibliográficas / Sugestões de leitura
que já podemos constatar que BRESSON, François. A leitura e suas dificuldades. In: CHARTIER, Roger (org.) Práticas de leitura.
estas mudanças, por si, conse- São Paulo: Estação Liberdade, 1996.
CHARTIER, Anne-Marie et al. Ler e escrever: entrando no mundo da escrita. Porto Alegre: Artes
guem alterar diferentes aspectos Médicas, 1996.
da formação humana e são CHARTIER, Anne- Marie e HÉBRARD, Jean. Método silábico e método global: alguns esclare-
cimentos históricos. História da Educação. v.5, n. 10. Outubro 2001. Pelotas: Editora da UFPel.
imprescindíveis, do ponto de vista (p.141 a 154)
político, mas infelizmente, tam- COSTA, Rosemeire R. R. Alfabetização: muitas vozes e muitas mãos numa prática coletiva.
Cadernos do Professor. CERP/SEE/MG. N.3, Out/98.p.51/58
bém temos problemas permanen-
FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva. Mudança e resistência à mudança na escola pública:
tes na alfabetização. Sabemos que análise de uma experiência de alfabetização “construtivista”. Belo Horizonte: Faculdade de
Educação/UFMG, 1993 ( dissertação de mestrado) .
temos vários alunos neste país que
FERREIRO, Emília. Leitura, bibliotecas, alfabetização. Jornal Proler. Ano . N. 20. Out;/nov. 2001.
passaram por oportunidades ricas Rio de Janeiro: Programa Nacional de Incentivo à Leitura – Fundação Biblioteca Nacional.
e não aprenderam a ler e escrever P.4/5
HÉBRARD, Jean. O auto-didatismo exemplar. Como Jamerey-Duval aprendeu a ler? In:CHAR-
somente por imersão em eventos TIER, Roger. (org.) Práticas de leitura. São Paulo: Estação Liberdade, 1996. P. 35 a 74
de letramento. MACIEL, Francisca. Alfabetização em Minas Gerais: adesão e resistência ao método global.
In: FARIA, Luciano M. e PEIXOTO, Ana Maria Casasanta (orgs.) Lições de Minas: 70 anos de
Defendo a idéia de que preci- Secretaria de Educação. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Minas Gerais, 2000.
samos recortar e descrever, no MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Os sentidos da alfabetização. São Paulo: INESP/CON-
PED/INEP, 2000.
conjunto de práticas de letramen-
MOURÃO, Sara. Exercícios para compreensão do sistema e escrita. O caso “Letra Viva”. Belo
to, aspectos específicos que pro- Horizonte; Faculdade de Educação. 2001 ( dissertação, mestrado)
vocam um certo sucesso no traba- REVISTA EDUCAÇÃO. Questão de método. Ano 28, n. 244. p.48/58, 2001.

lho com decodificação, para SILVA M.A.S e ESPINOSA R.C.M (1990) A leitura e a escrita numa abordagem interacionista:
uma experiência em sala de aula. Revista ANDE, São Paulo: Cortez, 1990 (15) - p.17-24.
torná-los públicos, sem receio de
SOARES, Magda. Alfabetização: em busca de um método?. Educação em Revista. Belo Hori-
que uma discussão metodológica zonte: Faculdade de Educação da UFMG, n. 12. P.. 44-50, dez. 1990.

seja considerada um retrocesso. SOARES, Magda. Letramento, um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.

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