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Confeitaria
Sumário
1. Breve história da pâtisserie ............................................................................................................................ 5
3. Ingredientes................................................................................................................................................. 11
6. Chocolate .................................................................................................................................................... 31
7 Merengues............................................................................................................................................ 43
7.1 Os efeitos do açúcar .......................................................................................................................... 44
7.2 Os efeitos do sal ................................................................................................................................ 44
7.3 Os efeitos do ácido ............................................................................................................................ 44
7.4 Bowl de cobre .................................................................................................................................... 45
7.5 Batimento .......................................................................................................................................... 45
7.6 Tipos de merengue ............................................................................................................................ 45
7.7 Colorindo e aromatizando os merengues ........................................................................................... 46
7.8 Cocção .............................................................................................................................................. 46
7.9 Armazenamento................................................................................................................................. 46
9. Mousses ...................................................................................................................................................... 48
12. Confitures.................................................................................................................................................. 55
Referências bibliográficas................................................................................................................................. 74
1
CHIRON, Hubert http://www.cannelle.com/CULTURE/histoirepat/histoirepatpre.shtml
Entre os sécs. XVI e XVII predominou o gosto francês. Foi a época da pasta de amêndoas e dos
doces confeitados. As cortes reais européias recrutavam os melhores artistas do açúcar. Surgem
os merengues, os macarons, o crème fouettée, o pain d’épice, modelado em formas de
madeira, e numerosos biscoitos. As preparações passam a ser perfumadas com os licores
italianos,
assim como o uso do âmbar e de almíscar era freqüente. Porém, os doces ainda eram servidos
entre as refeições e chamados de “entremets”. Os bolos eram confeccionados com muita
elegância e beleza. Surgem os “Trionfi de tavola” - grandes esculturas feitas de açúcar para
decorar as mesas.
Só a partir do séc. XVII é que a França passa a dispor do açúcar proveniente das Antilhas, mas
seu preço ainda é bastante elevado. Reinavam Henrique IV e Maria de Médicis e La Verenne,
era mestre cozinheiro de sua corte, o mais famoso chef da época. Escritor internacionalmente
respeitado por sua obra
“Le Cuisinier françois”, La Verenne escreve “Le Pâtissier françois” e “Le Confiturier françois”, os
primeiros livros dirigidos apenas aos confeiteiros. Por volta de 1660, Paris viu surgir sua
primeira sorveteria. Francesco Capelli um siciliano de cognome Procope, foi o grande
responsável pela popularização do sorvete na França. Seu café proporcionava às mulheres a
oportunidade de freqüentá-lo. Logo a cidade estava repleta de “limonadiers”.
O séc. XVIII se caracteriza por uma democratização maior da confeitaria, agora acessível
também à burguesia. A manteiga começa a
ocupar um lugar de destaque nas novas criações.
O açúcar mais abundante, acelera o crescimento
da Pâtisserie e desafia a criatividade dos
confeiteiros. Surgem os caramelos e pralinés. Da
leveza da massa folhada, surgem os “vol au
vent”, os ”bouchées e “jalousies”. La Chapelle
inova com a apresentação de bolos em colunas,
crocantes e cremes de pistache, em seu livro “ Le
cuisinier moderne”, em 1735; bem como os
bolos decorados com violetas e os biscoitos aromatizados com jasmim de outros artistas
anônimos. O sorvete e o chantilly estão no auge da moda. A confeitaria vienense começa a
se tornar conhecida no início do séc. XIX. Tanto a Sachertorte, criada em 1832, como o
Apfelstrudel são acompanhamentos irresistíveis de um bom café ou do Chá das Cinco,
inventado em 1830 pela Duquesa de Bedford, na Inglaterra. O hábito desta refeição leve,
rapidamente conquistou adeptos em Paris que adotou etiquetas e importou louça fina para
este fim. Os canapés, financiers, madeleines, brioches e croissants, petits-fours e petit choux
faziam a alegria das madames e mademoiselles nas tardes parisienses.
A Revolução francesa mudara a cara da cidade que se viu com um número cada vez maior de
confeitarias, pertencentes a confeiteiros oriundos das cozinhas dos nobres. Porém, o grande
astro deste século foi, sem dúvida, Antonin Carême. Mestre incontestável da confeitaria
gastronômico com Café, Traiteur e Boutique – foi o referencial para todos os grandes astros
que figuram no cenário gastronômico mundial como Pierre Hermé e François Payard.
O grande boom da confeitaria do final do séc. XX, trouxe as tortas montadas em aros, com
bases de dacquoise e biscuit joconde, mousses, bavaroises, combinações inusitadas de
especiarias e frutas exóticas. Os irresistíveis Gâteaux d’entremets parecem se perpetuar na
sutileza dos sabores, texturas e formas surpreendentes e na riqueza inesgotável de detalhes. A
inspiração para tanta criatividade repousa, enfim, em suas próprias tradições.
LES PÂTES: Séches: Pâte sucrée, Pâte sablée, Pâte brisée/ à foncer, Pate
feuilletée
Molles: Pâte á choux, Pâte a crèpes
LES GANACHES
LES COULIS
Gâteaux
Os gâteaux variam quanto às massas e
preparações de base utilizadas, a natureza
dos ingredientes, a riqueza de formas e
detalhes recorridos para a finalização. São
classificados como gâteau não só as
preparações com génoise como o Forêt-
Noire (com crème chantilly e cereja), a
Fraisier (com crème au beurre e morango),
mas também o Gâteau Concorde (com
merengue francês de chocolate e mousse
de chocolate), o Gâteau Saint-Honoré
(com massa folhada, creme chiboust , pâte
à choux e caramelo). Um Jalousie (massa folhada retangular com recheio de frutas) ou um
Paris-Brest (coroa de pâte à choux com crème au beurre praliné). Uma Bûche de Nöel como os
demais rocamboles também são considerados gâteaux.
Entremets
Para HERMÉ (2002) são consideradas “entremets” as sobremesas mais cremosas a base de
crème bavaroise, mousses, e pudins. Pertencem a esta classificação todas as charlottes (crème
bavaroise, mousses, frutas e biscuit á la cuillère), todos os pudins e as sobremesas a base de
pâte a brioche.
Crème d’entremets
São todas as preparações a base de ovos (custards), leite e açúcar. Crème Brûlée, Crème
Caramel, Blanc-manger, Sabayons, Clafoutis, etc. Os flans, apesar de compostos de um fundo
de pâte, também fazem parte desta classificação.
Gâteaux de entremets
São as sobremesas ditas contemporâneas com biscuit joconde, biscuit décor, dacquoise,
chocolate decorado, guarnecidas com crème bavaroise, mousses de frutas, crème brûlée e toda
sorte de decoração.
Les soufflés
São sobremesas leves quentes ou frias de frutas, chocolate, especiarias, frutas secas ou oleaginosas, guarnecidas com
sorvete ou coulis.
Desserts glacés
São todas as sobremesas que contêm sorvete ou sorbet associados a frutas frescas, coulis e
licores, em sua composição. São entre outras os Parfaits, as Bombes, os Vacherins glacês, as
Cassatas, as coupes (taças), etc.
Áreas de atuação
O confeiteiro atua em Hotéis, restaurantes, boulangeries, pâtisseries, cafés, buffets, etc.
em inúmeras outras situações, como festas, chás da tarde, brunches, etc. Também se tornou
um costume diretamente ligado ao afeto, sendo muito comum, por exemplo, presentear uma
pessoa com uma caixa de bombons ou biscoitos. Quanto à escolha de um doce, apesar de
não haver uma regra determinada, ela sempre deve ser feita com muito bom senso,
considerando detalhadamente cada situação.
Dentro da pâtisserie existe uma infinidade de opções. Temos doces mais elaborados, mais
simples, clássicos ou originais, regionais ou estrangeiros, mais leves ou mais ricos, tradicionais e
festivos. Qualquer que seja a opção, sempre deve manter uma harmonia com a ocasião e o
menu escolhido. Se o doce sucede um prato mais rico, deve ser mais leve. A temperatura
também deve ser levada em conta. Doces mais frescos e leves para dias mais quentes e mais
ricos para dias mais frios. O doce também precisa estimular a maior parte de
nossos sentidos. Precisa de uma ótima apresentação, de um contraste de cores sabores e
texturas.
3. Ingredientes
Ingredientes de baixa qualidade nunca se transformarão em boas produções. Portanto, todos os
ingredientes que compõem uma receita devem ser de boa qualidade e de um frescor
inquestionável. Verifique sempre as datas de validade.
Laticínios, farinha, ovos são a base da confeitaria que é complementada por vários outros
ingredientes como oleaginosas, frutas, chocolates, essências, especiarias, bebidas, etc. É
imprescindível uma boa escolha de ingredientes e para isso é necessário conhecê-los.
Além destes existem alguns açúcares não digeríveis usados em doces e gomas de mascar “sem
açúcar”, como o manitol e o sorbitol. Normalmente são utilizados como agentes de volume. A
sacarose é um dissacarídeo composto de dois açúcares simples ou monossacarídeos, glicose e
frutose. Sua fórmula química é C12H22O11.
Escala de doçura
Tipos:
- Farinha comum: é mais grossa – feita com a parte externa do endosperma
- Farinha Especial: é feita da parte central do endosperma – tonalidade mais clara e
granulometria mais fina.
- Farinha Integral: os grãos de trigo são triturados na sua totalidade.
- Farinha com fermento: é uma farinha especial, com adição de fermento em pó
químico.
Outras farinhas: Fécula de batata, Farinha de mandioca, Farinha de milho, Centeio, Aveia,
fubá, etc.
3.3 Laticínios
Leite
O leite fresco é composto de aproximadamente 87% de água. O remanescente é composto de
sólidos que contêm gordura, proteína (caseína) e lactose (açúcar do leite). Estes componentes é
que dão ao leite sua cor, sabor e valor nutricional. O leite também é rico em cálcio, fósforo e
ferro. (ARAUJO, 2007)
Produtos disponíveis no mercado:
- Fresco (A, B ou C)
- Pasteurizado
- Em pó (liofilizado)
- Leite evaporado – 60% da sua água é retirada.
- Integrais - 4% de gordura
- Semi-desnatados – 1 a 2% de gordura
- Desnatados - 0% de gordura
Creme de leite
- Pasteurizado – fresco – 36% de gordura
- Homogeneizado – lata – temos o light que tem 22% de gordura
- UHT – Ultra High Temperature – ultra pasteurização
Iogurte
É um leite fermentado e pode ser encontrado de duas formas:
- Natural
- Desnatado
Queijos
Um dos principais produtos do leite o queijo é feito a partir do coalho e é produzido em
centenas de variedades. Na pâtisserie os mais comumente usados são:
- Cream cheese
- Mascarpone
- Ricota
- Cottage
- Parmesão
- Queijo de cabra
Produtos estrangeiros
- Heavy cream: whipping cream 36% a 40% de gordura;
- Light cream: 18% de gordura (feito para adicionar no café) às vezes substituem o leite
por ele;
- Half-and-half cream: metade leite metade heavy cream – usam no preparo de sorvetes
e cremes;
- Single cream: 5% de gordura, usam para substituir o leite integral;
- Double cream: 48% de gordura;
- Sour cream: 18% a 20% de gordura e ácido láctico incluído em sua composição
(podemos obter um sour cream adicionando um pouco de vinagre ou suco de limão ao
creme de leite fresco e deixando que ele venha a coalhar);
- Creme fraîche: de origem francesa (fresco), ele é um creme de leite fresco fermentado com a adição de uma
bactéria própria. Adicionam uma cultura láctea para pasteurizar o creme de leite;
3.4 Gorduras
As gorduras são ingredientes indispensáveis na dieta pelo seu valor calórico e as suas
qualidades organolépticas. As gorduras transportam algumas vitaminas (A, D, E e K) e fornecem
as gorduras essenciais (ácidos graxos), que o organismo é incapaz de fabricar. Podemos
identificar dois grandes grupos de gorduras existentes no mercado:
Matérias graxas lácteas: Produtos derivados exclusivamente do leite. Neste grupo está a
Manteiga que possui 80% de gordura, 15% de água e 5% de
outros sólidos de leite e pode ser encontrada salgada e sem sal. Algumas manteigas francesas
chegam a ter 82% de gordura.
Matérias graxas: Produtos derivados de matérias graxas vegetais ou animais. Neste grupo estão
incluídas a margarina e a gordura de coco, que são de origem vegetal. A banha e o sebo são de
origem animal. A margarina também conhecida como gordura vegetal hidrogenada pode ser
proveniente de vários tipos de óleo, de milho, de canola, de soja, de girassol, etc. Existem
gorduras vegetais no mercado especialmente desenvolvidas para cada preparação da
confeitaria. Gorduras para massa folhada, para bolo (muito cremosas), para croissant, com um
teor maior de gordura, etc. Em geral elas têm um teor de gordura entre 80 a 90%.
Óleos – de origem vegetal e animal. Os óleos mais comumente consumidos por nós são os de
origem vegetal. Alguns óleos podem ser extraídos de peixes e outros animais. Dentre os óleos
de origem animal o mais conhecido é óleo de fígado de bacalhau. Os óleos vegetais podem ser
obtidos de através de processos físicos, quando os frutos são submetidos a grandes pressões
(azeite de oliva) ou por processos químicos, que consistem na extração do óleo das sementes
por ação de um solvente químico e posterior refinação.
3.5 Ovos
O ovo é formado por gema, clara e casca.
Os ovos são classificados em:
- Grande – pesa entre 63g e 70g
- Médio – pesa entre 53g a 63g
- Pequeno - pesa menos que 53g
Para efeitos de substituição caso alguma receita determine o peso dos ovos em gramas,
tomaremos por base que um ovo médio pesa aproximadamente 50g e que 20g correspondem
à gema e 30g correspondem à clara. O ovo é um alimento bastante perecível e deve ser
conservado preferencialmente no refrigerador a uma temperatura de 5ºC. (PHILIPPI, 2006)
Em geral os ovos conservam sua qualidade entre 21 e 30 dias depois da data da embalagem. A
cor da casca e da gema são características secundárias e não estão ligadas ao valor nutritivo do
ovo. A cor da casca vai depender da raça da galinha e a da gema do tipo de alimentação dada
à galinha. (ARAUJO, 2007)
A presença de um traço de sangue na gema não é sinônimo de falta de qualidade ou ausência
de frescor do ovo. Isto se deve à ruptura de capilares do ovário.
O ovo tem um papel importantíssimo dentro da confeitaria. Ele confere estrutura às
preparações, sabor, agrega valor nutricional, dá cor, é emulsificante e a clara tem a
propriedade de incorporar ar.
Hoje em dia encontramos também os ovos pasteurizados, usados em produções de grande
escala para otimizar o trabalho e para maior segurança.
Gelatina
A gelatina é uma proteína de origem animal. Conhecida por tipo A (uso culinário) ela é
normalmente extraída da pele suína. Incolor, sem sabor e clara é um agente geleificante
largamente utilizado. Podemos encontrá-la no mercado de duas formas, em pó e em folha. A
gelatina endurece a 20º C e começa a derreter a 30º C.
Agar-agar
O agar-agar, palavra de origem malaia, é um colóide hidrofílico extraído de algumas algas e,
portanto, de origem vegetal. Pode ser encontrado em farmácias de manipulação ou em lojas
especializadas. Ele normalmente é comercializado em pó. Como a gelatina é um produto de
origem animal, muitos vegetarianos passaram a substituí-la pelo agar-agar. O agar-agar não tem
sabor e o seu poder geleificante é oito vezes maior que o da gelatina. Ele se torna firme e
derrete em temperaturas mais altas – pode geleificar em temperatura ambiente. Para utilizá-lo,
basta hidratá-lo em um líquido e reservar por 15 minutos. Em seguida, fervê-lo com a mistura
que precisa geleificar.
Pectina
A pectina é um carboidrato complexo presente na casca, sementes e polpa de várias frutas.
Algumas frutas como maçãs e cítricos têm um alto teor de pectina. A pectina é normalmente
utilizada no preparo de geléias e é comercializada na forma líquida ou em pó.
1. Físicos: ocorrem quando os ingredientes são combinados de tal forma que o ar seja
incorporado na massa. Bater os ingredientes é o exemplo mais comum. Por exemplo, batendo
gemas e açúcar, batendo claras e açúcar, batendo creme de leite, incorporamos bolhas de ar à
preparação aumentando seu volume.
A massa folhada é um outro exemplo onde um agente de crescimento mecânico é utilizado.
Intercalando camadas de massa e de manteiga, fazemos com a massa cresça ao ser assada.
2. Químicos: Algumas produções que levam agentes químicos podem também conjugar um
agente mecânico como bater, para obter uma maior leveza ou mais maciez no produto final.
Os agentes químicos mais utilizados são:
Fermento químico – formado por uma parte de bicarbonato de sódio, duas partes de ácido
que normalmente é o cremor tártaro e um pouco de amido de milho. Somente em meio
líquido e em contato com o calor ele vai liberar o dióxido de carbono, responsável pelo
crescimento do bolo. Quanto mais macia e úmida for a massa maior será a reação do
fermento.
Bicarbonato de Sódio – Assim que entra em contato com o meio líquido começa a desprender
o dióxido de carbono. Além disto, deixa um sabor alcalino, saponáceo nas preparações. Este
sabor é do carbonato de cálcio. Para neutralizar este sabor, normalmente nas preparações que
levam este agente de crescimento, algum ácido é adicionado entre os ingredientes. Este ácido
vai ajudar a ativar o bicarbonato para que ele desprenda mais dióxido de carbono fazendo a
produção crescer bem como ajudar a dispersar o sabor indesejável do carbonato de cálcio.
Cremor tártaro – pode ser descrito como um agente de crescimento - é utilizado para dar
maior estabilidade às claras batidas. Ele ajuda as proteínas da clara a se firmarem, permitindo
que elas mantenham mais seu volume e forma.
- Canela
- Cravo
- Cardamomo
- Noz moscada
- Aniz estrelado
- Pimenta-do-reino
- Pimenta da Jamaica (allspice)
- Erva-doce
- Cominho ou alcarávia
- Semente de gergelim
- Semente de papoula
- Gengibre
- Tomilho
- Manjericão
- Hortelã
- Erva cidreira
3.9 Baunilha
Cultivada em clima úmido e tropical. É proveniente de uma orquídea originária da América
Central. A baunilha é um dos aromatizantes mais versáteis da pâtisserie. A baunilha tem sua
maior produção concentrada em quatro regiões no mundo, México, África (Madagascar – 70%
da produção mundial), Indonésia, Taiti.
Extrato de baunilha: o extrato de baunilha pode ser obtido pela maceração das favas em uma
solução de álcool durante meses.
Açúcar de baunilha ou açúcar vanile: nada mais é que um açúcar aromatizado com baunilha.
Podemos prepará-lo juntando uma fava de baunilha ao açúcar e deixando descansar por pelo
menos uma semana. (DESCHAMPS e DESCHAINTRE, 2006)
3.11 Corantes
De acordo com ARAUJO (2007) os corantes podem ser naturais ou artificiais e são muito
utilizados para agregar cor ou tingir inúmeras produções da confeitaria. Todos os corantes
comerciais são artificiais. Vermelho, amarelo, verde e azul são as cores mais comuns. Eles são
vendidos na forma líquida, em gel e em pó.
Outro corante muito utilizado é o corante caramelo obtido através da cocção do açúcar até
que queime. Este caramelo é processado para remover o sabor amargo. O que sobra é um
corante intenso utilizado para escurecer massas como, por exemplo, a do pumpernickel.
Normalmente os corantes são potentes e devem ser adicionados aos poucos, com muito
cuidado, até atingir a coloração desejada.
As não-alcoólicas são além das infusões: café e chá, os sucos de frutas, chocolate, etc.
3.13 Chocolate
Proveniente do fruto do cacaueiro, o
chocolate, tecnicamente chamado de
Theobroma Cacao (alimento dos
deuses) é um produto muito utilizado
em toda a pâtisserie. Os tipos mais
comuns encontrados no mercado são:
- Cacau 100%: usado em
confeitarias para dar cor e sabor
acentuado em produções;
- Cacau em pó: alcalino e o não
alcalino, pode ser adoçado ou
não;
- Cobertura: chocolate mais viscoso e mais líquido, possui de 30 a 40% de manteiga de
cacau - quanto mais manteiga de cacau, mais líquido e viscoso e mais caro também –
usada para moldar e banhar;
- Amargo: (bittersweet chocolate), com até 70% de pasta de cacau;
- Chocolate ao leite: pasta de cacau, açúcar, sólidos de leite (14% no mínimo), baunilha
e manteiga de cacau;
- Chocolate branco: os melhores têm alto teor de manteiga de cacau e leite desidratado
ou condensado. Não contém pasta de cacau – alguns contém gordura vegetal;
- Chocolate meio amargo: 35% pasta de cacau – ideal seria de 45 a 50%;
- Chocolate hidrogenado: toda a manteiga de cacau é substituída por gordura vegetal
hidrogenada e por isto não necessita de temperagem*.
3.14 Oleaginosas
Oleaginosas são indispensáveis na cozinha de todas as culturas do mundo. Repletas de
proteínas, vitaminas e minerais, são extremamente ricas em óleos,
o que faz com que elas tenham um sabor rico e intenso. Podem ser usadas cruas ou tostadas. A
exposição das oleaginosas ao calor faz com que elas desprendam mais sabor e aroma. (BAKING
AND PASTRY, 2004)
Conservação
A grande quantidade de óleo que possuem faz com que elas fiquem rançosas se armazenadas
impropriamente ou por muito tempo.
Oleaginosas torradas devem ser armazenadas em temperatura ambiente no máximo por duas
semanas.
Amêndoas: para retirar as peles das amêndoas colocar em água fervendo, aguardar alguns
minutos e então retirar a pele que se solta facilmente.
Avelãs: para retirar a pele das avelãs devemos tostá-las no forno a 180º C e então retirar a pele
friccionando as avelãs com as mãos ou com a ajuda de um pano.
Tipos:
- Nozes
- Pecans
- Pistaches – retirar a pele usando o mesmo processo aplicado para as amêndoas.
- Castanha do Pará
- Castanha de caju
- Macadâmia
- Pinolis
- Amendoim – retirar a pele usando o mesmo processo aplicado para as avelãs.
3.15 Frutas
Frutas são indispensáveis para a pâtisserie. Estão disponíveis de várias formas e são a alma de
diversas produções.
Frescas
Como o próprio nome diz, as frutas devem ser frescas. Se possível compre sempre as frutas da
estação. Só lave as frutas quando for utilizá-las. Umidade em excesso pode acelerar o processo
de deterioração, abreviando a vida útil das mesmas. (PHILIPPI, 2006)
Congeladas
Polpas congeladas são muito utilizadas na pâtisserie, principalmente em se tratando de frutas
exóticas ou que não estão disponíveis durante todo o ano.
3.16 Flores
Algumas flores são consideradas comestíveis e podem ser usadas para enfeitar e enriquecer
uma produção. Devem ser armazenadas na geladeira e devem ser utilizadas o mais próximo
possível de serem servidas.
- Violeta
- Lavanda
- Rosa
- Calêndula
- Nastúrcio
- Jasmim
- Gerânio
- Camomila
- Flor de pêssego
- Flor de laranjeira
- Assadeiras
- Sacos de confeitar – descartável ou não
- Bicos – de inox ou acrílico e sem emendas
- Vazadores
- Tesoura
- Termômetro
- Pincéis – cerdas naturais e não de plástico
- Papel manteiga
- Filme plástico
Equipamentos
- Misturador
- Batedeiras
- Processador de alimentos
- Fornos
- Fogão
Bico perlê
2
Todas as fotos de bicos de confeitar pertencem ao site:
http://www.cakedecoratingtips.writetopics.com/wilton-cake-decorating-tips.html
Bico folha
Bico Serrinha
5. Cocção do açúcar
5.1 Calda
É o produto resultante da mistura de água e açúcar sob ação do calor. Existem diversos pontos
de fervura do açúcar. A temperatura é o guia para esses diferentes pontos. Ela indica a
concentração de açúcar, ou o ponto que a calda atingiu. Ao ferver uma calda por algum
tempo, a água evapora, o açúcar fica concentrado e a calda fica cada vez mais grossa. As
propriedades da calda vão mudar conforme a calda for evaporando. Para medir a temperatura
de uma calda com termômetro ele deve ser posicionado de tal forma que sua ponta toque
somente a calda e não o fundo da panela. (DESCHAMPS E DESCHAINTRE, 2006)
A proporção de açúcar em relação à água pode variar, dependendo da finalidade a que se
emprega esta calda.
- Calda fina: 250g de açúcar para 500 ml de água
- Calda média: 250g de açúcar para 250ml de água
- Calda grossa: 250g de açúcar para 125ml de água.
A panela tradicionalmente usada para o preparo de caldas é a de cobre. Isto se deve ao fato do
cobre ser um ótimo condutor de calor e de não reagir quimicamente com o açúcar.
Cuidados ao se preparar caldas de açúcar concentradas:
- Dissolver bem o açúcar na água antes de levar a calda ao fogo;
- Não mexer muito a calda depois que ela levantar fervura;
- Manter o interior da panela limpo. Para isto, limpar as laterais da panela com um pincel
molhado na água fria.
5.3 Caramelo
Para DESCHAMPS e DESCHAINTRE (2006) o
caramelo tem uma infinidade de aplicações. Ele se
forma quanto a calda atinge o ponto quebradiço e
começa a ganhar cor, iniciando com um dourado
claro e escurecendo em seguida. A cor indica o
sabor: caramelo claro tem sabor mais suave; caramelo escuro um sabor mais acentuado, de
nozes e um toque amargo.
Para preparar uma calda de caramelo, assim que ela atingir a cor adequada, retire a panela do
fogo e acrescente a ele um pouco de água quente. Dê o ponto desejado com a água.
5.4 Praliné
O praliné é um caramelo simples adicionado de oleaginosas onde tradicionalmente são usadas
amêndoas sem pele. O praliné pode ser quebrado com um rolo de macarrão ou no
processador de alimentos dependendo da produção onde será empregado.
5.5 Nougatine
Também é um caramelo adicionado de
frutas secas, porém com uma consistência
maleável devido à adição de glucose na
sua preparação. Por sua maleabilidade,
enquanto quente, o nougatine pode ser
moldado e utilizado de várias formas.
Pode ser cortado com vazadores em
formatos diferentes ou apenas quebrado
com as mãos.
Assim que o nougatine estiver pronto
despeje sobre um silpat ou sobre o
mármore levemente untado. Ele esfria facilmente e por isto deve ser trabalhado rapidamente.
Abra o nougatine usando um rolo levemente untado. Se o nougatine esfriar antes que se tenha
dado a forma desejada, basta levá-lo ao forno por alguns segundos até que ele recobre sua
maleabilidade novamente.
5.6 Fondant
O fondant nada mais é do que uma calda de açúcar que é recristalizada até formar uma pasta
branca e macia. Ele é muito utilizado na pâtisserie como cobertura e decoração. A glucose e o
cremor de tártaro vão inverter parte do açúcar fazendo com que atinja a quantidade necessária
de recristalização. Sem estes ingredientes ficaria muito difícil de trabalhar. Da mesma forma se
houver muito cremor de tártaro e glucose, não haverá recristalização suficiente fazendo com
que o fondant fique mole e aguado. Depois de pronto o fondant pode ser aromatizado com
licores, chocolate, café, etc. Também podemos colorir o fondant usando corantes comerciais.
Muitas confeitarias não preparam o fondant. Preferem comprá-lo.
6. Chocolate
Theobroma, do grego, quer dizer “Alimento dos Deuses”. Este é o nome de batismo do
chocolate. Cientificamente a semente de cacau é chamada de Theobroma cacau. O nome foi
dado pelo botânico sueco Carlos Linnaeus.
As origens do chocolate estão enraizadas na pré-história do Novo Mundo, no misterioso reino
dos Olmecas e Maias. Estas antigas civilizações Mesoamericanas viveram na América Central
Equatorial e foram responsáveis pelo cultivo da planta do cacau. Os maias foram os criadores
de uma bebida fermentada e amarga produzida a partir de sementes de cacau, onde diversos
condimentos eram utilizados na sua fabricação. A favorita era a pimenta chili. Para produzir um
efeito espumante a bebida era derramada de um recipiente para outro. (McFADDEN &
FRANCE, 1997)
Por volta de 900 d.C., os civilizados Toltecas, seguidos pelos Astecas se estabeleceram no território que outrora havia
sido dos Maias. Em 1502 Cristóvão Colombo chegou à ilha de Guanaja e foi recebido pelo povo Asteca que o
presenteou com algumas sementes de cacau e lhe ofereceram a bebida especial (tchocolath). Colombo e sua tripulação
acharam a mistura desagradável, muito escura e amarga, não percebendo então o futuro valor econômico deste presente.
Quando Hernán Cortez chegou ao Novo Mundo, dezessete anos depois, Montezuma II, o
então imperador Asteca acreditou que Cortez era a reencarnação do Deus Quetzalcoalt,
guardião da árvore do cacau. De acordo com a lenda este Deus teria trazido o fruto para a
terra como uma dádiva à humanidade. A confusão facilitou o acesso de Cortez á Tenochtitlán,
a capital Asteca, e assim rendeu Montezuma. Em um espaço de 2 ou 3 anos ele ocasionou a
queda do reino Asteca.
Ao contrário de Colombo, Cortez percebeu rapidamente o grande valor econômico da
semente de cacau, tanto como alimento, como uma forma de moeda. Em 1528, Cortez
Tipos de semente
De acordo com SUAS (2009):
- Forastero - 80% do cacau do mundo. Proutores: Brasil e África;
- Criollo – 10 a 15% do cacau do mundo – Nicarágua, Guatemala, México, Venezuela e
Colômbia, Jamaica;
- Híbridas – trinitária (de Trinidad) – originária de cruzamentos.
Colheita
Após 4 meses o fruto amadurece e então é cortado da árvore:
- Alguns países o ano todo;
- Alguns de maio a dezembro;
- Na áfrica de setembro a dezembro;
- Frutos são retirados cortando-se os talos;
- Após 4 semanas de retirados estão maduros e prontos para terem sua polpa retirada.
Fermentação
- Os frutos são abertos com cuidado para não danificar as sementes;
- A polpa e as sementes são colocados para fermentar sobre folhas de bananeira e
coberto com elas;
- A levedura e as bactérias iniciam uma reação química em que o açúcar da polpa se
transforma em álcool, dióxido de carbono e ácido acético.
- O processo leva de 2 a 7 dias;
- A cor das sementes se altera do arroxeado para o marrom – desenvolve a cor;
- Processo elimina o amargor existente no fruto e desenvolve o sabor e aroma;
- O cacau perde seu poder germinativo e os grãos se desprendem da polpa.
Secagem
- Sementes são colocadas para secar ao sol;
- São necessários de 8 a 10 dias para secarem;
- Algumas sementes secam em locais próprios fechados;
- Com a secagem reduzem sua umidade de 50% para 7%
Torrefação
- Desenvolve sabor, aroma e enriquece a cor;
- Seca a casca facilitando sua retirada;
- Após a torrefação, as sementes são resfriadas para evitar a torrefação interna
- Por volta de 112º c.
Joeirar
As sementes são separadas das cascas, através de jatos de ar que se movimentam.
Moagem / Prensagem
Através da moagem se obtém o líquor ou massa de cacau.
- Os grãos se transformam numa massa devido ao calor proveniente do atrito gerado com
a ação do moinho.
- As sementes contém cerca de 54% de manteiga de cacau
- A massa de cacau é prensada para extrair a manteiga de cacau
- Na prensagem há uma grande extração de manteiga de cacau. A manteiga é aquecida e
a gordura escorre capilarmente por orifícios.
- Os sólidos de cacau que sobram depois da extração da manteiga é que são
posteriormente torrados e se transformam no cacau em pó.
Mistura
O líquor é adicionado a outros ingredientes, como leite em pó e açúcar.
As sementes usadas para fabricar o chocolate comestível são diferentes das usadas para
fabricar o cacau em pó. As primeiras são selecionadas.
Refinamento
As velocidades progressivas dissolvem as partículas de cacau e pulverizam os cristais de açúcar.
Conchagem
- Estágio fundamental, onde a massa é tratada com aquecimento.
- Desenvolve o sabor do chocolate, é adoçado e adicionado de lecitina.
- Em 1880: máquina inventada pelo chocolatier suíço rodolfe lindt
- Recipiente grande em forma de concha.
- Função de agitar o chocolate líquido – período de até sete dias
- Atinge textura final uniforme e aveludada
- Sabores são adicionados durante este processo
- Baunilha é normalmente adicionada
Resfriamento
A massa do chocolate é resfriada a uma temperatura de 45º C.
Pré-cristalização
Etapa fundamental na fabricação do chocolate.
A manteiga de cacau existente na massa do chocolate adquire sua forma mais estável,
assegurando assim as características de brilho,contração e dureza.
Moldagem
O chocolate líquido cristalizado é colocado em moldes onde se definem os diversos formatos.
Resfriamento
Os moldes são resfriados para que o chocolate endureça e contraia.
Armazenamento
O armazenamento da barras é feito em temperatura e umidade específicas
Massa de cacau
Contém manteiga de cacau e sólido de cacau, e é também chamado de líquor.
Açúcar
O açúcar que se utiliza no chocolate é a sacarose, que somente será substituído no caso da
fabricação de chocolates dietéticos.
Baunilha
Especiaria proveniente da Índia tem como função aromatizar o chocolate.
Lecitina
É um emulsificante que atua no chocolate como agente umidificante, estabilizante e
dispersante, além de aumentar a solubilidade do produto em leite ou água, no caso dos
achocolatados. A lecitina é uma gordura vegetalobtida a partir da soja, linhaça, algodão, milho,
girassol e canola. Melhora também a textura e preserva as qualidades do chocolate.
- Chocolate ao leite: pasta de cacau, açúcar, sólidos de leite (14% no mínimo), baunilha e
manteiga de cacau;
- Chocolate branco: os melhores têm alto teor de manteiga de cacau e leite desidratado
ou condensado. Não contém pasta de cacau – alguns contém gordura vegetal;
- Chocolate meio amargo: 35% pasta de cacau – ideal seria de 45 a 50%;
- Chocolate hidrogenado: toda a manteiga de cacau é substituída por gordura vegetal
hidrogenada e por isto não necessita de temperagem.
Fat bloom
Este fenômeno se manifesta como manchas acinzentadas na camada superfial do produto,
conferindo um aspecto desagradável além da perda significativa de brilho. Ele é causado pela
migração de cristais de gordura para a superfície do produto.
Sugar bloom
Ao contrário do Fat Bloom, este defeito se caracteriza pela presença de uma camada rugosa e
irregular na superfície do chocolate, alterando, portanto, as características organolépticas do
produto. Este defeito é normalmente causado por condensação de umidade, que dissolve o
açúcar presente no chocolate, formando um xarope. Quando a água evapora posteriormente,
o açúcar permanece na superfície em forma de cristais grossos e irregulares. O processo
destrói a textura do chocolate que se torna cinzento e areado. Apesar de poder ser ingerido,
dificilmente será apreciado como um bom chocolate.
Temperagem – pré-cristalização
Consiste basicamente num lento e gradual resfriamento do chocolate de modo a formar os
cristais de manteiga de cacau uniformemente repartidos no seu todo.
Tablage – 2/3 do chocolate são colocados na pedra e resfriados até atingirem 27º C. Misturar
os 2/3 com o 1/3 restante. Deverá atingir a temperatura adequada de trabalho.
Sobrecristalização
Quando o chocolate começar a engrossar, reaquecer cuidadosamente ou acrescentar
chocolate derretido. O chocolate sobrecristalizado dá menos brilho ao produto final e tem uma
força de estabilização muito fraca.
Temperar o chocolate
utilizando um dos três
métodos
Testar o chocolate
Reaquecer o chocolate
Utilizar o chocolate
Bombom recheado
- Pré-aquecer o molde;
- Com o auxílio de uma espátula ou concha preencher o molde com chocolate
temperado;
- Para eliminar bolhas de ar e para acomodar o chocolate em todos os desenhos do
molde, vibrá-lo sobre uma superfície rígida e plana;
- Inverter o molde para retirar o excesso de chocolate, até que a espessura desejada seja
obtida;
- Limpar o molde com uma espátula e então inverte-lo sobre uma folha de papel
manteiga ou grade metálica e levar à geladeira para secar;
- Retirar o molde da geladeira enquanto ainda o chocolate estiver um pouco maleável e
com a espátula limpa-lo novamente;
- Levar novamente para geladeira para completar o resfriamento;
- Preencher a casca do bombom com o recheio, utilizando um saco de confeitar,
tomando cuidado para deixar 2mm abaixo da borda. Recheios muito líquidos devem
esperar a formação de uma crosta na sua superfície antes de serem selados. Recheios
sólidos podem ser selados imediatamente;
- Despejar chocolate no molde, selando o recheio;
- Com uma espátula retirar o excesso de chocolate até que a superfície fique lisa;
- Levar o molde para a geladeira para secar;
- Virar o molde sobre superfície rígida, lisa e limpa e desenformar.
6.12 Trufas
O nome destas produções é proveniente de uma espécie de cogumelo que nasce e cresce
embaixo de carvalhos e castanheiras no sul da França e na Itália. O efeito empoeirado de terra
sobre os cogumelos é obtido quando as trufas são envolvidas no cacau em pó. A trufa nada
mais é do que uma ganache dura em formato redondo ou oval, passada no cacau em pó. Pode
ou não ser recoberta de uma camada de chocolate antes de ser passada no cacau em pó.
Originalmente as trufas apresentam uma superfície rugosa e de formato irregular.
Durabilidade
- 2 semanas em temperatura ambiente
- 4 semanas no refrigerador
- 6 meses no congelador
7 Merengues
Para BAKING AND PASTRY (2004)
merengue pode ser definido como
uma mistura de claras de ovos
batidas com açúcar. A LAROUSSE
GASTRONOMIQUE (1990) atribui
sua origem ao chef confeiteiro
suíço Gasparini que trabalhava na
cidade de Meiringen na Alemanha,
mas também admite a existência
de outra versão como a que teria
sido inventado pelo confeiteiro do
Rei da Polônia, Stanislas
Leszczynnski que teria passado a
receita para sua filha Maria que o
introduziu na França.
Um merengue deve ser feito de claras de ovos e açúcar batidos juntos para que se incorpore ar
e forme picos macios ou firmes. Apenas claras batidas não são chamadas de merengues, são
simplesmente claras batidas até consistência firme (e seca).
Os ovos podem facilmente produzir espuma. Quando as gemas (que contêm uma substância
gordurosa que destrói a capacidade da albumina de espumar) são retiradas, as claras de ovos
batidas podem aumentar em até 8 vezes seu volume. Isto é possível graças à associação de
algumas proteínas derivadas da albumina. (FRIBERG, 1996)
Quando as claras são batidas, a albumina forma uma massa estável de pequeninas bolhas de ar
enquanto parte das moléculas de proteína se unem e formam uma frágil rede que retém a
umidade (as claras são compostas de 85% de água). Isso seria suficiente se as claras batidas não
fossem ser assadas, mas como o ar expande quando aquecido, a rede de proteínas
desnaturadas na superfície seria destruída e imediatamente desmoronaria se não fosse pela
proteína ovalbumina. (SUAS, 2009)
Apesar de não ter função alguma enquanto as claras são batidas, ela coagula quando aquecida,
formando sua própria rede no merengue, impedindo assim que o merengue caia quando a
água evapora. Em outras palavras, a ovalbumina é que torna possível transformar uma espuma
líquida em uma massa sólida quando submetida ao calor.
7.5 Batimento
Merengues em picos moles não seguram sua forma, irão afundar ou cair. Quando
propriamente batidos em picos firmes manterão o formato ao moldar com o saco de confeitar.
Deve-se poder virar o bowl de cabeça para baixo sem que o merengue caia.
IMPORTANTE: há uma tênue linha entre picos duros e um merengue batido em excesso:
quando isso acontece, o merengue se torna ressecado, difícil de confeitar e impossível de ser
incorporado a outras misturas sem que restem “pelotas” de merengue por toda a massa.
Merengues em picos duros devem manter o brilho, e não ressecar ou quebrar.
Merengue francês
O mais indicado quando assado “ao natural”, ou quando misturado a nozes, e quando
utilizado como base para bolos. Quando preparado e assado corretamente, o Merengue
francês é bem delicado, leve e frágil. Deve ser confeitado ou espalhado imediatamente após
ser batido ou as claras começarão a se separar do açúcar. Este tipo de merengue não deve ser
adicionado a recheios que não serão assados ou ingerido cru, a não ser que seja preparado
utilizando-se de claras pasteurizadas, para se evitar a contaminação por salmonela.
Merengue italiano
É o mais indicado quando necessário guardar por um curto período de tempo. É o mais denso
pelo fato de as claras estarem parcialmente cozidas, e o que mais mantém o formato antes de
começar a desmoronar. Sua utilização é recomendada principalmente em sobremesas onde ele
é ingerido cru ou apenas parcialmente cozido, ou quando utilizado como recheio ou
cobertura. Não se presta muito para ser assado, pois se torna duro, com uma textura
desagradável.
Merengue suíço
Pode ser descrito como uma mistura entre o merengue francês e o italiano. As claras são
levadas ao fogo juntamente com o açúcar até a temperatura de 60C. É mais fácil e rápido de
se preparar do que o merengue italiano, porém não tão estável, devendo ser utilizado logo
após seu preparo.
Comumente usado no preparo de recheios e creme manteiga, pode também ser moldado no
formato de petit fours e assados como o merengue francês, nesse caso, reduzindo-se a
quantidade de açúcar para se obter maior volume e picos mais firmes.
7.8 Cocção
Os merengues devem ser assados em temperaturas baixas. Na maioria dos casos, a temperatura
deve ficar entre 99-104º C. No caso de merengues contendo nozes moídas, como o merengue
japonês, as nozes irão absorver parte da umidade das claras, permitindo que se asse (e seque)
mais rapidamente. Não se deve assá-los tanto de forma a secá-los totalmente. Não devem
adquirir cor quando assados, e sim permanecer claros. (FRIBERG, 1996)
7.9 Armazenamento
Como o merengue nunca deve ser preparado antes como mise en place, teoricamente falando,
quanto mais açúcar se adicionar, a preparação manterá seu volume e firmeza por mais tempo
sem desmoronar quando moldada. Merengues francês e japonês devem ser confeitados ou
espalhados no formato desejado imediatamente após batidos. O merengue será menos estável
Proporção clássica: 500ml de creme + 5ml de extrato de baunilha + 50g de açúcar refinado.
Coulis: É um tipo de sauce composto por fruta ou polpa de fruta in natura ou congelada
processada com açúcar, que pode conter também suco de limão e água, muito utilizado na
finalização de sobremesas.
9. Mousses
São preparações leves, e de textura
delicada. Sua leveza normalmente
se deveà adição de ingredientes que
incorporem ar. Para ganhar leveza
os mousses podem ser compostos
de:
Vários aromatizantes podem ser utilizados no preparo dos mousses, como por exemplo, polpas
ou purês de frutas, chocolate, bebidas e chás. (SUAS, 2009)
Para se preparar mousses com sucesso, alguns cuidados devem ser observados principalmente
nas receitas que levam creme de leite batido (crème fouettée). O creme deve ser batido em
picos médios, pois ao ser incorporado à base, acrescentaremos mais movimento e se ele já
estiver muito firme, pode talhar.
Nunca se deve adicionar o creme numa base ainda quente. O creme vai derreter e perder sua
finalidade, resultando numa mistura sem volume. Os mousses podem ser apresentados de
várias maneiras, como recheio de bolos, tortas, enformados, em quenelles, em taças. Desta
forma, podem ser ou não
adicionados de gelatina dependendo da forma como serão servidos, ou da sua utilização
dentro de uma produção.
As Pâtes Séches ou patês d’office como costumam ser chamadas as massas básicas, são
utilizadas constantemente na realização de inúmeras sobremesas e petits fours. As tartes,
tourtes, tartelettes, barquettes, servidas frias ou quentes, ocupam sempre um lugar de destaque
na mesa. Para as produções salgadas como quiche, flamiche e pissaladière, utiliza-se Pâte
brisée e Pâte à foncer com os mais variados recheios. De fácil confecção, as massas
basicamente levam gordura, farinha, açúcar, sal, água e ovos e exigem poucos utensílios como
aros, formas caneladas de fundo falso, forminhas apropriadas para barquettes e tartelettes, e
um bowl.
Para tortas, tartelettes e barquettes assadas com frutas como damasco, maçãs, ameixas, etc
guarnecidas com crème pâtissière, deve-se usar uma Pâte sablée, Pâte brisée ou uma Pâte à
foncer. Para frutas delicadas como frutas vermelhas, uvas, pêras, etc. a massa deve ser assada
antes de colocar o recheio. Pâte sucrée, Pâte à foncer e Pâte sablée são as mais indicadas.
De acordo com DESCHAMPS e DESCHAINTRE (2006) as massas mais comumente usadas na
confeitaria são:
- Pâte Brisée
- Pâte Sablée
- Pâte Sucrée
A escolha da utilização de cada massa vai variar de acordo com o resultado desejado e o tipo
de produção. Os recheios mais doces pedem massas menos doces, mais neutras, como a
Sablée. Recheios de frutas ou recheios mais ácidos pedem massas mais doces como a Sucrée.
outro tipo de oleaginosa, resultando em variações deliciosas. Os ovos podem ser substituídos
total ou parcialmente por outros líquidos nas seguintes proporções:
- 75ml de água
Pâte sablée
Massa menos doce que a Pâte sucrée e mais delicada. Possui variações como a Sablée cannelle
e a sablée d´amande.
Pâte Sucrée
Massa mais doce que a sablée, é uma massa mais resistente.
Pâte Sablée
Pâte Sucrée
11. Cremes
11.1 Curds
Os curds são cremes (custards) compostos por suco de uma fruta cítrica, manteiga, açúcar,
espessados por ovos.
11.3 Ganache
Basicamente uma emulsão de chocolate com um ingrediente líquido. Classicamente é uma
mistura de chocolate e creme de leite, que pode levar também manteiga, bebidas alcoólicas e
outros aromatizantes. Algumas receitas também contêm glucose, que aumenta seu brilho e sua
durabilidade. É uma mistura rica com os mais diversos usos na confeitaria. Pode ser usada
como um recheio, como cobertura, numa consistência mais firme para confecção de trufas,
bombons, etc. A textura vai variar de acordo com a proporção de líquido adicionada.
Obs. Lembrar que quando o crème au beurre for armazenado sob refrigeração deve ser
aquecido em banho-maria antes de utilizado para que não haja quebra de fases. Bater até
adquirir a consistência desejada.
11.7 Bavarois
Originou-se de uma bebida à base de chá, leite, ou creme de leite, e licor, servida no Café Le
Procope de Paris, no século XIX. É um creme de consistência suave como um mousse porém,
firme como um pudim, utilizado em diversas produções da confeitaria. Como sobremesa pode
aparecer enformado em formas decoradas apenas, ou acompanhado de coulis ou sauce. Como
componente de um gâteau permite inúmeras possibilidades. Em sua composição, a bavarois
pode ter um crème anglaise acrescido de gelatina e creme fouettée ou um purée de frutas
adicionado de merengue italiano, gelatina e crème fouettée. É considerado um tipo de
“entremets moulés”, e deve ser servido sempre bem gelado. (SUAS, 2009)
12. Confitures
As geléias são basicamente preparações à base de frutas adicionadas de açúcar, ácido e
pectina. A quantidade de açúcar adicionado vai variar de acordo com a fruta escolhida e pode
variar entre 50 a 60% em relação a fruta. A cocção das geléias deve ser feita em utensílios de
cobre ou de inox. Outros materiais podem agregar um gosto indesejável às preparações.
As frutas, principalmente as ácidas já contém pectina e são feitas apenas com adição de açúcar.
Entretanto, nas geléias de frutas com pouca pectina, costuma-se adicioná-la para ajudar a
espessar e dar corpo. Para conservar as geléias, utilizar vidros de boca larga, com tampas bem
ajustadas ao bocal. Ferver estes vidros antes de utilizá-los. Para guardar por mais tempo, forre o
fundo de uma panela grande com um pano ou com papel e acomode os vidros tampados
sobre ele. Isto ajuda para que os vidros não batam uns nos outros. Complete com água fria,
mas sem cobrir as tampas. Coloque para ferver. Retire a panela do fogo e mantenha os vidros
no seu interior até que esfriem completamente.
13.1 Composição
A pâte à choux começa com o cozimento de uma pasta formada de:
- água e/ou leite
- gordura (normalmente manteiga),
- farinha de trigo
- sal
13.3 Cocção
A pâte à choux deve ser assada em forno quente – 200ºC para que produza o máximo possível
de vapor, expandindo a massa e fazendo com que se forme um buraco vazio no centro. O
calor coagula o amido e o glúten dando estrutura à produção. Depois de 10 minutos o calor é
reduzido (180ºC) para que a cocção seja finalizada sem que o produto seque ou fique
demasiadamente dourado.
13.5 Congelamento
- Pode ser congelada moldada, antes de assar.
- Pode ser congelada depois de pronta.
- Exemplos de produções clássicas feitas com pâte à choux:
- Éclair, Profiterolis, Carolinas, Paris-Brest, , Cisnes, Gâteau Saint-Honoré,
Croquembouche, Beignets, Religeuses entre outras.
Paris-brest
Sobremesa feita com Pâte à choux, foi criado pelo pâtissier francês chamado Pierre Gateau.
Sua Pâtisserie era localizada num subúrdio de Paris, na rota da famosa corrida de bicicleta, de
Paris a Brest (cidade Britânica). Em 1891, para homenagear a corrida e aumentar suas vendas,
criou um doce que lembrasse o
formato de uma roda de bicicleta.Tradicionalmente é recheado com um creme
de manteiga ou crème pâtissière aromatizados com praliné.
Gâteau saint-honoré
Doce tradicional francês, o Gâteau Saint-
Honoré foi criado pelo pâtissier Marcel
Chiboust de uma Pâtisserie que pertencia
aos irmãos Julien chamada “Place de la
Bourse”, localizada na Rue du Fauboug
Saint Honoré, em Paris. Chiboust também
é o autor do creme desta torta batizado
com o seu nome Crème Chiboust.
(DESCHAMPS e DESCHAINTRE, 2006)
Saint Honoré (Santo Honório) é o
padroeiro dos boulangers e pâtissiers.
14.1 Composição
Formada por uma massa pobre (Détrempe) e gordura para dobrar (Tourage).
A relação de massa e gordura pode variar de 50% a 100% de adição de gordura em relação ao
peso de massa. A adição de gordura que é responsável pelo crescimento da massa.
Esta massa não deve ser excessivamente trabalhada para que não desenvolva muito glúten e
fique muito elástica. (DESCHAMPS e DESCHAINTRE, 2006)
3
BAKING AND PASTRY, 2004, p. 262 e 263)
Dobra simples:
Dobra dupla:
Principal base para recheio de preparações da confeitaria. Sua origem data do final do século
XIX, época do grande desenvolvimento da confeitaria. Pode ser enriquecido com manteiga,
gelatina ou creme batido gerando outras produções.
Ao contrário de outros cremes que contêm ovos e precisam de atenção para que não talhe, o
creme de confeiteiro contém amido de milho que é usado como espessante, mas age também
como estabilizante evitando que os ovos talhem ou que a mistura se separe mesmo quando
exposta a alta temperatura.
O creme de confeiteiro pode ser utilizado puro ou adicionado de aromatizantes. Assim como o
creme anglaise é composto de grande quantidade de ovos na sua preparação sendo altamente
perecível. Portanto, deve ser resfriado imediatamente depois de cozido. É recomendável que
se cubra com filme plástico para prevenir que a superfície resseque e o creme perca o seu
aspecto homogêneo.
É um creme que tem como base o crème pâtissière (100%) acrescido de crème fouettée (20%)
podendo conter ou não gelatina.
HERMÉ (1997) identifica como Pâte à biscuit todas aquelas massas que não contêm agentes
químicos de crescimento em sua composição. O único agente de crescimento é o ar
incorporado aos ovos batidos.
Essas massas são feitas a partir dos mesmos ingredientes principais. Variam basicamente nas
proporções, nas diferentes técnicas de preparo resultando em diferentes sabores e texturas.
16.1 Génoise
Génoise é um bolo clássico europeu que não contém agentes químicos de crescimento como o
fermento e o bicarbonato. O único agente de crescimento é o ar incorporado aos ovos durante
a preparação. No seu método de preparo, os ovos são aquecidos e isto aumenta sua
propriedade de absorver ar. Para dar maior leveza à massa podemos substituir de 20% a 30%
da farinha de trigo por amido de milho que não contém glúten. Uma pequena quantidade de
gordura também pode ser adicionada para agregar sabor e umidade ao produto final, como
manteiga derretida ou óleo vegetal.
A génoise é geralmente utilizada como base para preparo de sobremesas, bolos e rocamboles.
A proporção clássica para se preparar uma génoise é de 2 partes
de ovos para 1 parte de açúcar e 1 parte de farinha de trigo. No preparo de uma génoise de
chocolate podemos substituir 15% da farinha de trigo por cacau em pó. Pode ser preparado a
partir de dois métodos: de espuma quente – aquecer ovos e açúcar e depois bater até esfriar; e
de espuma fria onde os ovos são batidos com o açúcar. (BAKING AND PASTRY, 2004)
16.2 Dacquoise
É uma produção clássica francesa muito utilizada na montagem de bolos e sobremesas.
Também não contém fermento na sua preparação. Na sua composição, a farinha de trigo é
totalmente substituída por farinha de uma oleaginosa ou outro ingrediente como o coco ralado,
por exemplo.
17. Macaron
Acredita-se que os macarons são originários da Itália (Veneza) na época da Renascença e que
foi levado para a França com o casamento de Catherine de Médici com o Duque de Orleans
(futuro rei Henrique II) em 1533.
Em italiano chamava-se maccherone e era feito originalmente com pasta de amêndoas. Tem
uma textura crocante por fora e macia por dentro.
Tipos de recheio:
- Ganache
- Creme de manteiga
- Geléias
Podemos ainda encontrar um outro tipo chamado pela escola americana de Método Alemão
formado por um crème pâtissière adicionado de manteiga que muitos franceses chamam de
Crème Mousseline.
De origem francesa, as crepes são feitas com massa muito leve e fina, e variam na espessura,
no tamanho e na forma de servir. (BAKING AND PASTRY, 2004)
20.2 Dobras
- Fans – leques
- Pannequets – massa dobrada quadradinha
- Aumonières - trouxinhas
- Cigarretes - rolinhos
21. Soufflés
O verbo souffler quer dizer “soprar”. De acordo com FRIBERG (1996) os soufflés têm a
reputação de sobremesas complicadas o que é verdade se considerarmos a rapidez e precisão
dos passos que exigem. Os soufflés são sobremesas individuais servidas no próprio ramekin em
que foram produzidos.
Composição
Base: pode ser um creme de confeiteiro ou outro custard. As bases que contêm gemas
resultam num soufflé mais estável.
Tanto os soufflés aromatizados com bebida (licores) como os aromatizados com frutas (polpas
de frutas reduzidas) têm como base um crème pâtissière que é acrescido também de claras
batidas que se expandem quando aquecidas o que resulta no crescimento dos soufflés assados.
FRIBERG (1996) ainda identifica um terceiro tipo de soufflé que chama de “crêpe soufflé” em
que uma massa de panqueca recebe um recheio de soufflé que estufa ao assar.
Aromatizantes: para aromatizar os soufflés assados são usados purê de frutas (redução), chá,
bebidas, chocolate etc. (LAROUSSE GASTRONOMIQUE, 1990)
Claras batidas: pode ser usado simplesmente claras batidas ou merengue francês (quando as
claras são batidas com açúcar), ingrediente que dá estabilidade a elas. Normalmente as claras
são acrescidas de um ácido como o cremor de tártaro, que altera o ph delas fazendo com que
fiquem mais estáveis. No lugar do cremor de tártaro podemos acrescentar algumas gotas de
limão ou vinagre que também são ácidos e fazem o mesmo papel.
Cuidados
- Untar muito bem os ramekins com manteiga e polvilhar com
açúcar;
- Incorporar cuidadosamente as claras na base, 1/3 e depois os 2/3
restantes;
- Assar em temperatura alta: em torno de 200ºC para selar a parte
superior e depois reduzir a temperatura do forno para 180º C
durante o tempo indicado na receita.
- Servir imediatamente depois de assado.
Várias são as versões sobre o surgimento do sorvete. Os registros mais antigos encontrados
indicam seu surgimento na China e foi levado pelos árabes para o Ocidente O sorvete como
nós o conhecemos hoje surgiu apenas no século XVI, em Florença, na Itália. No século XVII
surgiram vários sorveteiros em Florença, Nápoles, Palermo e Veneza. Em Florença também foi
criada a primeira máquina para fazer
sorvete por Procópio Coltelli. Tratava-se de
um recipiente metálico com uma espátula,
cuja função era a de misturar a massa,
posta em um balde de madeira forrado de
palha, sal e salitre para conter o
derretimento do gelo.
Em 1660 surgiu a primeira sorveteria em
Paris aberta por Procópio, chamada de
Café Procope. Assim, pode-se concluir que
foram os italianos que espalharam o
sorvete pela Europa.
- 1813 - EUA – Sorvete chega aos EUA trazido por comerciante inglês Phillip Lenzi.
- 1846 – Em Nova Jersey surge o primeiro freezer à manivela, inventado por Nancy
Johnson. Ao virar a manivela uma vasilha de metal contendo a massa do sorvete
também girava apoiada em montanhas de sal e gelo, formando assim a massa cremosa
do sorvete.
-
Curiosidades de consumo
Brasil – 0,89 litros/pessoa/ano
SP/RJ – 2 litros/pessoa/ano
Itália – 10 litros/pessoa/ano
EUA - 26litros/pessoa/ano
Sorbet: Feito à base de uma calda adicionada de aromatizante, não contém sólidos de leite e é
incorporado de ar. Às vezes é adicionado de claras batidas ou de merengue.
Teor de açúcar: servido como sobremesa (mais doce) – 16 a 20º Baumé; servido entre
refeições (menos doce) – 12º Baumé.
A Escala Baumé foi criada pelo Francês Antoine Baumé e serve para medir a densidade das
caldas. Varia de 0 a 50º. O termômetro utilizado para isto chama-se sacarímetro.
Glucose: é utilizada em
algumas formulações de
sorvete pelo seu poder
edulcorante menor que o do
açúcar, por aumentar o
tempo de conservação e por
agregar brilho ao sorvete.
Normalmente substituem
30% do açúcar por glicose.
Estabilizantes: normalmente
são usados industrialmente. Controlam a suavidade do sorvete, evitando a formação de cristais
de gelo excessivamente grandes ao ponto de serem notados, dão maior viscosidade e
aumentam a resistência à fusão.
22.7 Conservação
- Os sorvetes devem gelar pelo menos 4 horas antes de serem servidos.
- Em pontos de venda devem ser conservados no mínimo a -5º C.
- Os sorvetes devem ser conservados entre – 18ºC a – 15ºC e se conservam
perfeitamente por 3 a 4 semanas.
23. Parfaits
Originalmente tratava-se de uma sobremesa
gelada à base de um creme de café. Hoje,
admite inúmeras variações, sendo basicamente
composto de uma Pâte à bombe (gemas batidas
acrescidas de calda de açúcar a 115ºC)
aromatizada e acrescida de creme de leite
batido. Geralmente é uma preparação mais leve
e menos doce que o sorvete. O parfait pode ser
feito em moldes variados, altos, calhas, etc. e desenfomado antes de servir. (SUAS, 2009)
24. Bombes
Inicialmente apresentada em formato esférico (daí o nome) as bombas, no passado eram feitas
apenas com um sorvete comum, modelado à mão e disposto em fôrmas. Hoje denomina-se
bomba uma sobremesa que consiste em um creme delicado a base de ovos, açúcar e creme de
leite batido, envolvido por uma camada de sorvete.
Referências bibliográficas
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Acesso em 26/05/2011
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Acesso em 26/05/2011
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