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VOLUME III / X
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL – MEIO FÍSICO
i
MEIO FÍSICO ................................................................................................................... 1
6.1.5 Geologia ........................................................................................................................... 1
6.1.5.1 Bacia do Marajó................................................................................................................ 4
6.1.5.2 Bacia de São Luiz - Grajaú .............................................................................................. 8
6.1.5.3 Cinturão Araguaia........................................................................................................... 17
6.1.5.4 Bacia do Parnaíba .......................................................................................................... 22
6.1.5.4.1 Formação Pimenteiras ................................................................................................... 24
6.1.5.4.2 Formação Longá ............................................................................................................ 25
6.1.5.4.3 Formação Poti ................................................................................................................ 26
6.1.5.4.4 Formação Piauí .............................................................................................................. 26
6.1.5.4.5 Formação Pedra de Fogo .............................................................................................. 27
6.1.5.4.6 Formação Motuca........................................................................................................... 28
6.1.5.4.7 Formação Barreiras ........................................................................................................ 28
6.1.5.4.8 Depósitos Aluvionares - Tucunaré ................................................................................. 29
6.1.5.5 Craton Amazônico – Craton Bacajá ............................................................................... 29
6.1.5.5.1 Complexos Metamórficos ............................................................................................... 31
6.1.5.5.2 Greenstone belts ............................................................................................................ 32
6.1.5.5.3 Magmatismo Orogênico Pré-Colisional .......................................................................... 34
6.1.5.5.4 Magmatismo Orogênico Sin a Tardi-Colisional .............................................................. 35
6.1.5.5.5 Magmatismo Orogênico Tardi a Pós-Colisional ............................................................. 35
6.1.5.5.6 Magmatismo Orogênico Pós-Colisional ......................................................................... 36
6.1.5.5.7 Coberturas Fanerozóicas ............................................................................................... 36
6.1.5.5.8 Recursos Minerais do Domínio Bacajá .......................................................................... 37
6.1.5.6 Craton Amazônico – Dominio Carajás ........................................................................... 39
6.1.5.7 Craton Amazônico – Dominio Rio Maria ........................................................................ 44
6.1.5.7.1 Suíte Sanukitóide Rio Maria ........................................................................................... 46
6.1.5.7.2 Suítes Sanukitóides ........................................................................................................ 47
6.1.5.8 Craton Amazônico – Dominio Santana do Araguaia ...................................................... 53
6.1.5.8.1 Ortognaisse Rio Campo Alegre ...................................................................................... 54
6.1.5.8.2 Sequência Fazenda Santa Fé ........................................................................................ 54
6.1.5.8.3 Sequência Mururé .......................................................................................................... 54
6.1.5.8.4 Complexo Santana do Araguaia .................................................................................... 55
6.1.5.8.5 Tonalito Rio Dezoito ....................................................................................................... 55
6.1.5.8.6 Rochas supracrustais ..................................................................................................... 55
6.1.5.8.7 Granitos paleoproterozóicos .......................................................................................... 55
6.1.6 Geomorfologia ................................................................................................................ 59
6.1.6.1 Dados e Métodos Utilizados ........................................................................................... 59
6.1.6.2 Contexto Geomorfológico Regional - AII ........................................................................ 60
6.1.6.2.1 Caracterização das Unidades Geomorfológicas AII ...................................................... 60
6.1.6.2.2 Condicionamento Litoestrutural do Relevo .................................................................. 116
6.1.6.3 Geomorfogênese .......................................................................................................... 122
6.1.6.4 Contexto Geomorfológico – AID/ADA .......................................................................... 123
6.1.6.4.1 Caracterização das Unidades Geomorfológicas da AID/ADA. .................................... 123
6.1.6.4.2 Formas de Acumulação ............................................................................................... 125
6.1.6.4.3 Formas Dissecadas ...................................................................................................... 129
6.1.6.4.4 Formas de Erosão/Aplainamento ................................................................................. 131
6.1.6.5 Dinâmica Superficial ..................................................................................................... 133
6.1.7 Pedologia ...................................................................................................................... 135
6.1.7.1 Apresentação ............................................................................................................... 135
6.1.7.2 Aspectos Gerais ........................................................................................................... 135
ii
6.1.7.2.1 O solo como um sistema disperso ............................................................................... 135
6.1.7.2.2 Relação entre superfície específica, tamanho e forma das partículas. ....................... 138
6.1.7.2.3 Consistência dos solos ................................................................................................. 139
6.1.7.2.4 Estrutura do solo .......................................................................................................... 140
6.1.7.2.5 Manejo e conservação do solo ..................................................................................... 144
6.1.7.2.6 Causas do empobrecimento dos solos ........................................................................ 144
6.1.7.2.7 Sistemas de preparo do solo ........................................................................................ 146
6.1.7.2.8 Erosão .......................................................................................................................... 147
6.1.7.2.9 Práticas conservacionistas ........................................................................................... 153
6.1.7.3 Caracterização e mapeamento dos solos na área de influência da Ferrovia Paraense
S.A. 156
6.1.7.3.1 Considerações Gerais .................................................................................................. 156
6.1.7.3.2 Localização da área de estudo .................................................................................... 157
6.1.7.3.3 Metodologia .................................................................................................................. 157
6.1.7.3.4 Resultados .................................................................................................................... 163
6.1.7.3.5 Conclusões ................................................................................................................... 168
6.1.7.4 Pesquisa de campo ...................................................................................................... 169
6.1.7.4.1 Considerações Iniciais ................................................................................................. 169
6.1.7.4.2 Revisão de Literatura ................................................................................................... 169
6.1.7.4.3 Análise química e física dos solos ............................................................................... 178
6.1.7.4.4 Atributos físicos e químicos dos solos ......................................................................... 181
6.1.7.4.5 Metodologia .................................................................................................................. 181
6.1.7.4.1 Resultados das análises dos solos .............................................................................. 188
6.1.7.4.2 Considerações finais .................................................................................................... 211
ANEXOS 226
iii
Figura 6.1-1 - Mapa de Unidades geotectônicas no traçado da Ferrovia Paraense S.A.... 2
Figura 6.1-2 - Configuração tectônica simplificada do nordeste do Brasil com a
localização do Rift do Marajó e os cinturões de cisalhamento orogênicos Precambrianos.
(COSTA et al. 2002). ........................................................................................................ 5
Figura 6.1-3 - Quatro estágios da evolução paleogeográfica da região de Marajó e áreas
adjacentes. (a) rápido-tardio estágio de Rift com depocentros assimétricos preenchidos
por fanglomerados derivados do Arco de Gurupá. (b) Estagio de Rift tardio caracterizado
pelo sistema principal fluvial na Bacia do Marajó de Oeste e Sudoeste. (c) Estágio pós
Rift definido por uma configuração de graben simétrico com influência marinha para o
Norte. (d) Fisiografia Mioceno – Plioceno com o “Mar de Pirabas” avançando 150km no
continente. (e) Fisiografia do quartenário amplamente caracterizada pela morfologia
fluvial – estuarina, (COSTA et al. 2002). ........................................................................... 6
Figura 6.1-4 - Afloramento de sedimentos do grupo Barreiras composto por cascalhos de
laterita em matriz de argila com pouca areia, formados originalmente por sedimentos
argilo-arensos de origem fluvial, nas proximidades do Porto das Companhias Doca do
Pará na Vila do Conde. (por Waldirney M. Calado). .......................................................... 7
Figura 6.1-5 - Rede de drenagem secundária que corta os sedimentos do grupo
Barreiras, estrada vicinal que acompanha o linhão de energia elétrica nas proximidades
da PA-252 entre Vila do Conde e Vila de Beja . (por Waldirney M. Calado). ..................... 7
Figura 6.1-6 - Topografia plana de baixa altitude com intensa rede de drenagem
secundária que corta os sedimentos do grupo Barreiras, as margens da BR-155 próximo
a cidade de Moju-PA. (por Waldirney M. Calado). ............................................................ 8
Figura 6.1-7 - Mapa geológico simplificado com as bacias sedimentares cretáceas no
Norte do Brasil, com destaque para a Bacia de São Luiz - Grajaú, (Nascimento & Góes,
2007). ............................................................................................................................... 9
Figura 6.1-8 - Quadro estratigráfico da Bacia de São Luiz - Grajaú, adaptado de Góes e
Coimbra, 1996. ................................................................................................................10
Figura 6.1-9 - Topografia plana de altitude de cerca de 30m acima do nível do mar com
menor rede de drenagem secundária que corta os sedimentos do grupo Itapecuru, as
margens da BR-155 próximo a cidade de Tailandia-PA. (por Waldirney M. Calado). .......11
Figura 6.1-10 - Afloramento de sedimentos argilosos com caulim e pouca areia de origem
fluvio-lacustre do grupo Itapecuru, as margens da BR-155 próximo a cidade de
Goianésia-PA. (por Waldirney M. Calado). ......................................................................11
Figura 6.1-11 - Afloramento de sedimentos arenosos em paleocanal de origem fluvial do
grupo Itapecuru, as margens da BR-155 próximo a cidade de Goianésia-PA. (por
Waldirney M. Calado). .....................................................................................................12
Figura 6.1-12 - Afloramento de sedimentos com matriz argilo-arenosas com cascalhos de
laterita ferruginosa dispersos – Argila de Belterra, do Grupo Itapecuru, as margens da
BR-155 próximo a cidade de Goianésia-PA. (por Waldirney M. Calado). .........................12
iv
Figura 6.1-13 - Rio Capim – Entrada da Fazenda da empresa CIKEL ponte sobre via
vicinal, próximo a cidade de Goianésia-PA. (por Waldirney M. Calado). ..........................13
Figura 6.1-14 - Corte de estrada com afloramento de caulim, sedimentos do Grupo
Itapecuru, as margens da BR-222 próximo a cidade de Abel Figueiredo-PA. (por
Waldirney M. Calado). .....................................................................................................13
Figura 6.1-15 - A - Corte de estrada com afloramento de contato com sedimento
compostos por seixos cm a dm em matriz argilo-arensoso na base com argila de belterra
recobrindo estes - B, evidenciado pela quebra de resistência do material da parede do
corte de estrada, sedimentos do Grupo Itapecuru, as margens da BR-222 próximo a
cidade de Abel Figueiredo-PA. (por Waldirney M. Calado). .............................................13
Figura 6.1-16 - Topografia composta por extensos platôs formando vales entrecortados
por rede de drenagem secundária em sedimentos do Grupo Itapecuru formados
preferencialmente por argila de Belterra – área de ocorrência de bauxitas, as margens da
BR-222 próximo à cidade de Rondon do Pará - PA. (por Waldirney M. Calado). .............14
Figura 6.1-17 - Estrada vicinal de acesso a Vila Santa Lucia, conhecida como Vila do
Jacú, onde aflora os sedimentos argilo-arenosos do Grupo Itapecuru formados
preferencialmente por argila de Belterra – área de ocorrência de bauxitas, próximo à
cidade de Rondon do Pará - PA. (por Waldirney M. Calado). ..........................................15
Figura 6.1-18 - Área de coleta de material onde afloram sedimentos argilo-arenosos
predominentemente argila de Belterra e Caulim nas margens da PA-256 proximo a
Paragominas – PA – área de ocorrência de bauxitas. (por Waldirney M. Calado). ..........15
Figura 6.1-19 - Rio Capim – Travessia de balsa na PA-256 próximo a Paragominas – PA,
onde afloram sedimentos argilo-arenosos do Grupo Itapecuru, predominantemente argila
de Belterra e Caulim. (por Waldirney M. Calado). ............................................................16
Figura 6.1-20 - A - Corte de estrada na PA-256 proximo ao Rio Capim sentido
Paragominas – PA para Tomé Açu – PA; B - onde afloram sedimentos argilo-arenosos
do Grupo Itapecuru, predominentemente argila de Belterra. (por Waldirney M. Calado). .16
Figura 6.1-21 - Reconstrução Paleogeográfica retirada de Klein & Moura (2008),
mostrando os cinturões pan-africanos/brasilianos e as principais regiões cratônicas e
blocos paleoproterozóicos nos cratons Sul-Americano e Oeste-Africano, em Pinheiro et
al. 2011. ...........................................................................................................................19
Figura 6.1-22 - Mapa Geológico do Cinturão Araguaia e embasamento, com indicação
das idades das principais unidades litoestratigráficas disponíveis na literatura. (Modificado
de Gorayeb et al. 2008). Referências: (1) Barros et al. (2010), (2) Alves (2005), (3) Moura
& Gaudette (1999), (4) Arcanjo (2002), (5) Moura & Sousa (2002), (6) Souza & Moura
(1995), (7) Chaves (2003), (8) Chaves et al. (2008), (9) Gorayeb et al. (2000), (10)
Sachett (1996), (11) Macambira & Lafon (1995), em Pinheiro et al. 2011. .......................20
Figura 6.1-23 - Afloramento de metasedimentos do Cinturão Araguaia com ocorrência de
argilas sericitizadas – saprolio de metassedimentos – metapelitos nas margens da BR-
155 proximo a Eldorado dos Carajás - PA. (por Waldirney M. Calado). ...........................21
Figura 6.1-24 - Topografia da área onde ocorrem os metassedimentos do Cinturão
Araguaia e ao fundo a Serra do Tapa; em detalhe – B afloramento de metapelito argiloso
com sericita nas margens da BR-155 proximo a Rio Vermelho – PA. (por Waldirney M.
Calado). ...........................................................................................................................21
Figura 6.1-25 - Localização da Bacia do Parnaíba na porção oeste da região Nordeste do
Brasil. (VIANA et al. 2010). ..............................................................................................23
Figura 6.1-26 - Geologia e recursos minerais da parte central do Domínio Bacajá com
destaque para a região do aerolevantamento Anapu-Tuerê (polígono em vermelho) e
v
para a área de estudo (polígono azul) (modificado de VASQUEZ et al. 2008c), em
Carneiro 2010. .................................................................................................................38
Figura 6.1-27 - Províncias Tectônicas do Estado do Pará. Domínios Rio Maria e Carajás,
Vasquez et al. (2008). ......................................................................................................42
Figura 6.1-28 - Mapa Geológico dos Domínios Rio Maria e Carajás, Vasquez et al.
(2008). .............................................................................................................................43
Figura 6.1-29 - Mapa Geológico dos Domínios Carajás e Rio Maria, modificado de Santos
(2003), Vasquez et al. (2008), Almeida (2010) e Feio (2011). ..........................................44
Figura 6.1-30 - Mapa geológico do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, modificado
de Leite (2001), em Oliveira 2009. ...................................................................................50
Figura 6.1-31 - Províncias geocronológicas do Craton Amazônico, de acordo com
Tassinari & Macambira (2004), em Oliveira 2009. ...........................................................51
Figura 6.1-32 - A – Afloramento de Granito pórfiro do Domínio Rio Maria nas margens da
BR-155 proximo a Xinguara – PA; em detalhe – B, o granito de cor cinza com pórfiros de
plagioclásio e feldspato de cor branca e máficos como anfibólio de coloração escura. (por
Waldirney M. Calado). .....................................................................................................52
Figura 6.1-33 - A – Afloramento de Granito pórfiro do Domínio Rio Maria nas margens da
BR-155 proximo a Pau D’Arco – PA; em detalhe – B, o granito de cor cinza-rosa com
pórfiros de plagioclásio e feldspato de cor branca a rosa e máficos como anfibólio de
coloração escura. (por Waldirney M. Calado). .................................................................52
Figura 6.1-34 - Morro com granito do Domínio Rio Maria nas margens da BR-158 próximo
a Redenção – PA. (por Waldirney M. Calado)..................................................................53
Figura 6.1-35 - Províncias Geocronológicas do Cráton Amazônico: A - Tassinari &
Macambira (2004); B - Santos et al. (2000), em Correa 2012. .........................................57
Figura 6.1-36 - Mapa geológico simplificado do Domínio Santana do Araguaia, Domínio
Rio Maria, Domínio Iriri-Xingu e Faixa Araguaia, com localização de amostras datadas.
Fonte: Adaptado de Macambira et al. (2007), em Correa 2012. .......................................58
Figura 6.1-37 - Unidades de relevo presentes ao longo da Ferrovia Paraense S.A., na aii
(área de influencia indireta)..............................................................................................62
Figura 6.1-38 - Unidades de relevo planicies fluviais na AII. Os pontos em amarelo foram
fotografados em visitas de campo....................................................................................64
Figura 6.1-39 – Perfil sobre o rio mojú, mostrando a área ocupada pela planicie do rio em
amarelo, sobre o modelo digital de terreno srtm. .............................................................65
Figura 6.1-40 – Fotos da ocorrência de planície fluvial ao longo da ferrovia, em a) é
possivel observar a deposição de areia as margens do rio capim, em b) e c) nas margens
do rio mojú e aruandeua é possível observar a deposição de sedimentos ao longo de
trechos das margens, em d) e e) é possivel observar depositos de areias e seixos as
margens dos rios tocantins e itacaiuas. ...........................................................................66
Figura 6.1-41 - Unidades de relevo tabuleiros paraenses na AII. .....................................68
Figura 6.1-42 – Perfil sobre a unidade de relevo tabuleiros paraenses, cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas superiores a 60 metros e inferiores a 100. O perfil
foi feito ao longo da ferrovia. ............................................................................................69
Figura 6.1-43 – Fotos mostrando superfície de aplanamento em sistemas de planos
inclinados, às vezes levemente côncavos. são formados por um conjunto de formas de
relevo de topos tabulares, conformando feições de rampas suavemente inclinadas e
lombas esculpidas em coberturas sedimentares inconsolidadas. a localização das
fotografias pode ser vista na Figura 6.1-41. .....................................................................70
vi
Figura 6.1-44 - Unidades de relevo chapada de paragominas na AII. ..............................72
Figura 6.1-45 – Perfil sobre a unidade de relevo chapada de paragominas, cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas superiores a 120 metros, com topos chegando a
altitude de 200 metros. ....................................................................................................73
Figura 6.1-46 – Fotos mostrando topos de planaltos e chapadões, dominados por relevos
dissecados residuais. a localização das fotos pode ser observada na Figura 6.1-44. ......74
Figura 6.1-47 - Unidades de relevo planalto dissecado do gurupi – grajaú na AII. ...........76
Figura 6.1-48 – Perfil sobre a unidade de relevo planalto dissecado gurupi-grajaú, cujos
topos apresentam-se em cotas altimetricas entre 180 a 320 metros, apresentando baixa
declividade. no perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada. .........77
Figura 6.1-49 – Fotos mostrando superfície de topo plano a fortemente dissecada em
formas tabulares, fortemente marcados por recortes e reentrâncias de vales em suas
bordas. em a) e b) é possível observar plantações de soja sobre esse relevo plano, em c)
e d) áreas de pasto em relevo levemente ondulado, mostrando a gradação deste relevo
com planalto dissecado guama capim. a localização destas fotos pode ser observada na
Figura 6.1-47 ...................................................................................................................78
Figura 6.1-50 - Unidades de relevo depressão de imperatriz na AII. ................................80
Figura 6.1-51 – Perfil topográfico sobre a unidade depressão de imperatriz cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas de 220 metros, acima e possivel observar a quebra
abrupta com o planalto dissecado do gurupí-grajaú. no perfil é indicado a cota topografica
onde a ferrovia está planejada. ........................................................................................81
Figura 6.1-52 – Fotos mostrando formas de relevo de topos tabulares, conformando
feições de rampas suavemente inclinadas e lombas esculpidas. a localização das fotos
pode ser visualizada no mapa da Figura 6.1-50...............................................................82
Figura 6.1-53 - Unidades de relevo patamar dissecado capim – moju na AII. ..................83
Figura 6.1-54 – Perfil topográfico sobre a unidade patamar disseecado mojú-capim cujos
topos apresentam-se em cotas altimetricas superiores a 160 metros, com topos
chegando a 200 metros. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está
planejada. ........................................................................................................................84
Figura 6.1-55 - Fotos mostrando formas homogênea ou diferencial convexas
caracterizado por um conjunto de formas de relevo de topos planos, em geral esculpidas
em rochas cristalinas e, eventualmente, também em sedimentos e dissecadas e
aplainadas. A localização das fotos pode ser visualizada no mapa da Figura 6.1-53.......85
Figura 6.1-56 - Unidades de relevo depressão do bacajá na AII. .....................................87
Figura 6.1-57 - Perfil topográfico sobre a unidade depressão bacajá cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas em média a 150 metros, com topos chegando a 250
metros em alguns locais. .................................................................................................88
Figura 6.1-58 – Fotos mostrando setor topograficamente deprimido pertencente ao
conjunto das depressões periféricas elaboradas na margem sul da bacia amazônica,
conjunto de formas de relevo de topos convexos, em geral esculpidas em rochas
cristalinas e, eventualmente, também em sedimentos. em a) pode-se observar forma
convexa de relevo bordejados por morros em b) setor deprimido as margens da br 210. 89
Figura 6.1-59 - Unidades de relevo depressão do médio e baixo araguaia na AII............91
Figura 6.1-60 - Perfil topográfico sobre a unidade depressão médio e baixo araguaia
cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em média a 110 metros, com topos
chegando a 180 metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a
ferrovia está planejada.....................................................................................................92
vii
Figura 6.1-61 - Fotos mostrando a unidade de relevo depressão médio e baixo araguaia
que ocorrem sobre faixas de dobramentos e coberturas metassedimentares. Nas fotos é
possivel observar o aplainamento nestes terrenos. .........................................................93
Figura 6.1-62 - Unidades de relevo serra dos carajás na AII............................................95
Figura 6.1-63 – Perfil topográfico sobre a unidade serra dos carajás cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas em média a 600 metros, com topos chegando a 750
metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está
planejada. ........................................................................................................................96
Figura 6.1-64 - Unidades de relevo depressão do médio xingu na AII. ............................98
Figura 6.1-65 – Perfil topográfico sobre a unidade depressão do médio xingu cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas em média a 200 metros, com topos chegando a 230
metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está
planejada. ........................................................................................................................99
Figura 6.1-66 – Fotos mostrando superfície de aplanamento elaborada durante fases
sucessivas de retomada dos processos de erosão, os quais geraram sistemas de planos
inclinados, às vezes levemente côncavos......................................................................100
Figura 6.1-67 - Unidades de relevo serras de são félix - antonhão – seringa na AII. ......102
Figura 6.1-68 - Perfil topográfico sobre a unidade serras de são félix - antonhão – seringa
cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em média a 350 metros, com topos
chegando a 625 metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a
ferrovia está planejada...................................................................................................103
Figura 6.1-69 – Fotos mostrando ao fundo os ressaltos que estabelecem contatos
abruptos com a depressão do médio xingu, que envolve os maciços residuais desta
unidade. .........................................................................................................................104
Figura 6.1-70 - Unidades de relevo planaltos residuais do sul do pará na AII. ...............105
Figura 6.1-71 - Perfil topográfico sobre a unidade planaltos residuais do sul do pará cujos
topos apresentam-se em cotas altimetricas variando de 220 a 260 metros. No perfil é
indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada. ...........................................106
Figura 6.1-72 – As fotos a) e b) mostram o resultado da pediplanação pleistocênica que
isolou blocos de relevos residuais em litologias mais resistentes do proterozóico. ........107
Figura 6.1-73 - Unidades de relevo depressão de santana do araguaia na AII. .............108
Figura 6.1-74 - Perfil topográfico sobre a unidade depressão de santana do araguaia
cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas variando de 170 a 195 metros. No perfil
é indicada a cota topografica onde a ferrovia está planejada. ........................................109
Figura 6.1-75 - As fotos mostram a ocorrência de superfícies horizontalizadas desta
unidade, mostrando que as variações topograficas ao longo desta unidade são bem
pequenas o que pode ser visualizado na Figura 6.1-73. ................................................110
Figura 6.1-76 - Unidades de relevo serras de planície do araguaia – javaés na AII. ......112
Figura 6.1-77 - Perfil topográfico sobre a unidade planície do araguaia – javaés cujos
topos apresentam-se em cotas altimetricas variando de 170 a 195 metros. No perfil é
indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada. ...........................................113
Figura 6.1-78 – Perfil ao longo da ferrovia .....................................................................114
Figura 6.1-79 - Perfil topográfico sobre o traçado da Ferrovia Paraense S.A., mostrando
variação altimetrica de 314 metros. ...............................................................................115
Figura 6.1-80 – Estruturas maiores do terciário superior da região nordeste do pará.
Pontilhado: seqüência pirabas-barreiras. Eixos de dobras: linhas com setas transversais
viii
convergentes em sinclinais ou divergentes em anticlinais. Flechas divergentes: orientação
do eixo distensivo 3 . Flechas convergentes: orientação do eixo compressivo 1. ........117
Figura 6.1-81 - Estruturas maiores do quaternário da região nordeste do pará. Eixos de
dobras: linhas com setas transversais convergentes em sinclinais ou divergentes em
...............................119
Figura 6.1-82 - Estruturas neotectônicas maiores da região sudeste do pará e oeste de
tocantins. .......................................................................................................................122
Figura 6.1-83 – Mapa modelados de relevo da área. .....................................................124
Figura 6.1-84 Distribuição volumétrica dos constituintes físicos de dois solos típicos: a)
mineral; b) orgânico. ......................................................................................................136
Figura 6.1-85 Tamanho das partículas ..........................................................................137
Figura 6.1-86 Efeito Catiônico........................................................................................141
Figura 6.1-87 Classificação das práticas conservacionistas...........................................153
Figura 6.1-88 Simbologia na representação das classes de aptidão agrícola ................159
Figura 6.1-89 Reações do inteperismo ..........................................................................171
Figura 6.1-90 - Elementos constituintes dos solos. ........................................................176
Figura 6.1-91 - Ferramentas mais utilizadas para retirar amostras de solos. .................180
Figura 6.1-92 - Metodologia de trabalho para a caracterização do solo da área de
influência .......................................................................................................................181
Figura 6.1-93 - Registro fotográfico das amostras de solos nos pontos de coleta ..........183
Figura 6.1-94 - Resultado de pH em H2O em áreas de campo e de mata ( PS 1 -
Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 Rio Maria; PS 5 - Redenção
e PS 6 – Santana do Araguaia). ....................................................................................195
Figura 6.1-95 - Resultado dos teores de matéria orgânica em áreas de campo e de mata
(PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 Rio Maria; PS 5 -
Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia). ...................................................................196
Figura 6.1-96 - Resultado de P meh-¹ (mg dm-³) em áreas de campo e de mata (PS 1 -
Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 -
Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia). ...................................................................199
Figura 6.1-97 - Resultado de K meh-¹ (mg dm-³) em áreas de campo e de mata (PS 1 -
Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 -
Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia). ...................................................................199
Figura 6.1-98 - Resultado de cálcio (Ca) (a), magnésio (Mg) (b), enxofre (S-SO4=) (c) e
alumínio (Al) (d) presente no solo, em áreas de campo e mata, nos seguintes pontos de
amostragens: PS1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS3 - Marabá; PS 4 – Rio
Maria; PS 5 - Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia. ...............................................203
Figura 6.1-99 - Resultado da acidez potencial presente no solo, em áreas de campo e
mata (PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS
5 - Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia). ..............................................................204
Figura 6.1-100 - Resultado dos Micronutrientes presentes no solo, em áreas de campo
(PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 -
Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia). ...................................................................206
Figura 6.1-101 - Resultado dos Micronutrientes presentes no solo, em áreas de mata (PS
1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 –Rio Maria; PS 5 -
Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia) ....................................................................207
ix
Figura 6.1-102 - Resultado dos Percentuais por Saturação de Bases presentes no solo,
em áreas de campo e de mata (PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 -
Marabá; PS 4– Rio Maria; PS 5 - Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia). ...............209
x
Tabela 6.1-1 Variação das superfícies específicas de uma grama de partículas cúbicas
em função da dimensão de suas arestas. ......................................................................139
Tabela 6.1-2 Teor de umidade de solos para trabalhos mecânicos ...............................143
Tabela 6.1-3 Efeito da cobertura vegetal sobre as propriedades físicas em um solo
argiloso da Malásia. .......................................................................................................143
Tabela 6.1-4 Efeito da cobertura vegetal sobre a densidade aparente e permeabilidade do
solo em plantações de seringueira na Malásia...............................................................144
Tabela 6.1-5 Quantidade de nutrientes removida do solo por diferentes culturas. .........145
Tabela 6.1-6 Incidência de ervas daninhas em diferentes sistemas de preparo do solo.
......................................................................................................................................147
Tabela 6.1-7 Efeito do manejo do solo sobre a produção de milho em dois tipos de solo
(kg/ha) ...........................................................................................................................147
Tabela 6.1-8 Efeito de diferentes sistemas de manejo em relação a produção e
propriedades físicas do solo. .........................................................................................147
Tabela 6.1-9 Efeito do tipo de solo nas perdas por erosão. ...........................................149
Tabela 6.1-10 Erodibilidade de 5 diferentes séries de solos da Malásia. .......................150
Tabela 6.1-11 Efeito do comprimento de rampa sobre as perdas de terra (t/ha) ............150
Tabela 6.1-12 Efeito da cobertura sobre a erosão do solo. ............................................151
Tabela 6.1-13 Efeito de diferentes formulações sobre a erosão do solo. .......................156
Tabela 6.1-14 Quantificação das classes de solos dominantes .....................................163
Tabela 6.1-15 Quantificação das classes de aptidão agrícola das terras .......................167
Tabela 6.1-16 - Visão geral da fertilidade dos solos do Cerrado e da Amazônia brasileira.
......................................................................................................................................198
Tabela 6.1-17 - Teores de soma de bases (SB), nos pontos de amostragens em áreas de
campo e de mata. ..........................................................................................................210
Tabela 6.1-18 - Relações entre Ca, Mg e K para os solos do Cerrado, na interpretação da
analise do solo. ..............................................................................................................210
Tabela 6.1-19 - Relação entre as bases. .......................................................................210
xi
Quadro 6.1-1 Composição da atmosfera livre e da atmosfera do solo, para oxigênio, gás
carbônico e nitrogênio....................................................................................................136
Quadro 6.1-2 Valores de "x" para serem usados na fórmula de BEINTHEY. .................154
Quadro 6.1-3 - Localização dos pontos de amostragem de solo, na área de influência ao
longo da Ferrovia Paraense S.A., Estado do Pará. ........................................................182
Quadro 6.1-4 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 1
......................................................................................................................................189
Quadro 6.1-5 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 2
......................................................................................................................................190
Quadro 6.1-6 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 3
......................................................................................................................................191
Quadro 6.1-7 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 4
......................................................................................................................................192
Quadro 6.1-8 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 5
......................................................................................................................................193
Quadro 6.1-9 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 6
......................................................................................................................................194
xii
Mapa 6.1-1 – Mapa Geológico (30 folhas) ........................................................................ 3
Mapa 6.1-2 – Mapa Geomorfológico (30 folhas) ..............................................................61
Mapa 6.1-3 – Ocorrência das formas de acumulação ao longo da Ferrovia Paraense S.A..
......................................................................................................................................128
Mapa 6.1-4 – Mapa do modelado de relevo dissecado ..................................................130
Mapa 6.1-5 - Mapa do modelado de relevo de erosão/aplainamento .............................132
Mapa 6.1-6 - Mapa de solos ..........................................................................................158
Mapa 6.1-7 - Mapa de aptidão agrícola das terras .........................................................160
Mapa 6.1-8 - Carta-imagem colorida de radar ...............................................................162
Mapa 6.1-9 - Mapa de localização dos pontos de amostragem de solo .........................187
xiii
Anexo 6.1-1 Legenda de identificação dos solos
xiv
AASHTO Standard Specifications for Highway Bridges
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACT Automação da Circulação de Trens
ADA Área Diretamente Afetada
ADME Áreas de Disposição de Material Excedente
ADMP Áreas para Disposição de Materiais Provisórios
AID Área de Influência Direta
AII Área de Influência Indireta
ALPA Aços Laminados do Pará
ANA Agência Nacional das Águas
ANP Agência Nacional do Petróleo
ANTT Agência Nacional de Transporte Terrestre
AMV Aparelho de Mudança de Via
APA Área de Proteção Ambiental
APP Área de Preservação Permanente
ARPA Programa de Áreas Protegidas da Amazônia
ASO Atestados de Saúde Ocupacional
BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento
CAPEX Capital Expenditure
CAT Comunicação de Acidente do Trabalho
CATR Central de Armazenamento Temporário de Resíduos
CCO Centro de Controle Operacional
CDMA Acesso Múltiplo por Divisão de Código
CDP Companhia Docas do Pará
CERH Conselho Estadual de Recursos Hídricos
CF Constituição Federal
CIDE Contribuição de Intervenção em Domínio Econômico
CIPA Comissões Internas de Prevenção de Acidentes
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos
CNUMAD Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
CONTRAN Conselho Nacional de Trânsito
COSANPA Companhia de Saneamento do Pará
CPRM Serviço Geológico do Brasil
CRFB Constituição da República Federativa do Brasil
DRT Delegacia Regional do Trabalho
DTS Estabilizador Dinâmico de Via Permanente
EFC Estrada de Ferro Carajás
EIA Estudo de Impacto Ambiental
xv
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EPI Equipamento de Proteção Individual
ETA Estação de Tratamento de Água
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
FAPESPA Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas
FDSR Ficha com dados de segurança de resíduos químicos e rotulagem
FISPQ Ficha de Informação de Segurança do Produto Químico
FUNDEFLOR Fundo Estadual de Desenvolvimento Florestal
GC Grau de Compactação
GLP Gases Liquefeitos de Petróleo
GPS Sistema de Posicionamento Global
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IDEFLOR Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará
IEF Instituto Estadual de Florestas
II Imposto sobre Importação
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
INPE Instituto Nacional de Pesquisa Espacial
IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
IRRF Imposto de Renda Retido da Fonte
ISS Imposto Sobre Serviços
LI Licença de Instalação
LO Licença de Operação
LP Licença Ambiental Prévia
LWR Trilhos Longos Soldados
OAE Obras de Arte Especial
OPEX Operational Expenditure
MMA Ministério do Meio Ambiente
MSDS Folha de Dados de Segurança do Produto
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
MZEE-PA Macrozoneamento Econômico e Ecológico do Pará
NR Norma Regulamentadora
PAC Plano de Aceleração do Crescimento
PAE Plano de Atendimento à Emergência
PAS Plano Amazônia Sustentável
PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da
Construção
PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde O
PDM Plano Diretor Municipal
PEM Plano de Estratégia Municipal
PIL Programa de Investimentos em Logística
PIS Programa de Integração Social
PMFS Plano de Manejo Florestal Sustentável
PN Passagens de Nível
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
PRAD Plano de Recuperação de Áreas Degradadas
PROCONVE Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores
PRONAR Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar
xvi
RIMA Relatório de Impacto Ambiental
SAAC Sistema de Armazenamento e Abastecimento de Combustível
SAO Separadores de Água e Óleo
SECTAM Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente
SEDEME Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico
SEMAS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
SETRAN Secretaria de Estado e Transporte
SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
SIG Sistema de Informação Geográfico
SINIR Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos
SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente
SNUC Sistema Nacional de Conservação
STRM Shuttle Radar Topography Mission
TKU Tonelada Quilômetro Útil transportada
TU Tonelada Útil transportada
TR Termo de Referência
UC Unidade de Conservação
UHE Usina Hidrelétrica
ZEE Zoneamento Ecológico-Econômico
xvii
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
MEIO FÍSICO
6.1.5 GEOLOGIA
A abordagem da geologia foi desenvolvida de acordo com o traçado por onde a ferrovia
se desenvolverá, cortando oito (08) principais domínios geotectônicos, que são a partir de
sua extremidade norte a sul a Bacia do Marajó, Bacia de São Luiz - Grajaú, Cinturão
Araguaia, Bacia do Parnaíba, Craton Amazônico – Domínio Bacajá, Craton Amazônico -
Domínio Carajás, Craton Amazônico – Domínio Rio Maria e Craton Amazônico – Domínio
Santana do Araguaia (Figura 6.1-1). O Mapa 6.1-1, composto por 30 folhas, apresenta o
mapa geológico de todos os municípios transpostos pelo projeto da Ferrovia Paraense
S.A.
1
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2
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6
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Figura 6.1-5 - Rede de drenagem secundária que corta os sedimentos do grupo Barreiras,
estrada vicinal que acompanha o linhão de energia elétrica nas proximidades da PA-252
entre Vila do Conde e Vila de Beja . (por Waldirney M. Calado).
7
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-6 - Topografia plana de baixa altitude com intensa rede de drenagem secundária
que corta os sedimentos do grupo Barreiras, as margens da BR-155 próximo a cidade de
Moju-PA. (por Waldirney M. Calado).
A Bacia de São Luís-Grajaú é uma ampla região sedimentar que abrange o Estado do
Maranhão e o nordeste do Pará, desenvolvida na Margem Continental Equatorial Norte
Brasileira, como resultado de esforços tectônicos relacionados à abertura do Oceano
Atlântico, no contexto da fragmentação do Gondwana, no Mesozóico. Esta bacia encon-
tra-se limitada a sul pelo Antéclise Xambioá-Alto Rio Parnaíba, a oeste pelo Arco Capim,
a leste pelo lineamento Rio Parnaíba e pela Plataforma Ilha de Santana, ao norte (Figura
6.1-1). Dentre as unidades sedimentares cretáceas desta bacia, a albiana é a mais
representativa, a qual é constituída de arenitos, argilitos e síltitos de ambientes
deposicionais transicionais e continentais (ROSSETTI, 2001). Exposições correlatas a
este intervalo estratigráfico ocorrem na porção sul da Bacia de São Luís-Grajaú que,
segundo Rossetti & Góes (2003), representam um sistema deposicional flúvio-deltaico
que migrou de sul para norte (NASCIMENTO & GÓES, 2007).
8
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Figura 6.1-7 - Mapa geológico simplificado com as bacias sedimentares cretáceas no Norte
do Brasil, com destaque para a Bacia de São Luiz - Grajaú, (Nascimento & Góes, 2007).
9
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-8 - Quadro estratigráfico da Bacia de São Luiz - Grajaú, adaptado de Góes e
Coimbra, 1996.
10
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-9 - Topografia plana de altitude de cerca de 30m acima do nível do mar com
menor rede de drenagem secundária que corta os sedimentos do grupo Itapecuru, as
margens da BR-155 próximo a cidade de Tailandia-PA. (por Waldirney M. Calado).
Figura 6.1-10 - Afloramento de sedimentos argilosos com caulim e pouca areia de origem
fluvio-lacustre do grupo Itapecuru, as margens da BR-155 próximo a cidade de Goianésia-
PA. (por Waldirney M. Calado).
11
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
12
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-13 - Rio Capim – Entrada da Fazenda da empresa CIKEL ponte sobre via vicinal,
próximo a cidade de Goianésia-PA. (por Waldirney M. Calado).
Figura 6.1-15 - A - Corte de estrada com afloramento de contato com sedimento compostos
por seixos cm a dm em matriz argilo-arensoso na base com argila de belterra recobrindo
13
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-16 - Topografia composta por extensos platôs formando vales entrecortados por
rede de drenagem secundária em sedimentos do Grupo Itapecuru formados
preferencialmente por argila de Belterra – área de ocorrência de bauxitas, as margens da
BR-222 próximo à cidade de Rondon do Pará - PA. (por Waldirney M. Calado).
14
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-17 - Estrada vicinal de acesso a Vila Santa Lucia, conhecida como Vila do Jacú,
onde aflora os sedimentos argilo-arenosos do Grupo Itapecuru formados preferencialmente
por argila de Belterra – área de ocorrência de bauxitas, próximo à cidade de Rondon do
Pará - PA. (por Waldirney M. Calado).
15
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-19 - Rio Capim – Travessia de balsa na PA-256 próximo a Paragominas – PA,
onde afloram sedimentos argilo-arenosos do Grupo Itapecuru, predominantemente argila
de Belterra e Caulim. (por Waldirney M. Calado).
Figura 6.1-20 - A - Corte de estrada na PA-256 proximo ao Rio Capim sentido Paragominas –
PA para Tomé Açu – PA; B - onde afloram sedimentos argilo-arenosos do Grupo Itapecuru,
predominentemente argila de Belterra. (por Waldirney M. Calado).
16
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Modelos evolutivos propostos para o Cinturão Araguaia sugerem que ele se instalou em
uma bacia formada por rifteamento restrito (sem formação expressiva de crosta oceânica)
de crosta continental arqueana e paleoproterozoica (ABREU 1978), seguido pela
inversão tectônica da bacia, acompanhada de transporte de massa crustal de SE para
NW (GORAYEB et al. 2008). Segundo Abreu (1978), a sedimentação teria sido
proveniente da regeneração da porção marginal do Cráton Amazônico, propiciando o
desenvolvimento de uma bacia de sedimentação, e sugere que a mesma teria se
instalado sobre um único terreno arqueano. Entretanto, estudos geocronológicos
revelaram que as rochas do segmento setentrional deste cinturão repousam sobre um
embasamento Arqueano (Complexo Colmeia - 2,86 a 2,79 Ga), exposto nos núcleos de
estruturas braquianticlinais (MOURA & GAUDETTE, 1999), enquanto que na porção
meridional elas estão assentadas sobre um embasamento Paleoproterozoico (Complexos
Porto Nacional - 2,16 Ga, Complexo Rio dos Mangues - 2,12 a 2,05 Ga), (GORAYEB et
al. 2000, ARCANJO & MOURA 2000). Adicionalmente, Gorayeb et al. (2002) revelaram a
presença de basaltos com estruturas almofadadas, situados na porção mais oeste do
cinturão (Serra do Tapa), em que identificaram cristais de zircão com idade de 2,05 Ga
(herdados?). Estes dados sugerem que a contribuição de material crustal
Paleoproterozoico pode ter sido importante e distintas (PINHEIRO et al. 2011).
17
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
O Cinturão Araguaia (HASUI et al. 1980) está assentado sobre a borda oriental do Cráton
Amazônico, situado no leste-sudeste do Estado do Pará e oeste do Estado de Tocantins,
com estruturação N-S truncando as estruturas mais antigas de direção WNW-ESE deste
cráton. Grande parte da borda leste deste cinturão é encoberta por rochas sedimentares
do Paleozoico pertencentes à Bacia do Parnaíba, enquanto suas porções norte e sul são
recobertos por sedimentos do Cenozoico. A sudeste faz limite com as rochas
paleoproterozoicas do Maciço de Goiás (GORAYEB et al. 2008) (Figura 6.1-22), em
Pinheiro et al. 2011.
18
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-21 - Reconstrução Paleogeográfica retirada de Klein & Moura (2008), mostrando
os cinturões pan-africanos/brasilianos e as principais regiões cratônicas e blocos
paleoproterozóicos nos cratons Sul-Americano e Oeste-Africano, em Pinheiro et al. 2011.
19
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-22 - Mapa Geológico do Cinturão Araguaia e embasamento, com indicação das
idades das principais unidades litoestratigráficas disponíveis na literatura. (Modificado de
Gorayeb et al. 2008). Referências: (1) Barros et al. (2010), (2) Alves (2005), (3) Moura &
Gaudette (1999), (4) Arcanjo (2002), (5) Moura & Sousa (2002), (6) Souza & Moura (1995), (7)
Chaves (2003), (8) Chaves et al. (2008), (9) Gorayeb et al. (2000), (10) Sachett (1996), (11)
Macambira & Lafon (1995), em Pinheiro et al. 2011.
20
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
A Bacia do Parnaíba ocupa parte dos estados do Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará,
Ceará e Bahia, aproximadamente entre as latitudes 2° e 10° sul e longitude 42° e 48°
oeste (GÓES et al., 1989; GÓES & FEIJÓ, 1994). Trata-se de uma bacia intracratônica
posicionada entre faixas de dobramento que bordejam os crátons do Guaporé, São Luís
e São Francisco (GÓES et al., 1989).
22
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
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Formação Idade
Tucunaré Neocenozóico
Embasamento Precambriano
Cristalino
24
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
esses leitos limonitizados em contato com uma camada argilosa (SUGUIO & FULFARO,
1977).
Esse caráter de borda tectônica exibido pelos sedimentos das Formações Pimenteiras e
Cabeças é acentuado pela exposição de sedimentos correlacionáveis a essas unidades
em bloco falhado isolado das demais unidades sedimentares da bacia, no km 15, a partir
da Rodovia Transamazônica para sul, da rodovia PA-70, onde exibe as mesmas
características de sedimentação (SUGUIO & FULFARO, 1977).
Andrade (1972) faz uma boa revisão estratigráfica sobre esta formação, efetuando a sua
divisão em vários membros. Sobre a limonitização com formação de solo laterítico,
contendo grande quantidade de blocos de canga, admite a sua formação em climas
tropicais úmidos e equatoriais, onde a precipitação excede à evaporação, sendo os
produtos solúveis levados para o interior do manto intemperizado, pois caso contrário
precipitar-se-ía o óxido de ferro na superfície (SUGUIO e BARBOUR, 1969), em Suguio &
Fulfaro (1977).
25
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Segundo Adrade (1972) a formação pode ser subdividida em três membros na área a
sudeste de Itacajá (GO), com folhelhos e siltitos escuros no inferior, arenito amarelo,
micáceo e bastante argiloso no médio e, no superior folhelhos e siltitos cinza escuros
passando a arenito na base da Formação Poti. Atribui à formação ambiente deposicional
marinho, redutor, porém de águas rasas (SUGUIO & FULFARO, 1977).
A Formação Poti pode ser dividida em dois membros, um inferior e outro superior. O
membro inferior é constituído por arenitos róseo-esbranquiçados, caulínicos, micáceos e
geralmente friáveis. O membro superior é formado por folhelhos e siltitos acinzentados,
as vezes arroxeados, com intercalações de arenitos róseo-arroxeados. Andrade (1972)
atribuiu a espessura de 110 metros a 121 metros para o membro inferior e de 30 a 54
metros para o membro superior (SUGUIO & FULFARO, 1977).
O ambiente de deposição dos sedimentos dessa formação seria marinho de alta energia,
possivelmente praia com contribuição deltaica (ANDRADE, 1972), em Suguio & Fulfaro,
(1977).
Ao longo do rio Tocantins, 2km a jusante de Marabá, a formação é constituída por uma
sequência de siltitos calcíferos avermelhados e esverdeados refletindo diferentes
estágios de oxidação, com inúmeras concreções calcíferas em vários níveis dos
26
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
afloramentos, níveis esses, que chegam a atingir até 4 metros de espessura (SUGUIO &
FULFARO, 1977).
A litologia geral da Formação Piauí, na borda oeste, demonstra que condições favoráveis
à precipitação de calcário, embora tenham existido, não chegaram a se manifestar de
forma a predominar no ambiente de sedimentação. Prova maior desse fato são as
inúmeras concreções calcárias distribuídas em diversos níveis da formação. As causas
desse fato podem ser variáveis tais como, falta de suprimento de material calcífero ou
então, condições inadequadas a sua precipitação. O fato é que não se devem esperar
possantes camadas de calcários dessa formação na região, (SUGUIO & FULFARO,
1977).
É constituída por folhelhos arroxeados com níveis de sílex intercalados. A sua espessura
máxima na bacia do Parnaíba é de 189 metros, mas na borda oeste não ultrapassa 50
metros, (SUGUIO & FULFARO, 1977).
27
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Messner e Wooldridge (in MENDES e PETRI, 1971) acusam uma espessura de 265
metros para esta formação, cujos sedimentos teriam sido depositados em ambiente
continental e condições de aridez mais acentuadas do que a Formação Pedra de Fogo.
Alguns depósitos de evaporitos (anidrita) e fósseis (Pleurotornaria), no entanto, sugerem
um ambiente de mar remanescente, (SUGUIO & FULFARO, 1977).
A litologia da Formação Motuca por toda a bacia é constituída por arenitos, folhelhos
vermelhos, anidritas e calcários. As anidritas da base podem ter entre 3 a 20 metros de
espessura e não ocorrem na borda oeste, (SUGUIO & FULFARO, 1977).
28
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
De Tucuruí para o norte, ao longo do rio Tocantins, aflora a Formação Barreiras, até
Cametá, quando entra em contato com os aluviões quaternários que cobrem a vasta área
norte até a baía do Marajó, (SUGUIO & FULFARO, 1977).
Em vários locais ao longo dos rios Araguaia e Tocantins, observam-se extensas várzeas
cujo substrato é constituído de areias amareladas, quartzosas, subangulares, de
granulação média e grossa, seleção moderada, contendo restos vegetais carbonizados.
O termo Tucunaré é restrito às áreas de afloramentos contínuos dessa unidade
(aproximadamente de Baião para o norte), em SUGUIO & FULFARO, (1977).
Ao longo do rio Tocantins esses aluviões quaternários constituem o material das ilhas
fluviais. De Cametá para o norte, até a baía de Marajó, esses sedimentos formam todas
as exposições da área, inclusive o substrato da cidade de Belém, (SUGUIO & FULFARO,
1977).
Diversos trabalhos de âmbito regional foram feitos com o intuito de reconhecer e ordenar
as rochas do Domínio Bacajá segundo os principais eventos geológicos da região
(JORGE JOÃO et al. 1987, 2001, SANTOS et al. 1988; FARACO et al. 2005; VASQUEZ
2006; BARROS et al. 2007; VASQUEZ et al. 2008c; MACAMBIRA et al. 2009). Esses
trabalhos apresentam muitas similaridades em termos dos eventos registrados, com
pequenas divergências de conceitos e nomenclaturas e algumas adaptações e
complementações quanto às descrições e definições das unidades litoestratigráficas, em
Carneiro 2010.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
unidades Anfibolito Itatá e Micaxisto Bacajá; (iii) Suíte Metamórfica Xingu, composta
pelas unidades Granodiorito Anapu, Granodiorito Oca e Granito Jorge João; (iv) Rochas
sedimentares da Bacia do Rio Amazonas, descritas pelas formações Alter-do-Chão, Irerê,
Maecuru e Grupo Trombetas, em Carneiro 2010.
Santos et al. (1988) mapearam unidades de rochas de auto grau, granitóides e rochas
supracrustais no interflúvio entre os rios Xingu e Iriri, região ocidental do Domínio Bacajá.
Baseado em datações pelo método Rb-Sr, os autores mostraram que a região
compreendia em rochas arqueanas retrabalhadas durante o Ciclo Transamazônico, além
de rochas que foram formadas durante esse evento, em Carneiro 2010.
Vasquez et al. (2008c) apresentaram uma síntese dos principais trabalhos regionais que
envolveram estudos no Domínio Bacajá. Além da compilação, estes autores
apresentaram novos dados geocronológicos e propuseram a definição de novas unidades
litoestratigráficas ou mesmo a revisão da nomenclatura e constituição de unidades já
conhecidas. Dessa maneira, os autores classificaram as rochas aflorantes na região do
Domínio Bacajá em: complexos metamórficos, greenstone belts, rochas resultantes de
magmatismo orogênicos colisionais, além das coberturas fanerozóicas. Para efeitos de
30
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Corpos máficos pertencentes ao Ortogranulito Máfico Rio Preto (VASQUEZ et al. 2008c)
receberam o nome de Piraclisito Rio Preto, unidade pertencente a então denominada
Suíte Metamórfica Bacajaí (OLIVEIRA et al. 1994; FARACO et al. 2005). Esta unidade
aflora na região sudeste do Domínio Bacajá, e é composta, segundo Vasquez et al.
(2008c), por corpos alongados e estreitos, dispostos segundo WNW-ESE, marcados por
anomalias magnetométricas nas rochas do Complexo Cajazeiras. As exposições podem
ocorrer na forma de rochas hospedadas nos granulitos do Complexo Cajazeiras ou
alojadas nos paragranulitos do Granulito Novolândia. Tais corpos apresentam
paragênese e texturas compatíveis com fácies granulito, e são marcados por feições de
migmatização com leucossomas enderbíticos (VASQUEZ et al. 2008c). Segundo os
autores, esses granulitos máficos apresentaram idades Pb-Pb em zircão de 2628 ± 3 e
31
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
O Metatonalito Rio Bacajá (VASQUEZ et al. 2008c), reune granitóides bandados que
ocorrem a sul da Sequência Três Palmeiras, segundo uma direção preferencial NW-SE
(Figura 6.1-26). Compreende metatonalitos a metamonzogranitos com biotita e
hornblenda, bandados e porfiroclásticos, de granulação média a grossa. Frequentemente
hospedam lentes de rochas máficas microgranulares quartzo-dioríticas a tonalíticas, e
xenólitos de rochas supracrustais migmatizadas. Análises U-Pb em zircão de um
metatonalito porfiroclástico sugere a idade de 2338 ± 5 Ma (VASQUEZ et al. 2008c), em
Carneiro 2010.
O Grupo Vila União (VASQUEZ et al. 2008c) reúne as rochas dos antigos grupos
Buritirama (DOCEGEO 1987) e Tapirapé (OLIVEIRA et al. 1994). A disposição espacial
dessas rochas, segundo o mapa proposto por Vasquez e Rosa-Costa (2008), demonstra
formato elíptico, moldado por tectônica transcorrente sinistral. A Formação Tapirapé
consiste em uma faixa de rochas metamórficas de direção WNW-ESE, descrita por
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Jorge João et al. (1987) definiram a Suíte Metamórfica Três Palmeiras que inclui duas
unidades de rochas metavulcanossedimentares. A primeira é o Anfibolito Itatá composto,
predominantemente, por rochas metavulcânicas máficas, ao passo que a segunda é o
Micaxisto Bacajá composto por metavulcanoclásticas, metavulcânicas félsicas a
intermediárias, além de metassedimentares químicas e clásticas. Vasquez et al. (2008c)
assinalaram que a nomenclatura “Suíte Metamórfica” não seria apropriada para rochas
de baixo grau metamórfico, e denominaram a unidade de Sequência Três Palmeiras. O
termo foi utilizado para designar o conjunto de rochas metavulcanossedimentares que
compõem a Serra das Três Palmeiras, na parte centro-norte do Domínio Bacajá. A
Sequência Três Palmeiras é, portanto, constituída principalmente por actinolita xistos,
metandesitos, metabasaltos, metatufos andesíticos e basáltico, e anfibolitos. E
subordinadamente, ocorrem metadacitos, metatufos dacíticos, quartzitos, mica xistos,
formações ferríferas bandadas, filitos grafitosos e turmalinitos. Os metandesitos dessa
unidade forneceram uma idade de cristalização de 2359 ± 3 Ma (MACAMBIRA et al.
2004), atribuída a cristalização destas rochas. Vasquez (2006), a partir de análises
isotópicas de Nd (εNd2,36 Ga de +1,73 a 1,64 e TDM de 2,47 a 2,49 Ga), interpretaram a
origem das rochas vulcânicas como sendo relacionada à acresção juvenil ocorrida há
cerca de 2,5 Ga. Esta unidade, bem como os corpos de granitóides reconhecidos como
Granodiorito Oca, alojados em seu interior, hospedam mineralizações auríferas,
associadas às zonas de cisalhamento que cortam essas unidades (KLEIN e CARVALHO
2008), em Carneiro 2010.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
O Granodiorito Oca (JORGE JOÃO et al. 1987) abrange dois plútons de granitoides
intrusivos na Sequência Três Palmeiras, na região da Volta Grande do Rio Xingu. É
composto por granodioritos, tonalitos porfiroclásticos inequigranulares, e quartzo
monzodioritos inequigranulares. Teriam textura ígnea preservada, apesar de
apresentarem faixas miloníticas nas bordas e atravessando o interior dos plútons
(VASQUEZ et al. 2008c). A idade de 2160 ± 3 Ma, obtida pelo método U-Pb SHRIMP em
zircão de um quartzo monzodiorito inequigranular (VASQUEZ, 2006), foi atribuída à
cristalização das rochas desta unidade. Além disso, o autor destacou que isótopos de Nd
assinalaram uma fonte juvenil, com possível participação de crosta arqueana, em
Carneiro 2010.
As rochas do Granodiorito Belo Monte (VASQUEZ et al. 2008c) afloram nas proximidades
da localidade de Belo Monte, nas margens do Rio Xingu. Estas rochas seriam correlatas
às do Granodiorito Anapu (JORGE JOÃO et al. 1987); no entanto, por não apresentar
continuidade até a região de Anapu, foram designadas como uma unidade distinta. A
unidade seria composta por granodioritos e monzogranitos com biotita, em geral
inequigranulares leuco a mesocrático, geralmente foliados segundo a direção E-W e
mergulho subvertical. Macambira et al. (2001) obtiveram idade Pb-Pb por evaporação em
zircão de 2154 ± 3 Ma em um granodiorito desta unidade. A idade foi interpretada como
relacionada à cristalização destas rochas, em Carneiro 2010.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
As rochas conhecidas atualmente por Complexo Bacajaí (VASQUEZ et al. 2008c) haviam
sido previamente denominadas de Granolito Bacajaí (JORGE JOÃO, 1987) e Complexo
Charnockítico Bacajaí. Ricci e Costa (2004) definiram a unidade como composta por
charnockitóides de origem ígnea. No conceito de Vasquez et al. (2008c), o Complexo
Bacajaí engloba, dominantemente, enderbitos e charnoenderbitos, associados
subordinariamente, a charnockitos, jotunitos e mangeritos. Estas rochas representam
granitóides orogênicos, gnaissificados a isotrópicos, com textura ígnea preservada.
Segundo Vasquez et al. (2008c) as rochas charnockiticas encontram-se reequilibradas ou
descharnockitizadas. As idades U-Pb SHRIMP em zircão de 2113 +35/-33 Ma (FARACO
et al. 2005), e Pb-Pb em zircão de 2094 ± 4 e 2114 ± 3 Ma (MONTEIRO, 2006) seriam
correspondentes à cristalização do evento magmático que gerou as rochas desta
unidade, em Carneiro 2010.
O Granodiorito Babaquara foi designado por Vasquez et al. (2008c) para fazer referência
a um corpo granítico, localizado nos interflúvios dos rios Xingu e Bacajá. A unidade
corresponde ao Granodiorito Anapu (JORGE JOÃO et al. 1987). O corpo rochoso estaria
alongado na direção regional NW-SE, e seria claramente distinto das unidades
encaixantes Metatonalito Tapiranga e Complexo Bacajaí. É constituído por granodioritos
com biotita e hornblenda, inequigranulares e porfiroclásticos, de granulação média com
leucogranitos equigranulares subordinados (VASQUEZ et al. 2008c). Estas rochas
apresentam foliação milonítica de baixa temperatura sobreposta à trama original, com
direção concordante àquela NW-SE. Os autores relataram ainda feições rúpteis e
alteração hidrotermal. A idade Pb-Pb em zircão de 2102 ± 3 Ma foi obtida para um
granodiorito porfiroclástico da unidade em questão (VASQUEZ et al. 2008c), em Carneiro
2010.
A unidade Suíte Intrusiva Amapari foi proposta por Vasquez et al. (2008) para designar as
rochas ígneas catazonais reconhecidas por Ricci e Costa (2003). No contexto da unidade
proposta, foram descritos batólitos e stocks charnockitos a charno-enderbitos. Estas
rochas, segundo Ricci (2006b), estariam em geral descharnokitizadas, com cristais
reliquiares de orto e clinopiroxênio pseudomorfizados por clorita, talco, bastita e/ou
actinolita, ou reequilibrados para anfibólios cálcicos de diferentes gerações. Para o
referido autor, a presença de xenólitos de granulitos máficos e outros ortognaisses de alto
grau como encaixantes sustentariam a idéia de nível crustal profundo para o magmatismo
que deu origem a estas rochas. Idades Pb-Pb em zircão de 2070 ± 3 (VASQUEZ et al.
2008c) e U-Pb SHRIMP em zircão de 2086 ± 5 (SANTOS, 2003) corroboram a separação
desta unidade em relação ao Complexo Bacajaí. Vasquez (2006) ressalta, a partir de
análises em isótopos de Nd, a contribuição crustal no magmatismo que originou estas
rochas, em Carneiro 2010.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Jorge João et al. (1987) descreveram corpos graníticos de granulação fina denominados
de Granito João Jorge, unidade integrante da então Suíte Metamórfica Xingu.
Posteriormente, Faraco et al. (2005) descreveram estas rochas como batólitos
alongados, denominados de Monzogranito João Jorge. Esses batólitos seriam
caracterizados por altos radiométricos, e valores elevados do gradiente magnético.
Vasquez et al. (2008c) propuseram a nomenclatura Suíte Intrusiva João Jorge para
denominar esses plútons graníticos, incluindo o Granito Felício Turvo, individualizado por
Souza (1995). A suíte é composta por monzo e sienogranitos, poucos granodioritos, com
granulação média a fina, inequi e equigranulares, leucocráticos, com porções mais ricas
em biotita. Estas rochas possuem uma tênue foliação magmática ocasionalmente
superposta por uma foliação milonítica supostamente relacionada a zonas de
cisalhamento transcorrentes. Além disso, apresentam faixas de brechas cataclásticas,
acompanhadas por alteração hidrotermal, que retratariam reativação rúptil de zonas de
cisalhamento transcorrentes (VASQUEZ et al. 2008c). Idades Pb-Pb em zircão de 2077 ±
2 Ma (VASQUEZ et al. 2005) e 2076 ± 6 Ma (BARROS et al. 2007) foram atribuídas à
cristalização dos corpos graníticos desta unidade. Além disso, a idade Pb-Pb em zircão
de 2069 ± 6 Ma foi atribuída à cristalização do Granito Felício Turvo (SOUZA et al. 2003),
em Carneiro 2010.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-26 - Geologia e recursos minerais da parte central do Domínio Bacajá com destaque para a região do aerolevantamento Anapu-Tuerê
(polígono em vermelho) e para a área de estudo (polígono azul) (modificado de VASQUEZ et al. 2008c), em Carneiro 2010.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Constatou-se, a partir dos estudos realizados, em parte publicados nesta edição, que
a porção leste do Subdomínio de Transição, que faz contato tectônico com o Cinturão
Araguaia, é constituída dominantemente por associações de tonalitos e trondhjemitos
com todas as características dos típicos TTG arqueanos. P. A. Santos et al.
apresentam as características geológicas, petrográficas e geoquímicas das
associações tonalítico-trondhjemíticas, presentes na porção leste do Subdomínio de
Transição, a norte de Sapucaia, e discutem possíveis modelos petrogenéticos para
explicar sua origem, estabelecendo comparações com associações afins da Província
Carajás. Os tonalitos e trondhjemitos exibem altas razões La/Yb e Sr/Y, tendo sido
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
propostas para eles fontes à base de granada anfibolitos em altas pressões (ca. 1,5
GPa), com fracionamento de granada e, possivelmente, anfibólio. Possuem maiores
similaridades com o Tonalito Mariazinha e o Trondhjemito Mogno, ambos do Domínio
Rio Maria, e foram correlacionados com o Trondhjemito Colorado, descrito a oeste da
área estudada por A. C. Silva et al. (comunicação pessoal, 2013). Abordam, ainda,
rochas granodioríticas associadas às rochas mencionadas, mas concluem que não há
vínculo genético entre granodioritos e tonalitos/trondhjemitos, em Dall’Agnol et al.,
2012.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-27 - Províncias Tectônicas do Estado do Pará. Domínios Rio Maria e Carajás,
Vasquez et al. (2008).
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Figura 6.1-28 - Mapa Geológico dos Domínios Rio Maria e Carajás, Vasquez et al. (2008).
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-29 - Mapa Geológico dos Domínios Carajás e Rio Maria, modificado de Santos
(2003), Vasquez et al. (2008), Almeida (2010) e Feio (2011).
A Suíte Rio Maria está localizada no Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, porção
sul da Província Carajás. A Província Carajás está inclusa dentro da Província
Amazônia Central (TASSINARI & MACAMBIRA 2004; Figura 6.1-3), porção leste do
Cráton Amazônico, e compreende principalmente rochas arqueanas intrudidas por
granitos anorogênicos paleoproterozóicos. Esta província é limitada a oeste por um
terreno dominado por granitóides proterozóicos e assembléias vulcânico-piroclásticas
do Supergrupo Uatumã, com idades próximas de 1,88 Ga (Teixeira et al. 2002; Figura
6.1-31); a leste, é bordejada pelo Cinturão Araguaia do Neoproterozóico, relacionado
ao Ciclo Brasiliano (Pan-Africano), o qual não afetou significativamente o Cráton
Amazônico; a norte e a sul, pela Província Maroni-Itacaiúnas e pelo domínio Santana
do Araguaia (Vasquez et al. 2008), respectivamente, ambos formados durante o
Evento Trans-Amazônico (2,20 - 2,10 Ga), em Oliveira 2009.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Em sua área tipo, o Granodiorito Rio Maria forneceu idades de cristalização de 2874
+9/- 10 Ma (U/Pb em zircão, MACAMBIRA, 1992, MACAMBIRA & LANCELOT, 1996)
e 2872 ± 5 Ma (U/Pb em zircão e titanita, Pimentel & Machado 1994). Idade similar foi
obtida em quartzo-diorito aflorante na região de Xinguara (2878 ± 4 Ma, método Pb-Pb
em zircão por evaporação, DALL’AGNOL et al. 1999a). Rolando & Macambira (2002,
2003) também obtiveram idades similares (método Pb-Pb em zircão por evaporação)
para rochas do Granodiorito Rio Maria e afins, aflorantes na região da Serra do Inajá,
a aproximadamente 100 km ao sul da cidade de Redenção. Rochas correlacionadas
ao Granodiorito Rio Maria que ocorrem na região do Xingu mostraram, por sua vez,
idade de 2850 ± 17 Ma (método Pb-Pb em zircão por evaporação; Avelar 1996, Avelar
et al. 1999). Relações de campo indicam que rochas da Suíte Rio Maria são intrusivas
no Supergrupo Andorinhas (DOCEGEO, 1988, SOUZA, 1994). Além disto, na área de
Xinguara, granodioritos são intrusivos no Complexo Tonalítico Caracol, ao passo que
são cortados pelo Trondhjemito Água Fria e Granito Xinguara (LEITE, 2001), em
Oliveira 2009.
As rochas da Suíte Rio Maria são, em grande maioria, classificadas como epidoto-
biotitahornblenda-granodiorito e as rochas intermediárias mostram composições
dominantemente quartzo-dioríticas com variações, no limite entre os campos, para
quartzo-monzodioríticas. A presença de enclaves máficos de tendência monzonítica
englobados pelos granodioritos é uma feição marcante. Segundo evidências de
estudos anteriores (MEDEIROS, 1987, SOUZA, 1994, LEITE, 2001, OLIVEIRA, 2005,
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Rochas da Suíte Rio Maria são metaluminosas e mostram outras características afins
com as das séries cálcico-alcalinas em certos diagramas, porém mostram conteúdos
mais baixos de Al2O3 e CaO e mais altos de MgO, Cr e Ni do que estas séries,
assemelhando-se geoquimicamente às suítes sanukitóides, em Oliveira 2009.
Os dados apresentados mostram que as rochas que compõem a Suíte Rio Maria
possuem todas as características petrográficas e geoquímicas típicas de rochas
sanukitóides (STERN et al. 1989, STERN & HANSON 1991, SMITHIES & CHAMPION
2000, MOYEN et al. 2003, HALLA 2005): 1) Eles são compostos de rochas ígneas
félsicas a intermediárias metaluminosas com granodioritos, geralmente incluindo
aglomerados ou enclaves máficos, como rochas granitóides dominantes; 2) Eles
possuem alto #Mg, Cr, e Ni, junto com altos conteúdos de LILE, especialmente Ba e
Sr; 3) Conteúdos moderados de K2O, refletidos nas razões K/Na que variam de 0,35 a
0,74; 4) Conteúdos relativamente altos de ETRL e forte fracionamento de ETRP,
associados com fraca ou ausente anomalia de Eu, em Oliveira 2009.
O termo suite sanukitóide (ou suíte diorítica-granodiorítica alto Mg) foi introduzido por
Shirey & Hanson (1984) para rochas vulcânicas e plutônicas félsicas arqueanas, na
Província Superior do Canadá, geoquimicamente distintas das suítes TTGs. Em
diversos crátons do mundo, as rochas sanukitóides formaram-se no final do Arqueano
(2,95 - 2,54Ga) como intrusões comumente tardi a pós-cinemática, as quais não são,
necessariamente, temporalmente relacionadas a um magmatismo TTG, mas quase
sempre são precedidas por intrusões dessas rochas que, em geral, ocorrem entre 50 e
150 Ma antes, em Oliveira 2009.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Conclusão similar foi obtida por Smithies & Champion (1999a), embora Moyen et al.
(1997) e Stevenson et al. (1999) tenham mostrado que a assimilação de material
crustal pode ser muito importante para explicar a origem dos membros mais félsicos
das suítes. Baseados em dados de εNd, Stevenson et al. (1999) consideram que os
dioritos seriam derivados de uma fonte mantélica capaz de produzir rochas com, ao
mesmo tempo, altos conteúdos de Mg, Cr e Ni, e também SiO2, Ba, Sr, P e ETRL,
enquanto os membros mais félsicos seriam produtos de assimilação crustal. Também
com base em estudos isotópicos, porém em dados de Pb, Halla (2005) admite como
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-30 - Mapa geológico do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, modificado de Leite (2001), em Oliveira 2009.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-32 - A – Afloramento de Granito pórfiro do Domínio Rio Maria nas margens da
BR-155 proximo a Xinguara – PA; em detalhe – B, o granito de cor cinza com pórfiros de
plagioclásio e feldspato de cor branca e máficos como anfibólio de coloração escura.
(por Waldirney M. Calado).
Figura 6.1-33 - A – Afloramento de Granito pórfiro do Domínio Rio Maria nas margens da
BR-155 proximo a Pau D’Arco – PA; em detalhe – B, o granito de cor cinza-rosa com
pórfiros de plagioclásio e feldspato de cor branca a rosa e máficos como anfibólio de
coloração escura. (por Waldirney M. Calado).
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-34 - Morro com granito do Domínio Rio Maria nas margens da BR-158 próximo
a Redenção – PA. (por Waldirney M. Calado).
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Os gnaisses esta unidade ocorre na porção central do DSA como uma área triangular
com cerca de 50 km de comprimento e uma largura máxima de 23 km, orientada
segundo NW-SE (Figura 6.1-35). Segundo Macambira et al. (2007), essa unidade é
composta por leucognaisses granodioríticos e tonalíticos, foliados, monzogranitos
variando de gnaissificado a isotrópico e granodioríticos e monzograníticos
migmatizados. Os tipos gnáissicos exibem bandamento milimétrico a centimétrico,
irregular, formado pela alternância de bandas félsicas quartzo-felspáticas e bandas
mais concentradas em biotita. Este bandamento apresenta-se ondulado e, às vezes,
com dobras abertas e fechadas. Os migmatitos apresentam típicas feições de intensa
migmatização, com paleossomas e neossomas. Esses ortognaisses foram datados
pelo método Pb-Pb em zircão fornecendo idades entre 2408 ± 7 a 2663 ± 23 Ma
(VASQUEZ et al., 2007a), sendo a maior idade obtida para a região e interpretada
como idade mínima de cristalização do protólito ígneo, em Correa 2012.
Ocorre na porção norte do DAS, nos flancos da Serra do Mururé, sendo constituída
dominantemente de rochas metassedimentares (Figura 6.1-36). Predominam
quartzitos, metarenitos e metarcóseos e rochas com maior contribuição pelítica,
metagrauvaca, metasiltito, biotita xisto quartzo-feldspático, filito e ardósia. Datações
pelo método Pb-Pb em zircões detríticos obtidas na sequência Mururé variam entre
2833 ± 7 e 2975 ± 14 Ma (MONTEIRO et al. 2004), e indicam idade máxima de
sedimentação em torno de 2,83 Ga, em Correa 2012.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Granitos da Suíte Intrusiva Rio Dourado e rochas plutônicas do Sienito Rio Cristalito
cortam os granitóides presentes na área, intrudindo também as coberturas
sedimentares da Formação Gorotire (Figura 6.1-36). A Suíte Intrusiva Rio Dourado e o
Sienito Rio Cristalino representam o último evento magmático reconhecido no DSA.
Tratam-se de manifestações plutônicas anorogênicas, de afinidade alcalina, sendo que
a primeira tem características de granitos tipo-A, tendo sido datada em 1889 ± 11 Ma
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
(BARROS et al. 2005). A suíte Rio dourado é cronocorrelata a outras suítes similares
que retratam um importante evento magmático alcalino intracontinental,
expressivamente representadas em toda a porção sudeste do Cráton Amazônico
(Suíte Intrusiva Jamon/Domínio Rio Maria, Suíte Intrusiva Carajás/Domínio Carajás),
em Correa 2012.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A
Figura 6.1-35 - Províncias Geocronológicas do Cráton Amazônico: A - Tassinari & Macambira (2004); B - Santos et al. (2000), em Correa 2012.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
6.1.6 GEOMORFOLOGIA
Para a elaboração deste relatório adotou-se como forma de abordagem uma análise
integrada entre os temas do meio físico analisados. Tal abordagem permite uma visão
integrada das relações existentes entre estes, bem como a influência dos mesmos na
estruturação das paisagens naturais e daquelas oriundas da interferência humana.
Partiu-se de informações que priorizaram a caracterização da AII, buscando-se a
compreensão do arranjo da base física da mesma, objetivando-se uma
compartimentação adequada e representativa da geomorfologia da área em estudo
(IBGE, 2009).
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Planícies Fluviais;
Tabuleiros Paraenses;
Chapada de Paragominas;
Planalto Dissecado do Gurupi – Grajaú;
Depressão de Imperatriz;
Patamar Dissecado Capim- -- Moju;
Depressão do Bacajá;
Depressão do Médio e Baixo Araguaia;
Serra dos Carajás;
Depressão do Médio Xingu;
Serras de São Félix -- Antonhão – Seringa;
Planaltos Residuais do Sul do Pará;
Depressão de Santana do Araguaia;
Planície do Araguaia – Javaés.
60
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
61
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-37 - Unidades de relevo presentes ao longo da Ferrovia Paraense S.A., na aii
(área de influencia indireta).
Planícies Fluviais
As planícies fluviais ocorrem ao longo dos principais rios que recortam a área Ferrovia,
que é caracterizada pela presença de vales encaixados, com estreita faixa de cordões
arenosos desenvolvidos pela sedimentação dos rios.
62
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
63
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-38 - Unidades de relevo planicies fluviais na AII. Os pontos em amarelo foram
fotografados em visitas de campo.
64
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-39 – Perfil sobre o rio mojú, mostrando a área ocupada pela planicie do rio em amarelo, sobre o modelo digital de terreno srtm.
65
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(a) (b)
(c)
(d) (e)
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Tabuleiros Paraenses
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
68
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-42 – Perfil sobre a unidade de relevo tabuleiros paraenses, cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas superiores a 60 metros e
inferiores a 100. O perfil foi feito ao longo da ferrovia.
69
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
(a) (b)
(c) (d)
Chapada de Paragominas
70
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-45 – Perfil sobre a unidade de relevo chapada de paragominas, cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas superiores a 120
metros, com topos chegando a altitude de 200 metros.
73
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-46 – Fotos mostrando topos de planaltos e chapadões, dominados por relevos
dissecados residuais. a localização das fotos pode ser observada na Figura 6.1-44.
(a) (b)
(c) (d)
74
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-48 – Perfil sobre a unidade de relevo planalto dissecado gurupi-grajaú, cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas entre 180 a 320
metros, apresentando baixa declividade. no perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
(a) (b)
(c) (d)
Depressão de Imperatriz
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-51 – Perfil topográfico sobre a unidade depressão de imperatriz cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas de 220 metros, acima
e possivel observar a quebra abrupta com o planalto dissecado do gurupí-grajaú. no perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está
planejada.
81
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
(a) (b)
O Patamar Dissecado Capim- -- Moju localizam-se nos interflúvios dos rios Capim e
Moju. É caracterizado por uma superfície pediplanada nivelou a topografia,
posteriormente dissecada. O contado com outras unidades é em geral gradual, ou
mediante ressaltos pouco destacados. Ressaltos pouco marcados generalizam-se nos
contatos com os relevos de outras unidades periféricas. Nesta unidade predominam
Latossolo Amarelo e Podzólico Vermelho-Amarelo, formando espesso pacote de
textura argilosa. A área de ocorrência desta unidade cobre parte das Bacias
Sedimentares e Coberturas Inconsolidadas.
82
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
83
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-54 – Perfil topográfico sobre a unidade patamar disseecado mojú-capim cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas superiores a
160 metros, com topos chegando a 200 metros. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
(a) (b)
(c) (d)
Depressão do Bacajá
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-57 - Perfil topográfico sobre a unidade depressão bacajá cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em média a 150 metros, com
topos chegando a 250 metros em alguns locais.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
(a) (b)
A grande característica dessa unidade talvez seja o domínio quase total das
concreções ferruginosas (solos Petroplínticos). Ao norte, no entanto, há setores de
Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico, textura argilosa. Ao longo da calha do rio.
89
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
90
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-60 - Perfil topográfico sobre a unidade depressão médio e baixo araguaia cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em média a
110 metros, com topos chegando a 180 metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.
92
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-61 - Fotos mostrando a unidade de relevo depressão médio e baixo araguaia
que ocorrem sobre faixas de dobramentos e coberturas metassedimentares. Nas fotos é
possivel observar o aplainamento nestes terrenos.
(a) (b)
(c) (d)
Serra dos Carajás
93
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
A Figura 6.1-62 mostra a disposição espacial regional da unidade de relevo Serra dos
Carajás ao longo do traçado da ferrovia, e no Mapa 6.1-2 pode ser observada em
maior detalhe que esta unidade geomorfológica. A Figura 6.1-63 mostra o perfil
topográfico sobre a unidade Serra dos Carajás cujos topos apresentam-se em cotas
altimetricas em média a 600 metros, com topos chegando a 750 metros em alguns
locais.
94
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-63 – Perfil topográfico sobre a unidade serra dos carajás cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em média a 600 metros, com
topos chegando a 750 metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.
96
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Os solos desta unidade de relevo são pouco expressivas na área, visto que a
alteração das rochas originou sobretudo solos Podzólicos. Solos Litólicos generalizam-
se nos trechos mais dissecados e nos setores embutidos nos grupamentos de
residuais. Esta unidade ocorre principalmente sobre o embasamento em estilos
complexos de rochas.
97
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
98
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-65 – Perfil topográfico sobre a unidade depressão do médio xingu cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em média a 200
metros, com topos chegando a 230 metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
(a) (b)
(c) (d)
Este relevao apresenta topos nivelados por pediplanação que foram desmantelados
por processos erosivos resultando em conjunto de formas residuais, interpenetrados
pela superfície de piso da Depressão do Médio Xingu. Os ressaltos estabelecem
contatos abruptos com a Depressão do Médio Xingu, que envolve os maciços
residuais. Nesta unidade predominam Solos Litólicos distróficos, com ocorrência de
Afloramentos Rochosos. Ocorrem principalmente nas faixas de Dobramentos e
Coberturas Metassedimentares.
100
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
101
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-67 - Unidades de relevo serras de são félix - antonhão – seringa na AII.
102
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-68 - Perfil topográfico sobre a unidade serras de são félix - antonhão – seringa cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em
média a 350 metros, com topos chegando a 625 metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
(a) (b)
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
105
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-71 - Perfil topográfico sobre a unidade planaltos residuais do sul do pará cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas variando de
220 a 260 metros. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
(a) (b)
107
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-74 - Perfil topográfico sobre a unidade depressão de santana do araguaia cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas variando de
170 a 195 metros. No perfil é indicada a cota topografica onde a ferrovia está planejada.
109
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
(a) (b)
(c) (d)
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-77 - Perfil topográfico sobre a unidade planície do araguaia – javaés cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas variando de 170 a
195 metros. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.
113
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
(a) (b)
(c) (d)
A Figura 6.1-79 mostra o perfil ao longo da ferrovia mostra que a variação de altimetria
é de 314 m, leva-se em consideração que este perfil foi confeccionado sobre o MDT
SRTM, que tem precisão altimetrica na ordem de +- 16,00 m (Rabus e al 2003).
114
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-79 - Perfil topográfico sobre o traçado da Ferrovia Paraense S.A., mostrando
variação altimetrica de 314 metros.
115
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Na AII ao longo da Ferrovia Paraense S.A., ocorrem rochas sedimentares, das bacias
sedimentares paleozoicas e mesozoicas, por rochas ígneas do craton amazônico e
rochas metamórficas da faixa Araguaia, além de lateritas maturas de ferro e alumínio
com espessa cobertura argilosa do Terciário, coberturas detríticas arenosas do
Terciário-Quaternário e sedimentos aluviais Quaternários.
116
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
117
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
que se constitui em boa referência para demonstrar que os rejeitos das falhas normais
variam de poucos metros a várias dezenas de metros.
118
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
119
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
120
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
O feixe transcorrente situado na porção central encontra-se entre os vales dos rios
Xingu e Araguaia, tem extensão aproximada de 370 km, responde por várias
anomalias da rede de drenagem (segmentos retos, cotovelos, sinuosidades etc.) e
afeta principalmente as rochas pré-cambrianas.
O feixe transcorrente do sul da área tem extensão aproximada de 200 km, controla a
orientação geral do Rio Inajá e o alto curso do Rio Arraias do Araguaia, e se conecta
ao feixe transcorrente central através de um conjunto de falhas normais de direção
NW-SE, definindo uma estrutura transtensiva.
Os feixes de falhas normais N-S concentram-se nos extremos leste e oeste da área. O
feixe do lado oeste é realçado por extensos trechos retilíneos dos rios Xingu e Fresco,
bem como pela orientação geral das drenagens de primeira e segunda ordens, e
121
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
estende-se por mais de 1.000 km para norte e para sul, além dos limites da área
enfocada. O feixe do lado leste compreende falhas normais fortemente inclinadas para
oeste, as quais são destacadas por extensos trechos retilíneos do Rio Araguaia e de
seus principais afluentes; os movimentos verticais associados respondem pelo
conjunto de serras alinhadas na direção N-S (Serra do Estrondo) que compõem o
divisor das bacias hidrográficas dos rios Araguaia e Tocantins.
6.1.6.3 Geomorfogênese
O relevo dessa região tem sua origem associada a três grandes eventos de erosão,
ocorridos no Terciário Inferior e no Plio-Pleistoceno - holoceno, e a episódios de
movimentações tectônicas cenozóicas da Placa Sul-Americana.
122
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Após essa fase ocorre uma retomada dos processos tectônicos, que associados às
mudanças climáticas, promovem a dissecação dessa superfície e das escarpas pré-
existentes, dando origem a Superfícies Pediplanadas, Planaltos Dissecados Relevos
Dissecados em interfluvios tabulares, Ravinas e Vales encaixados e tornando as
escarpas sinuosas e descontínuas.
123
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Neste sentido, foram definidas para a área de influência direta do Projeto dezenove
unidades de modelados de relevo distintas, correspondendo às unidades de Áreas
Dissecadas, Formas de Erosão/aplainamento e Formas de Acumulação, conforme as
unidades de modelado de relevo apresentadas a seguir (Figura 6.1-83).
124
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Terraço – Atf:
Terraço – Atfl:
Terraço – Atfm:
125
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
126
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
127
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Mapa 6.1-3 – Ocorrência das formas de acumulação ao longo da Ferrovia Paraense S.A..
CADERNO DE MAPAS
128
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
DA:
DC:
Dei:
Dr:
Dt:
129
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
CADERNO DE MAPAS
130
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
CADERNO DE MAPAS
132
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Em um segundo estágio a atuação do Ciclo das Velhas – que iniciou com atuação
tectônica após novos soerguimentos na região com a retomada erosional, sendo que
as camadas terciárias do Grupo Barreiras sofreram grandes aplainamentos devido a
sua pouca resistência e outras formações mais antigas foram preservadas devido ao
espesso perfil laterítica.
133
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
134
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
6.1.7 PEDOLOGIA
6.1.7.1 Apresentação
135
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
A Figura 6.1-84 mostra a distribuição do volume dos quatro constituintes de dois solos
típicos, sendo um mineral e outro orgânico.
Figura 6.1-84 Distribuição volumétrica dos constituintes físicos de dois solos típicos: a)
mineral; b) orgânico.
(a) (b)
A fase liquida compreende a água que se acha retida no solo sob diferentes condições
conforme o seu teor. Compreende mais ou menos 25% de seu volume conhecido e
enche uma parte ou a totalidade dos espaços vazios entre as partículas sólidas.
Considera-se também a solução do solo como parte integrante desta fase.
A fase gasosa está constituída pelo ar do solo que se movimenta nos vazios do solo
livre de água. Sua composição difere bastante do ar atmosférico e pode também variar
em intervalos de tempo. É geralmente mais pobre em oxigênio, mais rico em gás
carbônico e tem mais semelhança em nitrogênio, como mostra o Quadro 6.1-1.
Quadro 6.1-1 Composição da atmosfera livre e da atmosfera do solo, para oxigênio, gás
carbônico e nitrogênio
%
Atmosfera
O2 CO2 N2
Livre 20 0,03 78,9
Do solo 19,6 0,90 79,5
Fonte: Camargo
136
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
A fase sólida está constituída por produtos da intemperização da rocha matriz e dos
minerais que esta contém. Desta maneira, as características da fase dispersa, tem
como maior interesse o tamanho e forma das partículas individuais, assim como, sua
composição química e mineralógica.
A parte do solo formada por partículas unitárias maiores que 2,0 mm de diâmetro é
chamada esqueleto do solo e está constituída por fragmentos sem atividade de
superfície e consequentemente sem capacidade de ceder elementos para os vegetais,
sendo considerados somente como reservatório de elementos minerais como o Ca,
Mg etc. Os critérios de nomes e dimensões são convencionais e o mais adotado é
apresentado na Figura 6.1-85:
137
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Argila: A fração argila é considerada a parte ativa do solo, isto é, a principal sede dos
fenômenos físico-químicos que nele se processam. Esta fração é constituída
principalmente de SiO2, Al2O3, Fe2O3 e H2O, com quantidade variáveis de TiO2, CaO,
MgO, K2O, Na2O e P2O5.
Tipos de Argila
Argila 1:1 - cada lâmina estrutural é formada por uma camada de tetraedro de silício e
uma camada de octaedro de alumínio (ex. caulinita, haloisita).
Argila 2:1 cada lâmina estrutural é formada por duas camadas de tetraedros de silício,
separadas por uma camada de octaedro de alumínio (ex.: Micas hidratadas,
montmorilonita vermiculita).
Área superficial específica ou superfície especifica do solo é definida como a área total
das partículas por unidade de massa do solo seco. É comumente expressa em termos
de metros quadrados por gramas (m²/g). Esse valor depende, em primeiro lugar, do
tamanho das partículas. A área é tanto maior quanto menor forem as partículas e, por
isso, a fração argila contribui com a maior proporção do valor da superfície especifica.
138
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Tabela 6.1-1 Variação das superfícies específicas de uma grama de partículas cúbicas
em função da dimensão de suas arestas.
DIMENSÃO VOLUME PESO N° DE SUPERF. FRAÇÃO DO SOLO
DA ARESTA TOTAL TOTAL PARTICULAS ESPECÍFICA CORREPONDENTE
mm cm³ g cm²
10,0 1 1 1 6 Cascalho
1,0 1 1 10³ 60 Areia grossa
0,1 1 1 106 600 Areia fina
0,01 1 1 109 6000 Silte
0,001 1 1 1012 60000 Cascalho
Fonte: MONIZ(14)
Com diminuto teor de água, ou seja, solo seco. Esta não se desagrega sob uma força
normal;
139
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Existe, neste caso, umidade suficiente entre as partículas para minimizar o efeito
cimentante que domina a zona de consistência dura. É a consistência apta para a
mobilização do solo;
Consistência Plástica
Ccom exceção da Areia, tem-se demonstrado que os solos ficam mais plásticos à
medida que aumenta o teor de água. É, pois, o grau de deformação em que, ao
pressionar-se, o solo quando seco conserva a forma moldada;
Consistência Pegajosa
Maior teor de água, em que o solo começa a aderir-se aos objetos. As partículas
sólidas estão totalmente aglutinadas pela água.
Tipo de Solo
Solos argilosos têm maior índice de plasticidade que os arenosos. Isto devido a
plasticidade ser função das partículas mais finas.
Saturação de Cátions
Solos com alto teor de matéria orgânica alcançam menores índices de plasticidade
devido aos colóides orgânicos que têm alta capacidade de absorver água, retardando
a disponibilidade desta para as partículas minerais.
Gênese
140
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Para que haja formação de agregados, é necessário que exista no solo agente coloidal
(inorgânico e orgânico), agente floculante (agindo como um neutralizador de cargas) e
agentes cimentantes (agindo no enlace das partículas floculadas à semelhança da
matéria orgânica óxidos e sesqui6xidos de Fe a Al).
Argila
Existe alta correlação entre a (%) de argila e agregados menores, o que não é
importante para o solo;
Efeito Catiônico
Efeito do Ferro
141
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Efeito da Vegetação
Para prevenir a deterioração da estrutura, a prática de manejo pode ser o uso correto
da mobilização do solo. A tendência do cultivo intensivo com relação a estrutura, faz o
solo ser mais susceptível à erosão. Quando o solo não está com umidade ideal
(consistência friável), a mobilização mínima pode quebrar a estrutura do solo. Na
Tabela 3, alguns dados sobre o teor de umidade ótima em que os solos da península
da Malásia podem ser mecanicamente trabalhados. Estes dados, mostraram que o
teor de umidade ótimo, varia entre tipos de solo, dependendo da quantidade de argila,
matéria orgânica, etc.
Como uma regra geral, os trabalhos de aração mecânica não são feitos em solos
arenosos com teor de umidade acima de 12% (W/W) e sobre solos argilosos quando
estiverem com umidade acima de 25% (W/W). Verificar Tabela 6.1-2.
142
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Munchong 28
Serdang 12
Sungai Bulok 13
Rengan 16
Holyood 10
Sitiawan 24
Fonte: KWI (11)
Para melhorar a estrutura do solo, o método mais efetivo é o que utiliza leguminosas
em cobertura. Nas plantações de seringueiras da Malásia isto está sendo largamente
usado. Esta prática vem contribuindo grandemente na redução da perda de solo pela
erosão e da fertilidade destas áreas. Numerosos experimentos de cobertura feito pelo
RRIM, confirmam que a cobertura vegetal tem efeito benéfico na estrutura e retenção
de umidade. Logo abaixo da superfície da cobertura ele é escuro e a variação da
temperatura é menor em relação a um solo descoberto. O aumento de detritos
orgânicos estimula a atividade microbiana e o seu crescimento. Todos os testes de
cobertura vegetal têm mostrado melhores resultados pelas leguminosas (Tabela
6.1-3), uma vez que elas melhoram a agregação e o tamanho médio dos agregados,
diminuem a densidade aparente e aumentam a permeabilidade. A porosidade também
aumentou com plantas de Mikania e Grass.
TAMANHO MÉDIO
% P. TOTAL
DOS DAP PERMEABILIDADE
COBERTURA AGREGAÇÃO
DO SOLO
AGREGADOS (G/CM3) (CM/H) (%)
(MM)
143
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
SERDANG MUNCHONG
COBERTURA
D. AP PERMEAB. D. AP PERMEAB.
(G/CM3) (CM/H) (G/CM3) (CM/H)
Pela retirada da cobertura vegetal natural solo, o equilíbrio dinâmico na relação solo
planta é quebrado, e com isto o solo passa comportar-se de modo diferente. Após esta
quebra, ocasião em que o homem começa a utilizar a terra para a agricultura, inicia-se
um processo de desgaste e empobrecimento, devido a várias causas, dentre as quais,
estão:
144
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
N 29 Kg 20 Kg 132 Kg
P 4 Kg 1,3 Kg 18 Kg
K 24 Kg 20 Kg 133 Kg
Ca 11 Kg 3 Kg 19 Kg
Kg 5 Kg 2 Kg 31 Kg
S 40 Kg 1,6 Kg 12 Kg
B 43 g 18 g -
Cu 13 g 16 g -
Fe 316 g 72 3,2 g
Mm 19 g 24 g 1,5 g
Mo 0,2 g 0,06 g 0,001 g
Zn 1,6 g 1,4 g 0,486 g
Fonte : TEIXEIRA (16)
Estes processos empobrecem o solo tanto pela perda de solo como de elementos
essenciais. No caso da percolação, a água é o principal transportador das substâncias
que se encontram em suspenso ou solução no solo.
A perda por erosão pode ser considerada como a principal causa do empobrecimento
dos solos, pois, transporta solo, fertilizantes, herbicidas etc. Sem o devido controle
através de práticas conservacionistas, a perda é mais rápida.
145
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Entende-se por sistemas de preparo do solo todo e qualquer trabalho que venha a ser
feito com o intuito de deixar o solo apto ao plantio.
146
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Tabela 6.1-7 Efeito do manejo do solo sobre a produção de milho em dois tipos de solo
(kg/ha)
MANEJO
TIPOS DE SOLO
CONVENCIONAL PLANTIO DIRETO
Franco siltoso 8.001 8.939
Franco argilo siltoso 8.312 8.250
Fonte: BLEVINS et alii (5)
6.1.7.2.8 Erosão
Fases de Erosão
Desagregação
147
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
É a fase em que as partículas são separadas devido a uma ação provocada pela gota
de chuva, preparo do solo, enxurrada, mudanças de temperatura ou pisoteio de
animais.
Transporte
É o carregamento das partículas separadas, para outros locais, as quais podem ser
transportadas pela gravidade, pelo vento ou pela enxurrada.
Deposição
As partículas transportadas irão ser depositadas em outros locais, quase sempre nas
baixadas, rios ou lagos.
Chuva de maior duração, de baixa intensidade (gotas finas) e que cobre grandes
áreas, sendo este tipo ideal para a agricultura;
Chuva de convecção
O principal efeito da gota de chuva, é devido ao seu impacto ao atingir o solo, o qual
provoca a elevação das partículas desagregadas (fenômeno chamado salpicamento)
que são após transportadas.
Se a erosão do solo é uma interação entre vários fatores, podemos dizer que ela é
função do clima, do solo, do relevo, da cobertura vegetal e do uso do solo pelo
homem.
Clima
Quantidade
148
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Que vem ser o volume total de chuva que cai em determinada área. Todo solo tem
uma capacidade máxima de absorção. Quando saturado, hã for mação de uma lâmina
sobre o solo, a qual irá escorrer e com isto dar início a uma enxurrada e
consequentemente à erosão do solo;
Distribuição
Tem importância pelo fato das terras cultivadas não se apresem tarem igualmente
protegidas e igualmente erodíveis durante as diferentes épocas do ano. Exemplo: nos
terrenos arados e gradeados as águas provocam maiores estragos que no mesmo
terreno coberto com culturas;
Intensidade
Solo
149
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Relevo
Comprimento de rampa:
Grau de declividade
Uniformidade de rampa
A Tabela 6.1-11 mostra que o fracionamento da rampa pode ser fator principal para
diminuir as perdas de solo pela erosão.
Cobertura Vegetal
A proteção da superfície do solo com plantas serve para impedir o impacto da gota da
chuva, reter unidade e unir partículas do solo transformando-as em agregados
estáveis pela presença do sistema radicular e resíduos orgânicos que cobrem a
superfície dos solos.
Portanto, uma densa população ("stand") de plantas é excelente para reduzir a erosão
dos solos.
150
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Como o homem vem utilizando a terra, na maioria das vezes está beneficiando
diretamente o processo erosivo, além de estar dificultando as medidas de controle
para a conservação. Em muitas regiões é normal o plantio morro abaixo ao invés do
plantio em nível, o que vem facilitar estas perdas.
Tipos de Erosão
Na fase de transporte do solo e da água para outros locais, em que se retira material
de um lugar para outro, três tipos principais de erosão podem ser considerados:
Erosão laminar
Erosão em sulco
Erosão em Voçoroca
151
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
nivelar-se pelo uso simples do arado ou implemento similar. Esta erosão se procede,
frequentemente, após uma erosão laminar ou em sulco, que não foi combatida.
Estudiosos, como NEAL e BAVER et alii (2) verificaram que o impacto da gota de
chuva sobre o solo era determinado pelo número e tamanho das gotas, mais, alguma
velocidade imprimida pelo vento. Por sua vez LAWS e PARSONS (1943) citados por
BAVER et alii (2), relacionaram a distribuição do tamanho das gotas com a intensidade
de precipitação e a expressaram sob a equação:
D 50 = 3. I ° 182
WISCHIMEIER e SMITH (1958) citados por BAVER et alii (2) utilizando dados de
distribuição do tamanho das gotas de LAWS e PARSONS, obtiveram a seguinte
equação:
OU
onde,
Após estudos e análises dos fatores do manejo de cultivos e das práticas de controle á
erosão, WISCHIMEIER e SMITH (1960) citados por BAVER et alii (2) , propuseram,
baseado na equação anterior, uma nova equação conhecida hoje como a equação
universal de perda do solo que é:
A= R K L S C P
em que:
152
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
R - Fator chuva, média anual. Medida por E x 1 (EI30) , onde E é a energia cinética
total e I é a intensidade máxima de chuva em 30 minutos.
São trabalhos que visam diminuir ou anular o fenômeno erosivo, ou seja, o desgaste e
rebaixamento do perfil do solo causados principalmente pela chuva.
153
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
A Curva de Nível é uma linha transversal ao sentido do declive, cujos pontos estão na
mesma cota (altura).
A distância entre uma curva de nível e outra, urna faixa de retenção e outra e um
terraço, é conhecida peia fórmula de BENTHEY, que é a seguinte (15):
EV = (2 + D ) 0,305
EV - Espaçamento vertical
D - Declividade
X - Fator que depende do tipo de solo, varia de 1,5 a 6,0 como mostra a Quadro 6.1-2.
EH = EV x 100
D
Quadro 6.1-2 Valores de "x" para serem usados na fórmula de BEINTHEY.
PRÁTICAS DE CONTROLE Á EROSÃO Fórmula de
BENTHEY
FAIXA DE EV = (2 + D) 0,30
RET. OU X
TERRAÇOS CORDÃO EM CONTORNO
PLANTIO
EM NIV.
Valores de “ X ”
CULTURAS CULTURAS CULTURAS CULTURAS CULTURAS
PERMANENTES ANUAIS PERMANENTES ANUAIS ANUAIS
c/grad nível c/grad nível c/ grad. nível nível
alta alta 1,5
média média 2,0
baixa alta baixa 2,5
média 3,0
baixa alta 3,5
média alta 4,0
baixa alta média 4,5
média baixa alta 5,0
baixa média 5,5
baixa
NOTA: ALTA: Solos de textura argilosa
154
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Plantio em Nível
O plantio segue as curvas de níveis do terreno. Este método contribui para conservar
o solo e a água, pois cada fileira serve de obstáculo ao fluxo da enxurrada. O sistema
aqui discutido é mais indicado para solos com declividade até 3%.
Faixa de Retenção
Terraços
No terraço tipo Camalhão, a terra mobilizada é removida de ambos os lados das linhas
demarcadoras, sendo que este tipo é mais indicado para terrenos com até 8% de
declividade.
No terraço tipo Nichol ou Canal, a terra mobilizada para sua formação é removida do
lado superior da encosta, sempre de cima para baixo sendo mais indicado para
declives com um máximo de 18%. Este tipo requer arado reversível, devido ter apenas
um sentido para sua construção.
Com declive mais acentuado (mais de 18%), recomenda-se dois tipos de terraços, que
são,o de tipo Patamar e o de Banquetas Individuais.
155
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
São técnicas que visam dar benefício ao solo em função da cultura. São elas:
uniformização do terreno sulcado pela erosão, sub-solagem, rotação de cultura,
adubação verde, calagem e látex.
Experimentos recentes efetuados no RRIM com emulsão do látex com óleo vegetal
mostraram a sua eficácia no controle á erosão quando colocados na superfície do
solo. Em solos altamente erodidos, semelhantes as séries Serdang e Sungei Bulch,
aplicações de emulsão contendo 10 a 15% de borracha seca e 2 a 8% de óleo,
reduziram as perdas de solo a níveis significativos quando comparados com a
testemunha. A Tabela 6.1-13 mostra a quantidade do solo erodido coletado nos
diferentes tratamentos com diferentes formulações de látex/óleo.
Práticas complementares
Como o próprio nome diz, complementa o solo para oferecer melhores possibilidades
ao vegetal. Adubação química, divisão e manejo dos pastos, irrigação e drenagem,
são exemplos dessas práticas.
156
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
6.1.7.3.3 Metodologia
Confecção do mapa de solos
Além do mapa de solos contido no referido zoneamento foi utilizada também para
interpretação visual as imagens de radar do Projeto Topodata (INPE DSR, 2013),
oriundos da interpolação por Krigagem de dados SRTM (Shutle Radar Topography
Mission), apresentando uma resolução de 30 metros. Essa ferramenta foi de extrema
importância para se proceder ajustes necessários na legenda de identificação dos
solos (Anexo 6.1-1), principalmente, no que se refere à classificação do relevo,
conforme os critérios constantes no “Manual Técnico de Pedologia” (IBGE, 2007).
Como se sabe, o relevo é o elemento de interpretação de maior importância na
elaboração de mapas pedológicos.
A classificação taxonômica dos solos foi elaborada de acordo com as normas em uso
no Brasil, constantes no “Sistema Brasileiro de Classificação de Solos” (Santos et al.,
2009).
O mapa final de solos se encontra no Mapa 6.1-6, é composto por 28 (quatro folhas).
Foi confeccionado na escala 1:100.000, enquadrando-se na modalidade
“reconhecimento de média intensidade” (IBGE, 2007). Segue no Anexo 6.1-1 a
legenda de identificação dos solos.
157
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
CADERNO DE MAPAS
158
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
A avaliação da aptidão agrícola das terras, foi baseada na interpretação dos atributos
diagnósticos dos solos de acordo com metodologia proposta por Ramalho Filho e
Beek, 1995 em uso no Brasil. O nível tecnológico adotado para análise do grau de
intensidade dos fatores limitantes do uso da terra, caracteriza-se pela aplicação
intensa de capital e de resultados de pesquisa para manejo, melhoramento e
conservação das condições das terras e lavouras ou pastagens.
O mapa de aptidão agrícola das terras foi confeccionado na escala 1:100.000. Está
localizado no Mapa 6.1-7, e é composto por 28 (trinta) folhas.
159
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CADERNO DE MAPAS
160
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
A carta imagem está localizada em Mapa 6.1-8, composta por 4 (quatro) folhas.
161
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
CADERNO DE MAPAS
162
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
6.1.7.3.4 Resultados
Quantificação dos solos dominantes
ARGISSOLOS
São grupamentos de solos minerais, profundos, bem drenados, tendo como principal
característica um acentuado aumento do conteúdo de argila do horizonte superficial
"A" para o subsuperficial "B", evidenciando o horizonte diagnóstico B textura! (Bt),
podendo ou não apresentar cerosidade.
163
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Quimicamente apresentam baixo ou alto nível de fertilidade natural com saturação por
bases trocáveis (V%) inferior ou superiores a 50%, respectivamente. Os solos com
saturação por bases igual ou maior a 50% são considerados eutróficos e inferior a
50% são distróficos.
GLEISSOLOS
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LATOSSOLOS
Os Latossolos são solos minerais profundos e muito profundos, bem drenados que
apresentam como principal característica o horizonte diagnóstico subsuperficial "B"
latossólico (Bw).
165
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NEOSSOLOS
PLINTOSSOLOS
166
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167
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
6.1.7.3.5 Conclusões
De posse dos resultados do mapeamento dos solos e aptidão agrícola das terras,
pode-se concluir o seguinte:
Com relação à aptidão agrícola das terras, 83,09% da área estudada, apresenta
aptidão BOA para agricultura, enquanto que 7,51% apresenta aptidão BOA para
pecuária. 6,84% possui classe de aptidão REGULAR para pecuária.
Uma área expressiva de 93,79km2 (8,04% da área total mapeada), deve ser destinada
à preservação ambiental.
168
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
O solo deve ser considerado sob o aspecto de ente natural e, como tal é tratado pelas
ciências que estudam a natureza, como a geologia, a pedologia e a geomorfologia.
O presente trabalho teve por objetivo levantar dados e informações através das
análises físicas e químicas dos solos que caracterizem as áreas de influência ao longo
do traçado da ferrovia a ser construída no Estado do Pará que interligará as regiões
Norte, Nordeste e Sudeste. Servirá como subsídio às ações de planejamento territorial
estratégico que poderão ser implementadas nas regiões em questão.
Conceitos de solo
Segundo Schaetzel & Anderson (2005) solo é descrito como um corpo tridimensional,
ou seja, descrito como um sistema de quatro dimensões: tempo, profundidade, largura
e comprimento.
Solos são sistemas naturais, organizados, frutos da ação combinada do clima e dos
organismos atuando sobre um determinado material de origem num dado intervalo de
tempo, condicionados pelo relevo, sendo, ainda, influenciados por outros fatores, entre
os quais se destaca a ação humana (JENNY, 1941). Sob um ponto de vista mais
169
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
utilitário, o solo pode ser reconhecido, também, como o material mineral e/ou orgânico
não consolidado na superfície da terra que serve como um meio natural para o
crescimento e o desenvolvimento de plantas (CURI et al., 1993; SIMONSON, 1959).
Intemperismo
170
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
171
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
São cinco os fatores de formação dos solos que motivam direta ou indiretamente os
fenômenos fisícos e químicos nas rochas: relevo, clima, organismos, tempo e material
de origem.
O relevo na formação dos solos, reflete diretamente sobre a dinâmica da água, tanto
no sentido vertical - infiltração - como lateral - escorrimentos superficiais e dentro do
perfil - e indiretamente sobre o clima dos solos - temperatura e umidade - através da
incidência diferenciada da radiação solar, do decréscimo da temperatura com o
aumento das altitudes, e sobre os seres vivos – os tipos de vegetação natural
importantes na formação dos solos.
A água que cai sobre um terreno e não evapora tem apenas dois caminhos: ou
penetra no solo ou escorre pela superfície. Geralmente, segue concomitantemente
ambos os caminhos, com maior ou menor participação de um ou outro, dependendo
das condições do relevo (declividade e comprimento da vertente); da cobertura
vegetal; e de fatores intrínsecos do solo (MONIZ, 1975). Em terrenos declivosos, a
quantidade de água que penetra no solo é normalmente menor que nos menos
inclinados.
O clima para formação dos solos se paresenta como um dos mais ativos e importantes
fatores, dentre seus elementos destacam-se, em nosso país, pela ação direta na
pedogênese: a temperatura; a precipitação pluvial; a deficiência e o excedente hídrico
(LIMA et al, 2007).
Outro fator importante na formação dos solos é água, um grande volume de água que
percola através dos solos nas regiões úmidas promove a hidratação de constituintes e
favorece a remoção dos cátions liberados dos minerais pela hidrólise, acelerando as
172
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Outro fator importante para formação dos solos são os organismos – a microflora e a
macroflora, a microfauna e a macrofauna – pelas suas manifestações de vida, quer na
superfície quer no interior dos solos, atuam como agentes de sua formação (MONIZ,
1975).
A cobertura vegetal para o solo, tem uma ação passiva como agente atenuante do
clima; porém, é como agente ativo na formação do solo que ela se destaca. Sua ação
protetora depende de sua estrutura e tipo.
Na Amazônia, por exemplo, a cobertura vegetal é eficaz, uma vez que protege o solo
contra a ação das chuvas, já na região de caatinga semiárida do nordeste, o efeito
protetor é pouco efetivo na proteção do solo, resultando em acentuadas enxurradas de
forte poder erosivo.
173
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Dos fatores de formação, o tempo é o mais passivo, ou seja, não adiciona, não
exporta material nem gera energia que possa acelerar os fenômenos de intemperismo
mecânico e químico, necessário à formação de um solo. Porém, o estado do sistema
solo não é estático: varia no transcorrer das transformações, transportes, adições e
perdas que têm lugar na sua formação e evolução. O conhecimento da duração do
período de gestação dos solos é, contudo, muito complexo (MONIZ, 1975;
SCHAETZEL & ANDERSON, 2005).
Existe diferença entre idade e a maturidade dos solos, onde a a idade (cronologia) é a
medida dos anos transcorridos desde seu início até determinado momento, enquanto
que a maturidade (evolução) é expressa pela evolução sofrida, manifestada por seus
atributos em dado momento de sua existência. Assim, alguns solos podem apresentar
idade absoluta relativamente pequena e serem bem mais maduros que outros com
idade absoluta bem maior.
Finalmente o material de origem trata-se do último fator de formação dos solos que
iremos abordar, este depende da classificação genética das rochas, o que significa
usar critérios que permitam agrupá-las segundo características semelhantes.
174
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Solo é composto de três fases, sendo a primeira, a fase sólida, que é constituída por
material rochoso (local ou transportado) e material orgânico, originário da
decomposição vegetal e/ou animal. A segunda, a fase líquida, corresponde à água ou
a solução do solo (elementos orgânicos e inorgânicos em solução). A última fase, a
gasosa, é de composição variável, de acordo com os gases produzidos e consumidos
pelas raízes das plantas e dos animais (CO2 e O2) (SILVA, 2009).
Portanto, a areia, argila e matéria orgânica (fase solida), o solo apresenta canais ou
poros, importantes para armazenar água para as plantas e organismos, para permitir a
drenagem do excesso de água da chuva – fase liquida - (manutenção do nível
freático), evitar a erosão e facilitar o crescimento das raízes. A vida (incluindo a dos
175
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
seres humanos) só é possível graças à existência dos componentes do solo, visto que
o equilíbrio de suas partes (areia, silte, argila, matéria orgânica, ar, água e nutrientes)
garante o crescimento adequado das plantas (alimento da grande maioria dos
animais) e demais organismos do solo, o que não ocorre, por exemplo, sobre uma
rocha exposta na superfície da Terra (LIMA et al, 2007).
Já sabemos que o solo é constituído por água, ar, minerais e matéria orgânica (Figura
6.1-90). Estes componentes enquadram-se em três fases distintas: A) fase sólida:
matéria orgânica e material mineral do solo; B) fase gasosa: ar do solo (ocupa os
poros do solo); C) fase líquida: água do solo. Os percentuais relativos a cada fase são
muito variáveis de acordo com as condições climáticas, que determinam
principalmente o teor de umidade, textura (proporção de areia, silte e argila), grau de
desenvolvimento do solo, ou mesmo a forma de preparo e utilização do solo (LIMA et
al, 2007).
5%
25%
45%
25%
176
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
O perfil do solo
A camada é distintiva para uma seção do solo que se diferencia das demais em seus
atributos morfológicos em função das características do material herdado em
contraposição aos horizontes que se diferenciam em função dos processos
pedogenéticos. Ou seja, são denominadas camadas quando as seções são pouco ou
não influenciadas por processos pedogenéticos (LIMA et al., 2007).
De acordo com Teixeira et al. (2009), os horizontes mais superficiais do perfil, por
conterem quantidades maiores de matéria orgânica, apresentam uma tonalidade mais
escura, enquanto os horizontes mais inferiores, mais ricos em argilominerais e óxi-
hidróxidos de ferro e de alumínio, são mais claros (regiões temperadas) ou mais
avermelhados e amarelados (em regiões tropicais).
O-H-A-E-B-C-F-R
177
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
A região Amazônica está situada na parte norte da América do Sul com cerca de 6
milhões de km², com uma população de 23.596.953 habitantes e ocupando todos os
Estados da Região Norte, mais o estado de Mato Grosso, o oeste do Maranhão e
cinco municípios de Goiás. Não é totalmente constituída de florestas. O Bioma
Amazônia é uma extensa região apresentando elevada diversidade geológicas,
geomorfológicas, edáficas, climáticas e de vegetação (VALE JUNIOR et al., 2011).
178
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Amostragem de solos
A análise de solo é essencial para avaliar sua fertilidade, pois através da interpretação
dos resultados é possível realizar manejo químico do solo de maneira eficiente e
econômica, já que determina o estoque de nutrientes no solo e os limitantes químicos
no momento anterior ao plantio, possibilitando o desenvolvimento de um programa de
correção e adubação, bem como monitorar e avaliar periodicamente o balanço dos
nutrientes no solo (IAPAR, 1996).
Para se obter uma análise de solo confiável é necessário realizar primeiramente uma
amostragem adequada do solo, como descrito abaixo (MALAVOLTA et al., 1997):
Tipos de amostras:
179
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Durante a coleta, deve-se evitar amostrar em locais próximos a casas, brejos, sucos
de erosão, formigueiros, caminhos, etc.
Profundidade de amostragem
Várias ferramentas são utilizadas para retiradas das amostras: trado de rosca, trado
de caneca, trado holandês, sonda, trado tubular.
Transfira a amostra coletada para um saco plástico limpo e sem contaminantes. Este
recipiente deverá estar bem identificado, incluindo informações como o nome da
propriedade, a profundidade de amostragem e a data da coleta, por exemplo. Logo
após a coleta, fechar o saco plástico e encaminhar para o Laboratório.
180
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Segundo Corrêa (1985) e Chauvel et al. (1991), é comum nas florestas tropicais a
produção agrícola apresentar um decréscimo em poucos anos após o desmatamento
da floresta primária. Tal situação é atribuída a diversos fatores edáficos como pequena
reserva de nutrientes, toxicidade de alumínio, baixa CTC, redução na infiltração da
água no solo, redução da macroporosidade e destruição da estrutura do solo.
Neste aspecto os estudos dos atributos do solo decorrentes da ação diferenciada dos
processos de manejo adquirem grande importância na análise do comportamento das
plantas cultivadas. Do ponto de vista prático é de grande interesse econômico o
estudo dessas alterações, pois assumem relevante importância na recuperação ou
manutenção do seu potencial agrícola (FERNANDES, 1982).
Os principais atributos químicos e físicos que serão abordados a seguir, irão nos
orientar nas interpretações e analises de resultados obtidos a partir da coleta e análise
dos solos na área de influência da Ferrovia Paraense S.A. no Estado do Pará.
6.1.7.4.5 Metodologia
181
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
182
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-93 - Registro fotográfico das amostras de solos nos pontos de coleta
183
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Ponto PS 3: Área de campo – Coleta 14/09/2016 – Solo representativo da ADA, AIA e AII
Ponto PS 3: Área de mata – Coleta 14/09/2016 – Solo representativo da ADA, AIA e AII
184
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
185
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
A localização dos pontos de coleta para amostragem pode ser observada nos mapas:
Mapa 6.1-9.
186
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187
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
188
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
-3 -3 -1
mg dm cmolc dm dag Kg
CAMPO 4,9 10,8 ns ns 100 7 ns 0,26 1,0 0,5 0,10 3,0 1,7
MATA 4,7 3,0 ns ns 18 25 ns 0,05 0,1 0,2 0,3 2,4 0,7
RESULTADOS COMPLEMENTARES
TIPO DE ÁREA SB t T V m Ca/T Mg/T K/T H+Al/T Ca+Mg/T Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
cmolc dm-3 % Relações entre Bases (T) % Relações entre Bases
CAMPO 1,76 1,86 4,8 37 5 21 10 6 63 32 2,0 3,8 1,9 5,8
MATA 0,35 0,65 2,8 13 46 4 7 2 87 11 0,5 2,0 4,0 6,0
RESULTADOS DE MICRONUTRIENTES RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICA
B Cu Fe Mn Zn Areia Total Argila Silte CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE ÁREA
Textura
-3 -1
mg dm g Kg
CAMPO 0,22 0,4 121 2,1 1,7 410 485 105 Argilosa
MATA 0,17 1,1 121 0,8 0,3 385 505 110 Argilosa
Aptidão agrícola (indicação de uso do solo): N/R – NÃO recomendadas; R/P – REGULAR para pecuária; B/A – BOA para agricultura e B/P – BOA para pecuária.
*
189
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
-3 -3 -1
mg dm cmolc dm dag Kg
CAMPO 4,9 2,3 ns ns 22 5 ns 0,06 0,5 0,1 0,1 2,5 0,8
MATA 4,7 2,5 ns ns 14 2 ns 0,04 0,1 0,1 0,2 3,2 0,8
RESULTADOS COMPLEMENTARES
TIPO DE ÁREA SB t T V m Ca/T Mg/T K/T H+Al/T Ca+Mg/T Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
cmolc dm-3 % Relações entre Bases (T) % Relações entre Bases
CAMPO 0,66 0,76 3,2 21 13 16 3 2 79 19 5,0 8,3 1,7 10
MATA 0,24 0,44 3,4 7 46 3 3 1 93 6 1,0 2,5 2,5 5,0
RESULTADOS DE MICRONUTRIENTES RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICA
B Cu Fe Mn Zn Areia Total Argila Silte CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE ÁREA
Textura
-3 -1
mg dm g Kg
CAMPO 0,12 0,9 66 0,4 0,1 435 465 100 Argilosa
MATA 0,09 0,3 133 0,5 0,1 610 308 82 Média
Aptidão agrícola (indicação de uso do solo): N/R – NÃO recomendadas; R/P – REGULAR para pecuária; B/A – BOA para agricultura e B/P – BOA para pecuária.
*
190
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
-3 -3 -1
mg dm cmolc dm dag Kg
CAMPO 4,4 2,8 ns ns 47 2 ns 0,12 1,2 0,8 2,4 13,7 1,4
MATA 4,4 2,2 ns ns 23 2ns ns 0,06 0,1 0,1 2,6 11,2 0,9
RESULTADOS COMPLEMENTARES
TIPO DE ÁREA SB t T V m Ca/T Mg/T K/T H+Al/T Ca+Mg/T Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
cmolc dm-3 % Relações entre Bases (T) % Relações entre Bases
CAMPO 2,12 4,52 15,8 13 53 8 5 1 87 13 1,5 10 6,7 16,7
MATA 0,26 2,86 11,5 2 91 1 1 0 98 2 1,0 1,7 1,7 3,3
RESULTADOS DE MICRONUTRIENTES RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICA
B Cu Fe Mn Zn Areia Total Argila Silte CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE ÁREA
Textura
-3 -1
mg dm g Kg
CAMPO 0,17 3,5 168 9,9 2,3 110 765 125 Muito argilosa
MATA 0,15 1,8 150 1,3 0,6 510 395 95 Argilosa
Aptidão agrícola (indicação de uso do solo): N/R – NÃO recomendadas; R/P – REGULAR para pecuária; B/A – BOA para agricultura e B/P – BOA para pecuária.
*
191
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
-3 -3 -1
mg dm cmolc dm dag Kg
CAMPO 5,0 3,2 ns ns 61 2 ns 0,16 0,7 0,3 0,1 2,0 0,7
MATA 5,2 2,8 ns ns 40 2 ns 0,1 2,3 1,1 0,0 3,6 1,8
RESULTADOS COMPLEMENTARES
TIPO DE ÁREA SB t T V m Ca/T Mg/T K/T H+Al/T Ca+Mg/T Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
cmolc dm-3 % Relações entre Bases (T) % Relações entre Bases
CAMPO 1,16 1,26 3,2 37 8 22 10 5 63 32 2,3 4,4 1,9 6,2
MATA 3,5 3,5 7,1 49 0 32 16 1 51 48 2,1 23,0 11,0 34,0
RESULTADOS DE MICRONUTRIENTES RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICA
B Cu Fe Mn Zn Areia Total Argila Silte CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE ÁREA
Textura
-3 -1
mg dm g Kg
CAMPO 0,06 0,9 81 4,4 0,6 685 250 65 Média
MATA 0,09 1,0 50 8,1 1,0 485 415 100 Argilosa
Aptidão agrícola (indicação de uso do solo): N/R – NÃO recomendadas; R/P – REGULAR para pecuária; B/A – BOA para agricultura e B/P – BOA para pecuária.
*
192
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
-3 -3 -1
mg dm cmolc dm dag Kg
CAMPO 4,9 1,2 ns ns 54 0 ns 0,14 1,0 0,2 0,1 2,6 0,6
MATA 5,0 4,9 ns ns 100 2 ns 0,26 0,7 0,6 0,1 3,2 6,0
RESULTADOS COMPLEMENTARES
TIPO DE ÁREA SB t T V m Ca/T Mg/T K/T H+Al/T Ca+Mg/T Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
cmolc dm-3 % Relações entre Bases (T) % Relações entre Bases
CAMPO 0,44 0,54 3,0 14 18 3 7 5 86 10 0,5 0,7 1,4 2,1
MATA 1,56 1,66 4,8 33 6 15 13 6 67 27 1,2 2,7 2,3 5,0
RESULTADOS DE MICRONUTRIENTES RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICA
B Cu Fe Mn Zn Areia Total Argila Silte CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE ÁREA
Textura
-3 -1
mg dm g Kg
CAMPO 0,03 0,2 20 0,7 0,1 385 505 110 Argilosa
MATA 0,06 0,2 45 4,3 0,3 685 250 65 Média
Aptidão agrícola (indicação de uso do solo): N/R – NÃO recomendadas; R/P – REGULAR para pecuária; B/A – BOA para agricultura e B/P – BOA para pecuária.
*
193
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
-3 -3 -1
mg dm cmolc dm dag Kg
CAMPO 5,5 4,0 ns ns 46 5 ns 0,12 1,4 0,9 0,00 2,1 1,4
MATA 5,1 2,9 ns ns 18 1 ns 0,05 0,3 0,2 0,00 2,2 0,6
RESULTADOS COMPLEMENTARES
TIPO DE ÁREA SB t T V m Ca/T Mg/T K/T H+Al/T Ca+Mg/T Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
cmolc dm-3 % Relações entre Bases (T) % Relações entre Bases
CAMPO 2,42 2,42 4,5 54 0 31 20 3 46 51 1,6 11,7 7,5 19,2
MATA 0,55 0,55 2,8 20 0 11 7 2 80 18 1,5 6,0 4,0 10
RESULTADOS DE MICRONUTRIENTES RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICA
B Cu Fe Mn Zn Areia Total Argila Silte CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE ÁREA
Textura
-3 -1
mg dm g Kg
CAMPO 0,09 1,8 31 2,8 0,1 535 375 90 Argilosa
MATA 0,03 7,0 44 1,5 0,2 822 140 38 Arenosa
Aptidão agrícola (indicação de uso do solo): N/R – NÃO recomendadas; R/P – REGULAR para pecuária; B/A – BOA para agricultura e B/P – BOA para pecuária.
*
194
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
O que se observa na Amazônia é uma exploração agrícola sendo realizada com o uso
indiscriminado do fogo, sendo caracterizada pela derrubada e pela queima de florestas
primárias e secundárias para limpeza e “adubação” da área (MATOS et al., 2012).
Isto reforça a tese de Vale Júnior et al. (2001), quando afirmam que uma das
características que marcantes em solos formados na Amazônia é sua acidez elevada,
além da extrema pobreza em fósforo, saturação por alumínio alta, baixa CTC, entre
outras.
195
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
14
12
10
pH em H2O
5,5
5,2
5,1
pH Campo
4,9
4,9
4,9
6
4,7
4,7
4,4
4,4
5
pH Mata
4
0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Pontos de amostragens
Observa-se que os valores de MO variaram de 0,6 a 1,7 dag kg-¹ nas áreas de campo,
enquanto que nas áreas de mata os resultados encontrados foram entre 0,6 a 6,0 dag kg-
¹ (Figura 6.1-95). Segundo a classificação agronômica valores de MO abaixo de 0,7 dag
kg-¹ são considerados muito baixo, valores entre 0,71 e 2,0 dag kg-¹ baixos e valores
entre 4,1 a 7,0 dag kg-¹ são considerados bom (RIBEIRO et al., 1999). Portanto, a
maioria dos solos analisados neste estudo apresentaram valores de matéria orgânica
considerados baixos para uso agrícola, o que significa dizer que caso no futuro ocorra a
utilização destes solos para agricultura se faz extremamente necessário um manejo
adequado para se garantir o sucesso do empreendimento agrícola.
Figura 6.1-95 - Resultado dos teores de matéria orgânica em áreas de campo e de mata (PS
1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 Rio Maria; PS 5 - Redenção e
PS 6 – Santana do Araguaia).
196
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
6
6
5
M.O. dag Kg-
M.O. Campo
3
M.O. Mata
1,8
1,7
2
1,4
1,4
0,9
0,8
0,8
0,7
0,7
0,6
0,6
1
0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Pontos de amostragens
A fertilidade é a característica que mais evidencia o valor agronômico do solo. Ela define
a capacidade do solo em fornecer nutrientes às plantas em quantidades e proporções
adequadas para a obtenção de grandes produtividades, e pode ser modificada pelo
homem com certa facilidade, para se adequar às exigências da planta cultivada.
A planta retira do solo grandes quantidades (kg/ha) dos nutrientes nitrogênio (N), fósforo
(P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S), chamados macronutrientes.
Ela retira, também, pequenas quantidades (g/ha) de boro (B), cobre (Cu), cloro (Cl), ferro
(Fe), níquel (Ni) manganês (Mn) e zinco (Zn), razão pela qual são chamados
micronutrientes. Esses elementos perfazem, juntos, apenas 5 a 7% do peso seco das
plantas. Entretanto, são essenciais para que ela possa absorver do ar e da água o
carbono (C), o oxigênio (O) e o hidrogênio (H) e sintetizar os produtos orgânicos diversos
que comporão a produção agrícola (MARSCHNER, 1995).
197
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Tabela 6.1-16 - Visão geral da fertilidade dos solos do Cerrado e da Amazônia brasileira.
CARACTERÍSTICA "ADEQUADO" CERRADO AMAZÔNIA (1)
Macronutrientes
198
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Os valores mais elevados de fósforo e soma de bases na superfície podem ser atribuídos
aos maiores teores de matéria orgânica em superfície e adubações sucessivas, refletindo
o efeito cumulativo da aplicação de adubos (MARQUES et al., 2004). Esta informação se
comprova com os resultados encontrados neste trabalho, pois se observarmos os pontos
como maiores teores de MO (Figura 6.1-95) são aqueles que apresentam valores de
fósforo disponíveis de médio para muito bom, como exemplo podemos citar o ponto de
amostragem PS5 em áreas de mata, que apresentaram valor médio (4,9 mg dm-³) de
fósforo disponível.
Figura 6.1-96 - Resultado de P meh-¹ (mg dm-³) em áreas de campo e de mata (PS 1 -
Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 - Redenção e
PS 6 – Santana do Araguaia).
12
10,8
10
8
P meh-¹ (mg dm-³)
6
4,9
Campo
Mata
4
4
3,2
2,9
2,8
2,8
3
2,5
2,3
2,2
2
1,2
0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Pontos de amostragens
Figura 6.1-97 - Resultado de K meh-¹ (mg dm-³) em áreas de campo e de mata (PS 1 -
Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 - Redenção e
PS 6 – Santana do Araguaia).
199
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
120
100 100
100
80
K meh-¹ (mg dm-³)
61
60 54 Campo
47 46 Mata
40
40
22 23
18 18
20 14
0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Este baixo teor de K que identificamos neste trabalho através das áreas estudadas
podem ser elevados quando os solos são submetidos à queima, onde já fora comprovado
em diversos estudos que ocorre um aumento de K; Sanchez & Vilachica (1983),
verificaram incrementos de 56% nos teores de K após a queima da floresta em razão dos
altos teores de K contidos nas cinzas, que são liberados para a solução do solo.
Neste aspecto cabe ressaltar que a implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) vem
sendo direcionada para várias regiões, dentre as quais a Amazônica, onde os modelos
tradicionais de exploração e desmatamentos seguidos pela atividade agropecuária já
exportaram muitos nutrientes. Podendo esses sistemas se tornarem uma alternativa para
a produção agrícola, além de proporcionarem a recuperação do ambiente, melhorando os
atributos do solo e, consequentemente, a vegetação nele existente (LIMA et al., 2011).
200
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
por estarem adsorvidos (ligados) às cargas negativas das argilas – capacidade de troca
catiônica (CTC) e estão em equilíbrio com a solução do solo (RIBEIRO et al., 1999).
Os teores de cálcio (Ca) (Figura 6.1-98a) e magnésio (Mg) (Figura 6.1-98b), são mais
elevados no ponto de amostragem PS4 em áreas de mata, onde: Ca = 2,3 Cmol(c)dm-3 e
Mg = 1,1 Cmol(c)dm-3.
O enxofre (S) é extraído do solo com solução de CaH2PO4 0,01 mol/L, que extrai
principalmente a forma de sulfato, considerada disponível. Os teores apresentados no
gráfico, refere-se à camada arável (0-20 cm), convém ressaltar que é comum haver
acúmulo de sulfato abaixo da camada arável e, assim, uma diagnose mais apurada sobre
a disponibilidade de enxofre deve levar em conta, também, os teores da camada de 20-
40 cm de profundidade.
201
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
202
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-98 - Resultado de cálcio (Ca) (a), magnésio (Mg) (b), enxofre (S-SO4=) (c) e alumínio (Al) (d) presente no solo, em áreas de campo e mata,
nos seguintes pontos de amostragens: PS1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 - Redenção e PS 6 –
Santana do Araguaia.
2,3
1,1
2,5 1,2
0,9
2 1
0,8
Mg Cmol(c) dm-3
Ca Cmol(c) dm-3
0,8
1,4
0,6
1,5 1,2
Campo Campo
0,5
0,6
1
1 Mata Mata
0,7
0,7
0,3
0,4
0,5
0,2
0,2
0,2
0,3
0,5
0,1
0,1
0,1
0,2
0,1
0,1
0,1
0 0,1 0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06 PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
(a) (b)
30 3
2,6
25
2,4
25 2,5
S-SO4= (mg dm -3)
Al (Cmol(c) dm-3)
20 2
0,3
0,2
5 0,5
0,1
0,1
0,1
0,1
0,1
2
2
2
2
2
0
0
0
0
0 0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06 PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
(c) (d)
203
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Os valores de acidez potencial variaram entre 2,0 a 13,7 Cmol(c)dm-3 nas áreas de campo
e de 2,1 a 11,2 Cmol(c)dm-3 nas áreas de mata (Figura 6.1-99). Os valores extremos de
13,7 e 11,2 Cmol(c)dm-3 de acidez potencial são considerados muito altos, segundo
Ribeiro et al. (1999), que interpreta resultados acima de 5,0 Cmol(c)dm-3 como sendo
muito alto.
Figura 6.1-99 - Resultado da acidez potencial presente no solo, em áreas de campo e mata
(PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 -
Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia).
16
13,7
14
11,2
12
H + Al Cmol(c) dm-3
10
8 Campo
Mata
6
3,6
3,2
3,2
4
2,6
3
2,5
2,4
2,1
2,1
2
0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Micronutrientes
204
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
água o carbono (C), o oxigênio (O) e o hidrogênio (H) e sintetizar os produtos orgânicos
diversos que comporão a produção agrícola (MARSCHNER, 1995).
Os resultados dos micronutrientes, boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn) e
zinco (zn) obtidos neste trabalho, estão no gráfico constante nas Figura 6.1-100 e Figura
6.1-101 que representam as áreas de campo e de mata, respectivamente.
205
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-100 - Resultado dos Micronutrientes presentes no solo, em áreas de campo (PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá;
PS 4 – Rio Maria; PS 5 - Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia).
180,00
168
160,00
140,00
121
120,00
Micronutrientes do solo
100,00 B
mg dm -3
Cu
81
80,00 Fe
66
Mn
60,00 Zn
40,00
31
20
20,00
9,9
4,40
2,80
2,10
1,80
1,70
0,90
0,90
3,5
0,70
0,60
0,40
0,20
0,22
0,17
0,10
0,10
0,10
0,12
0,09
0,06
0,03
2,3
0
0,00
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Pontos de amostragens
206
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-101 - Resultado dos Micronutrientes presentes no solo, em áreas de mata (PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá;
PS 4 –Rio Maria; PS 5 - Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia)
160
150
133
140 121
120
Micronutrientes do solo
100
B
mg dm -3
80 Cu
Fe
Mn
60
50
Zn
45
44
40
20
8,1
4,3
7
0,17
0,15
0,09
0,09
0,06
0,03
1,8
1,5
1,3
0,8
0,6
0,5
0,3
0,3
0,3
0,2
0,2
0,1
0,1
1
0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Pontos de amostragens
.
207
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Os níveis considerados adequados para os solos dos micronutrientes são: B: 0,5-1,0; Cu:
0,8-1,6; Fe: 30-40; Mn: 10-20 e Zn: 1-5, segundo Malavolta (2006) (Tabela 6.1-16). Os
valores de boro (B) encontrados nos solos de influência do empreendimento, nos pontos
de amostragens, todos estão abaixo do adequado; os valores de cobre (Cu) nas áreas de
campo nos pontos PS2, PS3, PS4 e PS6 (Figura 6.1-100), possuem valores
considerados adequados, já nas áreas de mata nos pontos PS1, PS3 e PS4 (Figura
6.1-101) estão em níveis adequados; com relação aos valores de ferro (Fe) nas áreas de
campo todos os pontos de amostragens estão com valores acima do adequado, com
exceção dos pontos PS5 e PS6; o manganês (Mn) em todos os pontos de amostragens
tanto em área de campo como em áreas de mata, estão com valores abaixo do
adequado; e por fim o zinco (Zn) nas áreas de campo os pontos PS1 e PS3 e estão em
níveis adequados, nas áreas de mata somente o ponto PS4 apresenta nível adequado.
208
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Figura 6.1-102 - Resultado dos Percentuais por Saturação de Bases presentes no solo, em
áreas de campo e de mata (PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS
4– Rio Maria; PS 5 - Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia).
60
53,5
49,3
Percentagem por saturação de bases V (%)
50
36,7
37
40
32,8
30
V(%) Campo
20,9
20
V(%) Mato
20
14,5
13,4
12,7
10
7
2,3
0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Pontos de amostragens
O somatório dos cátions Ca2+, Mg2+, K+ e Na+ é chamado soma de bases trocáveis (SB)
(RIBEIRO et al., 1999; LUZ et al., 2002). A adição do Al3+ ao valor da SB resulta na
capacidade de troca catiônica efetiva (CTC efetiva ou t) no pH atual do solo. A adição do
Al+H ao SB resulta na capacidade de troca catiônica a pH 7 (CTC a pH 7 ou T). A CTC
efetiva mostra a quantidade de bases trocáveis ou Al3+ que o solo possui e pode ceder à
planta; a CTC a pH 7, dá uma ideia do potencial de bases trocáveis que o solo pode reter
em forma disponível, caso sua acidez seja corrigida (LUZ et al., 2002).
A magnitude dos valores individuais de cada nutriente, assim como as variáveis deles
derivadas (SB, t, T, V e m) dão uma ideia do grau da fertilidade do solo, ou seja, de sua
capacidade de ceder nutrientes para as plantas (RAIJ, 1991).
Na Tabela 6.1-17, estão apresentados os teores das variáveis SB, t, T e m, nos pontos
de amostragens em áreas de campo e mata. Os teores de SB em áreas de campo nos
pontos PS3, PS4 e PS5 encontram-se abaixo do recomendado, segundo Ribeiro et al.
(1999) que indicam como sendo teores abaixo de 1,8 cmolc dm-³ muito baixo para
classificação agronômica; assim como em áreas de mata onde apena o pontos PS6 está
com teor muito bom conforme Ribeiro et al. (1999).
Valores altos de m indicam solos com alto impedimento ao crescimento da planta por
toxidez de alumínio (LUZ et al., 2002).
209
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
Tabela 6.1-17 - Teores de soma de bases (SB), nos pontos de amostragens em áreas de
campo e de mata.
CAMPO MATA
PONTOS SB T T M SB T T M
Os cátions básicos são o cálcio (Ca²+), o magnésio (Mg²+) e o potássio (K+). Eles são
importantes no processo de nutrição das plantas e a interação entre eles é fundamental,
em termos de favorecer ou inibir a absorção pelas plantas. Portanto, a atenção a estas
relações é bastante importante, uma vez que estes nutrientes disputam os mesmos
pontos de troca da CTC. Assim, o excesso de um pode levar à deficiência induzida dos
outros. Cada espécie vegetal exige uma relação específica entre as bases, de acordo
com sua necessidade nutricional (RIBEIRO et al., 1999).
Souza & Lobato (2004), estudando os solos do Cerrado indicaram como interpretação
das relações, os resultados apresentados abaixo na Tabela 6.1-18.
Na Tabela 6.1-19, estão os resultados das relações entre Ca, Mg e K nos pontos de
amostragens em áreas de campo e mata, que foram analisados neste trabalho. Nas
áreas de campo, observamos que as relações entre Ca/K nos pontos PS2 (8,3), PS3 (10)
e PS6 (11,7) estão considerados relações mediana, conforme a Tabela 6.1-18, enquanto
que os demais pontos estão abaixo. Na área de mata o ponto PS6 apresenta a relação
mais alta entre Ca/K de 19,2, ou seja, esta relação como já foi descrita acima o excesso
de um nutriente poderá levar a inibição do outro.
210
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
CAMPO MATA
PONTOS
CA/MG CA/K MG/K CA+MG/K CA/MG CA/K MG/K CA+MG/K
Após a coleta das informações ambientais nas regiões estudadas, observaram-se que a
maioria destas áreas se encontravam antropizada, ou seja, ocupadas pelo homem,
através de plantações de capim para formação de pastagens - para criação de bovinos -
e plantações de culturas agrícolas. Sendo detectados até mesmo áreas não
recomendadas para utilização (N/R), segundo a aptidão agrícola, nem para agricultura e
nem para pecuária, já ocupadas de forma desordenada. Com isso áreas que deveriam
estar preservadas, foram ocupadas de forma desnecessária, pois a atividade
agropecuária se demonstra inviável nestes locais devido as características do solo.
Áreas com boa aptidão agrícola e pecuária, ainda sim necessitam de um estudo
aprofundado para sua correta utilização, pois encontramos solos com sérias deficiências
físicas e químicas, precisando de correção e manejo adequado de acordo com a cultura a
ser implantada.
Neste sentido se faz necessário para uma futura utilização, seja pela agricultura ou pela
pecuária, destas áreas de influência do empreendimento, o acompanhamento técnico de
preferência um engenheiro agrônomo para nortear os empreendimentos agropecuários a
serem implantados.
211
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.
212
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXOS
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Anexo 6.1 1
Legenda de identificação dos solos
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Anexo 6.1 2
Laudos das análises de solo
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