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VOLUME III / X
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL – MEIO FÍSICO

Geologia . Geomorfologia . Pedologia

i
MEIO FÍSICO ................................................................................................................... 1
6.1.5 Geologia ........................................................................................................................... 1
6.1.5.1 Bacia do Marajó................................................................................................................ 4
6.1.5.2 Bacia de São Luiz - Grajaú .............................................................................................. 8
6.1.5.3 Cinturão Araguaia........................................................................................................... 17
6.1.5.4 Bacia do Parnaíba .......................................................................................................... 22
6.1.5.4.1 Formação Pimenteiras ................................................................................................... 24
6.1.5.4.2 Formação Longá ............................................................................................................ 25
6.1.5.4.3 Formação Poti ................................................................................................................ 26
6.1.5.4.4 Formação Piauí .............................................................................................................. 26
6.1.5.4.5 Formação Pedra de Fogo .............................................................................................. 27
6.1.5.4.6 Formação Motuca........................................................................................................... 28
6.1.5.4.7 Formação Barreiras ........................................................................................................ 28
6.1.5.4.8 Depósitos Aluvionares - Tucunaré ................................................................................. 29
6.1.5.5 Craton Amazônico – Craton Bacajá ............................................................................... 29
6.1.5.5.1 Complexos Metamórficos ............................................................................................... 31
6.1.5.5.2 Greenstone belts ............................................................................................................ 32
6.1.5.5.3 Magmatismo Orogênico Pré-Colisional .......................................................................... 34
6.1.5.5.4 Magmatismo Orogênico Sin a Tardi-Colisional .............................................................. 35
6.1.5.5.5 Magmatismo Orogênico Tardi a Pós-Colisional ............................................................. 35
6.1.5.5.6 Magmatismo Orogênico Pós-Colisional ......................................................................... 36
6.1.5.5.7 Coberturas Fanerozóicas ............................................................................................... 36
6.1.5.5.8 Recursos Minerais do Domínio Bacajá .......................................................................... 37
6.1.5.6 Craton Amazônico – Dominio Carajás ........................................................................... 39
6.1.5.7 Craton Amazônico – Dominio Rio Maria ........................................................................ 44
6.1.5.7.1 Suíte Sanukitóide Rio Maria ........................................................................................... 46
6.1.5.7.2 Suítes Sanukitóides ........................................................................................................ 47
6.1.5.8 Craton Amazônico – Dominio Santana do Araguaia ...................................................... 53
6.1.5.8.1 Ortognaisse Rio Campo Alegre ...................................................................................... 54
6.1.5.8.2 Sequência Fazenda Santa Fé ........................................................................................ 54
6.1.5.8.3 Sequência Mururé .......................................................................................................... 54
6.1.5.8.4 Complexo Santana do Araguaia .................................................................................... 55
6.1.5.8.5 Tonalito Rio Dezoito ....................................................................................................... 55
6.1.5.8.6 Rochas supracrustais ..................................................................................................... 55
6.1.5.8.7 Granitos paleoproterozóicos .......................................................................................... 55
6.1.6 Geomorfologia ................................................................................................................ 59
6.1.6.1 Dados e Métodos Utilizados ........................................................................................... 59
6.1.6.2 Contexto Geomorfológico Regional - AII ........................................................................ 60
6.1.6.2.1 Caracterização das Unidades Geomorfológicas AII ...................................................... 60
6.1.6.2.2 Condicionamento Litoestrutural do Relevo .................................................................. 116
6.1.6.3 Geomorfogênese .......................................................................................................... 122
6.1.6.4 Contexto Geomorfológico – AID/ADA .......................................................................... 123
6.1.6.4.1 Caracterização das Unidades Geomorfológicas da AID/ADA. .................................... 123
6.1.6.4.2 Formas de Acumulação ............................................................................................... 125
6.1.6.4.3 Formas Dissecadas ...................................................................................................... 129
6.1.6.4.4 Formas de Erosão/Aplainamento ................................................................................. 131
6.1.6.5 Dinâmica Superficial ..................................................................................................... 133
6.1.7 Pedologia ...................................................................................................................... 135
6.1.7.1 Apresentação ............................................................................................................... 135
6.1.7.2 Aspectos Gerais ........................................................................................................... 135

ii
6.1.7.2.1 O solo como um sistema disperso ............................................................................... 135
6.1.7.2.2 Relação entre superfície específica, tamanho e forma das partículas. ....................... 138
6.1.7.2.3 Consistência dos solos ................................................................................................. 139
6.1.7.2.4 Estrutura do solo .......................................................................................................... 140
6.1.7.2.5 Manejo e conservação do solo ..................................................................................... 144
6.1.7.2.6 Causas do empobrecimento dos solos ........................................................................ 144
6.1.7.2.7 Sistemas de preparo do solo ........................................................................................ 146
6.1.7.2.8 Erosão .......................................................................................................................... 147
6.1.7.2.9 Práticas conservacionistas ........................................................................................... 153
6.1.7.3 Caracterização e mapeamento dos solos na área de influência da Ferrovia Paraense
S.A. 156
6.1.7.3.1 Considerações Gerais .................................................................................................. 156
6.1.7.3.2 Localização da área de estudo .................................................................................... 157
6.1.7.3.3 Metodologia .................................................................................................................. 157
6.1.7.3.4 Resultados .................................................................................................................... 163
6.1.7.3.5 Conclusões ................................................................................................................... 168
6.1.7.4 Pesquisa de campo ...................................................................................................... 169
6.1.7.4.1 Considerações Iniciais ................................................................................................. 169
6.1.7.4.2 Revisão de Literatura ................................................................................................... 169
6.1.7.4.3 Análise química e física dos solos ............................................................................... 178
6.1.7.4.4 Atributos físicos e químicos dos solos ......................................................................... 181
6.1.7.4.5 Metodologia .................................................................................................................. 181
6.1.7.4.1 Resultados das análises dos solos .............................................................................. 188
6.1.7.4.2 Considerações finais .................................................................................................... 211

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 213

ANEXOS 226

iii
Figura 6.1-1 - Mapa de Unidades geotectônicas no traçado da Ferrovia Paraense S.A.... 2
Figura 6.1-2 - Configuração tectônica simplificada do nordeste do Brasil com a
localização do Rift do Marajó e os cinturões de cisalhamento orogênicos Precambrianos.
(COSTA et al. 2002). ........................................................................................................ 5
Figura 6.1-3 - Quatro estágios da evolução paleogeográfica da região de Marajó e áreas
adjacentes. (a) rápido-tardio estágio de Rift com depocentros assimétricos preenchidos
por fanglomerados derivados do Arco de Gurupá. (b) Estagio de Rift tardio caracterizado
pelo sistema principal fluvial na Bacia do Marajó de Oeste e Sudoeste. (c) Estágio pós
Rift definido por uma configuração de graben simétrico com influência marinha para o
Norte. (d) Fisiografia Mioceno – Plioceno com o “Mar de Pirabas” avançando 150km no
continente. (e) Fisiografia do quartenário amplamente caracterizada pela morfologia
fluvial – estuarina, (COSTA et al. 2002). ........................................................................... 6
Figura 6.1-4 - Afloramento de sedimentos do grupo Barreiras composto por cascalhos de
laterita em matriz de argila com pouca areia, formados originalmente por sedimentos
argilo-arensos de origem fluvial, nas proximidades do Porto das Companhias Doca do
Pará na Vila do Conde. (por Waldirney M. Calado). .......................................................... 7
Figura 6.1-5 - Rede de drenagem secundária que corta os sedimentos do grupo
Barreiras, estrada vicinal que acompanha o linhão de energia elétrica nas proximidades
da PA-252 entre Vila do Conde e Vila de Beja . (por Waldirney M. Calado). ..................... 7
Figura 6.1-6 - Topografia plana de baixa altitude com intensa rede de drenagem
secundária que corta os sedimentos do grupo Barreiras, as margens da BR-155 próximo
a cidade de Moju-PA. (por Waldirney M. Calado). ............................................................ 8
Figura 6.1-7 - Mapa geológico simplificado com as bacias sedimentares cretáceas no
Norte do Brasil, com destaque para a Bacia de São Luiz - Grajaú, (Nascimento & Góes,
2007). ............................................................................................................................... 9
Figura 6.1-8 - Quadro estratigráfico da Bacia de São Luiz - Grajaú, adaptado de Góes e
Coimbra, 1996. ................................................................................................................10
Figura 6.1-9 - Topografia plana de altitude de cerca de 30m acima do nível do mar com
menor rede de drenagem secundária que corta os sedimentos do grupo Itapecuru, as
margens da BR-155 próximo a cidade de Tailandia-PA. (por Waldirney M. Calado). .......11
Figura 6.1-10 - Afloramento de sedimentos argilosos com caulim e pouca areia de origem
fluvio-lacustre do grupo Itapecuru, as margens da BR-155 próximo a cidade de
Goianésia-PA. (por Waldirney M. Calado). ......................................................................11
Figura 6.1-11 - Afloramento de sedimentos arenosos em paleocanal de origem fluvial do
grupo Itapecuru, as margens da BR-155 próximo a cidade de Goianésia-PA. (por
Waldirney M. Calado). .....................................................................................................12
Figura 6.1-12 - Afloramento de sedimentos com matriz argilo-arenosas com cascalhos de
laterita ferruginosa dispersos – Argila de Belterra, do Grupo Itapecuru, as margens da
BR-155 próximo a cidade de Goianésia-PA. (por Waldirney M. Calado). .........................12

iv
Figura 6.1-13 - Rio Capim – Entrada da Fazenda da empresa CIKEL ponte sobre via
vicinal, próximo a cidade de Goianésia-PA. (por Waldirney M. Calado). ..........................13
Figura 6.1-14 - Corte de estrada com afloramento de caulim, sedimentos do Grupo
Itapecuru, as margens da BR-222 próximo a cidade de Abel Figueiredo-PA. (por
Waldirney M. Calado). .....................................................................................................13
Figura 6.1-15 - A - Corte de estrada com afloramento de contato com sedimento
compostos por seixos cm a dm em matriz argilo-arensoso na base com argila de belterra
recobrindo estes - B, evidenciado pela quebra de resistência do material da parede do
corte de estrada, sedimentos do Grupo Itapecuru, as margens da BR-222 próximo a
cidade de Abel Figueiredo-PA. (por Waldirney M. Calado). .............................................13
Figura 6.1-16 - Topografia composta por extensos platôs formando vales entrecortados
por rede de drenagem secundária em sedimentos do Grupo Itapecuru formados
preferencialmente por argila de Belterra – área de ocorrência de bauxitas, as margens da
BR-222 próximo à cidade de Rondon do Pará - PA. (por Waldirney M. Calado). .............14
Figura 6.1-17 - Estrada vicinal de acesso a Vila Santa Lucia, conhecida como Vila do
Jacú, onde aflora os sedimentos argilo-arenosos do Grupo Itapecuru formados
preferencialmente por argila de Belterra – área de ocorrência de bauxitas, próximo à
cidade de Rondon do Pará - PA. (por Waldirney M. Calado). ..........................................15
Figura 6.1-18 - Área de coleta de material onde afloram sedimentos argilo-arenosos
predominentemente argila de Belterra e Caulim nas margens da PA-256 proximo a
Paragominas – PA – área de ocorrência de bauxitas. (por Waldirney M. Calado). ..........15
Figura 6.1-19 - Rio Capim – Travessia de balsa na PA-256 próximo a Paragominas – PA,
onde afloram sedimentos argilo-arenosos do Grupo Itapecuru, predominantemente argila
de Belterra e Caulim. (por Waldirney M. Calado). ............................................................16
Figura 6.1-20 - A - Corte de estrada na PA-256 proximo ao Rio Capim sentido
Paragominas – PA para Tomé Açu – PA; B - onde afloram sedimentos argilo-arenosos
do Grupo Itapecuru, predominentemente argila de Belterra. (por Waldirney M. Calado). .16
Figura 6.1-21 - Reconstrução Paleogeográfica retirada de Klein & Moura (2008),
mostrando os cinturões pan-africanos/brasilianos e as principais regiões cratônicas e
blocos paleoproterozóicos nos cratons Sul-Americano e Oeste-Africano, em Pinheiro et
al. 2011. ...........................................................................................................................19
Figura 6.1-22 - Mapa Geológico do Cinturão Araguaia e embasamento, com indicação
das idades das principais unidades litoestratigráficas disponíveis na literatura. (Modificado
de Gorayeb et al. 2008). Referências: (1) Barros et al. (2010), (2) Alves (2005), (3) Moura
& Gaudette (1999), (4) Arcanjo (2002), (5) Moura & Sousa (2002), (6) Souza & Moura
(1995), (7) Chaves (2003), (8) Chaves et al. (2008), (9) Gorayeb et al. (2000), (10)
Sachett (1996), (11) Macambira & Lafon (1995), em Pinheiro et al. 2011. .......................20
Figura 6.1-23 - Afloramento de metasedimentos do Cinturão Araguaia com ocorrência de
argilas sericitizadas – saprolio de metassedimentos – metapelitos nas margens da BR-
155 proximo a Eldorado dos Carajás - PA. (por Waldirney M. Calado). ...........................21
Figura 6.1-24 - Topografia da área onde ocorrem os metassedimentos do Cinturão
Araguaia e ao fundo a Serra do Tapa; em detalhe – B afloramento de metapelito argiloso
com sericita nas margens da BR-155 proximo a Rio Vermelho – PA. (por Waldirney M.
Calado). ...........................................................................................................................21
Figura 6.1-25 - Localização da Bacia do Parnaíba na porção oeste da região Nordeste do
Brasil. (VIANA et al. 2010). ..............................................................................................23
Figura 6.1-26 - Geologia e recursos minerais da parte central do Domínio Bacajá com
destaque para a região do aerolevantamento Anapu-Tuerê (polígono em vermelho) e

v
para a área de estudo (polígono azul) (modificado de VASQUEZ et al. 2008c), em
Carneiro 2010. .................................................................................................................38
Figura 6.1-27 - Províncias Tectônicas do Estado do Pará. Domínios Rio Maria e Carajás,
Vasquez et al. (2008). ......................................................................................................42
Figura 6.1-28 - Mapa Geológico dos Domínios Rio Maria e Carajás, Vasquez et al.
(2008). .............................................................................................................................43
Figura 6.1-29 - Mapa Geológico dos Domínios Carajás e Rio Maria, modificado de Santos
(2003), Vasquez et al. (2008), Almeida (2010) e Feio (2011). ..........................................44
Figura 6.1-30 - Mapa geológico do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, modificado
de Leite (2001), em Oliveira 2009. ...................................................................................50
Figura 6.1-31 - Províncias geocronológicas do Craton Amazônico, de acordo com
Tassinari & Macambira (2004), em Oliveira 2009. ...........................................................51
Figura 6.1-32 - A – Afloramento de Granito pórfiro do Domínio Rio Maria nas margens da
BR-155 proximo a Xinguara – PA; em detalhe – B, o granito de cor cinza com pórfiros de
plagioclásio e feldspato de cor branca e máficos como anfibólio de coloração escura. (por
Waldirney M. Calado). .....................................................................................................52
Figura 6.1-33 - A – Afloramento de Granito pórfiro do Domínio Rio Maria nas margens da
BR-155 proximo a Pau D’Arco – PA; em detalhe – B, o granito de cor cinza-rosa com
pórfiros de plagioclásio e feldspato de cor branca a rosa e máficos como anfibólio de
coloração escura. (por Waldirney M. Calado). .................................................................52
Figura 6.1-34 - Morro com granito do Domínio Rio Maria nas margens da BR-158 próximo
a Redenção – PA. (por Waldirney M. Calado)..................................................................53
Figura 6.1-35 - Províncias Geocronológicas do Cráton Amazônico: A - Tassinari &
Macambira (2004); B - Santos et al. (2000), em Correa 2012. .........................................57
Figura 6.1-36 - Mapa geológico simplificado do Domínio Santana do Araguaia, Domínio
Rio Maria, Domínio Iriri-Xingu e Faixa Araguaia, com localização de amostras datadas.
Fonte: Adaptado de Macambira et al. (2007), em Correa 2012. .......................................58
Figura 6.1-37 - Unidades de relevo presentes ao longo da Ferrovia Paraense S.A., na aii
(área de influencia indireta)..............................................................................................62
Figura 6.1-38 - Unidades de relevo planicies fluviais na AII. Os pontos em amarelo foram
fotografados em visitas de campo....................................................................................64
Figura 6.1-39 – Perfil sobre o rio mojú, mostrando a área ocupada pela planicie do rio em
amarelo, sobre o modelo digital de terreno srtm. .............................................................65
Figura 6.1-40 – Fotos da ocorrência de planície fluvial ao longo da ferrovia, em a) é
possivel observar a deposição de areia as margens do rio capim, em b) e c) nas margens
do rio mojú e aruandeua é possível observar a deposição de sedimentos ao longo de
trechos das margens, em d) e e) é possivel observar depositos de areias e seixos as
margens dos rios tocantins e itacaiuas. ...........................................................................66
Figura 6.1-41 - Unidades de relevo tabuleiros paraenses na AII. .....................................68
Figura 6.1-42 – Perfil sobre a unidade de relevo tabuleiros paraenses, cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas superiores a 60 metros e inferiores a 100. O perfil
foi feito ao longo da ferrovia. ............................................................................................69
Figura 6.1-43 – Fotos mostrando superfície de aplanamento em sistemas de planos
inclinados, às vezes levemente côncavos. são formados por um conjunto de formas de
relevo de topos tabulares, conformando feições de rampas suavemente inclinadas e
lombas esculpidas em coberturas sedimentares inconsolidadas. a localização das
fotografias pode ser vista na Figura 6.1-41. .....................................................................70

vi
Figura 6.1-44 - Unidades de relevo chapada de paragominas na AII. ..............................72
Figura 6.1-45 – Perfil sobre a unidade de relevo chapada de paragominas, cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas superiores a 120 metros, com topos chegando a
altitude de 200 metros. ....................................................................................................73
Figura 6.1-46 – Fotos mostrando topos de planaltos e chapadões, dominados por relevos
dissecados residuais. a localização das fotos pode ser observada na Figura 6.1-44. ......74
Figura 6.1-47 - Unidades de relevo planalto dissecado do gurupi – grajaú na AII. ...........76
Figura 6.1-48 – Perfil sobre a unidade de relevo planalto dissecado gurupi-grajaú, cujos
topos apresentam-se em cotas altimetricas entre 180 a 320 metros, apresentando baixa
declividade. no perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada. .........77
Figura 6.1-49 – Fotos mostrando superfície de topo plano a fortemente dissecada em
formas tabulares, fortemente marcados por recortes e reentrâncias de vales em suas
bordas. em a) e b) é possível observar plantações de soja sobre esse relevo plano, em c)
e d) áreas de pasto em relevo levemente ondulado, mostrando a gradação deste relevo
com planalto dissecado guama capim. a localização destas fotos pode ser observada na
Figura 6.1-47 ...................................................................................................................78
Figura 6.1-50 - Unidades de relevo depressão de imperatriz na AII. ................................80
Figura 6.1-51 – Perfil topográfico sobre a unidade depressão de imperatriz cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas de 220 metros, acima e possivel observar a quebra
abrupta com o planalto dissecado do gurupí-grajaú. no perfil é indicado a cota topografica
onde a ferrovia está planejada. ........................................................................................81
Figura 6.1-52 – Fotos mostrando formas de relevo de topos tabulares, conformando
feições de rampas suavemente inclinadas e lombas esculpidas. a localização das fotos
pode ser visualizada no mapa da Figura 6.1-50...............................................................82
Figura 6.1-53 - Unidades de relevo patamar dissecado capim – moju na AII. ..................83
Figura 6.1-54 – Perfil topográfico sobre a unidade patamar disseecado mojú-capim cujos
topos apresentam-se em cotas altimetricas superiores a 160 metros, com topos
chegando a 200 metros. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está
planejada. ........................................................................................................................84
Figura 6.1-55 - Fotos mostrando formas homogênea ou diferencial convexas
caracterizado por um conjunto de formas de relevo de topos planos, em geral esculpidas
em rochas cristalinas e, eventualmente, também em sedimentos e dissecadas e
aplainadas. A localização das fotos pode ser visualizada no mapa da Figura 6.1-53.......85
Figura 6.1-56 - Unidades de relevo depressão do bacajá na AII. .....................................87
Figura 6.1-57 - Perfil topográfico sobre a unidade depressão bacajá cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas em média a 150 metros, com topos chegando a 250
metros em alguns locais. .................................................................................................88
Figura 6.1-58 – Fotos mostrando setor topograficamente deprimido pertencente ao
conjunto das depressões periféricas elaboradas na margem sul da bacia amazônica,
conjunto de formas de relevo de topos convexos, em geral esculpidas em rochas
cristalinas e, eventualmente, também em sedimentos. em a) pode-se observar forma
convexa de relevo bordejados por morros em b) setor deprimido as margens da br 210. 89
Figura 6.1-59 - Unidades de relevo depressão do médio e baixo araguaia na AII............91
Figura 6.1-60 - Perfil topográfico sobre a unidade depressão médio e baixo araguaia
cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em média a 110 metros, com topos
chegando a 180 metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a
ferrovia está planejada.....................................................................................................92

vii
Figura 6.1-61 - Fotos mostrando a unidade de relevo depressão médio e baixo araguaia
que ocorrem sobre faixas de dobramentos e coberturas metassedimentares. Nas fotos é
possivel observar o aplainamento nestes terrenos. .........................................................93
Figura 6.1-62 - Unidades de relevo serra dos carajás na AII............................................95
Figura 6.1-63 – Perfil topográfico sobre a unidade serra dos carajás cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas em média a 600 metros, com topos chegando a 750
metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está
planejada. ........................................................................................................................96
Figura 6.1-64 - Unidades de relevo depressão do médio xingu na AII. ............................98
Figura 6.1-65 – Perfil topográfico sobre a unidade depressão do médio xingu cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas em média a 200 metros, com topos chegando a 230
metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está
planejada. ........................................................................................................................99
Figura 6.1-66 – Fotos mostrando superfície de aplanamento elaborada durante fases
sucessivas de retomada dos processos de erosão, os quais geraram sistemas de planos
inclinados, às vezes levemente côncavos......................................................................100
Figura 6.1-67 - Unidades de relevo serras de são félix - antonhão – seringa na AII. ......102
Figura 6.1-68 - Perfil topográfico sobre a unidade serras de são félix - antonhão – seringa
cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em média a 350 metros, com topos
chegando a 625 metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a
ferrovia está planejada...................................................................................................103
Figura 6.1-69 – Fotos mostrando ao fundo os ressaltos que estabelecem contatos
abruptos com a depressão do médio xingu, que envolve os maciços residuais desta
unidade. .........................................................................................................................104
Figura 6.1-70 - Unidades de relevo planaltos residuais do sul do pará na AII. ...............105
Figura 6.1-71 - Perfil topográfico sobre a unidade planaltos residuais do sul do pará cujos
topos apresentam-se em cotas altimetricas variando de 220 a 260 metros. No perfil é
indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada. ...........................................106
Figura 6.1-72 – As fotos a) e b) mostram o resultado da pediplanação pleistocênica que
isolou blocos de relevos residuais em litologias mais resistentes do proterozóico. ........107
Figura 6.1-73 - Unidades de relevo depressão de santana do araguaia na AII. .............108
Figura 6.1-74 - Perfil topográfico sobre a unidade depressão de santana do araguaia
cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas variando de 170 a 195 metros. No perfil
é indicada a cota topografica onde a ferrovia está planejada. ........................................109
Figura 6.1-75 - As fotos mostram a ocorrência de superfícies horizontalizadas desta
unidade, mostrando que as variações topograficas ao longo desta unidade são bem
pequenas o que pode ser visualizado na Figura 6.1-73. ................................................110
Figura 6.1-76 - Unidades de relevo serras de planície do araguaia – javaés na AII. ......112
Figura 6.1-77 - Perfil topográfico sobre a unidade planície do araguaia – javaés cujos
topos apresentam-se em cotas altimetricas variando de 170 a 195 metros. No perfil é
indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada. ...........................................113
Figura 6.1-78 – Perfil ao longo da ferrovia .....................................................................114
Figura 6.1-79 - Perfil topográfico sobre o traçado da Ferrovia Paraense S.A., mostrando
variação altimetrica de 314 metros. ...............................................................................115
Figura 6.1-80 – Estruturas maiores do terciário superior da região nordeste do pará.
Pontilhado: seqüência pirabas-barreiras. Eixos de dobras: linhas com setas transversais

viii
convergentes em sinclinais ou divergentes em anticlinais. Flechas divergentes: orientação
do eixo distensivo 3 . Flechas convergentes: orientação do eixo compressivo 1. ........117
Figura 6.1-81 - Estruturas maiores do quaternário da região nordeste do pará. Eixos de
dobras: linhas com setas transversais convergentes em sinclinais ou divergentes em
...............................119
Figura 6.1-82 - Estruturas neotectônicas maiores da região sudeste do pará e oeste de
tocantins. .......................................................................................................................122
Figura 6.1-83 – Mapa modelados de relevo da área. .....................................................124
Figura 6.1-84 Distribuição volumétrica dos constituintes físicos de dois solos típicos: a)
mineral; b) orgânico. ......................................................................................................136
Figura 6.1-85 Tamanho das partículas ..........................................................................137
Figura 6.1-86 Efeito Catiônico........................................................................................141
Figura 6.1-87 Classificação das práticas conservacionistas...........................................153
Figura 6.1-88 Simbologia na representação das classes de aptidão agrícola ................159
Figura 6.1-89 Reações do inteperismo ..........................................................................171
Figura 6.1-90 - Elementos constituintes dos solos. ........................................................176
Figura 6.1-91 - Ferramentas mais utilizadas para retirar amostras de solos. .................180
Figura 6.1-92 - Metodologia de trabalho para a caracterização do solo da área de
influência .......................................................................................................................181
Figura 6.1-93 - Registro fotográfico das amostras de solos nos pontos de coleta ..........183
Figura 6.1-94 - Resultado de pH em H2O em áreas de campo e de mata ( PS 1 -
Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 Rio Maria; PS 5 - Redenção
e PS 6 – Santana do Araguaia). ....................................................................................195
Figura 6.1-95 - Resultado dos teores de matéria orgânica em áreas de campo e de mata
(PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 Rio Maria; PS 5 -
Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia). ...................................................................196
Figura 6.1-96 - Resultado de P meh-¹ (mg dm-³) em áreas de campo e de mata (PS 1 -
Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 -
Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia). ...................................................................199
Figura 6.1-97 - Resultado de K meh-¹ (mg dm-³) em áreas de campo e de mata (PS 1 -
Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 -
Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia). ...................................................................199
Figura 6.1-98 - Resultado de cálcio (Ca) (a), magnésio (Mg) (b), enxofre (S-SO4=) (c) e
alumínio (Al) (d) presente no solo, em áreas de campo e mata, nos seguintes pontos de
amostragens: PS1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS3 - Marabá; PS 4 – Rio
Maria; PS 5 - Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia. ...............................................203
Figura 6.1-99 - Resultado da acidez potencial presente no solo, em áreas de campo e
mata (PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS
5 - Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia). ..............................................................204
Figura 6.1-100 - Resultado dos Micronutrientes presentes no solo, em áreas de campo
(PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 -
Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia). ...................................................................206
Figura 6.1-101 - Resultado dos Micronutrientes presentes no solo, em áreas de mata (PS
1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 –Rio Maria; PS 5 -
Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia) ....................................................................207

ix
Figura 6.1-102 - Resultado dos Percentuais por Saturação de Bases presentes no solo,
em áreas de campo e de mata (PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 -
Marabá; PS 4– Rio Maria; PS 5 - Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia). ...............209

x
Tabela 6.1-1 Variação das superfícies específicas de uma grama de partículas cúbicas
em função da dimensão de suas arestas. ......................................................................139
Tabela 6.1-2 Teor de umidade de solos para trabalhos mecânicos ...............................143
Tabela 6.1-3 Efeito da cobertura vegetal sobre as propriedades físicas em um solo
argiloso da Malásia. .......................................................................................................143
Tabela 6.1-4 Efeito da cobertura vegetal sobre a densidade aparente e permeabilidade do
solo em plantações de seringueira na Malásia...............................................................144
Tabela 6.1-5 Quantidade de nutrientes removida do solo por diferentes culturas. .........145
Tabela 6.1-6 Incidência de ervas daninhas em diferentes sistemas de preparo do solo.
......................................................................................................................................147
Tabela 6.1-7 Efeito do manejo do solo sobre a produção de milho em dois tipos de solo
(kg/ha) ...........................................................................................................................147
Tabela 6.1-8 Efeito de diferentes sistemas de manejo em relação a produção e
propriedades físicas do solo. .........................................................................................147
Tabela 6.1-9 Efeito do tipo de solo nas perdas por erosão. ...........................................149
Tabela 6.1-10 Erodibilidade de 5 diferentes séries de solos da Malásia. .......................150
Tabela 6.1-11 Efeito do comprimento de rampa sobre as perdas de terra (t/ha) ............150
Tabela 6.1-12 Efeito da cobertura sobre a erosão do solo. ............................................151
Tabela 6.1-13 Efeito de diferentes formulações sobre a erosão do solo. .......................156
Tabela 6.1-14 Quantificação das classes de solos dominantes .....................................163
Tabela 6.1-15 Quantificação das classes de aptidão agrícola das terras .......................167
Tabela 6.1-16 - Visão geral da fertilidade dos solos do Cerrado e da Amazônia brasileira.
......................................................................................................................................198
Tabela 6.1-17 - Teores de soma de bases (SB), nos pontos de amostragens em áreas de
campo e de mata. ..........................................................................................................210
Tabela 6.1-18 - Relações entre Ca, Mg e K para os solos do Cerrado, na interpretação da
analise do solo. ..............................................................................................................210
Tabela 6.1-19 - Relação entre as bases. .......................................................................210

xi
Quadro 6.1-1 Composição da atmosfera livre e da atmosfera do solo, para oxigênio, gás
carbônico e nitrogênio....................................................................................................136
Quadro 6.1-2 Valores de "x" para serem usados na fórmula de BEINTHEY. .................154
Quadro 6.1-3 - Localização dos pontos de amostragem de solo, na área de influência ao
longo da Ferrovia Paraense S.A., Estado do Pará. ........................................................182
Quadro 6.1-4 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 1
......................................................................................................................................189
Quadro 6.1-5 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 2
......................................................................................................................................190
Quadro 6.1-6 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 3
......................................................................................................................................191
Quadro 6.1-7 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 4
......................................................................................................................................192
Quadro 6.1-8 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 5
......................................................................................................................................193
Quadro 6.1-9 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 6
......................................................................................................................................194

xii
Mapa 6.1-1 – Mapa Geológico (30 folhas) ........................................................................ 3
Mapa 6.1-2 – Mapa Geomorfológico (30 folhas) ..............................................................61
Mapa 6.1-3 – Ocorrência das formas de acumulação ao longo da Ferrovia Paraense S.A..
......................................................................................................................................128
Mapa 6.1-4 – Mapa do modelado de relevo dissecado ..................................................130
Mapa 6.1-5 - Mapa do modelado de relevo de erosão/aplainamento .............................132
Mapa 6.1-6 - Mapa de solos ..........................................................................................158
Mapa 6.1-7 - Mapa de aptidão agrícola das terras .........................................................160
Mapa 6.1-8 - Carta-imagem colorida de radar ...............................................................162
Mapa 6.1-9 - Mapa de localização dos pontos de amostragem de solo .........................187

xiii
Anexo 6.1-1 Legenda de identificação dos solos

Anexo 6.1-2 Laudos das análises de solo

xiv
AASHTO Standard Specifications for Highway Bridges
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACT Automação da Circulação de Trens
ADA Área Diretamente Afetada
ADME Áreas de Disposição de Material Excedente
ADMP Áreas para Disposição de Materiais Provisórios
AID Área de Influência Direta
AII Área de Influência Indireta
ALPA Aços Laminados do Pará
ANA Agência Nacional das Águas
ANP Agência Nacional do Petróleo
ANTT Agência Nacional de Transporte Terrestre
AMV Aparelho de Mudança de Via
APA Área de Proteção Ambiental
APP Área de Preservação Permanente
ARPA Programa de Áreas Protegidas da Amazônia
ASO Atestados de Saúde Ocupacional
BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento
CAPEX Capital Expenditure
CAT Comunicação de Acidente do Trabalho
CATR Central de Armazenamento Temporário de Resíduos
CCO Centro de Controle Operacional
CDMA Acesso Múltiplo por Divisão de Código
CDP Companhia Docas do Pará
CERH Conselho Estadual de Recursos Hídricos
CF Constituição Federal
CIDE Contribuição de Intervenção em Domínio Econômico
CIPA Comissões Internas de Prevenção de Acidentes
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos
CNUMAD Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
CONTRAN Conselho Nacional de Trânsito
COSANPA Companhia de Saneamento do Pará
CPRM Serviço Geológico do Brasil
CRFB Constituição da República Federativa do Brasil
DRT Delegacia Regional do Trabalho
DTS Estabilizador Dinâmico de Via Permanente
EFC Estrada de Ferro Carajás
EIA Estudo de Impacto Ambiental

xv
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EPI Equipamento de Proteção Individual
ETA Estação de Tratamento de Água
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
FAPESPA Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas
FDSR Ficha com dados de segurança de resíduos químicos e rotulagem
FISPQ Ficha de Informação de Segurança do Produto Químico
FUNDEFLOR Fundo Estadual de Desenvolvimento Florestal
GC Grau de Compactação
GLP Gases Liquefeitos de Petróleo
GPS Sistema de Posicionamento Global
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IDEFLOR Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará
IEF Instituto Estadual de Florestas
II Imposto sobre Importação
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
INPE Instituto Nacional de Pesquisa Espacial
IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
IRRF Imposto de Renda Retido da Fonte
ISS Imposto Sobre Serviços
LI Licença de Instalação
LO Licença de Operação
LP Licença Ambiental Prévia
LWR Trilhos Longos Soldados
OAE Obras de Arte Especial
OPEX Operational Expenditure
MMA Ministério do Meio Ambiente
MSDS Folha de Dados de Segurança do Produto
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
MZEE-PA Macrozoneamento Econômico e Ecológico do Pará
NR Norma Regulamentadora
PAC Plano de Aceleração do Crescimento
PAE Plano de Atendimento à Emergência
PAS Plano Amazônia Sustentável
PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da
Construção
PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde O
PDM Plano Diretor Municipal
PEM Plano de Estratégia Municipal
PIL Programa de Investimentos em Logística
PIS Programa de Integração Social
PMFS Plano de Manejo Florestal Sustentável
PN Passagens de Nível
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
PRAD Plano de Recuperação de Áreas Degradadas
PROCONVE Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores
PRONAR Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar

xvi
RIMA Relatório de Impacto Ambiental
SAAC Sistema de Armazenamento e Abastecimento de Combustível
SAO Separadores de Água e Óleo
SECTAM Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente
SEDEME Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico
SEMAS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
SETRAN Secretaria de Estado e Transporte
SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
SIG Sistema de Informação Geográfico
SINIR Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos
SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente
SNUC Sistema Nacional de Conservação
STRM Shuttle Radar Topography Mission
TKU Tonelada Quilômetro Útil transportada
TU Tonelada Útil transportada
TR Termo de Referência
UC Unidade de Conservação
UHE Usina Hidrelétrica
ZEE Zoneamento Ecológico-Econômico

xvii
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

MEIO FÍSICO

6.1.5 GEOLOGIA

A abordagem da geologia foi desenvolvida de acordo com o traçado por onde a ferrovia
se desenvolverá, cortando oito (08) principais domínios geotectônicos, que são a partir de
sua extremidade norte a sul a Bacia do Marajó, Bacia de São Luiz - Grajaú, Cinturão
Araguaia, Bacia do Parnaíba, Craton Amazônico – Domínio Bacajá, Craton Amazônico -
Domínio Carajás, Craton Amazônico – Domínio Rio Maria e Craton Amazônico – Domínio
Santana do Araguaia (Figura 6.1-1). O Mapa 6.1-1, composto por 30 folhas, apresenta o
mapa geológico de todos os municípios transpostos pelo projeto da Ferrovia Paraense
S.A.

As tipologias de rochas compreendem todo o espectro da composição das rochas ígneas,


metamórficas e sedimentares, divididas em dezenas de unidades de rochas com idades
desde o arqueano até o quaternário. A Figura 6.1-1 mostra a disposição espacial das
unidades geotectônicas na área.

1
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-1 - Mapa de Unidades geotectônicas no traçado da Ferrovia Paraense S.A.

2
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Mapa 6.1-1 – Mapa Geológico (30 folhas)

Caderno de Mapas Volume III

3
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

6.1.5.1 Bacia do Marajó

A Bacia do Marajó é uma bacia tectônica formada pelo falhamento e afundamento da


região do delta do Amazonas, contendo cerca de 4.000 m de sedimentos, cretáceos e
cenozoicos, apoiados sobre as rochas cristalinas pré-cambrianas.

Área da bacia do Marajó apresenta características geológicas e geomorfológicas, devido


principalmente à extensão do Mesozóico e da neotectônica pós-Mioceno. O evento de
extensão com uma rápida e tardia fase Cretácea originou as quatro sub-bacias que
constituem a bacia do Marajó, com uma sequência clástica continental espessa
mostrando a influência marinha. Falhas normais NW e NNWs e falhas transcorrentes NE
e ENE controlaram a geometria da bacia (Figura 6.1-2). A extensão, relacionada com a
abertura do Atlântico Equatorial, propagadas para o continente ao longo de zonas de
fraqueza da crosta terrestre dos cinturões o rogênicos Precambriano Tumucumaque,
Amapá e Araguaia. O evento neotectonico é um regime transcorrente desenvolvendo
bacias transtensionais preenchidas por depositos marinhos rasos do terciário superior
(formação Pirabas) e sequências de transição (grupo Barreiras), seguidas por depósitos
quaternários fluviais e sequências transitórias derivadas dos rios Amazonas e Tocantins e
o estuário Marajoara (Figura 6.1-3). A paisagem atual tem uma morfologia típica
estuarina. A morfologia da costa apresenta falésias nas sequências de transição do
Terciário superior, enquanto para o interior dominam colinas sustentadas pelas crostas
lateríticas do Pleistoceno médio, com uma superfície plana erosiva de 70m. Na ilha do
Marajó Oriental várias gerações de paleocanais associados com sequencias fluvial-
estuarino são reconhecidas, enquanto uma planície fluvial-marinho é generalizada na
parte ocidental (COSTA et al. 2002). Esta unidade está demonstrada no Mapa 6.1-1.

4
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-2 - Configuração tectônica simplificada do nordeste do Brasil com a localização


do Rift do Marajó e os cinturões de cisalhamento orogênicos Precambrianos. (COSTA et al.
2002).

5
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-3 - Quatro estágios da evolução paleogeográfica da região de Marajó e áreas


adjacentes. (a) rápido-tardio estágio de Rift com depocentros assimétricos preenchidos por
fanglomerados derivados do Arco de Gurupá. (b) Estagio de Rift tardio caracterizado pelo
sistema principal fluvial na Bacia do Marajó de Oeste e Sudoeste. (c) Estágio pós Rift
definido por uma configuração de graben simétrico com influência marinha para o Norte. (d)
Fisiografia Mioceno – Plioceno com o “Mar de Pirabas” avançando 150km no continente. (e)
Fisiografia do quartenário amplamente caracterizada pela morfologia fluvial – estuarina,
(COSTA et al. 2002).

6
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-4 - Afloramento de sedimentos do grupo Barreiras composto por cascalhos de


laterita em matriz de argila com pouca areia, formados originalmente por sedimentos argilo-
arensos de origem fluvial, nas proximidades do Porto das Companhias Doca do Pará na
Vila do Conde. (por Waldirney M. Calado).

Figura 6.1-5 - Rede de drenagem secundária que corta os sedimentos do grupo Barreiras,
estrada vicinal que acompanha o linhão de energia elétrica nas proximidades da PA-252
entre Vila do Conde e Vila de Beja . (por Waldirney M. Calado).

7
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-6 - Topografia plana de baixa altitude com intensa rede de drenagem secundária
que corta os sedimentos do grupo Barreiras, as margens da BR-155 próximo a cidade de
Moju-PA. (por Waldirney M. Calado).

6.1.5.2 Bacia de São Luiz - Grajaú

A Bacia de São Luís-Grajaú é uma ampla região sedimentar que abrange o Estado do
Maranhão e o nordeste do Pará, desenvolvida na Margem Continental Equatorial Norte
Brasileira, como resultado de esforços tectônicos relacionados à abertura do Oceano
Atlântico, no contexto da fragmentação do Gondwana, no Mesozóico. Esta bacia encon-
tra-se limitada a sul pelo Antéclise Xambioá-Alto Rio Parnaíba, a oeste pelo Arco Capim,
a leste pelo lineamento Rio Parnaíba e pela Plataforma Ilha de Santana, ao norte (Figura
6.1-1). Dentre as unidades sedimentares cretáceas desta bacia, a albiana é a mais
representativa, a qual é constituída de arenitos, argilitos e síltitos de ambientes
deposicionais transicionais e continentais (ROSSETTI, 2001). Exposições correlatas a
este intervalo estratigráfico ocorrem na porção sul da Bacia de São Luís-Grajaú que,
segundo Rossetti & Góes (2003), representam um sistema deposicional flúvio-deltaico
que migrou de sul para norte (NASCIMENTO & GÓES, 2007).

Os depósitos albianos da Bacia de São Luís-Grajaú apresentam espessuras que variam


de 500 a 800m no seu depocentro principal. Estes são incluídos na Unidade
Indiferenciada (ROSSETTI & TRUCKENBRODT 1987), a principal unidade estratigráfica
cretácea do Grupo Itapecuru, o qual compõe grande parte do preenchimento desta bacia
(NASCIMENTO & GÓES, 2007).

8
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

A sedimentação cretácea na Bacia de São Luís-Grajaú desenvolveu-se diretamente


sobre rochas paleozóicas da Bacia de Parnaíba, além de rochas metamórficas e ígneas
pré-cambrianas da porção norte da Faixa Araguaia, Faixa Gurupi, crátons Amazônico e
Gurupi e Província Borborema (Figura 6.1-7), (NASCIMENTO & GÓES, 2007).

Figura 6.1-7 - Mapa geológico simplificado com as bacias sedimentares cretáceas no Norte
do Brasil, com destaque para a Bacia de São Luiz - Grajaú, (Nascimento & Góes, 2007).

Semi-graben intracontinental originado durante o processo de separação dos continentes


sul-americano e africano, iniciado no Eocretáceo. O preenchimento sedimentar se deu no
Aptiano-Cenomaniano, com a formação de arenitos, argilitos, evaporitos e calcários
correspondentes à sucessão Grajaú-Codó-Itapecuru, cuja sedimentação ocorreu em
ambientes eólico, flúvio-lacustre e estuarino (GÓES e COIMBRA 1996), (Figura 6.1-8).
Esta unidade está demonstrada no Mapa 6.1-1.

9
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-8 - Quadro estratigráfico da Bacia de São Luiz - Grajaú, adaptado de Góes e
Coimbra, 1996.

10
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-9 - Topografia plana de altitude de cerca de 30m acima do nível do mar com
menor rede de drenagem secundária que corta os sedimentos do grupo Itapecuru, as
margens da BR-155 próximo a cidade de Tailandia-PA. (por Waldirney M. Calado).

Figura 6.1-10 - Afloramento de sedimentos argilosos com caulim e pouca areia de origem
fluvio-lacustre do grupo Itapecuru, as margens da BR-155 próximo a cidade de Goianésia-
PA. (por Waldirney M. Calado).

11
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-11 - Afloramento de sedimentos arenosos em paleocanal de origem fluvial do


grupo Itapecuru, as margens da BR-155 próximo a cidade de Goianésia-PA. (por Waldirney
M. Calado).

Figura 6.1-12 - Afloramento de sedimentos com matriz argilo-arenosas com cascalhos de


laterita ferruginosa dispersos – Argila de Belterra, do Grupo Itapecuru, as margens da BR-
155 próximo a cidade de Goianésia-PA. (por Waldirney M. Calado).

12
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-13 - Rio Capim – Entrada da Fazenda da empresa CIKEL ponte sobre via vicinal,
próximo a cidade de Goianésia-PA. (por Waldirney M. Calado).

Figura 6.1-14 - Corte de estrada com afloramento de caulim, sedimentos do Grupo


Itapecuru, as margens da BR-222 próximo a cidade de Abel Figueiredo-PA. (por Waldirney
M. Calado).

Figura 6.1-15 - A - Corte de estrada com afloramento de contato com sedimento compostos
por seixos cm a dm em matriz argilo-arensoso na base com argila de belterra recobrindo

13
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

estes - B, evidenciado pela quebra de resistência do material da parede do corte de estrada,


sedimentos do Grupo Itapecuru, as margens da BR-222 próximo a cidade de Abel
Figueiredo-PA. (por Waldirney M. Calado).

Figura 6.1-16 - Topografia composta por extensos platôs formando vales entrecortados por
rede de drenagem secundária em sedimentos do Grupo Itapecuru formados
preferencialmente por argila de Belterra – área de ocorrência de bauxitas, as margens da
BR-222 próximo à cidade de Rondon do Pará - PA. (por Waldirney M. Calado).

14
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-17 - Estrada vicinal de acesso a Vila Santa Lucia, conhecida como Vila do Jacú,
onde aflora os sedimentos argilo-arenosos do Grupo Itapecuru formados preferencialmente
por argila de Belterra – área de ocorrência de bauxitas, próximo à cidade de Rondon do
Pará - PA. (por Waldirney M. Calado).

Figura 6.1-18 - Área de coleta de material onde afloram sedimentos argilo-arenosos


predominentemente argila de Belterra e Caulim nas margens da PA-256 proximo a
Paragominas – PA – área de ocorrência de bauxitas. (por Waldirney M. Calado).

15
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-19 - Rio Capim – Travessia de balsa na PA-256 próximo a Paragominas – PA,
onde afloram sedimentos argilo-arenosos do Grupo Itapecuru, predominantemente argila
de Belterra e Caulim. (por Waldirney M. Calado).

Figura 6.1-20 - A - Corte de estrada na PA-256 proximo ao Rio Capim sentido Paragominas –
PA para Tomé Açu – PA; B - onde afloram sedimentos argilo-arenosos do Grupo Itapecuru,
predominentemente argila de Belterra. (por Waldirney M. Calado).

16
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

6.1.5.3 Cinturão Araguaia

O Cinturão Araguaia (CA) destaca-se no setor central e setentrional da Província


Tocantins como uma unidade geotectônica do Neoproterozoico situada na borda oriental
do Cráton Amazônico, e representa um importante segmento crustal da sucessão de
repetidos eventos orogênicos que resultaram na grande colagem que edificou o
supercontinente Gondwana ao final do Neoproterozoico (UNRUG 1996) (Figura 6.1-21).
Dessa forma, este cinturão delimita dois segmentos crustais distintos: a leste-sudeste
ocorrem terrenos afetados por processos termotectônicos decorrentes da amalgamação
do Gondwana (evento que ocorreu entre 850-500 Ma) e, a oeste, terrenos preservados
destes eventos (ALVARENGA et al. 2000). O Cinturão Araguaia compreende uma
extensa sucessão de rochas metassedimentares, com predomínio de rochas
metapelíticas e metapsamíticas, com menores contribuições de rochas carbonáticas
(mármores e metacalcários) e magmáticas (metabasaltos, metagabros, metaperidotitos e
corpos graníticos), que se distribuem ao longo de uma faixa com aproximadamente 1200
km de comprimento, seguindo a direção norte-sul, com uma largura da ordem de 150 km
(GORAYEB et al. 2008) em Pinheiro et al. 2011.

Modelos evolutivos propostos para o Cinturão Araguaia sugerem que ele se instalou em
uma bacia formada por rifteamento restrito (sem formação expressiva de crosta oceânica)
de crosta continental arqueana e paleoproterozoica (ABREU 1978), seguido pela
inversão tectônica da bacia, acompanhada de transporte de massa crustal de SE para
NW (GORAYEB et al. 2008). Segundo Abreu (1978), a sedimentação teria sido
proveniente da regeneração da porção marginal do Cráton Amazônico, propiciando o
desenvolvimento de uma bacia de sedimentação, e sugere que a mesma teria se
instalado sobre um único terreno arqueano. Entretanto, estudos geocronológicos
revelaram que as rochas do segmento setentrional deste cinturão repousam sobre um
embasamento Arqueano (Complexo Colmeia - 2,86 a 2,79 Ga), exposto nos núcleos de
estruturas braquianticlinais (MOURA & GAUDETTE, 1999), enquanto que na porção
meridional elas estão assentadas sobre um embasamento Paleoproterozoico (Complexos
Porto Nacional - 2,16 Ga, Complexo Rio dos Mangues - 2,12 a 2,05 Ga), (GORAYEB et
al. 2000, ARCANJO & MOURA 2000). Adicionalmente, Gorayeb et al. (2002) revelaram a
presença de basaltos com estruturas almofadadas, situados na porção mais oeste do
cinturão (Serra do Tapa), em que identificaram cristais de zircão com idade de 2,05 Ga
(herdados?). Estes dados sugerem que a contribuição de material crustal
Paleoproterozoico pode ter sido importante e distintas (PINHEIRO et al. 2011).

O Cinturão Araguaia é uma importante unidade geotectônica do Neoproterozoico


pertencente à Província Tocantins, interpretada por Strieder & Suita (1999) e Pimentel et
al. (2000) como uma feição que se formou a partir da amalgamação de três blocos
paleocontinentais maiores: os crátons Amazônico, São Francisco e Paraná, resultando
também na formação dos cinturões Paraguai e Brasília, que são suas principais
ramificações (Figura 6.1-21), (PINHEIRO et al. 2011).

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

O Cinturão Araguaia (HASUI et al. 1980) está assentado sobre a borda oriental do Cráton
Amazônico, situado no leste-sudeste do Estado do Pará e oeste do Estado de Tocantins,
com estruturação N-S truncando as estruturas mais antigas de direção WNW-ESE deste
cráton. Grande parte da borda leste deste cinturão é encoberta por rochas sedimentares
do Paleozoico pertencentes à Bacia do Parnaíba, enquanto suas porções norte e sul são
recobertos por sedimentos do Cenozoico. A sudeste faz limite com as rochas
paleoproterozoicas do Maciço de Goiás (GORAYEB et al. 2008) (Figura 6.1-22), em
Pinheiro et al. 2011.

O embasamento do Cinturão Araguaia é constituído por dois domínios: Arqueano e


Paleoproterozoico. No lado oeste, o embasamento é representado por terrenos granito-
greenstone arqueanos (2,7-2,96 Ga, Macambira & Lafon, 1995) ou por terrenos
paleoproterozoicos do Domínio Bacajá (2,26-1,99 Ga, Vasquez, 2006) na borda oriental
do Cráton Amazônico. Na porção setentrional as rochas do embasamento estão expostas
em núcleos erodidos das estruturas braquianticlinais e são representadas pelo Complexo
Colmeia constituído por ortognaisses TTG de idade arqueana (2,85 Ga) (DALL’AGNOL et
al. 1988, MOURA & GAUDETTE, 1999). No sul-sudeste, no domínio do Maciço de Goiás
estão expostas sequências metavulcano-sedimentares arqueanas do Grupo Rio do Coco
(COSTA et al. 1983), com idade obtida em metabasito de 2,62 Ga (ARCANJO et al.
2000) (Figura 6.1-22). Neste domínio, amplos terrenos paleoproterozoicos expõem
gnaisses tonalíticos, graníticos e calciossilicáticos agrupados no Complexo Rio dos
Mangues, que possui idades de 2,0-2,1 Ga (ARCANJO & MOURA 2000); terrenos de alto
grau metamórfico, representados principalmente por enderbitos, granulitos máficos e
kinzigitos, agrupados no Complexo Porto Nacional, com idade em granulito de 2,14 e
2,13 Ga (GORAYEB et al. 2000), em Pinheiro et al. 2011.

Dois expressivos plútons graníticos estão encaixados em gnaisses do embasamento do


Cinturão Araguaia. No Complexo Colmeia destaca-se o Granito Cantão com de 1,85Ga
(Moura & Gaudette 1999). No Complexo Rio dos Mangues ocorre o Granito Serrote
(GORAYEB, 1996) que apresenta idade de 1,86Ga (SOUZA & MOURA, 1995), em
Pinheiro et al. 2011.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-21 - Reconstrução Paleogeográfica retirada de Klein & Moura (2008), mostrando
os cinturões pan-africanos/brasilianos e as principais regiões cratônicas e blocos
paleoproterozóicos nos cratons Sul-Americano e Oeste-Africano, em Pinheiro et al. 2011.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-22 - Mapa Geológico do Cinturão Araguaia e embasamento, com indicação das
idades das principais unidades litoestratigráficas disponíveis na literatura. (Modificado de
Gorayeb et al. 2008). Referências: (1) Barros et al. (2010), (2) Alves (2005), (3) Moura &
Gaudette (1999), (4) Arcanjo (2002), (5) Moura & Sousa (2002), (6) Souza & Moura (1995), (7)
Chaves (2003), (8) Chaves et al. (2008), (9) Gorayeb et al. (2000), (10) Sachett (1996), (11)
Macambira & Lafon (1995), em Pinheiro et al. 2011.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-23 - Afloramento de metasedimentos do Cinturão Araguaia com ocorrência de


argilas sericitizadas – saprolio de metassedimentos – metapelitos nas margens da BR-155
proximo a Eldorado dos Carajás - PA. (por Waldirney M. Calado).

Figura 6.1-24 - Topografia da área onde ocorrem os metassedimentos do Cinturão Araguaia


e ao fundo a Serra do Tapa; em detalhe – B afloramento de metapelito argiloso com sericita
nas margens da BR-155 proximo a Rio Vermelho – PA. (por Waldirney M. Calado).

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

6.1.5.4 Bacia do Parnaíba

A Bacia do Parnaíba ocupa parte dos estados do Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará,
Ceará e Bahia, aproximadamente entre as latitudes 2° e 10° sul e longitude 42° e 48°
oeste (GÓES et al., 1989; GÓES & FEIJÓ, 1994). Trata-se de uma bacia intracratônica
posicionada entre faixas de dobramento que bordejam os crátons do Guaporé, São Luís
e São Francisco (GÓES et al., 1989).

O preenchimento sedimentar da bacia inclui rochas paleozoicas e mesozoicas, sendo as


unidades cretáceas compostas pela sucessão das formações Sardinha, Corda, Grajaú,
Codó e Itapecuru. A deposição das unidades cretáceas está associada ao processo de
separação dos continentes Sul-Americano e Africano e à formação do oceano Atlântico
(AZEVEDO, 2001; DIAS, 2005; VAZ et al., 2007).

Os sedimentos da Formação Itapecuru, alvo do presente estudo, refletem as principais


etapas desses eventos, permitindo individualizar três sequências deposicionais (ARANHA
et al., 1990; PEDRÃO et al., 2002).

A Bacia do Parnaíba localiza-se na porção oeste da região Nordeste do Brasil (Figura


6.1-25), abrangendo parte dos estados do Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará, Ceará e
Bahia. Segundo Milani & Thomaz Filho (2000), ocupa uma área de 6.000.000km 2, com
uma sucessão sedimentar de até 3.500m de espessura no seu depocentro (VIANA et al.
2010).

A Bacia é constituída por sequencias sedimentares depositadas do Siluriano ao


Cretáceo, sendo de natureza siliciclástica, ocorrendo subordinadamente calcário, anidrita
e sílex, além de diabásio e basalto, representativos de eventos magmáticos do
Neotriássico ao Eocretáceo (GÓES & FEIJÓ, 1994). A sequência estratigráfica engloba
os grupos Serra Grande, Canindé, Balsas, Mearim e o conjunto composto pelas
formações Grajaú, Codó, Itapecuru, Urucuia e Areado (VIANA et al. 2010).

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-25 - Localização da Bacia do Parnaíba na porção oeste da região Nordeste do


Brasil. (VIANA et al. 2010).

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Diversas são as classificações estratigráficas apresentadas para a Bacia do Parnaíba.


Neste trabalho foram utilizadas as classificações propostas por Barbosa e outros (1966) e
Andrade (1972). Na área estão presentes as seguintes unidades estratigráficas (SUGUIO
& FULFARO, 1977):

Formação Idade

Tucunaré Neocenozóico

Barreiras (Araguaia) Neocenozóico

Motuca Permiano Superior

Pedra de Fogo Permiano Inferior a Médio

Piauí Carbonífero Superior

Poti Carbonífero Inferior

Longá Devoniano Superior a Carbonífero Inferior

Cabeças Devoniano Médio a Superior

Pimenteiras Devoniano Médio

Embasamento Precambriano

Cristalino

O embasamento cristalino na área é dominado por rochas ígneas e metamórficas


precambrianas pertencentes ao Escudo do Brasil Central, intensamente dobradas e
interdigitadas. Pode ser subdividido em três unidades básicas: Rochas do Complexo
Cristalino, Grupo Araxá e Grupo Tocantins. Na área em questão, as unidades
sedimentares da bacia do Parnaíba encontram-se frequentemente em contato com os
filitos que compõem o Grupo Tocantins (SUGUIO & FULFARO, 1977).

6.1.5.4.1 Formação Pimenteiras

Caracterizado por uma sequência de arenitos finos, intensamente limonitizados,


intercalados com leitos de espessuras variáveis de arenitos argilosos e siltitos argilosos,
caracteriza essas camadas basais dos depósitos devonianos da bacia do Parnaíba.
Apresentam por intemperismo cores arroxeadas e esverdeadas e a porcentagem de
níveis argilosos aumenta para o topo da unidade, diminuindo também o grau de
limonitização. A limonitização desses arenitos é variável, indo de arenitos limonitizados a
camadas constituídas praticamente por limonita. Refletem em maior ou menor grau níveis
argilosos existentes nas próprias camadas de arenito, pois nem sempre se encontram

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

esses leitos limonitizados em contato com uma camada argilosa (SUGUIO & FULFARO,
1977).

O tipo de sedimentação observado para essas camadas é o ritmico, sucedendo-se níveis


arenosos e argilosos. Nem sempre é a litologia perfeitamente definível a esses dois
extremos litológicos, podendo haver conjugação e níveis de arenitos argilosos
sucederam-se a camadas de siltitos arenosos ou com pequenas lentes de arenitos, em
siltitos predominantemente argilosos. Porém, os fatos sugerem um mecanismo de
sedimentação com variação periódica do transporte de material ao sítio de deposição
(SUGUIO & FULFARO, 1977).

A espessura da Formação Pimenteiras encontrada em perfurações da Petrobrás S/A, é


de 426 metros e na borda oeste a sua espessura é da ordem de 80 metros. A esse valor
deve-se acrescentar o fato de que a Formação Cabeças, unidade estratigraficamente
acima, não é perfeitamente definível e provavelmente encontra-se na região, sendo
confundida em parte com a própria Formação Pimenteiras (SUGUIO & FULFARO, 1977).

O contato dos sedimentos devonianos com o embasamento (Grupo Tocantins), onde


filitos em atitude vertical são sucedidos por arenitos limonitizados e siltitos argilosos
arroxeados e esverdeados. A litologia é em geral de granulação fina e o padrão rítmico é
aqui também observável, o que nos leva a supor que a pequena espessura dessas
camadas devonianas na área não se deve a um acunhamento lateral natural em margem
de uma bacia de deposição, mas sim a erosão em uma borda que demonstra um caráter
estrutural dominante (SUGUIO & FULFARO, 1977).

Esse caráter de borda tectônica exibido pelos sedimentos das Formações Pimenteiras e
Cabeças é acentuado pela exposição de sedimentos correlacionáveis a essas unidades
em bloco falhado isolado das demais unidades sedimentares da bacia, no km 15, a partir
da Rodovia Transamazônica para sul, da rodovia PA-70, onde exibe as mesmas
características de sedimentação (SUGUIO & FULFARO, 1977).

Andrade (1972) faz uma boa revisão estratigráfica sobre esta formação, efetuando a sua
divisão em vários membros. Sobre a limonitização com formação de solo laterítico,
contendo grande quantidade de blocos de canga, admite a sua formação em climas
tropicais úmidos e equatoriais, onde a precipitação excede à evaporação, sendo os
produtos solúveis levados para o interior do manto intemperizado, pois caso contrário
precipitar-se-ía o óxido de ferro na superfície (SUGUIO e BARBOUR, 1969), em Suguio &
Fulfaro (1977).

6.1.5.4.2 Formação Longá

É constituída por folhelhos esverdeados, bem estratificados, apresentando a estrutura do


tipo flaser. A espessura máxima dessa unidade na bacia, encontrada em perfurações da
Petrobrás S/A, é da ordem de 100 metros e na borda oeste é da ordem de 50m (SUGUIO
& FULFARO, 1977).

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Segundo Adrade (1972) a formação pode ser subdividida em três membros na área a
sudeste de Itacajá (GO), com folhelhos e siltitos escuros no inferior, arenito amarelo,
micáceo e bastante argiloso no médio e, no superior folhelhos e siltitos cinza escuros
passando a arenito na base da Formação Poti. Atribui à formação ambiente deposicional
marinho, redutor, porém de águas rasas (SUGUIO & FULFARO, 1977).

6.1.5.4.3 Formação Poti

É constituída por arenitos esbranquiçados, superficialmente avermelhados,


aparentemente selecionados, de granulação fina e média e com níveis conglomeráticos,
onde se acham presentes frequentes bolas de argila (clay balls). Níveis arenosos com
maior quantidade de argila, com boa estratificação plano-paralela e estruturas do tipo
flaser. Os contatos entre os dois tipos de litologia são prejudicados, em sua observação,
pelo intenso tectonismo que afetou a área, ocasionando mergulhos acentuados nesses
sedimentos, podendo atingir valores de até 12°. Há, no entanto, evidências de estruturas
de escavação e preenchimento. A espessura da Formação Poti na borda oeste não
ultrapassa 30 metros (SUGUIO & FULFARO, 1977).

A Formação Poti pode ser dividida em dois membros, um inferior e outro superior. O
membro inferior é constituído por arenitos róseo-esbranquiçados, caulínicos, micáceos e
geralmente friáveis. O membro superior é formado por folhelhos e siltitos acinzentados,
as vezes arroxeados, com intercalações de arenitos róseo-arroxeados. Andrade (1972)
atribuiu a espessura de 110 metros a 121 metros para o membro inferior e de 30 a 54
metros para o membro superior (SUGUIO & FULFARO, 1977).

O ambiente de deposição dos sedimentos dessa formação seria marinho de alta energia,
possivelmente praia com contribuição deltaica (ANDRADE, 1972), em Suguio & Fulfaro,
(1977).

6.1.5.4.4 Formação Piauí

É caracterizada por lentes de calcários esbranquiçados, mas as vezes cinza escuros,


intercalados por siltitos argilosos esverdeados. As lentes de calcário possuem pequena
espessura (25 cm em média), mas mostram-se bem individualizadas dentro da formação.
Entre os diversos níveis de lentes calcárias, as camadas de siltito variam de espessura
entre 15 a 20 centímetros (SUGUIO & FULFARO, 1977).

Na margem do rio Itacaiúnas a formação é constituída por arenitos, siltitos calcíferos


esverdeados, siltitos avermelhados e uma delgada camada de calcário lenticular. A lente
de calcário apresenta uma espessura de 10 centímetros na sua parte mais espessa e
todo o conjunto exibe suave estrutura sinclinal (SUGUIO & FULFARO, 1977).

Ao longo do rio Tocantins, 2km a jusante de Marabá, a formação é constituída por uma
sequência de siltitos calcíferos avermelhados e esverdeados refletindo diferentes
estágios de oxidação, com inúmeras concreções calcíferas em vários níveis dos

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

afloramentos, níveis esses, que chegam a atingir até 4 metros de espessura (SUGUIO &
FULFARO, 1977).

A Formação Piauí pode ser dividida em dois membros, um inferior, depositado em


ambiente continental e outro superior de origem marinha (Andrade, 1972). O membro
inferior é constituído por arenitos vermelhos, que afloram na localidade de Itacaiunas e no
rio Araguaia em frente de Araguatins. O superior seria constituído por arenitos com
intercalação de camadas de folhelhos, siltitos e camadas de sílex. Na região de Marabá,
temos sobre os arenitos, as camadas descritas anteriormente, como siltitos e calcários,
que não se identificam com a litologia do membro superior, descrita por Andrade (1972).
A presença de calcários nessa formação é acusada por Messner e Wooldridge (1966, in
Andrade, 1972) e por Barbosa e outros (1966), em Suguio & Fulfaro, (1977).

A espessura da formação na borda oeste é da ordem de 30 metros e está


frequentemente coberta por sedimentos da Formação Barreiras nas margens dos rios. A
descontinuidade de seus afloramentos pode ser tanto devida a tectonismo, manifesta-se
um severo tectonismo comum em bordas de bacias intracratônicas, (SUGUIO &
FULFARO, 1977).

A litologia geral da Formação Piauí, na borda oeste, demonstra que condições favoráveis
à precipitação de calcário, embora tenham existido, não chegaram a se manifestar de
forma a predominar no ambiente de sedimentação. Prova maior desse fato são as
inúmeras concreções calcárias distribuídas em diversos níveis da formação. As causas
desse fato podem ser variáveis tais como, falta de suprimento de material calcífero ou
então, condições inadequadas a sua precipitação. O fato é que não se devem esperar
possantes camadas de calcários dessa formação na região, (SUGUIO & FULFARO,
1977).

6.1.5.4.5 Formação Pedra de Fogo

É constituída por folhelhos arroxeados com níveis de sílex intercalados. A sua espessura
máxima na bacia do Parnaíba é de 189 metros, mas na borda oeste não ultrapassa 50
metros, (SUGUIO & FULFARO, 1977).

A silicificação dos sedimentos da Formação Pedra de Fogo é epigenética, tendo Andrade


(1972) proposto o mesmo mecanismo que Landim (1970) usou para explicar idêntico
processo no Grupo Passa Dois da bacia sedimentar do Paraná. A maior parte da
formação é tida como continental e de mar remanescente. Andrade (1972) sugere
ambiente marinho para toda a formação, apesar da ausência de fósseis marinhos, por
causa da constância litológica de suas camadas basais por toda a bacia, (SUGUIO &
FULFARO, 1977).

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6.1.5.4.6 Formação Motuca

É constituída por arenitos avermelhados com estratificação cruzada. Com espessura


máxima de 300 metros no centro da bacia, na borda oeste não ultrapassa de 20 metros,
(SUGUIO & FULFARO, 1977).

Messner e Wooldridge (in MENDES e PETRI, 1971) acusam uma espessura de 265
metros para esta formação, cujos sedimentos teriam sido depositados em ambiente
continental e condições de aridez mais acentuadas do que a Formação Pedra de Fogo.
Alguns depósitos de evaporitos (anidrita) e fósseis (Pleurotornaria), no entanto, sugerem
um ambiente de mar remanescente, (SUGUIO & FULFARO, 1977).

A litologia da Formação Motuca por toda a bacia é constituída por arenitos, folhelhos
vermelhos, anidritas e calcários. As anidritas da base podem ter entre 3 a 20 metros de
espessura e não ocorrem na borda oeste, (SUGUIO & FULFARO, 1977).

6.1.5.4.7 Formação Barreiras

Sedimentos pouco ou nada consolidados constituídos por argila de coloração variada,


associada a camadas arenosas e níveis sílticos ou conglomeráticos. Essa litologia cobre
a maior parte da área norte e nordeste da borda oeste. Essas sequências sedimentares
podem se apresentar como areias semi-consolidadas, feldspáticas, conglomeráticas e
com estratificações cruzadas. Leitos de argilitos esverdeados estão intercalados na
sequência e são frequentemente capeados por depósitos limoníticos ou camadas de
cascalhos com seixos de sílex, (SUGUIO & FULFARO, 1977).

Essas camadas recobrem, frequentemente, os depósitos sedimentares mais antigos e ao


norte da margem direita do rio Tocantins, formam tabuleiros que se destacam no relevo.
Ao longo do próprio rio Tocantins e de seus afluentes, como o rio Itacaiúnas, as camadas
terciárias recobrem as rochas mais antigas e estão em contato direto com os aluviões
quaternários dos rios. De Marabá em direção a Tucuruí essa extensa deposição terciária
aflora até as imediações de Agrovila de Coco Chato, quando entra em contato com filitos
pertencentes ao embasamento cristalino, (SUGUIO & FULFARO, 1977).

As camadas encontram-se frequentemente falhadas, onde os planos de falhas


apresentam pequenos rejeitos, parecendo tratar-se de falhas sinsedimentares, (Suguio &
Fulfaro, 1977).

Barbosa e outros (1966) denominam esse conjunto litológico de Formação Araguaia.


Aguiar (1971) menciona estudos da Petrobrás S/A segundo os quais a Formação Pirabas
é uma variação de fácies da Formação Barreiras, (SUGUIO & FULFARO, 1977).

Schaller e outros (1971), ao descreverem a estratigrafia preliminar da bacia sedimentar


da foz do Amazonas (Bacia do Marajó), mostram uma nítida variação de fácies nos
sedimentos miocênicos, correlacionáveis às Formações Barreiras e Pirabas
(denominadas, respectivamente, Marajó e Amapá), em Suguio & Fulfaro, (1977).

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Na região estudada os sedimentos da Formação Barreiras indicam deposição em meio


aquoso e possuem um aspecto geral em tudo semelhante aos depósitos da mesma
formação descritos para outros pontos do território nacional, desde que é grande a sua
área de ocorrência. Apresenta todas as características da Formação Gurarapes do Grupo
Barreiras segundo Campos e outros (1971), em Suguio & Fulfaro, (1977).

De Tucuruí para o norte, ao longo do rio Tocantins, aflora a Formação Barreiras, até
Cametá, quando entra em contato com os aluviões quaternários que cobrem a vasta área
norte até a baía do Marajó, (SUGUIO & FULFARO, 1977).

6.1.5.4.8 Depósitos Aluvionares - Tucunaré

Em vários locais ao longo dos rios Araguaia e Tocantins, observam-se extensas várzeas
cujo substrato é constituído de areias amareladas, quartzosas, subangulares, de
granulação média e grossa, seleção moderada, contendo restos vegetais carbonizados.
O termo Tucunaré é restrito às áreas de afloramentos contínuos dessa unidade
(aproximadamente de Baião para o norte), em SUGUIO & FULFARO, (1977).

Chama atenção o baixo grau de consolidação dessas areias. Suas espessuras


aumentam do médio Tocantins para a sua foz, indo de 20 metros para 700 metros,
(SUGUIO & FULFARO, 1977).

Ao longo do rio Tocantins esses aluviões quaternários constituem o material das ilhas
fluviais. De Cametá para o norte, até a baía de Marajó, esses sedimentos formam todas
as exposições da área, inclusive o substrato da cidade de Belém, (SUGUIO & FULFARO,
1977).

6.1.5.5 Craton Amazônico – Craton Bacajá

Diversos trabalhos de âmbito regional foram feitos com o intuito de reconhecer e ordenar
as rochas do Domínio Bacajá segundo os principais eventos geológicos da região
(JORGE JOÃO et al. 1987, 2001, SANTOS et al. 1988; FARACO et al. 2005; VASQUEZ
2006; BARROS et al. 2007; VASQUEZ et al. 2008c; MACAMBIRA et al. 2009). Esses
trabalhos apresentam muitas similaridades em termos dos eventos registrados, com
pequenas divergências de conceitos e nomenclaturas e algumas adaptações e
complementações quanto às descrições e definições das unidades litoestratigráficas, em
Carneiro 2010.

Jorge João et al. (1987) individualizaram granulitos migmatíticos e diferentes granitoides


na região de Altamira. Estas rochas eram reunidas anteriormente no Complexo Xingu,
conforme descrito por Issler et al. 1974). Dessa maneira, os trabalhos de Jorge João et
al. (1987) descreveram treze unidades litoestratigráficas presentes na região de Altamira,
que foram agrupadas seguindo uma relação espaço temporal. Uma síntese das unidades
aflorantes na área foi apresentada por esses autores: (i) rochas do embasamento
arqueano, representadas pelo Granolito Bacajaí; (ii) greenstone belts arqueano-
paleoproterozóicos, denominadas de SuíteMetamórfica Três Palmeiras, composta pelas

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

unidades Anfibolito Itatá e Micaxisto Bacajá; (iii) Suíte Metamórfica Xingu, composta
pelas unidades Granodiorito Anapu, Granodiorito Oca e Granito Jorge João; (iv) Rochas
sedimentares da Bacia do Rio Amazonas, descritas pelas formações Alter-do-Chão, Irerê,
Maecuru e Grupo Trombetas, em Carneiro 2010.

Santos et al. (1988) mapearam unidades de rochas de auto grau, granitóides e rochas
supracrustais no interflúvio entre os rios Xingu e Iriri, região ocidental do Domínio Bacajá.
Baseado em datações pelo método Rb-Sr, os autores mostraram que a região
compreendia em rochas arqueanas retrabalhadas durante o Ciclo Transamazônico, além
de rochas que foram formadas durante esse evento, em Carneiro 2010.

Oliveira et al. (1994) realizaram as primeiras individualizações de unidades do Complexo


Xingu na região oriental do Domínio Bacajá, próximo à Serra Pelada. Estes autores
mapearam corpos granulíticos, tais como as rochas do atual Complexo Cajazeiras e
Ortogranulito Máfico Rio Preto, além de rochas supracrustais como a Formação Tapirapé
e Serra Misteriosa, em Carneiro 2010.

Os trabalhos de Faraco et al. (2005) envolveram o mapeamento geológico das rochas


localizadas a norte da Província Carajás, cujo conhecimento ainda era considerado
incipiente. Os resultados foram baseados em dados de campo, interpretação de imagens
aerogeofísicas e de sensoriamento remoto, análises petrográficas e isotópicas das
rochas compreendidas entre as cidades de Belo Monte e Marabá. Conforme os autores,
quatro novas unidades estratigráficas foram reconhecidas: Suíte Granulítica Direita,
Kinzigito Ipiaçava, Complexo Jacaré e Complexo Valentim. As unidades Charnockito
Bacajaí e Monzogranito João Jorge foram reconceituadas. Além disso, a partir de
análises isotópicas pelo método U-Pb SHRIMP em zircão, os autores comprovaram a a
presença de rochas siderianas, com idades de 2,3Ga na região, em Carneiro 2010.

Barros et al. (2007) mostraram resultados de estudos em rochas granitóides na região


norte do Domínio Bacajá. Estes resultados relataram estruturas magmáticas e feições
petrográficas que indicam a natureza sintectônica para estas rochas, as quais estariam
em um contexto de arcos magmáticos em zonas de colagem de terrenos. A idade de
2076 ± 6 Ma obtida pelo método Pb-Pb em zircão (MACAMBIRA et al. 2001, 2003;
BARROS et al. 2007), foi atribuída a um evento de deformação compressiva no final do
Ciclo Transamazônico. Tando as idades quanto o caráter sintectônico das estruturas
reforçam a distinção do Domínio Bacajá em relação à Província Carajás, em Carneiro
2010.

Vasquez et al. (2008c) apresentaram uma síntese dos principais trabalhos regionais que
envolveram estudos no Domínio Bacajá. Além da compilação, estes autores
apresentaram novos dados geocronológicos e propuseram a definição de novas unidades
litoestratigráficas ou mesmo a revisão da nomenclatura e constituição de unidades já
conhecidas. Dessa maneira, os autores classificaram as rochas aflorantes na região do
Domínio Bacajá em: complexos metamórficos, greenstone belts, rochas resultantes de
magmatismo orogênicos colisionais, além das coberturas fanerozóicas. Para efeitos de

30
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

reconhecimento regional, este trabalho utiliza a classificação de Vasquez et al. (2008c). A


seguir, as principais unidades aflorantes no Domínio Bacajá serão descritas conforme a
nomenclatura utilizada por Vasquez et al. (op. cit). O respectivo mapa geológico destas
unidades na região coberta pelo aerolevantamento do Projeto Aerogeofísico Anapu-Tuerê
será apresentado na Figura 6.1-26, em Carneiro 2010.

6.1.5.5.1 Complexos Metamórficos

As rochas descritas como pertencentes à unidade Complexo Cajazeiras (OLIVEIRA et al.


1994; FARACO et al. 1996b, 2005; RICCI 2006d) afloram entre as bacias dos rios Bacajá
e Tocantins. São compostas por granulitos re-hidratados, de composição tonalítica a
granulítica, e por milonitos de alto grau. Vasquez et al. (2008c), a partir do método de
evaporação de Pb em zircão, obtiveram uma idade mínima para a cristalização do
protólito dessas rochas de 2942 ± 4 Ma. Macambira et al. (2007), pelo método U-Pb
SHIRIMP em zircão, obtiveram idades de 3009 ± 27 Ma, atribuída ao Complexo Xingu, e
de 2074 ± 8 Ma, nas bordas dos cristais de zircão analisados, atribuídas ao
metamorfismo que levou à formação das rochas da unidade Complexo Cajazeiras, em
Carneiro 2010.

O Ortognaisse Pacajá compreende corpos restritos de ortognaisses e migmatitos,


afetados por metamorfismo em fácies anfibolito, dispostos segundo a direção WNW-ESE,
justapostos por granulitos do embasamento (VASQUEZ et al. 2008c). Segundo esses
autores, os migmatitos graníticos a tonalíticos apresentam assinatura
gamaespectrométrica mais elevada no canal do eTh, enquanto que os ortognaisses
predominantemente tonalíticos mostram assinatura gamaespectrométrica mais baixa
neste mesmo canal. Idades obtidas pelo método Pb-Pb em zircão de 2671 ± 3 Ma
(Macambira et al. 2004, 2009) representam a cristalização do protólito dessas rochas.
Estes mesmos autores, a partir de isótopos de Nd, apresentaram a idade modelo TDM
2,67 Ga, com εNd de +2,7. Vasquez et al. (2008c) apresentam uma idade Pb-Pb em
zircão de 2195 ± 3 Ma, obtida em um gnaisse tonalítico, interpretada como provável idade
de metamorfismo desse embasamento, em Carneiro 2010.

Corpos máficos pertencentes ao Ortogranulito Máfico Rio Preto (VASQUEZ et al. 2008c)
receberam o nome de Piraclisito Rio Preto, unidade pertencente a então denominada
Suíte Metamórfica Bacajaí (OLIVEIRA et al. 1994; FARACO et al. 2005). Esta unidade
aflora na região sudeste do Domínio Bacajá, e é composta, segundo Vasquez et al.
(2008c), por corpos alongados e estreitos, dispostos segundo WNW-ESE, marcados por
anomalias magnetométricas nas rochas do Complexo Cajazeiras. As exposições podem
ocorrer na forma de rochas hospedadas nos granulitos do Complexo Cajazeiras ou
alojadas nos paragranulitos do Granulito Novolândia. Tais corpos apresentam
paragênese e texturas compatíveis com fácies granulito, e são marcados por feições de
migmatização com leucossomas enderbíticos (VASQUEZ et al. 2008c). Segundo os
autores, esses granulitos máficos apresentaram idades Pb-Pb em zircão de 2628 ± 3 e

31
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

2072 ± 3 Ma que representariam, respectivamente, a idade mínima de cristalização do


protólito ígneo, e o evento regional de granulitização, em Carneiro 2010.

O Complexo Aruanã (VASQUEZ et al. 2008c) compreende ortognaisses tonalíticos a


graníticos fortemente re-hidratados que afloram em extensa e larga faixa WNW-ESE, na
parte norte do Domínio Bacajá. Ricci (2006d) identificou vestígios de paragênese e
microtexturas de metamorfismo de fácies granulito, apesar da intensa modificação
causada pela migmatização úmida, de fácies anfibolito, deformação milonítica de alta
temperatura e hidrotermalismo posteriores. Datações Pb-Pb em zircão, feitas por
Vasquez et al. (2008c), em gnaisses granodioríticos indicaram a idade mínima de
cristalização de 2606 ± 4 Ma para o protólito ígneo desse granulito intensamente
retrometamorfisado e reequilibrado, em Carneiro 2010.

Dois conjuntos de paragranulitos ocorrem no Domínio Bacajá. O conjunto localizado na


região central do domínio é denominado Paragnaisse Ipiaçava. Já o corpo localizado na
região sudeste refere-se ao Granulito Novolândia (VASQUEZ et al. 2008c). Este segundo
conjunto, segundo os autores, seria composto por kinzigitos, granulitos máficos,
paragnaisses potássicos arcoseanos com ortopiroxênio, granada, cordierita e biotita,
além de paragnaisses quartzozos, com cordierita, biotita e granada. O corpo referente ao
Granulito Novolândia está disposto segundo a direção E-W, eventualmente infletido para
NW-SE, com feições características de movimentação destral. Segmentos de
ortogranulitos do Complexo Cajazeiras e do Ortogranulito Máfico Rio Preto são notáveis
no interior desse corpo. Análises U-Pb SHRIMP em paragnaisses desta unidade
forneceram idade de 2064 ± 4 Ma, que foram interpretadas como correspondente ao
metamorfismo regional (MACAMBIRA et al. 2007). Além disso, Vasquez (2006) datou
fontes detríticas arqueanas e siderianas (3,13-2,47Ga) e eventos granulíticos entre 2,11 e
2,07 Ga, o que sugere idades de fontes similares para o Granulito Novolândia, em
Carneiro 2010.

O Metatonalito Rio Bacajá (VASQUEZ et al. 2008c), reune granitóides bandados que
ocorrem a sul da Sequência Três Palmeiras, segundo uma direção preferencial NW-SE
(Figura 6.1-26). Compreende metatonalitos a metamonzogranitos com biotita e
hornblenda, bandados e porfiroclásticos, de granulação média a grossa. Frequentemente
hospedam lentes de rochas máficas microgranulares quartzo-dioríticas a tonalíticas, e
xenólitos de rochas supracrustais migmatizadas. Análises U-Pb em zircão de um
metatonalito porfiroclástico sugere a idade de 2338 ± 5 Ma (VASQUEZ et al. 2008c), em
Carneiro 2010.

6.1.5.5.2 Greenstone belts

O Grupo Vila União (VASQUEZ et al. 2008c) reúne as rochas dos antigos grupos
Buritirama (DOCEGEO 1987) e Tapirapé (OLIVEIRA et al. 1994). A disposição espacial
dessas rochas, segundo o mapa proposto por Vasquez e Rosa-Costa (2008), demonstra
formato elíptico, moldado por tectônica transcorrente sinistral. A Formação Tapirapé
consiste em uma faixa de rochas metamórficas de direção WNW-ESE, descrita por

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Oliveira et al. (1994) como metabasaltos foliados (ortoanfibolitos, plagioclásio-actinolita


xistos e plagioclásio-clorita xistos) e talco-xistos, com metamorfismo de fácies xisto verde
a anfibolito baixo. A Formação Buritirama é composta por sericita e muscovita-quartzitos,
hematita-quartzitos, mica-xistos carbonatados intemperizados, quartzo-xistos, rochas
carbonáticas, rochas cálcio-silicáticas e leitos de mármore (DOCEGEO 1988). Segundo
Jorge João et al. (1987), (2001), o metamorfismo de fácies xisto-verde a anfibolito teria
afetado as rochas da Formação Buritirama, em Carneiro 2010.

Faraco et al. (1996b) individualizaram, a partir de interpretação fotogeológica, corpos


lenticulares e irregulares, denominados Sequências Metavulcano-Sedimentares do Tipo
Greenstone. A partir da interpretação de produtos de sensores remotos e aerogeofísicos,
Vasquez et al. (2008c) utilizam o termo Sequência Rochas Supracrustais 1 para designar
corpos orientados segundo WNW-ESE, com assinatura gamaespectrométrica pouco
variável em relação às demais rochas supracrustais, e gradiente magnético alto. Os
corpos são compostos por quartzitos puros ou micáceos, de baixo grau metamórfico, com
foliação sub-vertical. Exposições destes corpos foram descritos na Serra Misteriosa e
Serra Lombo Longo, onde se localiza o garimpo aurífero Manelão. Em relação à
geocronologia, a presença de pelo menos dois conjuntos de rochas com idades distintas,
um arqueano e outro sideriano, além da possibilidade de haver rochas desta sequência
com idades riacianas, confere à sequência uma ampla distribuição estratigráfica, que
varia desde o Arqueano ao Paleoproterozóico (VASQUEZ et al. 2008c), em Carneiro
2010.

Jorge João et al. (1987) definiram a Suíte Metamórfica Três Palmeiras que inclui duas
unidades de rochas metavulcanossedimentares. A primeira é o Anfibolito Itatá composto,
predominantemente, por rochas metavulcânicas máficas, ao passo que a segunda é o
Micaxisto Bacajá composto por metavulcanoclásticas, metavulcânicas félsicas a
intermediárias, além de metassedimentares químicas e clásticas. Vasquez et al. (2008c)
assinalaram que a nomenclatura “Suíte Metamórfica” não seria apropriada para rochas
de baixo grau metamórfico, e denominaram a unidade de Sequência Três Palmeiras. O
termo foi utilizado para designar o conjunto de rochas metavulcanossedimentares que
compõem a Serra das Três Palmeiras, na parte centro-norte do Domínio Bacajá. A
Sequência Três Palmeiras é, portanto, constituída principalmente por actinolita xistos,
metandesitos, metabasaltos, metatufos andesíticos e basáltico, e anfibolitos. E
subordinadamente, ocorrem metadacitos, metatufos dacíticos, quartzitos, mica xistos,
formações ferríferas bandadas, filitos grafitosos e turmalinitos. Os metandesitos dessa
unidade forneceram uma idade de cristalização de 2359 ± 3 Ma (MACAMBIRA et al.
2004), atribuída a cristalização destas rochas. Vasquez (2006), a partir de análises
isotópicas de Nd (εNd2,36 Ga de +1,73 a 1,64 e TDM de 2,47 a 2,49 Ga), interpretaram a
origem das rochas vulcânicas como sendo relacionada à acresção juvenil ocorrida há
cerca de 2,5 Ga. Esta unidade, bem como os corpos de granitóides reconhecidos como
Granodiorito Oca, alojados em seu interior, hospedam mineralizações auríferas,
associadas às zonas de cisalhamento que cortam essas unidades (KLEIN e CARVALHO
2008), em Carneiro 2010.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

6.1.5.5.3 Magmatismo Orogênico Pré-Colisional

Vasquez et al. (2008c) agruparam no Tonalito Brasil Novo os tonalitos e granodioritos


ricos em biotita e hornblenda, além de monzo e sienogranitos subordinados. Estas rochas
que apresentam deformação dúctil evidente eram anteriormente inseridas na unidade
Granodiorito Anapu (JORGE JOÃO 1987). Idades Pb-Pb em zircão de 2191 ± 2 Ma
(MACAMBIRA et al. 2009), 2209 ± 2 (VASQUEZ et al. 2008a) e 2215 ± 2 (VASQUEZ et
al. 2005), além de idades U-Pb em zircão de 2182 ± 6 (SANTOS 2003), foram obtidas
como idade de cristalização para rochas relacionadas a esta unidade, em Carneiro 2010.

O Granodiorito Oca (JORGE JOÃO et al. 1987) abrange dois plútons de granitoides
intrusivos na Sequência Três Palmeiras, na região da Volta Grande do Rio Xingu. É
composto por granodioritos, tonalitos porfiroclásticos inequigranulares, e quartzo
monzodioritos inequigranulares. Teriam textura ígnea preservada, apesar de
apresentarem faixas miloníticas nas bordas e atravessando o interior dos plútons
(VASQUEZ et al. 2008c). A idade de 2160 ± 3 Ma, obtida pelo método U-Pb SHRIMP em
zircão de um quartzo monzodiorito inequigranular (VASQUEZ, 2006), foi atribuída à
cristalização das rochas desta unidade. Além disso, o autor destacou que isótopos de Nd
assinalaram uma fonte juvenil, com possível participação de crosta arqueana, em
Carneiro 2010.

As rochas do Granodiorito Belo Monte (VASQUEZ et al. 2008c) afloram nas proximidades
da localidade de Belo Monte, nas margens do Rio Xingu. Estas rochas seriam correlatas
às do Granodiorito Anapu (JORGE JOÃO et al. 1987); no entanto, por não apresentar
continuidade até a região de Anapu, foram designadas como uma unidade distinta. A
unidade seria composta por granodioritos e monzogranitos com biotita, em geral
inequigranulares leuco a mesocrático, geralmente foliados segundo a direção E-W e
mergulho subvertical. Macambira et al. (2001) obtiveram idade Pb-Pb por evaporação em
zircão de 2154 ± 3 Ma em um granodiorito desta unidade. A idade foi interpretada como
relacionada à cristalização destas rochas, em Carneiro 2010.

O Metatonalito Tapiranga apresenta similaridades com o Granodiorito Anapu (JORGE


JOÃO et al. 1987), mas por possuir algumas particularidades no corpo aflorante, foi
designado como uma unidade à parte (VASQUEZ et al. 2008c). Essas rochas afloram
nas proximidades do Rio Iriri, sob a forma de um batólito irregular, orientado segundo a
direção NW-SE. Para Vasquez et al. (op. cit), a unidade é composta por metatonalitos e
metagranodioritos, porfiroclásticos, degranulação média a fina, contendo xenólitos
centimétricos a métricos de rochas metavulcânicas máficas. São cortados por veios
leucograníticos concordantes ou discordantes à foliação. Vasquez (2006) obteve uma
idade U-Pb SHRIMP em zircão de 2133 ± 10 Ma interpretada como a provável
cristalização destas rochas. Uma segunda população de zircões com idades de 2055 ± 5
Ma, representaria um possível evento de migmatização. Em relação ao ambiente
tectônico, o referido autor encontrou a assinatura isotópica de Nd (εNd2,13 Ga de -0,71 e
TDM de 2,45 Ga), que sugeriria uma fonte juvenil com alguma contribuição crustal,
possivelmente relacionada a ambiente de arco magmático, em Carneiro 2010.

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6.1.5.5.4 Magmatismo Orogênico Sin a Tardi-Colisional

As rochas conhecidas atualmente por Complexo Bacajaí (VASQUEZ et al. 2008c) haviam
sido previamente denominadas de Granolito Bacajaí (JORGE JOÃO, 1987) e Complexo
Charnockítico Bacajaí. Ricci e Costa (2004) definiram a unidade como composta por
charnockitóides de origem ígnea. No conceito de Vasquez et al. (2008c), o Complexo
Bacajaí engloba, dominantemente, enderbitos e charnoenderbitos, associados
subordinariamente, a charnockitos, jotunitos e mangeritos. Estas rochas representam
granitóides orogênicos, gnaissificados a isotrópicos, com textura ígnea preservada.
Segundo Vasquez et al. (2008c) as rochas charnockiticas encontram-se reequilibradas ou
descharnockitizadas. As idades U-Pb SHRIMP em zircão de 2113 +35/-33 Ma (FARACO
et al. 2005), e Pb-Pb em zircão de 2094 ± 4 e 2114 ± 3 Ma (MONTEIRO, 2006) seriam
correspondentes à cristalização do evento magmático que gerou as rochas desta
unidade, em Carneiro 2010.

O Granodiorito Babaquara foi designado por Vasquez et al. (2008c) para fazer referência
a um corpo granítico, localizado nos interflúvios dos rios Xingu e Bacajá. A unidade
corresponde ao Granodiorito Anapu (JORGE JOÃO et al. 1987). O corpo rochoso estaria
alongado na direção regional NW-SE, e seria claramente distinto das unidades
encaixantes Metatonalito Tapiranga e Complexo Bacajaí. É constituído por granodioritos
com biotita e hornblenda, inequigranulares e porfiroclásticos, de granulação média com
leucogranitos equigranulares subordinados (VASQUEZ et al. 2008c). Estas rochas
apresentam foliação milonítica de baixa temperatura sobreposta à trama original, com
direção concordante àquela NW-SE. Os autores relataram ainda feições rúpteis e
alteração hidrotermal. A idade Pb-Pb em zircão de 2102 ± 3 Ma foi obtida para um
granodiorito porfiroclástico da unidade em questão (VASQUEZ et al. 2008c), em Carneiro
2010.

6.1.5.5.5 Magmatismo Orogênico Tardi a Pós-Colisional

A unidade Suíte Intrusiva Amapari foi proposta por Vasquez et al. (2008) para designar as
rochas ígneas catazonais reconhecidas por Ricci e Costa (2003). No contexto da unidade
proposta, foram descritos batólitos e stocks charnockitos a charno-enderbitos. Estas
rochas, segundo Ricci (2006b), estariam em geral descharnokitizadas, com cristais
reliquiares de orto e clinopiroxênio pseudomorfizados por clorita, talco, bastita e/ou
actinolita, ou reequilibrados para anfibólios cálcicos de diferentes gerações. Para o
referido autor, a presença de xenólitos de granulitos máficos e outros ortognaisses de alto
grau como encaixantes sustentariam a idéia de nível crustal profundo para o magmatismo
que deu origem a estas rochas. Idades Pb-Pb em zircão de 2070 ± 3 (VASQUEZ et al.
2008c) e U-Pb SHRIMP em zircão de 2086 ± 5 (SANTOS, 2003) corroboram a separação
desta unidade em relação ao Complexo Bacajaí. Vasquez (2006) ressalta, a partir de
análises em isótopos de Nd, a contribuição crustal no magmatismo que originou estas
rochas, em Carneiro 2010.

35
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Jorge João et al. (1987) descreveram corpos graníticos de granulação fina denominados
de Granito João Jorge, unidade integrante da então Suíte Metamórfica Xingu.
Posteriormente, Faraco et al. (2005) descreveram estas rochas como batólitos
alongados, denominados de Monzogranito João Jorge. Esses batólitos seriam
caracterizados por altos radiométricos, e valores elevados do gradiente magnético.
Vasquez et al. (2008c) propuseram a nomenclatura Suíte Intrusiva João Jorge para
denominar esses plútons graníticos, incluindo o Granito Felício Turvo, individualizado por
Souza (1995). A suíte é composta por monzo e sienogranitos, poucos granodioritos, com
granulação média a fina, inequi e equigranulares, leucocráticos, com porções mais ricas
em biotita. Estas rochas possuem uma tênue foliação magmática ocasionalmente
superposta por uma foliação milonítica supostamente relacionada a zonas de
cisalhamento transcorrentes. Além disso, apresentam faixas de brechas cataclásticas,
acompanhadas por alteração hidrotermal, que retratariam reativação rúptil de zonas de
cisalhamento transcorrentes (VASQUEZ et al. 2008c). Idades Pb-Pb em zircão de 2077 ±
2 Ma (VASQUEZ et al. 2005) e 2076 ± 6 Ma (BARROS et al. 2007) foram atribuídas à
cristalização dos corpos graníticos desta unidade. Além disso, a idade Pb-Pb em zircão
de 2069 ± 6 Ma foi atribuída à cristalização do Granito Felício Turvo (SOUZA et al. 2003),
em Carneiro 2010.

6.1.5.5.6 Magmatismo Orogênico Pós-Colisional

Um pluton de granitóide denominado de Granodiorito Sant’Ana (VASQUEZ et al. 2008c),


ocorre intrudido às rochas do Ortognaisse Rio Preto e Paragnaisse Ipiaçava. Nesse
pluton foram registrados granodioritos e tonalitos, além de leucomonzogranitos,
ocasionalmente. As rochas apresentam granulação média a fina, e uma foliação
magmática incipiente. Na mesma unidade, também foram encontrados diques de
composição diorítica, relacionadas a misturas de magmas. A idade Pb-Pb em zircão de
1986 ± 5 Ma (VASQUEZ et al. 2005) sugeriu que o Granodiorito Sant’Ana é o granitóide
mais jovem do Domínio Bacajá, em Carneiro 2010.

6.1.5.5.7 Coberturas Fanerozóicas

Sobrepostas às rochas Pré-Cambrianas do Domínio Bacajá, se encontram as rochas


fanerozóicas da Bacia do Amazonas. Na área central do Domínio Bacajá afloram,
principalmente, rochas da Formação Alter do Chão (CAPUTO et al. 1971, DAEMON,
1975, ROSSETTI e NETO, 2006). Soleiras, diques e stocks ocorrem intrudidos às rochas
da Bacia do Amazonas, e são denominados de Diabásio Penatecaua (Issler et al. 1974,
VASQUEZ et al. 2008c). Esses corpos são constituídos por diabásios, que apresentam
alta expressividade em dados magnetométricos, e encontram-se preferencialmente
orientados segundo ENE-WSW a N-S, em Carneiro 2010.

Cascalhos e demais sedimentos aluvionares recobrem as principais drenagens e


planícies de inundações na região, em Carneiro 2010.

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6.1.5.5.8 Recursos Minerais do Domínio Bacajá

O potencial metalogenético do Domínio Bacajá é considerado alto por similaridade e


correlação com terrenos do Escudo das Guianas, representados pelo Grupo Paramaca e
Supergrupo Barama-Mazaruni (DELOR et al. 2003). Nas Guianas, estes terrenos são
caracterizados por mineralizações auríferas do tipo ouro orogenético, com algumas minas
de classe mundial. Ressalta-se ainda a presença de inúmeros garimpos de ouro na
extensão brasileira desses terrenos, desde o norte do Amapá, parcialmente cobertos pela
bacia Amazônica, estendendo-se até o norte do Núcleo arqueano de Carajás, em
Carneiro 2010.

Os trabalhos de Jorge João et al. (1987) salientaram, além da presença de ouro, a


presença de ferro e bens minerais como cobre, níquel e cromo, potencialmente
associados com a sequência máfico-ultramáfica da Serra Três Palmeiras, atualmente
reconhecida como Sequência Três Palmeiras. Os autores revelaram ainda a presença de
scheelita nestas mesmas rochas, em Carneiro 2010.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-26 - Geologia e recursos minerais da parte central do Domínio Bacajá com destaque para a região do aerolevantamento Anapu-Tuerê
(polígono em vermelho) e para a área de estudo (polígono azul) (modificado de VASQUEZ et al. 2008c), em Carneiro 2010.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

6.1.5.6 Craton Amazônico – Dominio Carajás

A Província Carajás é o mais importante domínio arqueano do Cráton Amazônico. Foi


subdividida originalmente em três blocos, Cinturão Itacaiúnas, Terreno Granito-
Greenstone de Rio Maria (TGGRM) e Cinturão Pau D’Arco (Araújo & Maia 1991; Costa
et al., 1995), posteriormente reduzidos para dois, o TGGRM e o Bloco Carajás
(SOUZA et al., 1996; DALL’AGNOL et al., 1997, 2006; ALTHOFF et al., 2000). O Bloco
Carajás é constituído na sua porção norte pela Bacia Carajás e sua porção sul foi
denominada informalmente de Domínio de Transição, interpretado como uma possível
extensão do Domínio Rio Maria, afetada pelos eventos neoarqueanos que moldaram a
Bacia de Carajás (Dall’Agnol et al., 1997, 2006). Mais recentemente, foi proposta para
estes dois blocos a designação de domínios Rio Maria e Carajás (Vasquez et al.,
2008). O Domínio Rio Maria, formado durante o final do Mesoarqueano (3,0 a 2,86
Ga), foi extensivamente estudado e os principais aspectos de sua evolução se
encontram relativamente bem definidos, em particular no que diz respeito ao
magmatismo granitoide arqueano (MACAMBIRA & LAFON, 1995; ALTHOFF et al.,
2000; SOUZA et al., 2001; DALL’AGNOL et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2009, 2011;
ALMEIDA et al., 2011, 2013), em Dall’Agnol et al., 2012.

A Bacia Carajás, formada no Neoarqueano sobre um substrato mesoarqueano,


também foi alvo de muitos estudos, devido ao seu excepcional interesse
metalogenético (GIBBS et al., 1986; DOCEGEO, 1988; ARAÚJO et al., 1988;
MACHADO et al., 1991; TEIXEIRA & EGGLER, 1994; PINHEIRO & HOLDSWORTH,
1997; BARROS et al., 1997, 2009; TRENDALL et al., 1998; LINDENMAYER et al.,
2001; TALLARICO et al., 2005; LOBATO et al., 2005; BOTELHO et al., 2005). Porém,
comparativamente ao TGGRM e à Bacia Carajás, a porção sul do Domínio Carajás,
correspondente ao Subdomínio de Transição (FEIO et al., 2013), até recentemente
havia sido estudada apenas em nível de reconhecimento regional (ARAÚJO & MAIA,
1991) e, apesar da relevante contribuição daqueles autores em termos de feições
estruturais e evolução tectônica, havia um desconhecimento quase total em relação ao
seu magmatismo granítico e idades das principais unidades, o que fazia com que os
diferentes granitoides e gnaisses arqueanos fossem englobados indistintamente no
Complexo Xingu, em Dall’Agnol et al., 2012.

Constatou-se, a partir dos estudos realizados, em parte publicados nesta edição, que
a porção leste do Subdomínio de Transição, que faz contato tectônico com o Cinturão
Araguaia, é constituída dominantemente por associações de tonalitos e trondhjemitos
com todas as características dos típicos TTG arqueanos. P. A. Santos et al.
apresentam as características geológicas, petrográficas e geoquímicas das
associações tonalítico-trondhjemíticas, presentes na porção leste do Subdomínio de
Transição, a norte de Sapucaia, e discutem possíveis modelos petrogenéticos para
explicar sua origem, estabelecendo comparações com associações afins da Província
Carajás. Os tonalitos e trondhjemitos exibem altas razões La/Yb e Sr/Y, tendo sido

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

propostas para eles fontes à base de granada anfibolitos em altas pressões (ca. 1,5
GPa), com fracionamento de granada e, possivelmente, anfibólio. Possuem maiores
similaridades com o Tonalito Mariazinha e o Trondhjemito Mogno, ambos do Domínio
Rio Maria, e foram correlacionados com o Trondhjemito Colorado, descrito a oeste da
área estudada por A. C. Silva et al. (comunicação pessoal, 2013). Abordam, ainda,
rochas granodioríticas associadas às rochas mencionadas, mas concluem que não há
vínculo genético entre granodioritos e tonalitos/trondhjemitos, em Dall’Agnol et al.,
2012.

Por sua vez, M.F.B. Teixeira et al. concentraram suas pesquisas em


leucogranodioritos e leucogranitos identificados nesse mesmo segmento do
Subdomínio de Transição. Estudaram um corpo granodiorítico, ao qual denominaram
de Leucogranodiorito Pantanal, com caráter peraluminoso, afinidade cálcio-alcalina,
conteúdo relativamente elevado de Ba e Sr, padrões de ETR sem anomalias
expressivas de Eu e com acentuado fracionamento de ETRP. Concluem que o magma
granodiorítico não deve ser derivado da fusão parcial de fontes tonalítico-
trondhjemíticas e que granada deve ter sido uma fase importante, seja no resíduo da
fusão, seja durante o fracionamento do magma, ocorrendo o inverso com plagioclásio.
Não descartam a hipótese de que os magmasgranodioríticos possam resultar de
interação entre magmas máficos hidratados derivados do manto (sanukitoides) e
crosta ou líquidos tonalíticos. Uma variante desse modelo envolveria interação entre
fluidos enriquecidos em K, Sr e Ba, derivados do manto metassomatizado, e rochas
TTG antigas ou magmas TTG contemporâneos, modificados de modo a gerar os
leucogranodioritos e granitos. Esta última hipótese foi a preferida pelos autores. O
Leucogranodiorito Pantanal é cortado por leucogranitos deformados, com assinatura
geoquímica de granitos tipo-A reduzidos, possivelmente correlacionáveis aos granitos
da Suíte Planalto, em Dall’Agnol et al., 2012.

M.J.P. Santos et al. focaram seu estudo na petrografia, geoquímica e geocronologia


Pb-Pb por evaporação em zircão de granitoides arqueanos encaixantes do batolito
paleoproterozóico Seringa, também no Domínio Rio Maria e no limite com o
Subdomínio de Transição. Distinguiram nesta área quatro tipos de granitoides
arqueanos: 1) anfibólio-biotita-granodioritos com idade de cristalização de 2875 ± 2
Ma, conteúdo modal de máficos entre16 e 21%, teores elevados de Ni, Cr e Mg,
correlacionados às rochas da Suíte Sanukitoide Rio Maria; 2) biotitagranodioritos com
idade de cristalização de 2884 ± 3 Ma, distintos em termos petrográficos e
geoquímicos das rochas anteriores, com proporções modais de minerais máficos
variando de 8 a 15%, conteúdo mais elevado de ETR e pronunciadas anomalias
negativas de Eu; 3) leucogranodioritos e granitos, contendo fenocristais de plagioclásio
e álcali-feldspato, correlacionados às rochas da Suíte Guarantã; 4) biotita-epidoto-
trondhjemitos, com altas razões La/Yb, Sr/Y e Nb/Ta e fortes similaridades com as
rochas do Trondhjemito Mogno, em Dall’Agnol et al., 2012.

40
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

R.D. Santos et al. dedicaram-se à geologia, geoquímica e geocronologia do Diopsídio-


Norito Pium em sua área-tipo. Este trabalho se reveste de grande importância devido à
controvérsia sobre a origem metamórfica ou ígnea e a idade mesoarqueana ou
neoarqueana desta unidade (PIDGEON et al., 2000; RICCI & CARVALHO, 2006;
VASQUEZ et al., 2008; GALARZA et al., 2012; FEIO et al., 2012). Os dados obtidos
pelos autores confirmam a idade neoarqueana (2,74 a 2,73 Ga) e as características
ígneas da associação, constituída por noritos, gabronoritos, quartzo-gabros e
enderbitos, que exibem localmente feições de magma mingling, sugerindo relações de
contemporaneidade e cogeneticidade. A associação exibe caráter ferroso, natureza
toleítica, afinidade geoquímica com basaltos intraplaca e teria sido derivada da fusão
parcial de manto peridotítico. Dados isotópicos Sm-Nd forneceram idades-modelo
TDM mesoarqueanas (3,14 a 3,06 Ga) e valores de εNd (t = 2,74 Ga) entre -2,78 e -
1,58, indicando contribuição crustal em sua gênese, em Dall’Agnol et al., 2012.

Finalmente, C. Ronaib & D.C. Oliveira estudaram a geologia da porção norte do


TGGRM em área próxima do seu limite com o Subdomínio de Transição, situada a
oeste de Xinguara e imediatamente a sul de Água Azul do Norte. Identificaram duas
associações TTG distintas, as quais correlacionaram ao Tonalito Caracol e ao
Trondhjemito Mogno, descritos originalmente em áreas próximas do TGGRM. Essas
associações TTG são seccionadas por granodioritos e leucogranodioritos, cujos
magmas teriam, segundo os autores, origem distinta daquela dos TTG. O biotita-
granodiorito apresenta maior grau de deformação quando comparado com o
leucogranodiorito e se distingue geoquimicamente dele por apresentar enriquecimento
relativo em Al2O3, CaO e Na2O, marcante anomalia positiva de Eu e padrão
fortemente fracionado de ETRP, assim como ligeiro empobrecimento em K2O. O
controle composicional dessas rochas pode ter ocorrido em função de dois ou mais
processos: (i) graus variáveis de fusão parcial de basaltos, sob diferentes níveis de
pressão, o que controlaria a mineralogia residual predominante (em particular granada
e feldspatos), exercendo forte controle no comportamento de ETRP, Al2O3, da razão
K2O/Na2O, Sr e Y; (ii) fonte mais enriquecida em sedimentos subductados da crosta
oceânica, o que geraria magmas com composição similar ao biotita-granodiorito, em
Dall’Agnol et al., 2012.

As informações obtidas nos trabalhos efetuados no Subdomínio de Transição


revelaram que ele não é homogêneo em termos de evolução geológica e tectônica e
permitiram a distinção de dois novos domínios no mesmo, o domínio Canaã dos
Carajás, situado ao norte (FEIO et al., 2013), e outro a sul, denominado de Domínio
Sapucaia, em Dall’Agnol et al., 2012. Esta unidade está demonstrada nos Mapa 6.1-1.

41
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-27 - Províncias Tectônicas do Estado do Pará. Domínios Rio Maria e Carajás,
Vasquez et al. (2008).

42
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-28 - Mapa Geológico dos Domínios Rio Maria e Carajás, Vasquez et al. (2008).

43
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-29 - Mapa Geológico dos Domínios Carajás e Rio Maria, modificado de Santos
(2003), Vasquez et al. (2008), Almeida (2010) e Feio (2011).

6.1.5.7 Craton Amazônico – Dominio Rio Maria

A Suíte Rio Maria está localizada no Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, porção
sul da Província Carajás. A Província Carajás está inclusa dentro da Província
Amazônia Central (TASSINARI & MACAMBIRA 2004; Figura 6.1-3), porção leste do
Cráton Amazônico, e compreende principalmente rochas arqueanas intrudidas por
granitos anorogênicos paleoproterozóicos. Esta província é limitada a oeste por um
terreno dominado por granitóides proterozóicos e assembléias vulcânico-piroclásticas
do Supergrupo Uatumã, com idades próximas de 1,88 Ga (Teixeira et al. 2002; Figura
6.1-31); a leste, é bordejada pelo Cinturão Araguaia do Neoproterozóico, relacionado
ao Ciclo Brasiliano (Pan-Africano), o qual não afetou significativamente o Cráton
Amazônico; a norte e a sul, pela Província Maroni-Itacaiúnas e pelo domínio Santana
do Araguaia (Vasquez et al. 2008), respectivamente, ambos formados durante o
Evento Trans-Amazônico (2,20 - 2,10 Ga), em Oliveira 2009.

44
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

A Província Carajás é subdividida atualmente em Terreno Granito-Greenstone de Rio


Maria, com idade de 3,00 - 2,86 Ga (MACAMBIRA & LAFON 1995, Dall`AGNOL et al.
2006), e a Bacia tipo rift de Carajás, composta dominantemente de rochas
metavulcânicas, formações ferríferas bandadas e granitoides com idades de 2,76 –
2,55 Ga (MACHADO et al. 1991, MACAMBIRA & LAFON 1995, BARROS et al. 2001).
A Suíte Rio Maria está situada no Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria o qual é
formado por greenstone belts e granitóides arqueanos, recobertos por sedimentos do
Grupo Rio Fresco, provavelmente também de idade arqueana, e são cortados por
granitos tipo-A paleoproterozóicos da Suíte Jamon (DALL’AGNOL et al. 2005, 2006),
em Oliveira 2009.

No Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria o evento que produziu os greenstone


belts foi dominantemente vulcânico máfico-ultramáfico, gerando maior abundância de
komatiítos e basaltos toleíticos com idades que variam de 2,97 a 2,9 Ga
(MACAMBIRA, 1992, PIMENTEL & MACHADO, 1994, SOUZA, 1994). Contribuições
vulcânicas ácidas e rochas sedimentares ocorrem subordinadamente, em Oliveira
2009.

Os Granitóides arqueanos do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria foram


divididos por Dall’Agnol et al. (1997a, 2006), com base em aspectos petrográficos,
geoquímicos e geocronológicos, em quatro grupos com idades arqueanas de 3,0 a
2,86 Ga. Um quinto grupo reuniria os granitos paleoproterozóicos (1,88 Ga). Os quatro
grupos de granitoides arqueanos foram assim definidos: 1) séries tonalito-
trondhjemito-granodioritos do tipo TTG mostrando idades entre 2,98 e 2,92 Ga e
representadas pelo Tonalito Arco Verde, Tonalito Caracol, Tonalito Mariazinha e
Trondhjemito Mogno (ALTHOFF et al. 2000, LEITE et al. 2004, ALMEIDA et al.
submetido, GUIMARÃES et al., submetido); 2) granitóides sanukitóides com alto Mg
(ALTHOFF 1996, LEITE 2001, OLIVEIRA 2005), representados pelas diferentes
ocorrências de rochas da Suíte Rio Maria, com idades em torno de 2,87 Ga
(MEDEIROS 1987, MACAMBIRA & LANCELOT 1996, ALTHOFF et al. 2000, LEITE et
al. 2004, OLIVEIRA et al. 2009, OLIVEIRA et al. submetido a, b); 3) granitóides das
séries TTGs jovens representados pelo Trondhjemito Água Fria (2,86 Ga; HUHN et al.
1988, PIMENTEL & MACHADO 1994, LEITE et al. 2004); 4 – leucogranitos potássicos
de afinidade cálcico-alcalina. No que diz respeito aos leucogranitos potássicos, o
evento mais expressivo de sua formação foi datado em torno de 2,87 Ga (LAFON et
al. 1994, LEITE et al. 2004), em Oliveira 2009.

Durante o Paleoproterozóico, mais precisamente em torno de 1,88 Ga, a região de Rio


Maria foi palco de magmatismo granítico anorogênico (DALL'AGNOL et al. 2005, 2006,
DALL’AGNOL & OLIVEIRA 2007), representado na região por Granitos da suíte
Jamon (Jamon, Musa, Redenção, Marajoara e Bannach) e por diques félsicos a
máficos, por vezes compostos, que são contemporâneos dos granitos proterozóicos, e
que seccionam tanto as unidades arqueanas quanto os granitos paleoproterozóicos,
em Oliveira 2009.

45
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

6.1.5.7.1 Suíte Sanukitóide Rio Maria

Dall’Agnol et al. (1986) denominaram informalmente de Granodiorito Rio Maria, os


domos de granitóides arrasados identificados por Cordeiro (1982), truncando biotita
gnaisses, migmatitos e seqüências do tipo greenstone-belts. Medeiros et al. (1987)
formalizaram a denominação de Granodiorito Rio Maria. O Granodiorito Rio Maria
ocorre em grandes áreas do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria (Figura 6.1-30).
Sua área-tipo está localizada nas proximidades da cidade de Rio Maria, mas também
está exposto a sul e noroeste de Xinguara, a norte de Redenção, a leste da cidade de
Bannach e nas proximidades da Agrovila Mata Geral (noroeste de Redenção). Alguns
granitóides descritos nas regiões de Carajás, Xingu e Serra do Inajá são também
correlacionados ao Granodiorito Rio Maria (DOCEGEO 1988, COSTA et al. 1995,
ROLANDO & MACAMBIRA 2002, 2003), em Oliveira 2009.

Em sua área tipo, o Granodiorito Rio Maria forneceu idades de cristalização de 2874
+9/- 10 Ma (U/Pb em zircão, MACAMBIRA, 1992, MACAMBIRA & LANCELOT, 1996)
e 2872 ± 5 Ma (U/Pb em zircão e titanita, Pimentel & Machado 1994). Idade similar foi
obtida em quartzo-diorito aflorante na região de Xinguara (2878 ± 4 Ma, método Pb-Pb
em zircão por evaporação, DALL’AGNOL et al. 1999a). Rolando & Macambira (2002,
2003) também obtiveram idades similares (método Pb-Pb em zircão por evaporação)
para rochas do Granodiorito Rio Maria e afins, aflorantes na região da Serra do Inajá,
a aproximadamente 100 km ao sul da cidade de Redenção. Rochas correlacionadas
ao Granodiorito Rio Maria que ocorrem na região do Xingu mostraram, por sua vez,
idade de 2850 ± 17 Ma (método Pb-Pb em zircão por evaporação; Avelar 1996, Avelar
et al. 1999). Relações de campo indicam que rochas da Suíte Rio Maria são intrusivas
no Supergrupo Andorinhas (DOCEGEO, 1988, SOUZA, 1994). Além disto, na área de
Xinguara, granodioritos são intrusivos no Complexo Tonalítico Caracol, ao passo que
são cortados pelo Trondhjemito Água Fria e Granito Xinguara (LEITE, 2001), em
Oliveira 2009.

Rochas máficas e intermediárias são encontradas associadas ao aos granodioritos,


mais raramente que os enclaves, estando presentes nas áreas de Xinguara (LEITE,
2001) e Bannach (OLIVEIRA et al. Submetido a), na área de Bannach, as ocorrências
de rochas máficas e intermediárias são mais expressivas e concentram-se em dois
domínios: no domínio principal, localizado próximo à cidade de Bannach, ocorre um
stock composto principalmente por quartzodioritos e quartzo-monzodioritos, em
Oliveira 2009.

As rochas da Suíte Rio Maria são, em grande maioria, classificadas como epidoto-
biotitahornblenda-granodiorito e as rochas intermediárias mostram composições
dominantemente quartzo-dioríticas com variações, no limite entre os campos, para
quartzo-monzodioríticas. A presença de enclaves máficos de tendência monzonítica
englobados pelos granodioritos é uma feição marcante. Segundo evidências de
estudos anteriores (MEDEIROS, 1987, SOUZA, 1994, LEITE, 2001, OLIVEIRA, 2005,

46
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

OLIVEIRA et al. submetido a), os enclaves podem estar ligados geneticamente às


rochas máficas e intermediárias e aos granodioritos. É importante destacar, também, a
intensidade e penetratividade do processo de saussuritização do plagioclásio, que
pode estar ligado a transformações pós-magmáticas ou a um possível evento de
metamorfismo regional que teria afetado as rochas arqueanas do Terreno Granito-
Greenstone de Rio Maria (MEDEIROS, 1987, SOUZA, 1994, ALTHOFF, 1996, LEITE,
2001). A hipótese de a saussuritização e reequilíbrio do plagioclásio e outras
transformações serem devidas a metamorfismo de baixo grau, ocorrido na região, ou
reflexo dos processos deformacionais merece consideração. Porém, mesmo as rochas
da Suíte que parecem isotrópicas mostram saussuritização do plagioclásio e
transformações em biotita e hornblenda, levando a pensar que não há uma ligação
direta entre tais transformações e os processos deformacionais atuantes na região.
Isso implica admitir que, caso tenha ocorrido um processo de metamorfismo regional,
ele seria devido essencialmente a efeitos de temperatura e fluídos ricos em H2O.
Outra hipótese seria associar tais transformações a processos hidrotermais que teriam
afetado o granodiorito e rochas associadas em condições subsolidus (SOUZA, 1994),
em Oliveira 2009.

Rochas da Suíte Rio Maria são metaluminosas e mostram outras características afins
com as das séries cálcico-alcalinas em certos diagramas, porém mostram conteúdos
mais baixos de Al2O3 e CaO e mais altos de MgO, Cr e Ni do que estas séries,
assemelhando-se geoquimicamente às suítes sanukitóides, em Oliveira 2009.

Os dados apresentados mostram que as rochas que compõem a Suíte Rio Maria
possuem todas as características petrográficas e geoquímicas típicas de rochas
sanukitóides (STERN et al. 1989, STERN & HANSON 1991, SMITHIES & CHAMPION
2000, MOYEN et al. 2003, HALLA 2005): 1) Eles são compostos de rochas ígneas
félsicas a intermediárias metaluminosas com granodioritos, geralmente incluindo
aglomerados ou enclaves máficos, como rochas granitóides dominantes; 2) Eles
possuem alto #Mg, Cr, e Ni, junto com altos conteúdos de LILE, especialmente Ba e
Sr; 3) Conteúdos moderados de K2O, refletidos nas razões K/Na que variam de 0,35 a
0,74; 4) Conteúdos relativamente altos de ETRL e forte fracionamento de ETRP,
associados com fraca ou ausente anomalia de Eu, em Oliveira 2009.

6.1.5.7.2 Suítes Sanukitóides

O termo suite sanukitóide (ou suíte diorítica-granodiorítica alto Mg) foi introduzido por
Shirey & Hanson (1984) para rochas vulcânicas e plutônicas félsicas arqueanas, na
Província Superior do Canadá, geoquimicamente distintas das suítes TTGs. Em
diversos crátons do mundo, as rochas sanukitóides formaram-se no final do Arqueano
(2,95 - 2,54Ga) como intrusões comumente tardi a pós-cinemática, as quais não são,
necessariamente, temporalmente relacionadas a um magmatismo TTG, mas quase
sempre são precedidas por intrusões dessas rochas que, em geral, ocorrem entre 50 e
150 Ma antes, em Oliveira 2009.

47
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Os sanukitóides apresentam altos teores de Mg, Cr, Ni e também Sr, Ba, P e


elementos terras raras leves. Suas assinaturas isotópicas, assim como as químicas,
são contrastantes, pois os isótopos de Nd e Sr indicam origem mantélica, enquanto os
isótopos de Pb mostram que há um importante componente crustal nessas rochas, em
Oliveira 2009.

Em resposta aos comportamentos geoquímicos e isotópicos que apontam para


características mantélicas e crustais, a maioria dos modelos propostos para explicar a
gênese dos sanukitóides arqueanos considera a fusão de um manto peridotítico
metassomatizado, ou por fluídos ou por líquidos gerados a partir de uma zona de
subducção, como processo mais provável para a formação dessas rochas. Apesar
disso, a origem de granodioritos arqueanos ricos em Mg é ainda motivo de discussão
entre pesquisadores que trabalham nos principais terrenos arqueanos do mundo, e
duas principais hipóteses tem sido propostas para sua petrogênese: I - fusão do
manto, enriquecido através da adição de fluidos e/ou líquidos em um ambiente de
subducção. Neste modelo, a fusão e o enriquecimento do manto, aconteceriam em
dois estágios temporalmente distintos: 1° Metassomatismo da cunha do manto; 2°
Posteriormente, evento tectonotermal gerou os magmas sanukitóides através da fusão
parcial do manto enriquecido (STERN et al. 1989, STERN & HANSON 1991,
SMITHIES & CHAMPION 2000, HALLA 2005, KOVALENKO et al. 2005); II – durante a
ascensão através da cunha do manto, fusões oriundas da lasca subductada
assimilariam porções do manto peridotítico em um processo de mixing (RAPP et al.
1999, MOYEN et al. 2003), em Oliveira 2009.

Em relação ao papel da crosta arqueana na formação dos sanukitóides, levando em


consideração as características, principalmente as químicas, dessas rochas, Stern et
al. (1989) aventou a possibilidade de contaminação de magma komatiítico ou basáltico
por uma crosta rica em elementos litófilos. Após estudos envolvendo modelamento
geoquímico, ele concluiu que a interação entre fusões máficas ou ultramáficas e
material crustal não pode produzir, ao mesmo tempo, os altos teores de Ni e Cr e altos
conteúdos de SiO2 e elementos litófilos encontrados em sanukitóides. Kovalenko et al.
(2005) ressaltaram que os altos teores de LREE, Ba, Sr e P encontrados nos
sanukitóides não poderiam ser causados por contaminação crustal porque as médias
das concentrações desses elementos na crosta arqueana são mais baixas do que as
dos sanukitóides (TAYLOR & MCLENNAN 1985), em Oliveira 2009.

Conclusão similar foi obtida por Smithies & Champion (1999a), embora Moyen et al.
(1997) e Stevenson et al. (1999) tenham mostrado que a assimilação de material
crustal pode ser muito importante para explicar a origem dos membros mais félsicos
das suítes. Baseados em dados de εNd, Stevenson et al. (1999) consideram que os
dioritos seriam derivados de uma fonte mantélica capaz de produzir rochas com, ao
mesmo tempo, altos conteúdos de Mg, Cr e Ni, e também SiO2, Ba, Sr, P e ETRL,
enquanto os membros mais félsicos seriam produtos de assimilação crustal. Também
com base em estudos isotópicos, porém em dados de Pb, Halla (2005) admite como

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

fonte para os sanukitóides do cráton Kareliano, o manto enriquecido. Porém, destaca


que material crustal reciclado, colocado em profundidades mantélicas em zonas de
subducção, pode ter tido um papel importante para o enriquecimento do manto e
consequente geração no Arqueano de granitóides sanukitóides com importantes
conteúdos de Pb crustal, em Oliveira 2009.

A busca do mecanismo petrogenético mais favorável a geração de rochas


sanukitóides, bem como o papel de processos de cristalização fracionada e
assimilação crustal na evolução dos magmas gerados, e ainda a relação entre os
processos que geraram associações TTGs e aqueles que causaram o
metassomatismo e fusão do manto, são questões fundamentais na procura do melhor
entendimento da gênese e evolução das suítes sanukitóides as quais certamente
ainda serão muito discutidas na literatura mundial, em Oliveira 2009.

49
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-30 - Mapa geológico do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, modificado de Leite (2001), em Oliveira 2009.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-31 - Províncias geocronológicas do Craton Amazônico, de acordo com


Tassinari & Macambira (2004), em Oliveira 2009.

51
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-32 - A – Afloramento de Granito pórfiro do Domínio Rio Maria nas margens da
BR-155 proximo a Xinguara – PA; em detalhe – B, o granito de cor cinza com pórfiros de
plagioclásio e feldspato de cor branca e máficos como anfibólio de coloração escura.
(por Waldirney M. Calado).

Figura 6.1-33 - A – Afloramento de Granito pórfiro do Domínio Rio Maria nas margens da
BR-155 proximo a Pau D’Arco – PA; em detalhe – B, o granito de cor cinza-rosa com
pórfiros de plagioclásio e feldspato de cor branca a rosa e máficos como anfibólio de
coloração escura. (por Waldirney M. Calado).

52
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-34 - Morro com granito do Domínio Rio Maria nas margens da BR-158 próximo
a Redenção – PA. (por Waldirney M. Calado).

6.1.5.8 Craton Amazônico – Dominio Santana do Araguaia

A região de Santana do Araguaia tem sido considerada uma continuidade do Terreno


Granito-Greenstone de Rio Maria de idade mesoarqueana (3,0–2,86 Ga) sendo,
portanto, interpretada como pertencente à Província Carajás (SANTOS, 2003) ou à
Província Amazônia Central segundo a proposta de Tassinari & Macambira (1999,
2004). No entanto, estudos realizados por Macambira et al. (2007) e Vasquez et al.
(2007a, 2008), permitiram sugerir um quadro geológico diferente dos apresentados por
Cunha et al. (1981), Neves e Vale (1999) e Faraco et al. (2004a). A partir de novos
dados geocronológicos por evaporação Pb em zircão, esses autores sugeriram que o
retrabalhamento de rochas arqueanas ocorreu durante o Evento Transamazônico, em
Correa 2012.

A nova proposta litoestratigráfica, a caracterização estrutural e os novos dados


geocronológicos levaram Vasquez et al. (2007a, 2008) a individualizar na região
sudeste do Cráton Amazônico um novo domínio denominado de Domínio Santana do
Araguaia (DSA), que se localiza no extremo sudeste do estado do Pará, em contato a
leste e a norte com o Domínio Rio Maria, a oeste com o Domínio Iriri-Xingu e a sul
com a bacia dos Parecis e Faixa Araguaia. (Figura 6.1-36). Segundo Vasquez et al.
(2008), este domínio é marcado estruturalmente por uma forte foliação com trend NW-
SE. Trata-se de um segmento crustal composto por granitóides deformados, gnaisses,
migmatitos e sequências Supracrustais, individualizado pelas seguintes unidades:
Ortognaisse Rio Campo Alegre, Sequência Fazenda Santa Fé, Sequência Mururé,

53
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Complexo Santana do Araguaia, Tonalito Rio Dezoito, Rochas Supracrustais e


Granitos Intrusivos. O domínio foi incluído na Província Transamazonas de Santos
(2003) ou na Província Maroni-Itacaiúnas (TASSINARI & MACAMBIRA 2004) que, em
linhas gerais, consistem de grandes domínios juvenis do Paleoproterozóicos e
segmentos arqueanos retrabalhados durante o Ciclo Transamazônico. A seguir serão
descritos em maior detalhe as unidades do DSA, em Correa 2012. Esta unidade está
demonstrada nos Mapa 6.1-1

6.1.5.8.1 Ortognaisse Rio Campo Alegre

Os gnaisses esta unidade ocorre na porção central do DSA como uma área triangular
com cerca de 50 km de comprimento e uma largura máxima de 23 km, orientada
segundo NW-SE (Figura 6.1-35). Segundo Macambira et al. (2007), essa unidade é
composta por leucognaisses granodioríticos e tonalíticos, foliados, monzogranitos
variando de gnaissificado a isotrópico e granodioríticos e monzograníticos
migmatizados. Os tipos gnáissicos exibem bandamento milimétrico a centimétrico,
irregular, formado pela alternância de bandas félsicas quartzo-felspáticas e bandas
mais concentradas em biotita. Este bandamento apresenta-se ondulado e, às vezes,
com dobras abertas e fechadas. Os migmatitos apresentam típicas feições de intensa
migmatização, com paleossomas e neossomas. Esses ortognaisses foram datados
pelo método Pb-Pb em zircão fornecendo idades entre 2408 ± 7 a 2663 ± 23 Ma
(VASQUEZ et al., 2007a), sendo a maior idade obtida para a região e interpretada
como idade mínima de cristalização do protólito ígneo, em Correa 2012.

6.1.5.8.2 Sequência Fazenda Santa Fé

Esta unidade apresenta-se como faixas orientadas segundo direção NW-SE,


compostas por rochas metamáficas e metassedimentares (MACAMBIRA et al. 2007;
Vasquez et al. 2007a, 2008), (Figura 6.1-36). As rochas metamáficas estão
representadas por metabasaltos granofels e porfiríticos, plagioclásio-quartzo-actilonita
granofels, quartzo-plagioclásio-tremolita xisto e quartzo-plagioclásio-actinolita xisto.
Enquanto as rochas metasedimentares são constituídas por quartzitos, biotita
muscovita xisto, sericita quartzo xisto, muscovita biotita granofels, metarenito
sericítico, metacalcário, formação ferrífera bandada e ardósia carbonosa, em Correa
2012.

6.1.5.8.3 Sequência Mururé

Ocorre na porção norte do DAS, nos flancos da Serra do Mururé, sendo constituída
dominantemente de rochas metassedimentares (Figura 6.1-36). Predominam
quartzitos, metarenitos e metarcóseos e rochas com maior contribuição pelítica,
metagrauvaca, metasiltito, biotita xisto quartzo-feldspático, filito e ardósia. Datações
pelo método Pb-Pb em zircões detríticos obtidas na sequência Mururé variam entre
2833 ± 7 e 2975 ± 14 Ma (MONTEIRO et al. 2004), e indicam idade máxima de
sedimentação em torno de 2,83 Ga, em Correa 2012.

54
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

6.1.5.8.4 Complexo Santana do Araguaia

Este complexo é o de maior abrangência no DSA (Figura 6.1-36). De acordo com


Macambira et al. (2007) e Vasquez et al. (2007a, 2008) predominam monzogranitos,
que variam de biotita monzogranitos a leucomonzogranitos, por vezes com duas
micas. Granodioritos e tonalitos ocorrem subordinadamente, variando de biotita
granodioritos e tonalitos, biotita-hornblenda granodioritos e tonalitos, hornblenda-biotita
tonalitos, granodiorito com biotita, leucogranodioritos e leucotonalitos. Não há registros
de datações das rochas do Complexo Santana do Araguaia, entretanto no nordeste do
estado do Mato Grosso, que poderia representar o seu prolongamento para sul, foi
obtida uma isócrona Rb-Sr de referência onde foi calculada uma idade de 2696 ± 79
Ma (Cunha et al. 1981). Na mesma região foram obtidas idades K-Ar (minerais) e Rb-
Sr (isócrona de referência) paleoproterozóicas, entre 2,17 e 2,0 Ga (TASSINARI &
BASEI, 1980), que refletem retrabalhamento de rochas mais antigas durante o Evento
Transamazônico, em Correa 2012.

6.1.5.8.5 Tonalito Rio Dezoito

Na porção noroeste do DSA ocorre um corpo granítico de dimensões batólítícas de


forma alongada com direção NW-SE (Figura 6.1-36). De acordo com Macambira et al.
(2007), este corpo é composto por tonalitos, com subordinados granodioritos e
monzogranitos, portadores de biotita e hornblenda, variando de isotrópicos a
bandados; leucogranitos e litotipos com relictos de piroxênio são subordinados.
Segundo Vasquez et al. (2007a, 2008) o retrabalhamento do DSA durante o Ciclo
Transamazônico, previamente indicado por idades radiométricas Rb-Sr e K-Ar, é
confirmado pelo magmatismo granitóide paleoproterozóico de 2187± 28 Ma
(VASQUEZ et al. 2007). A donominação Tonalito Rio Dezoito, foi proposta por
Macambira et al. (2007), individualizando do Complexo Xingu (SILVA et al. 1974,
CUNHA et al. 1981, FARACO et al. 2004a), em Correa 2012.

6.1.5.8.6 Rochas supracrustais

Este grupo de rochas compreendem sucessões pelíticas e psamíticas correlatas ao


Grupo Rio Fresco e psamíticas quartzosas da Formação Gorotire, bem como
sucessões de rochas vulcânicas félsicas e depósitos piroclásticos associados que
recobrem os granitóides do DSA (Figura 6.1-35), em Correa 2012.

6.1.5.8.7 Granitos paleoproterozóicos

Granitos da Suíte Intrusiva Rio Dourado e rochas plutônicas do Sienito Rio Cristalito
cortam os granitóides presentes na área, intrudindo também as coberturas
sedimentares da Formação Gorotire (Figura 6.1-36). A Suíte Intrusiva Rio Dourado e o
Sienito Rio Cristalino representam o último evento magmático reconhecido no DSA.
Tratam-se de manifestações plutônicas anorogênicas, de afinidade alcalina, sendo que
a primeira tem características de granitos tipo-A, tendo sido datada em 1889 ± 11 Ma

55
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

(BARROS et al. 2005). A suíte Rio dourado é cronocorrelata a outras suítes similares
que retratam um importante evento magmático alcalino intracontinental,
expressivamente representadas em toda a porção sudeste do Cráton Amazônico
(Suíte Intrusiva Jamon/Domínio Rio Maria, Suíte Intrusiva Carajás/Domínio Carajás),
em Correa 2012.

56
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 6.1-35 - Províncias Geocronológicas do Cráton Amazônico: A - Tassinari & Macambira (2004); B - Santos et al. (2000), em Correa 2012.

57
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-36 - Mapa geológico simplificado do Domínio Santana do Araguaia, Domínio


Rio Maria, Domínio Iriri-Xingu e Faixa Araguaia, com localização de amostras datadas.
Fonte: Adaptado de Macambira et al. (2007), em Correa 2012.

58
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

6.1.6 GEOMORFOLOGIA

Na elaboração do diagnóstico da geomorfologia para a área em questão, considerou-


se como referencial bibliográfico de orientação os estudos produzidos, ou contratados,
além de dados secundários na área da Ferrovia Paraense S.A. de instituições como o
IBGE, SIPAM e outros que disponibilizam dados georeferenciados, além de resultados
de investigações desenvolvidas para estudos ambientais durantes as etapas de
campo.

Para a elaboração deste relatório adotou-se como forma de abordagem uma análise
integrada entre os temas do meio físico analisados. Tal abordagem permite uma visão
integrada das relações existentes entre estes, bem como a influência dos mesmos na
estruturação das paisagens naturais e daquelas oriundas da interferência humana.
Partiu-se de informações que priorizaram a caracterização da AII, buscando-se a
compreensão do arranjo da base física da mesma, objetivando-se uma
compartimentação adequada e representativa da geomorfologia da área em estudo
(IBGE, 2009).

Para o desenvolvimento do estudo referente a AII AID e ADA, foram utilizados os


conceitos de Ecologia da paisagem é a ciência que estuda e procura melhorar o
relacionamento entre os padrões espaciais e processos ecológicos em diversas
escalas de paisagem e níveis de organização (IBGE, 2009, Turner 1989 e Wu, J.
2008).

6.1.6.1 Dados e Métodos Utilizados

O método de mapeamento geomorfológico baseou-se na separação das unidades


seguindo critérios de agrupamento de tipos de modelados semelhantes, condicionado
à estrutura geológica e à morfodinâmica (IBGE, 2009). Na expressão cartográfica das
Unidades Geomorfológicas utilizou-se da base do IBGE, 2006, imagens Resourcesat e
LANDSAT 8, Radar SRTM e trabalhos de campo, obtendo-se os mapas temáticos
consolidados divididos de acordo com o corte cartográfico ao milionésimo do IBGE-
DSG. Assim, as unidades foram definidas como um arranjo de formas
fisionomicamente semelhantes em seus tipos de modelados. Essa convergência
resulta de uma determinada geomorfogênese de caráter local. A geomorfogênese e a
convergência de geoformas são explicadas por fatores bioclimáticos, geológico-
estruturais, paleoclimáticos, pedológicos e/ou por outros (IBGE, 2009). Cada Unidade
Geomorfológica representa a predominância de determinado tipo de modelado e de
processos originários, resultando em formações superficiais (solos) diferenciadas de
outras.

59
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

6.1.6.2 Contexto Geomorfológico Regional - AII

6.1.6.2.1 Caracterização das Unidades Geomorfológicas AII

A Área de Influência Indireta da Ferrovia Paraense S.A., intercepta 14 unidades


geomorfológicas ao longo de 1.200 km. Os mapas, com maior detalhe, serão
apresentados na escala de 1:100.000 de acordo com o corte cartográfico internacional
ao milionésimo, utilizados pelo DSG e IBGE, ao todo foram geradas 30 cartas. A
Figura 6.1-37 mostra a articulação geral dos mapas gerados. Abaixo estão listadas as
referidas unidades geomorfológicas da forma como ocorrem ao longo da ferrovia.

 Planícies Fluviais;
 Tabuleiros Paraenses;
 Chapada de Paragominas;
 Planalto Dissecado do Gurupi – Grajaú;
 Depressão de Imperatriz;
 Patamar Dissecado Capim- -- Moju;
 Depressão do Bacajá;
 Depressão do Médio e Baixo Araguaia;
 Serra dos Carajás;
 Depressão do Médio Xingu;
 Serras de São Félix -- Antonhão – Seringa;
 Planaltos Residuais do Sul do Pará;
 Depressão de Santana do Araguaia;
 Planície do Araguaia – Javaés.

O Mapa 6.1-2, composto por 30 folhas, apresenta o mapa geomorfológico de todos os


municípios transpostos pelo projeto da Ferrovia Paraense S.A.

60
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Mapa 6.1-2 – Mapa Geomorfológico (30 folhas)

Caderno de Mapas Volume III

61
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-37 - Unidades de relevo presentes ao longo da Ferrovia Paraense S.A., na aii
(área de influencia indireta).

Fonte: IBGE, 2006, adpatado por Terra

Planícies Fluviais

As planícies fluviais ocorrem ao longo dos principais rios que recortam a área Ferrovia,
que é caracterizada pela presença de vales encaixados, com estreita faixa de cordões
arenosos desenvolvidos pela sedimentação dos rios.

62
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

São formadas por processos de arrastamento e saltação de material grosseiro;


suspensão de colóides e deposição de sedimentos ao longo de trechos das margens.
Por vezes o material acha-se pedogeneizado. O Contato, com outras unidades e
geralmente abrupto, por barrancas marginais; eventualmente por superfície rampeada.
Esta unidade é constituída de materiais provenientes da alteração de rochas
cristalinas e ou como material retrabalhado de rochas sedimentares, que gerou solos
Podzólicos Vermelho-Amarelos, por vezes plínticos, associados a Plintossolos álicos,
nos terraços; e Latossolos, por vezes plínticos, associados a Gleissolos, nos terraços
com planícies, formando depósitos sedimentares inconsolidados.

A área de ocorrência é plana, resultante de diferentes acumulações fluviais, periódica


ou permanentemente inundada, comportando meandros abandonados e diques
fluviais com diferentes orientações, ligada com ou sem ruptura de declive a patamar
mais elevado. Ocorrem nos vales com preenchimento aluvial contento material fino a
grosseiro, pleistocênicos e holocênicos. A Figura 6.1-38 e o Mapa 6.1-2 mostram a
disposição espacial regional das planícies fluviais ao longo do traçado da Ferrovia. A
Figura 6.1-39 mostra um perfil sobre o Rio Mojú, mostrando a área ocupada pela
Planicie aluvial do referido Rio, cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas entre
0 a 50 metros, ao longo das margens dos principais rios que cortam o traçado da
ferrovia. A Figura 6.1-40 mostra as fotografias a forma de ocorrência desta unidade ao
longo da ferrovia.

63
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-38 - Unidades de relevo planicies fluviais na AII. Os pontos em amarelo foram
fotografados em visitas de campo.

64
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-39 – Perfil sobre o rio mojú, mostrando a área ocupada pela planicie do rio em amarelo, sobre o modelo digital de terreno srtm.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-40 – Fotos da ocorrência de planície fluvial ao longo da ferrovia, em a) é


possivel observar a deposição de areia as margens do rio capim, em b) e c) nas margens
do rio mojú e aruandeua é possível observar a deposição de sedimentos ao longo de
trechos das margens, em d) e e) é possivel observar depositos de areias e seixos as
margens dos rios tocantins e itacaiuas.

(a) (b)

(c)

(d) (e)

66
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Tabuleiros Paraenses

Os tabuleiros paraenses ocorrem na região nordeste do estado do Pará envolvendo


uma extensa área que envolve vários municípios do estado do Pará. Durante o
mapeamento do Projeto RADAM, Barbosa & Pinto (1973) verificaram que o Pediplano
Pleistocênico que truncou a superfície da Depressão Periférica de Crateús. Nesse
trabalho também se admite a ação de uma fase erosiva atuando sobre a unidade,
durante o Pleistoceno, em clima semi-árido. Na passagem do Pleistoceno para o
Holoceno, a mudança para um clima úmido favoreceu a instalação da drenagem e
possibilitou a esculturação dos recortes da chapada, através dos vales observados na
paisagem atual.

Os contatos desta unidade são, geralmente, graduais ou disfarçados. Pequenos


ressaltos assinalam as transições para os terraços fluviais e fluviomarinhos.

Nesta unidade os sedimentos da cobertura terciário-quaternária deram origem a


pacote de solos tipo Latossolo Amarelo distrófico, de textura argilosa. Na área da
cidade de Belém e municípios adjacentes, ocorrem Solos Concrecionários Lateríticos
Indiscriminados distróficos. Esta unidade de relevo ocorre sobre as Bacias
Sedimentares e Coberturas Inconsolidadas apresenta modelão de relevo o Pediplano
retocado inumado.

Os tabuleiros paraenses tratam-se de uma superfície de aplanamento elaborada


durante fases sucessivas de retomada dos processos de erosão, os quais geraram
sistemas de planos inclinados, às vezes levemente côncavos. São formados por um
conjunto de formas de relevo de topos tabulares, conformando feições de rampas
suavemente inclinadas e lombas esculpidas em coberturas sedimentares
inconsolidadas, denotando eventual controle estrutural. Resultam da instauração de
processos de dissecação. Os topos de planaltos e chapadões, dominados por
residuais ou dominando relevos dissecados; ocorre igualmente nas depressões
pediplanadas interplanálticas e periféricas em forma de "tabuleiros" e no sopé de
escarpas que dominam os níveis de erosão inferiores.

A Figura 6.1-41 e o Mapa 6.1-2 mostram a disposição espacial regional Tabuleiro


Paraense ao longo do traçado da Ferrovia. Ressalta-se que esta unidade
geomorfológica estão localizadas predominantemente na região norte da Ferrovia. A
Figura 6.1-42 mostra o perfil topográfico sobre a unidade Tabuleiro Paraense, cujos
topos apresentam-se em cotas altimetricas superiores a 60 metros. A Figura 6.1-43
mostra as fotografias a forma de ocorrência desta unidade ao longo da ferrovia.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-41 - Unidades de relevo tabuleiros paraenses na AII.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-42 – Perfil sobre a unidade de relevo tabuleiros paraenses, cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas superiores a 60 metros e
inferiores a 100. O perfil foi feito ao longo da ferrovia.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-43 – Fotos mostrando superfície de aplanamento em sistemas de planos


inclinados, às vezes levemente côncavos. são formados por um conjunto de formas de
relevo de topos tabulares, conformando feições de rampas suavemente inclinadas e
lombas esculpidas em coberturas sedimentares inconsolidadas. a localização das
fotografias pode ser vista na Figura 6.1-41.

(a) (b)

(c) (d)
Chapada de Paragominas

A Chapada de Paragominas, localiza-se na região nordeste do estado do pará,


abrangendo vários municípios no entorno de Paragominas.

No mapeamento do Projeto RADAM, Barbosa & Pinto (1973) referiram-se à ação de


uma pediplanação pós-Barreiras atuando no topo dessa unidade. O contato dessa
unidade com as vizinhas é geralmente efetuado mediante rupturas de declives e em
alguns casos por escarpas de amplitude média. Sobre as litologias sedimentares da
Formação Ipixuna desenvolveram-se fundamentalmente Latossolos Amarelos, os
quais, por sua vez, integram a unidade Cobertura Detrito-Laterítica Neogênica. A área
de ocorrência desta unidade cobre parte das Bacias Sedimentares e Coberturas
Inconsolidadas. O modelado do relevo é o Pediplano degradado inumado.

A chapada de Paragominas é uma Superfície de aplanamento degradada em


consequência de mudança do sistema morfogenético, apresentando topos

70
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

conservados, geralmente separados por escarpas ou ressaltos de outros modelados


de aplanamento, de dissecação e/ou de dissolução, correspondentes aos topos de
planaltos e chapadões, dominados por residuais ou dominando relevos dissecados;
ocorre igualmente nas depressões pediplanadas interplanálticas e periféricas em
forma de "tabuleiros" e no sopé de escarpas que dominam os níveis de erosão
inferiores. A Figura 6.1-44 e o Mapa 6.1-2 mostram a disposição espacial regional
Chapada de Paragominas ao longo do traçado da Ferrovia e observa-se,
predominantemente na região norte da província bauxífera de Paragominas. A Figura
6.1-45 mostra o perfil topográfico sobre a unidade Chapada de Paragominas cujos
topos apresentam-se em cotas altimetricas superiores a 120 metros, com topos
chegando a 200 metros. A Figura 6.1-46 mostra as fotografias a forma de ocorrência
desta unidade ao longo da ferrovia.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-44 - Unidades de relevo chapada de paragominas na AII.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-45 – Perfil sobre a unidade de relevo chapada de paragominas, cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas superiores a 120
metros, com topos chegando a altitude de 200 metros.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-46 – Fotos mostrando topos de planaltos e chapadões, dominados por relevos
dissecados residuais. a localização das fotos pode ser observada na Figura 6.1-44.

(a) (b)

(c) (d)

Planalto Dissecado do Gurupi – Grajaú

O Planalto Dissecado do Gurupí - Grajaú localiza-se na porção sudeste do Estado do


Pará envolvendo uma extensa área que envolve vários municípios do estado do Pará
e alguns do Estado do Maranhão. No mapeamento do Projeto RADAM, Barbosa &
Pinto (1974) referiram-se à ação de uma pediplanação pós-Barreiras atuando no topo
dessa unidade, à qual estava vinculada ao que eles denominaram Planalto
Setentrional Pará-Maranhão. Esses autores não somente vincularam esse fato à
erosão pós-Barreira como o relacionaram ao Pediplano Pleistocênico que truncou a
superfície da Depressão Periférica de Crateús. Nesse trabalho também se admite a
ação de uma fase erosiva atuando sobre a unidade, durante o Pleistoceno, em clima
semi-árido.Na passagem do Pleistoceno para o Holoceno, a mudança para um clima
úmido favoreceu a instalação da drenagem e possibilitou a esculturação dos recortes
da chapada, através dos vales observados na paisagem atual.

O Planalto Dissecado do Gurupí - Grajaú Trata-se de uma superfície de topo plano a


fortemente dissecada em formas tabulares, fortemente marcados por recortes e
reentrâncias de vales em suas bordas, os quais vão adentrando o núcleo central,

74
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

dando um aspecto sinuoso ou arborescente ao conjunto de recortes. O contato dessa


unidade com as vizinhas é geralmente efetuado mediante rupturas de declives e em
alguns casos por escarpas de amplitude média. A chapada constitui um divisor de
águas e os recortes que retalham sua superfície são efetuados pelas cabeceiras de
rios como o Guamá, Piriá, Coraci-Paraná, Uraím e Ipixuna. Mostra altimetria variando
de 346 a 100 m. Acha-se esculpida em litologias da Bacia Sedimentar do Grajaú
(Rosseti D.F. & Truckenbrodt 1997), referentes à Formação Itapecuru, de idade
cretácea e localmente constituídas por argilas de cor chocolate. A alteração desses
sedimentos deu origem a Latossolos Amarelos, que por vezes se acham recobertos
por camadas de crostas ferruginosas. A cobertura vegetal é de floresta densa, tendo
sido extensivamente utilizada pelas madeireiras, ou derrubada para a criação de gado
ou para o reflorestamento de espécies de árvores como mogno, paricá e outras.

A Figura 6.1-47 mostra a disposição espacial regional Planalto Dissecado do Gurupi –


Grajaú ao longo do traçado da Ferrovia, e essa distribuição espacial pode ser
observado no Mapa 6.1-2. A Figura 6.1-48 mostra o perfil topográfico sobre a unidade
Planalto Dissecado do Gurupi cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas
superiores a 200 metros, com topos chegando a 300 metros. A Figura 6.1-49 fotos
mostrando superfície de topo plano a fortemente dissecada em formas tabulares,
fortemente marcados por recortes e reentrâncias de vales em suas bordas. A
localização destas fotos pode ser observada na Figura 6.1-47.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-47 - Unidades de relevo planalto dissecado do gurupi – grajaú na AII.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-48 – Perfil sobre a unidade de relevo planalto dissecado gurupi-grajaú, cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas entre 180 a 320
metros, apresentando baixa declividade. no perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-49 – Fotos mostrando superfície de topo plano a fortemente dissecada em


formas tabulares, fortemente marcados por recortes e reentrâncias de vales em suas
bordas. em a) e b) é possível observar plantações de soja sobre esse relevo plano, em c)
e d) áreas de pasto em relevo levemente ondulado, mostrando a gradação deste relevo
com planalto dissecado guama capim. a localização destas fotos pode ser observada na
Figura 6.1-47

(a) (b)

(c) (d)
Depressão de Imperatriz

A Depressão de Imperatriz localiza-se próximo a região do Bico do Papagaio, região


de encontro dos Rios Araguaia e Tocantins. Trata-se de uma superfície pediplanada
retocada pela drenagem comandada pelo rio Tocantins resultando em modelados de
dissecação de grandes dimensões. O contato dessa unidade com as vizinhas é
geralmente em geral gradual ou através de baixos ressaltos.

As alterações de espessas, desta unidade, resultaram em Latossolo Vermelho-


Amarelo, texturas média e argilosa. A área de ocorrência desta unidade cobre parte
das Bacias Sedimentares e Coberturas Inconsolidadas, são formas Homogênea ou
diferencial tabulares, caracterizadas por um conjunto de formas de relevo de topos
tabulares, conformando feições de rampas suavemente inclinadas e lombas
esculpidas em coberturas sedimentares Inconsolidadas, denotando eventual controle

78
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

estrutural. Resultam da instauração de processos de dissecação, ocorrem de forma


generalizada na paisagem.

Na Figura 6.1-50 é mostrada a disposição espacial regional Depressão de Imperatriz


ao longo do traçado da Ferrovia e no Mapa 6.1-2 pode ser observada em maior
detalhe que esta unidade geomorfológica. A Figura 6.1-51 mostra o perfil topográfico
sobre a unidade Depressão de Imperatriz cujos topos apresentam-se em cotas
altimetricas de 220 metros abaixo até a quebra abrupta com o planalto dissecado do
Gurupí-Grajaú. A Figura 6.1-52 mostra as fotografias a forma de ocorrência desta
unidade ao longo da ferrovia

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-50 - Unidades de relevo depressão de imperatriz na AII.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-51 – Perfil topográfico sobre a unidade depressão de imperatriz cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas de 220 metros, acima
e possivel observar a quebra abrupta com o planalto dissecado do gurupí-grajaú. no perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está
planejada.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-52 – Fotos mostrando formas de relevo de topos tabulares, conformando


feições de rampas suavemente inclinadas e lombas esculpidas. a localização das fotos
pode ser visualizada no mapa da Figura 6.1-50.

(a) (b)

Patamar Dissecado Capim - Moju

O Patamar Dissecado Capim- -- Moju localizam-se nos interflúvios dos rios Capim e
Moju. É caracterizado por uma superfície pediplanada nivelou a topografia,
posteriormente dissecada. O contado com outras unidades é em geral gradual, ou
mediante ressaltos pouco destacados. Ressaltos pouco marcados generalizam-se nos
contatos com os relevos de outras unidades periféricas. Nesta unidade predominam
Latossolo Amarelo e Podzólico Vermelho-Amarelo, formando espesso pacote de
textura argilosa. A área de ocorrência desta unidade cobre parte das Bacias
Sedimentares e Coberturas Inconsolidadas.

O Patamar Dissecado Capim - Moju são formas Homogênea ou diferencial convexas


caracterizado por um conjunto de formas de relevo de topos convexos, em geral
esculpidas em rochas cristalinas e, eventualmente, também em sedimentos, às vezes
denotando controle estrutural, definidas por vales pouco profundos, apresentando
vertentes de declividade suave. Ocorrem de forma generalizada na paisagem.

A Figura 6.1-53 mostra a disposição espacial regional Patamar Dissecado Capim-


Moju ao longo do traçado da ferrovia, e o Mapa 6.1-2 detalha essa unidade
geomorfológica. A Figura 6.1-54 mostra o perfil topográfico sobre a unidade Patamar
Dissecado Mojú-Capim cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas superiores a
160 metros, com topos chegando a 200 metros. A Figura 6.1-55 mostra as fotografias
com a forma de ocorrência desta unidade ao longo da ferrovia.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-53 - Unidades de relevo patamar dissecado capim – moju na AII.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-54 – Perfil topográfico sobre a unidade patamar disseecado mojú-capim cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas superiores a
160 metros, com topos chegando a 200 metros. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-55 - Fotos mostrando formas homogênea ou diferencial convexas


caracterizado por um conjunto de formas de relevo de topos planos, em geral esculpidas
em rochas cristalinas e, eventualmente, também em sedimentos e dissecadas e
aplainadas. A localização das fotos pode ser visualizada no mapa da Figura 6.1-53.

(a) (b)

(c) (d)

Depressão do Bacajá

A unidade geomorfológica Depressão do Bacajá, localiza-se na parte norte do Craton


amazônico, e um setor topograficamente deprimido pertencente ao conjunto das
depressões periféricas elaboradas na margem sul da Bacia Amazônica, aberta por
processos de circundesnudação. A superfície pediplanada foi posteriormente
dissecada sob condições climáticas úmidas. Os contatos com as depressões vizinhas,
a leste e a oeste, são geralmente graduais. A sul, os maciços serranos integrantes do
conjunto da Serra dos Carajás estabelecem contatos bem marcados e abruptos, às
vezes definidos por falhas ou fraturas. O espesso capa de alteração deu origem a
Podzólico Vermelho-Amarelo de textura argilosa. Solos Litólicos ocorrem nos setores
mais dissecados e nas cristas residuais. Ocorrem sobre rochas do embasamento em
Estilos Complexos do craton amazônico.

A unidade geomorfológica Depressão do Bacajá, são formas Homogênea ou


diferencial convexas caracterizados por um conjunto de formas de relevo de topos
convexos, em geral esculpidas em rochas cristalinas e, eventualmente, também em

85
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

sedimentos, às vezes denotando controle estrutural, definidas por vales pouco


profundos, apresentando vertentes de declividade suave. Ocorre de forma
generalizada na paisagem.

A Figura 6.1-56 mostra a disposição espacial regional Depressão do Bacajá no trecho


intermediário próximo ao traçado da ferrovia, e no Mapa 6.1-2 (Cadernos Mapas) pode
ser observada em maior detalhe que esta unidade geomorfológica. A Figura 6.1-57
mostra o perfil topográfico sobre a unidade Depressão Bacajá cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas em média a 150 metros, com topos chegando a
250 metros em alguns locais. A Figura 6.1-58 mostra as fotografias a forma de
ocorrência desta unidade ao longo da ferrovia.

86
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-56 - Unidades de relevo depressão do bacajá na AII.

87
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-57 - Perfil topográfico sobre a unidade depressão bacajá cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em média a 150 metros, com
topos chegando a 250 metros em alguns locais.

88
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-58 – Fotos mostrando setor topograficamente deprimido pertencente ao


conjunto das depressões periféricas elaboradas na margem sul da bacia amazônica,
conjunto de formas de relevo de topos convexos, em geral esculpidas em rochas
cristalinas e, eventualmente, também em sedimentos. em a) pode-se observar forma
convexa de relevo bordejados por morros em b) setor deprimido as margens da br 210.

(a) (b)

Depressão do Médio e Baixo Araguaia

A unidade geomorfológica localiza-se ao longo da parte central da Bacia dos Rios


Tocantins Araguaia. Nesta Unidade Mamede, Ross e Santos (in Brasil, 1981)
observaram nas barrancas do rio Araguaia, na cidade de Conceição do Araguaia, a
existência de terraços fluviais com seixos mal-selecionados (parte bem rolados e parte
meio angulosos), com diâmetros de médio a grosso mal selecionados. Os contatos
com as unidades laterais ocorrem, geralmente, de forma transicional por coalescência
de superfície. A leste, ressaltos acentuados indicam a transição para os patamares
elaborados nos arenitos da Bacia Sedimentar do Parnaíba.

A grande característica dessa unidade talvez seja o domínio quase total das
concreções ferruginosas (solos Petroplínticos). Ao norte, no entanto, há setores de
Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico, textura argilosa. Ao longo da calha do rio.

Esta unidade ocorre sobre as Faixas de Dobramentos e Coberturas


Metassedimentares.

A unidade geomorfológica Depressão do Médio e Baixo Araguaia são formas


Homogênea ou diferencial convexas, formando conjunto de formas de relevo de topos
convexos, em geral esculpidas em rochas cristalinas e, eventualmente, também em
sedimentos, às vezes denotando controle estrutural, definidas por vales pouco
profundos, apresentando vertentes de declividade suave. Esta unidade ocorre de
forma generalizada na paisagem.

89
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

A Figura 6.1-59 mostra a disposição espacial regional Depressão do Médio e Baixo


Araguaia ao longo do traçado da ferrovia, e no Mapa 6.1-2 pode ser observada em
maior detalhe desta unidade geomorfológica. A Figura 6.1-60 mostra o perfil
topográfico sobre a unidade Depressão Médio e Baixo Araguaia cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas em média a 110 metros, com topos chegando a
180 metros em alguns locais. A Figura 6.1-61 mostra a unidade de relevo depressão
médio e baixo araguaia que ocorrem sobre faixas de dobramentos e coberturas
metassedimentares. Nas fotos é possível observar o aplainamento nestes terrenos.

90
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-59 - Unidades de relevo depressão do médio e baixo araguaia na AII.

91
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-60 - Perfil topográfico sobre a unidade depressão médio e baixo araguaia cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em média a
110 metros, com topos chegando a 180 metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.

92
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-61 - Fotos mostrando a unidade de relevo depressão médio e baixo araguaia
que ocorrem sobre faixas de dobramentos e coberturas metassedimentares. Nas fotos é
possivel observar o aplainamento nestes terrenos.

(a) (b)

(c) (d)
Serra dos Carajás

A unidade geomorfológica Serra dos Carajás localiza-se na região central da Ferrovia.


São relevos fortemente controlados pela estrutura, os processos de dissecação foram
orientados por fraturas e falhas. Os topos nivelados retratam atuação de antiga
pediplanação sobre cobertura sedimentar mantida por nível de couraça. Em geral, os
contatos são abruptos e bem marcados por escarpas ou ressaltos íngremes, com
desnível de até 300 m, dominando talus ravinados que coalescem com o piso das
depressões vizinhas.

No maciço de Carajás predominam o Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, textura


média, associado a Solos Concrecionários Lateríticos, solos Litólicos e afloramentos
Rochosos ocorrem na parte oeste de Carajás e nas serras residuais periféricas. Este
relevo ocorre englobando faixas de dobramentos e coberturas metassedimentares
e/ou sedimentares na área da Serra dos Carajás.

Área plana ou abaciada, resultante da convergência de leques de espraiamentos ou


de concentração de depósitos de enxurradas nas partes terminais de pedimentos

93
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

(bajadas), podendo eventualmente apresentar solos solodizados (playas). Nos


pediplanos ou em sopés de escarpas onde se concentram as águas torrenciais
formando canais divagantes e leques aluviais. Esta unidade ocorre de forma restrita na
paisagem.

A Figura 6.1-62 mostra a disposição espacial regional da unidade de relevo Serra dos
Carajás ao longo do traçado da ferrovia, e no Mapa 6.1-2 pode ser observada em
maior detalhe que esta unidade geomorfológica. A Figura 6.1-63 mostra o perfil
topográfico sobre a unidade Serra dos Carajás cujos topos apresentam-se em cotas
altimetricas em média a 600 metros, com topos chegando a 750 metros em alguns
locais.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-62 - Unidades de relevo serra dos carajás na AII.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-63 – Perfil topográfico sobre a unidade serra dos carajás cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em média a 600 metros, com
topos chegando a 750 metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Depressão do Médio Xingu

A unidade geomorfológica Depressão do Médio Xingu localiza-se na região centro sul


da Ferrovia.

A coalescência da superfície dessa unidade com a superfície de outras depressões,


constatadas como resultantes do processo de rebaixamento por erosão, já permite
supor a mesma origem para esse relevo deprimido. O contato é gradual e efetuado
através da coalescência de superfície com as Depressões do Jamanxin-Iriri, de
Santana do Araguaia e a Depressão Marginal à Serra do Roncador com os Planaltos
dos Parecis e das Cabeceiras do Xingu.

Os solos desta unidade de relevo são pouco expressivas na área, visto que a
alteração das rochas originou sobretudo solos Podzólicos. Solos Litólicos generalizam-
se nos trechos mais dissecados e nos setores embutidos nos grupamentos de
residuais. Esta unidade ocorre principalmente sobre o embasamento em estilos
complexos de rochas.

Estes relevos são caracterizados por uma superfície de aplanamento elaborada


durante fases sucessivas de retomada dos processos de erosão, os quais geraram
sistemas de planos inclinados, às vezes levemente côncavos. Aparece inumada por
coberturas detríticas e/ou de alteração, constituídas de sobre topos de planaltos e
chapadões, dominados por residuais ou dominando relevos dissecados; ocorre
igualmente nas depressões pediplanadas interplanálticas e periféricas em forma de
"tabuleiros" e no sopé de escarpas que dominam os níveis de erosão inferiores.

A Figura 6.1-64 mostra a disposição espacial regional da unidade de relevo Depressão


do Médio Xingu ao longo do traçado da ferrovia, e no Mapa 6.1-2 pode ser observada
em maior detalhe essa unidade geomorfológica. A Figura 6.1-65 mostra o perfil
topográfico sobre a unidade Depressão do Médio Xingu cujos topos apresentam-se
em cotas altimetricas em média a 200 metros, com topos chegando a 230 metros em
alguns locais. A Figura 6.1-66 mostra a superfície de aplanamento elaborada durante
fases sucessivas de retomada dos processos de erosão, os quais geraram sistemas
de planos inclinados, às vezes levemente côncavos.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-64 - Unidades de relevo depressão do médio xingu na AII.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-65 – Perfil topográfico sobre a unidade depressão do médio xingu cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em média a 200
metros, com topos chegando a 230 metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-66 – Fotos mostrando superfície de aplanamento elaborada durante fases


sucessivas de retomada dos processos de erosão, os quais geraram sistemas de planos
inclinados, às vezes levemente côncavos.

(a) (b)

(c) (d)

Serras de São Félix -- Antonhão – Seringa

A unidade geomorfológica Serras de São Félix - Antonhão – Seringa localiza-se na


região centro sul da Ferrovia.

Este relevao apresenta topos nivelados por pediplanação que foram desmantelados
por processos erosivos resultando em conjunto de formas residuais, interpenetrados
pela superfície de piso da Depressão do Médio Xingu. Os ressaltos estabelecem
contatos abruptos com a Depressão do Médio Xingu, que envolve os maciços
residuais. Nesta unidade predominam Solos Litólicos distróficos, com ocorrência de
Afloramentos Rochosos. Ocorrem principalmente nas faixas de Dobramentos e
Coberturas Metassedimentares.

A unidade geomorfológica Serras de São Félix - Antonhão – Seringa são formas


Homogênea ou diferencial convexas, formadas por um conjunto de formas de relevo
de topos convexos, em geral esculpidas em rochas cristalinas e, eventualmente,
também em sedimentos, às vezes denotando controle estrutural, definidas por vales
pouco profundos, apresentando vertentes de declividade suave.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

A Figura 6.1-67 mostra a disposição espacial regional da unidade de relevo Serras de


São Félix - Antonhão – Seringa ao longo do traçado da ferrovia, e no Mapa 6.1-2 pode
ser observada em maior detalhe esta unidade geomorfológica restrita. A Figura 6.1-68
mostra o perfil topográfico sobre a unidade Serras de São Félix - Antonhão – Seringa
cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em média a 350 metros, com topos
chegando a 625 metros em alguns locais. A Figura 6.1-69, mostra ao fundo os
ressaltos que estabelecem contatos abruptos com a Depressão do Médio Xingu, que
envolve os maciços residuais.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-67 - Unidades de relevo serras de são félix - antonhão – seringa na AII.

102
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-68 - Perfil topográfico sobre a unidade serras de são félix - antonhão – seringa cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas em
média a 350 metros, com topos chegando a 625 metros em alguns locais. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-69 – Fotos mostrando ao fundo os ressaltos que estabelecem contatos


abruptos com a depressão do médio xingu, que envolve os maciços residuais desta
unidade.

(a) (b)

Planaltos Residuais do Sul do Pará

A unidade geomorfológica Planaltos Residuais do Sul do Pará localiza-se na região


centro sul da Ferrovia ocorrendo de forma descontinua ao longo de 400 km ao longo
da parte centro sul da rodovia. A pediplanação pleistocênica isolou blocos de relevos
residuais em litologias mais resistentes do Proterozóico. Os relevos mais elevados da
unidade estabelecem contatos nítidos com a superfície da Depressão do Jamanxim--
Xingu. A alteração dos riolitos, granitos e gnaisses gerou principalmente solos
Podzólicos Vermelho-Amarelos e Latossolos Vermelho-Amarelos, ambos com textura
argilosa. Onde a rocha aflora, ocorrem Solos Litólicos.

Este domínio geomorfológico ocorre sobre embasamentos em estilos complexos.


Homogênea ou diferencial aguçadas.

A unidade geomorfológica Planaltos Residuais do Sul do Pará são um conjunto de


formas de relevo de topos estreitos e alongados, esculpidas em rochas cristalinas e,
eventualmente, em sedimentos, denotando controle estrutural, definidas por vales
encaixados. Os topos de aparência aguçada são resultantes da interceptação de um
conjunto de falhas.

A Figura 6.1-70 mostra a disposição espacial regional da unidade de relevo Planaltos


Residuais do Sul do Pará ao longo do traçado da ferrovia, de forma isolada, e no Mapa
6.1-2 pode ser observada em maior detalhe esta unidade geomorfológica. A Figura
6.1-71 mostra o perfil topográfico sobre a unidade Planaltos Residuais do Sul do Pará
cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas variando de 220 a 260 metros. A
Figura 6.1-72 mostra fotografias que evidenciam o resultado da pediplanação

104
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

pleistocênica que isolou blocos de relevos residuais em litologias mais resistentes do


Proterozóico.

Figura 6.1-70 - Unidades de relevo planaltos residuais do sul do pará na AII.

105
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-71 - Perfil topográfico sobre a unidade planaltos residuais do sul do pará cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas variando de
220 a 260 metros. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.

106
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-72 – As fotos a) e b) mostram o resultado da pediplanação pleistocênica que


isolou blocos de relevos residuais em litologias mais resistentes do proterozóico.

(a) (b)

Depressão de Santana do Araguaia

A unidade geomorfológica Depressão de Santana do Araguaia localiza-se na região


sul da Ferrovia.

Foram observadas, durante os trabalhos de campo na área, a ocorrência de


metacherts inclinados, cujos topos se encontravam cortados pela superfície
horizontalizada da depressão, a qual os nivelava. Este fato é altamente significativo
visto que de forma geral, o contato desta unidade com as circunvizinhas, geralmente,
é efetuado de modo gradual com as depressões circunvizinhas, mas mediante
declives fortes e até por escarpas nos contatos com os relevos residuais dos Planaltos
Residuais do Sul do Pará. A alteração das litologias do embasamento cristalino
resultou na formação principalmente de solos Podzólicos. As formações superficiais
vão ocorrer nas áreas mais planas, onde se formaram Latossolos Vermelho-Amarelos.
Esta unidade ocorre sobre o embasamentos em estilos complexos.

A unidade geomorfológica Depressão de Santana do Araguaia são formas


Homogênea ou diferencial convexas que formam um conjunto de formas de relevo de
topos concavos, em geral esculpidas em rochas cristalinas e, eventualmente, também
em sedimentos, às vezes denotando controle estrutural, definidas por vales pouco
profundos, apresentando vertentes de declividade suave, ocorrendo de forma
generalizada na paisagem.

A Figura 6.1-73 mostra a disposição espacial regional da unidade de relevo Depressão


de Santana do Araguaia ao longo do traçado da ferrovia, e nos Mapa 6.1-2 pode ser
observada em maior detalhe esta unidade geomorfológica. A Figura 6.1-74 mostra o
perfil topográfico sobre a unidade Depressão de Santana do Araguaia cujos topos

107
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

apresentam-se em cotas altimetricas variando de 170 a 195 metros. A Figura 6.1-75


mostra a ocorrência de superfícies horizontalizadas nesta uniade.

Figura 6.1-73 - Unidades de relevo depressão de santana do araguaia na AII.

108
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-74 - Perfil topográfico sobre a unidade depressão de santana do araguaia cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas variando de
170 a 195 metros. No perfil é indicada a cota topografica onde a ferrovia está planejada.

109
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-75 - As fotos mostram a ocorrência de superfícies horizontalizadas desta


unidade, mostrando que as variações topograficas ao longo desta unidade são bem
pequenas o que pode ser visualizado na Figura 6.1-73.

(a) (b)

(c) (d)

Planície do Araguaia – Javaés

A unidade geomorfológica Planície do Araguaia – Javaés localiza-se na região sul da


Ferrovia.

Esta unidade resulta da ação de processos de acumulação fluvial e plúvio-fluvial, em


um ambiente tectonicamente abatido. O regime de cheias e vazantes é o principal
agente de alimentação da planície. A sedimentação arenosa origina bancos de areia
ao longo do Rio Araguaia. O contato com as unidades circunvizinhas é quase sempre
efetuado de modo pouco visível, através de superfícies rampeadas coalescentes.
Apenas localmente se percebem alguns trechos de ruptura de declive. Contudo,
dentro da própria unidade, e possível observar o contraste entre tipos de depósitos
sedimentares com granulometrias contrastantes. Nesta unidade predominam
Plintossolos, mas nas calhas dos rios se encontram principalmente sedimentos
arenosos em Gleyssolos.

A unidade geomorfológica Planície do Araguaia – Javaés são formas abaciadas,


definidas por planos convergentes, arenosa e/ou argilosa, sujeita a inundações ou

110
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

alagamentos periódicos, podendo apresentar arreismo ou impedimento de drenagem,


com lagoas fechadas ou precariamente incorporadas à rede de drenagem.

A Figura 6.1-76 mostra a disposição espacial regional da unidade de relevo Planície


do Araguaia – Javaés ao longo do traçado da ferrovia, e no Mapa 6.1-2 pode ser
observada em maior detalhe esta unidade geomorfológica. A Figura 6.1-77 mostra o
perfil topográfico sobre a unidade Planície do Araguaia – Javaés cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas variando de 170 a 180 metros.Figura 6.1-78

111
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-76 - Unidades de relevo serras de planície do araguaia – javaés na AII.

112
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-77 - Perfil topográfico sobre a unidade planície do araguaia – javaés cujos topos apresentam-se em cotas altimetricas variando de 170 a
195 metros. No perfil é indicado a cota topografica onde a ferrovia está planejada.

113
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-78 – Perfil ao longo da ferrovia

(a) (b)

(c) (d)

A Figura 6.1-79 mostra o perfil ao longo da ferrovia mostra que a variação de altimetria
é de 314 m, leva-se em consideração que este perfil foi confeccionado sobre o MDT
SRTM, que tem precisão altimetrica na ordem de +- 16,00 m (Rabus e al 2003).

114
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-79 - Perfil topográfico sobre o traçado da Ferrovia Paraense S.A., mostrando
variação altimetrica de 314 metros.

Dentro das quatorze Unidades de Relevo, presente na área da ferrovia, pode-se


identificar a presença de nove (9) tipos de relevo erosivos, cuja origem está associada
às superfícies de erosão e à sua dissecação, e onze (11) tipos de relevo associado ao
processo de deposição fluvial.

115
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

6.1.6.2.2 Condicionamento Litoestrutural do Relevo

Na AII ao longo da Ferrovia Paraense S.A., ocorrem rochas sedimentares, das bacias
sedimentares paleozoicas e mesozoicas, por rochas ígneas do craton amazônico e
rochas metamórficas da faixa Araguaia, além de lateritas maturas de ferro e alumínio
com espessa cobertura argilosa do Terciário, coberturas detríticas arenosas do
Terciário-Quaternário e sedimentos aluviais Quaternários.

A distribuição das rochas e o condicionamento do relevo estão associados aos


processos tectônicos que vêm ocorrendo desde o início do Cenozoico, quando o
regime distensivo e compreensivo vigente, que foi importante na reorganização da
paisagem na área.

Na Região Nordeste do Estado do Pará

A geometria das estruturas do Terciário Superior (Mioceno-Plioceno), na área do


projeto, está inserido em um compartimento transpressivo, este compartimento
transpressivo ocupa a área entre as cidades de Marabá e Paragominas, estende-se
para a região oeste do Maranhão e tem a forma de um romboedro. Seus limites norte
e sul correspondem a feixes de falhas transcorrentes E-W dextrais que afetam
principalmente as seqüências sedimentares da Formação Ipixuna, atribuídas ao
Terciário Inferior, bem como o perfil laterítico maturo, bauxítico-fosfático. O feixe norte
(1) tem extensão aproximada de 560 km entre os vales dos rios Mearim e Tocantins,
(2) responde pelas anomalias em cotovelo nas drenagens de terceira ordem, (3)
exerce forte controle na orientação das drenagens de primeira e segunda ordens, e (4)
inclui estruturas transpressivas e transtensivas ao longo de sua direção, a exemplo de
estruturas em flor negativas observadas em cortes da BR-010 (Belém-Brasília). O
feixe sul (1) estende-se por mais de 350 km passando por Imperatriz e Marabá, (2)
impõe anomalias em cotovelo no baixo curso dos rios Araguaia e Tocantins que
configuram o “Bico do Papagaio”, (3) controla o baixo curso do Rio Itacaiúnas, e (4) na
região de Marabá tem suas principais falhas interagindo através de um pequeno
segmento transpressivo. A parte interna desse compartimento é caracterizada por
dobras de dimensões métricas a quilométricas e com eixos orientados na direção N40-
70E, que se manifestam no relevo através de serras alinhadas e com altitudes de até
500 m, as quais compõem a Serra do Tiracambu (Costa, 1996) (Figura 6.1-80).

116
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-80 – Estruturas maiores do terciário superior da região nordeste do pará.


Pontilhado: seqüência pirabas-barreiras. Eixos de dobras: linhas com setas transversais
convergentes em sinclinais ou divergentes em anticlinais. Flechas divergentes:
orientação do eixo distensivo 3 . Flechas convergentes: orientação do eixo
compressivo 1.

Fonte: Costa, 1996.

O quadro de estruturas do Quaternário (Pleistoceno Médio-Holoceno) compreende


vários feixes de falhas transcorrentes dextrais E-W que se interligam através de falhas
normais de direção NWSE, NNW-SSE e N-S, definindo várias estruturas romboédricas
transtensivas (bacias de afastamento) de dimensões variadas. Essas estruturas
afetam as seqüências sedimentares do Terciário Inferior (Formação Ipixuna) e do
Terciário Superior (Formação Pirabas e Grupo Barreiras) e o perfil laterítico imaturo,

117
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

que se constitui em boa referência para demonstrar que os rejeitos das falhas normais
variam de poucos metros a várias dezenas de metros.

Os deslocamentos verticais ao longo das falhas normais respondem: (1) pela


distribuição dos sedimentos da Formação Ipixuna e do Grupo Barreiras em faixas
alternadas na região entre as cidades de Mãe do Rio e São Miguel do Guamá; (2)
pelas exposições isoladas da seqüência carbonática da Formação Pirabas em meio
aos sedimentos siliciclásticos do Grupo Barreiras, em decorrência de taxas altas de
erosão das partes externas das capas soerguidas por rotação antihorária; (3) pelo
basculamento da Ilha de Marajó promovendo migração de canais em direção à região
sudoeste, onde domina um sistema de drenagem anastomosado; (4) pela deposição
de grande parte das seqüências pleistocênico-holocênicas (Pós-Barreiras) de terraços
fluviais, de depósitos de fluxos de detritos e de planícies costeiras; (5) pelo forte
controle da dissecação do sistema colinoso; e (6) pelos arcos, cotovelos, segmentos
retos, capturas e segmentos meandrantes nos elementos da rede de drenagem. O
trecho do Rio Guamá entre Ourém e Belém é um bom exemplo de captura pelas
falhas normais.

Os deslocamentos horizontais ao longo dos feixes transcorrentes geraram áreas


transtensivas e transpressivas alternadas devido a mudanças nas direções das falhas
ou interação entre elas. O exemplo que se destaca é o duplex transpressivo, de
dimensões quilométricas, formado ao longo do feixe transcorrente que passa nas
adjacências da cidade de Paragominas.

Vários feixes de falhas transcorrentes orientados na direção NE-SW seccionam


algumas das estruturas apresentadas, constituem exemplos da última manifestação
tectônica na região e estão intimamente ligados à reativação das falhas transcorrentes
que operaram no Terciário Superior. Nesse quadro sobressaem-se os feixes que
controlam (1) as disposições do baixo curso do Rio Tocantins e da Baía de Marajó, e
(2) a orientação geral do Rio Gurupi, que juntamente com os feixes menores
respondem, no geral, pela forma endentada do litoral, no caso caracterizada por rias
(Costa, 1996) (Figura 6.1-81).

118
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-81 - Estruturas maiores do quaternário da região nordeste do pará. Eixos de


dobras: linhas com setas transversais convergentes em sinclinais ou divergentes em
anticli

Fonte: Costa, 1996.

A formação Ipixuna, a qual está sobreposta à cobertura laterítica que são


representados pelos depósitos de Bauxita, são formados por sedimentos areno-
argilosos cauliníticos, finos e bem selecionados com siltitos e argilitos vermelhos
intercalados. Exibem abundante estratificação cruzada e contém brechas
intraformacionais. Como no caso anterior, trata-se provavelmente de arenitos
arcoseanos fortemente alterados. Foram depositados em ambiente flúvio-lacustre,
podendo representar uma fácies da Formação Itapecurú (Góes 1981). Recentemente,
estes sedimentos foram classificados como Formação Ipixuna e considerados como
parte superior do Grupo Itapecuru (Santos Jr. & Rossetti. 2002).

119
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Essas rochas estão inseridas no compartimento morfotectônico das falhas


transcorrentes dextrais E-W que se interligam através de falhas normais de direção
NWSE, NNW-SSE e N-S, definindo várias estruturas romboédricas transtensivas
(bacias de afastamento) de dimensões variadas só apresentam afloramentos
expressivos no relevo de escarpas onde podem ser observadas em estado são e
alterado. Na maior parte da área de estudo encontra-se recoberta por sedimentos
terciários e quaternários.

As lateritas na região amazônica desenvolveram-se em dois períodos bem distintos: o


Terciário Inferior (Eoceno-Oligoceno) e Terciário Superior/Pleistoceno (Costa 1991).

Os lateritos mais antigos, designados Lateritos Maturos (Costa 1991), constituem-se


em perfis bem evoluídos, profundos. Têm no topo horizonte ferruginoso, ferro-
aluminoso, bauxítico ou bauxíticofosfático, que abriga a maioria dos depósitos de
bauxita da região. A crosta ferruginosa ou ferro-aluminosa comporta-se como proteção
parcial contra a erosão física e intemperismo químico e na paisagem regional
geralmente sustenta superfícies planas elevadas de platôs tendo dezenas a vários
milhares de metros de extensão e altitudes de 50 a 800 m. Essas superfícies podem
estar recobertas por latossolos e sedimentos ou até mesmo terem suas crostas
expostas, e sobre elas desenvolveu-se floresta tropical ou paisagem de savana,
respectivamente.

Essas crostas servem como referenciais na identificação de deslocamentos


neotectônicos, manifestos em desníveis de platôs que podem ser observados em uma
mesma área e entre áreas distintas.

Nas regiões nordeste do Pará e noroeste do Maranhão observam-se morros, platôs e


ilhas com formações lateríticas maturas, bauxíticas e bauxito-fosfáticas, em vários
níveis topográficos, de 10 a 144 m, mostrando que a neotectônica incidiu na região
desnivelando a superfície laterítica delineada pelas crostas, antecedendo os perfis
imaturos. Os lateritos mais jovens, designados Lateritos Imaturos (Costa 1991), são de
idade pós-Barreiras e pós-Solimões, e marcam-se por horizonte ferroalumino-argiloso.
São pouco evoluídos, menos profundos e desprovidos de horizonte bauxítico ou
bauxítico-fosfático. Delineiam, onde não se depositaram sedimentos quaternários, a
paisagem de áreas topograficamente mais baixas dominantes na região amazônica.

Esses lateritos imaturos também sofreram deformações ligadas a manifestações


neotectônicas, expressos na segmentação parcial ou total do perfil laterítico e rotação
local dos segmentos.

A deformação dos lateritos indica que a neotectônica não atuou continuadamente na


região amazônica, mas em pulsos, reconhecendo-se um primeiro que incidiu logo
após a formação dos lateritos maturos, provavelmente no Mioceno, e um segundo,
que sobreveio após a instalação dos lateritos imaturos, ainda no Pleistoceno.

120
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Adicionalmente, a deformação de stone lines derivadas de perfis imaturos serve


como indicador de que a neotectônica se estendeu até os tempos recentes.

Região Sudeste do Pará e oeste do Tocantins.

As principais estruturas neotectônicas da região sudeste do Pará e oeste de Tocantins


são representadas por três feixes de falhas transcorrentes E-W e dois feixes de falhas
normais N-S (Figura 6.1-82): O feixe transcorrente que passa no extremo norte dessa
área (1) tem extensão superior a 500 km, (2) prolonga-se para leste em direção à
parte norte do Estado do Tocantins, (3) controla os baixos cursos dos rios Itacaiúnas e
Parauapebas, e o alto curso do Rio Bacajá, (4) gera anomalias em cotovelo no traçado
dos rios Xingu, Araguaia e Tocantins definindo, nos dois últimos o “Bico do Papagaio”,
e (5) constitui o limite norte da Serra dos Carajás. Essas falhas afetam rochas pré-
cambrianas, seqüências sedimentares do Paleozóico e do Terciário Inferior, bem como
o perfil laterítico maturo.

O feixe transcorrente situado na porção central encontra-se entre os vales dos rios
Xingu e Araguaia, tem extensão aproximada de 370 km, responde por várias
anomalias da rede de drenagem (segmentos retos, cotovelos, sinuosidades etc.) e
afeta principalmente as rochas pré-cambrianas.

Esses dois feixes transcorrentes, norte e central, interligam-se através de


descontinuidades orientadas na direção NE-SW, que controlam a orientação de
extensos segmentos dos rios Itacaiúnas, Parauapebas e Vermelho, e são
interpretados como falhas inversas decorrentes da movimentação dextral. Grande
parte da expressão topográfica dessa região, representada por um sistema de serras
de até 800 m (Serra dos Carajás), está vinculada aos movimentos verticais associados
a transpressão; estima-se que os rejeitos ao longo das falhas inversas podem ter
alcançado várias centenas de metros, exumando um paleo-relevo fortemente
condicionado pelas estruturas pré-cambrianas subverticais. Os sistemas de serras
com topos planos são capeados pela crosta laterítica matura, a exemplo do que se
verifica na área transpressiva da Serra de Tiracambu na parte oeste do Maranhão. Os
eventos de sismicidade registrados recentemente na área do prospecto Salobo e as
fontes termais na região de Cururu são evidências de que as falhas da região da Serra
dos Carajás permanecem ativas.

O feixe transcorrente do sul da área tem extensão aproximada de 200 km, controla a
orientação geral do Rio Inajá e o alto curso do Rio Arraias do Araguaia, e se conecta
ao feixe transcorrente central através de um conjunto de falhas normais de direção
NW-SE, definindo uma estrutura transtensiva.

Os feixes de falhas normais N-S concentram-se nos extremos leste e oeste da área. O
feixe do lado oeste é realçado por extensos trechos retilíneos dos rios Xingu e Fresco,
bem como pela orientação geral das drenagens de primeira e segunda ordens, e

121
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

estende-se por mais de 1.000 km para norte e para sul, além dos limites da área
enfocada. O feixe do lado leste compreende falhas normais fortemente inclinadas para
oeste, as quais são destacadas por extensos trechos retilíneos do Rio Araguaia e de
seus principais afluentes; os movimentos verticais associados respondem pelo
conjunto de serras alinhadas na direção N-S (Serra do Estrondo) que compõem o
divisor das bacias hidrográficas dos rios Araguaia e Tocantins.

Figura 6.1-82 - Estruturas neotectônicas maiores da região sudeste do pará e oeste de


tocantins.

6.1.6.3 Geomorfogênese

O relevo dessa região tem sua origem associada a três grandes eventos de erosão,
ocorridos no Terciário Inferior e no Plio-Pleistoceno - holoceno, e a episódios de
movimentações tectônicas cenozóicas da Placa Sul-Americana.

O evento de aplainamento mais antigo seria responsável pelo nivelamento, hoje


preservado, no topo dos relevos de Superfície Tabular Erosiva, ao qual se associam
coberturas argilosas espessas e bancadas lateríticas de ferro e de alumínio (bauxitas).
Essa fase corresponderia ao período de estabilidade tectônica durante o qual teriam
se formado as bauxitas (Cretáceo-Terciário Inferior, Costa, 1991) e corresponderia ao
período de elaboração da Superfície Sul-Americana, que na região tem seu
desenvolvimento prolongado até o Mioceno.

122
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

O Mioceno marca uma época de significativa atividade tectônica que interrompe os


processos de aplainamento, favorecendo a dissecação do relevo e a destruição da
Superfície Sul Americana.

O quadro de estabilidade tectônica que se estabelece no Plio-Pleistoceno (Pleistoceno


Médio, para Costa et al, 1996), favorece o desenvolvimento de um novo episódio de
aplainamento e de laterização, que dá origem à superfície de aplainamento mais
recente e às lateritas imaturas (Costa, 1991). Associado aos processos de
aplainamento ocorre o recuo das escarpas, que hoje limitam os remanescentes da
Superfície Sul-Americana.

Após essa fase ocorre uma retomada dos processos tectônicos, que associados às
mudanças climáticas, promovem a dissecação dessa superfície e das escarpas pré-
existentes, dando origem a Superfícies Pediplanadas, Planaltos Dissecados Relevos
Dissecados em interfluvios tabulares, Ravinas e Vales encaixados e tornando as
escarpas sinuosas e descontínuas.

A atividade neotectônica na região da ferrovia é ainda hoje significativa, visto que os


diversos tipologias de rochas apresentam-se em cotas irregulares conforme
informações de secundárias da bibliografias de estudos realizados ao longo dos 1200
km da área do projeto, Franzinelli & Piuci (1980), Eiras & Kinoshita (1988), Franzinelli
& Igreja (1990), Cunha (1991), Bemerguy & J.B.S. Costa (1991), J.B.S. Costa et al.
(1993, 1994, 1995), Fernandes Filho et al. (1995), Bemerguy et al. (1995), Borges et
al. (1995a, b) e Ferreira Jr. et al. (1996).

6.1.6.4 Contexto Geomorfológico – AID/ADA

A área de influência direta do empreendimento Ferrovia Paraense S.A., foi definido


como um Buffer de 500 m no entorno da ferrovia, ao longo de 1.200 km, entrecortando
14 unidades geomorfológicas discriminadas em 19 modelados de relevos distribuídos,
11 unidades de formas de acumulação, 5 unidades de aplainamento e 4 formas de
dissecação (Figura 6.1-83).

6.1.6.4.1 Caracterização das Unidades Geomorfológicas da AID/ADA.

A interpretação das imagens Resourcesat e SRTM (Rabus et all 2003) e as


observações de campo indicam que os componentes estruturais e litológicos são os
fatores mais relevantes na configuração dos padrões geomorfológicos gerais da área.

A morfologia da área é caracterizada por uma variedade de tipologias de relevo,


relevos tabulares com forte dissecação fluvial que propicia a formação de relevos
degradacionais, relevos de aplainamento e relevos de acumulação. A sustentação dos
topos, muitas vezes devido à cobertura laterítica/Bauxítica dos tipos litológicos
presentes, propicia, também, a formação de relevos residuais de formas tabulares e
de morros, gradando para superfícies de colina na base do relevo.

123
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Neste sentido, foram definidas para a área de influência direta do Projeto dezenove
unidades de modelados de relevo distintas, correspondendo às unidades de Áreas
Dissecadas, Formas de Erosão/aplainamento e Formas de Acumulação, conforme as
unidades de modelado de relevo apresentadas a seguir (Figura 6.1-83).

Figura 6.1-83 – Mapa modelados de relevo da área.

124
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

6.1.6.4.2 Formas de Acumulação

Essas formas ocorrem predominantemente ao longo das drenagens da AID, nas


várzeas dos rios que drenam a área do projeto.

Planície e terraço – Aptf:

Áreas planas resultantes de acumulação fluvial, periodicamente alagadas,


comportando meandros abandonados e cordões arenosos. Ocorrem nos vales com
preenchimento aluvial, contendo material fino a grosseiro, pleistocênico e holocênico.
São identificados em conjunto devido à limitação de representação nesta escala de
mapeamento.

Terraço – Atf:

Acumulação fluvial de forma plana, levemente inclinada, apresentando ruptura de


declive em relação ao leito do rio e às várzeas recentes situadas em nível inferior,
entalhada devido às mudanças de condições de escoamento e consequente retomada
de erosão. Ocorre nos vales contendo aluviões finas a grosseiras, pleistocênicas e
holocênicas

Planície e terraço – Aptf:

Áreas planas resultantes de acumulação fluvial, periodicamente alagadas,


comportando meandros abandonados e cordões arenosos. Ocorrem nos vales com
preenchimento aluvial, contendo material fino a grosseiro, pleistocênico e holocênico.
São identifi cados em conjunto devido à limitação de representação nesta escala de
mapeamento.

Terraço – Atfl:

Acumulação fluviolacustre de forma plana, levemente inclinada, apresentando ruptura


de declive em relação à bacia do lago e às planícies fluviolacustres mais recentes
situadas em nível inferior, entalhada devido às variações de nível da lâmina de água
provocadas por mudanças de condições de escoamento ou perda por evaporação e
consequente retomada de erosão.

Terraço – Atfm:

Acumulação fluviomarinha de forma plana, levemente inclinada, apresentando ruptura


de declive em relação ao canal fluvial e à planície, entalhada em consequência de
variação do nível marinho, por processos erosivos ou, ainda, por neotectônica.

Ocorre nas baixadas litorâneas pleistocênicas e holocênicas, em níveis diferentes do


atual nível médio do mar.

125
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Plano de Inundação – Ai:

Área abaciada resultante de planos convergentes, arenosa e/ou argilosa, sujeita ou


não a inundações periódicas, podendo apresentar arreísmo e/ou comportar lagoas
fechadas ou precariamente incorporadas à rede de drenagem. Apresenta dígitos
referentes às condições diferenciadas de drenagem do solo, variando do menos ao
mais alagado (Ai1, Ai2 e Ai3).

Planicie Fluvial – Af:

Planície fluvial. Área plana resultante de acumulação fluvial, sujeita a inundações


periódicas, incluindo as várzeas atuais, podendo conter lagos de meandros, furos e
diques aluviais paralelos ao leito atual do rio.

Acumulação Abaciada – Ac:

Área plana ou abaciada, resultante da convergência de leques de espraiamentos ou


de concentração de depósitos de enxurradas nas partes terminais de pedimentos
(bajadas), podendo eventualmente apresentar solos solodizados (playas). Nos
pediplanos ou em sopés de escarpas onde se concentram as águas torrenciais
formando canais divagantes e leques aluviais.

Acumulação Fluvio-lacustre – Afl:

Área plana resultante da combinação de processos de acumulação fluvial e lacustre,


podendo comportar canais anastomosados ou diques marginais. Em setores sob o
efeito de processos de acumulação fluviais e lacustres sujeitos a inundações
periódicas com barramentos formando lagos, lagunas, etc.

Acumulação Fluvio-Marinha – Afm:

Planície fluviomarinha, área plana resultante da combinação de processos de


acumulação fluvial e marinha, sujeita ou não a inundações periódicas, podendo
comportar rios, mangues, deltas, diques marginais e lagunas. Nas baixadas litorâneas,
próximo às embocaduras fluviais.

Acumulação Marinha – Am:

Depósitos Sedimentares Inconsolidados de Planície marinha, cuja área plana e


resultante de acumulação marinha, podendo comportar praias, canais de maré,
cordões litorâneos, dunas e plataforma de abrasão. Nas baixadas litorâneas sob a
influência dos processos de agradação marinhos.

126
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

As formas de acumulação de Planícies Fluviais dominam nas baixas dos cursos de


água mais pronunciados. O detalhamento desta unidade pode ser visualizado no
Mapa 6.1-3.

127
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Mapa 6.1-3 – Ocorrência das formas de acumulação ao longo da Ferrovia Paraense S.A..

CADERNO DE MAPAS

128
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

6.1.6.4.3 Formas Dissecadas

Na área de influência do projeto as formas de relevo dominantes são as diferentes


formas de dissecação conforme pode ser visualizado nas unidades listadas a seguir.

DA:

Dissecação resultante em um conjunto de formas de relevo de topos estreitos e


alongados, esculpidas em rochas cristalinas e, eventualmente, em sedimentos,
denotando controle estrutural, definidas por vales encaixados, produto da
Pediplanação pleistocênica, que isolou blocos de relevos residuais em litologias mais
resistentes do Proterozóico.

DC:

Dissecação resultante em um conjunto de formas de relevo de topos convexos, em


geral esculpidas em rochas cristalinas e, eventualmente, também em sedimentos, às
vezes denotando controle estrutural, definidas por vales pouco profundos,
apresentando vertentes de declividade suave.

Dei:

Dissecação caracterizada pelos relevos fortemente controlados pela estrutura, em que


os processos de dissecação foram orientados por fraturas e falhas. Os topos nivelados
retratam atuação de antiga pediplanação sobre cobertura sedimentar mantida por nível
de couraça.

Dr:

Dissecação caracterizada por grande densidade de incisões resultantes da atuação


predominante da erosão pluvial sob forma de escoamento concentrado (torrencial); em
certas áreas assume a feição de verdadeiro badland.

Dt:

Conjunto de formas de relevo de topos tabulares, conformando feições de rampas


suavemente inclinadas e lombas esculpidas em coberturas sedimentares
inconsolidadas, denotando eventual controle estrutural. Resultam da instauração de
processos de dissecação.

E dominam as áreas escarpadas e pequenas colinas. O detalhamento desta unidade


pode ser visualizado no Mapa 6.1-4.

129
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Mapa 6.1-4 – Mapa do modelado de relevo dissecado

CADERNO DE MAPAS

130
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

6.1.6.4.4 Formas de Erosão/Aplainamento

As superfícies pediplanas (Pri) dominam quase que exclusivamente as formas de


relevo em um nível de cota topográfica entre 200 a 250 m aproximadamente.

Pediplano Retocado Inumado/Desnudado – Pri, Pru

Superfície de aplanamento elaborada durante fases sucessivas de retomada de


erosão, sem no entanto perder suas características de aplanamento, cujos processos
geram sistemas de planos inclinados, às vezes levemente côncavos. Pode apresentar
cobertura detrítica e/ou encouraçamentos com mais de um metro de espessura,
indicando remanejamentos sucessivos (Pri). Ocorre nas depressões pediplanadas
interplanálticas e periféricas tabuliformes e no sopé de escarpas que dominam os
níveis de erosão inferiores e eventualmente nos topos de planaltos e chapadas ao
longo dos vales.

A unidade de relevo caracterizada por formas de erosão em Pediplano Degradado


Inumado/Desnudado (Pgi) ocorre na área onde está concentrada os furos de
sondagens esta unidade e caracterizada pelas maiores elevações na área de pesquisa
sustentada pelas lateritas e/ou mineralizações de Bauxita.

Pediplano Degradado Inumado/Desnudado – (Pgi)

Superfície de aplanamento parcialmente conservada, tendo perdido a continuidade em


conseqüência de mudança do sistema morfogenético. Geralmente, apresentase
conservada ou pouco dissecada e/ou separada por escarpas ou ressaltos de outros
Modelados de aplanamento e de dissecação correspondentes aos sistemas
morfogenéticos subsequentes. Aparece freqüentemente mascarada, inumada por
coberturas detríticas e/ou de alteração, constituídas de couraças e/ou Latossolos (Pgi).
Na área do projeto ocorre como superfície de aplainamento talhado em rochas
sedimentares, topograficamente mais elevadas sustentada pelas mineralizações de
Bauxita e/ou lateritas. Os detalhamentos destas unidades podem ser visualizados no
Mapa 6.1-5.

131
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Mapa 6.1-5 - Mapa do modelado de relevo de erosão/aplainamento

CADERNO DE MAPAS

132
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Características dinâmicas das formas de relevo

Todos os processos que modelaram e atuaram na dinâmica do relevo da região estão


intimamente ligados, segundo King (1956), a partir da atuação de três ciclos de
erosão, a saber:

Em um primeiro estágio a atuação do Ciclo Sulamericano – Onde ocorreu a principal


fase de erosão do Terceario Inferior ao Médio, através de intensa denudação erodiu as
partes elevadas, subsidiando as bacias mais próximas. No final do ciclo, apresentou
um panorama de área aplainada, cuja superfície constitui os topos residuais.

Em um segundo estágio a atuação do Ciclo das Velhas – que iniciou com atuação
tectônica após novos soerguimentos na região com a retomada erosional, sendo que
as camadas terciárias do Grupo Barreiras sofreram grandes aplainamentos devido a
sua pouca resistência e outras formações mais antigas foram preservadas devido ao
espesso perfil laterítica.

Em um terceiro estágio a atuação do Ciclo Paraguassu – cujos processos das


atividades iniciaram desde o Holoceno e estariam mais relacionados à formação das
planícies de terraços dos rios da região. Foi também responsável pela dissecação e
erosão dos sedimentos do Grupo Barreiras, o qual está vigente até o presente.

6.1.6.5 Dinâmica Superficial

A descrição e análise dos tipos de relevo da região mostram um domínio da presença


de superfícies de aplainamentos representadas pelos platôs onde ocorrem as
mineralizações de Bauxita. Esta área é caracterizada como pouco susceptíveis à ação
de processos erosivos superficiais, do tipo erosão laminar e em sulco, que tem
ocorrência restrita e de baixa intensidade, devido à presença de encostas com
pequena inclinação e à cobertura argilosa. Contudo a baixa permeabilidade dos solos
de textura muito argilosa e as baixas inclinações favorecem a formação de áreas
encharcadas e de alagadiços como ocorre na parte norte da Ferrovia Paraense em
sua ADA. Contudo a zona de contato com o a unidade de dissecação, que é feita por
segmento de encosta íngreme e em alguns pontos escarpados, caracteriza áreas não
susceptíveis à ocupação devido a sua inclinação e a possibilidade de ocorrência de
escorregamentos e ravinas, principalmente nas áreas sujeitas à interferência
antrópica.

O relevo dissecado em interfluvios tabulares, ravinas e vales encaixados caracterizam


terrenos susceptíveis a ação de processos erosivos superficiais tais como: erosão
laminar, erosão em sulcos e voçorocas, os quais se desenvolvem com maior
intensidade ao longo de caminhos e estradas e nas áreas desmatadas para
agricultura.

133
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

A erosão laminar é um processo que ocorre mesmo em áreas de florestas, sendo


responsável pela remoção de areia para os canais fluviais. A erosão em sulcos é um
processo de ocorrência generalizada ao longo das drenagens de estradas, formando
ravinas com profundidade de até 1 m de profundidade. O material removido
comumente é transportado para o fundo do vale onde provoca assoreamento dos
canais fluviais.

A formação de voçorocas é um processo de ocorrência restrita com baixa a média


intensidade. Contudo a sua ocorrência pode provocar assoreamento significativo em
canais fluviais. A ocorrência deste processo está intimamente ligada à atividade
entrópica relacionada a ocupação na área urbana de Rondon do Pará.

A frequência e a intensidade dos processos erosivos e de assoreamento, nesta


unidade de relevo, devem ser atribuídas à presença de espessa cobertura detrítica
areno-argilosa e à inclinação de suas encostas. Essas características tornam esse
relevo susceptível à ocupação antrópica que intensifica a ação dos processos erosivos
e conseqüentemente de assoreamento dos canais fluviais.

As Escarpas são os relevos mais susceptíveis à ocupação antrópica devido à


inclinação das encostas e à ocorrência freqüente de escorregamentos planares e
desmoronamentos, de média intensidade. Os desmoronamentos estão associados ao
embate de ondas do rio, que favorece o solapamento do sopé da escarpa. Processos
de ravinamento e rastejo têm ocorrência localizada e de média intensidade, sendo
mais freqüente sobre o material escorregado.

A grande e extensa rede de drenagem evidencia a intensa dissecação que o relevo


sofreu ao longo do tempo e os processos de bauxitização e laterização ajudaram na
conformação do relevo atual, na maior parte do traçado da ferrovia, pois funcionaram
como anteparo dificultando a erosão e preservando as mineralizações de Bauxita e
dos planaltos residuais ao longo do trajeto da ferrovia em sua maior parte.

134
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

6.1.7 PEDOLOGIA

6.1.7.1 Apresentação

O conhecimento da potencialidade dos recursos naturais é de fundamental


importância como em instrumento básico ao planejamento regional. Isto torna possível
a seleção de áreas com melhores possibilidades de uso, locação de infraestrutura e
definição das atividades econômicas a serem desenvolvidas, adequadas às
características do meio físico, para uma ocupação racional e permanente, sem riscos
de causar alterações ambientais graves.

O presente trabalho teve por objetivo a caracterização, o mapeamento e a avaliação


da aptidão agrícola dos solos identificados na área de influência ao longo do traçado
da ferrovia a ser construída no Estado do Pará que interligará as regiões norte,
nordeste e sudeste. Servirá como subsídio às ações de planejamento territorial
estratégico que poderão ser implementadas na região em questão.

6.1.7.2 Aspectos Gerais

6.1.7.2.1 O solo como um sistema disperso

O solo, do ponto de vista pedológico, é considerado como um sistema constituído de


três Fases: sólida, líquida e gasosa. A fase sólida é formada de uma parte orgânica e
outra mineral.

A parte mineral está constituída de partículas unitárias de variáveis tamanhos,


originadas do intemperismo das rochas, que compreendem desde fragmentos de
rochas até partículas coloidais de argila. Está formada por minerais, como o quartzo,
que se mantém praticamente inalterável, e por minerais como a caulinita, a
montmorilonita e o óxido de ferro que são originados pela transformação de outros
minerais. O volume da fase sólida apresenta variações da ordem de 35% a 60%.

A parte orgânica inclui principalmente resíduos vegetais em diferentes estágios de


composição. Devido estar constantemente submetida ao ataque de microrganismos,
esse complexo material encontra-se permanentemente em decomposição, sendo
assim, um constituinte transitório do solo que está sempre sendo renovado. O teor de
matéria orgânica na parte superior dos solos minerais se apresenta em torno de 1 a
5% de seu peso. Sua influência é marcante nas propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo.

A fase sólida, o solo pode tomar denominações como:

a) Solo orgânico: quanto apresenta mais de 20% de matéria orgânica.

b) Solo mineral: quando apresenta menos de 20% de matéria orgânica.

135
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

A Figura 6.1-84 mostra a distribuição do volume dos quatro constituintes de dois solos
típicos, sendo um mineral e outro orgânico.

Figura 6.1-84 Distribuição volumétrica dos constituintes físicos de dois solos típicos: a)
mineral; b) orgânico.

(a) (b)

A fase liquida compreende a água que se acha retida no solo sob diferentes condições
conforme o seu teor. Compreende mais ou menos 25% de seu volume conhecido e
enche uma parte ou a totalidade dos espaços vazios entre as partículas sólidas.
Considera-se também a solução do solo como parte integrante desta fase.

A fase gasosa está constituída pelo ar do solo que se movimenta nos vazios do solo
livre de água. Sua composição difere bastante do ar atmosférico e pode também variar
em intervalos de tempo. É geralmente mais pobre em oxigênio, mais rico em gás
carbônico e tem mais semelhança em nitrogênio, como mostra o Quadro 6.1-1.

Quadro 6.1-1 Composição da atmosfera livre e da atmosfera do solo, para oxigênio, gás
carbônico e nitrogênio
%
Atmosfera
O2 CO2 N2
Livre 20 0,03 78,9
Do solo 19,6 0,90 79,5
Fonte: Camargo

As inter-relações físicas e químicas entre as fases sólida, líquida e gasosa no solo,


são afetadas por suas respectivas propriedades, bem como pela temperatura, pressão
e luz.

A fase sólida ou dispersa predomina, e o meio de dispersão é a água, que envolve as


partículas individuais e enche os poros entre as partículas sólidas. Estas partículas
variam de tamanho indo desde aquelas de dimensões coloidais até as frações mais

136
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

grosseiras de areia e cascalho. As partículas coloidais podem encontrar-se em estado


de dispersão ou em formas de agregação ou granulação.

Características da fase dispersa

A fase sólida está constituída por produtos da intemperização da rocha matriz e dos
minerais que esta contém. Desta maneira, as características da fase dispersa, tem
como maior interesse o tamanho e forma das partículas individuais, assim como, sua
composição química e mineralógica.

Tamanho das Partículas

A parte do solo formada por partículas unitárias maiores que 2,0 mm de diâmetro é
chamada esqueleto do solo e está constituída por fragmentos sem atividade de
superfície e consequentemente sem capacidade de ceder elementos para os vegetais,
sendo considerados somente como reservatório de elementos minerais como o Ca,
Mg etc. Os critérios de nomes e dimensões são convencionais e o mais adotado é
apresentado na Figura 6.1-85:

Figura 6.1-85 Tamanho das partículas

Em termos de solo propriamente dito, existe um limite superior de tamanho de


partículas sólidas, ou seja, 2 mm de diâmetro; e um limite inferior constituído pelos
colóides, com menos de 0,002 mm de diâmetro.

Para caracterizar a textura do solo, considera-se a terra fina seca ao ar (TFSA), ou


seja, a parte do solo que passa pela peneira de 2,0 mm.

O limite de variação de tamanho dessas frações é convencional e o estabelecimento


pela Escala de Atterberg, também denominada Escala Internacional, é o seguinte:

Areia grossa 2 ......................... 0, 2 mm

Areia fina 0,2 .......................... 0, 02 mm

Silte 0,02 ........................ 0, 002 mm

137
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Argila .......................................... < 0, 002 mm

De modo geral, as partículas dos solos de maiores diâmetros são constituídas de


minerais primários e suas formas tendem para esférica ou cúbica. As partículas
menores são constituídas geralmente por minerais secundárias e suas formas tendem
para placas e fibras.

Composição Química e Mineralógica

Silte e Areia: As frações de silte e areia contêm minerais primários. Entretanto, a


pequena superfície exposta por unidade de peso, que tem influência direta nas
propriedades físicas do solo, e que normalmente está associada aos fenômenos de
superfície, é limitada, A maioria destas partículas é formada por quartzo, alumínio
silicato, feldspato, micas etc. A fração silte, em alguns casos já apresenta certa
atividade de superfície.

Argila: A fração argila é considerada a parte ativa do solo, isto é, a principal sede dos
fenômenos físico-químicos que nele se processam. Esta fração é constituída
principalmente de SiO2, Al2O3, Fe2O3 e H2O, com quantidade variáveis de TiO2, CaO,
MgO, K2O, Na2O e P2O5.

Tipos de Argila

Argila 1:1 - cada lâmina estrutural é formada por uma camada de tetraedro de silício e
uma camada de octaedro de alumínio (ex. caulinita, haloisita).

Argila 2:1 cada lâmina estrutural é formada por duas camadas de tetraedros de silício,
separadas por uma camada de octaedro de alumínio (ex.: Micas hidratadas,
montmorilonita vermiculita).

6.1.7.2.2 Relação entre superfície específica, tamanho e forma das partículas.

Área superficial específica ou superfície especifica do solo é definida como a área total
das partículas por unidade de massa do solo seco. É comumente expressa em termos
de metros quadrados por gramas (m²/g). Esse valor depende, em primeiro lugar, do
tamanho das partículas. A área é tanto maior quanto menor forem as partículas e, por
isso, a fração argila contribui com a maior proporção do valor da superfície especifica.

Dependendo do tipo de mineral de argila, encontram-se grandes variações de


superfície específica, como por exemplo, 20 m²/g no caso de uma caulinita e 800 m²/g
no caso de uma montmorilonita. Essa diferença se deve ao fato de que superfície
específica da caulinita limita-se apenas à parte externa. Em solos arenosos a
superfície específica pode ser inferior a 1,0 rn²/g

138
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A área superficial específica depende também do formato das partículas. Partículas


achatadas ou alongadas, apresentam maior área superficial do que as de forma
esférica ou cúbica. Uma vez que as partículas de argila são em geral laminares,
contribuem ainda mais para aumentar a área superficial específica do solo.

A matéria orgânica, embora ocorra, na maioria dos solos, em proporções


relativamente pequenas, contribui significativamente no valor da superfície específica
do solo, devido ao seu alto grau de subdivisão. Por sua vez, os óxidos de ferro livres
contribuem também grandemente para a superfície específica dos solos tropicais,
devido aparecerem como partículas distintas com dimensões extremamente
pequenas.

Na Tabela 6.1-1, pode-se observar o aumento da superfície específica de uma grama


de partículas cúbicas em função da diminuição do seu tamanho.

Tabela 6.1-1 Variação das superfícies específicas de uma grama de partículas cúbicas
em função da dimensão de suas arestas.
DIMENSÃO VOLUME PESO N° DE SUPERF. FRAÇÃO DO SOLO
DA ARESTA TOTAL TOTAL PARTICULAS ESPECÍFICA CORREPONDENTE
mm cm³ g cm²
10,0 1 1 1 6 Cascalho
1,0 1 1 10³ 60 Areia grossa
0,1 1 1 106 600 Areia fina
0,01 1 1 109 6000 Silte
0,001 1 1 1012 60000 Cascalho
Fonte: MONIZ(14)

6.1.7.2.3 Consistência dos solos


Conceito

A consistência do solo compreende manifestações de forças de coesão e adesão que


agem no solo a diferentes teores de umidade. Coesão vem ser a atração entre
moléculas iguais e adesão a atração entre moléculas diferentes, como por exemplo,
água e solo.

Formas de Consistência do Solo

ATTERBERG (1912) distingue quatro formas essenciais de consistência para a


maioria dos solos, sem incluir a viscosidade:

Consistência Tenaz ou Dura –

Com diminuto teor de água, ou seja, solo seco. Esta não se desagrega sob uma força
normal;

Consistência Friável ou Molar

139
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Existe, neste caso, umidade suficiente entre as partículas para minimizar o efeito
cimentante que domina a zona de consistência dura. É a consistência apta para a
mobilização do solo;

Consistência Plástica

Ccom exceção da Areia, tem-se demonstrado que os solos ficam mais plásticos à
medida que aumenta o teor de água. É, pois, o grau de deformação em que, ao
pressionar-se, o solo quando seco conserva a forma moldada;

Consistência Pegajosa

Maior teor de água, em que o solo começa a aderir-se aos objetos. As partículas
sólidas estão totalmente aglutinadas pela água.

Fatores que afetam a Consistência ou Limite de Atterberg

Tipo de Solo

Solos argilosos têm maior índice de plasticidade que os arenosos. Isto devido a
plasticidade ser função das partículas mais finas.

Solos com maior teor de argila montmorilofita alcançam maiores valores de


plasticidade do que as argilas caulinitas.

Saturação de Cátions

Solos saturados de Na, normalmente, têm índices de plasticidade maiores do que os


com alto teor de K.

Teor de Matéria Orgânica

Solos com alto teor de matéria orgânica alcançam menores índices de plasticidade
devido aos colóides orgânicos que têm alta capacidade de absorver água, retardando
a disponibilidade desta para as partículas minerais.

6.1.7.2.4 Estrutura do solo


Conceito

Estrutura do solo é o arranjamento das partículas individuais as quais formam uma


unidade secundária ou grumo.

Gênese

140
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

A estrutura compreende as causas e modos de formação das unidades estruturais,


atinando-se sempre para dois fatores importantes: a) aqueles responsáveis pela sua
formação; e b) a gentes que proporcionam a sua estabilidade (agregados).

Para que haja formação de agregados, é necessário que exista no solo agente coloidal
(inorgânico e orgânico), agente floculante (agindo como um neutralizador de cargas) e
agentes cimentantes (agindo no enlace das partículas floculadas à semelhança da
matéria orgânica óxidos e sesqui6xidos de Fe a Al).

Os agentes estruturais que proporcionam maior efeito de estabilidade às estruturas


são:

Argila

Existe alta correlação entre a (%) de argila e agregados menores, o que não é
importante para o solo;

Efeito Catiônico

O cálcio é considerado como um dos elementos que mais beneficia a estrutura de um


solo, devido principalmente a floculação das partículas do solo. Por outro lado, ele
proporciona a correção de solos com alto teor de Na, como na Figura 6.1-86, por
exemplo:

Figura 6.1-86 Efeito Catiônico

Efeito do Ferro

O Ferro também agrega o solo, principalmente, o hidróxido férrico que quando se


desidratar se torna quase que completamente irreversível. As pesquisas, sugerem que
esta irreversibilidade do hidróxido de ferro coloidal {Fe (OH) 3} tem uma ação
importante na produção de agregados estáveis em certos tipos de solos. Isto
evidencia-se especialmente em solos lateríticos;

Efeito da Matéria Orgânica

Existe uma correlação positiva entre a matéria orgânica e os agregados do solo.


Agregados provenientes de matéria orgânica são mais desenvolvidos do que aqueles
provenientes de argila. A exceção está nos solos óxidos (Fe e Al) onde não foi
encontrado uma correlação entre matéria orgânica e agregado, isto devido que neles,
segundo BAVER et alii (2) os agentes responsáveis pela agregação são o Fe e o Al;

141
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Efeito da Vegetação

Está pode agregar o solo de duas maneiras:

 Liberando material para formação de matéria orgânica e com isso


facilitando a agregação; e
 Através de sistema rudicular. Este, pela sua exudação ou pelo
entrelaçamento do solo pelas raízes;

Outros Efeitos de Menor Intensidade

Umedecimento e secagem, congelamento e descongelamento, subsolagem etc.

Melhoramento da Estrutura do Solo

Este método compreende dois aspectos: um que previne a estrutura do solo já


existente e, outro que melhora a estrutura, como a seguir se apresentam:

Práticas adequadas de manejo

Para prevenir a deterioração da estrutura, a prática de manejo pode ser o uso correto
da mobilização do solo. A tendência do cultivo intensivo com relação a estrutura, faz o
solo ser mais susceptível à erosão. Quando o solo não está com umidade ideal
(consistência friável), a mobilização mínima pode quebrar a estrutura do solo. Na
Tabela 3, alguns dados sobre o teor de umidade ótima em que os solos da península
da Malásia podem ser mecanicamente trabalhados. Estes dados, mostraram que o
teor de umidade ótimo, varia entre tipos de solo, dependendo da quantidade de argila,
matéria orgânica, etc.

Como uma regra geral, os trabalhos de aração mecânica não são feitos em solos
arenosos com teor de umidade acima de 12% (W/W) e sobre solos argilosos quando
estiverem com umidade acima de 25% (W/W). Verificar Tabela 6.1-2.

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Tabela 6.1-2 Teor de umidade de solos para trabalhos mecânicos

TEOR DE UMIDADE ACIMA DO QUAL OS TRABALHOS NÃO SÃO


SÉRIE DE SOLO
REMENDADOS (%)

Munchong 28
Serdang 12
Sungai Bulok 13
Rengan 16
Holyood 10
Sitiawan 24
Fonte: KWI (11)

Uso de cobertura vegetal

Para melhorar a estrutura do solo, o método mais efetivo é o que utiliza leguminosas
em cobertura. Nas plantações de seringueiras da Malásia isto está sendo largamente
usado. Esta prática vem contribuindo grandemente na redução da perda de solo pela
erosão e da fertilidade destas áreas. Numerosos experimentos de cobertura feito pelo
RRIM, confirmam que a cobertura vegetal tem efeito benéfico na estrutura e retenção
de umidade. Logo abaixo da superfície da cobertura ele é escuro e a variação da
temperatura é menor em relação a um solo descoberto. O aumento de detritos
orgânicos estimula a atividade microbiana e o seu crescimento. Todos os testes de
cobertura vegetal têm mostrado melhores resultados pelas leguminosas (Tabela
6.1-3), uma vez que elas melhoram a agregação e o tamanho médio dos agregados,
diminuem a densidade aparente e aumentam a permeabilidade. A porosidade também
aumentou com plantas de Mikania e Grass.

Tabela 6.1-3 Efeito da cobertura vegetal sobre as propriedades físicas em um solo


argiloso da Malásia.

TAMANHO MÉDIO
% P. TOTAL
DOS DAP PERMEABILIDADE
COBERTURA AGREGAÇÃO
DO SOLO
AGREGADOS (G/CM3) (CM/H) (%)
(MM)

Grass 91 2,7 1,1 29 58


Mikania 88 3,0 1,2 36 54
Leguminosa 94 3,8 1,0 110 61
Natural 90 3,2 1,0 45 61
Fonte: KWI (11)

A cobertura vegetal também serve para proteger a superfície do solo do impacto da


chuva, além de contribuir para a redução da enxurrada. Investigações feitas no RRIM
demonstraram que a presença de coberturas como Nehrolyris ou Ottochloa em
seringais, tem melhorado a estrutura dos solos, conforme se vê na Tabela 6.1-4.

143
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Tabela 6.1-4 Efeito da cobertura vegetal sobre a densidade aparente e permeabilidade do


solo em plantações de seringueira na Malásia.
SOLOS

SERDANG MUNCHONG
COBERTURA
D. AP PERMEAB. D. AP PERMEAB.
(G/CM3) (CM/H) (G/CM3) (CM/H)

Nephrolepts 1,19 45 1,09 114


Ottochloz 1,24 45 1,08 145
Bare 1,31 7 1,21 43
d. ap = densidade aparente
Fonte : KwI (11)

6.1.7.2.5 Manejo e conservação do solo

Cultivar o solo com a finalidade de produção de alimentos é, desde épocas remotas, o


principal objetivo do estudo da Ciência Agronômica. Este objetivo coroado do maior
êxito, quando o alimento retirado não depaupera ou desgasta totalmente o solo, ou
seja, quando o uso do manejo e da conservação são utilizados adequadamente em
cada tipo e condição de solo.

Manejo - é o uso racional do solo, que tem a finalidade de manter ou aumentar a


produção ou produtividade, através de técnicas adequadas.

Conservação - é a preservação do solo, tentando minimizar as perdas, quer físicas ou


químicas.

6.1.7.2.6 Causas do empobrecimento dos solos

Pela retirada da cobertura vegetal natural solo, o equilíbrio dinâmico na relação solo
planta é quebrado, e com isto o solo passa comportar-se de modo diferente. Após esta
quebra, ocasião em que o homem começa a utilizar a terra para a agricultura, inicia-se
um processo de desgaste e empobrecimento, devido a várias causas, dentre as quais,
estão:

Retirada de Elementos pelas Colheitas

O agricultor anualmente retira de suas terras grandes quantidades de nutrientes, que


são exportados em formas de produtos vegetais e animais como mostra a Tabela
6.1-5. Neste tipo de manejo deve ser considerado qual a parte da cultura que é
removida para fora da área e qual a parte que fica como restos culturais, que podem
devolver parte dos elementos minerais retirados do solo.

144
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Tabela 6.1-5 Quantidade de nutrientes removida do solo por diferentes culturas.


ALGODÃO CAFÉ CANA DE AÇÚCAR
ELEMENTOS
1.325 kg/ha 1.200kg/ha 1.001 kg/ha

N 29 Kg 20 Kg 132 Kg
P 4 Kg 1,3 Kg 18 Kg
K 24 Kg 20 Kg 133 Kg
Ca 11 Kg 3 Kg 19 Kg
Kg 5 Kg 2 Kg 31 Kg
S 40 Kg 1,6 Kg 12 Kg
B 43 g 18 g -
Cu 13 g 16 g -
Fe 316 g 72 3,2 g
Mm 19 g 24 g 1,5 g
Mo 0,2 g 0,06 g 0,001 g
Zn 1,6 g 1,4 g 0,486 g
Fonte : TEIXEIRA (16)

Perda de Matéria Orgânica

A matéria orgânica provoca dois efeitos de acordo com sua decomposição:

a) Decomposição Normal: o seu processo lento e constante, e o benefício para o


solo, torna-se mais acentuado e suas influências perdurara por um período bem maior
de tempo;

b) Decomposição Acelerada: seu efeito é sentido, pois a matéria orgânica é um


produto bastante instável e pode, neste caso, ser perdida por volatilização ou
lixiviação, sendo o fogo e o preparo do solo, práticas que mais contribuem para esta
aceleração.

Perda por Volatilização e Percolação

Estes processos empobrecem o solo tanto pela perda de solo como de elementos
essenciais. No caso da percolação, a água é o principal transportador das substâncias
que se encontram em suspenso ou solução no solo.

Perda por Erosão

A perda por erosão pode ser considerada como a principal causa do empobrecimento
dos solos, pois, transporta solo, fertilizantes, herbicidas etc. Sem o devido controle
através de práticas conservacionistas, a perda é mais rápida.

Se temos as causas do empobrecimento dos solos, temos também alternativas para


amenizar as perdas, ao mesmo tempo em que podemos aumentar a produção, de
conformidade com três aspectos básicos para isto: á) aumento da área cultivada; b)

145
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utilização de outros recursos, como a flora e a fauna marinha; e c) o manejo do solo e


da água, que inclui entre outros o preparo do solo.

6.1.7.2.7 Sistemas de preparo do solo

Entende-se por sistemas de preparo do solo todo e qualquer trabalho que venha a ser
feito com o intuito de deixar o solo apto ao plantio.

O preparo do solo efetiva-se, segundo SCHULTZ (15), em função de três fatores:

a) para proporcionar melhores condições cultura a ser estabelecido;

b) para proporcionar condições adequadas para a germinação das sementes, mudas,


estacas etc., e crescimento e desenvolvimento das raízes; e

c) para eliminar as ervas daninhas antes do plantio.

Sistema Convencional de Preparo do Solo

O sistema convencional de preparo do solo compreende operações de aração e


gradagem, efetuadas várias vezes, deixando-o apto ao plantio. Experimentos feitos em
diversos países já apresentaram conclusões definidas quanto a este sistema,
mostrando que quanto mais se revolver o solo, deixando-o exposto as intempéries,
mas desastrosos serão os resultados para as propriedades físicas e químicas,
depauperando sua estrutura, acelerando a decomposição da matéria orgânica que
mantém úmida as partículas, além de correr maior risco de erosão que leva o solo
superficial, as sementes, pesticidas e fertilizantes aplicados.

Sistema de Preparo do Solo "Cultivo Mínimo"

O sistema de preparo denominado "cultivo mínimo" (minimum tillage) refere-se a


qualquer sistema de cultivo onde há a diminuição da passagem de máquinas sobre o
solo ou também o mínimo de movimento sobre ele. Por exemplo: gradagem, preparo
com enxada rotativa (rotovator), mesmo o uso do fogo ou da enxada manual, são
considerados como "cultivo mínimo".

Sistema de Preparo do Solo "Plantio Direto"

O plantio direto (no-tillage) compreende o mínimo de mobilização do solo, ou seja, o


preparo do solo se restringe a uma faixa de mais ou menos 6 cm de largura ao longo
das fileiras de plantio. Este sistema requer o uso de herbicidas (totais) para limpar a
área. Apresenta algumas vantagens como: maior retenção de melhora a infiltração,
facilita o trabalho em solos declivosos e diminui a erosão entre outros. Até a incidência
de ervas daninhas, é diminuída como mostra a Tabela 6.1-6.

146
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Tabela 6.1-6 Incidência de ervas daninhas em diferentes sistemas de preparo do solo.


SISTEMA DE PREPARO DE SOLO N° DE ERVAS POR M²
Plantio direto 28
Rotovator 100
Aração e gradagem 96
Fonte: SCHULTZ (15)

As desvantagens principais são: tipo de solo, ou melhor, em solos argilosos não é


indica do o seu uso e também onde existam ervas daninhas de difícil controle.

Estes diferentes sistemas de preparo do solo afetam a produção e as propriedades do


solo, corno demonstram a Tabela 6.1-7 e a Tabela 6.1-8.

Tabela 6.1-7 Efeito do manejo do solo sobre a produção de milho em dois tipos de solo
(kg/ha)
MANEJO
TIPOS DE SOLO
CONVENCIONAL PLANTIO DIRETO
Franco siltoso 8.001 8.939
Franco argilo siltoso 8.312 8.250
Fonte: BLEVINS et alii (5)

Tabela 6.1-8 Efeito de diferentes sistemas de manejo em relação a produção e


propriedades físicas do solo.
PRODUÇÃO DENSIDADE ESTABILIDADE
POROSIDADE
TRATAMENTOS APARENTE DE AGREGADOS
(KG/ HA) TOTAL (%)
(G/CM3) (2 MM-%)

Arado 2.986 1,27 48 52


Grade 2.632 1,21 51 52
Arado 2.125 1,12 54 53
Plantio 2.390 1,19 51 67
Fonte: CHAVES (8)

6.1.7.2.8 Erosão

A erosão é o resultado da interação entre solo, a chuva ou vento e a cobertura vegetal.

Dois são os ciclos da erosão: a) geológica ou normal; e b) erosão acelerada. A erosão


geológica é o processo em que a erodibilidade é lenta e desenvolve-se através dos
séculos sem deixar malefício. A erosão acelerada deve-se da atividade do homem ou
a qualquer quebra do equilíbrio na relação solo-planta. Com a retirada da cobertura
vegetal, o solo fica exposto diretamente às forças erosivas.

Fases de Erosão

Três são as fases de erosão:

Desagregação

147
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É a fase em que as partículas são separadas devido a uma ação provocada pela gota
de chuva, preparo do solo, enxurrada, mudanças de temperatura ou pisoteio de
animais.

Transporte

É o carregamento das partículas separadas, para outros locais, as quais podem ser
transportadas pela gravidade, pelo vento ou pela enxurrada.

Deposição

As partículas transportadas irão ser depositadas em outros locais, quase sempre nas
baixadas, rios ou lagos.

Tipos de Chuvas que podem influenciar na Erosão

Os tipos de chuvas que podem influenciar na erosão são:

Massa fria ou polar

Chuva de maior duração, de baixa intensidade (gotas finas) e que cobre grandes
áreas, sendo este tipo ideal para a agricultura;

Chuva de convecção

A característica deste tipo é a alta intensidade (gotas de chuvas grandes). Atinge


pequenas áreas e é prejudicial à agricultura.

O principal efeito da gota de chuva, é devido ao seu impacto ao atingir o solo, o qual
provoca a elevação das partículas desagregadas (fenômeno chamado salpicamento)
que são após transportadas.

Fatores que afetam a Erosão

Se a erosão do solo é uma interação entre vários fatores, podemos dizer que ela é
função do clima, do solo, do relevo, da cobertura vegetal e do uso do solo pelo
homem.

Clima

O clima se faz sentir através da ação da temperatura, do vento e da chuva, sendo


esta, aqui em nossa região, a mais prejudicial. A erosão provocada pela chuva deve
ser considerada sob três aspectos:

 Quantidade

148
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Que vem ser o volume total de chuva que cai em determinada área. Todo solo tem
uma capacidade máxima de absorção. Quando saturado, hã for mação de uma lâmina
sobre o solo, a qual irá escorrer e com isto dar início a uma enxurrada e
consequentemente à erosão do solo;

 Distribuição

Tem importância pelo fato das terras cultivadas não se apresem tarem igualmente
protegidas e igualmente erodíveis durante as diferentes épocas do ano. Exemplo: nos
terrenos arados e gradeados as águas provocam maiores estragos que no mesmo
terreno coberto com culturas;

 Intensidade

Refere-se à quantidade de água que cai em determinado tempo. Exemplo: se em uma


região ocorrem duas chuvas de 50 mm, em que a primeira caiu em duas horas e a
segunda em 10 horas, a primeira é a mais intensa e ocasionara maior erosão do que a
segunda.

Solo

Em solos siltosos e arenosos, com pouca argila, a velocidade de infiltração,


normalmente é alta. A enxurrada, por conseguinte, a erosão, é bem menor do que em
solos de textura fina. Isto ocorre, principalmente, porque estas áreas de solos
arenosos ou siltosos estão quase sempre localizadas em terrenos planos. Quando
terreno é declivoso, ocorre o inverso, ou seja, os solos arenosos ficam mais sujeitos à
erosão. Como mostra a Tabela 6.1-9. A Tabela 6.1-10 apresenta algumas séries de
solos da Malásia, onde são plantadas seringueiras e onde os índices de erodibilidades
são diferentes.

Tabela 6.1-9 Efeito do tipo de solo nas perdas por erosão.


PERDAS
SOLO
TERRA (T/HA) ÁGUA(%)
Arenoso 21,1 5,7
Argiloso 16,6 9,6
Roxo 9,5 3,3
Média de 1.300mm de chuva; declividade entre 8,5 a 12,8 %.
Fonte: BERTONI et alii (4)

149
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Tabela 6.1-10 Erodibilidade de 5 diferentes séries de solos da Malásia.


SOLO PERDA DE SOLO (T/HA)
Muchong (LVA) 30,7
Regan (LVA) 86,3
Serdang ( LVA) 158,4
Holyrood (LVA) 112,1
Sugai Bulch (LVA) 88,4
Fonte: KWI (11)

Relevo

Consideramos alguns aspectos importantes com relação ao relevo, como:

 Comprimento de rampa:

Quanto maior o comprimento, maior será a possibilidade de erodir o solo.

 Grau de declividade

Diretamente proporcional erosão.

 Uniformidade de rampa

Quanto mais uniforme for o percurso, maior será a erosão.

A Tabela 6.1-11 mostra que o fracionamento da rampa pode ser fator principal para
diminuir as perdas de solo pela erosão.

Tabela 6.1-11 Efeito do comprimento de rampa sobre as perdas de terra (t/ha)


PERDA DE TERRA POR EROSÃO (T/HA)
COMPRIMENTO DA
1° 2° 3° 4° MÉDIA
RAMPA
25 M 25 M 25 M 25 M
25 metros 13,9 - - - 13,9
50 metros 13,9 25,9 - - 19,9
75 metros 13,9 25,9 38,8 - 26,9
100 metros 13,9 25,9 38,8 51,4 32,5
Fonte: BERTONI et alii (4)

Cobertura Vegetal

A proteção da superfície do solo com plantas serve para impedir o impacto da gota da
chuva, reter unidade e unir partículas do solo transformando-as em agregados
estáveis pela presença do sistema radicular e resíduos orgânicos que cobrem a
superfície dos solos.

Portanto, uma densa população ("stand") de plantas é excelente para reduzir a erosão
dos solos.

150
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

O aumento ou redução da erosão, também depende do tipo de planta. Observações


feitas em seringueiras da Malásia mostraram que uma cobertura de Nephrolepis deu
melhor proteção para o controle da erosão, do que a cobertura com Ottochlos.
Enquanto na série Rengan foi desprezível a perda de solo com Nephorolepis, com
Axonopus a perda foi da ordem de 44 t/ha (Tabela 6.1-12).

Tabela 6.1-12 Efeito da cobertura sobre a erosão do solo.


AUMENTO DE SOLO ERODIRO (T/HA)
SÉRIE DE SOLO
AXONOPUS NEPHROLEPIS
Rengan 44 Desprezível
Sedan 117 59
Fonte: KWI (11)

Uso do Solo pelo Homem

Como o homem vem utilizando a terra, na maioria das vezes está beneficiando
diretamente o processo erosivo, além de estar dificultando as medidas de controle
para a conservação. Em muitas regiões é normal o plantio morro abaixo ao invés do
plantio em nível, o que vem facilitar estas perdas.

Tipos de Erosão

Na fase de transporte do solo e da água para outros locais, em que se retira material
de um lugar para outro, três tipos principais de erosão podem ser considerados:

Erosão laminar

A terra é removida mais ou menos uniformemente de uma capa ou lâmina delgada de


solo de determinada superfície inclinada. No início é pouco perceptível, pois a
quantidade de terra removida durante uma chuva é geralmente pequena;

Erosão em sulco

É o resultado da concentração da água da chuva em uma depressão que começa a


fluir, adotando a trajetória do maior declive e quebrando a resistência pelo excesso de
água. Desse modo, o fluxo superficial, com partículas pequenas em suspensão se
depreende seguindo os sulcos que são no início pequenos, podendo ser corrigidos em
operações normais de aração;

Erosão em Voçoroca

É o final de uma erosão em que, com o passar do tempo e a dissecação constante, a


profundidade e a largura chegam a extremos em termo tamanho, formando o que
normalmente nós chamamos de “vala”,etc. O terreno neste estágio não pode mais

151
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

nivelar-se pelo uso simples do arado ou implemento similar. Esta erosão se procede,
frequentemente, após uma erosão laminar ou em sulco, que não foi combatida.

Equação Universal de Perda de Solo

Energia da Gota de Chuva

Estudiosos, como NEAL e BAVER et alii (2) verificaram que o impacto da gota de
chuva sobre o solo era determinado pelo número e tamanho das gotas, mais, alguma
velocidade imprimida pelo vento. Por sua vez LAWS e PARSONS (1943) citados por
BAVER et alii (2), relacionaram a distribuição do tamanho das gotas com a intensidade
de precipitação e a expressaram sob a equação:

D 50 = 3. I ° 182

Onde D50 é o tamanho médio da gota e I a intensidade, medida em polegadas por


hora. Eles chegaram à conclusão de que o potencial da erosão de uma chuva para
uma velocidade e um tempo determinado é função da massa da gota e do quadrado
da velocidade desta gota, ou seja, a energia cinética. A energia cinética da gota que
cai, determina a força do impacto e a superfície horizontal regula a quantidade do solo
que o recebe.

WISCHIMEIER e SMITH (1958) citados por BAVER et alii (2) utilizando dados de
distribuição do tamanho das gotas de LAWS e PARSONS, obtiveram a seguinte
equação:

Y = 916 + 331 log X pés/acre/polegadas/hora

OU

Y = 1213 + 890 loq X t/hectare/milímetro/hora.

onde,

Y é a energia cinética e X é a intensidade de chuva.

Tinha-se então a quantidade de terra em t/ ha elevada a um pé de altura em dado


tempo.

Após estudos e análises dos fatores do manejo de cultivos e das práticas de controle á
erosão, WISCHIMEIER e SMITH (1960) citados por BAVER et alii (2) , propuseram,
baseado na equação anterior, uma nova equação conhecida hoje como a equação
universal de perda do solo que é:

A= R K L S C P

em que:

152
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A - Perda média anual de solo em t/ha.

R - Fator chuva, média anual. Medida por E x 1 (EI30) , onde E é a energia cinética
total e I é a intensidade máxima de chuva em 30 minutos.

K - Fator erodibilidade do solo, perda anual do solo provocada pela enxurrada.

L e S - Fatores de Relevo, onde L é o comprimento da rampa e S é o grau de


declividade.

C - Fator de manejo do solo.

P - Fator de controle à erosão.

6.1.7.2.9 Práticas conservacionistas

As causas do desgaste e empobrecimento dos solos são muitas. Para conservá-lo ou


restaurá-lo, necessita-se de uma série de medidas em conjunto, que são denominadas
de Práticas Conservacionistas.

As práticas conservacionistas, que normalmente eram classificadas como edáficas,


vegetativas e mecânicas, hoje seguem a orientação adotada pelo programa de
preservação dos recursos naturais renováveis, ilustradas na Figura 6.1-87 e descritas
posteriormente.

Figura 6.1-87 Classificação das práticas conservacionistas

Práticas de Controle à Erosão

São trabalhos que visam diminuir ou anular o fenômeno erosivo, ou seja, o desgaste e
rebaixamento do perfil do solo causados principalmente pela chuva.

Estas práticas necessitam, além de outros conhecimentos, de alguns dados como


declividade, marcação de linhas niveladoras ou curva de nível, tipo de solo, cultura a
ser implantada, etc. É através destes conhecimentos que sabemos que tipo de prática
será executado: Plantio em nível; Faixa de Retenção, ou Terraço.

153
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

A Declividade é a operação destinada a achar a diferença entre dois pontos, que


transformada em percentagem. Os aparelhos usados para este trabalho são:
clinômetro, trapézio e nível de borracha, principalmente.

A Curva de Nível é uma linha transversal ao sentido do declive, cujos pontos estão na
mesma cota (altura).

A distância entre uma curva de nível e outra, urna faixa de retenção e outra e um
terraço, é conhecida peia fórmula de BENTHEY, que é a seguinte (15):

EV = (2 + D ) 0,305

EV - Espaçamento vertical

D - Declividade

X - Fator que depende do tipo de solo, varia de 1,5 a 6,0 como mostra a Quadro 6.1-2.

De posse do EV pode-se então achar o EH, ou seja, o espaçamento horizontal, pela


fórmula:

EH = EV x 100

D
Quadro 6.1-2 Valores de "x" para serem usados na fórmula de BEINTHEY.
PRÁTICAS DE CONTROLE Á EROSÃO Fórmula de
BENTHEY
FAIXA DE EV = (2 + D) 0,30
RET. OU X
TERRAÇOS CORDÃO EM CONTORNO
PLANTIO
EM NIV.
Valores de “ X ”
CULTURAS CULTURAS CULTURAS CULTURAS CULTURAS
PERMANENTES ANUAIS PERMANENTES ANUAIS ANUAIS
c/grad nível c/grad nível c/ grad. nível nível
alta alta 1,5
média média 2,0
baixa alta baixa 2,5
média 3,0
baixa alta 3,5
média alta 4,0
baixa alta média 4,5
média baixa alta 5,0
baixa média 5,5
baixa
NOTA: ALTA: Solos de textura argilosa

154
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

MÉDIA: Solos de textura média


BAIXA: Solos de textura
Fonte : TEIXEIRA (16)

Plantio em Nível

O plantio segue as curvas de níveis do terreno. Este método contribui para conservar
o solo e a água, pois cada fileira serve de obstáculo ao fluxo da enxurrada. O sistema
aqui discutido é mais indicado para solos com declividade até 3%.

Faixa de Retenção

São faixas de vegetação plantadas, com largura variando de 2 a 3 m, seguindo o nível


do terreno no sentido transversal. Esta prática se adapta melhor a terrenos com
declividade inferior a 8%. Os vegetais mais usados são a cana de açúcar e gramíneas.

Terraços

É um camalhão de terra (amontoado) ou uma combinação de canal e camalhão, que


se constrói transversalmente ao terreno, a intervalos fixos, para com isto interceptar a
enxurrada e forçar que a água seja drenada e escoada sem prejuízo erosivo do solo.

Existem duas classes de terraços: a) terraço em gradiente; e b)terraço em nível. O


terraço em gradiente intercepta a água e escoa seu excesso, devido o desnível com
que ele construído. O terraço em nível, intercepta absorve a água, pois sua construção
é seguindo a linha niveladora ou curva de nível.

Quanto a construção, pode ser do tipo Mangum ou Camalhão, e do tipo Nichols ou


Canal.

No terraço tipo Camalhão, a terra mobilizada é removida de ambos os lados das linhas
demarcadoras, sendo que este tipo é mais indicado para terrenos com até 8% de
declividade.

No terraço tipo Nichol ou Canal, a terra mobilizada para sua formação é removida do
lado superior da encosta, sempre de cima para baixo sendo mais indicado para
declives com um máximo de 18%. Este tipo requer arado reversível, devido ter apenas
um sentido para sua construção.

Com declive mais acentuado (mais de 18%), recomenda-se dois tipos de terraços, que
são,o de tipo Patamar e o de Banquetas Individuais.

O tipo Patamar é um corte continuo no solo formando ângulo de 90°.

As banquetas individuais são patamares locados individualmente e sua construção é


feita manualmente.

155
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Práticas de Restauração e Melhoramento

São técnicas que visam dar benefício ao solo em função da cultura. São elas:
uniformização do terreno sulcado pela erosão, sub-solagem, rotação de cultura,
adubação verde, calagem e látex.

Uso da emulsão de látex com óleo

Experimentos recentes efetuados no RRIM com emulsão do látex com óleo vegetal
mostraram a sua eficácia no controle á erosão quando colocados na superfície do
solo. Em solos altamente erodidos, semelhantes as séries Serdang e Sungei Bulch,
aplicações de emulsão contendo 10 a 15% de borracha seca e 2 a 8% de óleo,
reduziram as perdas de solo a níveis significativos quando comparados com a
testemunha. A Tabela 6.1-13 mostra a quantidade do solo erodido coletado nos
diferentes tratamentos com diferentes formulações de látex/óleo.

Tabela 6.1-13 Efeito de diferentes formulações sobre a erosão do solo.


PESO DOS SOLOS ERODIDO
TRATAMENTO % DE CONTROLE
ATRAVES DA EROSÃO (T/HA)
testemunha 288,6 100
A 49,6 17,2
B 86,6 30,0
C 36,7 12,7
D 45,2 15,7
Fonte: KWI (11)

Práticas complementares

Como o próprio nome diz, complementa o solo para oferecer melhores possibilidades
ao vegetal. Adubação química, divisão e manejo dos pastos, irrigação e drenagem,
são exemplos dessas práticas.

6.1.7.3 Caracterização e mapeamento dos solos na área de influência da


Ferrovia Paraense S.A.

6.1.7.3.1 Considerações Gerais

O conhecimento da potencialidade dos recursos naturais é de fundamental


importância como instrumento básico ao planejamento regional. Isto torna possível a
seleção de áreas com melhores possibilidades de uso, locação de infraestrutura e
definição das atividades econômicas a serem desenvolvidas, adequadas às
características do meio físico, para uma ocupação racional e permanente, sem riscos
de causar alterações ambientais graves.

O presente trabalho teve por objetivo a caracterização, o mapeamento e a avaliação


da aptidão agrícola dos solos identificados na área de influência ao longo do traçado

156
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

da ferrovia a ser construída no Estado do Pará que interligará as regiões norte,


nordeste e sudeste. Servirá como subsídio às ações de planejamento territorial
estratégico que poderão ser implementadas na região em questão.

6.1.7.3.2 Localização da área de estudo

Para definição do limite da área de influência, levou-se em consideração as


características dos meios físico, biótico e socioeconômico, bem como o alcance dos
impactos, dando ênfase à sua proximidade com as áreas protegidas por legislação
específica, definida na Portaria Nº 420, de 26 de outubro de 2011, que dispõe sobre os
procedimentos a serem aplicados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis-IBAMA, na regularização e no licenciamento ambiental
das rodovias e ferrovias federais.

6.1.7.3.3 Metodologia
Confecção do mapa de solos

O mapeamento de solos da área de estudo teve como base os resultados


apresentados no “Diagnóstico do Meio Físico-Biótico” realizado para subsidiar a
elaboração do “Zoneamento Ecológico-Econômico da Zona Leste e Calha Norte do
Estado do Pará” (Venturieri et al., 2010).

Além do mapa de solos contido no referido zoneamento foi utilizada também para
interpretação visual as imagens de radar do Projeto Topodata (INPE DSR, 2013),
oriundos da interpolação por Krigagem de dados SRTM (Shutle Radar Topography
Mission), apresentando uma resolução de 30 metros. Essa ferramenta foi de extrema
importância para se proceder ajustes necessários na legenda de identificação dos
solos (Anexo 6.1-1), principalmente, no que se refere à classificação do relevo,
conforme os critérios constantes no “Manual Técnico de Pedologia” (IBGE, 2007).
Como se sabe, o relevo é o elemento de interpretação de maior importância na
elaboração de mapas pedológicos.

A classificação taxonômica dos solos foi elaborada de acordo com as normas em uso
no Brasil, constantes no “Sistema Brasileiro de Classificação de Solos” (Santos et al.,
2009).

O mapa final de solos se encontra no Mapa 6.1-6, é composto por 28 (quatro folhas).
Foi confeccionado na escala 1:100.000, enquadrando-se na modalidade
“reconhecimento de média intensidade” (IBGE, 2007). Segue no Anexo 6.1-1 a
legenda de identificação dos solos.

157
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Mapa 6.1-6 - Mapa de solos

CADERNO DE MAPAS

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Confecção do mapa de aptidão agrícola das terras

A avaliação da aptidão agrícola das terras, foi baseada na interpretação dos atributos
diagnósticos dos solos de acordo com metodologia proposta por Ramalho Filho e
Beek, 1995 em uso no Brasil. O nível tecnológico adotado para análise do grau de
intensidade dos fatores limitantes do uso da terra, caracteriza-se pela aplicação
intensa de capital e de resultados de pesquisa para manejo, melhoramento e
conservação das condições das terras e lavouras ou pastagens.

Os fatores limitantes de uso da terra considerados na referida metodologia são os


seguintes: Deficiência de fertilidade; Deficiência de água; Excesso de água ou
deficiência de oxigênio; Susceptibilidade à erosão e; Impedimento à mecanização.

Na representação das classes de aptidão agrícola das terras, utilizou-se uma


simbologia simplificada e adequada para facilitar o entendimento dos usuários,
conforme as especificações na Figura 6.1-88.

Figura 6.1-88 Simbologia na representação das classes de aptidão agrícola

O mapa de aptidão agrícola das terras foi confeccionado na escala 1:100.000. Está
localizado no Mapa 6.1-7, e é composto por 28 (trinta) folhas.

159
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Mapa 6.1-7 - Mapa de aptidão agrícola das terras

CADERNO DE MAPAS

160
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Confecção da carta-imagem colorida de radar

Para a confecção da carta-imagem colorida de radar, foram utilizadas imagens de


radar do Projeto TOPODATA (http://www.dsr.inpe.br/topodata/ index.php), oriundos da
interpolação por Krigagem de dados SRTM (Shutle Radar Topography Mission),
apresentando uma resolução de 30 metros. Normalmente, as imagens Topodata
apresentam-se em níveis de cinza, com auxílio de SIG (Global Mapper v.11) foi
possível obter a composição colorida mais adequada para interpretação visual,
destacando-se primordialmente o relevo, para facilitar a delimitação dos tipos de solos.

A carta imagem está localizada em Mapa 6.1-8, composta por 4 (quatro) folhas.

161
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Mapa 6.1-8 - Carta-imagem colorida de radar

CADERNO DE MAPAS

162
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6.1.7.3.4 Resultados
Quantificação dos solos dominantes

Na área de influência de estudo (4.105,48 km²), foram identificados, classificados


taxonômicamente, mapeados e quantificados as seguintes classes de solos
dominantes (Tabela 6.1-14).

Tabela 6.1-14 Quantificação das classes de solos dominantes

SÍMBOLO DAS UNIDADES


CLASSES DE SOLOS Área (km²) %
DE MAPEAMENTO
- Corpo d´água continental 10,44 0,25
FFc Plintossolo Pétrico Concrecionário 280,78 6,84
FXd Plintossolo Háplico Distrófico 9,74 0,24
GXbd Gleissolo Háplico Tb Distrófico 84,81 2,07
LAd Latossolo Amarelo Distrófico 1.654,92 40,31
LVAd Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico 61,61 1,50
PAd Argissolo Amarelo Distrófico 251,95 6,14
PAe Argissolo Amarelo Eutrófico 184,34 4,49
PVAd Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico 1.510,88 36,80
RLd Neossolo Litólico Distrófico 22,91 0,56
RQo Neossolo Quartzarênico Órtico 33,11 0,81
TOTAL 4.105,48 100,00

Conceituação das classes de solo dominantes

ARGISSOLOS

São grupamentos de solos minerais, profundos, bem drenados, tendo como principal
característica um acentuado aumento do conteúdo de argila do horizonte superficial
"A" para o subsuperficial "B", evidenciando o horizonte diagnóstico B textura! (Bt),
podendo ou não apresentar cerosidade.

A nomenclatura das classes de textura desses solos é sempre do tipo binária


arenosa/média, média/argilosa ou argilosa/muito argilosa. Quando a diferença do
conteúdo de argila do horizonte "A" para o "B" é muito acentuada (abrupta) a
nomenclatura das classes de textura é arenosa/ argilosa ou média/muito argilosa.
Comumente, apresentam adensamento de partículas na profundidade de 30 a 70 cm
da superfície do solo, o que é verificado pela resistência à penetração da faca
pedológica, o que pode dificultar o desenvolvimento do sistema radicular das plantas
cultivadas.

Os Argissolos apresentam horizontes dispostos na sequência A, Bt (B textural) e C, de


coloração amarelada nos matizes 10YR e 7,5YR, vermelho-amarelado ou amarelo-
avermelhado no matiz 5YR ou vermelho nos matizes 2,5YR e 10 R.

163
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Quimicamente apresentam baixo ou alto nível de fertilidade natural com saturação por
bases trocáveis (V%) inferior ou superiores a 50%, respectivamente. Os solos com
saturação por bases igual ou maior a 50% são considerados eutróficos e inferior a
50% são distróficos.

Os solos pertencentes a este grupamento, de um modo geral, podem ser encontrados


em áreas com relevo plano, suavemente ondulados, ondulado, ou até fortemente
ondulado.

Os Argissolos são identificados na legenda ou no mapa de solos pelos símbolos das


unidades de mapeamento de acordo com as suas características morfológicas e
químicas, conforme se descreve a seguir:

ARGISSOLO AMARELO Distrófico (PAd);

ARGISSOLO AMARELO Eutrófico (PAe);

ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico (PVAd)

Morfologicamente os Argissolos Amarelos apresentam cores nos matizes 10YR e


7,5YR.

Os Argissolos Vermelhos possuem cores nos matizes 1OR e 2,5YR e os Argissolos


vermelho-Amarelos possuem cores que se enquadram no matiz 5YR, podendo
apresentar na sua superfície cores mais amareladas no matiz 7,5YR. Quanto à
natureza química são identificados pela saturação por bases trocáveis (V%)
constantes nos resultados analíticos das amostras de solos, conforme conceituação
geral dos Argissolos descrita anteriormente. Vale ressaltar, no entanto, que a textura e
a classificação do relevo onde ocorrem, são, também, muito importantes na
classificação taxonômica, uma vez que são atributos avaliados para definição nas
classes de aptidão agrícola das terras.

GLEISSOLOS

São solos minerais hidromórficos, mal drenados, desenvolvidos de sedimentos


recentes, sob forte influência do lençol freático. Apresentam forte gleização,
evidenciada pelas cores acinzentadas e azuladas, com muitos mosqueados
decorrentes do processo de oxirredução. Apresentam-se pouco desenvolvidos,
mediamente profundos, com os horizontes dispostos na sequência A e Cg, ou A, Bg e
Cg.

A textura é, predominantemente, argilo-siltosa, com valores altos de silte e argila,


devido à constante sedimentação de materiais finos que são conduzidos em
suspensão pelos rios. São encontrados em planícies aluviais sob floresta de várzea e
estão sujeitos a regimes de inundações frequentes.

164
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Apresentam grande variação em decorrência da natureza do material de que são


originados, podendo, por conseguinte, serem eutróficos ou distróficos e com elevada
ou baixa saturação de alumínio. Em regiões como o Baixo Amazonas as frequentes
inundações das várzeas promove uma fertilização natural dos solos. Normalmente,
encontram-se associados aos Neossolos Flúvicos que apresentam níveis de fertilidade
semelhante.

Na área estudada foi classificado o GLEISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico, identificado


pelo símbolo GXbd.

LATOSSOLOS

Os Latossolos são solos minerais profundos e muito profundos, bem drenados que
apresentam como principal característica o horizonte diagnóstico subsuperficial "B"
latossólico (Bw).

O horizonte B latossólico apresenta avançado estágio de intemperização com


alteração completa dos minerais primários menos resistentes ao intemperismo. Em
geral, é constituído por quantidades variáveis de óxidos de ferro e alumínio, minerais
de argila 1:1 (cáulinita), quartzo e outros minerais mais resistentes ao intemperismo,
podendo haver predominância de qualquer um desses materiais. Deve apresentar
espessura mínima de 50cm, textura franco arenosa ou mais fina e baixos teores de
silte, de maneira que a relação silte/argila seja inferior a 0,7 nos solos de textura média
e inferior a 0,6 nos de textura argilosa, na maioria dos sub-horizontes do "B" até a
profundidade de 200cm. O horizonte "B" latossólico pode apresentar cerosidade pouca
fraca e conter mais argila do que a horizonte sobrejacente, porém o incremento da
fração argila com o aumento da profundidade é pequeno, quando comparado com o
horizonte "B" textural.

O grupamento dos Latossolos apresenta coloração variando de amarelada a vermelho


escuro nos matizes 10YR, 7,5YR, 5YR, 2,5YR e 10R, com horizontes na sequência A,
Bw (B latossólico) e C. De um modo geral, os Latossolos apresentam baixa fertilidade
natural, pH fortemente ácidos, elevados teores de alumínio tratável, elevada saturação
com alumínio, baixa saturação de bases trocáveis (distróficos), baixa capacidade de
troca de cátions e baixíssimos teores de fósforo assimilável. Podem, no entanto,
menos frequentemente, apresentar nível de fertilidade natural alto, com saturação por
bases trocáveis >50% (Eutróficos).

Os Latossolos são identificados na legenda e no mapa de solos pelos símbolos das


unidades de mapeamento, conforme se relaciona a seguir:

LATOSSOLO AMARELO Distrófico (LAd);

LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico (LVAd)

165
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Esses solos, normalmente, ocorrem em áreas de relevo plano e suave ondulado,


podendo apresentar textura média, argilosa ou muito argilosa. Diferenciam-se uns dos
outros basicamente pela coloração, uma vez que as propriedades químicas são
semelhantes em todas as classes mapeadas.

Os Latossolos Amarelos apresentam cores nos matizes 10YR e 7,5YR, os Vermelhos


possuem cores nos matizes 10R e 2,5YR e os Vermelho--Amarelos apresentam cores
no matiz 5YR. Apenas o Latossolo Amarelo Distrocoeso, além da coloração e da
característica química, apresenta também, o caráter "coeso" que se caracteriza pelo
adensamento de uma camada do solo que ocorre entre 30 e 70cm da superfície, e por
apresentarem textura muito argilosa, com conteúdo de argila normalmente acima de
60 g/kg de solo, como ocorre nas proximidades de Paragominas, Ulianópolis, Dom
Eliseu e Rondon do Pará e Abel Figueiredo (Rodrigues et al., 2003; Silva et al., 2002;
Silva et al., 2005)

NEOSSOLOS

Os Neossolos Litólicos correm em áreas de relevo ondulado e forte ondulado


normalmente associados a afloramentos de rocha. Apresentam horizonte "A" com
menos de 40 cm de espessura, diretamente assentado sobre a rocha ou sobre
material com 90%, ou mais de sua massa constituída de fragmentos de rocha.
Apresentam uma sequência de horizontes do tipo A, C e R ou A e R. Quanto ao nível
de fertilidade natural, podem ser Distróficos ou Eutróficos, dependendo da natureza
das rochas de que são originados. As áreas onde ocorrem esses solos apresentam
fortes restrições a qualquer tipo de utilização, devendo, por conseguinte, serem
destinados à preservação ambiental.

A classe Neossolos Quartzarênicos ocorre em relevo plano ou suave ondulado,


apresenta textura arenosa ao longo do perfil e cor amarelada uniforme abaixo do
horizonte A, que é ligeiramente escuro.Considerando-se o relevo de ocorrência, o
processo erosivo não é alto, porém, deve-se precaver com a erosão devido à textura
ser essencialmente arenosa.

Na área estudada, esses solos são classificados como NEOSSOLO LITÓLICO


Distrófico, sendo identificados no mapa pelo símbolo RLd e NEOSSOLO
QUARTZARÊNICO Órtico sendo identificados pelo símbolo RQo.

PLINTOSSOLOS

São solos minerais hidromórficos, pouco profundos, fortemente ácidos, bastante


intemperizados, imperfeitamente drenados, de textura que varia de siitosa a muito
argilosa, caracterizados por possuírem em subsuperfície um material mais argiloso,
rico em sesquióxidos e pobre em húmus que sob condições de umedecimento e
secagem, endurecem irreversivelmente, especialmente quando expostos ao calor do
sol, denominados de plintita

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Apresentam sequência de horizontes do tipo A, Bf (B plíntico) e C, com transição


normalmente clara ou gradual entre os horizontes. A coloração do horizonte "B"
plíntico é variegada com predominância de cores avermelhadas, bruno-amareladas,
amarelo-brunadas, acinzentadas e esbranquiçadas. Quimicamente são solos muito
pobres em nutrientes (distróficos), fortemente ácidos, com saturação por bases
trocáveis (V%) e sorna de bases trocáveis (S) muito baixa. Alia-se a isso as suas
propriedades físicas inadequadas, decorrente dos encharcamentos periódicos a que
estão sujeitos e o relevo acidentado onde ocorrem, com grande quantidade de
concreções ferruginosas.

Na área estudada foi identificado o PLINTOSSOLO PÉTRICO Concrecionário


identificado no mapa pelo símbolo FFc e o PLINTOSSOLO HÁPLICO Distrófico
identificado pelo símbolo FXd.

De um modo geral, devido às limitações que os Plintossolos apresentam, são mais


frequentemente indicados para a pecuária.

Quantificação das classes de aptidão agrícola das terras


Tabela 6.1-15 Quantificação das classes de aptidão agrícola das terras
SÍMBOLO DAS CLASSES
APTIDÃO AGRÍCOLA DO SOLO ÁREA (KM²) %
DE APTIDÃO AGRÍCOLA
B/A BOA PARA AGRICULTURA 3.411,40 83,09
B/P BOA PARA PECUÁRIA 308,51 7,51
R/P REGULAR PARA PECUÁRIA 280,73 6,84
N/R* NÃO RECOMENDADA 93,79 2,28
- MASSA D'ÁGUA 11,05 0,27
- TOTAL 4.105,48 100,00
* - Terras que apresentam fortes restrições para utilização em atividade agropecuária. Devem ser destinadas,
preferencialmente, à preservação ambiental

Descrição das classes de aptidão agrícola das terras

B/A - Classe de aptidão BOA para agricultura

Incluem-se nesta classe as áreas de terra firme que apresentam relevo


predominantemente plano ou suavemente ondulado, solos profundos, bem drenados e
textura média, argilosa ou muito argilosa.

Na avaliação do grau de intensidade dos fatores limitantes do uso da terra, constata-


se que apesar do baixo nível de fertilidade química da maioria dos solos, os mesmos
apresentam boas propriedades físicas, o que possibilita a sua utilização em atividades
agrícolas. Apresentam poucas limitações ao uso de máquinas e implementos agrícolas
e pouca susceptibilidade à erosão, com potencialidade à produção econômica com
culturas de ciclo curto ou longo adaptadas às condições climáticas da região. O uso
sustentável dessas áreas requer a utilização de insumos agrícolas modernos e

167
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

emprego de técnicas de manejo e conservação, bem como, sistemas de produção


capazes de melhorar as condições do solo e aumentar a produtividade das culturas.

B/P - Classe de aptidão BOA para pecuária

Incluem-se nesta classe de aptidão as áreas que apresentam restrições à utilização


com lavoura, principalmente com culturas de ciclo curto, onde o uso de máquinas e
implementos agrícolas está presente em praticamente todas as fases do processo
produtivo.

Na avaliação da aptidão agrícola constata-se que os fatores limitantes do uso da terra,


apresentam grau de intensidade moderado ou forte, e estão presentes nas classes de
solos de forma conjunta, de tal modo que a indicação dessas áreas para utilização
com lavoura, está excluída, devendo preferencialmente, ser destinadas à atividade
pecuária.

R/P - Classe de aptidão REGULAR para pecuária

Incluem-se nesta classe de aptidão as áreas que apresentam fortes restrições à


utilização com lavoura. Apresentam ainda, algumas limitações para utilização na
atividade pecuária. Esses solos apresentam os fatores limitantes ao uso da terra com
grau forte ou muito forte, de tal maneira, que a única atividade para essas áreas,
mesmo com restrições, é a pecuária.

N/R* - Classe de aptidão NÃO RECOMENDADA para atividades agropecuárias

Incluem-se nesta classe de aptidão as áreas que apresentam ecossistemas muito


frágeis e com fortes restrições ao uso agropecuário. Devem ser destinadas à
preservação ambiental.

6.1.7.3.5 Conclusões

De posse dos resultados do mapeamento dos solos e aptidão agrícola das terras,
pode-se concluir o seguinte:

Os solos mais representativos dentro dos limites da área estudada, são os


LATOSSOLOS AMARELOS Distróficos (1.654,92km2) e os ARGISSOLOS
VERMELHO-AMARELOS Distróficos (1.510,88km2). O PLINTOSSOLO PÉTRICO
Concrecionário é a classe de solo menos representativa com 9,74km².

Com relação à aptidão agrícola das terras, 83,09% da área estudada, apresenta
aptidão BOA para agricultura, enquanto que 7,51% apresenta aptidão BOA para
pecuária. 6,84% possui classe de aptidão REGULAR para pecuária.

Uma área expressiva de 93,79km2 (8,04% da área total mapeada), deve ser destinada
à preservação ambiental.

168
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

6.1.7.4 Pesquisa de campo

6.1.7.4.1 Considerações Iniciais

A necessidade do homem em trabalhar ou conhecer os solos, encontra sua origem


nos tempos remotos, podendo-se até mesmo afirmar ser tão antiga quanto a
civilização.

Os solos são definidos como corpos naturais independentes, constituídos de materiais


minerais e orgânicos, organizados em camadas e/ou horizontes. A unidade básica do
solo é chamada de pedon, do grego que significa solo, terra. Ela vai da superfície ao
material de origem e se constitui na menor porção tridimensional, perfazendo um
volume mínimo que possibilite estudar o solo (MEIRELLES et al., 2015).

O solo deve ser considerado sob o aspecto de ente natural e, como tal é tratado pelas
ciências que estudam a natureza, como a geologia, a pedologia e a geomorfologia.

A palavra solo não tem um significado intuitivo imediato. Em português clássico, o


termo solo significa tão somente a superfície do chão, sendo o significado original da
palavra herdada do latim “solum”.

O presente trabalho teve por objetivo levantar dados e informações através das
análises físicas e químicas dos solos que caracterizem as áreas de influência ao longo
do traçado da ferrovia a ser construída no Estado do Pará que interligará as regiões
Norte, Nordeste e Sudeste. Servirá como subsídio às ações de planejamento territorial
estratégico que poderão ser implementadas nas regiões em questão.

6.1.7.4.2 Revisão de Literatura


Conceito, intemperismo e formação dos solos e composição

Conceitos de solo

Segundo Schaetzel & Anderson (2005) solo é descrito como um corpo tridimensional,
ou seja, descrito como um sistema de quatro dimensões: tempo, profundidade, largura
e comprimento.

Outro conceito - solo é o produto de uma ação combinada e concomitante de diversos


fatores. A maior ou menor intensidade de algum fator pode ser determinante na
criação de um ou outro solo. São comumente ditos como fatores da formação de solo:
clima, material de origem, organismos, tempo e relevo (GOLDBERG & MACPHAIL,
2006).

Solos são sistemas naturais, organizados, frutos da ação combinada do clima e dos
organismos atuando sobre um determinado material de origem num dado intervalo de
tempo, condicionados pelo relevo, sendo, ainda, influenciados por outros fatores, entre
os quais se destaca a ação humana (JENNY, 1941). Sob um ponto de vista mais

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utilitário, o solo pode ser reconhecido, também, como o material mineral e/ou orgânico
não consolidado na superfície da terra que serve como um meio natural para o
crescimento e o desenvolvimento de plantas (CURI et al., 1993; SIMONSON, 1959).

Segundo Silva et al (2009), solo é constituído de camadas ou horizontes de compostos


minerais e/ou orgânicos, com diferentes espessuras, que constituem o denominado
perfil de intemperismo. Pode ser definido como um conglomerado de corpos naturais
ocorrendo na superfície terrestre, contendo matéria viva e suportando ou sendo capaz
de suportar vegetação. É, portanto, a camada superficial da crosta terrestre em que se
sustenta a vegetação; é formado por diversas partículas de rochas em diferentes
estágios de decomposição, água e substâncias químicas dissolvidas, ar, organismos
vivos e matéria orgânica.

Enfim dentre os mais diversos conceitos de solo, todos convergem em pontos


semelhantes, sendo os principais: o tempo, o clima, materiais orgânicos e minerais, o
relevo e seu material de origem. Ao longo da história da humanidade, o homem
sempre conviveu intimamente com o solo. Inicialmente, colhendo da terra seus
produtos através do extrativismo e, com o passar dos tempos, aprendendo a cultivá-lo,
cada vez mais racionalmente, para a produção de bens de consumo; a utilizá-lo como
matéria-prima na fabricação de cerâmica e vidraria e como material de construção e
substrato para obras de engenharia civil e sanitária.

Intemperismo

Entende-se por intemperismo como sendo um conjunto de modificações de ordens


física – desagregação - e química – decomposição - que as rochas sofrem ao
aflorarem na superfície da Terra (BRADY, 1979; SCHAETZEL & ANDERSON, 2005).

Os produtos do intemperismo (rocha alterada e solo) estão sujeitos a outros


processos, como erosão/transporte e sedimentação, os quais acabam levando à
denudação continental, com o consequente aplainamento.

A ação do intemperismo é controlado pelos seguintes fatores: o clima – que se


expressa na variação sazonal da temperatura e na distribuição das chuvas; o relevo –
que influencia no regime de infiltração e drenagem das águas pluviais; a flora e a
fauna – que fornecem matéria orgânica para reações químicas e remobilizam
materiais; a rocha – que, segundo sua natureza, apresenta resistência diferenciada
aos processos de alteração intempérica; e o tempo – que a rocha fica exposta aos
agentes intempéricos.

Estes processos intempéricos atuam através de mecanismos modificadores das


propriedades físicas e quimiacas dos minerais e rochas (KER et al, 2012).

Em função dos mecanismos predominantes de atuação, o intemperismo são


classificados do tipo intemperismo físico ou do tipo intemperismo químico.

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a) Intemperismo Físico – São todos os processos que causam desagregação das


rochas, com separação dos grãos-minerais, antes coesos, e com sua fragmentação,
transformando a rocha inalterada em material descontínuo e friável.

Como exemplos de Intemperismos Físicos, destacamos:

- Variação de temperatura ao longo dos dias e noites;

- Mudança cíclica de umidade. Por exemplo: desertos;

- Congelamento da água nas fi ssuras das rochas;

- Cristalização de sais nas fi ssuras das rochas;

- Alívio de pressão dos corpos rochosos quando ascendem a níveis crustais


mais superfi ciais;

- Crescimento de raízes em suas fissuras.

b) Intemperismo Químico – Todos os processos que causam decomposição das


rochas, sendo a água da chuva o principal agente desse tipo de intemperismo.

As reações do intemperismo químico podem ser representadas pela seguinte equação


genética (BRADY, 1979):

Figura 6.1-89 Reações do inteperismo

Essas reações estão sujeitas às leis do equilíbrio químico e às oscilações das


condições ambientais.

Na maior parte dos ambientes da superfície da Terra, as águas percolantes têm pH


entre 5 e 9. Nesses ambientes, as principais reações do intemperismo são: hidratação;
dissolução; hidrólise e oxidação.

Formação dos solos

Os solos existentes na paisagem refletem sua história de formação. Desde o primeiro


instante de sua gênese até o presente, fenômenos físicos e químicos diferenciados
ocorreram no material que lhes deu origem, motivando progressivas transformações
que se refletem na sua morfologia e nos seus atributos físicos, químicos e
mineralógicos, identificando-os (BRADY, 1979; KER et al, 2012).

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São cinco os fatores de formação dos solos que motivam direta ou indiretamente os
fenômenos fisícos e químicos nas rochas: relevo, clima, organismos, tempo e material
de origem.

O relevo na formação dos solos, reflete diretamente sobre a dinâmica da água, tanto
no sentido vertical - infiltração - como lateral - escorrimentos superficiais e dentro do
perfil - e indiretamente sobre o clima dos solos - temperatura e umidade - através da
incidência diferenciada da radiação solar, do decréscimo da temperatura com o
aumento das altitudes, e sobre os seres vivos – os tipos de vegetação natural
importantes na formação dos solos.

A água que cai sobre um terreno e não evapora tem apenas dois caminhos: ou
penetra no solo ou escorre pela superfície. Geralmente, segue concomitantemente
ambos os caminhos, com maior ou menor participação de um ou outro, dependendo
das condições do relevo (declividade e comprimento da vertente); da cobertura
vegetal; e de fatores intrínsecos do solo (MONIZ, 1975). Em terrenos declivosos, a
quantidade de água que penetra no solo é normalmente menor que nos menos
inclinados.

Na coexistência de ambas as situações, compartilhando uma porção da paisagem, as


áreas menos declivosas recebem o acréscimo de água do escoamento superficial e
subsuperficial proveniente das áreas mais altas.

Os solos de relevo íngreme são submetidos ao rejuvenescimento, através dos


processos erosivos naturais e, em geral, apresentam clima mais seco do que aqueles
de relevo mais suaves.

Outra implicação importante do relevo é sobre a taxa de radiação e,


consequentemente, sobre o clima do solo em diferentes situações de exposição dos
terrenos à ação solar. Em regiões montanhosas, por exemplo, dependendo da
orientação das encostas, a variação de incidência da radiação solar é significativa
(KER et al, 2012).

O clima para formação dos solos se paresenta como um dos mais ativos e importantes
fatores, dentre seus elementos destacam-se, em nosso país, pela ação direta na
pedogênese: a temperatura; a precipitação pluvial; a deficiência e o excedente hídrico
(LIMA et al, 2007).

A latitude influi diretamente nos regimes térmicos regionais. É muito importante no


desenvolvimento dos solos, pois a velocidade das reações químicas que neles se
processam é (+) e diretamente proporcional ao aumento da temperatura.

Outro fator importante na formação dos solos é água, um grande volume de água que
percola através dos solos nas regiões úmidas promove a hidratação de constituintes e
favorece a remoção dos cátions liberados dos minerais pela hidrólise, acelerando as

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transformações de constituintes e, consequentemente, o processo evolutivo do solo


(LIMA et al, 2007).

Da conjugação de variados regimes de temperatura e umidade, resulta


essencialmente a ocorrência de climas distintos ao longo do território brasileiro e, por
conseguinte, de ações formadoras de solo também diferenciadas.

Entre os baixos platôs amazônicos quentes e úmidos, o sertão nordestino quente e


semiárido e os planaltos sulinos frios e úmidos, há diferenças apreciáveis no que
concerne à formação de solos, em consequência das disparidades de condições
pedoclimáticas (MEIRELLES et al., 2015).

Na região amazônica, a conjunção de alta temperatura e alta precipitação pluvial, ao


longo do ano, favorece a efetivação das reações químicas que se processam nos
solos. Por exemplo: solos bastantes intemperizados, profundos, essencialmente
cauliníticos, muito pobres quimicamente, com reações bastante ácidas (SANTOS et
al., 2013; MEIRELLES et al., 2015).

No Nordeste semiárido, a escassez de umidade contribui para diminuição da


velocidade e intensidade dos processos pedogenéticos, resultando em solos pouco
desenvolvidos, rasos ou pouco profundos, cascalhentos ou pedregosos e/ou com
relativa abundância de minerais primários pouco alterados e minerais de argila de
elevada atividade coloidal. Por exemplo: solos pouco lixiviados, quimicamente ricos,
pouco ácidos e ligeiramente alcalinos ou mesmo com altos teores de sais solúveis e
de sódio trocáveis (SANTOS et al., 2013).

Outro fator importante para formação dos solos são os organismos – a microflora e a
macroflora, a microfauna e a macrofauna – pelas suas manifestações de vida, quer na
superfície quer no interior dos solos, atuam como agentes de sua formação (MONIZ,
1975).

A cobertura vegetal para o solo, tem uma ação passiva como agente atenuante do
clima; porém, é como agente ativo na formação do solo que ela se destaca. Sua ação
protetora depende de sua estrutura e tipo.

Na Amazônia, por exemplo, a cobertura vegetal é eficaz, uma vez que protege o solo
contra a ação das chuvas, já na região de caatinga semiárida do nordeste, o efeito
protetor é pouco efetivo na proteção do solo, resultando em acentuadas enxurradas de
forte poder erosivo.

O anteparo da cobertura vegetal também exerce efeito atenuador na temperatura da


parte mais superficial dos solos, repercutindo na diminuição da evapotranspiração.
Além da proteção do solo e a atenuação da temperatura, desempenha ainda outras
funções como: a fixação de materiais sólidos, como nas dunas ou nas planícies

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aluviais; participação no estoque de nutrientes do sistema, os quais retornam aos


solos devolvidos pelos resíduos vegetais (SANTOS et al., 2013).

A macrofauna tem importância como agente homogeneizador dos solos. Nessa


situação em particular, são muito citados os efeitos dos cupins, das formigas, dos tatus
e de muitos roedores que cavam buracos. As minhocas, abrindo galerias, melhoram a
aeração dos solos. Os micróbios, por sua vez, têm ação marcante na decomposição
dos compostos orgânicos, na fixação de nitrogênio e em processos de oxidação e/ou
redução.

A ação do homem, constitui um elemento perturbador da constituição e arranjo das


camadas dos solos, através das modificações que imprime na paisagem, como:
desmatamento; reflorestamento; abertura de estradas; aplainamento; escavações; ou
através de alterações que realiza diretamente no solo, como: aplicação de corretivos e
fertilizantes; arações; irrigação; drenagem e deposição de restos da sua fauna diária.

Dos fatores de formação, o tempo é o mais passivo, ou seja, não adiciona, não
exporta material nem gera energia que possa acelerar os fenômenos de intemperismo
mecânico e químico, necessário à formação de um solo. Porém, o estado do sistema
solo não é estático: varia no transcorrer das transformações, transportes, adições e
perdas que têm lugar na sua formação e evolução. O conhecimento da duração do
período de gestação dos solos é, contudo, muito complexo (MONIZ, 1975;
SCHAETZEL & ANDERSON, 2005).

Existe diferença entre idade e a maturidade dos solos, onde a a idade (cronologia) é a
medida dos anos transcorridos desde seu início até determinado momento, enquanto
que a maturidade (evolução) é expressa pela evolução sofrida, manifestada por seus
atributos em dado momento de sua existência. Assim, alguns solos podem apresentar
idade absoluta relativamente pequena e serem bem mais maduros que outros com
idade absoluta bem maior.

Finalmente o material de origem trata-se do último fator de formação dos solos que
iremos abordar, este depende da classificação genética das rochas, o que significa
usar critérios que permitam agrupá-las segundo características semelhantes.

As classifcações genéticas das rochas permitem em agrupá-las de acordo com o seu


modo de formação na natureza, sob este aspecto, as rochas dividem-se em três
grandes grupos: ígneas ou magmáticas; sedimentares e metamórficas (SCHAETZEL
& ANDERSON, 2005).

a) Rochas ígneas ou magmáticas – Resultam do resfriamento de material rochoso


fundido, chamado magma. Estas são chamadas de rocha ígnea intrusiva, quando o
resfriamento ocorrer no interior do globo terrestre, e de rocha ígnea extrusiva ou
vulcânica, se o magma conseguir chegar à superfície.

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b) Rochas sedimentares, quanto a sua textura, podem ser encontradas conforme a


descrição a seguir.

- Clástica – quando a rocha sedimentar é constituída por partículas


preexistentes.

- Químicas ou Não-Clásticas – São formadas pela precipitação dos radicais


salinos, que foram produzidos pelo intemperismo químico e agora se
encontram dissolvidos nas águas dos rios, lagos e mares.

- Orgânicos – São acúmulos de M.O tais como restos de vegetais, conchas


de animais, excrementos de aves etc. que, por compactação, acabam
gerando, respectivamente, turfa, coquina e guano.

c) Rochas metamórficas – Resultam da transformação de uma rocha preexistente no


estado sólido. Este processo geológico de transformação se dá por aumento de
pressão e/ou temperatura sobre a rocha preexistente, sem que o ponto de fusão dos
seus minerais seja atingido.

O metamorfismo pode ser regional, local e dinâmico. O metamorfismo regional ocorre


em grandes extensões da superfície do globo terrestre, em consequência de eventos
geológicos de grande porte como, por exemplo, edificação de cadeias de montanhas.
Dependendo dos valores alcançados pela variação de pressão e temperaturas, têm-se
os metamorfismos regionais de baixo, médio e alto grau.

O metamorfismo local restringe-se a domínios de terreno que variam entre centímetros


e dezenas de metros de extensão. O metamorfismo termal ou de contato ocorre
quando o aumento de temperatura predomina.

O metamorfismo dinâmico ocorre quando predomina o aumento de pressão no


fenômeno da transformação das rochas como em zonas de falhas.

Composição dos solos

Solo é composto de três fases, sendo a primeira, a fase sólida, que é constituída por
material rochoso (local ou transportado) e material orgânico, originário da
decomposição vegetal e/ou animal. A segunda, a fase líquida, corresponde à água ou
a solução do solo (elementos orgânicos e inorgânicos em solução). A última fase, a
gasosa, é de composição variável, de acordo com os gases produzidos e consumidos
pelas raízes das plantas e dos animais (CO2 e O2) (SILVA, 2009).

Portanto, a areia, argila e matéria orgânica (fase solida), o solo apresenta canais ou
poros, importantes para armazenar água para as plantas e organismos, para permitir a
drenagem do excesso de água da chuva – fase liquida - (manutenção do nível
freático), evitar a erosão e facilitar o crescimento das raízes. A vida (incluindo a dos

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seres humanos) só é possível graças à existência dos componentes do solo, visto que
o equilíbrio de suas partes (areia, silte, argila, matéria orgânica, ar, água e nutrientes)
garante o crescimento adequado das plantas (alimento da grande maioria dos
animais) e demais organismos do solo, o que não ocorre, por exemplo, sobre uma
rocha exposta na superfície da Terra (LIMA et al, 2007).

Já sabemos que o solo é constituído por água, ar, minerais e matéria orgânica (Figura
6.1-90). Estes componentes enquadram-se em três fases distintas: A) fase sólida:
matéria orgânica e material mineral do solo; B) fase gasosa: ar do solo (ocupa os
poros do solo); C) fase líquida: água do solo. Os percentuais relativos a cada fase são
muito variáveis de acordo com as condições climáticas, que determinam
principalmente o teor de umidade, textura (proporção de areia, silte e argila), grau de
desenvolvimento do solo, ou mesmo a forma de preparo e utilização do solo (LIMA et
al, 2007).

Figura 6.1-90 - Elementos constituintes dos solos.

5%

25%
45%

25%

Minerais Água Ar Matéria Orgânica

Fonte: LIMA, 2007

Perfil e camadas/horizontes dos solos

Como já vimos anteriormente através do intemperismo as rochas – material de origem


- se transformam em um material friável, resultado da diversidade de efeitos da ação
integrada do clima e dos organismos, em determinadas condições de relevo durante
um certo período de tempo.

As argilas também se formam, simultaneamente com esses processos, e as águas


que infiltram no terreno podem arrastá-las, fazendo com que se desloquem de uma
profundidade para outra. Deste modo, pouco a pouco, sob a ação de um conjunto de
fenômenos biológicos, físicos e químicos, o solo começa a formar-se, organizando-se
em camadas de aspecto e constituição diferentes, aproximadamente paralelas à
superfície, que são denominados horizontes (LEPSCH, 2002). O conjunto de
horizontes, num corte vertical que vai da superfície até o material que deu origem ao
solo, é o perfil do solo.

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O perfil do solo

O perfil do solo é uma seção vertical, através do solo, englobando a sucessão de


horizontes ou de camadas transformados pelos processos pedogenéticos e o manto
superficial de resíduos orgânicos; assim como também é a seção vertical do solo
encontrado no terreno que revela a presença de horizontes ou camadas, na posição
predominantemente horizontal, mais ou menos distintos (LIMA et al., 2007).

Camadas e horizontes dos solos

A camada é distintiva para uma seção do solo que se diferencia das demais em seus
atributos morfológicos em função das características do material herdado em
contraposição aos horizontes que se diferenciam em função dos processos
pedogenéticos. Ou seja, são denominadas camadas quando as seções são pouco ou
não influenciadas por processos pedogenéticos (LIMA et al., 2007).

Os horizontes são subseções do perfil do solo, aproximadamente paralelas à


superfície do solo, que apresentam características morfológicas e atributos físicos,
químicos e mineralógicos suficientemente distintos para individualizá-las segundo
critérios morfogenéticos. Vale dizer que quando bem desenvolvido, o solo possui
quatro horizontes principais (O, A e B) e um horizonte que compreende a alterita (C).

De acordo com Teixeira et al. (2009), os horizontes mais superficiais do perfil, por
conterem quantidades maiores de matéria orgânica, apresentam uma tonalidade mais
escura, enquanto os horizontes mais inferiores, mais ricos em argilominerais e óxi-
hidróxidos de ferro e de alumínio, são mais claros (regiões temperadas) ou mais
avermelhados e amarelados (em regiões tropicais).

O número de horizontes e as especificidades diagnósticas destes, variam de acordo


com os diferentes tipos de solo.

A denominação dos horizontes e camadas é feita por símbolos representados por


letras e números. Os horizontes e as camadas principais do solo são simbolizados
pelas seguintes letras maiúsculas (LIMA et al., 2007):

O-H-A-E-B-C-F-R

Essas letras têm definições específicas e estão descritas a seguir:

O – Horizonte ou camada orgânica superficial formados em condições de drenagem


desimpedida – sem estagnação de água, constituindo recobrimento detrítico de
material essencialmente vegetal – depositados na superfície de solos minerais;

177
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H – Horizonte ou camada orgânica, superficiais ou não, formados por acumulação de


resíduos vegetais depositados sob condições muito prolongadas ou de permanente
estagnação de água;

A – Horizonte mineral superficial ou subjacente ao horizonte ou à camada O ou H, de


maior atividade biológica e incorporação de M.O. bastante mineralizada, intimamente
associada à matéria mineral;

E – Horizonte mineral resultante da perda de minerais de argila, compostos de Fe, de


Al ou de M.O, separadamente ou em combinações;

B – Horizonte mineral, subsuperficial, situado sob horizonte E, A ou raramente H,


originado por transformações relativamente acentuadas do material originário e/ou
ganho de constituintes minerais ou orgânicos migrados de horizontes suprajacentes;

C – Horizonte ou camada mineral de material inconsolidado sob o solum relativamente


pouco afetado pelos processos pedogenéticos, constituindo seção nas quais grandes
partes dos seus atributos manifestam-se com persistência de características
litológicas;

F – Horizonte ou camada de material mineral consolidado sob o horizonte A, E ou B,


rico em Ferro e Alumínio e pobre em M.O, formado por endurecimento irreversível que
se verifica em conexão com enriquecimento de óxidos dos elementos citados;

R – Camada mineral de material consolidado que, em muitos solos, constitui o


substrato rochoso, isto é, embasamento litológico de tal sorte coeso que, quando
úmido, não pode ser cortado com uma pá. É a rocha sã.

6.1.7.4.3 Análise química e física dos solos

A região Amazônica está situada na parte norte da América do Sul com cerca de 6
milhões de km², com uma população de 23.596.953 habitantes e ocupando todos os
Estados da Região Norte, mais o estado de Mato Grosso, o oeste do Maranhão e
cinco municípios de Goiás. Não é totalmente constituída de florestas. O Bioma
Amazônia é uma extensa região apresentando elevada diversidade geológicas,
geomorfológicas, edáficas, climáticas e de vegetação (VALE JUNIOR et al., 2011).

Verifica-se também que as classes de solos se distribuem conforme as condições dos


fatores de formação mencionados acima, seguindo-se em ordem decrescente de área
ocupada os mais representativos são Latossolos, Argissolos e Plintossolos ,
predominando o caráter distrófico. Com exceção dos Luvissolos e Cambissolos
eutróficos mapeados no estado do Acre, as pequenas manchas de solos eutróficos
(Nitossolos, Chenossolos, Luvivossolos) mapeadas em outros estados são pequenas
inclusões (VALE JUNIOR et al., 2011).

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Amostragem de solos

A análise de solo é essencial para avaliar sua fertilidade, pois através da interpretação
dos resultados é possível realizar manejo químico do solo de maneira eficiente e
econômica, já que determina o estoque de nutrientes no solo e os limitantes químicos
no momento anterior ao plantio, possibilitando o desenvolvimento de um programa de
correção e adubação, bem como monitorar e avaliar periodicamente o balanço dos
nutrientes no solo (IAPAR, 1996).

Para se obter uma análise de solo confiável é necessário realizar primeiramente uma
amostragem adequada do solo, como descrito abaixo (MALAVOLTA et al., 1997):

Seleção das amostras

Os solos são normalmente heterogêneos. Por essa razão deve-se dividir a


propriedade em glebas uniformes, levando em consideração os seguintes detalhes:
cor do solo; posição no relevo; textura; histórico da área (culturas, calagens,
adubações, etc.); erosão e drenagem; cultura atual ou cobertura vegetal. Manchas no
terreno não devem fazer parte da amostra, ou devem ser amostradas separadamente,
se o tamanho justificar. Assim, depois de separadas as áreas uniformes, se
necessário, é feita a subdivisão de cada uma, de forma que seu tamanho máximo não
ultrapasse 10 hectares.

Tipos de amostras:

Amostra simples – É uma pequena quantidade de terra retirada ao acaso em área ou


gleba homogênea. Não é recomendada para avaliação da fertilidade do solo, porém
pode ser utilizada para fins de classificação de solo (por tradagem ou trincheira).

Amostra composta – É a reunião de várias amostras simples (sub-amostras) colhidas


ao acaso dentro de área ou gleba uniforme, que são misturadas para apresenta-la
melhor. Em geral, sempre devem ser coletadas pelo menos 15 (quinze) amostras
simples para se fazer uma amostra composta. É a metodologia adequada para
avaliação da fertilidade do solo.

Coleta da amostra de solo

Uma vez dividida a propriedade em áreas ou glebas uniformes e após correta


identificação de cada gleba, será feita a coleta da amostra. Caminhando em zigue-
zague de forma a percorrer toda a área ao acaso, serão coletadas porções de solo de
12 a 20 locais diferentes.

O solo coletado de cada um desses locais (sub-amostras) deverá ser colocado em


recipiente limpo, devendo ser bem misturado e dela coletado uma amostra de cerca de
meio quilo, que serão condicionados em sacos plásticos devidamente identificados. No

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

caso de amostragens realizadas com equipamentos adequados como trados ou


sondas, os quais retiram pequenas porções de terra (mesmo volume pós sub-
amostras) e a mesma profundidade, as amostras podem ser colocadas diretamente no
saco plástico que será remetido ao laboratório de análises. Essa amostra composta
representará uma área ou gleba homogênea da propriedade.

Durante a coleta, deve-se evitar amostrar em locais próximos a casas, brejos, sucos
de erosão, formigueiros, caminhos, etc.

Profundidade de amostragem

Realizar a amostragem em duas profundidades: 0-20 e 20-40 cm ou 0-25 cm e 25-50


cm.

Ferramentas para amostragem

Várias ferramentas são utilizadas para retiradas das amostras: trado de rosca, trado
de caneca, trado holandês, sonda, trado tubular.

Figura 6.1-91 - Ferramentas mais utilizadas para retirar amostras de solos.

Identificação e envio das amostras

Transfira a amostra coletada para um saco plástico limpo e sem contaminantes. Este
recipiente deverá estar bem identificado, incluindo informações como o nome da
propriedade, a profundidade de amostragem e a data da coleta, por exemplo. Logo
após a coleta, fechar o saco plástico e encaminhar para o Laboratório.

180
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

6.1.7.4.4 Atributos físicos e químicos dos solos

A substituição da floresta por culturas agrícolas causa inúmeras mudanças nos


atributos do solo que, em vários casos, conduzem a perdas da produtividade. Nos
últimos anos, os sistemas agroflorestais têm sido apontados como uma alternativa de
recuperação e aproveitamento das áreas degradadas ou abandonadas na Amazônia
(MARQUES et al., 2004).

Segundo Corrêa (1985) e Chauvel et al. (1991), é comum nas florestas tropicais a
produção agrícola apresentar um decréscimo em poucos anos após o desmatamento
da floresta primária. Tal situação é atribuída a diversos fatores edáficos como pequena
reserva de nutrientes, toxicidade de alumínio, baixa CTC, redução na infiltração da
água no solo, redução da macroporosidade e destruição da estrutura do solo.

Neste aspecto os estudos dos atributos do solo decorrentes da ação diferenciada dos
processos de manejo adquirem grande importância na análise do comportamento das
plantas cultivadas. Do ponto de vista prático é de grande interesse econômico o
estudo dessas alterações, pois assumem relevante importância na recuperação ou
manutenção do seu potencial agrícola (FERNANDES, 1982).

Desta forma devemos evitar a degradação de terras produtivas e avançar em aspectos


específicos de qualidade dos solos, estas são demandas que se relacionam com o
aumento do conhecimento sobre a diferenciação de atributos dos solos nos seus
respectivos ambientes naturais (GOMES et al., 2004).

Os principais atributos químicos e físicos que serão abordados a seguir, irão nos
orientar nas interpretações e analises de resultados obtidos a partir da coleta e análise
dos solos na área de influência da Ferrovia Paraense S.A. no Estado do Pará.

6.1.7.4.5 Metodologia

A caracterização pedológica da área de estudo englobou, basicamente, três fases: 1)


a realização de procedimentos iniciais na coleta de informações existentes sobre a
área de influência do projeto e manuais de investigação do solo (dados secundários);
2) a investigação da área de interesse incluindo a coleta de dados primários; e 3) a
classificação dos solos com a elaboração do mapa, após a compilação das
informações primárias e secundárias.

Figura 6.1-92 - Metodologia de trabalho para a caracterização do solo da área de


influência

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Delimitação dos pontos amostrais

Foram selecionados seis pontos para a amostragem do solo, considerando os tipos de


solos identificados e a caracterização destas áreas de coleta. O ponto PS 3 foi
selecionado em função da sua representatividade em relação à distribuição da classe
de solo de ocorrência nas áreas de influência. O princípio básico para delimitação de
uma área é a uniformidade dentro da unidade. Assim, a área a ser amostrada deve ser
subdividida em subáreas que apresentem a maior homogeneidade possível quanto à
topografia, vegetação, espécie cultivada, sistemas de cultivo e manejo do solo,
características físicas (textura), cor, profundidade do solo, drenagem, entre outros
(IAPAR, 1996). Para a escolha das áreas foi adotado o critério de homogeneidade da
cobertura vegetal e perfil topográfico. No Quadro 6.1-3 .

Quadro 6.1-3 - Localização dos pontos de amostragem de solo, na área de influência ao


longo da Ferrovia Paraense S.A., Estado do Pará.
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
Data de
Ponto Municipio Este Norte Longitude Latitude
coleta
PS 1 21/09/2016 Paragominas 885999 9663969 47° 31’ 42,291” W 3° 2’ 4,367” S
PS 2 20/09/2016 Rondon do Pará 821490 9470772 48° 6’ 7,388” W 4° 46’ 54,635” S
PS 3 14/09/2016 Marabá 705301 9410726 49° 8’ 50,556” W 5° 19’ 42,264” S
PS 4 17/09/2016 Rio Maria 614569 9202300 49° 57’ 44,253” W 7° 12’ 55,741” S
PS 5 16/09/2016 Redenção 588731 9110967 50° 11’ 41,105” W 8° 2’ 31,353” S
PS 6 16/09/2016 Santana do Araguaia 556428 8943909 50° 29’ 8,933” W 9° 33’ 12,670” S

182
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

As porções de solo foram extraídas na profundidade de 0-20cm com o auxílio da


cavadeira articulada com cabo de madeira, conforme registro fotográfico de solos nos
pontos de coleta apresentados na Figura 6.1-93.

Figura 6.1-93 - Registro fotográfico das amostras de solos nos pontos de coleta

Ponto PS 1: Área de campo – Coleta 21/09/2016 – Localizado na ADA

Ponto PS 1: Área de mata – Coleta 21/09/2016 – Localizado na ADA

Ponto PS 2: Área de campo – Coleta 20/09/2016 – Localizado na AID

183
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Ponto PS 2: Área de mata – Coleta 20/09/2016 – Localizado na AID

Ponto PS 3: Área de campo – Coleta 14/09/2016 – Solo representativo da ADA, AIA e AII

Ponto PS 3: Área de mata – Coleta 14/09/2016 – Solo representativo da ADA, AIA e AII

184
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Ponto PS 4: Área de campo - Coleta 17/09/2016 – Localizado na AII

Ponto PS 4: Área de mata - Coleta 17/09/2016 – Localizado na AII

Ponto PS 5: Área de campo – Coleta 16/09/2016 – Localizado na AID

185
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Ponto PS 5: Área de mata – Coleta 16/09/2016 – Localizado na AID

Ponto PS 6: Área de campo – Coleta 16/09/2016 – Localizado na AID

Ponto PS 6: Área de mata – Coleta 16/09/2016 – Localizado na AID

A localização dos pontos de coleta para amostragem pode ser observada nos mapas:
Mapa 6.1-9.

186
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Mapa 6.1-9 - Mapa de localização dos pontos de amostragem de solo

187
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

6.1.7.4.1 Resultados das análises dos solos

As amostras de solo foram secas ao ar, destorroadas e passadas em peneiras de


malha de 2 mm, para obtenção da terra fina seca ao ar (TFSA). Para as extrações
com oxalato ácido de amônio e ditionito-citrato-bicarbonato de sódio (DCB) e para as
análises de difração de raios-X (DRX) e análise térmica diferencial (ATD), foram
separadas amostras de argila a partir da TFSA por sedimentação após dispersão com
NaOH 1,0 mol L-1 (EMBRAPA, 1997).

As análises físicas e químicas seguiram, de forma geral, as recomendações da


EMBRAPA (1997). Na TFSA, foram determinados granulometria, Al, Ca e Mg
trocáveis, acidez potencial (Al + H), K e Na trocáveis e pH em água. Com os
resultados obtidos nas análises do complexo sortivo, foram calculadas a soma de
bases trocáveis (SB), a capacidade de troca catiônica a pH 7 (CTC) e as saturações
por bases (V) e por Al (m). Os laudos das análises do solo encontram-se no Anexo
6.1-2

Informações ambientais nos pontos de amostragens

O Quadro 6.1-4 apresenta uma compilação das caracterizações ambientais locais de


cada ponto de coleta – de mata e de campo – associando a essas informações a
classificação, textura, aptidão agrícola desses solos, além dos resultados do laudo de
análise do solo.

188
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Quadro 6.1-4 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 1


PONTO PS 1

DATA DA TIPO DE CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE COLETA APTIDÃO AGRÍCOLA


MUNICÍPIO LOCALIZAÇÃO
COLETA SOLO ÁREA DE MATA ÁREA DE CAMPO ÁREA DE MATA ÁREA DE CAMPO
PLINTOSSOL
Capoeirinha em estágio inicial
21/09/2016 Paragominas Fazenda O PÉTRICO Área de pastagens
de regeneração
Concrecionário
ANÁLISE QUÍMICA

pH P(MELH) P(REM) P(RES) K S-SO4


= Na K Ca Mg Al H + Al M.O.
TIPO DE ÁREA

-3 -3 -1
mg dm cmolc dm dag Kg
CAMPO 4,9 10,8 ns ns 100 7 ns 0,26 1,0 0,5 0,10 3,0 1,7
MATA 4,7 3,0 ns ns 18 25 ns 0,05 0,1 0,2 0,3 2,4 0,7
RESULTADOS COMPLEMENTARES
TIPO DE ÁREA SB t T V m Ca/T Mg/T K/T H+Al/T Ca+Mg/T Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
cmolc dm-3 % Relações entre Bases (T) % Relações entre Bases
CAMPO 1,76 1,86 4,8 37 5 21 10 6 63 32 2,0 3,8 1,9 5,8
MATA 0,35 0,65 2,8 13 46 4 7 2 87 11 0,5 2,0 4,0 6,0
RESULTADOS DE MICRONUTRIENTES RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICA
B Cu Fe Mn Zn Areia Total Argila Silte CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE ÁREA
Textura
-3 -1
mg dm g Kg
CAMPO 0,22 0,4 121 2,1 1,7 410 485 105 Argilosa
MATA 0,17 1,1 121 0,8 0,3 385 505 110 Argilosa
Aptidão agrícola (indicação de uso do solo): N/R – NÃO recomendadas; R/P – REGULAR para pecuária; B/A – BOA para agricultura e B/P – BOA para pecuária.
*

SB = Soma de bases | t = CTC efetiva

189
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Quadro 6.1-5 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 2


PONTO PS 2

DATA DA TIPO DE CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE COLETA APTIDÃO AGRÍCOLA


MUNICÍPIO LOCALIZAÇÃO
COLETA SOLO ÁREA DE MATA ÁREA DE CAMPO ÁREA DE MATA ÁREA DE CAMPO
LATOSSOLO
FRICAL - Frigorifico Mata ciliar; capoeira em
20/09/2016 Rondon do Pará AMARELO Área de pastagens
Tropical Ltda estágio inicial de regeneração
Distrófico
ANÁLISE QUÍMICA

pH P(MELH) P(REM) P(RES) K S-SO4


= Na K Ca Mg Al H + Al M.O.
TIPO DE ÁREA

-3 -3 -1
mg dm cmolc dm dag Kg
CAMPO 4,9 2,3 ns ns 22 5 ns 0,06 0,5 0,1 0,1 2,5 0,8
MATA 4,7 2,5 ns ns 14 2 ns 0,04 0,1 0,1 0,2 3,2 0,8
RESULTADOS COMPLEMENTARES
TIPO DE ÁREA SB t T V m Ca/T Mg/T K/T H+Al/T Ca+Mg/T Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
cmolc dm-3 % Relações entre Bases (T) % Relações entre Bases
CAMPO 0,66 0,76 3,2 21 13 16 3 2 79 19 5,0 8,3 1,7 10
MATA 0,24 0,44 3,4 7 46 3 3 1 93 6 1,0 2,5 2,5 5,0
RESULTADOS DE MICRONUTRIENTES RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICA
B Cu Fe Mn Zn Areia Total Argila Silte CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE ÁREA
Textura
-3 -1
mg dm g Kg
CAMPO 0,12 0,9 66 0,4 0,1 435 465 100 Argilosa
MATA 0,09 0,3 133 0,5 0,1 610 308 82 Média
Aptidão agrícola (indicação de uso do solo): N/R – NÃO recomendadas; R/P – REGULAR para pecuária; B/A – BOA para agricultura e B/P – BOA para pecuária.
*

SB = Soma de bases | t = CTC efetiva

190
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Quadro 6.1-6 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 3


PONTO PS 3

DATA DA TIPO DE CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE COLETA APTIDÃO AGRÍCOLA


MUNICÍPIO LOCALIZAÇÃO
COLETA SOLO ÁREA DE MATA ÁREA DE CAMPO ÁREA DE MATA ÁREA DE CAMPO
GLEISSOLO
14/09/2016 Marabá Marabá HÁPLICO Tb Capoeira em regeneração Área de serrado
Distrófico
ANÁLISE QUÍMICA

pH P(MELH) P(REM) P(RES) K S-SO4


= Na K Ca Mg Al H + Al M.O.
TIPO DE ÁREA

-3 -3 -1
mg dm cmolc dm dag Kg
CAMPO 4,4 2,8 ns ns 47 2 ns 0,12 1,2 0,8 2,4 13,7 1,4
MATA 4,4 2,2 ns ns 23 2ns ns 0,06 0,1 0,1 2,6 11,2 0,9
RESULTADOS COMPLEMENTARES
TIPO DE ÁREA SB t T V m Ca/T Mg/T K/T H+Al/T Ca+Mg/T Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
cmolc dm-3 % Relações entre Bases (T) % Relações entre Bases
CAMPO 2,12 4,52 15,8 13 53 8 5 1 87 13 1,5 10 6,7 16,7
MATA 0,26 2,86 11,5 2 91 1 1 0 98 2 1,0 1,7 1,7 3,3
RESULTADOS DE MICRONUTRIENTES RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICA
B Cu Fe Mn Zn Areia Total Argila Silte CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE ÁREA
Textura
-3 -1
mg dm g Kg
CAMPO 0,17 3,5 168 9,9 2,3 110 765 125 Muito argilosa
MATA 0,15 1,8 150 1,3 0,6 510 395 95 Argilosa
Aptidão agrícola (indicação de uso do solo): N/R – NÃO recomendadas; R/P – REGULAR para pecuária; B/A – BOA para agricultura e B/P – BOA para pecuária.
*

SB = Soma de bases | t = CTC efetiva

191
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Quadro 6.1-7 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 4


PONTO PS 4

DATA DA TIPO DE CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE COLETA APTIDÃO AGRÍCOLA


MUNICÍPIO LOCALIZAÇÃO
COLETA SOLO ÁREA DE MATA ÁREA DE CAMPO ÁREA DE MATA ÁREA DE CAMPO
Área de serra; capoeira em
ARGISSOLO
regeneração com presença
17/09/2016 Rio Maria Fazenda Redenção VERMELHO Área de pastagens
palmeiras, arvoretas, arbustos,
Distrófico
juquiras e herbáceas
ANÁLISE QUÍMICA

pH P(MELH) P(REM) P(RES) K S-SO4


= Na K Ca Mg Al H + Al M.O.
TIPO DE ÁREA

-3 -3 -1
mg dm cmolc dm dag Kg
CAMPO 5,0 3,2 ns ns 61 2 ns 0,16 0,7 0,3 0,1 2,0 0,7
MATA 5,2 2,8 ns ns 40 2 ns 0,1 2,3 1,1 0,0 3,6 1,8
RESULTADOS COMPLEMENTARES
TIPO DE ÁREA SB t T V m Ca/T Mg/T K/T H+Al/T Ca+Mg/T Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
cmolc dm-3 % Relações entre Bases (T) % Relações entre Bases
CAMPO 1,16 1,26 3,2 37 8 22 10 5 63 32 2,3 4,4 1,9 6,2
MATA 3,5 3,5 7,1 49 0 32 16 1 51 48 2,1 23,0 11,0 34,0
RESULTADOS DE MICRONUTRIENTES RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICA
B Cu Fe Mn Zn Areia Total Argila Silte CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE ÁREA
Textura
-3 -1
mg dm g Kg
CAMPO 0,06 0,9 81 4,4 0,6 685 250 65 Média
MATA 0,09 1,0 50 8,1 1,0 485 415 100 Argilosa
Aptidão agrícola (indicação de uso do solo): N/R – NÃO recomendadas; R/P – REGULAR para pecuária; B/A – BOA para agricultura e B/P – BOA para pecuária.
*

SB = Soma de bases | t = CTC efetiva

192
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Quadro 6.1-8 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 5


PONTO PS 5

DATA DA TIPO DE CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE COLETA APTIDÃO AGRÍCOLA


MUNICÍPIO LOCALIZAÇÃO
COLETA SOLO ÁREA DE MATA ÁREA DE CAMPO ÁREA DE MATA ÁREA DE CAMPO
NEOSSOLO
Área de serra; capoeira em
16/09/2016 Redenção Fazenda Teresa LITÓLICO Área de pastagens
regeneração
Distrófico
ANÁLISE QUÍMICA

pH P(MELH) P(REM) P(RES) K S-SO4


= Na K Ca Mg Al H + Al M.O.
TIPO DE ÁREA

-3 -3 -1
mg dm cmolc dm dag Kg
CAMPO 4,9 1,2 ns ns 54 0 ns 0,14 1,0 0,2 0,1 2,6 0,6
MATA 5,0 4,9 ns ns 100 2 ns 0,26 0,7 0,6 0,1 3,2 6,0
RESULTADOS COMPLEMENTARES
TIPO DE ÁREA SB t T V m Ca/T Mg/T K/T H+Al/T Ca+Mg/T Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
cmolc dm-3 % Relações entre Bases (T) % Relações entre Bases
CAMPO 0,44 0,54 3,0 14 18 3 7 5 86 10 0,5 0,7 1,4 2,1
MATA 1,56 1,66 4,8 33 6 15 13 6 67 27 1,2 2,7 2,3 5,0
RESULTADOS DE MICRONUTRIENTES RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICA
B Cu Fe Mn Zn Areia Total Argila Silte CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE ÁREA
Textura
-3 -1
mg dm g Kg
CAMPO 0,03 0,2 20 0,7 0,1 385 505 110 Argilosa
MATA 0,06 0,2 45 4,3 0,3 685 250 65 Média
Aptidão agrícola (indicação de uso do solo): N/R – NÃO recomendadas; R/P – REGULAR para pecuária; B/A – BOA para agricultura e B/P – BOA para pecuária.
*

SB = Soma de bases | t = CTC efetiva

193
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Quadro 6.1-9 - Informações ambientais do ponto de amostragem do solo - PONTO PS 6


PONTO PS 6

DATA DA TIPO DE CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE COLETA APTIDÃO AGRÍCOLA


MUNICÍPIO LOCALIZAÇÃO
COLETA SOLO ÁREA DE MATA ÁREA DE CAMPO ÁREA DE MATA ÁREA DE CAMPO
Capoeira em de regeneração
ARGISSOLO
com presença de arbustos,
16/09/2016 Santana do Araguaia Fazenda Santa Fé AMARELO Área de cultivo de milho
palmeiras, herbáceas e
Distrófico
juquiras
ANÁLISE QUÍMICA

pH P(MELH) P(REM) P(RES) K S-SO4


= Na K Ca Mg Al H + Al M.O.
TIPO DE ÁREA

-3 -3 -1
mg dm cmolc dm dag Kg
CAMPO 5,5 4,0 ns ns 46 5 ns 0,12 1,4 0,9 0,00 2,1 1,4
MATA 5,1 2,9 ns ns 18 1 ns 0,05 0,3 0,2 0,00 2,2 0,6
RESULTADOS COMPLEMENTARES
TIPO DE ÁREA SB t T V m Ca/T Mg/T K/T H+Al/T Ca+Mg/T Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
cmolc dm-3 % Relações entre Bases (T) % Relações entre Bases
CAMPO 2,42 2,42 4,5 54 0 31 20 3 46 51 1,6 11,7 7,5 19,2
MATA 0,55 0,55 2,8 20 0 11 7 2 80 18 1,5 6,0 4,0 10
RESULTADOS DE MICRONUTRIENTES RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICA
B Cu Fe Mn Zn Areia Total Argila Silte CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE ÁREA
Textura
-3 -1
mg dm g Kg
CAMPO 0,09 1,8 31 2,8 0,1 535 375 90 Argilosa
MATA 0,03 7,0 44 1,5 0,2 822 140 38 Arenosa
Aptidão agrícola (indicação de uso do solo): N/R – NÃO recomendadas; R/P – REGULAR para pecuária; B/A – BOA para agricultura e B/P – BOA para pecuária.
*

SB = Soma de bases | t = CTC efetiva

194
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Dos solos caracterizados nas áreas de mata, a maioria apresentava um estágio de


recuperação, ou seja, variando de capoeirinha a capoeira em regeneração, sendo
preservadas a mata ciliar quando existentes corpos de água. Enquanto que em áreas de
campo, na sua maioria ainda se encontram antropizados, ou seja, ocupados pelo homem,
através de plantações de capim para formação de pastagens - para criação de bovinos -
e plantações de culturas agrícolas. O solo, como recurso para produção agrícola e
pecuária, pressupõe, no mínimo, uma visão global de suas características, principais,
limitações, susceptibilidade à erosão e áreas de ocorrências (VALE JÚNIOR et al., 2011),
isto para se buscar um uso de forma sustentável da terra, sem que haja o
comprometimento das gerações futuras.

Foi detectado no ponto PS 5 (Município de Redenção) mesmo a área não sendo


recomendada para utilização (N/R), segundo a aptidão agrícola, nem para agricultura e
nem para pecuária, isto devido ao tipo de solo encontrado, a mesma já tinha sido
ocupada e retirada a camada vegetal que protege o solo. Quando a orientação correta
seria deixar a área intacta para preservação ambiental e da qualidade do solo, uma vez
que pela “pobreza” deste não seria economicamente viável sua utilização.

O que se observa na Amazônia é uma exploração agrícola sendo realizada com o uso
indiscriminado do fogo, sendo caracterizada pela derrubada e pela queima de florestas
primárias e secundárias para limpeza e “adubação” da área (MATOS et al., 2012).

Resultados das análises de pH

Analisando os resultados de pH em H2O (Figura 6.1-94), nas áreas de campo e mata,


tem-se que os valores variam entre 4,4 a 5,5, não havendo muita variação entre estas
áreas, se caracterizando o caráter ácido deste solo (EMBRAPA, 1999; MARQUES et al.,
2004). Segundo Ribeiro et al. (1999), valores de pH em H2O entre 4,5 e 5,4, são
considerados baixos para classificação agronômica.

Isto reforça a tese de Vale Júnior et al. (2001), quando afirmam que uma das
características que marcantes em solos formados na Amazônia é sua acidez elevada,
além da extrema pobreza em fósforo, saturação por alumínio alta, baixa CTC, entre
outras.

Vale ressaltar que os baixos valores de pH caracterizam condições desfavoráveis para o


pleno desenvolvimento de grande parte de culturas agrícolas (MALAVOLTA, 2006;
NOVAIS et al., 2007). No entanto esse fator, em se tratando de espécies nativas da
região amazônica – no caso, paricá, açaí e cupuaçu, que são adaptadas a tal ambiência
–, provavelmente não interfere no desenvolvimento dessas espécies (MATOS et al.,
2012).

Figura 6.1-94 - Resultado de pH em H2O em áreas de campo e de mata ( PS 1 - Paragominas;


PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 Rio Maria; PS 5 - Redenção e PS 6 – Santana
do Araguaia).

195
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

14

12

10
pH em H2O

5,5
5,2

5,1
pH Campo
4,9

4,9

4,9
6
4,7

4,7

4,4
4,4

5
pH Mata
4

0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Pontos de amostragens

Resultados dos Teores de Matéria Orgânica (MO)

Os teores de matéria orgânica na maioria dos pontos amostrados, encontram-se maiores


nas áreas de mata, como pode-se observar na Figura 6.1-95, quando comparamos aos
teores nas áreas de campo. Este maior teor de MO pode ser atribuído a incorporação de
resíduos vegetais proveniente destas áreas de mata. A manutenção dos teores de
matéria orgânica no solo é um fator essencial para a conservação das propriedades
físicas, químicas e produção das plantas em solos tropicais (TISDALL & OADES, 1982;
ZECH et al. 1997).

Observa-se que os valores de MO variaram de 0,6 a 1,7 dag kg-¹ nas áreas de campo,
enquanto que nas áreas de mata os resultados encontrados foram entre 0,6 a 6,0 dag kg-
¹ (Figura 6.1-95). Segundo a classificação agronômica valores de MO abaixo de 0,7 dag
kg-¹ são considerados muito baixo, valores entre 0,71 e 2,0 dag kg-¹ baixos e valores
entre 4,1 a 7,0 dag kg-¹ são considerados bom (RIBEIRO et al., 1999). Portanto, a
maioria dos solos analisados neste estudo apresentaram valores de matéria orgânica
considerados baixos para uso agrícola, o que significa dizer que caso no futuro ocorra a
utilização destes solos para agricultura se faz extremamente necessário um manejo
adequado para se garantir o sucesso do empreendimento agrícola.

Apesar da matéria orgânica na maioria dos pontos de amostragem apresentarem menor


teor em áreas de campo, em alguns pontos como: PS1, PS3 e PS6, isto não prevaleceu,
devido as características peculiares destes locais.

Figura 6.1-95 - Resultado dos teores de matéria orgânica em áreas de campo e de mata (PS
1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 Rio Maria; PS 5 - Redenção e
PS 6 – Santana do Araguaia).

196
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

6
6

5
M.O. dag Kg-

M.O. Campo
3
M.O. Mata

1,8
1,7

2
1,4

1,4
0,9
0,8
0,8
0,7

0,7

0,6

0,6
1

0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Pontos de amostragens

Resultados das análises de nutrientes do solo

A fertilidade é a característica que mais evidencia o valor agronômico do solo. Ela define
a capacidade do solo em fornecer nutrientes às plantas em quantidades e proporções
adequadas para a obtenção de grandes produtividades, e pode ser modificada pelo
homem com certa facilidade, para se adequar às exigências da planta cultivada.

A planta retira do solo grandes quantidades (kg/ha) dos nutrientes nitrogênio (N), fósforo
(P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S), chamados macronutrientes.
Ela retira, também, pequenas quantidades (g/ha) de boro (B), cobre (Cu), cloro (Cl), ferro
(Fe), níquel (Ni) manganês (Mn) e zinco (Zn), razão pela qual são chamados
micronutrientes. Esses elementos perfazem, juntos, apenas 5 a 7% do peso seco das
plantas. Entretanto, são essenciais para que ela possa absorver do ar e da água o
carbono (C), o oxigênio (O) e o hidrogênio (H) e sintetizar os produtos orgânicos diversos
que comporão a produção agrícola (MARSCHNER, 1995).

Os critérios de interpretação variam de região para região ou de Estado para Estado. O


ideal é que cada Estado tenha tabelas de interpretação da fertilidade dos seus solos e de
recomendação de corretivos e adubos, para cada cultura. Isto porque as condições
locais, principalmente as propriedades dos solos, o clima e o nível tecnológico usado
pelos agricultores, que influem nos rendimentos das diversas culturas, são diferentes
(LUZ et al., 2002).

A falta de tabelas oficiais de recomendação de corretivos e adubos ou sua


desatualização, impõe a necessidade de se recorrer a outros critérios menos precisos.
Nesses casos, pode-se fazer a interpretação da análise do solo e as recomendações de
corretivos e adubos, baseando-se: (i) no conhecimento teórico acumulado no estudo da
fertilidade do solo; (ii) na extrapolação de dados de pesquisas feitas em regiões com as

197
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

mesmas características de solo e clima e, sobretudo; (iii) na experiência do profissional,


que trabalha na região. Como exemplo do uso desses critérios, na Tabela 6.1-16 pode-se
ter uma visão panorâmica da fertilidade dos solos do Cerrado e da Amazônia brasileira
(LUZ et al., 2002).

Tabela 6.1-16 - Visão geral da fertilidade dos solos do Cerrado e da Amazônia brasileira.
CARACTERÍSTICA "ADEQUADO" CERRADO AMAZÔNIA (1)

N% 0,13-0,16 0,09 0,13


pH água 6-6,5 5 4,5
P disponível, mg dm-3 (2) 10-15 0,4 1,6
S-SO²4, mg dm-3 10-15 7 7
Cátion trocáveis, mmolcdm-3
K+ 2-3 0,8 1
Ca2+ 30-40 2,5 4,8
Mg2+ 10-15 0,9 2,3
Al3+ <6 6 5
%T
K+ 3-5 1 1
Ca2+ 50-60 10 6
Mg2+ 10-15 10 3
V% 50-70 30 10
Saturação em Al3+ dm-3 <30 59 44
Micronutrientes, em mg dm-3
B(3) 0,5-1 0,1 ?
Cu(2) 0,8-1,6 0,6 ?
Fe(2) 30-40 32 ?
Mn(2) 10-20 8 ?
Zn(2) 1-5 0,6 ?
(1) Média ponderada LA, LVA e PVAd; (2) Mehlich-1; e (3) Água quente
Fonte: Malavolta (2006).

Macronutrientes

 Fósforo (P) e potássio (K) disponíveis:

Na Figura 6.1-96, encontramos os teores de fósforo (P) disponíveis em áreas de campo e


de mata. Na área de campo variaram de 1,2 a 10,8 mg dm-³ e na mata na faixa entre 2,2
a 4,9 mg dm-³, valores estes que são considerados baixos quando forem menor que 4,4
mg dm-³, médios quando atingem entre 4,5 e 6,0 mg dm-³ e considerados muito bom
quando são superiores a 6,0 mg dm-³, segundo Ribeiro et al. (1999).

Na Tabela 6.1-16 é indicado que na Amazônia brasileira a média encontrada de P


disponíveis nos solos da região é de 1,6 mg dm-³, neste trabalho a média foi de na área
de 4,05 mg dm-³ na área de campo e de 3,05 mg dm-³ na área de mata em solos de
influência do empreendimento.

198
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Os valores mais elevados de fósforo e soma de bases na superfície podem ser atribuídos
aos maiores teores de matéria orgânica em superfície e adubações sucessivas, refletindo
o efeito cumulativo da aplicação de adubos (MARQUES et al., 2004). Esta informação se
comprova com os resultados encontrados neste trabalho, pois se observarmos os pontos
como maiores teores de MO (Figura 6.1-95) são aqueles que apresentam valores de
fósforo disponíveis de médio para muito bom, como exemplo podemos citar o ponto de
amostragem PS5 em áreas de mata, que apresentaram valor médio (4,9 mg dm-³) de
fósforo disponível.

Figura 6.1-96 - Resultado de P meh-¹ (mg dm-³) em áreas de campo e de mata (PS 1 -
Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 - Redenção e
PS 6 – Santana do Araguaia).
12
10,8

10

8
P meh-¹ (mg dm-³)

6
4,9

Campo
Mata
4

4
3,2

2,9
2,8
2,8
3

2,5
2,3

2,2

2
1,2

0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Pontos de amostragens

Os teores de potássio (K) disponíveis em áreas de campo e de mata estão demonstrados


na Figura 6.1-97, variando entre 14 e 100 mg dm-³ para ambas as áreas analisadas.
Segundo Ribeiro et al. (1999), teores de K disponível abaixo de 41 mg dm-³ são
considerados muito baixo, entre 41,01 e 70 mg dm-³ médios e acima de 70,01 muito bom,
portanto seguindo esta classificação agronômica proposta pelos autores observamos que
os solos nas áreas estudadas em sua maioria encontram-se com teores abaixo do
recomendado, apenas os pontos PS1 (campo) e PS5 (mata) com teores muito bom de K
disponível.

Figura 6.1-97 - Resultado de K meh-¹ (mg dm-³) em áreas de campo e de mata (PS 1 -
Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 - Redenção e
PS 6 – Santana do Araguaia).

199
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

120

100 100
100

80
K meh-¹ (mg dm-³)

61
60 54 Campo
47 46 Mata
40
40

22 23
18 18
20 14

0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06

Este baixo teor de K que identificamos neste trabalho através das áreas estudadas
podem ser elevados quando os solos são submetidos à queima, onde já fora comprovado
em diversos estudos que ocorre um aumento de K; Sanchez & Vilachica (1983),
verificaram incrementos de 56% nos teores de K após a queima da floresta em razão dos
altos teores de K contidos nas cinzas, que são liberados para a solução do solo.

Na Amazônia a queima é considerada pelos produtores agrícolas como um método eficaz


de preparo da terra antes do plantio de culturas e para a renovação de pastagens, pois,
além de eliminar a vegetação invasora, produz cinzas ricas em nutrientes que, em curto
prazo, estimula o crescimento de gramíneas forrageiras (NEPSTAD et al., 1999). No
entanto, estudos comprovam que a ação do fogo provoca uma série de modificações de
naturezas física, química e biológica no solo, como: redução ou alteração da população
microbiana; aumento temporário da disponibilidade de nutrientes; alteração no pH;
aumento do teor de carbono, e oxidação da matéria orgânica (SANTOS et al., 1992).

Neste aspecto cabe ressaltar que a implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) vem
sendo direcionada para várias regiões, dentre as quais a Amazônica, onde os modelos
tradicionais de exploração e desmatamentos seguidos pela atividade agropecuária já
exportaram muitos nutrientes. Podendo esses sistemas se tornarem uma alternativa para
a produção agrícola, além de proporcionarem a recuperação do ambiente, melhorando os
atributos do solo e, consequentemente, a vegetação nele existente (LIMA et al., 2011).

 Cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S) e alumínio (Al)

O cálcio (Ca), o magnésio (Mg) e o enxofre (S) são macronutrientes secundários e na


maioria dos solos tropicais encontram-se em níveis baixos. Já o alumínio (Al), é um
elemento tóxico para as plantas e está associado à acidez. São denominados trocáveis

200
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

por estarem adsorvidos (ligados) às cargas negativas das argilas – capacidade de troca
catiônica (CTC) e estão em equilíbrio com a solução do solo (RIBEIRO et al., 1999).

Os teores de cálcio (Ca) (Figura 6.1-98a) e magnésio (Mg) (Figura 6.1-98b), são mais
elevados no ponto de amostragem PS4 em áreas de mata, onde: Ca = 2,3 Cmol(c)dm-3 e
Mg = 1,1 Cmol(c)dm-3.

Quando comparamos a média de Ca nos solos da Amazônia que é de 4,8 (Tabela


6.1-16), com a média encontrada neste trabalho: na área de campo de 0,81 e na área de
mata de 0,6, fica comprovada a deficiência deste nutriente nas áreas de influência do
empreendimento. Assim como também quando comparamos a média de Mg na
Amazônia que é de 2,3 (Tabela 6.1-16), com as médias encontradas nos solos
analisados neste trabalho: na área de campo foi de 0,46 e na área de mata de 0,38,
também este elemento se encontram deficientes nestes solos.

Um assunto que tem ocasionado polêmica é a necessidade de estabelecer, no solo, uma


determinada relação Ca/Mg. Há estudos, os quais mostram que as produções de culturas
não são afetadas por essa relação entre valores que variam de um mínimo ao redor de
0,5 até valores acima de 30, desde que nenhum dos dois elementos estejam presentes
em teores deficientes.

O enxofre (S) é extraído do solo com solução de CaH2PO4 0,01 mol/L, que extrai
principalmente a forma de sulfato, considerada disponível. Os teores apresentados no
gráfico, refere-se à camada arável (0-20 cm), convém ressaltar que é comum haver
acúmulo de sulfato abaixo da camada arável e, assim, uma diagnose mais apurada sobre
a disponibilidade de enxofre deve levar em conta, também, os teores da camada de 20-
40 cm de profundidade.

A Comissão de Química e Fertilidade do Solo do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina


(SC) (CQFS-RS/SC, 2004), agrupam as culturas de acordo com suas exigências em S,
estabelecendo dois níveis de suficiência de S para as plantas: de 10 mg dm-3 para as
espécies das famílias das fabáceas, brassicáceas e liliáceas, e de 5 mg dm-3 para as
demais. Portanto, os teores de enxofre (S-SO4=) detectados neste trabalho (Figura
6.1-98c), estão em sua maioria insuficiente para as plantas a CQFS-RS/SC (2004), que
indica no mínimo 5 mg dm-3 e também abaixo da média dos solos da Amazônia que é de
7 mg dm-3 (Tabela 6.1-16), uma vez que foi detectada um valor médio para área de
campo de 3,5 mg dm-3 e de 5,6 mg dm-3 para área de mata.

A solubilidade do alumínio no solo e, consequentemente, sua toxidez são influenciadas


por vários fatores, incluindo pH, tipo de argila predominante, concentração de sais na
solução e teor de matéria orgânica do solo. Em geral, a toxidez de alumínio é mais
comum em solos com pH em água abaixo de 5,5, mas é particularmente severa em pH
abaixo de 5, situação em que a solubilidade de alumínio aumenta acentuadamente
(MAGISTAD, 1925) e representa mais de 50% da CTC do solo (EVANS & KAMPRATH,
1970).

201
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Registramos no gráfico que demonstra os teores de alumínio (Al) (Figura 6.1-98d), no


ponto de amostragem PS3, em áreas de campo e de mata, valores muito altos de
alumínio de 2,4 e 2,6 Cmol(c)dm-3, segundo a classificação agronômica de Ribeiro et al.
(1999), que define como sendo muito alto teores de Al acima de 1,0 Cmol(c)dm-3.
Analisando a Figura 6.1-94, que demonstra os valores de pH em água, verificamos que
os mais baixos estão no ponto PS3, de 4,4 nas áreas de campo e mata. Esta informação
reforça a afirmação de Magistad (1925), que a toxidez de alumínio é mais severa em pH
abaixo de 5.

202
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-98 - Resultado de cálcio (Ca) (a), magnésio (Mg) (b), enxofre (S-SO4=) (c) e alumínio (Al) (d) presente no solo, em áreas de campo e mata,
nos seguintes pontos de amostragens: PS1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 - Redenção e PS 6 –
Santana do Araguaia.

2,3

1,1
2,5 1,2

0,9
2 1

0,8
Mg Cmol(c) dm-3
Ca Cmol(c) dm-3

0,8

1,4

0,6
1,5 1,2
Campo Campo

0,5
0,6
1

1 Mata Mata
0,7

0,7

0,3
0,4
0,5

0,2

0,2

0,2
0,3
0,5

0,1
0,1
0,1
0,2
0,1

0,1

0,1

0 0,1 0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06 PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06

(a) (b)
30 3

2,6
25

2,4
25 2,5
S-SO4= (mg dm -3)

Al (Cmol(c) dm-3)
20 2

15 Campo 1,5 Campo


Mata Mata
10 1
7

0,3

0,2
5 0,5

0,1

0,1

0,1

0,1
0,1
2

2
2

2
2

0
0

0
0
0 0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06 PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06

(c) (d)

203
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

 Acidez potencial (H+Al)

A acidez potencial corresponde ao somatório da acidez trocável e acidez não trocável


que se encontram adsorvidas (ligadas à CTC do solo). A extração da acidez potencial é
feita utilizando solução de acetato de cálcio a pH 7,0 ou tampão SMP, e a determinação é
feita por titulometria (RIBEIRO et al., 1999).

Os valores de acidez potencial variaram entre 2,0 a 13,7 Cmol(c)dm-3 nas áreas de campo
e de 2,1 a 11,2 Cmol(c)dm-3 nas áreas de mata (Figura 6.1-99). Os valores extremos de
13,7 e 11,2 Cmol(c)dm-3 de acidez potencial são considerados muito altos, segundo
Ribeiro et al. (1999), que interpreta resultados acima de 5,0 Cmol(c)dm-3 como sendo
muito alto.

A quantificação da acidez potencial do solo representa a quantidade de base necessária


para neutraliza-la ou, em última análise, a necessidade de calcário do solo (KAMINSKI et
al., 2002). A estimativa da necessidade de calagem (NC) é feita através da análise
química do solo e vários métodos vêm sido utilizados. Os métodos atualmente em uso
visam não somente a redução da acidez do solo, mas o melhor retorno econômico para a
maioria das espécies cultivadas (PITTA et. al., 2010).

Figura 6.1-99 - Resultado da acidez potencial presente no solo, em áreas de campo e mata
(PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS 4 – Rio Maria; PS 5 -
Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia).
16
13,7

14
11,2

12
H + Al Cmol(c) dm-3

10

8 Campo
Mata
6
3,6
3,2

3,2

4
2,6
3

2,5
2,4

2,1
2,1
2

0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06

Micronutrientes

Como já foi comentado anteriormente os micronutrientes representam de 5 a 7% da


constituição da planta, porém são essenciais para que ela possa absorver do ar e da

204
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

água o carbono (C), o oxigênio (O) e o hidrogênio (H) e sintetizar os produtos orgânicos
diversos que comporão a produção agrícola (MARSCHNER, 1995).

Os resultados dos micronutrientes, boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn) e
zinco (zn) obtidos neste trabalho, estão no gráfico constante nas Figura 6.1-100 e Figura
6.1-101 que representam as áreas de campo e de mata, respectivamente.

205
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-100 - Resultado dos Micronutrientes presentes no solo, em áreas de campo (PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá;
PS 4 – Rio Maria; PS 5 - Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia).
180,00

168
160,00

140,00
121

120,00
Micronutrientes do solo

100,00 B
mg dm -3

Cu

81
80,00 Fe
66

Mn
60,00 Zn

40,00

31
20
20,00
9,9

4,40

2,80
2,10

1,80
1,70

0,90

0,90
3,5

0,70
0,60
0,40

0,20
0,22

0,17
0,10

0,10

0,10
0,12

0,09
0,06

0,03
2,3
0

0,00
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Pontos de amostragens

206
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-101 - Resultado dos Micronutrientes presentes no solo, em áreas de mata (PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá;
PS 4 –Rio Maria; PS 5 - Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia)
160

150
133
140 121

120
Micronutrientes do solo

100

B
mg dm -3

80 Cu
Fe
Mn
60

50
Zn

45

44
40

20

8,1

4,3

7
0,17

0,15
0,09

0,09

0,06

0,03
1,8

1,5
1,3
0,8

0,6
0,5
0,3

0,3

0,3
0,2

0,2
0,1

0,1

1
0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Pontos de amostragens
.

207
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Os terrores que se destacaram em todos os pontos de amostragens tanto nas áreas de


campo quanto em áreas de mata, são os correspondentes ao ferro (Figura 6.1-100 e
Figura 6.1-101). A acidez dos solos promove o aparecimento de elementos tóxicos para
as plantas como o alumínio, o ferro e o manganês, além de causar a diminuição da
presença de nutrientes como P, K, Ca, Mg, B e Mo (OLIVEIRA et al, 2005).

Os níveis considerados adequados para os solos dos micronutrientes são: B: 0,5-1,0; Cu:
0,8-1,6; Fe: 30-40; Mn: 10-20 e Zn: 1-5, segundo Malavolta (2006) (Tabela 6.1-16). Os
valores de boro (B) encontrados nos solos de influência do empreendimento, nos pontos
de amostragens, todos estão abaixo do adequado; os valores de cobre (Cu) nas áreas de
campo nos pontos PS2, PS3, PS4 e PS6 (Figura 6.1-100), possuem valores
considerados adequados, já nas áreas de mata nos pontos PS1, PS3 e PS4 (Figura
6.1-101) estão em níveis adequados; com relação aos valores de ferro (Fe) nas áreas de
campo todos os pontos de amostragens estão com valores acima do adequado, com
exceção dos pontos PS5 e PS6; o manganês (Mn) em todos os pontos de amostragens
tanto em área de campo como em áreas de mata, estão com valores abaixo do
adequado; e por fim o zinco (Zn) nas áreas de campo os pontos PS1 e PS3 e estão em
níveis adequados, nas áreas de mata somente o ponto PS4 apresenta nível adequado.

Resultados da Percentagem por Saturação de Bases V (%)

Os teores de saturação de bases (V%) apresentaram as seguintes distribuições: 13,4% a


53,5% em áreas de campo e 2,3% a 49,3% em áreas de mata. Segundo Malavolta (2006)
(Tabela 6.1-16), a média encontrada de V (%) nos solos da Amazônia é de 10%, sendo
que o adequado é entre 50-70% de saturação de bases.

Segundo Marques et al. (2004) estudando os parâmetros físicos, químicos e hídricos de


um Latossolo Amarelo na região Amazônica, observaram uma baixa saturação por base
(V%) e alta saturação por alumínio (m), indicando que esta condição pode limitar o
enraizamento das plantas em profundidade. Esta mesma situação pode ser encontrada
nos solos analisados neste trabalho, como exemplo o ponto de amostragem PS3, nas
áreas de campo e de mata, onde apresentam uma alta saturação por alumínio (m)
(Tabela 6.1-17) e baixos teores de saturação de bases (V%) (Figura 6.1-102).

208
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Figura 6.1-102 - Resultado dos Percentuais por Saturação de Bases presentes no solo, em
áreas de campo e de mata (PS 1 - Paragominas; PS 2 – Rondon do Pará; PS 3 - Marabá; PS
4– Rio Maria; PS 5 - Redenção e PS 6 – Santana do Araguaia).
60

53,5
49,3
Percentagem por saturação de bases V (%)

50

36,7
37

40

32,8
30
V(%) Campo
20,9

20
V(%) Mato
20

14,5
13,4
12,7

10
7

2,3

0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06
Pontos de amostragens

Soma de Bases (SB):

O somatório dos cátions Ca2+, Mg2+, K+ e Na+ é chamado soma de bases trocáveis (SB)
(RIBEIRO et al., 1999; LUZ et al., 2002). A adição do Al3+ ao valor da SB resulta na
capacidade de troca catiônica efetiva (CTC efetiva ou t) no pH atual do solo. A adição do
Al+H ao SB resulta na capacidade de troca catiônica a pH 7 (CTC a pH 7 ou T). A CTC
efetiva mostra a quantidade de bases trocáveis ou Al3+ que o solo possui e pode ceder à
planta; a CTC a pH 7, dá uma ideia do potencial de bases trocáveis que o solo pode reter
em forma disponível, caso sua acidez seja corrigida (LUZ et al., 2002).

A magnitude dos valores individuais de cada nutriente, assim como as variáveis deles
derivadas (SB, t, T, V e m) dão uma ideia do grau da fertilidade do solo, ou seja, de sua
capacidade de ceder nutrientes para as plantas (RAIJ, 1991).

Na Tabela 6.1-17, estão apresentados os teores das variáveis SB, t, T e m, nos pontos
de amostragens em áreas de campo e mata. Os teores de SB em áreas de campo nos
pontos PS3, PS4 e PS5 encontram-se abaixo do recomendado, segundo Ribeiro et al.
(1999) que indicam como sendo teores abaixo de 1,8 cmolc dm-³ muito baixo para
classificação agronômica; assim como em áreas de mata onde apena o pontos PS6 está
com teor muito bom conforme Ribeiro et al. (1999).

Valores altos de m indicam solos com alto impedimento ao crescimento da planta por
toxidez de alumínio (LUZ et al., 2002).

209
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Tabela 6.1-17 - Teores de soma de bases (SB), nos pontos de amostragens em áreas de
campo e de mata.
CAMPO MATA

PONTOS SB T T M SB T T M

(CMOLC DM-³) % (CMOLC DM-³) %

PS 1 1,76 1,86 4,76 5,4 0,35 0,65 2,75 46,2


PS 2 0,66 0,76 3,16 13,2 0,24 0,44 3,44 45,5
PS 3 2,12 4,52 15,82 53,1 0,26 2,86 11,46 90,9
PS 4 1,16 1,26 3,16 7,9 3,5 3,5 7,1 0
PS 5 0,44 0,54 3,04 18,5 1,56 1,66 4,76 6
PS 6 2,42 2,42 4,52 0 0,55 0,55 2,75 0

Relação entre bases

Os cátions básicos são o cálcio (Ca²+), o magnésio (Mg²+) e o potássio (K+). Eles são
importantes no processo de nutrição das plantas e a interação entre eles é fundamental,
em termos de favorecer ou inibir a absorção pelas plantas. Portanto, a atenção a estas
relações é bastante importante, uma vez que estes nutrientes disputam os mesmos
pontos de troca da CTC. Assim, o excesso de um pode levar à deficiência induzida dos
outros. Cada espécie vegetal exige uma relação específica entre as bases, de acordo
com sua necessidade nutricional (RIBEIRO et al., 1999).

Souza & Lobato (2004), estudando os solos do Cerrado indicaram como interpretação
das relações, os resultados apresentados abaixo na Tabela 6.1-18.

Tabela 6.1-18 - Relações entre Ca, Mg e K para os solos do Cerrado, na interpretação da


analise do solo.
RELAÇÕES
FAIXAS
CA/K MG/K (CA+MG)/K

Baixo <7 <2 < 10


Médio 7,0 - 14,0 2,0 - 4,0 10,0 - 19
Adequado 15,0 - 25,0 5,0 - 15,0 20,0 - 30,0
Alto >25 >15 > 30

Na Tabela 6.1-19, estão os resultados das relações entre Ca, Mg e K nos pontos de
amostragens em áreas de campo e mata, que foram analisados neste trabalho. Nas
áreas de campo, observamos que as relações entre Ca/K nos pontos PS2 (8,3), PS3 (10)
e PS6 (11,7) estão considerados relações mediana, conforme a Tabela 6.1-18, enquanto
que os demais pontos estão abaixo. Na área de mata o ponto PS6 apresenta a relação
mais alta entre Ca/K de 19,2, ou seja, esta relação como já foi descrita acima o excesso
de um nutriente poderá levar a inibição do outro.

Tabela 6.1-19 - Relação entre as bases.

210
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

CAMPO MATA
PONTOS
CA/MG CA/K MG/K CA+MG/K CA/MG CA/K MG/K CA+MG/K

PS 1 2 3,8 1,9 5,8 0,5 2 4 6


PS 2 5 8,3 1,7 10 1 2,5 2,5 5
PS 3 1,5 10 6,7 16,7 1 1,7 1,7 3,3
PS 4 2,3 4,4 1,9 6,2 2,1 23 11 34
PS 5 0,5 0,7 1,4 2,1 1,2 2,7 2,3 5
PS 6 1,6 11,7 7,5 19,2 1,5 6 4 10

6.1.7.4.2 Considerações finais

Após a coleta das informações ambientais nas regiões estudadas, observaram-se que a
maioria destas áreas se encontravam antropizada, ou seja, ocupadas pelo homem,
através de plantações de capim para formação de pastagens - para criação de bovinos -
e plantações de culturas agrícolas. Sendo detectados até mesmo áreas não
recomendadas para utilização (N/R), segundo a aptidão agrícola, nem para agricultura e
nem para pecuária, já ocupadas de forma desordenada. Com isso áreas que deveriam
estar preservadas, foram ocupadas de forma desnecessária, pois a atividade
agropecuária se demonstra inviável nestes locais devido as características do solo.

Áreas com boa aptidão agrícola e pecuária, ainda sim necessitam de um estudo
aprofundado para sua correta utilização, pois encontramos solos com sérias deficiências
físicas e químicas, precisando de correção e manejo adequado de acordo com a cultura a
ser implantada.

Neste sentido se faz necessário para uma futura utilização, seja pela agricultura ou pela
pecuária, destas áreas de influência do empreendimento, o acompanhamento técnico de
preferência um engenheiro agrônomo para nortear os empreendimentos agropecuários a
serem implantados.

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ANEXOS

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Anexo 6.1 1
Legenda de identificação dos solos

227
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A.

Anexo 6.1 2
Laudos das análises de solo

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