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MISTÉRIO DA GRANDE

NATUREZA
Mistério da Grande Natureza

Ensinamentos de Meishu Sarna


MISTÉRIO DA GRANDE NATUREZA
Tradução
Minoru Nakahashi
Lux Oriens Editora Ltda

2
Mistério da Grande Natureza

Letra de Meishu Sama:


Dai Shizen
Significado:
Grande Natureza
Lux Oriens

3
Mistério da Grande Natureza

ÍNDICE

CLAMOR DA GRANDE NATUREZA......................................................................................... 8


LAMENTO DO SOLO .............................................................................................................. 8
RECADOS DA MÃE-TERRA................................................................................................... 8
TRISTEZA DO ESPÍRITO DA TERRA .................................................................................... 8
REAÇÃO DO CÉU ................................................................................................................... 8
PODER DE DEUS .................................................................................................................... 9
AGRADECIMENTO ................................................................................................................. 9
VOLTA À ORIGEM ................................................................................................................... 9
REGOZIJO NO CÉU E NA TERRA ......................................................................................... 9
MEISHU SAMA, UMA PERSONALIDADE MULTIFOCAL .................................................... 10
AO LEITOR ................................................................................................................................ 11
MISTÉRIO DA GRANDE NATUREZA ..................................................................................... 14
PRÓLOGO ................................................................................................................................. 17
O VERDADEIRO PROCESSO DA NUTRIÇÃO ...................................................................... 17
1 - IMPORTÂNCIA DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS ............................................................................. 17
2 - FORTALECIMENTO DO APARELHO DIGESTIVO ........................................................................ 18
3 - EXERCÍCIOS FÍSICOS ............................................................................................................ 20
4 - ALIMENTAÇÃO VEGETARIANA ............................................................................................... 20
5 - VARIAÇÕES NA DIETA ALIMENTAR......................................................................................... 22
6 - OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O VEGETARIANISMO ......................................................... 22
7 - DIFERENÇAS ENTRE DIETAS ALIMENTARES ........................................................................... 24
8 - CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 24
9 - OBSERVAÇÃO FINAL DO TRADUTOR...................................................................................... 25
I - IMPORTÂNCIA DO SOLO .................................................................................................... 26
1 - PARA ENTENDER O SOLO ..................................................................................................... 26
2 - COMPOSIÇÃO E CAPACIDADE DO SOLO ................................................................................. 27
3 - PRINCÍPIOS BÁSICOS NO TRATO DO SOLO ............................................................................. 27
4 - O GRANDIOSO PODER DO SOLO ............................................................................................ 28
5 - FENÔMENOS NATURAIS: VENTOS, CHUVAS E SECAS ............................................................. 30
6 - AS TRÊS GRANDES CATÁSTROFES E AS TRÊS PEQUENAS CALAMIDADES............................... 32
6.1 - QUAIS SÃO? ....................................................................................................................... 32
6.2 - ORIGEM DAS NUVENS ESPIRITUAIS ...................................................................................... 32
6.3 - A GUERRA.......................................................................................................................... 33
6.3.1 - A causa das guerras ...................................................................................................................... 34
6.4 - JOHREI E ELIMINAÇÃO DOS CONFLITOS ................................................................................ 35
II - AGROTÓXICOS ....................................................................................................................... 37
1 - FERTILIZANTES E INSETICIDAS .............................................................................................. 37
2 - CONSEQÜÊNCIAS DO USO DE FERTILIZANTES E INSETICIDAS ................................................. 38
2.1 - AUMENTO E VARIEDADE DE PRAGAS E INSETOS .................................................................... 38
2.2 - DEBILIDADE DAS PLANTAS ................................................................................................... 38
2.3 - PREJUÍZOS À SAÚDE ........................................................................................................... 39
2.4 - SACRIFÍCIOS IMPOSTOS AOS TRABALHADORES ..................................................................... 39
2.5 - AUMENTO DAS NUVENS ESPIRITUAIS DO SOLO E DIMINUIÇÃO DO SEU PODER PRODUTIVO ........ 39
3 - O VÍCIO DO ADUBO ............................................................................................................... 40
4 - A ORIGEM DAS PRAGAS ........................................................................................................ 43
5 - EFEITOS DOS AGROTÓXICOS NA SAÚDE ................................................................................ 44
5.1 - CAUSAS DAS DOENÇAS CONTAGIOSAS ................................................................................. 44
5.2 - A ORIGEM DAS LOMBRIGAS ................................................................................................. 46
III - A AGRICULTURA DA GRANDE NATUREZA ..................................................................... 48
1 - O PODER DA NATUREZA ....................................................................................................... 48

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Mistério da Grande Natureza

2 - O AUMENTO DA LUZ NA ERA DO DIA .................................................................................... 49


3 - TRANSFORMAÇÕES NECESSÁRIAS........................................................................................ 50
4 - VANTAGENS DA AGRICULTURA DA GRANDE NATUREZA ....................................................... 51
4.1 - AUMENTO DE LUCROS ........................................................................................................ 51
4.2 - ALIMENTOS COM SABOR AUTÊNTICO .................................................................................... 51
4.3 - MAIOR PROTEÇÃO À VIDA DO AGRICULTOR ........................................................................... 51
4.4 - ELIMINAÇÃO DAS PRAGAS ................................................................................................... 51
4.5 - AUMENTO DA VITALIDADE DA TERRA .................................................................................... 52
5 - JOHREI E AGRICULTURA DA GRANDE NATUREZA ................................................................. 52
5.1 - A IMPORTÂNCIA DO JOHREI ................................................................................................. 52
5.2 - EFEITOS DO JOHREI SOBRE A AGRICULTURA DA GRANDE NATUREZA .................................... 54
6 - PARTE TÉCNICA DA AGRICULTURA DA GRANDE NATUREZA .................................................. 55
7 - HORTA CASEIRA ................................................................................................................... 58
IV - RELACIONAMENTO HOMEM-NATUREZA ............................................................................. 60
1 - AS PLANTAS TÊM ALMA ........................................................................................................ 60
V - PALESTRAS DE MEISHU SAMA ............................................................................................. 63
1 - PALESTRA DO DIA 17/04/1952 ............................................................................................. 63
1.1 - ASSUNTO: COMENTÁRIOS AO RELATÓRIO RECEBIDO EM 16/04, REFERENTE AO PLANTIO DE
ARROZ NA ILHA DE SADO ............................................................................................................. 63
1.2 - EXPOSIÇÃO DE MEISHU SAMA ............................................................................................. 63
1.2.1 - Comentários gerais........................................................................................................................... 63
1.2.2 - Observações pessoais ..................................................................................................................... 63
1.2.3 - Prática correta da Agricultura da Grande Natureza ...................................................................... 65
1.2.4 - Objetivo do Johrei ............................................................................................................................. 65
1.2.5 - Adição de palha seca ou folhas ...................................................................................................... 66
1.2.6 - Observação final ............................................................................................................................... 66
2 - PALESTRA DO DIA 25/04/1952 ............................................................................................. 67
2.1 – ASSUNTOS:......................................................................................................................... 67
2.2 - EXPOSIÇÃO DE MEISHU SAMA ............................................................................................. 67
2.2.1 - Johrei e Agricultura ........................................................................................................................... 67
2.2.2 - Pontos positivos da Agricultura da Grande Natureza ................................................................... 68
3 - PALESTRA DO DIA 27/04/1952 ............................................................................................. 70
3.1 - ASSUNTOS: ........................................................................................................................ 70
3.2 - EXPOSIÇÃO DE MEISHU SAMA ............................................................................................. 70
3.2.1 - Sabor dos alimentos ......................................................................................................................... 70
3.2.2 - Alimentação e comportamento ....................................................................................................... 71
3.3.3 - Variedades de arroz ......................................................................................................................... 71
3.3.4 - Influência das árvores ...................................................................................................................... 72
VI - SALMOS DE MEISHU SAMA................................................................................................. 73
1 - SALMOS ............................................................................................................................... 73
1.1 – DAI SHIZEN NO SHINPI (MISTÉRIO DA GRANDE NATUREZA).................................................. 73
1.2 – DOJOO NO KEGARE (IMPUREZA DO SOLO) .......................................................................... 74
1.3 – NOOMIN NO SUKUI (SALVAÇÃO DOS AGRICULTORES) .......................................................... 74
1.4 – NOOMIN NO YOROKOBI (ALEGRIA DOS AGRICULTORES)....................................................... 75
2 - EXPLICAÇÃO DO TRADUTOR ................................................................................................. 76
2.1 - FORMA DE COMPOSIÇÃO DOS SALMOS ................................................................................. 76
2.2 - CONTEÚDO DOS SALMOS .................................................................................................... 76
2.2.1 - O solo ................................................................................................................................................. 76
2.2.2 - Grande tolice ..................................................................................................................................... 77
2.2.3 - O orgulho humano ............................................................................................................................ 78
2.2.4 - Solo é tesouro ................................................................................................................................... 78
2.2.5 - O vício do adubo ............................................................................................................................... 79
2.2.6 - Máculas no coração ......................................................................................................................... 81
2.2.7 - Purificação das terras ....................................................................................................................... 81
2.2.8 - Revalorização dos agricultores ....................................................................................................... 82
2.2.9 - O poder de Deus............................................................................................................................... 82
2.2.10 - Confiança em Deus ........................................................................................................................ 83
2.2.11 - Agradecimentos .............................................................................................................................. 84
2.2.12 - Sementes puras.............................................................................................................................. 87

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Mistério da Grande Natureza

VII - TRECHOS DE PALESTRAS DO REVERENDO MINORU NAKAHASHI..................... 88


1 - SABOR E NUTRIÇÃO ............................................................................................................. 88
1.1 - AGRICULTORES NÃO CONSOMEM O QUE PRODUZEM ............................................................. 89
1.2 - ÁGUA POLUÍDA ................................................................................................................... 90
1.3 - SITUAÇÃO DO LEITE E DA CARNE ......................................................................................... 91
1.4 - CARNES DE FRANGO, COMO ESTÃO? ................................................................................... 91
1.5 - DIANTE DE TANTA CONTAMINAÇÃO, COMO AGIR? .................................................................. 92
2 - TRABALHO ÁRDUO ............................................................................................................... 93
3 - FARELO DE ARROZ ............................................................................................................... 94
4 - SOLO É ADUBO .................................................................................................................... 95
4.1 - FUNDAMENTO DO PLANTIO REPETIDO .................................................................................. 96
4.2 - APARECIMENTO DE PRAGAS ................................................................................................ 97
4.3 - SABOR DOS ALIMENTOS ...................................................................................................... 98
4.4 - ADUBOS ORGÂNICOS .......................................................................................................... 99
4.5 - PLANTIOS REPETIDOS ......................................................................................................... 99
4.6 - PONTOS BÁSICOS A SEREM CONSIDERADOS....................................................................... 100
4.7 - COMPORTAMENTO INDÍGENA ............................................................................................. 102
5 - AÇÃO PERNICIOSA DE ELEMENTOS QUÍMICOS .................................................................... 103
5.1 - DESINTERESSE PELA SAÚDE DO SER HUMANO .................................................................... 105
5.2 - SENTIMENTO DE GRATIDÃO DOS AGRICULTORES ................................................................ 107
5.3 - ABRIR OS OLHOS .............................................................................................................. 107
6 - TÉCNICA DA AGRICULTURA DA GRANDE NATUREZA .......................................................... 108
7 - DATA ESPECIAL: 26/08/00 ................................................................................................ 110
VIII - RELATO DE EXPERIÊNCIAS ....................................................................................... 112
1 - NO JAPÃO ......................................................................................................................... 112
1.1 - ARROZ INTEGRAL SEM ADUBO ........................................................................................... 112
1.2 - PESQUISAS ...................................................................................................................... 112
1.3 - CONCLUSÕES .................................................................................................................. 112
1.3.1 - Características do arroz Beniasahi ............................................................................................... 112
1.3.2 - Presença de ervas daninhas de inverno ...................................................................................... 113
1.3.3 - Desenvolvimento da plantação ..................................................................................................... 113
1.3.4 - Resistência às pragas .................................................................................................................... 114
1.4 - VERDURAS E LEGUMES EM TERRENOS SEM ADUBO............................................................. 114
2 - NO BRASIL ........................................................................................................................ 116
2.1 - RELATOS DE EXPERIÊNCIAS DO SR. JOÃO PEREIRA LIMA NETO .......................................... 116
2.1.1 - Métodos de plantio de café ............................................................................................................ 116
2.1.2 - Situação da agricultura atual ......................................................................................................... 119
2.1.3 - Cultivo de café sem agrotóxicos ................................................................................................... 121
2.1.4 - Experiências no cultivo de café sem fertilizantes e inseticidas .................................................. 123
2.1.5 - A prática da Agricultura da Grande Natureza .............................................................................. 126
2.1.6 - Intoxicação por Agrotóxicos........................................................................................................... 130
2.1.7 - Outras vantagens da Agricultura da Grande Natureza .............................................................. 131
2.1.8 - O consumidor .................................................................................................................................. 132
2.1.9 - Um fato curioso ............................................................................................................................... 134
2.1.10 - Uma brisa suave ........................................................................................................................... 135
2.1.11 - Procura por alimentos puros ....................................................................................................... 135
2.1.12 - A reação dos agrônomos............................................................................................................. 136
2.1.13 - Intoxicação de agricultores .......................................................................................................... 138
2.1.14 - Os transgênicos ............................................................................................................................ 138
2.1.15 - Ação dos fenômenos naturais..................................................................................................... 139
2.1.16 - O arroz de Santa Catarina ........................................................................................................... 144
2.1.17 - O café de Caconde e de Mococa ............................................................................................... 145
2.1.18 - O sabor dos alimentos ................................................................................................................. 146
2.1.19 - Outras constatações .................................................................................................................... 147
2.2 - OUTRAS EXPERIÊNCIAS .................................................................................................... 148
2.2.1 - Caconde (SP) .................................................................................................................................. 148
2.2.2 - Fazenda Dourada (Ibiúna - SP) .................................................................................................... 148
2.2.3 - Guaramirim (SC) ............................................................................................................................. 149
2.3 - INFORMAÇÕES GERAIS ..................................................................................................... 149
2.3.1 - Posto de vendas ............................................................................................................................. 149
2.3.2 - Culto em prol da Agricultura da Grande Natureza ...................................................................... 149
2.3.3 - AGRAN - Associação da Grande Natureza................................................................................. 150

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Mistério da Grande Natureza

MENSAGEM DO TRADUTOR ................................................................................................. 151


GLOSSÁRIO ............................................................................................................................ 152

7
Mistério da Grande Natureza

CLAMOR DA GRANDE NATUREZA

Observando a debilidade das plantas, sem aquela força vital


característica, sern o brilho contagiante de suas folhas, ficamos
decepcionados e tristes.

Muitas vezes, por isso, um passeio ao interior, que deveria


proporcionar sempre alegria aos nossos corações, torna-se motivo
de tristeza e angústia.

Alerta, pois. Escutemos, atentos, vozes plangentes e


alentadoras:

LAMENTO DO SOLO

Estou doente!
Choro e não consigo mais trabalhar!
Odores de adubo sufocam-me a cabeça!

RECADOS DA MÃE-TERRA

Agricultores,
cuidado! Veneno lançado nas plantas,
para vocês, caminho de autodestruição!

TRISTEZA DO ESPÍRITO DA TERRA

Oh! Plantadores!
Sempre fostes os meus melhores amigos!
Por que ficastes tanto tempo longe de mim?!

REAÇÃO DO CÉU

Clamor e choro
da Terra atingem finalmente o Céu.
A força do fogo, água e vento responde.

8
Mistério da Grande Natureza

PODER DE DEUS

O poder de Deus
libertou o solo de todas as amarras.
Agora, livre, manifesta imensa gratidão.

AGRADECIMENTO

Oh! Meishu Sama,


obrigado! És salvador. Libertaste
os agricultores de um longo pesadelo.

VOLTA À ORIGEM

Fonte de vida!
Somente de tua pureza, oh!
Solo, nasce o homem forte, honesto e saudável.

REGOZIJO NO CÉU E NA TERRA

Alcança o Céu
a alegria da Terra. Do alto, descem
anjos para viver num mundo purificado.

Minoru Nakahashi

9
Mistério da Grande Natureza

MEISHU SAMA, UMA PERSONALIDADE MULTIFOCAL

Como autêntico homem do século XX, Meishu Sama foi uma


personalidade engajada no Seu tempo. Preocupou-Se, desde o início
de Sua atividade religiosa, com todos os problemas, quer políticos,
sociais, econômicos, quer religiosos ou culturais que sempre afetaram
os diversos níveis da atividade humana. Foi, por isso, um assíduo
batalhador em prol do aprimoramento não só da vida espiritual, mas
também material. Para tanto, deixou Ensinamentos que abrangem
desde a feitura de um simples jardim até as artísticas construções de
Atami e Hakone; elaborou também vasta obra em que expõe os
fundamentos de uma nova civilização, isenta de doenças, pobreza
e conflitos, procurando mostrar o verdadeiro caminho da medicina e da
agricultura. E, embora pareça uma contradição, estabeleceu até as reais
estratégias para vencer uma guerra.

Na verdade, f o i um religioso "sui-generis", pois não


permaneceu apenas no campo da doutrina, mas procurou mostrar
todos os pontos focais dos conflitos e sofrimentos que estão
destruindo o universo. Semelhante a Senju (Kannon de mil braços),
abarcou todos os setores do conhecimento humano, criando um novo
estilo de Grande Mestre, segundo o qual cada pessoa, ao atingir um
nível de consciência, pode também adquirir todas as demais
informações, como se fora uma enorme porta que se abre na mente, e
cada criatura de Deus, ao atravessá-la, descobrirá o caminho da
verdadeira vida.

Como grande iluminado, demonstrou uma visão ampla e total, com


idéias extremamente revolucionárias no que diz respeito a todas as
manifestações culturais e a qualquer outro campo do conhecimento ou
atividade humana. Um exemplo são as Suas revelações sobre os
Mistérios da Grande Natureza, os quais poderão ser
prazerosamente saboreados por todos aqueles que desejarem tratar
a terra com reverência, respeitando-a como a fonte inesgotável do
amor de Deus por Seus filhos.

Minoru Nakahashi

10
Mistério da Grande Natureza

AO LEITOR

A partir de 1934, Meishu Sama iniciou, no Japão, um movimento


experimental a que deu o nome de Agricultura Sem Adubos.

Nesse sentido, realizou as primeiras experiências com base


nas revelações que Lhe foram feitas por Deus a respeito do
verdadeiro conceito de doença e sua cura sem o emprego de
remédios, bem como sobre o processo de nutrição. Assim, tendo por
base essas idéias, pode-se deduzir que, ao criar o corpo humano,
Deus dotou-o de todos os elementos indispensáveis à produção dos
nutrientes necessários à sobrevivência no mundo físico. De modo
análogo, a terra também possui a mesma propriedade, ou seja,
recebeu do Criador condições peculiares que lhe permitem fabricar
as substâncias nutritivas para o desenvolvimento das plantas.

Então, considerando tal verdade, Meishu Sama chamou de


Agricultura Sem Adubos Suas primeiras experiências na produção de
alimentos.

Acontece, porém, que esse movimento renovador no trato com a


terra foi violentamente contestado, após o término da Segunda Guerra.

Devido à ocupação americana, todas as atividades do povo


japonês passaram a ser vigiadas pelo governo militar, especialmente
aquelas de caráter inovador ou religioso.

Por outro lado, conforme se constata através da História, é óbvio


que o dominador impõe a sua cultura. Por isso, os americanos
proibiram terminantemente o trabalho de Meishu Sama e, ao mesmo
tempo, divulgaram a hidrocultura, na época, considerada um recurso
mais higiênico e avançado.

Apesar da grande vigilância exercida pelo governo, Meishu


Sama não desanimou e passou a chamar o Seu trabalho de
Agricultura Natural.

11
Mistério da Grande Natureza

Nos dias atuais, contudo, existem centenas de movimentos


que propagam métodos naturais de plantio. Então, para evitar
confusões de conceito e nomenclatura, procurando diferenciar o
Ensinamento de Meishu Sama das normas de outras técnicas de
cultivo, passamos a denominá-lo Agricultura da Grande Natureza
entendido como sinônimo da misteriosa força divina que rege
todo o processo de desenvolvimento das plantas. Não se refere,
pois, unicamente aos fenômenos naturais, mas à essência
original de um poder maior, invisível, que determina o surgimento
dos variados meios pelos quais a vida se manifesta no Universo.

As experiências resultantes de um comportamento humano


respeitoso no trato com a terra comprovam que a força da Grande
Natureza é um fenômeno insondável, de valor infinito, impossível de ser
explicada apenas cientificamente. Por essa razão, quem pratica a
Agricultura da Grande Natureza precisa não só conhecer, mas também
viver um pouco mais a realidade espiritual. Só assim terá condições de
perceber a verdade profunda, sutil e, por isso, imperceptível através de
manifestações visíveis.

Plantar obedecendo à lógica divina não é, portanto, somente


produzir mercadorias, mas engloba todo um conjunto de fenômenos
inexplicáveis que toca tanto agricultor, quanto consumidor, quando
entram em contato com o misterioso processo de criação.

Então, quando o trabalho com a terra é realizado dentro dos


princípios de reverência às leis de Deus, o ser humano percebe a infinita
sabedoria divina atuando diretamente para que a essência do poder
criativo se manifeste de maneira plena e absoluta.

É, pois, indispensável que cada um de nós se aprofunde no


estudo dos Ensinamentos de Deus sobre a Agricultura da Grande
Natureza. Assim a observação do enigmático desenvolvimento das
plantas passará a ser um caminho de salvação, de conquista da
verdadeira sabedoria que nos aproximará de Deus, fazendo-nos sentir o

12
Mistério da Grande Natureza

Seu infinito amor por todos os seres e, ao mesmo tempo, infundindo


alegria ao coração daquele que se dedica ao trabalho agrícola.

Finalmente, ao oferecer uma alimentação saudável e


saborosa, oriunda de produtos sem contaminação, o Pai Eterno
proporciona também a todos os Seus filhos a incomparável felicidade
de viver.

Não é, pois, sem uma razão muito profunda que demos a


este trabalho o nome de Mistério da Grande Natureza, o qual
poderá ser desvendado à medida que os alimentos produzidos a
partir da orientação de Meishu Sama passem a constituir o ponto de
comunhão entre Deus Criador e o homem.

Minoru Nakahashi

13
Mistério da Grande Natureza

MISTÉRIO DA GRANDE NATUREZA

Todas as verdades que tenho exposto sobre a Agricultura da


Grande Natureza não correspondem à minha opinião. São palavras de
Deus Criador com o objetivo de livrar as plantas das influências perniciosas
dos agrotóxicos.

Há muito tempo, foi-me revelado por Deus que as espigas do


arroz possuíam, no início do surgimento, apenas de cinco a seis
grãos. Contudo, de acordo com o crescimento da população, foi
também aumentando a capacidade produtiva dessa planta e, hoje, cada
espiga contém, em média, de cento e vinte a cento e trinta grãos. Há,
mais ou menos mil anos, essa média oscilava entre cinquenta e
sessenta grãos; a metade, portanto, dos números atuais. É
preciso ainda, devido ao crescimento cada vez maior da população,
aumentar mais, devendo chegar a duzentos ou trezentos grãos. Caso
contrário, algum procedimento dos agricultores deve estar errado.

Outro aspecto a ser considerado é que a mudança que está


ocorrendo no Mundo Espiritual vai determinando resultados melhores
e mais positivos para a agricultura. Quer dizer, com o aumento do
espírito do fogo (Kasso1 ) as purificações se aceleram e fica bem
evidente a influência negativa do uso de adubos.

É, pois, por essa razão que o método da Agricultura da


Grande Natureza, como sempre afirmo, está de acordo com a Lei
de Deus. Quando não se faz nada errado, deixando que a Grande
Natureza trabalhe livremente, sem os obstáculos dos fertilizantes, os
resultados são excelentes, devido à ação benéfica de Kasso.

Também a idéia de que o adubo orgânico beneficia a


agricultura está impedindo que sejam obtidos resultados mais
satisfatórios. Na verdade, essa superstição continua bastante
arraigada na cabeça de agricultores, até mesmo messiânicos. De fato, o
uso do adubo orgânico é tão pernicioso quanto os fertilizantes
1
Energia de origem espiritual semelhante à do Sol no mundo material.

14
Mistério da Grande Natureza

artificiais. Prejudica a vitalidade natural da terra, impedindo-a de


aperfeiçoar-se e tornar-se cada vez mais adequada ao
desenvolvimento de determinadas plantas.

Conforme já disse muitas vezes, o solo é, por si mesmo, formado


pela aglomeração de elementos os quais constituem o próprio adubo.
Então, quando se acrescenta a ele algum outro organismo
estranho, a sua capacidade vital fica diminuída, porque esse
acréscimo significa um obstáculo ao desenvolvimento natural das
plantas.

Por outro lado, o poder da Grande Natureza é produzido pela


fusão do espírito do fogo com o da água e o da terra. Na verdade,
essa força (a que denominei "X") é o verdadeiro e poderoso adubo.

Como já falei, em outras ocasiões, sobre o espírito do fogo e


da água, quero agora esclarecer sobre a energia da terra. Bem no
centro do globo terrestre, existe uma bola de fogo que dá origem
ao calor do solo e da qual provém toda a força do espírito da
terra.

O calor, emanado por esse núcleo ígneo, atinge a


estratosfera e a preenche integralmente. Depois de certo nível de
acúmulo, forma-se a chuva, que cai sobre a terra, fazendo
penetrar no solo vários elementos naturais que vão nutri-lo. Para
que esse fenômeno ocorra naturalmente, faz-se necessário não
existirem, na superfície da Terra, obstáculos, tais como adubos, ou
quaisquer tipos de agrotóxico.

Em outras palavras, ocorre o seguinte: o espírito da terra,


originário do centro do Globo Terrestre, se encaminha para a
estratosfera, onde encontra o espírito do fogo, que vem do Sol;
ambos se unem à energia da água, que se origina da Lua, formando
os três, aquela poderosa força "X" da qual já falei. A fusão desses três
elementos é que constitui, de fato, o verdadeiro adubo que faz crescer as
plantas e promove o desenvolvimento de todos os demais seres vivos.

15
Mistério da Grande Natureza

Pode-se dizer, por isso, que o solo foi criado por Deus para que
produzisse toda espécie de cereais e verduras indispensáveis ao
sustento da humanidade inteira. Portanto, a terra contém, em quantidade
mais do que suficiente, todos os elementos nutritivos essenciais ao
crescimento da planta. Em resumo, o próprio solo aglomera, em si
mesmo, as porções de fertilizantes necessárias ao desenvolvimento de
qualquer tipo de ser vivo.

Para comprovar essa minha afirmação, basta que se observe


a semente, jogada na terra, crescendo, tornando-se tronco, folha, flor,
fruto, chegando até à época própria para colheita. Nesse sentido, então, o
solo, gerador dessas maravilhas, nada mais é do que uma
extraordinária tecnologia de produção de alimentos. Deve, por isso,
ser tratado com o maior carinho e considerado como o grande poder
da natureza.

Acho, portanto, e com muita razão, que a ciência deveria realizar


pesquisas mais atentas sobre a função específica do solo.

É importante também que todos vocês meditem


profundamente sobre esta verdade: seria possível Deus não dar
alimentos para a continuidade da vida por Ele criada?

Meishu Sama
1952

Nota do Tradutor:

Dosso - Kasso - Suisso

São palavras criadas por Meishu Sama, a partir de:


DO (Terra) KA (Sol) SUI (Lua) SO (partícula essencial, energia, força)

Então:
Dosso = partícula essencial que dá origem à Terra. Kasso =
essência original do Sol. Suisso = essência original da Lua.

16
Mistério da Grande Natureza

PRÓLOGO

O VERDADEIRO PROCESSO DA NUTRIÇÃO

1 - Importância das funções orgânicas

Algumas vezes, já discorri sobre erros irreparáveis causados


pelo uso de medicamentos. De outra parte, é também de suma
importância não perder de vista os danos advindos de urna
alimentação inadequada.

Tenho falado, em várias ocasiões, sobre a inconveniência das


proteínas animais, especialmente em casos de doenças graves como,
por exemplo, a tuberculose. Vão muito além, entretanto, os erros
das dietas modernas. O pior deles, a meu ver, consiste na
preocupação exagerada com as variedades alimentícias em
detrimento da valorização das funções orgânicas, as quais
intervêm, de fato, diretamente na nutrição.

Vejamos, então, o absurdo que reside na idéia de que os


complexos vitamínicos são indispensáveis para suprir carências do
organismo. Na verdade, a defesa de tal princípio significa ignorar
totalmente a faculdade natural das funções orgânicas. Estas produzem
suficientes vitaminas, carboidratos, proteínas, aminoácidos,
glicogênio, gorduras e quaisquer outras substâncias necessárias ao
pleno suprimento do organismo. Mesmo que um alimento não contenha
vitamina alguma, por meio de uma atividade alquímica, os órgãos
responsáveis pela nutrição têm capacidade de realizar determinados
processos, transformando qualquer nutriente na quantidade de
vitaminas das quais o corpo necessita.

É por isso que dietas balanceadas, característica das


superalimentações produzem, no organismo, um efeito contrário, quer
dizer, quanto mais exagerados forem os recursos nutritivos, mais o corpo
se debilitará. De modo análogo, a carência de vitaminas está
diretamente proporcional à quantidade delas, ingeridas pela pessoa.

17
Mistério da Grande Natureza

De fato, ao expor minhas idéias, só estou querendo mostrar


que, ao serem consumidos nutrientes em quantidades exageradas, a
função natural dos órgãos regride, isto é, a sua atividade normal
cessa por falta de uso.

Estou, portanto, querendo mostrar claramente a todos que a


força vital do ser humano é gerada pela atividade das funções
orgânicas. Em outras palavras, o laborioso e complexo processo
mediante o qual o organismo transforma os alimentos, tornando-os
completos, é que dá origem à vitalidade humana.

2 - Fortalecimento do aparelho digestivo

É preciso ressaltar que, entre os órgãos geradores de força


vital, destacam-se os da digestão. Tanto assim que qualquer
sensação de enfraquecimento, de estômago vazio, é suprida pela
ingestão de algum alimento. Com isso, o organismo inteiro fica
novamente revitalizado. Assim acontece porque todos os órgãos
estão inter-relacionados. É natural, então, que, ao ser satisfeita a
necessidade de um deles, todos os demais usufruam do mesmo
benefício.

Como, atualmente, as pessoas tendem, cada vez mais, a


ingerir alimentos completos, artificialmente elaborados, a função
digestiva está ficando, a cada dia, mais prejudicada. Daí ser de suma
importância que cada um se detenha atentamente ao meu alerta.

É, portanto, fundamental o fortalecimento dos órgãos digestivos


para a obtenção da melhora geral da saúde. Para tanto, os alimentos da
Agricultura da Grande Natureza são os mais recomendáveis. E
também, ao contrário do que prega a medicina, os melhores não são os
facilmente digeríveis. Estes enfraquecem o estômago e os demais órgãos
do aparelho digestivo.

De outra parte, recomendar que se exerça uma mastigação


demorada, também não é bom para o estômago; torna-o fraco e pode

18
Mistério da Grande Natureza

causar-lhe o relaxamento dos tecidos (gastroptose). Além disso, a


perda do tônus estomacal se acentua, se todos esses hábitos vierem
ainda acompanhados da ingestão de medicamentos conhecidos como
digestivos.

Para comprovar o que lhes digo, vou citar um fato da minha


própria experiência. Nos anos vinte, estava muito em moda nos Estados
Unidos o fletcherismo (pensamento do nutricionista Horace
Fletcher), segundo o qual mastigar bem os alimentos era de suma
importância para a manutenção da saúde. Experimentei e, como a
princípio me senti bem, decidi continuar. Um mês mais tarde,
entretanto, percebi que estava enfraquecendo e, paulatinamente,
perdendo as forças. Voltei, então, a mastigar como fazia antes e
recuperei a saúde.

Pode-se assim ver que quase todas as teorias científicas


relativas à nutrição contrariam a realidade, não sendo, por isso, tão
benéficas quanto se propaga.

Um outro fato, que me serve de exemplo, é o que acontece com


as mães em período de amamentação. Quando têm pouco leite, são
aconselhadas a tomar o de vaca. Tal orientação, ridícula a meu ver,
não atinge o foco do problema. Se o leite materno está escasso, é
por que existe alguma disfunção orgânica. É preciso, portanto,
descobrir onde ela se encontra para corrigi-la. Como, porém, os
médicos não percebem o erro, nada podem fazer; recomendam,
então, às mães lactantes a ingestão do leite de vaca. Com isso, a
função do órgão responsável pela produção do leite materno se
atrofia, diminuindo, dessa forma, ainda mais a quantidade.

Mais um hábito digno de espanto é de doentes tomarem sangue


de animal como elemento nutritivo. Tal procedimento produz, às vezes,
um efeito momentâneo. Na verdade, porém, causa o
enfraquecimento dos órgãos produtores de sangue e traz, como
conseqüência, a anemia.

19
Mistério da Grande Natureza

Diante de tantas constatações, é preciso pensar um pouco


melhor no processo alimentício desenvolvido pelo organismo humano
que, ao receber nutrientes como pão e arroz brancos, vegetais
verdes e cereais amarelos, produz sangue vermelho. Espantoso
trabalho do corpo humano, essa máquina geradora de sangue a
partir de elementos tão diversos! O mesmo se pode observar entre
os animais. A vaca, por exemplo, se alimenta de capim e produz
excelente leite.

Há, portanto, alguns erros na ciência da nutrição que devem ser


esclarecidos a partir do conhecimento da força da Grande Natureza.
Com isso, muitas teorias sem lógica serão descartadas por completo.

3 - Exercícios físicos

Outro ponto sobre o qual quero falar também um pouco diz


respeito aos exercícios físicos, necessários à saúde humana. A
ação principal de tais atividades é exercida sobre o metabolismo,
uma vez que elas ativam a circulação periférica e fortalecem a
musculatura. No que diz respeito às vísceras, a atividade física é
um coadjuvante, ou seja, exerce apenas um papel secundário.

4 - Alimentação vegetariana

Dentre os nutrientes, os que mais contêm elementos


essenciais para uma alimentação perfeita são os vegetais. Para tanto;
basta observar a longevidade dos monges zen-budistas que seguem
uma dieta frugal, exclusivamente de vegetais. Há também outros
vegetarianos notáveis. Entre eles, Bemard Sliaw, que morreu aos 94
anos.

Certa vez, quando viajava de trem pelo norte do Japão,


sentou-se ao meu lado um camponês de aproximadamente 50 anos,
corado, de aparência muito saudável. De vez em quando, tirava
algumas folhas de pinheiro do bolso do paletó e as comia com
evidente prazer. Expressei-lhe minha estranheza e ele, orgulhosamente,

20
Mistério da Grande Natureza

rne respondeu que, há mais de dez anos, era aquela a sua


alimentação. Disse-me ainda que outrora fora um homem muito
fraco. Como, certa vez, ouvira que folhas de pinheiro eram boas para
a saúde, passou a alimentar-se delas, embora, a princípio, não lhe
fossem agradáveis ao paladar. Com o tempo, porém, habituara-se a
elas e adquirira excelente saúde. E, desabotoando o paletó,
mostrou-me a musculatura do seu braço.

Há algum tempo, um jornal publicou a história de um rapaz que


se alimentava exclusivamente de folhas de chá usadas. A história é
verídica e foi relatada pelo próprio jovem.

Em outra ocasião, quando escalei o Yarigadake, nos Alpes


japoneses, espantei-me ao ver que a marmita de meu guia continha
apenas arroz branco que ele dizia estar saboroso. Ofereci-lhe alguns
mantimentos enlatados, aos quais recusou terminantemente. Apesar
dessa alimentação tão precária, subia e descia a montanha
diariamente, percorrendo cerca de quarenta quilômetros, levando às
costas um fardo de mais de quarenta quilos.

Um caso, ainda mais antigo, é o de Hakuseki Arai, eminente


Confucionista 2 que viveu em fins do Shogunato (governo feudal)
Tokugawa. Na sua juventude, Hakuseki viveu algum tempo num
quartinho sobre uma loja de tofu (queijo de soja). Nessa época, durante
dois anos, alimentou-se exclusivamente de bagaços de soja.

Tenho também minha experiência pessoal, já mencionada


algumas vezes. Para curar-me da tuberculose, alimentei-me, por
três meses, somente de vegetais. Com essa dieta, recuperei-me
completamente.

A partir dos exemplos acima expostos, pode-se concluir que


uma alimentação mais rude, tosca, sem refinamento, deve ser
preferida aos produtos industrializados. Tal hábito alimentar obriga os
órgãos digestivos a trabalhar energicamente a fim de produzirem
2
Seguidor de Confúcio (K'ung-Tzu) - filósofo chinês (551 -479 a.C.)

21
Mistério da Grande Natureza

todos os elementos que compõem a boa nutrição. Com força vital


renovada, a saúde fica fortalecida, o organismo rejuvenesce e a vida se
prolonga.

5 - Variações na dieta alimentar

Um fato notório que exemplifica bem essa questão é o da


saúde dos trabalhadores da Manchúria, considerada tão
extraordinária, que alguns cientistas ocidentais, segundo ouvi dizer,
para lá se dirigiam a fim de estudar o caso.

A alimentação desses operários, no entanto, restringe-se apenas


a três grandes pães de koaliang (cereal selvagem) por dia, em cada
refeição.

Dá, portanto, para concluir, ao serem notados tais fatos, que a


ciência nutricional deixa dúvidas ao recomendar a mistura de várias
categorias de alimentos em cada refeição.

De acordo com as minhas observações, é preferível que a


alimentação seja a menos variada possível. Dessa forma, a
atividade orgânica responsável pela nutrição do corpo se fortalece,
ou seja, ocorre um processo semelhante ao das pessoas que, por
dedicarem-se a um único trabalho, se especializam, adquirindo
maior destreza.

6 - Outras considerações sobre o vegetarianismo

Com relação à dieta vegetariana, acontece ainda um outro


fato inusitado: é comum, quem a pratica, sentir muito calor.
Exatamente o contrário ocorre com aqueles que comem carne: de
imediato sentem calor e, algumas horas depois, frio.

A partir dessa constatação quanto ao uso, ou não, de carne na


dieta alimentar, pode-se compreender a razão do surgimento dos
sofisticados sistemas de aquecimento nos Estados Unidos e na

22
Mistério da Grande Natureza

Europa. Pessoas com uma alimentação predominantemente


carnívora são mais sensíveis ao frio. Já os antigos japoneses, que
não comiam carne, suportavam as baixas temperaturas com maior
facilidade. Daí a razão de terem construído suas casas sem pensar
muito em protegê-las contra os rigores do inverno. Os próprios
trabalhadores andavam com as pernas descobertas dos joelhos para
baixo, mesmo em épocas de muito gelo. As mulheres usavam
apenas uma ou duas anáguas de algodão debaixo da saia e,
geralmente, não calçavam meias. Ao contrário, as de hoje cobrem-
se com várias malhas de lã e, mesmo assim, tremem de frio.

Uma alimentação vegetariana, portanto, aumenta


fundamentalmente a resistência, permitindo o exercício de
trabalhos pesados durante longas horas, sem que advenha
cansaço. É erro, pois, admitir, por exemplo, que os homens do
campo sejam subnutridos e recomendar-lhes a ingestão de mais
carne e peixe. Para a comprovação dessas afirmações, basta
constatar que os antigos adores japoneses, homens e mulheres,
trabalhavam desde o alvorecer até a chegada da noite. Se, a partir
de agora, passarem a consumir muitos alimentos de origem
animal, com certeza, a sua capacidade produtiva cairá.

Da mesma forma, um dos fatores responsáveis pelo


surgimento da mecanização agrícola nos Estados Unidos foi a
necessidade de compensar a falta de resistência física dos
lavradores com a inteligência. Quer dizer: pelo fato de os
trabalhadores terem colocado na sua alimentação mais produtos de
origem animal, tornou-se imprescindível que o trabalho braçal fosse
amparado pela força das máquinas.

Em síntese, não há dúvida de que a dieta vegetariana é a


mais indicada para o corpo. Devem-se, contudo, levar em
consideração alguns fatores específicos, relacionados ao
ambiente, situações climáticas e tipos de atividade física ou mental
executada por cada pessoa em particular.

23
Mistério da Grande Natureza

7 - Diferenças entre dietas alimentares

Embora para os trabalhadores do campo os vegetais


constituam a melhor alimentação, para o homem da cidade, que
trabalha, em especial, com a mente, é necessária uma dieta
adequada a esse tipo de atividade mais competitiva. No caso do
Japão, por tratar-se de uma ilha, a prioridade recai sobre o
consumo de aves e peixes, uma vez que podem ser conseguidos
mais facilmente. Além disso, ambas essas carnes constituem
excelente nutrição para o cérebro, tornando-o mais vigoroso e
perspicaz.

Já na história da raça branca, pode-se observar que o


desenvolvimento do espírito competitivo, bem como a predisposição
para a luta, foram estimulados pelo consumo de carnes de origem
animal.

8 - Conclusão

Para finalizar, quero dizer que o ser humano deve


alimentar-se de modo simples e natural. Comer, sempre que tiver
vontade, sem se preocupar exageradamente com a nutrição. É
claro que determinadas circunstâncias precisam ser levadas em
conta. Assim, para os habitantes das cidades, é preferível uma dieta
constituída, em proporções iguais, de produtos de origem vegetal
e animal. Para os trabalhadores rurais e para os doentes,
recomenda-se, como mais adequada, uma alimentação composta
de setenta a oitenta por cento de produtos vegetais, acrescidos
aos restantes (20 ou 30%) de origem animal.

Se todas as pessoas seguirem esse tipo de dieta sem usar


medicamentos, não ficarão doentes com certeza.

As atuais teorias sobre higiene e saúde deixam, portanto, muito a


desejar. Não condizem com a realidade, além de representarem uma
enorme perda de tempo. Pobre homem civilizado!

24
Mistério da Grande Natureza

Meishu Sama
Agosto de 1953

9 - Observação final do tradutor

Todas as colocações de Meishu Sama relativas à nutrição humana


aplicam-se também ao processo agrícola.

Da mesma forma como o organismo se fortalece quando se exige


uma atividade enérgica dos seus órgãos, também as plantas e as
sementes se tornam mais resistentes, caso não sejam adubadas.

Então, cada vez que for acrescentado qualquer fertilizante, com o


objetivo de nutrir a planta, ela enfraquecerá, porque não lhe está sendo
exigido o desempenho de suas funções no que diz respeito à busca da
seiva nutritiva dentro do solo. Na verdade, as sementes e as plantas se
tornam dependentes do adubo e perdem, pela falta de uso, a sua
verdadeira função. Portanto, quanto maior esforço se exigir da planta e da
semente, mais perfeita se torna a sua capacidade de conquistar os
nutrientes necessários a um desenvolvimento adequado.

Em síntese: a mesma lei que rege o organismo humano, aplica-se


também às plantas, ou seja, a tudo que tem vida, quanto mais atividades lhe
forem impostas, maior será o seu fortalecimento.

De fato, o verdadeiro processo de elaboração dos nutrientes


indispensáveis a todos os seres vivos constitui um grande enigma. Daí
o porquê de este Ensinamento sobre a nutrição humana ter sido
escolhido para constituir a parte introdutória de uma obra cujo assunto
geral é todo voltado ao misterioso trabalho desenvolvido pela Grande
Natureza, a fim de que a humanidade inteira possa usufruir de uma
alimentação benéfica, dispondo de produtos puros, totalmente isentos
de agrotóxicos.

25
Mistério da Grande Natureza

I - IMPORTÂNCIA DO SOLO

1 - Para entender o solo

Para que todos possam entender como se realiza o cultivo


sem o uso de fertilizantes, vou, primeiramente, expor a parte
principal da minha teoria no que concerne ao conceito de solo.
Devo, em primeiro lugar, reiterar que é um elemento da criação
divina destinado à germinação e desenvolvimento das plantas,
tendo em vista a manutenção da vida do ser humano na face da
Terra.

O solo, como obra de Deus, tem uma origem misteriosa e


sutil, cuja essência e poder até hoje a ciência materialista não
conseguiu atingir.

Ignorando essa verdade, os métodos tradicionais de plantio


sempre andaram por caminhos errados. Daí preconizarem que o
perfeito crescimento das plantas necessita do uso de fertilizantes
orgânicos ou químicos.

Com tão equivocado conceito, os agricultores foram, na


verdade, abafando a energia natural do solo e, pouco a pouco,
enfraquecendo o seu imenso poder generativo natural.

Por isso, ainda hoje, iludidos pela idéia de que a má


colheita provém exclusivamente da falta de adubos, os
agricultores empregam todo tipo de resíduos animais ou vegetais
e também substâncias químicas, tornando o solo a tal ponto
enfraquecido que, atualmente, em várias partes do mundo, não
há terras férteis.

26
Mistério da Grande Natureza

2 - Composição e capacidade do solo

O solo é composto, como todas as demais obras divinas, de


dois elementos: um físico, que é a parte visível; outro espiritual ou o lado
invisível.

Embora ainda não explorado pela ciência materialista, o lado


espiritual consiste no verdadeiro nutriente e fator de crescimento das
plantas. É nele que reside o poder da natureza, o qual se fortalece à
medida que o solo vai sendo utilizado. Ocorre algo semelhante ao que
acontece com o ser humano: torna-se mais forte e saudável,
quanto mais exercita o corpo.

É por isso também que terras abandonadas perdem a


energia e enfraquecem.

Importa ainda saber que um solo sem contaminação se


adapta às características das plantas nele cultivadas. Assim,
quanto maior número de vezes se produzir uma única espécie no
mesmo lugar, mais apto se torna esse solo àquela cultura em
particular.

3 - Princípios básicos no trato do solo

O fundamental é manter o solo tão puro quanto possível. Por


motivo nenhum, usar fertilizantes e inseticidas de qualquer espécie. Só
assim a terra poderá manifestar a sua verdadeira força produtiva,
representada por elementos nutritivos de origem divina, que lhe são
inerentes. Neste aspecto, a característica essencial do solo é
profundamente misteriosa e obscura, razão pela qual, até hoje, a ciência
materialista não conseguiu atingi-la.

Espera-se que esse conceito fique bem claro em todas as


mentes, pois não se trata de mera teoria. Pela prática, qualquer
pessoa ficará maravilhada com os resultados obtidos. Por essa razão,
a terra deve ser constantemente reverenciada e amada. Não se pode,

27
Mistério da Grande Natureza

de forma alguma, acrescentar-lhe substâncias venenosas que lhe tirem


a força vital.

4 - O grandioso poder do solo

O princípio fundamental da Grande Natureza é deixar que o solo


manifeste o seu poder.

Até hoje, contudo, o ser humano não havia tido conhecimento da


essência do solo ou, talvez, ninguém tivesse sido capaz de ensinar-lhe
esta verdade. Então, por ignorá-la, os agricultores começaram a usar adubos.
Com o correr do tempo, passaram a acreditar na necessidade de empregá-
los constantemente durante o plantio, chegando tal dependência a
tornar-se uma espécie de superstição. Por isso, no começo das
minhas pregações, quando eu falava sobre a agricultura sem adubos,
ninguém me ouvia. Pelo contrário, até riam de mim.

Recentemente, porém, estão aparecendo agricultores


simpatizantes das minhas idéeias e, como conseqüência, aumentam, a
cada ano, os praticantes da Agricultura da Grande Natureza, com
resultados surpreendentes nas colheitas.

Embora a maioria dos seguidores desse novo método de plantio


seja encontrada entre os messiânicos, já estão surgindo, pouco a pouco,
especialmente no interior, simpatizantes entre os não-mamehito. Dessa
forma, a Agricultura da Grande Natureza está se desenvolvendo
com bastante rapidez. Eu imagino que, num futuro próximo,
atingirá não só todo o território japonês mas também o do mundo
inteiro.

Nesse sentido, podemos dizer que uma divulgação rápida


dessa nova maneira de lidar com a terra é, na verdade, um
movimento para quebrar a superstição do adubo. Não usando
espécie alguma de fertilizante artificial, esse novo método de
plantio divulga e coloca em alto grau de evidência o poder da
Grande Natureza. Assim, isento de qualquer elemento estranho à

28
Mistério da Grande Natureza

sua essência, o solo pode manifestar livremente a grandiosa força


que possui.

Desse modo, são considerados adversos quaisquer


componentes artificiais como estercos, restos de peixes, cinzas,
pois não são oriundos do Céu nem se originam da Terra. Constituem
apenas resíduos de produtos depositados pelo homem, não
fazendo, por isso, parte, do verdadeiro solo criado por Deus.

Naturalmente que folhas e capim secos pertencem à natureza.


Estes não devem, portanto, ser retirados. Do mesmo modo, são
também elementos básicos a água, o fogo, o ar que, juntamente
com a terra, fazem nascer e crescer todos os seres vivos; ao mesmo
tempo, transformam as demais substâncias em produtos
indispensáveis à sobrevivência. Nesse sentido, são inúmeros os
benefícios que a humanidade recebe constantemente da Grande
Natureza. De fato, ela foi pensada dentro do Plano de Deus para
desempenhar esta função: ser a fonte de sustento da vida humana,
sem que nada lhe falte, especialmente em cereais e verduras.

É por isso que eu afirmo: toda vez que meditarmos sobre a


lógica divina, iremos entender claramente que nunca poderia ter
sido possível a Deus criar o ser humano sem lhe ter proporcionado
alimentos e todas as demais condições de sobrevivência.

Então podemos concluir sem sombra de dúvidas que, se


um país não consegue produzir alimentos suficientes para a sua
população, é por que não está agindo de acordo com a Lei da
Grande Natureza, criada por Deus. Portanto, a solução para o
problema da fome no mundo tem seu ponto focal no respeito que o
ser humano devotar à lógica divina, ao lidar com a terra.

Até hoje, o que se vê, porém, é a negação da Lei de Deus


pela crença de que o único meio de se conseguir uma produção
satisfatória seria o uso do adubo. Cultuando somente os artifícios, é
natural que a humanidade sofra por não ter alimentos suficientes.

29
Mistério da Grande Natureza

Na verdade, a escassez de produtos nada mais é que uma resposta a


quem continua cego aos princípios de coerência da Grande
Natureza.

De outra parte, essa mesma escassez vem reforçar a teoria


elaborada pela ciência materialista sobre a necessidade de serem
usados fertilizantes que, por sua vez, geram, nos dias de hoje, a grande
falta de alimentos, sentida no mundo todo.

Pode-se, portanto, dizer que a técnica de cultivo atual, baseada


no uso de adubos, não propiciou o progresso da agricultura, mas a está
prejudicando cada vez mais. Muito poucos ainda conseguem entender que
a verdadeira força determinante do desenvolvimento das plantas está
alicerçada em três elementos básicos: fogo, água e terra, cuja ação
interligada permite o surgimento de um ambiente propício ao plantio, bem
como a certeza de colheitas abundantes.

Embora seja natural que, momentaneamente, o emprego de


adubos traga resultados alentadores, com o tempo, começa a ocorrer
uma ação contrária: as plantas vão enfraquecendo, porque perdem a
sua capacidade original de obter do solo os nutrientes de que necessitam,
ficando cada vez mais dependentes dos fertilizantes. Como
conseqüência, a sua força produtiva fica debilitada, determinando, em
última instância, a escassez de produtos alimentícios, um problema
que está, no momento, afetando grande parte da humanidade.

5 - Fenômenos naturais: ventos, chuvas e secas

A cada ano, a ação desses três fenômenos aumenta


gradativamente. A maioria dos países sofre as conseqüências
desastrosas dessas intempéries e tem, por isso, feito um grande esforço
para evitar os prejuízos decorrentes de tais situações.

Para tanto, são canalizados rios a fim de que não ocorram


enchentes; constroém-se barreiras de concreto para bloquear o
efeito dos tufões, além de outros recursos empregados com a mesma

30
Mistério da Grande Natureza

finalidade. Tudo isso se torna necessário porque as plantas estão ficando


cada vez menos resistentes aos fenômenos naturais, devido ao
constante emprego de fertilizantes e inseticidas. Por essa razão, faz-se
necessário agir com certa urgência para que os agricultores despertem e
sintam quão necessário é voltar à prática da Agricultura da Grande
Natureza.

Através de um plantio puro, ou seja, sem o emprego de


agrotóxicos, as raízes das plantas adquirem enorme vitalidade,
tornando-se muito fortes e capazes de se aprofundar no interior do
solo. Com isso obtêm maior resistência para enfrentar as chuvas e os
ventos. Até mesmo as fIores caem em menor quantidade e também
diminui consideravelmente a perda de espigas e frutos. É comum
se observar que os arrozais cultivados segundo os princípios da
Agricultura da Grande Natureza, quando inundados, não
apodrecem, mesmo após o escoamento das águas.

Por outro lado, em situações idênticas, os agricultores que


seguem o método tradicional sofrem enormes prejuízos, fato que chama
a atenção das pessoas em geral. Ao ocorrer um fenômeno
semelhante a esse, basta examinar a ponta da raiz do arroz cultivado
naturalmente para se verificar que apresenta ramificações finas e bem
compridas que permitem à planta permanecer fortemente arraigada
ao solo. Essa constatação torna-se ainda mais evidente quando se
comparam as raízes de um arrozal adubado com as de outro que foi
tratado sem agrotóxicos.

Em síntese, as plantas originárias da Agricultura da Grande


Natureza apresentam uma raiz central bem longa, que penetra fundo
na terra em busca de água, como se fosse um cano de poço artesiano.
Ao redor dessa base central, surgem inúmeras ramificações mais
finas e menos profundas. Em casos de seca, essa planta terá
maior chance de sobrevivência, pois, com uma raiz longa, poderá
conseguir água nas camadas bem interiores da terra.

31
Mistério da Grande Natureza

De um modo geral, o que ocorre com as plantas assemelha-se


à vida do ser humano. Este, quando se alimenta de produtos sem
toxinas, torna-se uma pessoa saudável. As plantas também; se forem
cultivadas sem agrotóxicos, crescem cheias de vitalidade, fortes,
resistentes. Embora as folhas não se desenvolvam muito, os frutos
são saborosos e nutritivos. Ao contrário, as culturas adubadas
crescem demasiadamente e apresentam folhagens muito grandes,
enquanto os frutos são pouco numerosos e sem sabor.

Percebam, pois, especialmente os agricultores, a


extraordinária fertilidade de um solo sem contaminação.

6 - As três grandes catástrofes e as três pequenas


calamidades

6.1 - Quais são?

Desde os tempos antigos, fala-se que as três grandes


catástrofes são as causadas pelo vento, água e fogo, e as três
pequenas calamidades correspondem à guerra, à doença e à fome.

Assim, as ruínas provocadas pelo vento e a água constituem


uma ação purificadora surgida entre o Céu e a Terra, em
conseqüência do acúmulo de nuvens no Mundo Espiritual, ou
seja, de impurezas invisíveis. Então, para que possam ser
dispersas pela força do vento e lavadas pela água, surgem os tufões
e caem chuvas fortíssimas.NT

6.2 - Origem das nuvens espirituais

Qualquer concentração de impurezas invisíveis origina-se


de pensamentos que pertencem ao Mal, tais como

NT
Nota do Tradutor: Meishu Sama dizia que a freqüência de tufões, acompanhados de
muita chuva, era atribuída à contaminação do solo por grandes quantidades de adubos e
inseticidas que lhe foram lançadas ao longo dos anos. Tais fenômenos são, na verdade,
reações benéficas da Grande Natureza, para que a terra não fique impossibilitada de
fornecer os nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas.

32
Mistério da Grande Natureza

descontentamentos, ódios, maldições, ciúmes, ira, falsidade, vingança,


apego e outros mais.

Todas essas atitudes contrárias à dignidade de comportamento


anuviam o Mundo Espiritual. Também palavras maldosas, de queixa
contra a natureza, o clima, o mau tempo, as más colheitas, bem como
ataques ofensivos aos outros, censuras, berros, mexericos, zombarias,
lamúrias, etc. criam nuvens no Reino Espiritual da palavra, situado
num plano mais baixo, em relação ao domínio do pensamento.

Além do mais, todas as nuvens que se formam no Mundo


Espiritual afetam a saúde humana e, ao mesmo tempo, exercem
influência maléfica sobre as plantas, atrapalhando especialmente
o trabalho agrícola. São essas impurezas a causa das más
colheitas e do aumento do surto de pragas que hoje prejudica
enormemente as lavouras e traz outros males à natureza. Por
exemplo, o fato de os pinheiros e cedros japoneses secarem tem
sua origem no acúmulo de nuvens espirituais entre o Céu e a
Terra.

Em outras palavras, são os próprios erros humanos que


causam danos incalculáveis à natureza e ao planeta. Então, para
impedir que tais tragédias aconteçam, cada pessoa deve cuidar
muitíssimo dos seus pensamentos e palavras, procurando elevar o
nível espiritual, um pouco que seja, a cada dia. Dessa forma, estará
protegendo não só o mundo, mas também a si mesmo, de pragas
e outros infortúnios.

6.3 - A guerra

Além das calamidades naturais, há outras horríveis


provocadas pelo homem. Dentre elas, a mais prejudicial é a
guerra. Quero, por isso, apresentar-lhes uma interpretação
inteiramente nova sobre a causa desse problema deveras
angustiante. Peço que a leiam com muita atenção.

33
Mistério da Grande Natureza

Evidentemente, a guerra é uma luta grupal, mas, por outro


lado, a humanidade sempre teve maior inclinação para o conflito do
que para a paz, fato evidente não só entre as nações, como também
na organização interna de cada país. Como todos sabem, há
conflitos nas repartições públicas, nas cooperativas; lutas veladas
no seio de cada grupo. Uns criticam os outros e a grande maioria
procura eliminar-se mutuamente.

Da mesma forma, ocorrem, com freqüência, conflitos entre


os profissionais de uma mesma área, famílias em geral, e até nos
lares. É comum marido e mulher, pais e filhos, irmãos, amigos
discutirem e brigarem por qualquer insignificância. Também nas
ruas, nas estradas, nos veículos coletivos, nos trens,
constantemente estão acontecendo atritos. Observando tais
ocorrências, vê-se que a discórdia ocupa grande parcela da vida
humana. Há uma tendência quase generalizada ao conflito.

6.3.1 - A causa das guerras

Vou agora mostrar-lhes onde está a origem desse mal tão


monstruoso.

Saibam, então, que todo ser humano possui toxinas


hereditárias e adquiridas que se encontram em pontos do corpo onde
os nervos são mais ativos, ou seja, de acordo com a minha tese,
nas regiões acima do pescoço. É muito natural a concentração de
impurezas nesses locais, pois, mesmo que as pessoas estejam
acordadas, com braços e pernas em repouso, o cérebro, os olhos, o nariz, a
boca e os ouvidos continuam em franca atividade. Em virtude desse
trabalho contínuo, o pescoço e os ombros ficam rígidos, causando
enorme tensão — queixa comum a muita gente.

Numa primeira etapa, todas as toxinas acumuladas nos ombros e


pescoço vão solidificando-se. Ao atingir, porém, certo grau limítrofe, o
organismo promove uma reação contrária a que se dá o nome de
ação purificadora. Esse processo vem invariavelmente acompanhado

34
Mistério da Grande Natureza

de febre, que tem o efeito de liquefazer aquelas impurezas solidificadas a


fim de facilitar-lhes a eliminação.

Há várias maneiras pelas quais ocorre uma purificação. Entre as


mais corriqueiras e naturais, está a gripe, cujos sintomas de maior
relevância são suores, eliminação de catarro e muco nasal. A maioria
das pessoas enfrenta essa forma de limpeza durante longos períodos
de tempo, num grau tão leve que mal a percebem. Por isso,
pensam que têm saúde perfeita. Se, contudo, forem submetidas a
um exame minucioso, encontrar-se-ão nelas pontos febris na
cabeça e nos ombros. Além disso, apresentam outros sintomas
característicos, como dores e peso na cabeça, olhos lacrimejantes,
zumbido nos ouvidos, piorréia e rigidez em volta do pescoço e nos
ombros. Também se apresentam constantemente indispostas, o que
as torna irritadiças. Tal estado, ininterrupto, vai criando enorme
concentração de ira causadora de inúmeros conflitos, cuja expansão se
transforma em guerra.

Daí, o único meio de impedir pensamentos bélicos consiste em


eliminar a indisposição que tem origem nas toxinas acumuladas no
corpo humano, advindas tanto de idéias malévolas, quanto de uma
alimentação contaminada.

Se vocês ficarem atentos, poderão observar quão comum é


pessoas indispostas ficarem irritadas com pequeninas ocorrências, às
quais não dariam a menor importância, caso estivessem sentindo-se
bem. Todos, creio, já passaram por uma experiência semelhante.

6.4 - Johrei e eliminação dos conflitos

Há, por exemplo, bebês que choram muito. No geral, atribui-se


a causa aos vermes, mas, quando examinados, verifica-se que eles
têm invariavelmente pontos febris na cabeça ou nos ombros, que
se apresentam endurecidos em muitos deles.

35
Mistério da Grande Natureza

Com o Johrei, as toxinas diminuem e a febrícula desaparece.


Tranqüilos, os bebês não choram mais.

Os mesmos sintomas são encontrados nas crianças rebeldes, ou


que se irritam com facilidade. Ao receberem Johrei, elas se acalmam,
passam a detestar discussões e, inclusive, tornam-se alunos melhores. À
mesma razão, atribui-se também o desentendimento entre marido e
mulher. O Johrei harmoniza o casal.

Pode-se, pois, concluir que as toxinas acumuladas no organismo


são, na verdade, a causa fundamental dos diversos conflitos entre os
seres humanos, especialmente aquelas que se concentram no
pescoço, cabeça e ombros. Então, para acabar definitivamente com as
discórdias, a única solução é expelir do organismo todas as impurezas
através do Johrei. Assim, os demais problemas, tais como guerras,
pensamentos destrutivos, lutas de classe, desentendimentos e
insatisfações gerais, que também têm origem no mal-estar causado
pelo acúmulo de toxinas, serão concomitantemente resolvidos.

Entretanto, por desconhecerem o motivo primordial de tantas


indisposições, muitas pessoas procuram estimulantes fortes. Estes,
por sua vez, dão origem a vícios e maus hábitos, tais como alcoolismo,
lascívia, indolência e brigas. Aproveitando-se dessas situações
escusas, materialistas ambiciosos das mais variadas épocas
contribuíram para incrementar o descontentamento e a
insatisfação, instigando guerras e revoluções sociais de cunho
negativo.

É preciso, então, antes de tudo, expurgar, através do Johrei,


todas as perturbações espirituais e orgânicas, para que uma paz
duradoura se estabeleça na Terra. Dessa forma, a humanidade inteira
usufruirá de um bem-estar incalculável. Passando a detestar conflitos,
começará a saborear, em plena alegria, a felicidade interminável.

36
Mistério da Grande Natureza

II - AGROTÓXICOS

1 - Fertilizantes e Inseticidas

Como já disse, o solo puro está repleto de fertilizantes naturais,


resultantes da energia espiritual proveniente de uma bola de fogo que
se encontra no centro da Terra. Desse ponto, ultrapassando a crosta
terrestre, irradia um calor especial, não-físico, porém extremamente
poderoso, semelhante à Luz do Johrei.

Essa energia específica acumula-se normalmente no ar e,


por ocasião das chuvas, se o solo não estiver contaminado,
envolve-o, gerando um calor característico que age como fator de
fertilidade. Tal fenômeno nada mais é do que a manifestação da
presença, no solo, do nitrogênio puro. 3 O desconhecimento da
existência do espírito da terra tornou o homem obcecado pela idéia
de que fertilizantes de qualquer espécie são necessários para
manter a vitalidade do solo.

Entretanto, mesmo que se obtenham resultados


satisfatórios nos estágios iniciais, o emprego aparentemente bom de
fertilizantes sempre provoca efeitos perniciosos. Conduzem as
plantas a certo estado de "vício", fazendo-as perder a própria
capacidade de absorver o nutriente espiritual do solo. Acabam por
desenvolver uma característica oposta que as leva a exigir cada
vez mais fertilizantes, tal como pessoas viciadas em drogas.

3
Recentemente os cientistas extraíram o nitrogênio do ar e o transformaram em fertilizante.
Neste caso, trata-se apenas do lado físico do produto, sem a correspondente energia
espiritual. Pode até funcionar temporariamente, mas, num futuro próximo, com certeza, o
solo fic ar á saturado e o equilíbrio da natureza, comprometido.

37
Mistério da Grande Natureza

2 - Conseqüências do uso de fertilizantes e inseticidas

2.1 - Aumento e variedade de pragas e insetos

Atualmente os agricultores têm sido vítimas do aumento e


da variedade de pragas e insetos causadores de danos às
plantações.

É de se notar também que os agrônomos não se preocupam


em descobrir a causa do aparecimento desses seres maléficos;
apenas pensam em como exterminá-los.

Na verdade, insetos e pragas resultam do uso de adubos


orgânicos ou químicos, bem como de inseticidas que se infiltram no solo
e se transformam em agentes produtores de novas espécies nocivas.

De acordo com a Lei da Natureza, sempre que se


acumularem substâncias impuras ou duvidosas em qualquer
ambiente, uma ação purificadora ocorre automaticamente como um
método corretivo. Da mesma forma, quando fertilizantes artificiais
ou inseticidas são lançados ao solo, as plantas os absorvem e se
tornam tóxicas. Como uma conseqüência natural, aparecem insetos
nocivos que vão aumentando em quantidade e espécie, de acordo
com a variedade dos produtos químicos empregados. Assim
acontece porque, na verdade, os elementos tóxicos nada mais são
que alimentos próprios para insetos. Daí o aparecimento deles em
grande quantidade nas plantações, como se fora uma atividade
purificadora, para restaurar o equilíbrio.

2.2 - Debilidade das plantas

As plantas que medram num solo fertilizado artificialmente,


embora atinjam grandes alturas, são fracas e doentias; quebram-
se sem dificuldade sob a ação do vento ou da chuva; suas flores
caem muito fácil, impedindo a frutificação abundante. Os cereais,
por sua vez, apresentam uma casca grossa e baixo teor nutritivo

38
Mistério da Grande Natureza

porque ficam encobertos pelas próprias folhas demasiadamente


desenvolvidas.

2.3 - Prejuízos à saúde

Em qualquer tipo de fertilizante químico ou orgânico, há uma


carga elevadíssima de substâncias tóxicas que são absorvidas
pelas plantas.

Quando o homem ingere alimentos contaminados por


produtos como, por exemplo, o sulfato de amônia, presente em
adubos de origem animal e em todos os fertilizantes químicos,
automaticamente se intoxica. Mesmo em pequena quantidade, essa
substância penetra no sangue e produz toxinas que se acumulam no
corpo, ao longo dos anos. Em conseqüência, formam-se também
nuvens na parte espiritual e lentamente a saúde vai sendo abalada.

2.4 - Sacrifícios impostos aos trabalhadores

Pulverizar inseticidas e lançar adubo ao solo exige muito


cuidado e mão-de-obra especializada. Tem havido muitos casos de
intoxicação e até morte por envenenamento motivados por esse
perigoso trabalho.

Além disso, ainda se acrescenta ao mal resultante do uso


de tais produtos o problema do custo que é bastante elevado,
exigindo do agricultor uma soma considerável de dinheiro para
adquiri-los.

2.5 - Aumento das nuvens espirituais do solo e diminuição do


seu poder produtivo

Quanto maior for a quantidade de substâncias artificiais


utilizadas, mais nublada se torna a energia espiritual do solo e,
conseqüentemente, o seu poder reprodutivo enfraquece. Daí a
razão de aparecerem inúmeros insetos e uma variedade incrível

39
Mistério da Grande Natureza

de pragas cada vez mais potentes. Esse fato conduz ao emprego,


em quantidades enormes, de venenos, cuja ação perniciosa sobre o
solo o torna progressivamente sem vida.

3 - O vício do adubo

Como muitas vezes já falei, o emprego de adubos pode ser


comparado ao vício das drogas. Quando alguém começa a usar
algum tipo de substância química, de início, sente um bem-estar muito
grande; fica com a mente tão clara, que não consegue esquecer
aquele sabor indefinível. Assim, pouco a pouco, vai caindo num
abismo do qual não consegue mais sair.

Ao encontrar-se num estágio de forte dependência, caso lhe


falte a droga, a pessoa fica desesperada, uma vez que sofrimentos
insuperáveis começam a surgir. Já não consegue mais suportar-se a
si mesma, nem fazer nada para superar-se. Então, mesmo
sabendo que está dominada por algo muito prejudicial, não tem forças
para sair do abismo em que se encontra. Daí o motivo de, muitas vezes, o
viciado tornar-se um ladrão ou até assassino para conseguir manter o
vício que o escraviza. São ocorrências terríveis, comumente mostradas
nos jornais.

Aplicando-se essa comparação às plantas, dá para entender


claramente o que acontece na agricultura. Nos dias de hoje, o solo,
especialmente o japonês, está completamente viciado em fertilizantes
e inseticidas. É uma situação bastante grave, mas os agricultores,
semelhantes a dependentes químicos, estão cegos, pois, há muito tempo,
acreditam no uso de adubos como algo indispensável à planta. Por isso,
não conseguem despertar e entender que nutrientes artificiais danificam
as plantações da mesma forma que as drogas estão destruindo os seres
humanos.

Diante de tal constatação, quem já ouviu os Ensinamentos


sobre a Agricultura da Grande Natureza está deixando de utilizar
adubos. É, porém, notório que, no começo, os resultados não são

40
Mistério da Grande Natureza

plenamente satisfatórios. Por esse motivo, muitos entendem que, se


não forem acrescentados fertilizantes, as colheitas serão pouco
compensadoras. Deixam, então, de praticar a verdadeira arte agrícola e
voltam aos antigos hábitos. Somente quem tem, como base, a fé não
vacila e continua firme na prática do Ensinamento, pois, de fato, entendeu
plenamente o exato valor da Agricultura da Grande Natureza.

Para melhor compreensão, vou analisar o processo do cultivo


do arroz. De uma maneira geral, ocorre o seguinte: no começo,
quando se transplanta a muda, a folha apresenta uma cor
amarelada e haste fina. Comparado às plantações convencionais,
parece um produto bem inferior. Por isso, os agricultores incrédulos, ao
observarem esse estágio, riem e desprezam o novo processo.

Por sua vez, quem está praticando o método da Grande


Natureza fica preocupado e eleva preces ao Céu. Então, após dois ou
três meses, começa a haver uma melhora e, na época da floração,
o progresso já se torna evidente, deixando o plantador mais tranqüilo.

Entretanto, a serenidade total só advém na época das


colheitas quando os resultados são plenamente satisfatórios. É nesse
momento que os agricultores podem, de fato, comprovar que
obtiveram um produto além das expectativas: qualidade excelente e
um considerável aumento na quantidade obtida; cereal com brilho
mais intenso, maior consistência, além do sabor
incomparavelmente melhor.

No que diz respeito à classificação do arroz em primeira ou


segunda classe, observa-se um acréscimo de peso que varia entre
cinco e dez por cento.

Também, depois de cozido, nota-se um aumento de volume


que oscila entre vinte e trinta por cento a mais do que naquele de
cultura convencional.

41
Mistério da Grande Natureza

Quanto ao consumo diário, embora a pessoa coma apenas


trinta por cento do que, de costume, ingere do outro tipo (cultivado
com adubo), sente-se plenamente satisfeita.

Inclusive do ponto de vista econômico, é mais vantajoso


produzir arroz sem o emprego de nutrientes artificiais.

Tendo em vista todas essas vantagens, quero explicar-lhes com


mais alguns detalhes o porquê de, no começo, as plantas cultivadas
segundo o método da Agricultura da Grande Natureza demonstrarem
uma aparente inferioridade quando comparadas às de técnica
convencional. É que tanto as sementes quanto o solo contêm um
elevado nível de toxinas provenientes dos adubos anteriormente
utilizados. Esse problema, no entanto, vai desaparecendo aos poucos;
planta e solo retomam à sua vitalidade original e ambos melhoram de
uma maneira espantosa. Acredito inclusive que os próprios
agricultores de métodos tradicionais devem perceber que, quando chove
muito, o arrozal ficai mais cheio de vida e a produção aumenta. A causa
dessa ocorrência reside no fato de a água da chuva ter limpado o
excesso de toxinas de adubos presentes no solo.

Embora os agricultores conheçam essa lógica da Grande


Natureza, ainda assim, se as plantas não crescem bem,
acrescentam-lhe "terra nova". Tal costume vem do fato de
pensarem que o solo se torna fraco e precisa ser renovado cada vez
que fornece nutrientes para o desenvolvimento do trabalho agrícola.
É, porém, um conceito deveras falso. Realmente a debilidade da
terra advém dos adubos colocados ano a ano.

Então, o que de fato ocorre é uma inversão da verdade por se


encontrarem os agricultores dominados pela superstição do
adubo.

42
Mistério da Grande Natureza

4 - A origem das pragas

Algumas vezes, já expliquei que as pragas surgem em


conseqüência do uso de adubos e inseticidas. Como são
substâncias tóxicas, contaminam o solo, alterando a essência de
sua composição e, ao mesmo tempo, diminuindo-lhe a capacidade
vital. Assim, um terreno enfraquecido passa a ser um depósito aberto
às impurezas.

É notório também que, numa terra contaminada, as plantas


apodrecem com muita facilidade, fato que determina o surgimento de
pragas e bactérias, pois esses microorganismos encontram, nos
lugares impuros, o ambiente propício para se desenvolverem.

Por outro lado, faz parte da Lei da Purificação, aplicável a tudo


no Universo, o princípio segundo o qual onde existirem impurezas,
deverá haver uma maneira de eliminá-las. Daí, então, que um solo
envenenado por agrotóxicos exige a presença das pragas para
purificá-lo. Apesar de, em situações como essas, tais
microorganismos serem benéficos, têm ocasionado, nos últimos
tempos, grandes transtornos aos agricultores.

Como é do conhecimento, em especial, daqueles que lidam


com a terra, são grandes as dificuldades causadas pelo alto preço
dos adubos e pela insistente presença de pragas nas lavouras,
além de outros infortúnios provocados por ventos, chuvas e secas. Para
comprovação do que lhes digo, basta observarem os locais onde se
armazenam adubos. Nesses ambientes, de uma maneira geral,
aparecem muitos germes. Inclusive, nos últimos tempos, tem-se
noticiado, com freqüência, o surgimento de estranhas pragas devido
ao emprego de novos tipos de fertilizantes.

De outra parte, sabe-se também que, onde surgem esses seres


daninhos, os agricultores sempre utilizam fortes inseticidas para combatê-
los. Por se tratar de um produto venenoso, todo defensivo agrícola
contém toxinas altamente perigosas. Estas, ao se infiltrarem no solo,

43
Mistério da Grande Natureza

causam danos irreparáveis à vida das plantas, bem como à vitalidade da


terra.

Dessa forma, então, qualquer planta cultivada num meio impuro vai
receber, além do veneno do adubo, a toxina já existente no solo,
oriunda dos fertilizantes e praguicidas usados em culturas anteriores. Em
conseqüência desse procedimento incorreto, a terra vai ficando cada vez
mais debilitada e, como acontece ao organismo humano, perde a
imunidade. Daí passa a constituir um ambiente propício à proliferação
de pragas, num ritmo bastante veloz, gerando um círculo vicioso e
incontrolável.

Portanto, ao ser observada apenas essa realidade, já é possível


perceber quanto o método da agricultura convencional está errado. Além
disso, como se ainda não bastasse, o alto teor tóxico do sulfato de amônia,
um dos componentes do adubo químico, afeta profundamente a vida
humana

Então, toda vez que alguém ingere qualquer tipo de alimento


como, por exemplo, o arroz cultivado à base de adubo contendo
amônia, também fica com o seu corpo contaminado pelo mesmo
veneno.

Meditemos, pois, atentamente sobre essas verdades,


procurando colocá-las em prática através da busca de uma
alimentação saudável.

5 - Efeitos dos agrotóxicos na saúde

5.1 - Causas das doenças contagiosas

Com a ingestão constante de produtos contaminados por


agrotóxicos, o organismo humano vai acumulando toxinas. Estas, por
sua vez, penetram no sangue, deixando-o impuro. Desse modo, o
corpo se torna um ambiente propício à proliferação de bactérias que
aí se infiltram e se desenvolvem facilmente.

44
Mistério da Grande Natureza

Conforme já afirmei em outras ocasiões, vírus e bactérias só


sobrevivem em locais onde encontram alimentos adequados. E que
pode haver de melhor para esses microorganismos, além de um sangue
impuro e uma grande concentração de toxinas? Um organismo em tais
condições permite, pois, que eles se infiltrem com facilidade. E, uma vez
instalados e bem protegidos por inúmeras impurezas, começam a
gerar as mais variadas doenças e -se manifestam de diversas
maneiras.

A medicina atual, contudo, ainda não sabe por que algumas


pessoas sofrem determinadas moléstias e outras não, embora
todas tragam, dentro de si, muitos vírus e bactérias. Sobre esse
assunto, já falei algumas vezes, mas, mesmo assim, quero agora
retomá-lo em uma síntese.

Como já foi visto, tanto os vírus como as bactérias se alimentam


das impurezas presentes no sangue e, dessa forma, vão-se
reproduzindo. Portanto, somente quem possui, no seu organismo,
uma fonte de sobrevivência para esses microorganismos perniciosos,
desenvolve doenças.

Então, por outro lado, se as pessoas se alimentarem apenas


com produtos oriundos da Agricultura da Grande Natureza, e
mantiverem o corpo livre de toxinas provenientes dos remédios,
jamais terão oportunidade de oferecer aos vírus e bactérias uma
fonte de sobrevivência. Assim, todos esses pequeninos seres
morrerão de fome.

É também muito comum ouvir-se a expressão "vírus


incubados". Nesses casos, o que, na verdade, acontece é não haver
no organismo toxinas suficientes para que eles proliferem. Mesmo
assim, conseguem manter-se vivos porque encontram ainda
algumas impurezas que lhes conservam a vida, embora não sejam
suficientes para o seu desenvolvimento. Em última análise, portanto,
a pessoa que tem sangue puro e um corpo sem toxinas não contrai
doenças.

45
Mistério da Grande Natureza

De outra parte, fica evidente que adubos químicos ou orgânicos


e inseticidas em geral são os grandes responsáveis pela contaminação
do organismo humano e constituem a causa fundamental do aumento de
doenças contagiosas como, por exemplo, a tuberculose4. Se essa verdade
fosse realmente compreendida pelos cientistas, só por isso, eu já
mereceria o prêmio Nobel. O mais importante, porém, é que sejam
divulgados os Ensinamentos sobre o valor inestimável da Agricultura da
Grande Natureza.

Quando a humanidade compreender quão necessário é ficar


atenta ao que coloca dentro do seu organismo, com certeza, teremos um
mundo livre de doenças.

5.2 - A origem das lombrigas

Oitenta por cento da população japonesa possui algum


tipo de lombriga infiltrada, ou no intestino, ou no estômago, ou no
fígado.

Há casos extremos, em que esses vermes se apresentam


entrelaçados uns aos outros, como se fossem um macarrão fininho,
formando uma espécie de massa compacta que se aloja no
interior do corpo humano.

Ocorrem, em conseqüência desse problema, algumas


situações tão graves que podem determinar até mortes.

Basicamente a causa de tamanho mal reside no emprego de


estercos, ou seja, adubos de origem animal. Nesse aditivo artificial,
proliferam óvulos e germes que se fixam nas folhas das verduras.
Então, quando as pessoas consomem alimentos adubados,
concomitantemente ingerem também os germes e os óvulos que
penetram no intestino, onde se desenvolvem, dando origem a

4
Na época em que Meishu Sama escreveu este Ensinamento, a tuberculose era
considerada, no Japão, a pior doença.

46
Mistério da Grande Natureza

inúmeros parasitas, como, por exemplo, oxiúros, ancilóstomos e


outros.

Além desses, aparecem ainda outros microorganismos, tais


como o ácaro da tinha (designação comum a várias espécies de
infecções cutâneas superficiais causadas por fungos) que ataca
homens e animais gerando vários tipos de dermatomicoses
comumente chamadas de comichões.

De acordo com as minhas pesquisas, os parasitas


causadores de problemas dermatológicos surgem devido ao uso,
na agricultura, de adubos de origem animal. Assim, quando os seres
humanos ingerem alimentos cultivados com essas impurezas, ficam
com o sangue intoxicado e, ao mesmo tempo, criam no organismo
um ambiente favorável à absorção de agentes patológicos.

Posso, então, afirmar que a presença de parasitas só é aceitável


nos cadáveres. A existência deles no corpo de um ser vivo está
totalmente contra a Lei do Criador. Por isso todos devem, na medida do
possível, evitar a ingestão de alimentos contaminados para que
possam manter o sangue livre de impurezas, usufruindo assim de uma
vida saudável.

Não seria também impossível ao homem ultrapassar


facilmente os cem anos de idade, caso respirasse ar puro, bebesse
água límpida e se alimentasse de produtos cultivados em solo isento
de qualquer substância tóxica, e não usasse componentes
químicos estranhos ao organismo, como, por exemplo, os
medicamentos.

Se os seres humanos procurassem estabelecer para si mesmo


um padrão existencial de acordo com a Lei da Grande Natureza,
com certeza, teriam uma existência sem doenças nem infortúnios.

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Mistério da Grande Natureza

III - A AGRICULTURA DA GRANDE NATUREZA

1 - O poder da natureza

O mundo invisível está envolto por uma camada de energia


impregnada de intenso poder propulsor da vida de todos os seres.

De acordo com a revelação que recebi de Deus, essa fonte vital


resulta da fusão de Dosso (essência da terra), Kasso (essência do
fogo) e Suisso (essência da água).

Assim, então, quando essas três partículas essenciais se


unem, formam uma unidade perfeita e harmoniosa cuja força
constitui a poderosa energia criativa da Grande Natureza.

Portanto, tendo como base a revelação divina, entende-se por


Dosso a partícula fundamental que dá origem à terra. É
representada imaterialmente por uma bola de fogo que se encontra no
interior do globo terrestre e emite um calor específico que se difunde e
preenche o espaço entre o planeta e a atmosfera. É, na verdade, um
fenômeno natural que apresenta um aspecto físico, cientificamente
chamado de nitrogênio, e outro espiritual, ainda não explorado pela
Ciência.

Por sua vez, Kasso corresponde à partícula original de onde


surge o fogo. É uma energia identificada fisicamente pela sensação
de luz e calor emitida pelos raios solares. A parte espiritual ainda
permanece desconhecida pela Ciência.

Finalmente, Suisso pode ser interpretada como a partícula


essencial que dá origem à água. Na parte física, manifesta-se pela luz
da Lua e o orvalho da noite. O lado espiritual ainda não foi investigado.

Há, pois, três elementos de ordem espiritual que se fundem


num todo e constituem o grande poder criativo, que, embora não
sendo percebível pelos cinco sentidos do homem, é uma fonte

48
Mistério da Grande Natureza

inexaurível de fertilidade, de onde se origina tudo o que existe no


Universo. Por isso, também a agricultura se fundamenta nele.

Portanto, ao compreender o poder da Grande Natureza, os


agricultores aceitarão o princípio de que somente terra, sol e água
são necessários para as plantas. Então, agindo de acordo com a
lógica divina, não mais contaminarão o solo; pelo contrário, vão lançar
somente em locais ensolarados, acrescidos de água abundante.
Como resultado, obterão colheitas surpreendentes.

Essa é a única forma verdadeiramente correta de lidar com


a terra. Sabendo utilizá-la, ter-se-á encontrado a solução
definitiva para todos os problemas referentes à agricultura.

2 - O aumento da Luz na Era do Dia

À medida que a Era do Dia se aproxima, começa a ser


valorizada mais intensamente a Agricultura da Grande Natureza.

A razão dessa mudança de comportamento está na


intensificação de Kasso (essência do fogo) no Mundo Espiritual. Daí
resulta uma purificação mais forte que coloca em evidência os vários
erros e máculas da humanidade, inclusive os referentes ao mau uso do
solo. Por outro lado, todas as coisas que estejam em conformidade com
as Leis da Natureza começam a prosperar. Assim é natural que
produtos cultivados sob a ação de Dosso, Kasso e Suisso se
desenvolvam e atinjam grande sucesso.

Também é notório que, embora não seja tão evidente na


matéria, o fogo espiritual gera um efeito maior que o calor físico, por
ser transmitido ao Mundo Material por meio de fios espirituais. É por
essa razão que a temperatura das fazendas e campos pertencentes
aos mamehito apresenta cerca de dois graus a mais em relação às
outras, exatamente por que recebem as vibrações dos donos.
Inclusive, por isso, se obtêm melhores colheitas.

49
Mistério da Grande Natureza

É importante notar ainda que os chamados danos causados


pelo frio resultam não apenas de baixas temperaturas, mas também
da falta de Luz espiritual. Tem-se observado que, mesmo em regiões
frias, as fazendas dos membros são protegidas contra grandes
violências, exatamente porque a vibração aí é mais alta. De fato,
menos nuvens espirituais as encobrem; reina, com mais intensidade,
a Luz.

Transportando esse fato para a vida humana, pode-se notar


a existência de pessoas um tanto frias, enquanto outras mais
calorosas. Na verdade, são os seus corpos que estão impregnados
de maior ou menor quantidade de Kasso. Por isso, o sentimento de
amor que expressam varia de intensidade.

Então, pode-se concluir acertadamente que, se


determinadas regiões sofrem danos na época do frio, é porque a
maioria das pessoas aí residentes é egocêntrica.

À vista disso, dá para saber inclusive que o calor espiritual,


irradiado pelo amor humano, exerce uma influência marcante sobre
todos os seres existentes no Universo.

3 - Transformações necessárias

É bom ter bem claro que, ao se praticar a Agricultura da


Grande Natureza num local anteriormente cultivado com adubos,
vão acontecer algumas transformações necessárias. Assim,
durante dois ou três anos, não haverá resultados excelentes
porque o solo ainda está contaminado pelos agrotóxicos. É tal como
no caso de um bêbado ou de um fumante que, ao se absterem do
vício repentinamente, ficam, por algum tempo, aturdidos ou
perdem o ânimo.

Contudo, caso se espere pacientemente que esse tempo


decorra e com ele as toxinas desapareçam, o solo volta a

50
Mistério da Grande Natureza

manifestar a sua poderosa força. Se, além disso, ainda for


purificado pelo Johrei, o resultado será extraordinário.

Concluindo, reafirmo: basicamente para se realizar


Agricultura da Grande Natureza basta fortalecer o espírito da terra

4 - Vantagens da Agricultura da Grande Natureza

4.1 - Aumento de Lucros

É uma conseqüência óbvia, uma vez que muitas despesas


com fertilizantes e inseticidas deixam de existir.

4.2 - Alimentos com sabor autêntico

Acredito que hoje ninguém saiba qual é o verdadeiro sabor,


dado pelo Céu, a cada alimento, porque todos são produzidos com
fertilizantes orgânicos ou químicos.

Se, ao contrário, fosse permitido que a planta absorvesse


naturalmente a nutrição do próprio solo, como seria, por exemplo,
saborosa uma verdura... Para mim, desde que conheci o gosto de
um alimento sem fertilizantes, a minha felicidade e a alegria de viver
aumentaram.

4.3 - Maior proteção à vida do agricultor

O não-emprego de fertilizante evita vários transtornos ao


trabalhador como, por exemplo, sentir o odor desagradável
exalado pelos adubos, ou correr o risco de intoxicação e até
mesmo de uma doença grave.

4.4 - Eliminação das pragas

Como já foi visto, o aparecimento de pragas ou insetos


provém do uso de adubos e inseticidas. Abandonando-se, então,

51
Mistério da Grande Natureza

o emprego desses venenos, é claro, não haverá mais ambiente


favorável para que surjam tais seres daninhos.

4.5 - Aumento da vitalidade da terra

A principal força para o crescimento das plantas é o


espírito da terra, constituído de um poder trino: fogo, água e terra.
Portanto todos os bons resultados da agricultura provêm dessa
energia.

Então, a condição fundamental para o cultivo é o


fortalecimento da vitalidade da terra, através da repulsa ao uso de
qualquer tipo de substância artificial que possa contaminar e
enfraquecer o solo que tem em si uma poderosa força de
germinação.

Pode-se, pois, afirmar que um dos maiores erros da


agricultura atual é a poluição imposta ao solo pela crença de que,
para uma boa colheita, é preciso empregar fertilizantes químicos ou
orgânicos. Indubitavelmente, durante um curto período, obtêm-se
bons resultados. Contudo, com o passar do tempo, a terra enfraquece e
as colheitas diminuem

5 - Johrei e Agricultura da Grande Natureza

5.1 - A importância do Johrei

Nos últimos tempos, vem-se registrando um repentino


aumento de pragas na agricultura. E a situação se agrava a cada
ano, com o surgimento de novas espécies. Na verdade, essa
proliferação desordenada de tantos predadores nada mais é do que
uma ação purificadora intensificada pelo aumento do espírito do fogo.

Outro fator determinante do aparecimento cada vez maior


desses seres nocivos às plantas é o emprego constante de
agrotóxicos. Quando elementos artificiais são lançados ao solo, as

52
Mistério da Grande Natureza

plantas os absorvem e acumulam as toxinas que deles decorrem. É


justamente por causa desse tipo de impureza que os insetos
atacam as lavouras, pois, na verdade, vão à procura de algo que os
sustente. Acontece que, ao buscarem o próprio alimento, as pragas
consomem também a planta inteira que, em conseqüência, adoece e
morre. Por outro lado, o solo fica privado de sua vitalidade natural
pelo fato de ter sido envenenado.

Daí ser importante ministrar Johrei, quando se inicia a prática


da Agricultura da Grande Natureza numa terra onde foram
aplicados anteriormente fertilizantes ou inseticidas. Assim, à
medida que o solo for sendo purificado, recupera sua vitalidade
original, concedida por Deus e, livre de quaisquer elementos
estranhos à sua essência, começa a gerar produtos puros, de
íncalculável valor alimentício.

Também em relação às sementes, devem os agricultores


tomar o mesmo cuidado. Caso tenham sido contaminadas por
agrotóxicos, é necessário que lhes seja aplicado Johrei antes da
semeadura. Dessa forma, eliminam-se as toxinas nelas contidas e
anula-se a vibração dos venenos. Além disso, ficam energizadas pela
Luz Divina, o que lhes assegura melhores resultados durante o
período de germinação.

Um processo semelhante ao das plantas ocorre também com


o corpo humano. À medida que novos medicamentos vão sendo
inventados, outros tipos de doença começam a surgir. De modo
análogo ao que acontece em conseqüência dos agrotóxicos nas
plantações, os vírus e bactérias atacam o corpo humano para se
alimentar, pois as toxinas oriundas dos remédios ingeridos são
nutrientes indispensáveis à vida desses microorganismos. Não adianta,
pois, combatê-los com antibióticos. É preciso, sim, queimar as máculas
espirituais e eliminar as impurezas da parte física através do
recebimento freqüente de Johrei. Assim, purificados, corpo e espírito
ficarão imunes ao ataque de vírus e bactérias, pois estes jamais
encontrarão ali o alimento de que necessitam.

53
Mistério da Grande Natureza

É por isso que, como sempre estou alertando, onde quer que
existam toxinas, vai surgir uma ação purificadora para eliminá-las, seja
provocada por pragas, seja por vírus ou bactérias.

Tais processos de limpeza estão ficando, a cada dia, mais


acelerados, devido ao aumento do espírito do fogo. Embora seja
essa uma energia própria do Mundo Espiritual, manifesta-se
também intensamente na Terra como conseqüência da Lei segundo
a qual o espírito precede a matéria.

Então, qualquer ação purificadora deve ser entendida como


um dos princípios fundamentais que regem as obras divinas e
manifestam a vontade do Criador.

5.2 - Efeitos do Johrei sobre a Agricultura da Grande Natureza

Ao ser praticada a Agricultura da Grande Natureza, o efeito


do Johrei se torna também mais evidente. Tenho observado, com
freqüência, esse comportamento quando ouço o testemunho dos
agricultores.

É normal que o solo não consiga manifestar, na sua totalidade,


a força reprodutiva porque, encontra-se estagnado em
conseqüência das diversas impurezas que lhe foram acrescentadas.
Em tais circunstâncias, o poder vital da terra é impedido de exercer
a sua função específica, qual seja, permitir que as plantas se
multipliquem. Toda essa péssima situação é, de fato, criada pelo
emprego de adubos. Estes provocam não só o desgaste do solo,
como inúmeros outros prejuízos aos agricultores e um enorme
sofrimento aos consumidores em geral.

De acordo com o que me foi revelado por Deus, o uso de


fertilizantes químicos ou orgânicos, bem como de qualquer tipo de
praguicida, constitui um grande erro. O ponto focal da Agricultura da
Grande Natureza consiste na prática de uma cultura extremamente

54
Mistério da Grande Natureza

natural, num solo isento de agrotóxicos ou agentes artificiais. Portanto,


quanto mais purificada for a terra, maior será o resultado das colheitas.

Acredito também que os agricultores queiram saber a razão pela


qual o Johrei ministrado nas plantações produz resultados
surpreendentes.

Para melhor compreensão, é bom relembrar o princípio de que


todos os seres criados por Deus são compostos de espírito e matéria.
Naturalmente, o solo e as plantas, como elementos de origem divina,
também o são. Daí que, havendo contaminação por agrotóxicos, o
espírito da terra fica repleto de máculas. Estas, porém, diminuem
quando se ministra Johrei. Além disso, o solo revitaliza-se. Como
resultado, as plantas adquirem maior capacidade de
desenvolvimento. Por outro lado, os resíduos de fertilizantes ou
praguicidas que, porventura, estejam acumulados nas plantas, são
também eliminados.

Dessa forma, pela Lei da Precedência do Espírito sobre a


Matéria, ambos os elementos - terra e plantas - readquirem a sua
força vital, crescem e se reproduzem com mais força, toda vez
que são purificados pela Luz de Deus.

6 - Parte técnica da Agricultura da Grande Natureza

Alguns cuidados devem ser tomados para que o solo


manifeste todo o seu potencial. Por exemplo, para aquecê-lo, é
bom picar a palha de arroz e misturá-la com a terra. Também
deixar que folhas e capins secos se decomponham até ficarem
bem moles e depois misturá-los com bastante terra. Com isso, a
raiz do vegetal não vai encontrar dificuldade para crescer, o que
normalmente acontece quando o solo está duro.

Freqüentemente ouve-se dizer que é preciso a terra fofa para


permitir a entrada do exilo na raiz. Na verdade, porém, a terra tem
de ser macia para facilitar o crescimento da raiz. O ideal é que se

55
Mistério da Grande Natureza

misturem ao solo capim e folhas secas para o plantio de verduras


com raízes curtas, no caso de vegetal com raiz longa, a camada de
folhas e capins secos deve atingir, mais ou menos, trinta
centímetros abaixo do solo para aquecê-lo bem. É importante ter
bem claro que esse processo não representa adubo; visa apenas
ao aquecimento da terra. Com isso, ela permanece fofa, mantendo
a umidade natural na superfície. Assim a planta fica protegida e não
seca demasiadamente.

É também fundamental saber que o princípio da Agricultura


da Grande Natureza se apóia na vida própria da terra e na
manutenção de sua pureza. Para tanto, não se permite o uso de
materiais impuros, como adubos de origem animal, ou fertilizantes
químicos. Dessa forma, não encontrando impedimentos, o solo
manifesta toda a sua capacidade original.

Outro ponto interpretado de maneira errada pelos agricultores


diz respeito à necessidade de deixar a terra descansar após algumas
colheitas. Muito pelo contrário. Quanto mais produz, melhor se
torna. Neste aspecto, a vida da terra assemelha-se à do ser
humano, o qual, à medida que trabalha com o corpo e a mente, tem
a sua saúde cada vez mais fortalecida. Se, contudo, deixá-los
inertes, enfraquece.

Então, o ponto de vista dos agricultores de que o solo perde


seus elementos nutritivos, quando utilizado continuamente, não é
correto. Com base nesse princípio errado, a agricultura
convencional proíbe a repetição do plantio de um único produto no
mesmo local. Tal interpretação não passa de uma grande tolice que
merece piedade.

A técnica correta, portanto, de acordo com a Agricultura da


Grande Natureza, é o plantio contínuo de um produto no mesmo
local. Posso comprová-la com minha própria experiência. Venho,
há sete anos, plantando milho na cidade de Gora, Hakone, cuja terra
contém muito pedregulho. Do ponto de vista dos agrônomos, seria

56
Mistério da Grande Natureza

improdutiva. Entretanto, neste ano, estou obtendo resultados


surpreendentes. Espigas bem bonitas, muito maiores do que as
produzidas pela agricultura convencional. Os grãos se
desenvolveram juntinhos, grandes e enfileirados. Um trabalho perfeito
da natureza! Por outro lado, o milho é bem doce, macio e com um
sabor maravilhoso.

Quero ainda insistir um pouco mais sobre os benefícios do


plantio repetitivo por ser essa técnica uma das bases da Agricultura
da Grande Natureza. Assim então, dependendo da planta, o solo cria
espontaneamente capacidades próprias de adaptação.

Conforme já falei muitas vezes, esse conceito fica mais


claro quando comparado à vida humana. Quem exerce trabalhos
braçais fortalece os músculos. Já os que se dedicam a atividades
intelectuais como os escritores, por exemplo, desenvolvem mais o
intelecto. Essa constatação comprova que, se as pessoas
estiverem sempre mudando de profissão ou de residência, não
conseguirão sucesso, nem firmeza na vida. Assim acontece também com
as plantas. Daí a razão de eu afirmar que a terra, até hoje, tem sido
tratada de maneira muito incorreta.

Para finalizar, quero esclarecer mais um ponto: a criação do


bicho da seda. Neste caso, quando a amoreira é cultivada sem
adubos, as larvas não ficam doentes e a seda produzida é
extremamente resistente, com um brilho muito especial. Além disso, a
produção aumenta de modo considerável.

Então, se os produtores seguirem esse método, ou seja,


cultivarem a amoreira sem fertilizantes, provocarão, com certeza, uma
enorme revolução, melhorando a qualidade da seda e, ao mesmo
tempo, promovendo grandes benefícios do ponto de vista
econômico.

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Mistério da Grande Natureza

7 - Horta caseira

Até este momento, só escrevi para agricultores


profissionais. Agora quero me dirigir aos amadores; por isso vou
explicar sobre a elaboração de hortas caseiras.

De uma maneira geral, poucos gostam de se dedicar a


essa atividade, uma vez que não estão habituados a lidar com
estercos, estrumes e produtos químicos. Além disso, alguns dias
após ter sido espalhado esse tipo de adubo, o cheiro torna-se
insuportável e atinge inclusive os aposentos da casa. É também
um produto anti-higiênico que causa transtorno especialmente na
hora das refeições.

Se houvesse resultados satisfatórios, até que esses


infortúnios poderiam ser tolerados. Entretanto, o que se obtém
com o emprego de fertilizantes químicos ou orgânicos são produtos
contaminados, prejudiciais à saúde de qualquer ser vivo. Não há,
portanto, processo mais absurdo que um cultivo adubado. Poucos,
contudo, têm percebido tão grande erro. Muita gente ainda se
espanta ao tomar conhecimento de tamanha ignorância.

De outra parte, é notório que na Agricultura da Grande Natureza


não existe odor algum desagradável. É uma cultura limpa, higiênica,
com excelentes resultados de produção. Surpreende tanto na
quantidade, quanto no sabor. Desaparecem também os perigos
de pragas, lombrigas e demais parasitas. As folhas, caules e frutos
apresentam uma beleza ímpar, que não se encontra na agricultura
convencional.

É por isso que, ao iniciar a prática da Agricultura da Grande


Natureza, qualquer pessoa sente imenso prazer de lidar com a terra,
cuidar das plantas pela manhã...

Mexer num solo misturado às excrescências de


animais sempre causa mal-estar, certa repugnância, bem ao

58
Mistério da Grande Natureza

contrário da grande satisfação que proporciona o plantio numa


terra pura, sem contaminação.

Nas hortas caseiras, feitas pelo método convencional,


observa-se com freqüência que as flores do tomate ou da berinjela,
por exemplo, caem antes do tempo; as batatas não se desenvolvem
adequadamente, os nabos crescem ocos, surgem pragas na raiz do
pepino que o fazem secar e morrer. As folhas dos legumes ficam,
a maioria, esburacadas. A causa de todos esses problemas está no
uso de adubos de origem animal.

Como os plantadores não entendem os malefícios causados


pelos estrumes, pensam que as falhas de produção residem na
falta de adubo e o acrescentam ainda em maior quantidade. Em
conseqüência, a terra vai piorando cada dia mais. Muitas vezes,
buscam orientação dos agrônomos, mas as respostas, na maioria
dos casos, são insatisfatórias.

É por isso que muitas casas não possuem hortas; as


pessoas perdem o incentivo, não as fazem, pois ficam meio
desiludidas com os resultados. Entretanto, quem se propõe a
plantar, no próprio quintal, legumes, hortaliças e verduras,
praticando a Agricultura da Grande Natureza, muda do inferno
para o céu.

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Mistério da Grande Natureza

IV - RELACIONAMENTO HOMEM-NATUREZA

1 - As plantas têm alma

Estou sempre arrumando as plantas do jardim, cortando galhos,


corrigindo a forma das árvores. De vez em quando, erro ao aparar
demasiadamente um galho, fato que me desgosta. Outras vezes,
preciso transplantar algumas árvores também; nesses casos, nem
sempre o trabalho sai do meu agrado devido às circunstâncias
locais. Dependendo do ambiente, em certas ocasiões, sou
obrigado a colocar a parte de trás para frente ou de lado.

O interessante, porém, é que, com o passar do tempo, a


própria árvore corrige o erro e se adapta perfeitamente ao local onde
foi replantada. Realmente é um processo misterioso pelo qual se pode
perceber que a planta exerce uma atividade semelhante à do ser
humano, que também procura adaptar-se às necessidades locais para
não destoar do conjunto. Tal fato leva-me à dedução de que, na
verdade, as plantas têm alma.

Confirmando essas minhas observações, ouvi, certa vez, o


relato de um jardineiro idoso segundo o qual ele ameaçava cortar as
árvores que não florescessem ou continuassem opondo-se à
floração. Então, afirmava ele, era certo que, no ano seguinte, todas elas
enchiam-se de flores. Eu, contudo, nunca realizei tal experiência, mas
acredito ser verdadeira tão interessante história.

Também, há algum tempo, num livro de escritor ocidental, li uma


passagem em que ele diz ter acelerado o desenvolvimento de árvores
por tratá-las com amor e carinho. Com essa atitude, conseguiu, em
sete ou oito anos, que algumas atingissem a altura ideal, o que,
em outras circunstâncias, só seria possível após quinze anos.

Um processo semelhante ocorre na feitura de ikebanas. Por


exemplo, todas as flores dos aposentos da minha residência são
arrumadas por mim com muito carinho. Às vezes, os arranjos não

60
Mistério da Grande Natureza

ficam exatamente como eu queria. Deixo-os, contudo, assim mesmo e,


no dia seguinte, já se encontram numa forma harmoniosa, bem
diferente da anterior. Eles próprios se acomodam ao ambiente como
qualquer outro ser vivo.

Por outro lado, eu não forço as flores a nada; coloco-as no


vaso da maneira mais natural possível. Deixo-as acomodar-se
livremente e, por isso, sempre aparentam ter mais vida, prolongando o
seu tempo de duração.

Então, pode-se concluir que mexer muito na flor não é bom. Ela
morre logo. Ao fazer uma ikebana, portanto, é necessário, primeiro,
imaginar como se deseja que ela fique, onde vai ser cortado o galho ou
a flor. Após, agir rapidamente, e colocá-lo, de imediato, no vaso. Dessa
forma, o resultado é excelente.

Uma atitude semelhante a que se tem com a flor deve-se


também devotar ao ser humano; muitos pais, por exemplo, ao criar
os filhos, se preocupam exageradamente, tratando-os com excesso
de cuidado. Na verdade, é preciso deixá-los atuar por si mesmos,
tomando suas próprias decisões para se tornarem livres, decididos,
independentes. Oferecer-lhes, portanto, somente as bases firmes,
sem perturbá-los demais para que não enfraqueçam. Considerá-los
como se fossem pequenas ikebanas, as quais, quanto menos mexidas,
mais resistentes se tornam.

Eis por que minhas ikebanas seguem a lógica do respeito à


individualidade da planta; duram, por isso, o dobro das feitas pelos
demais, e sempre causam admiração a todos que as observam.

Outro aspecto surpreendente nas minhas ikebanas é o fato


de eu usar bambu e ácer (=aceráceas) elementos que ninguém
gosta de utilizar, pois, segundo afirmam, a durabilidade é mínima. Eu,
contudo, sempre coloco, nos arranjos, essas duas plantas e elas
normalmente permanecem vivas de três a cinco dias. Dependendo do
bambu, pode resistir mais de uma semana e o ácer, até duas.

61
Mistério da Grande Natureza

Também não faço tratamento especial na flor ou nos galhos


após tê-los cortado. De um modo geral, os professores de ikebana
ensinam vários meios para proteger os ramos depois do corte; mesmo
assim, duram pouco. Nada disso, portanto, tem relevância. O que
importa é tratar as plantas com carinho, respeitar-lhes a
individualidade, não esquecendo que elas têm vontade própria.

Ao lidar com a planta de acordo com a lógica do ser humano, cada


um estará vivendo o espírito da agricultura da Nova Era. Da mesma forma,
como se deve deixar que cada pessoa vá ao encontro dos seus ideais,
também as plantas precisam ser respeitadas para que se desenvolvam
por completo e cumpram a sua função. É preciso deixar a natureza reagir
livremente num comportamento semelhante ao do homem que deve comer
alimentos de qualidade, em pequenas porções, para que, sem interferências
externas, o organismo possa produzir, ele mesmo, a verdadeira energia que
o manterá vivo.

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Mistério da Grande Natureza

V - PALESTRAS DE MEISHU SAMA

1 - Palestra do dia 17/04/1952

1.1 - Assunto: Comentários ao relatório recebido em 16/04,


referente ao plantio de arroz na Ilha de Sado

1.2 - Exposição de Meishu Sama

1.2.1 - Comentários gerais

No dia 16 de abril de 1952, à noite, recebi um relatório sobre


a Agricultura da Grande Natureza praticada na Ilha de Sado, no
Estado de Niigata.

Para comentar os resultados desse trabalho, resolvi fazer, no


dia seguinte, uma mesa redonda à qual compareceram trinta
plantadores de arroz.

Pude, então, constatar que não houve queda na produção de


nenhum deles. Pelo contrário, desde o início, grande progresso. A
maioria está praticando a agricultura sem agrotóxicos há um ou dois
anos. A qualidade do arroz melhorou bastante e o fato está
repercutindo favoravelmente na região.

1.2.2 - Observações pessoais

O mais importante de tudo é que esses agricultores estão


plantando exatamente conforme ensinei. Gostaria, por isso,
(abrindo um parêntese) de tecer alguns comentários sobre a minha
experiência pessoal, no que diz respeito à Agricultura da Grande
Natureza. Ultimamente tenho percebido que eu falo, com
simplicidade, sobre assuntos relevantes; quem os ouve não dá,
contudo, muita importância; entretanto, quando malogram nas
suas decisões, lembram, de imediato, das minhas palavras.

63
Mistério da Grande Natureza

Por outro lado, é comum fundadores de religiões dizerem ter,


primeiro, perguntado a Deus para depois revelarem a seus
seguidores as orientações recebidas. Agindo assim, impressionavam
a todos eles que, à vista disso, procuravam seguir à risca as
palavras ouvidas.

No meu caso, porém, o que explico é muito simples; não uso


"enfeites" e, talvez por isso, as pessoas não me dêem muito crédito.
Eu, de fato, não rezo a Deus, como os demais mestres, pois O tenho
dentro de mim; por essa razão, tudo que falo ou faço, na verdade, é
Deus quem está fazendo ou falando; não preciso, portanto, dirigir-me a
Ele. Os meus anelos se identificam com a Vontade do Supremo
Deus. Posso mesmo afirmar que me encontro num estado de
perfeita comunhão com o Pai Eterno como nunca existiu antes na
história humana. A manifestação de Deus torna-se evidente nas
obras que realizo como, por exemplo, quando escrevo letras que se
movimentam e emitem luz. Em outras religiões, esse mesmo ato,
ou até a feitura de um talismã, viria acompanhado de rituais, tais
como orações e vestimentas apropriadas. No meu caso, porém,
não há necessidade de nenhuma cerimônia específica, mesmo em
se tratando da confecção do Ohikari. Nunca uso também roupas
especiais e, muitas vezes, quando o calor está bastante forte, visto-
me de uma maneira bem despojada.

Até agora, tenho evitado tocar nesses assuntos, mas


sempre percebo que as pessoas dão mais importância ao que é
exposto como se fosse uma revelação divina. Eu simplesmente
começo a explicar qualquer assunto sem dizer que estou
transmitindo uma manifestação da Vontade de Deus. Tenho,
contudo, plena consciência de que Ele fala através das palavras
que emito.

64
Mistério da Grande Natureza

1.2.3 - Prática correta da Agricultura da Grande Natureza

Retomando o assunto específico da Agricultura da Grande


Natureza, quero dizer-lhes que poucos, na verdade, seguem as
minhas orientações exatamente como as transmito. Muitos as
modificam conforme as circunstâncias do local ou opiniões
pessoais. De fato, um número pequeno de agricultores consegue
acreditar no que lhes falo, pois existe uma diferença marcante
entre a agricultura convencional e aquela que eu ensino.

Se, ao contrário, todos os que lidam com a terra seguissem


corretamente a minha orientação, obteriam o mesmo sucesso que
os agricultores da Ilha de Sado. Estes não usam espécie alguma
de adubo; apenas misturam a palha de arroz ao solo e têm obtido
resultados maravilhosos.

Quero, contudo, ressaltar que somente foi péssima a


colheita de uma das lavouras de Sado onde ainda se continuou
com emprego de adubo orgânico.

A partir deste ano (1952) — todos os agricultores me


afirmaram — não vão mais empregar nem palha de arroz, nem
fertilizante. Chegaram à conclusão de que, servindo-se
simplesmente dos elementos essenciais da Grande Natureza, solo,
sol e água, obterão melhores resultados. Nada mais correto. A
própria terra, pela sua composição, já é um excelente adubo. A única
exceção seria a possibilidade de se misturar a palha de arroz, não
como adubo orgânico, mas somente com a finalidade de manter as
raízes aquecidas nas regiões cobertas de neve durante quatro ou
cinco meses do ano, em conseqüência de invernos rigorosos.

1.2.4 - Objetivo do Johrei

Além de não usar agrotóxico de espécie alguma, é bom


ministrar Johrei nas plantações e nas sementes para queimar as

65
Mistério da Grande Natureza

toxinas que ainda permanecem nelas. Entretanto, quando estiverem


purificadas, não haverá mais necessidade de Johrei.

É preciso, então, ficar bem claro que o único objetivo da


canalização da Luz Divina nas lavouras é a retirada, por completo, dos
resíduos tóxicos que, por ventura, ainda existam tanto no solo
quanto nas plantas. Uma vez eliminadas todas essas impurezas, a
Grande Natureza se encarrega de exercer plenamente a sua função,
qual seja, oferecer condições de vitalidade para que todas as
plantas se desenvolvam, frutifiquem e produzam os alimentos
indispensáveis à humanidade.

1.2.5 - Adição de palha seca ou folhas

Palha de arroz ou folhas secas podem, às vezes, ser


adicionadas à terra se esta estiver muito dura; também são
permitidas no caso de sol muito forte que resseca o solo.

Quero, contudo, deixar bem claro que esse processo não


constitui adubo, mas apenas um recurso protetor do solo contra as
intempéries regionais.

Embora a maioria pense que folha ou capim secos sejam


adubos, não é esse o princípio. Na Agricultura da Grande Natureza, o
elemento vital está concentrado na terra. Ela própria se renova, se
recompõe, manifestando sempre incomparável força reprodutiva.

1.2.6 - Observação final

Finalmente é bom ressaltar que, em diversos lugares do


globo terrestre, muitos produtores, embora nunca tenham ouvido
as minhas palavras, já estão começando a praticar a Agricultura da
Grande Natureza.

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Mistério da Grande Natureza

2 - Palestra do dia 25/04/1952

2.1 – Assuntos:
Johrei e Agricultura
Pontos positivos da Agricultura da Grande Natureza.
Variedades de arroz

2.2 - Exposição de Meishu Sama

2.2.1 - Johrei e Agricultura

Gostaria de que ficasse bem claro não ser meu intento usar a
Agricultura da Grande Natureza como um meio de divulgação da
Doutrina. Pelo contrário, são pontos bem diferentes.

Então, quando ensino que se deve ministrar Johrei no solo,


estou apenas oferecendo aos agricultores mais um recurso para
ajudá-los a acelerar o processo de limpeza. Eliminadas as toxinas,
o que acontece após quatro ou cinco anos, não haverá mais
necessidade de Johrei, pois a terra já terá recuperado toda a sua
força vital.

É preciso, portanto, ficar bem clara a noção de que a terra


purificada age por si mesma; por isso, qualquer pessoa, mesmo não
fazendo parte da Igreja Messiânica, pode praticar a Agricultura da
Grande Natureza e colher excelentes frutos.

Essa é a principal verdade a ser difundida entre os


agricultores.

Ninguém pode, portanto, ter a intenção, por menor que


seja, de divulgar o Johrei como condição indispensável ao sucesso
das lavouras. Este depende da pureza do solo, resultante da
ausência total de qualquer tipo de agrotóxico.

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Mistério da Grande Natureza

Quero também deixar bem claro que para resolver com mais
facilidade os problemas de doença, é bom a pessoa tornar-se um
Mamehito, mas, em se tratando da Agricultura da Grande
Natureza, o princípio fundamental reside na eliminação das
toxinas oriundas dos adubos e fertilizantes. Uma vez extintas, a
produtividade aumenta naturalmente.

2.2.2 - Pontos positivos da Agricultura da Grande Natureza

a) Sabor

Todos os produtos originários da Agricultura da Grande


Natureza têm um sabor bem especial. Tanto arroz quanto
verduras e legumes são muito gostosos, além de nutritivos.

Como é possível constatar, até agora as pessoas não


conheciam o verdadeiro sabor dos alimentos: os adubos e
pesticidas usados as impediam de usufruir das delícias de uma
alimentação que o gosto original de cada componente pode ser
desfrutado com prazer.

b) Alimentação à base de vegetais

Comidas insossas levaram os homens a alimentar-se de


carnes. Até comigo aconteceu assim. Contudo, recentemente
comecei a consumir quase exclusivamente produtos da Agricultura
da Grande Natureza. Em conseqüência, agora estou preferindo
verduras e legumes a carnes. Têm elas um sabor incontestável,
bem diferente daquelas produzidas à base de agrotóxicos.

Por outro lado, o consumo de carnes e produtos de origem


animal sempre foi muito exagerado no Ocidente. Nos dias atuais,
cresceu bastante também no Japão. Esse fato gera
espiritualmente certa rudeza de atitudes, irritabilidade, nervosismo,
dando a impressão de que as criaturas se sentem melhores
quando estão discutindo ou brigando violentamente.

68
Mistério da Grande Natureza

Mesmo na História, há inúmeros casos de pessoas que


tentaram alcançar seus objetivos através da guerra; existem
também inúmeros exemplos de conflitos sociais e judiciais. Tanto
assim que sempre houve necessidade de muito policiamento para
manter a ordem.

A causa, entretanto, de todos esses problemas que afetam a vida


humana está na alimentação à base de carne.

Há sete ou oito anos, como já lhes falei em outras ocasiões, visitei


uma localidade de águas termais chamada Yunishi Gawa, próxima a
Nikko. Ali existe uma aldeia com seiscentos (600) habitantes distribuídos
em noventa (90) casas. Todas essas pessoas são absolutamente
vegetarianas. De origem animal, nada consomem; nem mesmo peixe.
Dizem que seus ancestrais também cultivavam hábitos semelhantes.
Nem galinha possuem; por isso, numa das vezes em que lá estive, como
desejei comer esse tipo de carne, tive de comprá-la em outra aldeia
próxima.

Nessa comunidade, quando surge algum problema, tudo é


resolvido pelo dono da pousada. Não há doentes. Nunca houve surto
de tuberculose.

Também lhes é peculiar o hábito de ninguém se casar com


pessoas da cidade ou povoados vizinhos; somente entre eles (os membros
da comunidade). Raras vezes acontece algum casamento com
moradores da aldeia Nikko que fica próxima. Mantêm esse hábito
porque acreditam que, casando-se com pessoas de outras regiões,
por exemplo, Tóquio, correm o risco de adquirir tuberculose.

Durante essa minha visita a Yunishi Gawa, parecia-me estar no


Paraíso: pessoas de coração tranqüilo, calmas. Na pousada, conheci
uma jovem de vinte anos com quem conversei bastante. Freqüentava
uma escola feminina da aldeia Nikko. Tinha uma excelente cabeça,
raciocínio claro. Senti-me muito bem em sua companhia e pude

69
Mistério da Grande Natureza

perceber, pela conversa que mantivemos, a grande influência do


vegetarianismo determinando comportamentos saudáveis.

Posso, portanto, afirmar que os alimentos originários da


Agricultura da Grande Natureza deixam a pessoa espiritualmente
muito melhor. Por outro lado, um sabor delicioso fará com que todos
consumam mais verduras, sintam-se mais felizes e tenham
condições de aprimorar o espírito. Dessa forma, estarão sendo
estabelecidas as condições essenciais para a construção do Reino
de Miroku.

Observação: no Ocidente, já podem também ser identificados


alguns vegetarianos famosos. Entre eles, George Bernard Shaw (1856-
1950)

3 - Palestra do dia 27/04/1952

3.1 - Assuntos:

Sabor dos produtos.


Alimentação e comportamento.
Variedades de arroz e espírito da terra.
Influência das árvores.

3.2 - Exposição de Meishu Sama

3.2.1 - Sabor dos alimentos

Qualquer iguaria preparada com produtos da Agricultura da


Grande Natureza fica extremamente gostosa, além de, quando
cozida, apresentar um rendimento fora do comum.

Entretanto, o que mais chama a atenção é o sabor. Com


isso, a pessoa é incentivada a comer especialmente mais verduras,
melhorando assim a saúde e a personalidade.

70
Mistério da Grande Natureza

O homem de hoje é muito bravo, rude. Briga e mata com muita


facilidade. Tais atitudes estão intimamente relacionadas à
alimentação à base de carnes e produtos de origem animal. Por
não sentir o verdadeiro sabor dos alimentos, julga que só estará bem
nutrido se comer carnes e peixes. Eu também passei por um processo
semelhante. Sempre achava que os produtos de origem animal eram
mais saborosos que as verduras. Entretanto, após experimentar a
Agricultura da Grande Natureza, percebi o gosto original de tudo.

3.2.2 - Alimentação e comportamento

Fica muito evidente, em qualquer circunstância, a atitude


bondosa e o comportamento tranqüilo das pessoas que usam
maior quantidade de verduras na alimentação.

Então, aquele mundo tão sonhado de paz e harmonia - o Reino


de Miroku, Reino de Deus na Terra - só poderá ser concretizado
quando as pessoas forem incentivadas a ingerir mais verduras.
Para tanto, é preciso também que elas sejam saborosas, o que só será
possível através da prática da Agricultura da Grande Natureza.

Quando, de fato, o cultivo sem adubos e pesticidas tornar-se


uma verdade contra a qual não haja opositores, a humanidade viverá
plenamente feliz. A alimentação é, de fato, o ponto chave para a
resolução de inúmeros conflitos que atormentam os seres humanos.
Entretanto, ainda tal princípio está passando despercebido; precisa,
pois, ser urgentemente divulgado.

3.3.3 - Variedades de arroz

O Criador lançou, na terra, apenas um tipo de arroz na


época da criação. Com o passar do tempo, as variações climáticas
e o potencial hidráulico de cada região foram determinando o
aparecimento de uma variedade enorme de sementes.

71
Mistério da Grande Natureza

É importante ainda esclarecer bem que as diferenças regionais


estão ligadas à intensidade de manifestação do espírito da terra,
fato que ninguém, na verdade, percebe. Vou, por isso, explicá-las
com mais detalhes.

No centro do Globo Terrestre existe uma bola de fogo da qual


está sendo constantemente irradiada uma força vital que ultrapassa a
crosta e se expande fora, modificando o solo, provocando
rachaduras, através das quais a energia da terra ganha ainda mais
força para difundir-se, chegando, com o tempo, a solidificar-se em
forma de minerais, determinando também o aparecimento de
diferentes regiões, cada uma com suas características próprias.

3.3.4 - Influência das árvores

Cada localidade recebe ainda grande influência das


árvores que ali nascem. No Japão, por exemplo, quando chove,
muitas delas liberam um sumo que provoca mudanças no solo.
Outras modificações marcantes são verificadas nos locais onde se
projetam as sombras das montanhas.

Em cada uma dessas diferentes áreas, vai surgir uma


variedade ou espécie de arroz. É errado, então, levar sementes de
um lugar para outro, especialmente em se tratando de longas
distâncias.

Portanto, cada local, de acordo com a condição de solo,


gera a sua própria semente, adaptada às condições climáticas
regionais. Não importa, pois, a variedade, mas a pureza do produto.
Com um ano de cultivo na Agricultura da Grande Natureza, já se
conseguem sementes boas.

72
Mistério da Grande Natureza

VI - SALMOS DE MEISHU SAMA

(comentados por Minoru Nakahashi)

1 - Salmos

1.1 – Dai Shizen no Shinpi (Mistério da Grande Natureza)

Kamiga tsukurishi
tsuchino shinpisa ninguenga
tsukurishi kagakuni nado wakarameya.

Itoasaki
kagakuwo mochite itofukaki
tsuchino shinpio saguru orokasa.

Dai shizen
seifukusento hokorikeru
hito itsushikani seifukusarekeri.

Como poderá
um conhecimento criado pelo homem
explicar o misterioso solo, obra de Deus?

Grande tolice
buscar o profundo mistério da terra,
através de uma ciência tão superficial!

O homem tentou,
orgulhosamente, dominar o solo.
Acabou conquistado pela Grande Natureza

73
Mistério da Grande Natureza

1.2 – Dojoo no Kegare (Impureza do Solo)

Ninguen no
inochi no takara umu tsuchiwo
hidoku ni kegasu orokanaru yoya.

Hiryo chudokuno
motowato ieba mitakarano
kokoroni suukurau meishin narikeru.

Tsuti kegashi
kokoro wo kegashi miwo kegashi
kurushimino tane maku orokasayo.

1.3 – Noomin no Sukui (Salvação dos Agricultores)

Hiryo mote
kegareni kegareshi konokunino
kokudo kiyomaru wazazo tootoki

Mukashi kara
oomitakara to tootomaru
noomin sukuu imanizo arikeru.

Yakudoku to
hiryo no tameni kegasareshi
yoo kiyomenan Kamini kawarite.

Que ignorância!
O adubo tira a pureza do solo,
inestimável tesouro da vida humana.

Enraizado
está, no coração dos agricultores,
como uma superstição, o vício do adubo.

74
Mistério da Grande Natureza

Quanta tolice!
Coração, corpo e terra maculados!
Sofrimentos incalculáveis semeados.
Ato magnífico!
Deus vai purificar as terras do mundo,
totalmente contaminadas pelos venenos.

Chegou o tempo.
Vou salvar agora os agricultores,
homens valorosos, outrora dignificados.

O poder de Deus
usando, vou purificar o planeta
envenenado pelas toxinas e adubos.

1.4 – Noomin no Yorokobi (Alegria dos Agricultores)

Ninguen wo
tsukurishi Kamiwa ninguen wo
yashinau katewo tsukurazarameya.

Hiryo irazu
mushisae wakanu arigatasa
yutakeki minorini namidasuru tabitora.

Kannagara
otsuti wo kiyome kiyoki tane
makeba yutakani minoru tootosa.

Não poderia,
jamais, ter Deus deixado sem alimentos
o ser humano, fruto do seu infinito amor.

Agradecidos,
os agricultores derramam lágrimas.
Fartura nas colheitas sem adubos nem pragas!

75
Mistério da Grande Natureza

É vontade de Deus:
sementes puras num solo purificado.
Imensa gratidão por abundantes colheitas.

2 - Explicação do tradutor

2.1 - Forma de composição dos salmos

Meishu Sama compôs os salmos no estilo Waka, uma antiga


forma poética, surgida no Japão há mais ou menos 2.600 anos. De
temática variada, simples na aparência, mas densa de significado,
é, na realidade, uma poesia que procura transmitir apenas a essência das
idéias. Cada leitor, de acordo com o seu nível intelectual e espiritual,
absorve, em intensidade maior ou menor, o sentido mais profundo das
verdades transmitidas de uma maneira bastante sintética,
correspondendo ao esquema formal: 5-7/5-7/7, ou seja, poemas com versos
de aproximadamente 5-12-14 sílabas, num total de trinta e uma.

2.2 - Conteúdo dos salmos

2.2.1 - O solo

"Como poderá
um conhecimento criado pelo homem
explicar o misterioso solo, obra de Deus?"

Na verdade, o solo foi criado por Deus para produzir todos


os alimentos de que o homem necessita. É, pois, obra perfeita à
qual nada precisa ser acrescentado. Há, contudo, muitos
agricultores e também cientistas que desconhecem essa verdade.
Então acham que o solo por si só não é suficientemente capaz de
fazer germinar as sementes e promover o desenvolvimento integral
das plantas. Acrescentam-lhe, por isso, os chamados nutrientes
artificiais.

76
Mistério da Grande Natureza

O mistério do solo consiste, então, no desconhecimento de


sua verdadeira essência como obra perfeita de Deus. Quando os
homens forem capazes de olhá-lo sob este prisma, será aberta a
porta do mistério e todos descobrirão a força infinita que dele
emana. Automaticamente também os agricultores e técnicos
deixarão de classificar as terras como boas ou ruins.

O verdadeiro agricultor tem, pois, de ser uma pessoa que


acredita realmente que Deus Todo Poderoso lhe deu um solo fértil,
dentro do qual, a cada dia, poderá descobrir algo novo e
extraordinário. A mesma atitude também se espera dos agrônomos
e técnicos agrícolas: com humildade, devem aceitar o solo com todos
os seus enigmas e procurar, à maneira do artista, criar a partir dele.

2.2.2 - Grande tolice

"Grande tolice
buscar o profundo mistério da terra,
através de uma ciência tão superficial!"

A gente tem de entender que o nível de conhecimento do


ser humano é ainda bastante superficial. Embora, muitas vezes,
enganado pela propaganda ou achando-se o máximo, o homem
chega sequer a atingir um por cento da capacidade divina.

Até os cientistas afirmam que o cérebro humano está


adormecido, apesar de ser um extraordinário computador, que não
pode ser comparado aos existentes na atualidade. Para aumentar-lhe
o potencial, seria preciso um aparelho, de tamanho em maior que o
globo terrestre, com recursos tecnológicos avançadíssimos. Talvez,
assim mesmo, o desenvolvimento não fosse atingido na sua
totalidade. Profundo mistério da ciência divina! É enorme a distância
entre o finito e o infinito!

Não há, pois, parâmetros comparativos entre o divino e o


humano. São dimensões totalmente diferentes. Daí a grande

77
Mistério da Grande Natureza

tolice de querer explicar o mistério da terra, uma força divina,


através de conceitos materialistas.

2.2.3 - O orgulho humano

"O homem tentou,


orgulhosamente, dominar o solo.
Acabou conquistado pela grande natureza."

É assim que o homem realmente pensa. Acha que, pela


sua maneira irreverente de cultivar a terra, a está dominando.
Entretanto não consegue nem desvendar uma pequena parte dos
mistérios que a envolvem.

Quando realiza alguma tentativa nesse sentido, acaba


sendo dominado pela Grande Natureza, que expressa, na sua
essência, a imagem de Deus. Então, é preciso que o homem
entenda que o Criador lhe outorgou poderes para somente
governar o Universo de acordo com a Lei que rege a vida de
todos os seres. No momento em que deixa de reverenciar a obra
divina através da natureza, o ser humano perde a faculdade de
dirigir e se torna inteiramente materialista, deixando de participar,
em nível mais elevado, da presença permanente de Deus.

2.2.4 - Solo é tesouro

"Que ignorância!
O adubo tira a pureza do solo,
inestimável tesouro da vida humana."
Verdadeiramente não existe tesouro mais precioso do que
o solo. Contudo, essa fonte preciosa de vida foi contaminada por
venenos terríveis dando origem a todos os sofrimentos que hoje
estão atormentando a humanidade.

O ser humano tem de voltar às suas origens e começar de


novo a respeitar a natureza para se evitarem situações como as

78
Mistério da Grande Natureza

enfrentadas nos dias atuais, devido à quase totalidade dos


alimentos contaminados. Não há como escapar, pois formou-se
um círculo vicioso em que plantas envenenadas contaminam o
solo e também o homem que se alimenta delas e, ao mesmo
tempo, se utiliza dos recursos da terra para a sua sobrevivência.

É urgente, pois, que cada pessoa fique alerta e procure


entender claramente que o mundo vem sendo assolado por
desgraças cuja origem está na trágica contaminação do solo.

2.2.5 - O vício do adubo

"Enraizado
está, no coração dos agricultores,
como uma superstição, o vício do adubo."

O vício do adubo seria o ponto focal em relação à


Agricultura da Grande Natureza. É ele que a diferencia de
qualquer outro tipo de cultivo da terra.

Hoje em dia, corre, entre os agricultores, a idéia de que


qualquer produto (arroz, por exemplo), ao ser plantado, retira da
terra todos os elementos nutritivos, de tal modo que, no ano
seguinte, o solo não terá condições de sustentar, com o mesmo
êxito, uma nova cultura. Daí a necessidade de serem
acrescentados fertilizantes químicos ou orgânicos.

Meishu Sarna, entretanto, diz que pensar assim não passa


de uma grande superstição, pois caso essa noção
correspondesse à verdade, a terra não passaria de um elemento
morto, sem vida própria. Nada mais correto. Basta observar a
Natureza para perceber o contrário: a terra é um ser repleto de
energia vital que está se renovando a cada instante. Então,
quanto mais se plantar e quanto menos interferência da
materialista inteligência humana, mais fértil ela ficará. Esse é o
conceito de Meishu Sarna, cuja eficácia pode ser comprovada.

79
Mistério da Grande Natureza

Outro ponto interessante a ser destacado na Agricultura da


Grande Natureza é o relacionamento entre a terra e o homem.
Há solos que após cinco, dez ou vinte anos de cultivo ficam mais
ricos e produzem abundantemente, enquanto as chamadas
"terras virgens" não apresentam a mesma vitalidade. Esse fato
resulta do contato que se estabelece entre a terra e o homem
que a cultiva. Dá-se um intercâmbio de amor entre ambos,
parecendo até que a energia humana penetra na terra e ela
corresponde, ficando cada vez mais forte e produtiva.

É, pois, por essa razão, que um solo já trabalhado por um


agricultor fica bem melhor e a cada ano apresenta a sua energia
vital melhorada, bem como maior aprimoramento de sua
capacidade reprodutiva.

Nós, aqui no Brasil, ainda não temos muitos elementos


para comprovar essa verdade. Estamos bastante atrasados. No
Japão, contudo, existem agricultores que já praticam Agricultura
da Grande Natureza há mais de quarenta anos e, com isso,
demonstram não existir contradição nos Ensinamentos de
Meishu Sarna. Lá os plantadores de arroz, por exemplo, retiram
do solo, após a colheita, tudo o que sobra: raízes, palhas, folhas,
galhos. Não deixam nada e plantam no mesmo lugar, o mesmo
tipo de arroz cultivado no ano anterior. É notável como, a cada
safra, o produto fica melhor.

Hoje, cientistas e agrônomos que examinam, a cada ano,


esse solo, garantem tratar-se de um dos mais férteis do mundo.

Eis a razão pela qual Meishu Sarna considera o adubo um


vício pernicioso que impede o desenvolvimento natural das
plantações.

Eu gostaria de que esses pontos ficassem bem claros a


todos. Para tanto, nada melhor do que as preciosas experiências
daqueles que já estão se dedicando à Agricultura da Grande

80
Mistério da Grande Natureza

Natureza e, por isso, podem prestar uma valiosa ajuda a todos


que desejam seguir os Ensinamentos de Meishu Sarna.

2.2.6 - Máculas no coração

"Quanta tolice!
Coração, corpo e terra maculados!
Sofrimentos incalculáveis semeados."

Um coração maculado acaba colocando impurezas nas


demais partes do corpo e indiretamente também no solo, pois
pessoas cujos sentimentos são impuros não têm discernimento
para entender quão prejudicial é usar adubos e inseticidas no
trabalho agrícola. Ao mesmo tempo, com essa atitude, estão
colocando a própria vida num círculo vicioso, do qual não vêem
saída. Envenenando o solo estão, ao mesmo tempo, contagiando
as plantas de onde são tirados os alimentos que, por sua vez, já
nascem contaminados. Ao comê-los, todos se intoxicam, perdem
a saúde e criam mais nuvens espirituais, agravando, dessa
forma, progressivamente a situação com novos sofrimentos
acrescentados àqueles já existentes.

Para reverter esse quadro tenebroso, é preciso inverter a


ordem dos fatos promovendo, com urgência, uma mudança no
pensamento dos agricultores que já não vêem relação alguma
entre o lado espiritual e a agricultura. Não são capazes de
perceber que a origem de todas as desgraças é a mácula do
coração. Tratam, por isso, a terra como se fosse uma máquina;
perderam aquela postura primitiva de amor e respeito ao entrar
em contato com a natureza, para usufruir dos benefícios que ela,
tem, como missão, de proporcionar a todos os seres vivos.

2.2.7 - Purificação das terras

"Ato magnífico!
Deus vai purificar as terras do mundo

81
Mistério da Grande Natureza

totalmente contaminadas pelos venenos."

Os ventos, as chuvas, os terremotos são, na realidade,


manifestações do poder de Deus para purificar o solo
contaminado por tantas impurezas, fruto de ações impensadas
dos seres humanos. Todos esses fenômenos são, de fato,
benéficos ao planeta. É o caso, por exemplo, das inundações do
Nilo antigamente. Após a invasão violenta das águas, a terra
adquiria uma enorme vitalidade que redundava em solos férteis e
colheitas abundantes. O mesmo se pode dizer hoje da ocorrência
de enchentes e tempestades acompanhadas de vento ou chuva.
Esses fenômenos naturais acontecem em benefício do homem,
pois lavam a terra, tirando dela os agrotóxicos que a estão
envenenando. Uma vez limpo, o solo se torna novamente uma
fonte de incomparável produtividade.

2.2.8 - Revalorização dos agricultores

"Chegou o tempo.
Vou salvar agora os agricultores,
homens valorosos, outrora dignificados."

Quando Meishu Sama diz que vai devolver aos


agricultores o verdadeiro valor a que têm direito, está, na
realidade, mostrando o inestimável papel de alimentação como
meio eficaz de manter a vida. Daí ser de suma importância que
todas as pessoas acreditem e confiem nos agricultores,
valorizando-os como agentes da produção alimentícia,
indispensável à sobrevivência.

2.2.9 - O poder de Deus

"O poder de Deus


usando, vou purificar o planeta
envenenado pelas toxinas e adubos."

82
Mistério da Grande Natureza

Para realizar o grandioso trabalho, não só de purificação


do solo, mas também da retomada da dignidade dos agricultores,
só há um caminho: o poder de Deus.

Então, tanto as grandes como as pequenas calamidades


devem ser aceitas e entendidas como o amor manifesto de Deus
a Seus filhos que estão vivendo no meio de tantos sofrimentos,
tragédias e conflitos que eles mesmos criaram. Quando, pois, a
Luz do Pai, o divino Johrei, envolver a Terra inteira, subirão ao
Céu as vozes gratas de um planeta purificado.

2.2.10 - Confiança em Deus

"Não poderia,
jamais, ter Deus deixado sem alimentos
o ser humano, fruto do seu infinito amor."

Se fosse ao contrário, Deus nos teria deixado órfãos.


Acontece que, segundo a história da Criação, Ele colocou
primeiro na terra os alimentos, os vegetais, os frutos, as
sementes. Só depois, o homem.

É interessante também observar que, no início, havia


pouquíssima gente no mundo. Então a quantidade de alimentos
era menor. Sabe-se, por exemplo, que uma espiga de arroz, que
hoje produz mais de duzentos grãos, em tempos remotos,
somente continha, no máximo, de cinco a dez.

Então, dá para concluir que, de acordo com o aumento


dos habitantes sobre a terra, a produção de alimentos foi-se
desenvolvendo e acompanhando o crescimento da humanidade.
Portanto, daqui para o futuro, não será diferente. A Grande
Natureza acompanhará o aumento da população e, se os
homens tiverem bom senso, nunca vai faltar nada a ninguém,
pois Deus é o supremo provedor de tudo. A escassez é sempre

83
Mistério da Grande Natureza

conseqüência da desarmonia entre a vontade divina e o


pensamento do ser humano.

A base de tudo, então, é a fé irrestrita no poder de Deus.


Como poderá o Criador permitir que seus filhos sofram privações,
se até os pais carnais se preocupam com o bem-estar de sua
prole? Não têm sentido algum idéias que contrariem a lógica
divina.

2.2.11 - Agradecimentos

"Agradecidos,
os agricultores derramam lágrimas.
Fartura nas colheitas sem adubos nem pragas."

Este salmo está relacionado ao futuro da maioria dos


agricultores. Na verdade, irão agradecer muito a Deus pela
produção, pelas colheitas abundantes, porque estarão
entendendo que a ajuda verdadeira, a força maior vêm de Deus
Criador. Deverá, no futuro, ser este o ideal que norteará o
trabalho junto à terra: plantar, colher, receber todos os produtos
com profunda gratidão.

É interessante lembrar que essa atitude já norteou a


atividade agrícola até fins do século XIX e começo do XX.
Quando fazíamos, há pouco, a oração, veio-me à mente a pintura
de Millet (Jean-François Millet, 1814-1875) cujos motivos eram
agricultores colhendo trigo ou cereais em atitude de oração.
Esses quadros transmitem, muito bem, o sentimento de gratidão
através de um trabalho feito como se fosse uma prece. Era um
ato sagrado, de mistério, de emoção profunda. Hoje tal
comportamento desapareceu; a agricultura tornou-se profana.

Faz-se necessário, pois, retornar àquelas atitudes de


reverência com a natureza, reviver valores esquecidos, reavivar a
emoção de poder sentir, por exemplo, as mudanças do clima, a

84
Mistério da Grande Natureza

ação do vento, da chuva, do Sol; observar o desenvolvimento de


uma pequena semente tão cheia de mistério, contendo,
programada, toda a essência de uma vida que despontará, após
alguns meses, lançada ao solo.

Eu creio que antigamente não só os agricultores, mas


também as pessoas em geral, viviam mais perto de Deus e da
Natureza. Por isso, emocionavam-se ao observar o crescimento
e a beleza das flores; ao sentir o sabor das frutas e a
grandiosidade das colheitas. Hoje, porém, a atenção está
exclusivamente voltada para o lucro excessivo, para métodos de
como produzir mais a fim de se obter um ganho maior.

Atualmente está bem distante do agricultor o verdadeiro


conceito de cultivo da terra. É preciso retroceder um pouquinho e
ir ao encontro da origem do real sentido de agricultura que está
expresso nos Ensinamentos de Meishu Sama. Através deles, o
Mestre nos ensina que a própria Natureza oferece o adubo em
forma de sol, luz lunar, água, chuvas, ventos. São esses
elementos naturais que contêm toda a energia geradora da
vitalidade que faz desabrochar a vida de dentro de uma semente.

Como tais conhecimentos estão esquecidos! Até o


paladar, os seres humanos estão perdendo. Hoje, normalmente a
comida serve para "matar a fome" ou "encher a barriga". Poucos
têm a sensibilidade necessária para perceber o verdadeiro sabor
dos alimentos.

É necessário, então, promover a elevação do nível


espiritual. Só assim as pessoas se tornarão mais sensíveis a
ponto de começarem a manter-se em sintonia com o sentimento
de amor, com a sinceridade da dedicação de todos aqueles que
plantaram e cuidaram da terra para que ela nos desse alimentos
vitais.
Como conseqüência desse processo natural de plantio,
vão surgir as fontes mantenedoras da nossa vitalidade espiritual.

85
Mistério da Grande Natureza

Por outro lado, como todos ficam mais fortalecidos, fortifica-se


também a força para o trabalho, para o enfrentamento dos
problemas do dia-a-dia. Com novo ânimo, cresce o amor no
coração e aumenta a fé no Criador.

Portanto, o alimento dado por Deus, resultante da


Agricultura da Grande Natureza, não nutre só o lado material,
mas também fortalece o espírito. Temos, pois, que comer para
adquirir força tanto na parte visível, física, quanto na invisível. É
desta última que advém o grande poder norteador das nossas
vidas.

O que, contudo, está acontecendo é uma intensa


agressividade contra a Natureza. A cada dia, vem sendo
intensamente prejudicada e judiada. Poucas pessoas confiam na
força da terra, o que, por sua vez, leva a maioria a não acreditar
mais em Deus.

Como resultado dessas atitudes avassaladoras, vai-se


intensificando o materialismo. Cria-se, então, um círculo vicioso:
o homem descrente joga veneno na terra, fazendo com que a
planta perca a força para crescer e produzir, tornando-a
vulnerável ao surgimento de inimigos como pragas e insetos que,
ao se alimentarem, vão produzindo máculas e contaminando a
planta. Por sua vez, para combatê-los, jogam-se venenos e
assim forma-se uma corrente interminável de agressão à
Natureza.

Portanto, acho que está na hora de pararmos por aqui,


buscarmos os Ensinamentos de Meishu Sama para voltarmos ao
estágio original, porque não poderá jamais "a ciência inventada
pelo homem entender o mistério da terra criada por Deus".

Na verdade ninguém sabe nada. Meishu Sama, muitas


vezes, afirmou isso e ainda acrescentou: "Se os cientistas
conseguissem criar pelas próprias mãos e com o avanço

86
Mistério da Grande Natureza

tecnológico de que dispõem, algum tipo de semente ou solo, aí


então mereceriam toda a confiança.” Entretanto as próprias
pesquisas comprovam que o conhecimento humano é restrito,
infinitamente pequeno. Mesmo assim, o homem tem a ousadia
de querer saber tudo, achando que já conquistou o Universo.
Chego mesmo a pensar que as criaturas estão supondo que
Deus falhou; não fez com perfeição nem o corpo, nem a terra,
nem a semente. Acham, por isso, que devem reformar os seres
criados por Deus, colocando adubo na terra, lutando contra a
Natureza, para poderem abastecer o mundo com alimentos em
profusão. É claro que essa é uma atitude reveladora da profunda
ignorância, especialmente dos cientistas, com relação à essência
divina presente no solo, ou seja, "o mistério da terra criada por
Deus".

2.2.12 - Sementes puras

"É vontade de Deus:


sementes puras num solo purificado.
Imensa gratidão por abundantes colheitas."

A maior vontade de Deus no momento é que os


agricultores entendam profundamente os princípios que regem a
Agricultura da Grande Natureza e trabalhem felizes, lançando,
num solo livre de agrotóxicos, sementes puras. Somente a partir
dessa postura digna do verdadeiro trabalhador, a humanidade
poderá contar com abundantes colheitas e celeiros repletos de
alimentos altamente nutritivos.

Imensa será, então, a felicidade do povo que, ao lado dos


produtores, renderá jubilosa e eterna gratidão ao Criador.

87
Mistério da Grande Natureza

VII - TRECHOS DE PALESTRAS DO REVERENDO MINORU


NAKAHASHI

1 - Sabor e nutrição

Ao considerar os resultados da Agricultura da Grande


Natureza, percebem-se particularidades muito interessantes. Os
produtos cultivados sem agrotóxicos, além de possuírem um
aroma incomum, são bem mais agradáveis ao paladar.

Daí, então, que muitas vezes só o fato de apreciá-los,


grande parte do apetite é saciado. Por isso, pequenas porções
suprem perfeitamente as necessidades alimentares do
organismo.

Também as diferenças entre quantidade e qualidade dos


alimentos podem ser determinadas a partir do sabor e do aroma.
Pequenas porções de alimentos saborosos são de grande valor
nutritivo.

Um exemplo é o da culinária japonesa, que sempre primou


pela beleza, nunca pela quantidade, como um recurso para
satisfazer o apetite das pessoas através da arte da preparação.
Muitas vezes, dá pena consumir um prato bonito, artisticamente
elaborado. Além disso, por serem atraentes, ativam glândulas do
corpo humano, produtoras de determinados hormônios, que
interferem no processo digestivo, colaborando no aproveitamento
total dos nutrientes. Com isso, pequenas porções de alimentos
podem satisfazer plenamente as necessidades do organismo.

No Japão, o costume de criar pratos artísticos surgiu da


escassez de alimentos especialmente em épocas antigas,
quando o país era muito pobre. Para suprir a quantidade, o
apetite passou a ser saciado pela fascinante beleza na
apresentação dos pratos.

88
Mistério da Grande Natureza

Não é, porém, um hábito comum. O que normalmente se


nota é uma inversão total de atitude, com pessoas comendo
exageradamente para satisfazer a gula sem apreciar o sabor dos
alimentos. Erro enorme, ainda hoje, cometido à mesa!

Considerando, agora, a Agricultura da Grande Natureza,


notamos que prima também pela busca da qualidade nutritiva, ao
produzir alimentos saborosos.

Estamos vivendo essa situação com o cultivo do arroz,


que realizamos. Devido às mudanças climáticas, alternam-se
safras exuberantes com outras que deixam muito a desejar.
Entretanto o sabor continua, de ano para ano, cada vez mais
fantástico. O mesmo se pode dizer dos legumes, verduras, feijão.
Tudo que é produzido pela Agricultura da Grande Natureza tem
aroma e gosto muito especiais. Daí a importância de cada um de
nós ficar atento a essa realidade.

1.1 - Agricultores não consomem o que produzem

O trabalho desenvolvido na Agricultura da Grande


Natureza exige esforço e perseverança. Não é, portanto, fácil; daí
muitos agricultores desistirem logo no primeiro ano.

Em se tratando, por exemplo, do plantio do arroz, logo


após a semeadura, torna-se necessário capinar o mato antes que
tome conta de tudo. Trabalho penoso, quase sempre, realizado
sob o forte calor do Sol. Por isso, hoje quase ninguém mais se
submete a esse sacrifício. Então, muito veneno é jogado no
arrozal para impedir que as ervas daninhas se propaguem. Como
conseqüência, o produto cresce contaminado e, quando ingerido
pelas pessoas, as intoxica. O problema hoje está tão sério, que
muitos agricultores se recusam a alimentar-se com os produtos,
por eles mesmos, cultivados.

89
Mistério da Grande Natureza

Na verdade, devido à excessiva quantidade de pesticidas


e fertilizantes utilizados, as pragas encontram-se em toda parte,
proliferando e adquirindo a cada dia maior resistência. Com isso,
venenos mais potentes são empregados, com o objetivo de
eliminá-las. É o que se observa, por exemplo, na cultura de
tomate e pepino, que recebem agrotóxicos duas vezes por dia,
para que se obtenha uma produção razoável. O pior, contudo, é
pensar que a maioria dos alimentos consumidos está impregnada
de venenos. Dura realidade!!

1.2 - Água poluída

É outro problema desesperador. Grande parte dos


mananciais já está poluída por produtos químicos despejados
pelas fábricas, e por agrotóxicos oriundos das lavouras. Daí a
razão de haver também poucos peixes nos rios.

No que se refere ao plantio do arroz, é penoso afirmar que


a quase totalidade dos agricultores utiliza essa água poluída para
irrigá-los. No nosso caso, graças a Deus, não enfrentamos esses
problemas. Cultivamos arroz em Santa Catarina, num local onde
existem fontes naturais em quantidade suficiente para a irrigação.

É preciso, porém, que muitos se interessem pela


Agricultura da Grande Natureza. Seria um incentivo para o nosso
trabalho se inúmeros consumidores despertassem e
entendessem que, para manter a saúde, o fundamental é
consumir produtos sem contaminação. Na maioria das vezes,
entretanto, acontece de quase ninguém ver diferença entre os
alimentos adquiridos na feira ou no supermercado e os
produzidos na Agricultura da Grande Natureza.

Assim, como já contamos com água pura, poderíamos


plantar e colher muitas sacas de arroz para atender à demanda
dos consumidores interessados em produtos puros. Seria
também possível aumentar a produção de verduras e legumes.

90
Mistério da Grande Natureza

1.3 - Situação do leite e da carne

É espantosa a quantia de veneno acrescentada à ração do


gado. Disso decorre a existência exagerada de bernes,
carrapatos e outros germes que atacam os animais,
especialmente nas regiões de clima tropical. Para combater
esses parasitas, os criadores recorrem a injeções violentas, cujas
toxinas entram na corrente sanguínea, e depois contaminam a
carne, a gordura e principalmente o leite. Então, quando as
pessoas se alimentam desses produtos, ficam também
contagiadas pelos mesmos venenos neles presentes.

Dura realidade se constata ao descobrir que a carne de


vaca já vem sendo intoxicada há várias gerações pelos
medicamentos aplicados aos animais, para matar os parasitas
que os atacam. Tais remédios, em vez de impedir o
aparecimento de bernes e carrapatos, ao contrário, facilitam a
proliferação deles, que são atraídos por uma carne fraca,
praticamente apodrecida pelo excesso de vacinas e outros
preventivos.

1.4 - Carnes de frango, como estão?

Muito grave também se encontra a situação do frango,


pois a ração que lhe é ministrada contém hormônios e vitaminas
quimicamente manipuladas. Com essa ração, o frango cresce
rápido. Em torno de quarenta ou cinquenta dias, já está apto para
o corte. As galinhas, após dois ou três meses, começam a botar
até dois ovos por dia e a carne delas, quando examinada
detalhadamente, exala um odor estranho de remédio.

Por outro lado, um frango tratado apenas com milho


demora de sete a oito meses para crescer o suficiente. Os
criadores, porém, não seguem o método natural, pois visam
somente ao lucro. Então, quanto maior, mais peso; por isso

91
Mistério da Grande Natureza

empregam rações que incham a ave. Em conseqüência do mau


funcionamento dos rins, os frangos acumulam líquido em lugar
daquela gordura natural.

Para completar, após o abate, a carne é colocada numa


solução de água com antibióticos a fim de ser conservada por um
longo período de tempo. Com isso, além de ficar branca, o sabor
verdadeiro desaparece por completo. Mesmo assim, a maioria
das pessoas consome, em larga escala, um produto impregnado
de toxinas.

1.5 - Diante de tanta contaminação, como agir?

Basicamente é preciso evitar a ingestão de produtos


contaminados. Ao mesmo tempo, torna-se urgente a produção de
alimentos puros. Para tanto, é preciso que muitos colaborem, não
só consumindo, mas também incentivando cultivos sem
agrotóxicos.

Faz-se também necessário, indo ao interior, que cada um


observe o trabalho dos agricultores, procurando ver como
plantam. Assim todos poderão saber o que estão comendo no
dia-a-dia.

Não basta, portanto, apenas receber Johrei. Mais urgente


se torna melhorar a alimentação, hoje, praticamente impregnada
de componentes que ameaçam a saúde e o próprio
comportamento humano diante da vida.

Veja-se, como exemplo, o excesso de violência, a agitação


e a agressividade das pessoas em circunstâncias banais. São
males cuja origem está na alimentação. Os próprios cientistas
têm alertado que produtos químicos estão afetando os nervos e o
cérebro do ser humano. Em conseqüência, tem aumentado
consideravelmente o número de pessoas nervosas, irritadas,

92
Mistério da Grande Natureza

agressivas, que perturbam, com isso, a tranqüilidade social no


mundo inteiro.

O ser humano precisa, pois, ampliar o pensamento.


Deixando um pouco de lado as preocupações cotidianas, deve
procurar desenvolver um objetivo maior, ajudando outras
pessoas, divulgando os Ensinamentos de Meishu Sama e
também empenhando-se para concretizar a parte material da
Obra Divina. Não basta buscar, portanto, somente o lado
espiritual. Se assim fosse, não haveria necessidade de tanta
preocupação com alimentos puros para manter a vida na Terra.

2 - Trabalho árduo

Embora sejam grandes as dificuldades, já temos alguns


produtos, como o arroz, legumes e verduras, que estão sendo
consumidos por pessoas interessadas numa dieta mais saudável.
Apesar de serem quantidades mínimas, estão permitindo que
uma alimentação melhor possa ser experimentada.

O nosso ideal é, num futuro próximo, oferecer um


abastecimento completo de cereais, verduras, leite e carne.

Mesmo a duras penas, estamos melhorando. Por exemplo,


o arroz que vem sendo produzido há algum tempo, não
apresenta mais tantos problemas como na fase inicial. Esse fato
nos leva a afirmar que já ficou livre de algumas impurezas. Está,
pois, acontecendo exatamente como Meishu Sama ensinou: à
medida que as toxinas vão diminuindo, o ataque das pragas
enfraquece. Por isso, o nosso arroz dura muito mais tempo.
Quando cozido, fica até uma semana, como se tivesse sido
preparado na hora. Assim acontece porque é um produto
plantado sem agrotóxicos. Desenvolve-se apenas sob a ação da
terra, da água, do ar e do sol, método de plantio bem diferente
daquele usado pelos demais agricultores.

93
Mistério da Grande Natureza

Não sei se as técnicas agrícolas atuais são conhecidas


pela maioria das pessoas. Talvez, se imaginassem a quantia de
veneno empregada, não comeriam coisa alguma. Até no cultivo
do arroz é usado esse mesmo processo. Após a colheita, vai
para um depósito onde permanece sob a ação de um veneno
para matar os carunchos. Caso contrário, o arroz fica oco, pois
as pragas o devoram por dentro. No nosso caso, não usamos, de
forma alguma, nenhum defensivo. Quando aparecem problemas,
tentamos resolvê-los de uma maneira bem natural.

3 - Farelo de arroz

Outro ponto interessante de ser observado é com relação


ao farelo de arroz que é usado no Japão, numa mistura com
água e sal, para fazer conservas. Embora seja um processo bem
antigo, sempre apresentou problema de cheiro forte. Por isso,
especialmente no interior, os depósitos dessas conservas são
construídos bem distantes das casas para evitar o odor podre
que exalam.

Entretanto as conservas feitas com o farelo do nosso arroz


não têm cheiro algum e podem ser guardadas dentro da própria
casa. Agora, quando vou ao Japão, meu presente é farelo de
arroz puro, variedade que quase não existe por lá, e é
intensamente procurada.

Então, pode-se deduzir que a diferença entre um e outro


produto está na maneira como foram produzidos. O cheiro podre
advém dos adubos colocados na terra e absorvidos pelo arroz.

Esse fato comprova também a veracidade dos


Ensinamentos de Meishu Sarna quanto à Agricultura da Grande
Natureza. Qualquer produto, cultivado exclusivamente com terra,
água, sol e ar, se fortalece e fica imune a toxinas. Por exemplo, a
alface plantada na nossa fazenda tem uma raiz grossa porque,
como não usamos adubos, a planta precisa fazer todo o esforço

94
Mistério da Grande Natureza

para procurar os elementos nutritivos na terra. Com isso, cresce


resistente e se conserva por mais tempo, ao contrário das
compradas na feira que murcham logo nos primeiros dias. No
Japão, uma alface adquirida na quitanda e colocada na conserva
derrete depois de dois dias.

Vejam o que a gente está comendo. São produtos


carregados de veneno e coisas negativas. Por isso, só será
possível salvar a humanidade através da prática dos
Ensinamentos de Meishu Sama que nos permitirão ir, passo a
passo, produzindo alimentos puros e nutritivos. Não existe outra
possibilidade.

4 - Solo é adubo

O que Meishu Sama ensinou sobre a Agricultura da


Grande Natureza é algo realmente revolucionário por ser
exatamente o oposto de tudo o que pregam as teorias existentes.

A compreensão total dessas verdades, que nos foram


transmitidas por Meishu Sama, sobre o cultivo do solo, é
bastante difícil. Mesmo assim, vale a pena serem analisados tais
princípios.

Hoje em dia, é muito comum a gente ouvir, especialmente


no Brasil, os agricultores reclamando do governo pelo fato de não
ter liberado verbas para o plantio.

Se todos eles seguissem os Ensinamentos de Meishu


Sama, lucrariam muito mais com poucas despesas, pois os
quase 50% do orçamento gastos na compra de adubos e
praguicidas seriam economizados. Na verdade, só teriam que
fazer alguns investimentos na compra de sementes, trator,
caminhão e outros instrumentos necessários ao trabalho na terra.

95
Mistério da Grande Natureza

Entretanto, continua a idéia fixa de que é preciso


acrescentar ao solo algum nutriente artificial. Um grande número
de plantadores acha que só o solo, a água, o sol e o vento não
são suficientes. É um pensamento predominante na civilização
materialista atual, não apenas no que diz respeito à agricultura,
mas também quanto à alimentação. Embora sejam consumidos
cereais e verduras, a maioria acha indispensável um
complemento vitamínico para que o corpo não se enfraqueça.

Todos esses conceitos errôneos bombardeiam a mente


humana através da mídia, fazendo as pessoas agirem de
maneira incorreta.

Foi por isso que Meishu Sama se empenhou tanto em


transmitir a verdade a respeito do cultivo da terra, procurando
mostrar que "solo é adubo. Este, por sua vez, nada mais é que o
próprio solo".

Contudo, os agricultores e as pessoas em geral mantêm a


convicção de que, inicialmente, a terra é forte, mas vai
enfraquecendo com o uso. Daí ser necessário acrescentar-lhe
algo. Foi assim que aprenderam a pensar a respeito da
agricultura.

Meishu Sama, todavia, ensina o contrário. Para plantar,


basta limpar o terreno e lançar a semente ou dispor as mudas.
Após a colheita, repetir, no local, o mesmo tipo de cultura,
conforme seja, arroz, verduras, legumes, etc...

4.1 - Fundamento do plantio repetido

O princípio lógico escondido atrás dessa técnica é o


mesmo que se aplica ao ser humano. Por exemplo, se uma
pessoa se especializa num determinado assunto, é claro que
será capaz de transmiti-lo aos outros com grande facilidade ou
mesmo entendê-lo em maior profundidade. Algo semelhante

96
Mistério da Grande Natureza

acontece também em relação a um profissional qualquer que, ao


exercer repetidas vezes a mesma tarefa, vai se tornando cada
vez mais hábil, chegando até o ponto em que sua capacidade se
torna quase ilimitada.

Com a terra, o processo é idêntico. Quando se planta, por


exemplo, alface num local, ao repetir o plantio, a terra sabe que
esse mesmo vegetal já foi cultivado ali.

É exatamente essa técnica que estamos usando na nossa


fazenda, e as verduras se desenvolvem cada vez mais
facilmente, além de não serem atingidas pelos insetos.

4.2 - Aparecimento de pragas

De acordo com o Ensinamento de Meishu Sama, a planta


só é atacada pelos bichinhos quando existe nela alguma toxina
ou veneno, substâncias essas que lhes servem de alimento.

Normalmente os insetos são atraídos pelo cheiro dos


elementos essenciais à sua subsistência. Quando, porém, as
plantas estão mais puras e, por isso, nada têm a oferecer como
alimento, os insetos não se aproximam delas. Esta realidade é o
ponto focal, a chave da Agricultura da Grande Natureza.

Como sempre ocorre, após o surgimento de insetos, são


espalhados venenos para combatê-los. Então o agente químico
empregado penetra dentro da própria planta, entra no solo, onde
apodrece com o calor, e gera uma espécie de toxina que provoca
o aparecimento de novas pragas. Estas, na verdade, surgem
para se alimentar daquelas impurezas. Ao mesmo tempo,
realizam um processo de limpeza seguindo a lei natural, que
determina a presença delas onde existam impurezas a serem
eliminadas.

97
Mistério da Grande Natureza

Dessa forma, é princípio fundamental na Agricultura da


Grande Natureza a manutenção da pureza do solo. E foi
desejando a compreensão da essência dessa verdade que
Meishu Sama escreveu vários Ensinamentos sobre o assunto.

4.3 - Sabor dos alimentos

É importante também atentar para a diferença de sabor


apresentada pelos produtos cultivados segundo o método da
Agricultura da Grande Natureza.

Hoje em dia, é muito comum as pessoas não gostarem de


verduras por serem pouco saborosas. Se, contudo, sentissem o
gosto dos vegetais cultivados sem agrotóxicos, muitos iriam
deliciar-se, pois, quando se fala de alimentos, o sabor é
essencial. E quanto mais agradável ao paladar, melhor será para
a saúde, porque as glândulas são ativadas mais facilmente. Se,
ao contrário, o corpo entrar em contato com alguma coisa de
gosto ruim, não reage, mas se retrai. Daí ser errada a idéia de
que determinados alimentos, embora tenham um sabor
desagradável, são bons para a saúde.

É, pois, importante que sejam ingeridos apenas produtos


cujo sabor cause prazer. Desse modo, as glândulas do corpo
humano trabalharão mais e a saúde das pessoas ficará cada vez
melhor.

Então, à vista de tais evidências, nada mais urgente se faz


que a conscientização profunda, especialmente dos agricultores,
para que produzam sempre mais alimentos sem agrotóxicos, cujo
sabor é incomparável. É preciso atingir o ideal de vida expresso
na oração Zenguen Sanji (Prece de Louvor a Deus), segundo o
qual "fartas colheitas" da Agricultura da Grande Natureza
"abarrotarão os armazéns".

98
Mistério da Grande Natureza

Assim, mesmo que a população triplique, haverá


abundância de produtos sem contaminação e a humanidade
viverá plenamente feliz.

4.4 - Adubos orgânicos

Um outro ponto a que é preciso atenção diz respeito ao


uso de adubos orgânicos. Muitas vezes, as pessoas entendem o
perigo causado pelos agrotóxicos, mas, mesmo assim, acham
necessário empregar adubos orgânicos e, com essa atitude,
fazem permanecer a idéia de ter que nutrir o solo.

Daí o cuidado para não perder o caminho. Nunca a terra


pode ser vista só como barro, mas como um ser que respira, tem
vida própria e uma energia especial, que determina o
crescimento das plantas.

4.5 - Plantios repetidos

Além disso, não se deve esquecer que, na dinâmica dos


seres vivos, quanto maior for o uso, mais forte se tornam. É por
isso que numa terra onde sempre é cultivado o mesmo produto
em plantios repetidos no mesmo lugar, após uns sete anos, nem
dá para imaginar como vai ficar esse solo, tal a força produtiva
que adquire.

Gostaria, então, de ver, num futuro próximo, um grande


número de trabalhadores praticando a Agricultura da Grande
Natureza.

No Brasil, a experiência ainda é muito recente. No Japão,


contudo, existem agricultores que já empregam esse método, há
mais de quarenta anos. Desde que ouviram as explicações de
Meishu Sama sobre Agricultura da Grande Natureza, cultivam,
sem agrotóxico algum, arroz, verduras e chá, além de outros
produtos.

99
Mistério da Grande Natureza

O sucesso é tão grande que os próprios agrônomos,


quando pesquisam esse solo, acham-no o melhor do mundo,
mas não conseguem entender que a causa de tão alta vitalidade
é o plantio de um tipo idêntico de produto, repetido sempre no
mesmo lugar. Com a aplicação dessa técnica, que não usa
fertilizantes nem germicidas, a terra vai ficando extremamente
poderosa, forte e viva.

Convido, portanto, a todos os leitores para que meditem


sobre essas verdades e procurem incentivar o desenvolvimento
da Agricultura da Grande Natureza. Assim estarão contribuindo
não só para a valorização da saúde pessoal, mas também de
toda a humanidade.

4.6 - Pontos básicos a serem considerados

Tudo o que Meishu Sama nos ensinou sobre Agricultura


da Grande Natureza, saúde e remédios são conceitos
revolucionários.

Em relação às plantas, dois pontos básicos devem ser


levados em consideração: a pureza do solo e a determinação de
áreas específicas de plantio para cada tipo de produto a ser
cultivado.

Quanto à integridade do solo, o mais importante é saber


que, uma vez em seu estado natural, oferece condições ao
desenvolvimento perfeito de qualquer produto que a ele se
adapte, bem como não permite o aparecimento de espécie
alguma de praga.

O outro aspecto que deve merecer especial atenção do


agricultor é a escolha de locais próprios para o plantio repetido
do mesmo produto. Por exemplo, determinar uma área só para
plantar arroz, outra só para alface, para tomate, para milho e
assim por diante.

100
Mistério da Grande Natureza

Esse procedimento, entretanto, por ser inédito


(especialmente aqui no Brasil), entra em choque com velhos
hábitos agrícolas até agora seguidos.

De um modo geral, os técnicos e agricultores acham que a


terra enfraquece à medida que vão sendo repetidos os plantios e
retirados os produtos. É por isso que, a cada nova plantação,
acrescentam-lhe adubos e nutrientes artificiais.

A nossa experiência, contudo, fundamentada nos


Ensinamentos de Meishu Sama, comprova exatamente o
contrário: quanto mais se repete o plantio de um produto no
mesmo local, sem adicionar nada ao solo, maior será a
capacidade produtiva, mais fortes se tornam os elementos
nutritivos naturais e o poder reprodutivo da terra.

Nesse caso, ocorre com o solo um processo idêntico ao


que acontece com o ser humano, que sempre escolhe entre as
várias profissões uma na qual se especializa, para exercê-la
como um profundo conhecedor do assunto. Do mesmo modo, a
terra, que é também um ser vivo, ao receber nas vezes
subseqüentes o mesmo produto, já sabe como agir, que tipo de
esforço empreender a fim de propiciar o desenvolvimento correto
da planta. Dá-se uma adaptabilidade perfeita entre a ação
reprodutiva do solo e aquele tipo de cultura em particular. Em
outras palavras, o solo se torna mais habilidoso para o
desenvolvimento de determinada planta da mesma forma que um
profissional se torna cada vez mais hábil, à medida que vai
executando repetidamente o mesmo trabalho.

Imaginem, então, o sofrimento de uma terra que, a cada


plantio, é obrigada a mudar de "profissão", e ainda sofrer
compulsivamente a ação destruidora de agentes artificiais como
adubos e pesticidas. Neste aspecto, também ocorre com as
plantas algo parecido ao que acontece com o corpo humano que,
ao contrair uma doença, torna-se um campo propício ao

101
Mistério da Grande Natureza

aparecimento de vírus, os quais se alimentam de pus e de


sangue impuro.

Do mesmo modo como os vírus e bactérias são atraídos


pelas impurezas presentes no organismo, os insetos encontram,
na terra contaminada por agrotóxicos, um ambiente adequado ao
seu desenvolvimento. Dessa constatação, pode-se concluir que a
causa de tantas pragas nas plantações está no emprego dos
venenos chamados de adubos.

4.7 - Comportamento indígena

Assisti, há poucos dias, a um programa da televisão


japonesa sobre a vida dos índios.

Hoje, alguns descendentes indígenas estão estudando a


cultura e as tradições de seus antepassados de três mil anos
atrás.

Com base nessas pesquisas, conta-se uma história


interessante: um índio foi pescar salmão. No mesmo local, havia
dois ursos caçando, um preto e um branco.

Para que os animais não percebessem a sua presença, o


índio escondeu-se atrás de uma árvore até que os ursos fossem
embora e não se sentissem perturbados. Assim poderiam caçar e
alimentar-se tranqüilamente.

Explicando a sua atitude, o indígena diz que cada criatura


de Deus tem um lugar e uma utilidade na Natureza e, por isso,
devem todos coexistir pacificamente. Comportamento exemplar!!
Só que a maioria dos seres humanos não sabe que, de fato,
existe uma ligação profunda entre animais, vegetais, minerais,
águas, ventos, chuvas, sol. Tudo faz parte da criação divina.
Poucos, porém, entendem essa realidade; por isso, quando

102
Mistério da Grande Natureza

aparece alguma coisa diferente, querem jogar veneno, matar,


destruir.

Então, a atitude correta seria procurar a razão profunda,


mais misteriosa, daquela existência; nunca, porém, agredir a
Natureza. A gente deve seguir o mesmo exemplo de reverência à
obra de Deus daquele antepassado indígena.

O que se vê hoje, no entanto, é a civilização materialista


destruindo o sentimento de respeito e de amor às criaturas
divinas.

5 - Ação perniciosa de elementos químicos

A gente pode observar que houve uma mudança muito


grande, desde a época em que Meishu Sama vivia entre nós, até
hoje. Já se passaram quarenta e seis anos e quase nada
melhorou. Na realidade, o mundo está caminhando para a
desintegração. Embora seja um processo evidente, poucas
pessoas percebem. Em toda parte, contudo, há indícios de
destruição: conflitos, desentendimentos, guerras. A meu ver,
entretanto, a pior coisa que está acontecendo diz respeito à
saúde do ser humano, diretamente afetada pela contaminação de
agrotóxicos. Na época em que Meishu Sama estava entre nós,
Ele criticava os adubos químicos, muito mais em evidência que
os venenos empregados no combate às pragas.

Há poucos dias, a televisão estatal japonesa fez uma


reportagem sobre a contaminação dos peixes dos Grandes
Lagos, situados na divisa entre Canadá e Estados Unidos.

Segundo esse relato, ecologistas e cientistas


conseguiram, com grande esforço, purificar a água, mas estão
ocorrendo outros fatos inexplicáveis, causados pelo excesso de
elementos de decomposição química que estão sendo lançados
no mundo inteiro. Segundo a reportagem, chegam a cinquenta e

103
Mistério da Grande Natureza

sete mil itens e, a cada ano, mais sete mil novas substâncias são
inventadas, a partir dos produtos já existentes.

Agora, há um laboratório enorme pesquisando esses


milhares de agentes químicos. Para se chegar a uma conclusão
final, vai demorar muito, mas já se sabe que um dos problemas
que causam é a alteração do sistema hormonal do ser humano.

Pesquisas, realizadas em peixes, estão mostrando que as


glândulas responsáveis pela produção de hormônios apresentam
seu tamanho alterado: muito maior, parecendo um inchaço.

Em decorrência da alimentação, esse problema de


desequilíbrio hormonal pode afetar também o ser humano, por
ocasião do desenvolvimento do feto. Isso porque o hormônio da
tireóide ajuda na formação do cérebro. Se acontecer algum
distúrbio no funcionamento da tireóide, o cérebro da criança será
automaticamente afetado. Então, segundo essa mesma
reportagem, os cientistas alegam que, hoje em dia, nascem
tantas crianças com problemas físicos e psíquicos devido à ação
de elementos químicos soltos no ar e na água por inúmeras
razões. Por isso, os cientistas estão fazendo pesquisas sérias
relacionadas a tais problemas.

Descobertas, feitas nos Estados Unidos, atestam o


aparecimento de uma doença causadora de intranqüilidade nas
crianças. Estas, devido ao problema, não conseguem concentrar-
se nos estudos e ficam andando, agitadas, o dia inteiro, gerando
sempre muitas situações conflituosas. É um tipo de sintoma que
está tornando-se cada vez mais freqüente.

Para encontrar a causa dessa doença, os cientistas estão


fazendo uma experiência com ratos, os quais são submetidos à
ação de alguns agentes químicos que alteram o hormônio da
tireóide. Então os ratos se comportam de maneira semelhante à
das crianças: ficam andando, sem parar, de um lado para o

104
Mistério da Grande Natureza

outro. E o pior é que a quantidade da química da qual sofrem


interferência é na proporção de um para um bilhão; portanto pior
que toxina.

À vista disso, hoje alguns médicos estão aconselhando


mães gestantes a não comerem certos tipos de peixe.

Por outro lado, os cientistas que estudam esse fenômeno


sentem-se perdidos, não sabem como orientar as pessoas na
solução do impasse. É, pois, um problema realmente sério. Daí a
razão pela qual devemos dar mais atenção à Agricultura da
Grande Natureza e também à criação natural de peixes e outros
animais.

Meishu Sama já previa, há mais de cinquenta anos, a


ocorrência de situações como essa. Sempre alertava, mas
poucos se interessaram pelo assunto.

Nos dias atuais, porém, uma reportagem tão assustadora


não deixa de ser um incentivo ao conhecimento da revelação de
Deus Supremo a Meishu Sama. Devemos mudar totalmente.
Deixando de ser materialistas, procurarmos, na direção certa, os
bens deixados a nós pelo Criador.

5.1 - Desinteresse pela saúde do ser humano

Vocês podem ver que os produtores em geral não


demonstram interesse pela saúde, nem pelo futuro da
humanidade. Preocupa-lhes apenas o ganhar mais dinheiro, o
aumento de capital. Antigamente essa atitude era ainda meio
camuflada; agora é clara.

Vejam, por exemplo, a semente transgênica terminal, cujo


único objetivo é o aumento dos lucros, pois se presta apenas a
uma semeadura, devendo o agricultor adquirir outras, para um
segundo plantio.

105
Mistério da Grande Natureza

Na verdade o que está evidente é a atuação do negativo,


manifestando-se em todas as formas de atividade humana.
Mesmo essa guerra que aconteceu em Kosovo tem atrás de si a
indústria de armamento, pois cada bomba custa milhões. Com a
venda, evidentemente aumentarão também as ações da
empresa.

Usando essa fortuna, quanta coisa poderia ser feita em


prol da Agricultura da Grande Natureza! A gente não a tem,
entretanto, o que significa que o próprio dinheiro, os bens
materiais estão do lado do Mal. Quem domina economicamente,
não está pensando na vida do ser humano.

Embora haja algumas pessoas bastante conscientes,


vêem-se afetadas na sua sobrevivência e nada podem fazer.

Há poucos dias, estivemos em Santa Catarina e fomos a


São Bento do Sul procurar agricultores que tivessem semente de
batata inglesa. Encontramos aí um casal de velhinhos que, há
vinte anos, está produzindo sem agrotóxicos. Contudo, no
Ceasa, não deram nenhum valor ao produto, por ser mirrado e
nada vistoso; claro que, tratando-se de uma batata natural, não
apresentava aquele tamanho exagerado das híbridas, grandes e
chamativas, mas sem gosto. Estas alcançam até R$ 25,00 o
saco enquanto aquela, por ser pequena, não vale R$ 12,00. Por
isso então, o casal ficou desiludido e não as colheu mais; deixou-
as apodrecer na terra. Pena que não soubemos antes; iríamos
comprá-las todas.

A realidade é essa: o consumidor está sendo enganado


pela aparência, enquanto um produto puro, nutritivo e saudável
perde-se por falta de preço.

Procuramos também semente de milho não-híbrido. É


difícil encontrá-la.

106
Mistério da Grande Natureza

Na verdade, o pequeno agricultor está sendo abafado pelo


poder econômico. Embora derrame o suor, trabalhando com
amor e respeito à terra, na hora de vender, o seu produto é
desvalorizado pela aparência. Tem chances somente aquele
cheio de agrotóxicos.

5.2 - Sentimento de gratidão dos agricultores

Também do ponto de vista da Agricultura da Grande


Natureza, o certo seria que cada produtor, ao lançar a semente
ao solo, já estivesse pensando que parte do resultado desse seu
trabalho será oferecida a Deus em agradecimento. O plantador
deve, pois, pedir no momento da semeadura que Deus o ajude a
fazer o melhor, uma vez que lhe foi dada oportunidade de cultivar
o solo com respeito. Não se trata, então, apenas, de plantar,
colher, vender, ganhar dinheiro. O mais importante é a
sinceridade e o devotamento com que cada agricultor deve lidar
com a terra e o sentimento de gratidão pela oportunidade de
conseguir realizar um trabalho grandioso que vai beneficiar muita
gente.

5.3 - Abrir os olhos

"Para do pobre
cegos os olhos abrir, eu irradio
a intensa luz da sabedoria divina."

Meishu Sama, observando o comportamento do homem


diante da natureza, procurou, através da irradiação da Luz
Divina, despertar as mentes e os corações para os grandes erros
no trato com a terra. Parecia, contudo, estar se dirigindo à gente
cega e surda, pois as mesmas falhas continuam sendo
cometidas.

Eu acredito que a Era do Dia, à qual estamos sempre nos


referindo é, na verdade, o momento da manifestação do poder

107
Mistério da Grande Natureza

criador de Deus e da Sua infinita sabedoria, expressa naquilo


que Ele planejou para o estabelecimento do Reino do Céu na
Terra. Se o ser humano procurar seguir o caminho do Criador,
vai compreender a força misteriosa da Grande Natureza e muitos
milagres acontecerão.

Desde a época de Meishu Sama até os dias atuais, têm


acontecido alguns prodígios dignos de nota. Eu me lembro de
que certa vez, ao fazer uma ikebana (arranjo de flores ao qual
gostava de se dedicar) Meishu Sama colocou uma flor já meio
murcha no vaso, mas olhou tão fixamente para ela, que, de
imediato, a folha começou a levantar-se. Acho que fez isso para
mostrar aos seus auxiliares o poder criador da Natureza. A
seguir, lançou apenas mais um olhar a todos que se
encontravam ao redor dele, não falou nada e foi embora.

Até aqui no nosso Templo já aconteceu algo semelhante.


Embora não tenhamos tanta força quanto Meishu Sama, muitas
vezes, ao ser ministrado Johrei em flores um pouco murchas,
elas reviveram. Esse é realmente o poder da Luz de Deus que
está sendo emanado para o Universo inteiro.

Precisamos, pois, aprender a canalizar a Luz Divina. Para


tanto, é necessário, em primeiro lugar, corrigir o pensamento,
elevando preces a Deus a fim de que a nossa fé se aprimore.
Temos de pedir humildemente ajuda ao Pai, o verdadeiro
detentor do poder. Se assim for feito, com certeza, o auxílio virá a
todos os que buscam compreender a vontade de Deus.

6 - Técnica da Agricultura da Grande Natureza

Nos Ensinamentos em que Meishu Sama aborda este


assunto (página 96) há algumas observações interessantes.
Entre elas, o que ele diz sobre o emprego de folhas e capim
secos. Como na maior parte do Japão, durante mais da metade
do ano, o frio é intenso, com muitas regiões cobertas de neve, os

108
Mistério da Grande Natureza

agricultores enfrentam sérias dificuldades. Então, Meishu Sama


os aconselha a cobrir o solo com folhas e capins para protegê-lo
contra o frio. Já no Brasil, por tratar-se de clima tropical, onde
domina um sol muito quente, o mesmo processo pode ser usado
para que a terra se mantenha fresca, e não seque
demasiadamente. Em ambos os casos, porém, o mais importante
é ficar claro que não se trata de adubo, mas de uma proteção
natural contra a ação do frio ou do calor excessivo. Dessa forma,
a natureza poderá reagir por ela mesma, fazendo nascer frutos
saborosos e em grande quantidade. Com essa lógica, Deus
estará ensinando o ser humano a lidar com a terra em harmonia
com os fenômenos naturais.

Também o plantio repetitivo é uma técnica inovadora,


totalmente oposta aos conceitos da agricultura convencional.
Assim, então, quanto mais se plantar um produto repetidamente
no mesmo lugar, mais revitalizada fica a terra. Numa
comparação, seria como o desenvolvimento de um músculo do
corpo que, com o uso, vai desenvolvendo-se cada vez mais e
adquirindo resistência.

O mesmo se pode dizer da inteligência, da espiritualidade


e do coração. Quanto mais trabalhados, melhores se tornam.
Com relação a este particular, certa vez, interpelaram Meishu
Sama sobre qual era o tamanho do coração. Sem levar em conta
o absurdo da pergunta, respondeu que poderia ser infinitamente
pequeno ou enorme como o Universo. Depende, portanto,
apenas da pessoa. Se usá-lo bastante, poderá transformá-lo num
gigante que vai envolver o mundo inteiro. Essa mesma lógica,
norteia a Agricultura da Grande Natureza. Os que a praticam,
começam a perceber a grandiosidade de Deus e como Ele se
manifesta através das plantas.

Então, o caminho da agricultura é muito importante


também para o consumidor que, ao saborear produtos da
Agricultura da Grande Natureza, sente-se feliz e agradecido por

109
Mistério da Grande Natureza

um poder nutritivo tão especial. Percebe ainda que não precisa


de grandes quantidades para ficar satisfeito; vive uma sensação
de indescritível bem-estar e, por isso, não consegue mais ingerir
alimentos de outras origens, ou seja, advindos da agricultura à
base de agrotóxicos.

7 - Data especial: 26/08/00

Hoje está fazendo um ano e sete meses que foi realizado


o primeiro Culto em prol da Agricultura da Grande Natureza.

Parece que, neste momento, está brotando algo novo.


Demorou um pouco porque, primeiro, a semente foi lançada no
Mundo Espiritual através do nosso Kototama (poder da palavra).
Agora já estão aparecendo vários agricultores interessados em
conhecer a Agricultura da Grande Natureza. Começam a abrir-se
as portas e o nosso desejo é que, no próximo ano, cheguem até
nós muitos produtos sem nenhum agrotóxico. Vamos todos pedir
a Deus essa imensa graça.

Também nós, enquanto consumidores, temos de procurar


sempre alimentos puros, sem contaminação. Assim teremos
possibilidade de manter o organismo livre de toxinas e,
conseqüentemente, usufruir de uma energia espiritual mais
poderosa. Por morarmos na cidade, só podemos, como
colaboração, rezar e também impedir que tropeços impeçam a
tradução dos Ensinamentos sobre a Agricultura da Grande
Natureza, bem como a publicação de livros sobre o assunto.

A concretização de todos os objetivos visando ao


desenvolvimento de tão importante trabalho, vai depender,
contudo, do Plano de Deus. O mundo atualmente está indo à
contra-mão, num estágio bem pior do que na época em que
Meishu Sama se encontrava entre nós. Atualmente alimentos
cada vez mais envenenados constituem um grande perigo à
saúde do ser humano. Apresentam-se tão nocivos quanto os

110
Mistério da Grande Natureza

remédios, ou até mais, uma vez que precisamos comer todos os


dias.

Vamos, portanto, rezar pedindo a Deus permissão para


futuramente, num dia de Culto como o de hoje, chegarem
dezenas de caminhões carregados de produtos da Agricultura da
Grande Natureza. Espero que esse nosso sonho, em breve, se
torne uma realidade permanente.

111
Mistério da Grande Natureza

VIII - RELATO DE EXPERIÊNCIAS

1 - No Japão

1.1 - Arroz integral sem adubo

Desde 1951, a Sra. Kazue Tanaka, do município de Shiga,


no Japão, tem plantado arroz na sua propriedade de mil e
quinhentos metros quadrados, de acordo com o método da
Agricultura da Grande Natureza. Sem usar nenhum tipo de adubo
ou pesticida, empregando somente irrigação contínua, possui
uma plantação resistente a pragas e intempéries. Tem uma
produção estável de arroz marrom, tipo Beniasahi, na média de
40 kg por are, o que equivale a 70% da produção normal dessa
região.

1.2 - Pesquisas

Os cientistas da Faculdade de Agricultura da Universidade


Kinki, localizada na cidade de Higashi (Osaka, Japão), sob a
orientação do Professor Hiroshi Hasegawa, vêm conduzindo uma
pesquisa na propriedade da Sra. Tanaka desde 1974, usando um
outro campo próximo, adubado, onde se planta também arroz
para servir como elemento comparativo na experiência.

1.3 - Conclusões

O grupo de pesquisadores da Universidade de Kinki já


chegou a alguns resultados relevantes. Entre eles:

1.3.1 - Características do arroz Beniasahi

Quando comparado com o arroz produzido no campo de


controle, o Beniasahi, plantado segundo os princípios da
Agricultura da Grande Natureza, apresenta as seguintes
particularidades:

112
Mistério da Grande Natureza

a) os grãos permanecem firmes e resistentes após o


beneficiamento;

b) a casca que recobre o grão, e se transforma em farelo


através do polimento, solta-se com muita facilidade;

c) o sabor é muito especial;

d) o valor nutritivo não se deteriora mesmo passados dois


anos.

1.3.2 - Presença de ervas daninhas de inverno

Foi verificado, após pesagem, que o campo de controle


continha maior quantidade de ervas daninhas secas, quando
comparado ao sem adubo.

Essa observação mostrou que uma terra sem agrotóxicos


tem, durante o inverno, menos nutrientes que um campo
fertilizado artificialmente.

Verificou-se ainda que, mesmo tendo sido espalhadas


palhas de arroz picadas, para restringir o seu aparecimento, as
parasitas proliferaram abundantemente durante o inverno, no
campo adubado.

1.3.3 - Desenvolvimento da plantação

No primeiro mês após o plantio (que na região de Osaka é


no início de maio), o crescimento do arroz é bastante lento
devido à pouca quantidade de nutrientes na terra. Porém, assim
que a temperatura sobe em julho (no Japão), a proporção de
nitrato de amônia liberado pelo solo aumenta e acelera o
desenvolvimento da planta, deixando também a coloração das
folhas mais nítida.

113
Mistério da Grande Natureza

Por outro lado, verifica-se que as raízes continuam a


crescer no solo puro, enquanto, no adubado, ficam estagnadas.

Então, conclui-se que, em solo de Agricultura da Grande


Natureza, as raízes são mais largas e fortes do que nos
fertilizados artificialmente. A lavoura demonstra uma
extraordinária vitalidade e, na época do amadurecimento, todas
as folhas estão rijas e eretas, o que permite à planta maior
exposição ao Sol, acelerando, ao mesmo tempo, o
desenvolvimento do grão (do arroz, neste caso específico).

1.3.4 - Resistência às pragas

Os vários testes realizados pelos cientistas da


Universidade Kinki (Osaka-Japão) demonstraram que o arroz
plantado em terras sem adubos tem uma capacidade maior de
resistir a doenças e pragas ao longo do seu crescimento.

Foi comprovado também que o arroz cultivado em solo


puro, sem fertilizantes artificiais, apresenta elevada porcentagem
de células de silicato que reduz consideravelmente a ocorrência
de ferrugem e outros problemas.

Há ainda um outro fato que comprova essas observações.


Em 1969, no Japão, muitas plantações foram completamente
devastadas por uma invasão maciça de insetos, mas as áreas
cultivadas sem agrotóxicos pouco sofreram. Quando o problema
se repetiu em 1982, os cientistas de Kinki efetuaram um estudo
cuidadoso nos arrozais não-adubados da região e comprovaram
não terem sido realmente afetados pelas pragas.

1.4 - Verduras e legumes em terrenos sem adubo

Não existe ainda uma pesquisa extensiva sobre o assunto.


À vista disso, serão relatadas algumas experiências já realizadas,
especialmente por um agricultor chamado Shigesaku Ueda no

114
Mistério da Grande Natureza

distrito de Yamashina (Kioto). Em 1971, o Sr. Ueda começou a


cultivar tomates, pepinos, batata-doce, cebola, rabanetes,
berinjelas, além de outros legumes e cereais. Seguindo os
princípios da Agricultura da Grande Natureza, não usou nenhum
fertilizante artificial, nem orgânico. Além disso, dividiu a sua horta
em canteiros especializados para que pudesse repetir o plantio
de cada produto sempre no mesmo lugar.

Infelizmente não foi organizado, nas adjacências, um


espaço com terreno adubado, para que pudesse ser feito um
controle através de dados comparativos. Entretanto, na terra do
Sr. Ueda ocorreu o que normalmente acontece quando se pratica
a Agricultura da Grande Natureza: inicialmente a produção foi
inferior à de uma terra adubada. Contudo, qualitativamente
conseguiram-se produtos muito superiores quanto ao teor
alimentício e também em relação ao sabor. (Sabe-se de casos de
pacientes em situação crítica que não suportam comer mais
nada, mas aceitam, com relativa facilidade, produtos
provenientes da Agricultura da Grande Natureza).

Observou-se também um brilho mais acentuado na casca


dos rabanetes e nabos, bem como uma raiz (parte comestível)
mais vigorosa. O mesmo aconteceu com a batata-doce
proveniente de campos sem adubo: não só a aparência era
melhor, como também apresentava um sabor mais agradável.

O feijão cultivado pelo Sr. Ueda ganhou prêmio num


concurso regional. Eram vagens briIhantes e grãos bem maiores
do que os produzidos com fertilizantes artificiais. Também as
ervilhas chamaram a atenção pelo tamanho e sabor. As
berinjelas ficaram mais resistentes às pragas e intempéries. Até
repolho bem compacto, com folhas finas, o Sr. Ueda conseguiu
produzir nos seus campos.

115
Mistério da Grande Natureza

Esses relatos têm como objetivo despertar a atenção dos


leitores para a necessidade e a importância da prática da
Agricultura da Grande Natureza.

2 - No Brasil

2.1 - Relatos de Experiências do Sr. João Pereira Lima Neto

Já existem algumas experiências realizadas no Brasil,


embora a comprovação seja ainda precária por falta de registros
adequados e pesquisas mais aprofundadas.

Mesmo assim, alguns experimentos de uns poucos


agricultores merecem destaque especial. Entre eles, os
realizados pelo Sr. João Pereira Lima Neto, Engenheiro Civil,
cafeicultor na cidade de Mocóca, no Estado de São Paulo.
Foram relatados na sede do Templo Luz do Oriente, por ocasião
dos Cultos Mensais em Prol da Agricultura da Grande Natureza.

Como constituem descobertas significativas, das quais


muitos outros agricultores podem compartilhar, serão
apresentadas a seguir:

2.1.1 - Métodos de plantio de café

Sempre fomos cafeicultores na região de Mocóca, Gaxupé


e Caconde.

Desde o início das nossas atividades, plantávamos o café


seguindo os métodos tradicionais: pés bem espaçados com, mais
ou menos, quatro metros de distância um do outro.

Também não se usava muito veneno. Apenas BHC para


combater a Broca (um tipo de praga) e o óxido de cobre contra a
ferrugem (outra espécie de praga).

116
Mistério da Grande Natureza

A partir da década de sessenta, começamos a colocar


fertilizantes na terra para fortalecê-la. Essa era a opinião dos
agrônomos e a minha também. Achávamos que, em virtude de
estar sendo plantado café na região, desde 1820, a terra estaria
cansada. Então colocávamos o adubo para dar-lhe mais força.

Hoje eu já enxergo diferente. De fato não era a produção


que deixava a terra cansada, mas os maus-tratos que lhe eram
infligidos, pois geralmente plantava-se morro abaixo e bem
distanciado um pé do outro; capinava-se a terra. Com a chuva,
ocorria aquela erosão carregando tudo para baixo. Não era,
portanto, a extração do café que deixava a terra sem força, mas
a maneira errada de tratá-la. Por isso, a partir de 1970,
começamos a mudar um pouco o nosso modo de lidar com o
solo.

Por ser uma região bastante acidentada, cheia de pedras,


estava havendo problema para competirmos com o pessoal que
tinha lavoura mecanizada. Então, através da orientação de outros
agricultores da Costa Rica e da Colômbia, começamos a plantar
o café mais adensado, isto é, mantendo, mais ou menos, um
metro de distância, entre os pés. Isso, na década de setenta, era
considerado um absurdo. Aconteceu, porém, que esse tipo de
plantio determinou o aparecimento de sombra; a terra foi sendo
protegida contra ação direta dos raios solares e da chuva; assim
o mato foi diminuindo e conseqüentemente o uso de venenos.
Continuávamos, contudo, usando adubos.

Havia, porém, ainda um outro problema sério que era a


Broca, uma espécie de besourinho que entra no café. Como
existia em grande quantidade, eu usava um produto chamado
Thiodam para eliminá-la. Aí, um dia, o Dr. Jorge Abraão,
agrônomo do Instituto Biológico de Campinas, pediu-me para
visitar a nossa fazenda e acompanhar aquele trabalho inédito
que estávamos realizando para o cultivo do café. Depois de ter
andado pelo cafezal, observando os insetos com uma lupa, ele

117
Mistério da Grande Natureza

me disse que, se eu deixasse de usar Thiodam, não iria mais


enfrentar problemas com Brocas. Segundo a opinião dele, o meu
cafezal oferecia um ambiente propício ao aparecimento dessa
praga, pois criava uma umidade semelhante à das florestas. Mas,
ao mesmo tempo, favorecia também o surgimento dos inimigos
da Broca, tais como fungos, bactérias (Boverias e Metarizos)
vespas e aranhas. Então, quando eu aplicava o Tliiodam, matava
não só a Broca, mas também todos os seus inimigos naturais.
Dessa forma, como o ambiente permanecia adequado, a Broca
voltava e se instalava. Assim, sem os opositores, tomava conta
do cafezal.

De fato, em 1989, parei de usar o veneno Thiodam. Por


dois anos, ainda enfrentei a Broca seriamente. No terceiro ano,
começou a haver um declínio. Hoje, praticamente é difícil
encontrá-la. Não que tenha acabado em definitivo, entretanto não
atinge mais a plantação.

Comecei, então, a partir daí, a produzir um café sem


veneno, embora ainda empregasse adubo.

Em 1994, tendo acontecido a grande geada, enfrentei


sérios problemas financeiros, além de outros. Por isso, comecei a
usar cada vez menos adubos. Nessa mesma época, conheci o
Robinson (membro do Templo Luz do Oriente) que me deu o
Ensinamento de Meishu Sama sobre Agricultura da Grande
Natureza. Eu lia e não conseguia entender como poderia produzir
uma planta sem adubo. Chegava até ter muita dor de cabeça
para tentar compreender como as plantas germinariam sem
Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio, Boro, Zinco,
Ferro, Cobre e Mocibidênio no solo. Duvidei por certo tempo, até
que alguns compradores de café me pediram o uso de adubo
orgânico para produzir um café diferente do SAT, que é cultivado
com fertilizante químico.

118
Mistério da Grande Natureza

Entre 1992 e 1993, lutei muito para produzir o café


orgânico. Empregava um composto e também esterco de
galinha. Revirava a terra e punha esses adubos e nada de
resultados. O café amarelava, sentia, não apresentava um
desenvolvimento satisfatório e a produção caía. Em 1994, porém,
quando conheci os Ensinamentos de Meishu Sama, lendo-os,
pude entender o que estava acontecendo com o meu cafezal.
Conforme diz o Ensinamento, quando a gente vem tratando uma
terra com adubo e, de repente, deixa de colocá-lo, é natural que
a planta se ressinta e decaia muito. Verdade. Até parece que vai
morrer. Fica amarela, desfolhada, sem ramos. Depois melhora.

Agora estamos em abril de 1998 e já faz trinta e poucos


meses em que eu não ponho mais nada de adubo na fazenda;
realmente, no começo, a produção caiu muito, mas está
melhorando dia a dia. Eu até estou surpreso com os resultados.
As pessoas que trabalham comigo, meu administrador, os fiscais,
ficam espantados com o que estão vendo porque eles também
não concordavam com um plantio sem fertilizantes.

2.1.2 - Situação da agricultura atual

Reverendo Nakahashi quer que eu fale também sobre a


maneira como os demais agricultores lidam com a terra.

É um absurdo. O primeiro controle das ervas daninhas é


feito com herbicidas fortes para não deixar o mato nascer, ou
quando surge, para queimá-lo, torrá-lo, impedindo-o de se
desenvolver. Depois, colocam-se fertilizantes em grande
quantidade e de todos os tipos: sólidos, líquidos. Há uns
chamados de quelatizados, macro e micro. São empregados à
vontade e em diferentes dosagens.

Usa-se, portanto, veneno e mais veneno. É


impressionante! Hoje em dia, há deles para toda espécie de
praga e estão procurando outros.

119
Mistério da Grande Natureza

Recentemente apareceu um novo agente nocivo no café


chamado Amarelinho e já se busca um produto para controlar o
seu desenvolvimento. Agora está sendo usada uma droga
chamada Baisisten. É um defensivo sistémico que, ao se colocar
na terra, entra pela raiz da planta para controlar a ferrugem na
folha, sem atingir o grão. Eu, na verdade, não entendo isso. Se
me explicarem como o veneno não chega ao grão, vou ficar
muito satisfeito. Se for feita uma análise química, como as que se
realizam no Japão, mais minuciosa (por exemplo, parte por
bilhões), com certeza, vão ser detectados resíduos deste
agrotóxico nos grãos, além de outros. Na casca, a concentração
é maior, mas no grão as proporções venenosas reduzem-se a
uma quantidade mínima, difícil de ser percebida; contudo é
impossível não estar presente.

Hoje existem tantos produtos diferentes para controlar o


aparecimento de cigarras, bicho mineiro, ferrugem, berne de
raiz... Se eu fosse enumerar aqui todos os tipos de pragas
existentes e os venenos para combatê-las, ficaria quase uma
hora citando-os só para as lavouras de café, sem contar as
outras. É uma verdadeira violação do solo. Todo agrotóxico que é
pulverizado ou jogado na terra atinge também os rios através das
enxurradas, prejudicando a vida dos seres vivos.

Eu tenho um vizinho que cria peixe e vende para "Pesque


e Pague". Outro dia, da lavoura dele, correu resíduo de adubo e
pesticida matando uma quantidade enorme de peixes. E os que
não morreram? Será que não estão contaminados?

Então, cada vez que a gente vê essas barbaridades pelo


interior, fica mais convencido da importância de se praticar a
Agricultura da Grande Natureza.

Antigamente, quando eu usava o Rhandap, por exemplo,


para controlar o mato, o agrônomo me dizia que não haveria
problema algum porque o rótulo era verde; ao penetrar na terra,

120
Mistério da Grande Natureza

tornar-se-ia inerte. E eu ficava convencido de que não faria mal


mesmo. Muitas vezes, cheguei a pegar naquelas caldas para
preparar o veneno; mexia com a mão para mostrar aos
empregados que não havia perigo. Assim o produto ia entrando
não só na terra, mas também no nosso corpo
indiscriminadamente.

2.1.3 - Cultivo de café sem agrotóxicos

Hoje eu me sinto muito feliz com o trabalho que estamos


realizando. Ainda vamos melhorar bastante. Nossas lavouras
anualmente apresentam um defeito grande: poucas árvores. Isso
se deve ao nosso antigo conceito de agricultura. Estou, porém,
querendo introduzi-las em número mais elevado. Já venho
notando, há algum tempo, que, nos lugares onde elas existem
em maior quantidade, as plantações se desenvolvem melhor. É
um trabalho que nós vamos realizar e vai ficar muito bonito.
Assim, proporcionaremos às plantas não apenas sol, mas uma
sombra controlada, através das árvores mais amigas do café. Já
as estamos pesquisando para colocá-las nas lavouras. Por
exemplo, agora sabemos que há algumas de cuja sombra o café
gosta muito. Entre elas, um tipo de seringueira, de paineira e de
abacateiro. Há, contudo, algumas que o café detesta, como, por
exemplo, uma árvore chamada Copaíba e outra denominada
Flamboyant.

Portanto, pouco a pouco, estaremos pesquisando e


mesclando de árvores a nossa plantação, tentando assim
produzir um café cada vez mais puro. Já estamos buscando esse
objetivo há trinta meses, mas é claro, como bem disse o
Reverendo Nakahashi, o trabalho está só no início.

Já vi, também, em uma fazenda localizada numa região


bastante alta (1200 m de altitude), próxima a Caconde, muitos
pés de café no meio da mata, cujas sementes foram levadas
pelos passarinhos. Uma quantidade enorme nasceu sozinha e

121
Mistério da Grande Natureza

produziu muito bem, embora nunca aí o solo tivesse recebido


adubo ou o mato fosse capinado. Meu administrador chegou a
afirmar que, nessa fazenda, havia mais de um milhão de pés de
café nativos. É muita coisa!

Tanto é que agora, após termos observado essa plantação


espontânea, resolvemos simplesmente jogar a semente,
realizando um processo oposto ao que fazíamos antes, quando
preparávamos as mudas num saquinho plástico (todos devem
conhecer esse processo) e, em seguida, limpávamos o terreno
todinho através do fogo ou com o trator. Então, fazíamos as
covas e transplantávamos as mudas. A seguir, íamos
acompanhando o desenvolvimento do café, capinando o solo,
adubando, matando as pragas. Era um trabalho penoso. Agora
tudo é muito simples.

Parece até brincadeira, não é? Os outros cafeicultores e


também os agrônomos acham essa nossa atitude um verdadeiro
absurdo.

Atualmente eu já tenho, germinando e crescendo muito


bem, um café cuja semente foi jogada há quatorze meses. Nosso
trabalho é só de acompanhamento, limpando um galho de árvore
aqui, outro ali. Vamos apenas conduzindo o desenvolvimento do
cafezal.

Quero ainda acrescentar que, neste ano (1998), jogamos


480 sacos de semente, distribuídas nas diversas áreas que
temos.

Acho também que muita gente vai seguir esse caminho.


Inclusive outros agricultores já estão lançando semente no meio
do pasto e das capoeiras.

É um método muito simples, diferentes de outros que


exigem adubação e preparo antecipado do solo. De acordo com

122
Mistério da Grande Natureza

esse processo, a gente apenas joga a semente, vira as costas e


depois volta para colher. Reduz-se acentuadamente o trabalho e
muda o ritmo de uma fazenda.

Tenho também, caso vocês queiram, algumas fotografias


para mostrar-lhes.

Sinto-me, de fato, muito contente e orgulhoso com a


experiência de Agricultura da Grande Natureza que estou
conseguindo realizar.

Muito obrigado!

2.1.4 - Experiências no cultivo de café sem fertilizantes e


inseticidas

Há um ano, estive aqui falando com vocês sobre a minha


experiência no cultivo de café sem agrotóxicos.

Como lhes relatei naquela época, comecei a trabalhar com


Agricultura da Grande Natureza, sem colocar absolutamente
nada de adubo, depois que conheci o Reverendo Nakahashi e o
Robinson que me orientaram, colocando-me em contato com os
Ensinamentos de Meishu Sama. Também, foi de suma
importância o meu próprio entender e a experiência dos meus
antepassados que já plantavam café sem usar adubos,
inseticidas ou fungicidas.

Relembrando a situação dos meus ancestrais, dá para


perceber que eles levavam uma vida muito mais saudável. Como
diz o Reverendo Nakahashi, tinham muita alegria de viver, eram
menos materialistas. Não se dedicavam com tanta avareza à
parte monetária e conseguiam realizar um trabalho grandioso.

A partir de 1960-70, entretanto, com o aumento do uso de


fertilizantes e praguicidas, os agricultores foram ficando mais

123
Mistério da Grande Natureza

apáticos. Preocupados, cada vez mais, em correr atrás de


adubos ou de novos inseticidas, foram empobrecendo
progressivamente, pois as dívidas aumentavam à medida que
compravam mais venenos. Além disso, começaram a colocar à
disposição dos consumidores um produto de qualidade, a cada
ano, pior. Conforme a observação do Reverendo Nakahashi, hoje
são alimentos que a gente não consegue comer, nem sentir-lhes
o sabor. Também não nos fornecem energia porque já vêm sem
a força vital da natureza; estão contaminados.

À medida que os anos passam e a gente vem realizando o


plantio do café segundo o método da Agricultura da Grande
Natureza, dá para perceber claramente as várias mudanças que
vêm ocorrendo nos cafezais. Todas elas comprovam os
princípios desse método revolucionário. Às vezes, eu fico até
perplexo com as enormes transformações que acontecem. Não
dá para explicar. Parece que a planta está agradecendo, pois as
folhas apresentam um brilho específico, o fruto é diferente. É
inacreditável, especialmente para quem estava acostumado com
a agricultura convencional, feita com adubos. Quando a gente
comenta tais ocorrências com outros agricultores, ninguém
acredita.

Outro fato interessante é que, conforme já falou o


Reverendo Nakahashi, quando a gente pára de colocar adubo,
acontece um declínio muito grande na produção, seguido de um
aumento vertiginoso. Foi o que se deu com os nossos cafezais.
Entre os anos de 1994 e 1995, houve uma queda acentuada nas
colheitas. Agora estão se reerguendo e nós ficamos surpresos
com a velocidade com que vem melhorando o vigor da planta.
Se, por exemplo, a gente fizer uma análise da folha do cafeeiro,
para verificar o teor de nitrogênio, fósforo, cálcio e potássio, verá
que o resultado vai ser muito mais completo e equilibrado,
quando se estabelece uma comparação com os níveis obtidos
pela agricultura convencional, que coloca elementos artificiais.

124
Mistério da Grande Natureza

Outras constatações dignas de nota dizem respeito à vida


das folhas, que é completamente diferente, e também à maciez
do solo, a qual vai ficando cada vez mais visível, a tal ponto de
até os nossos auxiliares, que trabalham conosco há anos, não
acreditarem. Eles ainda trazem na cabeça aquela antiga
convicção de que, quando se tira um nutriente do solo para
produção de uma, duas ou mais safras, vai faltar para as
seguintes, até acabar um dia. A verdade, porém, não é assim,
conforme já estamos podendo comprovar através das nossas
experiências.

Hoje os nossos funcionários estão surpresos com os


resultados. Eles, no início, me diziam que o método não ia dar
certo; agora são os primeiros a falar comigo sobre a exuberância
de determinadas áreas de plantio. Ficam admirados com a
melhora e o aumento da carga produtiva, ou quando não, falam
da beleza das folhas, da força da vegetação e de outros pés que
estão soltando galhos para o ano seguinte.

Todos esses fatos são muito gratificantes não só para


mim, mas também para os meus empregados. Sentir hoje a
satisfação que eles têm de trabalhar, de participar dessa
experiência e de ver os resultados é algo que me comove
bastante.

Também dos nossos consumidores estamos recebendo


elogios, cada um mais compensador. Eles estão sentindo, dia a
dia, a melhora da qualidade do nosso produto.

É, pois, algo muito gratificante para nós ter começado a


praticar a Agricultura da Grande Natureza. Estamos muito felizes
com os resultados e com o bem-estar de todos aqueles que
trabalham conosco.

Outro fato que merece destaque são os comentários dos


nossos vizinhos de cerca. Dizem eles que o nosso sucesso se

125
Mistério da Grande Natureza

deve à terra que é diferente. Estranho, não é? Além disso, não


plantamos somente em Caconde, mas também em Mococa e
Paraíso. É muito difícil explicar que só essas partes onde estão
as nossas fazendas sejam diferentes. Hoje, porém, alguns que já
começam a olhar o nosso trabalho com outros olhos e, por isso,
se Deus quiser, vai aumentar o número dos praticantes da
Agricultura da Grande Natureza.

Espero, brevemente, estar de novo entre vocês, relatando


outras experiências com o coração ainda mais satisfeito do que
se encontra hoje.

2.1.5 - A prática da Agricultura da Grande Natureza

É um método de plantio e tratamento do solo


completamente diferente dos demais realizados no Brasil ou no
mundo, os quais buscam uma planta padrão, modelo que as
outras devem seguir, de tal forma a ficarem iguais, dando a
impressão de serem produzidas em série, como nas fábricas.
Esse não é o tipo de cultura que a gente está tentando fazer. Nós
buscamos a Agricultura da Grande Natureza que, no meu modo
de ver, apresenta individualidade, pois cada planta vai adquirindo
o seu jeito específico de ser, para depois produzir frutos sempre
mais personalizados.

Conforme eu estava dizendo agora pela manhã, quando


sementes são lançadas ao solo e germinam dando origem às
plantas, estas, por sua vez, assumem um comportamento
próprio: algumas nascem primeiro, bem fortes ou fracas; outras
surgem mais tarde. Por exemplo, há algum tempo, joguei
sementes de café num determinado local de uma de minhas
fazendas. O resultado é que alguns pés já estão produzindo
grãos, enquanto outros apenas começam a nascer. Isso, porém,
não significa que aqueles já grandes sejam os melhores. Na
verdade, cada pé tem a sua personalidade própria; um é
diferente do outro e esse conjunto de características particulares

126
Mistério da Grande Natureza

de cada planta é que vai gerar a energia, o sabor, aquele "algo


mais" tão específico da Agricultura da Grande Natureza que
estamos procurando fazer.

De fato, essa maneira de lidar com a terra nos coloca cada


vez mais juntos da natureza e também mais próximos de Deus.
Eu entendo que essas diferenças são exatamente a energia do
Criador manifestada nas plantas e transmitida a nós através dos
nutrientes que elas nos fornecem em forma de alimento.

Assim, a cada dia, surge uma novidade. A todo momento,


a gente vai recebendo explicações sobre a Agricultura da Grande
Natureza e passa a ver o trabalho com a terra de modo diferente.
Eu, por exemplo, estou começando. Realizo essa experiência
inédita há apenas quatro anos, mas me espanta sobremaneira o
que já aprendi nesse curto espaço de tempo. É tudo tão
gratificante, deveras bonito!

Por outro lado, muitos ainda não aceitam esse novo


método, especialmente os técnicos das agriculturas
convencionais. O que eles querem é uma planta fabricada,
segundo a idéia deles, com perfeição, sem nenhum furinho, nem
machucadura, ou qualquer outro tipo de defeito aparente. Não
importa, contudo, o que haja dentro desde que seja bonita por
fora. Comparando, pode-se dizer que é uma bela caixa de
bombons estragados. Infelizmente essa é a verdade para os
técnicos convencionais.

Nós, às vezes, queremos comprar um produto puro e não


o conseguimos devido às normas impostas ao mercado pela
mídia ou pelos comerciantes. Eis a razão por que essa batatinha
(da qual o Reverendo Nakahashi nos falou), produzida em Santa
Catarina, embora sendo pura, não chega às bancas: ela não está
de acordo com o padrão comercial pré-estabelecido

127
Mistério da Grande Natureza

Também a crítica que o nosso trabalho com Agricultura da


Grande Natureza recebe dos técnicos convencionais é muito
grande. Eles têm medo de quê? Por quê?

Acredito que seja por tratar-se de um processo de extrema


simplicidade e as coisas simples assustam por serem óbvias; não
há como contestá-las. Daí o medo de ficarem sem argumentos.
Então, um trabalho, quanto mais complexo, maiores
oportunidades oferece para a explanação de idéias complicadas,
ou a exposição de supostos conhecimentos técnicos, com certos
termos difíceis, previamente estudados, que até nos deixam
pasmos.

A prática da Agricultura da Grande Natureza não requer,


porém, nenhuma complicação. É um processo simples. Basta
deixar o solo puro, a semente germinar, a planta crescer e
produzir naturalmente. Quanto menos interferência humana
houver, maior será o resultado.

Os técnicos da agricultura convencional querem, contudo,


outro comportamento diante da terra: arar, colocar muito veneno,
bastante adubo, um trabalho imenso para tornar a planta
dependente. É o que acontece quando a gente lança, por
exemplo, o café em uma cova afofada artificialmente, onde foi
colocada uma imensidão de fertilizantes. A planta está, de fato,
sendo enganada porque logo ao soltar as primeiras raízes estará
sendo alimentada por produtos não-naturais. Então, ao deixar a
cova e aprofundar-se na terra, não vai encontrar mais esses
recursos químicos que pareciam fazer parte de sua vida.

O mesmo se dá com respeito à irrigação totalmente


artificial: na época da seca de agosto a setembro, o café vai
sentir. Se, ao contrário, a gente tivesse colocado a semente,
deixando-a nascer sem interferência alguma, a planta já ia,
desde novinha, sendo acostumada a enfrentar problemas, tais
como, a concorrência do mato vizinho, ou de outras árvores, ou

128
Mistério da Grande Natureza

de pragas, ou de plantas inimigas. Estaria apta a buscar o


alimento na terra em que vai permanecer por toda a vida. Por
outro lado, muitas pragas, ao nascerem junto, tornar-se-iam
companheiras por estarem convivendo no mesmo solo. Na
verdade, é essa maneira de agir que faz a gente conseguir
produtos de melhor qualidade, mais saborosos e energéticos.

Também os técnicos da agricultura convencional, quando


vão à fazenda para conversarmos, ficam assustados porque se
depararam com resultados totalmente desconhecidos nos
laboratórios deles. Não encontram explicações. Como
justificativa, limitam-se a dizer que minha terra é diferente.

O interessante, porém, é que não planto só em Caconde,


mas também em Mococa, Guaxupé, Paraíso e Guananésia. Além
do mais, a do meu vizinho de cerca não é a mesma terra?

Entre as pessoas comuns, há também muitas que não


praticam Agricultura da Grande Natureza pela simplicidade dela.
É uma atitude mais ou menos normal do ser humano não
valorizar as coisas simples, achando que os resultados são
pouco compensadores. Daí necessitarem de arar a terra, adubá-
la, colocar-lhe veneno para obterem produtos em abundância.
Muitas vezes, já lhes disse que eu também pensava assim. Não
tenho, porém, hoje a pretensão de estar fazendo o certo, mas
quero, se Deus quiser, chegar aqui amanhã e falar a vocês de
coisa que aprendi, ou estou descobrindo.

Mesmo agora, olhando o que eu fazia antes, percebo uma


mudança da água para o vinho. Antigamente pensava que, para
obter grande produção, deveria trabalhar muito, lutar, fazer isto e
mais aquilo. Não é assim. A gente tem de deixar as coisas
acontecerem normalmente, com simplicidade e ir colhendo os
frutos delas.

129
Mistério da Grande Natureza

2.1.6 - Intoxicação por Agrotóxicos

Numa fazenda vizinha à minha, faz três meses que faleceu


um trabalhador intoxicado por Baysiston.

Após mais ou menos sessenta dias, foi feita a exumação


do corpo e verificou-se que estava perfeito. De tão contaminados,
os órgãos ficaram mumificados e nenhum verme ou bactéria
conseguiu destruí-los. Esse acontecimento causou grande
espanto, deixando muita gente assustada.

O problema de intoxicação dos trabalhadores está ficando


cada vez mais freqüente no interior e em dimensões
progressivamente maiores. Existe já um medo muito grande (e
com razão) de se trabalhar nas lavouras convencionais porque, a
cada ano, surge um novo veneno mais forte, para tentar
combater pragas que estão se tornando, dia a dia, mais
resistentes a qualquer tipo de praguicida.

Em decorrência, também os consumidores saem


indiretamente afetados, embora os primeiros a se contaminar
sejam aqueles que estão em contato direto com os agrotóxicos.

Por essa razão, um grande número de pessoas tem


manifestado o desejo de trabalhar em outros campos e muitos nos
procuram querendo ficar nas nossas fazendas onde o ar é mais puro, o
clima diferente e não há problemas com intoxicação.

Outro fato que comprova a ação perniciosa dos agrotóxicos é o


seguinte: num dia destes, um agrônomo, meu amigo, visitando a sua
fazenda, me ligou, preocupado, perguntando-me se eu podia fornecer-
lhe um pouco de fungos e bactérias, microorganismos que promovem a
decomposição de folhas, pois as dos seus pés de café caíam e não se
decompunham mais. Ele já estava com folhas acumuladas numa
altura de mais ou menos um metro. Respondi-lhe que poderia ir
buscar o que quisesse, mas também lhe disse não se tratar de falta de

130
Mistério da Grande Natureza

fungos e bactérias o problema que enfrentava. Na verdade, a causa


estava no emprego excessivo de agrotóxicos, os quais haviam intoxicado
as folhas, impedindo a ação dos microorganismos.

Esse conceito ficou claro para mim quando eu mudei da


agricultura SAT (feita com adubo químico, mas sem veneno) para a
pura, isto é, a praticada sem agrotóxico algum. Na anterior, eu tinha
muito mais folhas no chão do que agora. Essa diferença pode ser
chamada de absurda. Na Agricultura da Grande Natureza, a
velocidade de decomposição das folhas e galhos que caem no chão é
muito mais rápida. Mesmo nas culturas pelo método SAT (sem
veneno), o processo de decomposição é bem mais veloz do que no
convencional, mas comparado ao da Agricultura da Grande Natureza, a
diferença é ainda da água para o vinho. Acontece assim porque as
folhas não estão mais intoxicadas por nenhum tipo de agrotóxico.

2.1.7 - Outras vantagens da Agricultura da Grande Natureza

Uma delas é a facilidade com que o solo fica fofo. Não precisa
fazer covas, ou revolver a terra com enxadas e picaretas. Os
próprios microorganismos fazem esse trabalho para nós.

Hoje, minha única tarefa é percorrer as fazendas com uma


varinha de ferro bem fininha para avaliar a porosidade da terra,
conforme a facilidade com que a varinha penetra no solo. E eu já
posso dizer que está ficando um trabalho cada vez mais fácil.

Num dia desses, um amigo meu realizou essa experiência


para certificar-se do que eu lhe havia falado. Com a varinha em punho,
foi enfiando-a na terra. No começo encontrou alguma dificuldade
porque, às vezes, esbarrava numa pedrinha. Num dado momento,
porém, ele foi com tudo para o chão. De tão profunda que estava a
porosidade, a varinha penetrou de uma só vez no solo, meu
amigo perdeu o equilíbrio e caiu. Apesar disso, ainda comentou
que era naquele lugar que o solo estava macio. Para certificar-se,
testou outros pontos e, então, verificou que fungos e bactérias não

131
Mistério da Grande Natureza

trabalham apenas num local, pois toda a região apresentava um


solo bem poroso. É claro que a fazenda inteira não está ainda
assim; além de ser uma área muito grande, há lugares em processo
de formação.

Eu pedi, há algum tempo, aos agrônomos para medirem o


nível de porosidade desse solo, montando inclusive um campo de
pesquisa, sob a orientação da Faculdade de Agronomia, para que
eles pudessem examinar, do ponto de vista técnico, o que
realmente está acontecendo.

A Universidade da Lavras já propôs, há tempo, instalar um


campo experimental na fazenda, mas ficou só nos planos. Agora a
Universidade de Machado tem um projeto semelhante, visando a
descobrir o que está acontecendo com o nosso solo, ou por que é
tão diferente.

2.1.8 - O consumidor

É muito gratificante quando a gente produz e o comprador


elogia o produto e o trabalho que a gente realiza.

Nosso café, por exemplo, é vendido para o Japão desde 1992.


Os consumidores estão espantados com a melhoria da qualidade de
ano para ano.

Recentemente esteve visitando a fazenda o Sr. Hasegawa,


torrador de café no Japão. Ele vem anualmente ao Brasil para ver
como estão as plantas, os produtos, como será a nova safra, a fim
de poder comunicar aos consumidores japoneses qual é a situação
do plantio do café e como está o comportamento das fazendas.

Na época dessa visita, andamos quatro dias pelos cafezais e o


Sr. Hasegawa ficou espantado de ver a mudança ocorrida do ano
passado para o atual. Ainda não dá para testar a nova safra porque
os grãos estão verdes. E é preciso também um período de descanso

132
Mistério da Grande Natureza

antes do teste. Mesmo assim, o Sr. Hasegawa tem quase certeza de


que vamos ter uma melhora extraordinária na qualidade do nosso
produto. Ele está muito animado.

Um provador de café no Japão, chamado Sr. Hayashi,


pertencente à firma "Café Paulista", tem reclamado muito
ultimamente da queda de qualidade do café no mundo inteiro.

Esse especialista participa anualmente, nos Estados Unidos,


da Feira "Special Coffee" (Café Especial) para onde são enviadas
amostras do mundo inteiro a fim de serem degustadas,
comparadas e analisadas. Pelo fato de o Sr. Hayashi ser um antigo
provador de café, tem grande experiência no ramo e, por isso,
percebe facilmente a perda da qualidade do produto.

Há alguns tipos de café que são famosos no mundo, como o


da marca Kona, produzido na Ilha do Hawai, que conta com um
marketing muito grande. Outro é o Blue Malt, jamaicano,
internacionalmente conhecido, bem como o Kilimanjaro, da África.

Todos esses tipos de café, segundo a opinião do Sr. Hayashi,


eram produtos excelentes, enquanto produzidos por métodos mais
naturais, nos lugares de origem, mas, com a entrada dos adubos e,
depois, dos praguicidas, a qualidade vem caindo dia-a-dia.

Disse-me, ainda, o Sr. Hayashi que na última Feira "Special


Coffee" provou cerca de dez amostras dos melhores cafés do
mundo. Analisou também as nossas, das Cooperativas de Serrado,
Patrocínio e Guaxupé, ao todo, mais ou menos, cinco amostras do
Brasil inteiro. Entre elas, o nosso café, o Florestal, destacou-se por ser
totalmente diferente dos demais. Além disso, em uma mesa com os
melhores do mundo, puderam verificar a incontestável pureza e o
paladar inigualável do "Café Florestal".

Ter o nosso produto destacado em valor mundial é algo


muito gratificante para nós.

133
Mistério da Grande Natureza

Tanto o Sr. Hayashi como o Sr. Hasegawa acham que nós


vamos ter uma melhora de qualidade muito mais marcante este
ano (1999). Hoje (24/04/99), os dois estão voltando ao Japão,
levando ótima impressão do nosso trabalho, o que muito nos
comove.

2.1.9 - Um fato curioso

Na época do lançamento da marca do nosso café no Japão,


eu sugeri "Café Florestal" porque as nossas plantações se parecem
com uma floresta.

Nesta sua última viagem ao Brasil, o Sr. Hasegawa me


disse ter sido notável a minha idéia, pois hoje a marca "Florestal"
goza de credibilidade em Tóquio. Tanto assim que outros produtos,
como cacau, chá preto, chá verde e água mineral, levam o nome
"Florestal".

Recentemente uma companhia que constrói embarcações


pediu o direito de usar a denominação "Florestal" como patente de
uma de suas produções. Isso prova que a marca passou a usufruir do
respeito de todos os consumidores, devido à preocupação com a
qualidade e a pureza do produto que representa.

Todos esses acontecimentos nos deixam cada vez mais


felizes e com uma vontade imensa de voltar correndo para a
fazenda a fim de produzir e ter contato com a natureza, encontrar
novidades, ir constantemente adiante.

É muito bonito deparar sempre com algo diferente. Assim a


vida não fica tão monótona.

Eu, particularmente, me sinto um privilegiado por estar


produzindo pelo método da Agricultura da Grande Natureza. Dou
graças a Deus por ter conseguido inovar com esse trabalho inédito.

134
Mistério da Grande Natureza

Além de tudo, a nossa experiência está sendo útil à humanidade


inteira.

2.1.10 - Uma brisa suave

Há poucos dias, recebi visitas de fazendeiros de Alienas.


Andamos pelos campos e depois, à tarde, sentamo-nos na varanda
para conversar sobre o nosso passeio. Então soprou aquela brisa
fresca, agradável. Os visitantes comentaram a respeito dizendo ser
o ar, na minha região, bem mais fresco que em Alienas. Eu lhes
informei sobre a altitude do lugar, de mais ou menos novecentos
metros, ao que eles acrescentaram ser a mesma de Alienas. Nesse
momento, então, lhes disse que, se parassem de usar venenos, iriam
ter também, nas suas fazendas, uma brisa tão suave quanto aquela.
Além disso, seus ajudantes iriam sentir-se bem dispostos, fato que
lhes traria um lucro extraordinário.

2.1.11 - Procura por alimentos puros

Está, a cada dia, mais freqüente a procura de alimentos não-


contaminados. Inclusive o Reverendo Nakahashi tem falado
bastante sobre o assunto.

Eu, por enquanto, estou percebendo que a busca maior é


pelos chamados alimentos biológicos ou orgânicos. De fato, as
pessoas ainda não tomaram consciência de que o alimento puro é
algo mais. Conforme Meishu Sama sempre falou, um produto com
pureza absoluta possui uma energia de origem divina que vai
fortalecer o nosso espírito.

Como Meishu Sama diz, com a aproximação da Era do Dia,


a dissolução das toxinas vai ficando mais fácil. Então as impurezas
existentes nos produtos orgânicos e biológicos também estão
sendo liberadas com maior facilidade. Daí se notar uma procura
crescente, no mundo inteiro, por alimentos sem contaminação.

135
Mistério da Grande Natureza

Recentemente houve, na Europa, um congresso sobre o


aparecimento de tumores linfáticos e sua correlação com a
alimentação. A partir de uma experiência feita concomitantemente
nos Estados Unidos, em Israel e na Europa, chegou-se à
conclusão de que o uso de adubos e, principalmente, de
herbicidas nas plantações, está diretamente relacionado ao
surgimento de tumores linfáticos.

Além dessa constatação, a procura por alimentos mais puros


é uma necessidade do nosso espírito que precisa ser fortalecido
pela energia divina de onde se originam todas as coisas criadas,
inclusive as plantas. Então, conseguir produtos com essa
característica só é possível através da Agricultura da Grande
Natureza, uma prática extremamente simples.

É pena que dificilmente a gente perceba que, ao criar a


planta, Deus a colocou para nutrir-se da terra pura e não de
adubos orgânicos ou químicos, ou ainda de outro aditivo qualquer.
Cultivadas dessa forma, todas elas vão ter, com certeza, mais
condições de fortalecer o nosso espírito.

Já está dando para o povo perceber que, ao consumir um


alimento puro, o sabor e a reação do organismo são diferentes.
Assim acontece porque as nuvens espirituais começam a ser
dissipadas.

2.1.12 - A reação dos agrônomos

Com relação aos agrônomos, o que posso lhes dizer é o


seguinte: até 1983, tínhamos uma plantação de café adensado,
pouco comum, na época, entre os cultivadores do produto.

Um pouco mais tarde o IAC (Instituto Agronômico de


Campinas) juntamente com o Campus Experimental de Mococa,
me procurou para fazer uma experiência na fazenda sobre nutrição
de café adensado. Não ofereci nenhum problema e cedi uma área

136
Mistério da Grande Natureza

para a referida pesquisa. Assim os técnicos realizaram a


experiência até a geada de 1994.

Logo depois estiveram na fazenda os agrônomos do IAC e do


Experimental de Mococa para comentar a experiência, segundo eles,
muito contraditória, pois chegaram à conclusão de que o nitrogênio
é extremamente depressivo à produção de café, ao contrário do
que eles esperavam. Achavam que a adubagem de nitrogênio
deveria aumentar a produção, e ocorreu exatamente o contrário.
Quanto ao potássio, não houve diferença; com relação ao fósforo,
cálcio e magnésio, também não ocorreram resultados positivos.

Além disso, os agrônomos estranharam demais o fato de a


minha plantação sem nenhum tipo de adubo especial ter produção
maior que a dos ensaios, ficando, mais uma vez, comprovada a
potencialidade da Agricultura da Grande Natureza.

Essa pesquisa da qual lhes estou falando será publicada na


revista do IAC, a ser lançada no final deste mês (junho/99).

Na verdade, com esse experimento, os agrônomos do IAC


não chegaram à conclusão alguma. Obtiveram uma resposta
contrária à esperada. Por isso, desde a geada de 1994 até hoje
(1999), a pesquisa ficou sem prosseguimento.

Recentemente eles voltaram à fazenda e, tendo comprovado


o meu trabalho na Agricultura da Grande Natureza, perguntaram-me
se tal atitude teria sido resultante dos experimentos deles.

Na realidade, eu nem sabia quais tinham sido as suas


observações. Coincidentemente, porém, foi em 1994 que conheci o
Robinson e o Reverendo Nakahashi e comecei a praticar a
verdadeira técnica agrícola.

137
Mistério da Grande Natureza

Sei também que os agrônomos, a partir das observações que


fizeram, deveriam incentivar a Agricultura da Grande Natureza,
mas, pela formação que receberam, não a aceitam ainda.

Estão, contudo, começando a implantar campos


experimentais de plantio com adubo orgânico em Mococa e
Pindorama. Paralelamente vão criar uma área para Agricultura da
Grande Natureza, porque ficaram impressionados com as primeiras e
inesperadas conclusões obtidas a partir dos experimentos realizados
na minha fazenda.

2.1.13 - Intoxicação de agricultores

Um problema grave que os agricultores estão


constantemente enfrentando é a intoxicação cada vez mais
freqüente e com maior intensidade.

Como dia-a-dia aumenta o número e a diversidade das


pragas, os agricultores acham que, colocando inseticidas mais
violentos, poderão controlá-las. Com isso, os trabalhadores estão
enfrentando um risco incalculável de contaminação, além de muitos
estarem ficando doentes e até morrendo, vítimas de tais venenos.

2.1.14 - Os transgênicos

Agora está surgindo o problema dos transgênicos.

Os pesquisadores vêem, nesse novo tipo de semente, a


solução para o desaparecimento de pragas. O que de fato vai
acontecer será o surgimento de outras mais potentes para purificar
essa toxina transgênica, causando assim mais estragos à
Natureza.

Vamos esperar para ver até onde nossos pesquisadores


chegarão com suas "brilhantes idéias", tentando consertar danos
que eles mesmos causaram.

138
Mistério da Grande Natureza

Tudo, porém, é tão simples de ser resolvido. Basta deixar as


plantas entregues à sabedoria da natureza que, num prazo de dois
a três anos, o solo estará inteiramente purificado. A partir daí,
qualquer plantação, por mais intoxicada que se encontre, volta
revitalizada, formando quase uma floresta, o que significa dizer que a
natureza nos está ensinando como agir.

Portanto, é urgente que a deixemos trabalhar sem a nossa


interferência. Dessa forma, aproveitaremos muito mais e melhor
os frutos que ela nos fornece.

2.1.15 - Ação dos fenômenos naturais

Ouvindo o Reverendo Nakahashi falar sobre o vento, fiquei


relembrando a nossa propriedade. De fato, percebo que, após quatro
anos praticando Agricultura da Grande Natureza, o sopro da brisa na
nossa fazenda é bem diferente daquele que se propaga em outros
lugares. Como é gratificante poder falar sobre uma sensação de
bem-estar que brota do coração e nos torna cheios de profunda
gratidão a Deus, por estarmos dedicando-nos à terra sem contaminá-
la pelos agrotóxicos.

Há um mês, eu estava fazendo, aqui em São Paulo, uma


palestra sobre o cultivo sem fertilizantes e praguicidas na
Associação de Agricultura Orgânica. Todos os ouvintes acharam
meu trabalho muito estranho e diferente daquele praticado pelos
outros agricultores, em relação ao uso da terra.

Após ter explicado a nossa maneira de lidar com o solo, bem


como o desenvolvimento das nossas lavouras, foi a vez de um
amigo, cafeicultor orgânico da cidade de Machado, Minas Gerais,
expor o seu método. Como não tinha argumento convincente, e
percebendo que o processo da Agricultura da Grande Natureza é muito
mais simples, disse apenas que as minhas terras serviam de adubo
para todas as outras. Não é, contudo, bem assim. Quer dizer: então, só
a minha terra é boa em Mococa, em Caconde, Paraíso e Jacuí? Na

139
Mistério da Grande Natureza

verdade, o que os demais agricultores sentem é medo de se dedicar a


outro método de plantio. Não têm ainda convicção suficiente de que
a Agricultura da Grande Natureza produz resultados satisfatórios.
Por isso ficam buscando razões para continuar no processo
convencional.

Outra coisa que está acontecendo, e também nos chama a


atenção, é o fato de alguns compradores de café para exportação,
especialmente da região de Guaxupé, já não quererem mais os produtos que
tenham sido cultivados com muito agrotóxico, como por exemplo, o Tíiiodam,
usado para combater a Broca. Esse café já não está conseguindo um
bom preço no mercado exportador. Embora tenha uma boa aparência, a
aceitação internacional é fraca.

Mais um fato digno de nota: atualmente estamos passando por


uma estiagem muito grande, mas durante esse período é que a gente
pode perceber perfeitamente a diferença entre a Agricultura da Grande
Natureza e as demais.

Na semana passada, pedi ao Robinson (membro do Templo


Luz do Oriente, residente em Caconde) que convidasse alguns
cafeicultores para uma visita à minha fazenda, a fim de
testemunharmos juntos a diferença entre o café que cultivamos sem
adubos nem fertilizantes e o de outras fazendas vizinhas à nossa, que
plantam sem veneno, mas com adubo (cultura SAT), bem como pelo
método convencional, que emprega fertilizantes e praguicidas.

Foi então, que passaram uma tarde, na fazenda, o Robinson, o


Frank (jornalista de Caconde) e dois cafeicultores da região: Hamilton e
Júlio.

Percorrendo os cafezais, pudemos observar a diferença de


comportamento de uma planta para outra. Realmente, nos vizinhos,
elas estavam muito castigadas pela seca. Entretanto, depois de
alguns passos, entramos no café puro da minha fazenda. Vimos,

140
Mistério da Grande Natureza

então, folhas brilhantes, abertas, totalmente limpas e o aspecto do


cafeeiro, satisfatório. Parecia até que estava sendo irrigado.

Talvez alguns cafeicultores não percebam tanto essa


diferença em período de seca, nos locais onde a altitude é mais ou
menos a mesma, embora possam sentir uma vibração diferente que
emana de uma plantação da Agricultura da Grande Natureza.

Em se tratando da nossa região, localizada a oitocentos


metros de altitude, a planta sente mais o efeito da seca e, por isso,
a diferença é bem marcante.

Por outro lado, quando cultivadas em solo envenenado por


fertilizantes ou inseticidas, as folhas nascem desnorteadas,
enroladas, parecendo um parafuso. Isso acontece devido ao trato
artificial dado a elas, o qual as torna incapazes de enfrentar uma
estiagem ou, em outras situações, aproveitar a umidade.

Vejamos um exemplo: num dos últimos fins de semana,


tivemos uma chuva, boa até, de vinte milímetros, mais ou menos.
As plantas da agricultura convencional e da SAT, que estavam
sofrendo muito com a seca, não conseguiram absorver a água e, por
isso, não se notou nelas nenhuma mudança até agora. Na verdade,
elas estão de tal modo sem o instinto próprio, que não foram
capazes de aproveitar a umidade tão necessária ao seu
desenvolvimento.

Outro fato importante a ser considerado diz respeito à


floração. As culturas convencionais e SAT, por terem sido forçadas
a uma grande produção, através de fertilizantes, geraram flores em
quantidades bem maiores que as apresentadas pelas plantas da
Agricultura da Grande Natureza.

Em compensação, o abortamento dos frutos foi quase total.


Isso mostra que a planta foi forçada a realizar algo anormal, além
de sua capacidade germinativa. De outra parte, em conseqüência

141
Mistério da Grande Natureza

da chuva que ocorreu, estão acontecendo, nas plantações de


Agricultura da Grande Natureza, floradas, uma após outra, todas
muito boas. Além disso, a penca não vai ficar estressada, quer
dizer, todas as flores conseguirão transformar-se em frutos.
Enquanto isso, nas culturas convencionais e SAT, não se vê uma
flor aparecendo até agora.

Gostaria também de comentar um pouco sobre a atitude


dos meus funcionários que estão até mais surpresos do que eu.
Confesso para vocês que, ao começar a prática da Agricultura da
Grande Natureza, não esperava obter resultados tão
surpreendentes. Então, quando tecemos comentários sobre a ação
da estiagem, os meus auxiliares são os primeiros a me chamarem a
atenção sobre como está a fazenda de fulano ou de sicrano; ou ainda
observam atitudes de algum outro agricultor que, ao tentar, através
do adubo, reagir contra a seca, deixa a sua plantação mais perdida
ainda. Com isso, eu percebo o quanto eles estão entusiasmados e
felizes vendo todas essas transformações, ao mesmo tempo em
que vão observando os resultados de um método tão simples,
mas realmente extraordinário.

Todas essas inovações estão causando um grande


impacto nos cafeicultores que visitam a minha fazenda. Hamilton e
Júlio (de quem já lhes falei) puderam testemunhar que o café deles
- cultivado em Caconde, região alta, que não sente tanto a seca -,
não apresentava aquele mesmo brilho, aquele viço, aquela vida
demonstrada pela nossa plantação. Frank, o jornalista de
Caconde, num arroubo de entusiasmo, comparou as
transformações da Agricultura da Grande Natureza a uma
revolução, a uma bomba de Hiroshima, tal a profundidade das
mudanças constatadas.

Outra coisa interessante que aconteceu na última semana


foi o recebimento de um telefonema de um pessoal que ouviu
uma palestra minha no Parque da Água Branca, em São Paulo. São
plantadores de frutas por processos naturais, conforme dizem, na

142
Mistério da Grande Natureza

região de Montes Altos. Queriam visitar a minha fazenda. Eu os


recebi, passamos juntos uma tarde, conversando sobre o método
da Agricultura da Grande Natureza. Em certo momento, eles me
perguntaram se eu, de fato, agia nas minhas terras, exatamente
como havia exposto na palestra da Água Branca. Respondi-lhes,
reafirmando que na minha fazenda só entrava sol, chuva e vento.
Mais nada. Então concluíram que o processo usado por eles não
era tão puro ainda, pois acrescentavam alguns ingredientes
artificiais. Embora o trabalho deles seja um comecinho, uma
tentativa válida, puderam concluir com acerto que, na minha fazenda,
o processo é realmente natural, puro. Mesmo assim, ficaram com
um pouco de medo de passarem, em definitivo, à prática da
Agricultura da Grande Natureza.

Impera ainda, como vêem, aquele velho problema: achar


que a terra é fraca. Contudo, incentivei-os bastante, procurando
mostrar-lhes que todo solo tem sua energia peculiar, com
potencial próprio e uma vida muito particular. Disse-lhes ainda
que, no início, poderia acontecer de eles não conseguirem cinco
caixas de laranja por pé. Talvez duas ou três, mas depois de algum
tempo, seriam muitas a mais. É preciso tentar. É preciso começar.
Sugeri-lhes que iniciassem numa pequena área, como experiência.
Dei-lhes também exemplares do Kototama (revista publicada pelo
Templo Luz do Oriente). Vou enviar-lhes depois Ensinamentos de
Meishu Sama sobre Agricultura da Grande Natureza.

Espero sinceramente que os nossos, agora, amigos de


Montes Altos se tornem, o mais rápido possível, os novos
plantadores de acordo com o método da Agricultura da Grande
Natureza.

Ainda um outro fato digno de nota é o que está acontecendo


com os meus vizinhos fazendeiros. Estão tremendamente surpresos
com aquilo que inicialmente achavam ser a maior loucura, um
verdadeiro absurdo da minha parte.

143
Mistério da Grande Natureza

Eu estava andando pela fazenda, apanhando algumas flores


para trazê-las para cá, para o Templo. Foi, então, que encontrei alguns
deles olhando estupefatos para os meus cafezais, com um ponto de
interrogação na cabeça, procurando entender o que realmente está
acontecendo. Ao constatarem a exuberância de vida das minhas
plantações, ficam confusos, pois vêem, indo por água abaixo, tudo o
que eles aprenderam com os agrônomos e continuam pondo em
prática. Já não se sentem, porém, tão seguros. Estão começando a
perceber que as teorias deles se opõem a tudo o que nós fazemos
na Agricultura da Grande Natureza e com resultados surpreendentes.
Esse método simples e natural, que respeita e reverencia a terra, é
uma verdadeira bomba de Hiroshima, de acordo com o dizer de Frank,
nosso amigo e jornalista de Caconde.

2.1.16 - O arroz de Santa Catarina

Na semana passada, eu tive o grande prazer de ir até Santa


Catarina e visitar o sítio onde é plantado esse arroz magnífico que
está disponível ao consumo dos membros e freqüentadores aqui no
Templo. Lá conheci as pessoas responsáveis pela plantação, a
Elóia e o Paulinho. Realmente é um lugar muito bom. Passando por
Santa Catarina, vocês não podem deixar de conhecê-lo e ver como
é produzido o arroz puro.

A Elóia me informou que há seis anos produz arroz no


mesmo local, pelo método da Agricultura da Grande Natureza.
Disse-me também que, dois anos antes, já se plantava sem uso
de adubos, fertilizantes ou agrotóxicos, quer dizer, há mais de oito
anos, o solo não recebe elementos estranhos. Por isso a terra
realmente nos chama muito a atenção. É macia, fofa, diferente das
outras terras que a gente percebe ásperas, sem liga, totalmente
áridas, muito ao contrário do que nós pudemos perceber em Santa
Catarina. Lá existe um solo feliz, inclusive com uma nascente, no
meio da mata, cujas águas descem e irrigam a plantação.

144
Mistério da Grande Natureza

Além disso, a produção está aumentando cada vez mais.


Este ano, o Templo arrendou uma parte do sítio vizinho e plantou o
arroz brasileiro. Esse não tinha ainda sido colhido, mas estava
realmente muito, muito bonito, todo espigado com os cachos
tombando de tão carregados. Ao se estabelecer uma comparação
com outras plantações de arroz da região, percebe-se uma
diferença muito grande. É gratificante ver como é tratada a terra,
como a Elóia e o Paulinho cuidam daquele verdadeiro paraíso. A
gente não vê aquele desespero que ocorre na agricultura
convencional, com agricultores ansiosos, colocando adubos,
preocupados com as pragas, pulverizando inseticidas. Lá, ao
contrário, tudo é calmo, tranqüilo, um ambiente agradável.

Bom, para resumir, esse arroz está disponível para nós aqui
e, a cada dia, fica mais saboroso porque tudo é feito com muito
amor e carinho.

2.1.17 - O café de Caconde e de Mococa

Agora vamos falar sobre o café lá da nossa região de


Caconde e Mococa.

Embora não estejamos ainda com tantos anos de


Agricultura da Grande Natureza, como em Santa Catarina, já
podemos perceber mudanças muito grandes. Engraçado que vão
ocorrendo, pouco a pouco, pequenas alterações e, quando a gente
desperta, percebe que foi uma verdadeira revolução e determinou
a abertura de grandes portas. Então, a gente fica, ao mesmo
tempo, assustado e cheio de gratidão por ter condições de
participar desse grandioso trabalho. São tantas coisas
extraordinárias que acontecem, que não sei como explicá-las a
vocês.

Quando comecei a praticar Agricultura da Grande Natureza,


após ter conhecido o Reverendo Nakahashi e o Robinson
Cervantes, foi como se um verdadeiro raio da Luz Divina tivesse

145
Mistério da Grande Natureza

sido dirigido para mim, transformando-me no veículo que hoje sou.


É, de fato, muito gratificante. Quando olho para trás, nem acredito.
Fico espantado por ter conseguido mais do que realmente
esperava. A realização foi bem maior que o esforço. A reação das
plantas, dos animais, do vento, da água, enfim tudo me comove.

2.1.18 - O sabor dos alimentos

O Reverendo Nakahashi sempre ressalta o sabor dos


alimentos.

Outro dia aconteceu uma coisa muito interessante. Meu tio


faleceu e minhas irmãs precisaram ir ao velório. Uma delas, que
inclusive está aqui presente, todas as manhãs come mamão.
Como saiu correndo para ir ao velório, não comprou a fruta na cidade.
Dormiu na fazenda e, no dia seguinte, não havia o mamão do tipo
papaia de que ela gosta. Lá só tínhamos o mamão comum plantado
no meio do cafezal, que ela achava amargo e, por isso, não queria
comê-lo. Então lhe disse que aquele mamão de antigamente era sem
gosto e amargo porque o cultivávamos em solo muito adubado. Na
época, tínhamos que batê-lo no liquidificador com muita laranja e
açúcar para que pudéssemos digeri-lo, mas agora possuía um sabor
diferente, por ser cultivado sem fertilizantes. Fiz de tudo para que ela o
experimentasse. Diante da minha insistência, resolveu prová-lo e
achou-o delicioso. "É inacreditável — disse-me ela — como mudou de
sabor! Está completamente diferente". Na verdade, era o mesmo que
comíamos quando criança na fazenda do nosso avô, só que
atualmente produzido pelo método da Agricultura da Grande
Natureza.

Hoje, de fato, perdemos o sabor verdadeiro dos alimentos


porque só comemos produtos impuros. Não seguimos mais a
orientação do Criador. Vivendo de modo artificial, vamos nos
desligando cada vez mais desse contato com a natureza pura e nos
afastando, cada vez mais, da Vontade de Deus.

146
Mistério da Grande Natureza

2.1.19 - Outras constatações

Observando os nossos cafezais, dá para entender que, como


eu digo, deixando as plantas se alimentarem da terra, conforme a
determinação do Criador, elas vão ter que aprofundar a raiz em
busca de nutrientes.

Como neste ano houve uma seca muito forte, muitas


queimadas pelo interior, as plantas tratadas com adubo ficaram
como a humanidade: perdidas. Não souberam sentir a natureza.
Por exemplo, nos cafezais, pudemos observar o seguinte: os da
vizinhança deram muitas flores; os nossos, pouquíssimas. Eu até
me assustei. Pensei que a produção seria menor que a dos outros.
Aconteceu, contudo, exatamente o contrário. Os cafezais adubados,
embora tivessem produzido muitas flores, todas elas abortaram, não
frutificaram. O nosso, que havia florescido pouquinho, quando em
novembro veio a chuva, trazendo a umidade necessária, foi dando
mais flores, as quais se transformaram todas em frutos. Por outro lado,
os cafezais alimentados com nutrientes artificiais já não tinham
mais botões florais, pois todos se haviam aberto anteriormente.

Então, o que pudemos concluir, depois dessas ocorrências, é


que aquela planta que está se alimentando unicamente da terra
pura vai aprofundando a sua raiz para ir à busca do nutriente de
que necessita para a sua sobrevivência, sem se preocupar com o
florescimento. Em outras palavras, é como se estivesse recebendo
uma informação da natureza, do Criador para não produzir,
naquele momento, tantas flores, porque iria acontecer uma seca
enorme. As outras, entretanto, não conseguiram captar a
mensagem. Essa é a minha maneira de ver e entender a vida das
plantas, mas o Reverendo Nakahashi pode nos dar outras
explicações mais detalhadas.

Essa mesma ocorrência pode ser estendida para nós.


Quando nos alimentamos somente de coisas impuras, ficamos
mais distantes da linguagem do Criador; precisamos, então, de

147
Mistério da Grande Natureza

muitos tradutores para entendê-la. No momento, porém, em que


começamos a fazer uma alimentação pura, tudo começa a mudar
na nossa vida. (Aqui entra também a minha própria experiência).
Vamos ficando mais livres e bem receptíveis aos desígnios de
Deus. Torna-se, então, muito fácil para nós senti-lo e entender a
Sua mensagem.

Eu só posso agradecer profundamente a Luz Divina que


recebi e que me orienta.

Sou grato, também, por ter permissão de cultivar produtos


pelo método da Agricultura da Grande Natureza, cujos resultados
são alimentos com muita energia espiritual e um sabor
intraduzível.

Quero ainda louvar, de modo especial, o Criador por me


permitir colocar produtos puros à disposição de todos.

2.2 - Outras Experiências

2.2.1 - Caconde (SP)

Na região de Caconde, Estado de São Paulo, alguns


pequenos agricultores estão praticando também a Agricultura da
Grande Natureza e, com isso, despertando interesse de alguns
consumidores, inclusive de um supermercado da cidade. Muitos
desses produtos são vendidos na feira semanal da cidade de
Caconde e também na Sede do Templo Luz do Oriente, em São
Paulo, capital.

2.2.2 - Fazenda Dourada (Ibiúna - SP)

O Templo Luz do Oriente mantém dois campos


experimentais, onde é praticada exclusivamente a Agricultura da
Grande Natureza. Um deles está localizado em Ibiúna, São Paulo,
Fazenda Dourada (Zuisenkyo). Nesse local, plantam-se algumas

148
Mistério da Grande Natureza

verduras, legumes, mandioca e milho. É um trabalho ainda inicial,


mas espera-se que seja, no futuro, benéfico a um grande número
de pessoas.

2.2.3 - Guaramirim (SC)

A outra gleba fica em Santa Catarina, Guaramirim, onde se


cultiva especialmente arroz dos tipos brasileiro, japonês e selvagem.
Também são plantadas algumas verduras e legumes para consumo
caseiro. Além disso, nesse mesmo sítio, está sendo iniciada uma
criação de peixes, bem como a seleção de sementes puras, isto é,
resultantes de colheitas a partir de produtos totalmente livres de
agrotóxicos. Futuramente os agricultores poderão dispor, talvez,
de um "Banco de Sementes" sem contaminação.

2.3 - Informações Gerais

2.3.1 - Posto de vendas

O Templo Luz do Oriente mantém um posto de vendas de


produtos oriundos da Agricultura da Grande Natureza.

2.3.2 - Culto em prol da Agricultura da Grande Natureza

No último sábado de cada mês, é realizado um Culto Especial


em prol da Agricultura da Grande Natureza, na sede do Templo
Luz do Oriente, em São Paulo, capital. É o instante em que tanto
agricultores quanto consumidores podem agradecer a Deus os
benefícios de um produto livre de adubos e pesticidas e, ao
mesmo tempo, pedir ao Criador que o trabalho de plantio sem
agressão à natureza frutifique e se torne um bem comum a toda a
humanidade.

149
Mistério da Grande Natureza

2.3.3 - AGRAN - Associação da Grande Natureza

Foi fundada, no dia 07/04/01, a AGRAN (Associação da


Grande Natureza) entidade civil sem fins lucrativos, com atuação
em todo o território nacional e internacional, regida por um estatuto
próprio em conformidade com a legislação em vigor.

A AGRAN é uma associação indenpendente, fundamentada


nos Ensinamentos de Meishu Sama. Tem como um dos seus
objetivos divulgar, incentivar e intermediar todas as atividades
humanas que não agridam a Grande Natureza.

Está sediada em Caconde, Estado de São Paulo, no


Condomínio "Portal da Estância", Casa 13, Bairro Bela Vista.

Mais informações:

Robinson Pedro Cervantes


Telefone: (0xx19) 3662-2008
E-mail: rpcervantes@uol.com.br

Sr. João Pereira Lima Neto


Telefone: (0xx19) 695-4107 ou 656-0128
E-mail: jncafe@hotmail.com

150
Mistério da Grande Natureza

MENSAGEM DO TRADUTOR

Ao terminar a tradução dos textos de Meishu Sama sobre


Agricultura da Grande Natureza, que estão presentes neste livro,
ficou para mim muito claro o princípio no qual deve fundamentar-se o
processo agrícola. Até então, via esse trabalho apenas como uma
atividade realizada por outras pessoas. A partir de agora, estou curioso
e desejo acompanhar, de perto, o cultivo de algumas espécies.
Gostaria, por isso, de começar uma pequena horta caseira onde
poderiam ser plantados, além de verduras, legumes e frutas, também
flores. Desse modo, estarei acompanhando todo o desenvolvimento da
planta, desde a semeadura, crescimento, maturação até a colheita
e, ao mesmo tempo, tornando concreto o nosso trabalho teórico que
foi feito com muita dedicação. Será também uma forma de vivenciar,
através do contato com a terra, a força da Grande Natureza e o amor
que Deus devota às Suas criaturas.

Se este livro, então, despertar o interesse pela prática da


Agricultura da Grande Natureza, eu acredito que foi válido nosso
esforço para organizar e traduzir os Ensinamentos de Meishu Sama que
constituem o conteúdo desta Obra.

Agradecemos também a imensa ajuda que recebemos do


Céu e da Terra durante a nossa dedicação. Foram momentos de
muita alegria e felicidade. Espero compartilhar com todos os leitores
o mesmo sentimento para, juntos, podermos desvendar um pouco
do MISTÉRIO DA GRANDE NATUREZA.

Minoru Nakahashi

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Mistério da Grande Natureza

GLOSSÁRIO

Meishu Sama: é o fundador da Doutrina Messiânica. Nasceu na parte


mais oriental de Tóquio, capital do Japão, no bairro de Hashiba, em 23 de
dezembro de 1882. Até os 40 anos de idade, foi um homem comum,
que se dedicava a atividades comerciais e a estudos artísticos.

Em 15 de junho de 1931, recebeu de Deus não só a revelação


de que estava aproximando-se a Era do Dia, marco inicial de uma
nova civilização, mas também toda força necessária para ensinar como
podem ser eliminadas, do mundo todo, as causas das doenças,
misérias, conflitos, sofrimentos esses que, há muito tempo, vêm
afligindo a humanidade, impedindo-a de ser feliz.

Então, a partir de 15/06/31, Meishu Sama passou a dedicar-se


inteiramente à propagação dos Ensinamentos que lhe foram
transmitidos por Deus, com objetivo de proporcionar aos seres
humanos os meios corretos para o estabelecimento de uma Era
repleta de saúde, abundância e paz, plena de verdade, virtude e
beleza.

Doutrina Messiânica: não é simplesmente uma religião.


Naturalmente, ela tem uma parte mística, mas não se restringe só a
esse aspecto. Seu principal objetivo é a salvação da humanidade,
estando, por isso, fundamentada em princípios que visam a criar
felicidade. É, pois, uma tarefa sem precedentes na história mundial.

Portanto seu principal objetivo é despertar os homens para o


poder de Deus sobre todas as criaturas, princípio esse, por longo
tempo, adormecido. Não se trata, contudo, de um trabalho fácil, porque
a maioria dos povos civilizados, tendo a alma fascinada pela ciência,
negligenciou a existência de Deus. Daí ser necessária uma força supra-
humana para sacudir as mentes e os corações. A esse prodígio
renovador, Meishu Sama denominou milagres. São ocorrências
comuns na fé messiânica, e operadas pelo poder absoluto de Deus

152
Mistério da Grande Natureza

Supremo, que realiza transformações extraordinárias nos seres


humanos, fazendo-os ingressar numa nova era de prosperidade.

Johrei: é um método de canalização de Luz através da palma da mão.


Essa Luz resulta inicialmente da junção de duas energias: espírito do
fogo (Kasso) e da água (Suisso), os quais, ao penetrarem no interior de
um ministrante (pessoa que aplica Johrei), se unem ao espírito da terra
(Dosso) do qual é feito o corpo humano, formando uma Luz única que,
ao ser irradiada através da palma da mão, tem o poder específico
de queimar máculas e eliminar toxinas. Por isso, o Johrei é um ato
possível somente pela comunhão de Deus com o homem.

Espírito do Fogo: Energia não material, originária de Kasso, cujo


significado é a essência de uma partícula que gera o Sol e o fogo.
Comumente chamada de Espírito do Fogo, corresponde, na
realidade, à Bola de Luz que estava com Meishu Sama na Terra e
ainda continua com Ele no Mundo Divino, aumentando, cada vez
mais, em tamanho e potencialidade, até envolver, um dia, o
Universo inteiro, tanto o imaterial, quanto o físico.

Na verdade, Kasso é a própria Luz do Johrei que queima as


máculas espirituais e dissolve as toxinas do corpo humano. Muitas
vezes, por isso, quem recebe Johrei sente calor refletido até
fisicamente.

A Luz de Kasso geralmente é vista na cor branca,


semelhante à dos raios solares. Produz sempre muita alegria no
coração, alívio interior, e faz brotar um intenso amor a todos os
seres, traduzido num sentimento misericordioso que supera a
dualidade Bem/Mal; certo/errado, norteadora das atitudes
humanas.

Do ponto de vista religioso, a expressão "batismo pelo fogo"


simboliza a purificação por meio da Luz de Kasso.

153
Mistério da Grande Natureza

Ainda com relação ao poder de Kasso, Meishu Sama


profetizou, há 50 anos, o aquecimento do Globo Terrestre em
conseqüência do aumento dessa Luz.

Por desconhecerem o fato, cientistas e ecologistas tentam


atualmente explicar que o aumento da temperatura se deve à
concentração de Gás Carbónico (CO2) na atmosfera, teoria esta
incompleta, pois falta-lhe, ainda, considerar a revelação divina.

Espírito da Água: É, na verdade, a energia advinda de Suisso,


partícula essencial que entra na formação da água e da Lua.
Durante os mais ou menos três mil anos da Era da Noite, o seu
poder prevaleceu, dominando e encobrindo Kasso.

Espírito da Terra: Força emanada do centro do Globo Terrestre.


Origina-se de Dosso, partícula essencial que entra na formação da
Terra.

O poder de Dosso foi sempre ignorado e, por isso, o solo


continua, até hoje, sendo considerado apenas como uma massa
composta de areia e barro, que não contém nada especial. Vem
daí a idéia do adubo químico ou orgânico e o desconhecimento total
de que o verdadeiro fertilizante é Dosso.

Mamehito: palavra japonesa formada por Mame (= verdadeiro) e


Hito (=homem). Engloba, pois, em seu significado, todo aquele que se
inicia na Doutrina Messiânica, estuda e pratica os Ensinamentos
de Meishu Sama, procurando tornar-se uma pessoa possuidora de
Makoto, um homem verdadeiro, cheio de amor, sinceridade e
autenticidade.

Kototama: vocábulo japonês, composto de koto = palavra e tama =


espírito; portanto significa a força, a energia da palavra. Toda vez que
um som é emitido, vibra positiva ou negativamente, influenciando, de
modo decisivo, na criação do ambiente espiritual. Dessa forma, o

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Mistério da Grande Natureza

mundo do Bem ou do Mal, da alegria ou da tristeza, do certo ou do


errado depende do Kototama proferido pelo ser humano.

Ohikari: palavra japonesa que significa Luz Divina. É também para os


Messiânicos um símbolo físico da Luz que cada Mamehito carrega no
coração e com a qual pode ajudar aos semelhantes. Nesse sentido,
é composto de um estojo em forma de medalha onde está
acondicionado um pequeno pedaço de papel que traz escrito o
ideograma Luz.

Amatsu Norito: ou oração do Céu. É composta de uma combinação


de sons que geram energia com poder de purificar o espaço
possibilitando a ligação entre o Céu e a Terra; Deus e o homem.

Zenguen Sanji: única oração composta por Meishu Sama para que
fosse rezada pelos Mamehito e seguidores como uma forma de louvor
ao espírito de Kannon reencarnado no próprio Meishu Sama. Para
entendê-la melhor, basta substituir a expressão Kannon por Meishu
Sama.

Nuvens Espirituais: são máculas ou impurezas que recobrem a


alma (centelha divina do ser humano), e geradas pela violação dos
princípios da Lei de Deus. É um processo semelhante ao que
ocorre no plano físico onde, muitas vezes, as nuvens recobrem os
raios solares, impedindo-os de iluminar a Terra. Da mesma forma,
quando uma pessoa possui muitas nuvens espirituais, não tem
capacidade para discernir entre o Bem e o Mal, o certo e o errado,
porque lhe falta Luz.

Purificação: ato de limpeza de máculas do espírito e toxinas do


corpo. É realizada pelas doenças, por sofrimentos ou infortúnios com
os quais o homem se depara durante a vida terrena.

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Mistério da Grande Natureza

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Este livro foi elaborado pela Lux Qriens Editora Ltda e impresso pela
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Suzano de Papel e Celulose, em maio de 2001.

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