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TERAPIA NUTRICIONAL PARA

DOENÇAS ESPECÍFICAS

Uma das características fundamentais da terapia nutricional é o reconhecimento de


que diferentes condições e doenças requerem diferentes cuidados e necessidades
nutricionais, de modo a atingir as metas terapêuticas. A seguir, confira as
recomendações específicas indicadas por diretrizes, para TN em doenças específicas.

DIABETES MELLITUS
Objetivo: manutenção do estado nutricional adequado; atingir metas individualizadas
de glicemia, pressão arterial e lipídios.
Necessidade calórica: 25-35 kcal/kg (DM eutróficos e não críticos)
Necessidade proteica: 1,0 a 1,5 g/kg de proteína (DM eutróficos e não críticos)
Para pacientes com sobrepeso ou obesidade: perda de peso mínima de 5%, para
melhorar o controle glicêmico e lipídico

CÂNCER
Evolução gradual para TN, a fim de minimizar o risco para síndrome de realimentação
Oferta calórica: 25 e 30 kcal/kg/dia; • Oferta proteica: 1 a 1,5 g/kg/dia;
Vitamina B1: 200 a 300mg; • Potássio: 24 mmol/kg dia;
Fosfato: 0,3 a 0,6 mmol/kg/dia;
Magnésio: 0,2 mmol /kg/dia para via intravenosa.

TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO (TCE)


Devem receber TNE assim que sejam estáveis hemodinamicamente, dentro de 24 a 48h
de internação.
Oferta calórica: 70% do gasto energético ou 15 a 20 kcal/kg/dia
Fase de recuperação: oferta calórica pode alcançar até 40 kcal/kg/dia
Oferta proteica: 1,5 a 2,5 g de proteína/kg/dia.
Nutrição parenteral suplementar (NPS): necessidade deve ser avaliada entre o 4º e o
8º dias

ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA)


Oferta calórica p/ pacientes não ventilados: 30 kcal/kg/dia
Oferta calórica p/ pacientes com ventilação: 25 a 30 kcal/kg/dia.
Em IMC > 35 kg/m², deve-se considerar a perda de peso.
Terapia nutricional oral é indicada quando IMC < 18,5 kg/m², redução ≥ 1 ponto no
IMC ou redução ≥ 5 a 10% do peso usual.

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)


Recomenda-se o uso de fórmulas enterais padrão
Oferta calórica inicial: 50 a 70% do gasto energético
Oferta calórica na reabilitação: 30 a 35 kcal/kg/dia
Oferta proteica na reabilitação: 1,2 a 1,5 g de proteína/kg/dia.

DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL (DII)


Necessidade calórica: 30 a 35 kcal/kg/dia.
Administração: através de sondas nasais ou acesso percutâneo
Para DII ativa, recomenda-se dieta polimérica com teor moderado de gordura (NE
padrão).

DOENÇA DE PARKINSON (DP)


Monitoramento regular do estado nutricional e rastreamento para a disfagia no
momento do diagnóstico
Perfil vitamínico deve ser monitorado. Em caso de necessidade, suplementar vitamina D,
B6, B12 e ácido fólico
DP avançada e disfagia grave: as ostomias são a via p/ TN de médio a longo prazo.

ESCLEROSE MÚLTIPLA (EM)


Pacientes devem ser triados para desnutrição e sarcopenia
Pacientes devem ser rastreados para disfagia no início e na evolução da doença
A via oral é preferível, mas a via alternativa deve ser Gastrostomia Endoscópica
Percutânea (GEP).

REFERÊNCIAS:

CAMPOS, L. F. et al. Diretriz BRASPEN de Terapia Nutricional no Diabetes Mellitus. BRASPEN J, v. 35, n. Supl 4, p. 2-22, 2020.
MUSCARITOLI, Maurizio et al. ESPEN practical guideline: Clinical Nutrition in cancer. Clinical Nutrition, v. 40, n. 5, p. 2898-2913, 2021;
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral. Diretriz BRASPEN de Terapia Nutricional no Paciente com Doenças Neurodegenerativas. BRASPEN Journal,
v. 37, n. 2, p. 2-34, 2022;

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