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NRS-2002
Pacientes classificados em risco nutricional >3 apresentaram maior morbidade pós-operatório, maior tempo de
sobrevida livre de doença e maior mortalidade comparados aos classificados com valores ≤ 3 em pacientes com
câncer gástrico.
ASG-PPP versão reduzida – Avaliação Global Subjetiva Produzida pelo Paciente versão reduzida.
Apresentou melhor precisão quando comparado ao MUST em uma revisão com pacientes com câncer.
A avaliação nutricional de pacientes com câncer deve ser realizada em todos que foram identificados em risco
nutricional.
A combinação de vários métodos irá permitir a melhor compreensão da condição nutricional e pode ser realizada
através de métodos subjetivos e objetivos.
MÉTODOS SUBJETIVOS
Os métodos subjetivos combinam dados qualitativos e semiquantitativos que irão contribuir para uma visão mais
abrangente do EN, sendo necessárias outras informações do paciente.
MÉTODOS OBJETIVOS
Avaliação antropométrica - %PP, IMC
Avaliação Bioquímica
Avaliação Clínica – exame físico
Avaliação Dietética
Os métodos para avaliação da ingestão alimentar desses pacientes são OJETIVOS e SUBJETIVOS e devem ser
reconhecidos e abordados de maneira precoce.
A ingestão dietética deve ser feita de maneira qualitativa e quantitativamente quando possível.
Deve utilizar:
Registro alimentar
História dietética
Recordatório alimentar
Escalas analógicas visuais ou verbais.
A redução parcial na ingestão alimentar também resulta em grandes déficits calóricos ao longo do tempo.
Deve ser considerada a possibilidade de % de déficit diário como, por exemplo:
> 25%, > 50%, > 75% das necessidades de energia, a duração esperada, bem como o grau de depleção de
reservas corporais.
Ingestão inadequada
Considerar ingestão inadequada quando o paciente tiver ingestão alimentar mínima:
- Mais que 1 ou 2 semanas.
- Ingestão energética estimada for < 60% das NE.
Anorexia: indicador precoce de risco para desnutrição e redução no apetite e ingestão – pode correr
independentemente do peso inicial do paciente.
Perda de peso: sinal avançado da desnutrição. A redução da ingestão deve ser reconhecida e abordada
precocemente.
Ingestão dietética: deve ser avaliada qualitativamente e se possível, quantitativamente, usando:
- registro alimentar
- historia dietética
- recordatórios alimentares
- escalas oncológicas visuais – utilizar figura que demonstre a composição da badeja e as porcentagens da
aceitação alimentar.
- verbais.
Via oral, enteral e parenteral: se a ingestão permanecer inadequada por via oral, utilizar enteral ou parenteral,
dependendo no nível de função do sistema gastrointestinal.
2 COMPOSIÇÃO CORPORAL
Caquexia
É uma síndrome multifatorial.
Caracterizada pela perda de peso progressiva da massa muscular esquelética, acompanhada ou não da perda de
gordura.
Não pode ser totalmente revertida pela TN convencional.
Diagnósticos:
perda de peso nos últimos 6 meses, sendo essa perda variável de acordo com o IMC do paciente ou associação de
sarcopenia:
- perda de peso > 5% com qualquer IMC
- perda de peso > 2% com IMC <20 kg/m²
- presença de sarcopenia
Sarcopenia secundária
Síndrome geriátrica que acomete a musculatura esquelética de forma progressiva e generalizada.
Avaliada pela combinação de força, massa e performance muscular.
Realizada na maioria das vezes através da avaliação da massa muscular, podendo envolver:
- avaliação da massa muscular
- avaliação da função e performance no caso de paciente idosos.
MÉTODOS UTILIZADOS PARA AVALIAR A SARCOPENIA NO PACIENTE COM CA
3 NECESSIDADES NUTRICIONAIS
É recomendada calorimetria indireta para determinação das necessidades energéticas. Na ausência, considerar uso
de fórmulas preditivas.
O gasto energético deve ser ajustado com base em sinais clínicos e julgamento de especialistas que acompanham
o paciente.
GET
Para manter o EN estável, a ingestão de energia deve atender ao GRT diário do individuo.
GET= Gasto Energético em Repouso (GER) + Atividade Física + pequena % da Termogênese induzida pela Dieta.
Vários fatores individuais e condições do tratamento oncológico influenciam o GER como:
- Aumento da demanda energética pelo próprio tumor
- Inflamação
- Composição corporal
- Analgesia
- Alterações hemodinâmicas
- Sedação
- Doença hepática
- Pancreatite
- Febre, sepse
- Infecções graves
- Disfunções de múltiplos órgãos após cirúrgicas eletivas
- Traumatismos no sistema nervoso central
- Lesões abdominais extensas
- Alterações de tireóide
- Insuficiência cardíaca e respiratória
Idoso: com doença aguda ou crônica exigem oferta maior na dieta – 1,2 a 1,5 g/kg/dia.
Função renal normal: a ingestão de proteínas em doses até acima de 2,0 g/kg/dia é segura.
Indicação
A TNO é indicada quando a ingestão por via oral convencional é menor que 70% das necessidades nutricionais.
A TNO é a primeira opção em TN por ser a via mais fisiológica, desde que o TGI funcionante.
Se a ingestão permanecer inadequada, TNE ou TNP pode ser indicado, dependendo do nível de função do sistema
gastrointestinal.
INDICAÇÃO DE TN – CA DE CABEÇA E PESCOÇO
Em casos de tumores que prejudiquem a ingestão oral ou o transporte de alimentos n o TGI superior, o EN pode ser
estabilizado pela TN.
Em casos de insuficiência intestinal grave devido à enterite por radiação, obstrução crônica do intestino, síndrome
do intestino curto, carcinomatose peritoneal ou quilotórax, o estado nutricional pode ser mantido NPT.
Indicação de NP suplementar:
Paciente com CA que tiverem ingestão oral ou tolerância da nutrição enteral em quantidades inferiores a 60% de
suas metas por mais de 1 semana.
Indicação de NP exclusiva:
Paciente com contraindicação do uso da via digestiva, a nutrição parenteral deve ser indicada de maneira exclusiva.
O manejo nutricional deve ser iniciado no momento do diagnostico para todos os pacientes ambulatoriais ou
internados.
Pacientes submetidos à cirurgia desnutridos ou em risco de desnutrição candidatos a cirurgia de médio ou grande
porte:
Utilizar fórmulas hiperprotéicas com imunonutrientes por via oral ou enteral:
- Arginina
- Ácidos graxos Omega-3
- Nucleotídeos
Em quantidade mínima de 500 ml/dia no período perioperatório
Iniciando 5 a 7 dias antes da cirurgia
As formulas imunomoduladoras contribuem para a redução das taxas de complicações pós-operatórias,
principalmente as infecciosas com consequente diminuição do tempo de permanência hospitalar.
É recomendada a abreviação do tempo de jejum para 2 a 3 horas com fórmula contendo maltodextrina a 12,5 %
com ou sem fonte nitrogenada na quantidade de 200 ml.
As condutas nutricionais iniciam entre 5 a 7 dias antes da cirurgia e contemplam ações no pré-operatório imediato
como a abreviação do tempo de jejum para 2 a 3 horas.
No período pós-operatório, recomenda-se o inicio precoce da dieta oral, mesmo nas cirurgias altas do aparelho
digestivo, ou TNE ou TNP dentro das primeiras 24 horas.
Diagnóstico da SR:
Redução sérica de P, K, Mg, podendo estar associado a desequilíbrio de Na e fluidos, bem como alteração no
metabolismo de glicose, proteina e gordura e deficiência de tiamina.
***A hipofosfatemia é considerada um marcador da SR.
Prevenção da SR
Iniciar uma oferta calórica reduzida – menos de 50% do almejado.
Ofertar de forma lenta e progressiva.
Recomendações na SARCOPENIA:
Suplementos hiperprotéicos:
Podem ser usados para complementar as necessidades.
A prática de exercício físico deve ser encorajado – a síntese de proteínas podem ser potencialiadas.
Suplementação de vit D
Não tem evidencias suficientes para recomendar a suplementação de vitamina D para paciente sarcopênico.
Exceto em caso de deficiência comprovada → < 20 ngmL em idosos.
Glutamina:
Estudo mostra controversa.
Seu uso para fins anabólico não é recomendado.
*** para prevenir, recuperar ou manter a massa muscular de pacientes com câncer, a atenção às necessidades
diárias individuais de PTN parece mais importante do que a suplementação com AA específicos.
A conduta deve ser baseada em uma dieta HIPERCALÓRICA e HIPERPROTEICA, na tentativa de estabilizar e/ou
recuperar o EN.
Recomendações:
ENERGIA: 30 – 35 kcal/kg/dia.
Meta individualizada.
OMEGA-3
Na dose de 2g/dia podem ser recomendados para estabilizar ou melhorar o apetite, a ingestão alimentar, massa
magra e peso corporal.
Recomendações:
ENERGIA: 20 a 25 kcal/kg/dia.
Paciente idoso obesos com câncer:
Dietas para perda de peso devem ser EVITADAS – devido ao grande risco de obesidade sarcopenica e piora
funcional.
É sugerido para idosos obesos: restrição energética de aprox. 500 kcal/dia.
OBJETIVO: perda de peso gradual e melhora do perfil metabólico, sempre combinado com exercícios físicos para
prevenção da massa muscular.
Peso ideal:
Considerar peso ideal:
IMC 25kg/m² paciente idade < 60 anos
MIC 27kg/m² paciente idade ≥ 60 anos.
Recomendações:
ENERGIA
PROTEINA
IMC ≥ 40 kg/m²
2,5 g/kg/peso ideal/dia
Glutamina:
Não existem dados suficientes para indicar uso de glutamina.
Paciente como falência orgânica múltipla, falência renal, falência hepática ou instabilidade hemodinâmica → a
glutamina está CONTRAINDICADA.
Vitaminas:
Não devem ser utilizados megadoses de vitaminas e elementos traço de rotina.
Micronutrientes antioxidantes como cobre, selênio, zinco e as vitaminas E e C, não devem ser suplementados com
doses que excedam dez vezes a RDA na ausência da deficiência grave comprovada.
Omega-3:
Não existem dados suficientes que comprovem o efeito para paciente critico com câncer.
Via Oral: deve ser preferida em relação a NE ou NP em pacientes gravemente enfermos que são capazes de se
alimentar.
Via Enteral: se a via oral não for possível, o início da NE deve ser precoce – dentro de 48 horas.
Se a via ora for insuficiente – menos de 60% das necessidades nutricionais do 3º ao 7º dia, a NE deve ser instituída.
Via Parenteral: em caso de contraindicações por via oral e enteral, a NP deve ser iniciada após o 3º dia em
pacientes de alto risco nutricional e no 7º dia naqueles sem e /ou baixo risco.
A TN engloba suplementação oral, enteral e parenteral, que podem ser administradas em cuidado paliativo com
aumento de sobrevida e qualidade de vida em pacientes específicos.
No final da vida
A TN não deve ser utilizada, devido à ausência de benefícios.
A decisão sobre a TN em cuidados paliativos envolve paciente, família e EMTN, considerando os aspecto – sociais,
psicológicos, espirituais e culturais do paciente.
Na fase final da vida, devido a ausência de benefícios do uso de TN – TNE e TNP, é recomendado priorizar a
alimentação por via oral dando conforto ao paciente.
TNP
Deve ser considerada em casos de:
- Mucosite grave
- Vômito incoercível
- Íleo paralítico
- Má absorção
- Diarréia prolongada
- Sintomas gastrintestinais relacionados à doença do enxerto contra o hospedeiro.
EXISTE EVIDÊNCIA CIENTIFICA PARA RECOMENDAR O USO DE DIETA NEUTROPENICA NOS PACIENTE EM
TCHT?
Não há evidencias cientificas que sustentem o uso da dieta neutropênica nos pacientes em TCHT.
Os pacientes com neutropenia (nível muito baixo dos neutrófilos – glóbulos brancos que ajudam no combate das
infecções desnutrindo bactérias e fungos) devem receber orientação quanto:
- higiene correta e manuseio dos alimentos, assegurando a segurança alimentar.
NÃO é recomendado o uso de dieta neutropênica para paciente com imunossupressão, devido a falta de evidencia
cientifica de sua eficácia.
Os pacientes devem receber aconselhamento nutricional relativo a alimentos que possam representar risco
infeccioso e manuseio seguro de alimentos durante o período de neutropenia (ASPEN, 2009)
Considerar também a adaptação dos protocolos de acordo com a condição clínica e realizada socioeconômica do
paciente.
QUAL ESQUEMA ALIMENTAR INDICADO PARA DONEÇA ENXERTO CONTRA HOSPEDEITO (DECH)
Embora não existem estudos sobre o esquema alimentar indicado e o impacto da terapia nutricional no tratamento
da DECH – a TN está indicada a fim de manter ou melhorar o EN até resolução da complicação.
Foi desenvolvido por pesquisadores um plano nutricional de 5 etapas que fornece orientações empíricas para a
progressão da TN.
O avanço através das etapas é condicionado à melhora dos sintomas clínico e tolerância da dieta.
EXISTE EVIDÊNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO DE GLUTAMINA PARENTERAL NO TCTH?
11 NUTRIENTES ESPECÍFICOS
Devido da heterogeneidade dos dados disponíveis a respeito da glutamina e seus efeitos metabólicos, nenhuma
recomendação terapêutica é possível no paciente com câncer.
A glutamina não apresenta resultados benéficos na redução de incidência ou gravidade da diarréia induzida por
quimio e/ou radioterapia.
Existem evidencias para recomendar o uso de probióticos na prevenção e tratamento da diarréia em paciente com
CA.
Entretanto...
Em casos de alterações imunológicas sua utilização NÃO deve ser indicada.
Embora os probióticos sejam considerados seguros deve-se ter cuidado pelo fato de os pacientes com câncer
apresentaram alterações oportunistas e aumento da resistência aos antibióticos.
Pacientes com câncer avançado em tratamento quimioterápico e risco de perda de peso ou desnutrido: é sugerido o
uso de suplementação com ácidos graxos N-3 de cadeia longa ou óleo de peixe para estabilizar ou melhorar:
- o apetite
- a ingestão de alimentos
- a massa corporal magra
- peso corporal
Benefícios do Omega-3:
São capazes de atenuar a degradação protéica na caquexia e reduzir resposta inflamatória nesses pacientes.
É evidenciado pela queda de marcadores inflamatórios como – IL-6 e PCR.
Aumento do apetite e aumento da ingestão oral
Ganho de massa muscular e peso corporal.
Efeitos da suplementação de Omega-3:
Apesar de ser bem tolerada, efeitos gastrointestinais leves podem ocorrer como:
- desconforto abdominal.
- flatulência.
- náuseas
- vômitos
- esteatorreia
Podem ser utilizados nos pacientes com câncer, mas a escolha do tipo de medicamento deve ser individualizada.
As maiores evidências são para o uso de corticóide e progestinas, porém em curta duração e salvaguardando-se os
efeitos colaterais.
Não exige recomendação segura quanto ao uso dos fitoterápicos nesses pacientes.
Podem contribuir com interações metabólicas, hematológicas e medicamentosas, assim como na eficácia do
tratamento antineoplásico.
Podem interferir com os medicamentos – alterar a coagulação – modular o nível e ativação de enzimas
metabolizadoras de drogas.
São necessários mais estudos sobre a segurança no uso de fitoterápicos e suplementos dietéticos, considerando-se
a falta de evidencias em relação à sua eficácia.
Dietas alternativas podem proporcionar alterações do EN, havendo diminuição da variedade de alimentos e menor
oferta de alguns nutrientes.
Danos específicos podem incluir deficiência secundária de micronutrientes – alterações da composição corporal
( diminuição da massa muscular) – aumento do risco de desnutrição.
Caso seja necessário, deve ser realizada com acompanhamento médico e do nutricionista, com o objetivo de não
prejudicar o EN e o tratamento.
14 MEDICINA INTEGRATIVA