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Capítulo
Método dose-resposta para
determinar exigências nutricionais
1. Introdução
Capítulo
5
Os métodos usados para determinar as exigências nutricionais dos animais
monogástricos têm sido: o método dose-resposta, o qual determina as exigências
com base na resposta do desempenho dos animais alimentados com dietas
contendo níveis crescentes do nutriente estudado; e o fatorial, baseado no
princípio de que o animal necessita de nutrientes para a manutenção dos processos
vitais e atividades, crescimento e/ou produção.
O método tradicionalmente utilizado para definir as exigências dos monogástricos
tem sido o dose-resposta, por ser prático e mais fácil de ser executado. Entretanto,
fatores como ambiente, clima e genética afetam a determinação das exigências,
dificultando o estabelecimento dos níveis nutricionais, sendo necessário repetir as
pesquisas em várias condições para melhor definição das exigências.
As Tabelas de Exigências Nutricionais de Aves e Suínos têm estabelecido as
recomendações nutricionais na maioria dos estudos realizados com base no
método dose-resposta (NRC, 1994 e Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos, 2005).
Por outro lado, as recomendações nutricionais para suínos pelo NRC (1998) são
baseadas em modelos para o crescimento e reprodução. Esses modelos foram
elaborados pelo método fatorial, nos quais as exigências são estimadas pela
soma dos nutrientes utilizados para cada função (mantença, acréscimo de
proteína e produção).
Neste capítulo, serão apresentados e discutidos os principais aspectos a serem
considerados ao aplicar o método dose-resposta para determinar as exigências
dos animais monogástricos.
Os autores comentam que o modelo linear assume que todos indivíduos são
iguais e possuem a mesma exigência. Entretanto, existe variabilidade entre os
indivíduos de uma população, e o problema é determinar as necessidades que
atendam a todos os indivíduos, evitando excessos para aqueles que possuem
menores exigências. Recomendam usar as técnicas biométricas, tais como o
modelo polinomial, exponencial, hiperbólico e de Reading, que descrevem melhor
as respostas dos animais e proporcionam formulações mais econômicas.
Segundo Pack (1996), o termo exigência muitas vezes é usado indevidamente,
em parte porque não é definido corretamente. O autor menciona que não há
exigência de um nutriente para um dado lote de animais. A questão é entender
como o animal ou grupo de animais respondem ao aumento dos níveis de um
nutriente e, para a decisão do nível ótimo do mesmo, deve ser considerada a
avaliação econômica. Apesar de parecer óbvio, muitos pesquisadores não levam
em consideração essa linha de pensamento.
As exigências nutricionais dos animais são definidas em termos de um valor
absoluto (quantidade mínima do nutriente por animal ou unidade de produção)
ou quantidade relativa (concentração do nutriente na dieta). Na prática, o
objetivo é formular para uma certa quantidade de dieta, por exemplo 100 kg.
Dessa forma, os nutrientes são definidos em níveis percentuais, assumindo que
o consumo diário de ração seja conhecido. No entanto, fatores como temperatura
e concentração de energia da dieta alteram o consumo e, conseqüentemente,
as especificações nutricionais. Portanto, é mais racional expressar as necessidades
dos nutrientes em termos absolutos do que relativos à dieta.
Para os animais que recebem alimentação ad libitum, o consumo varia
principalmente com o nivel de energia. Nesse caso, os níveis nutricionais devem
ser estabelecidos de acordo com o nível de energia metabolizável, expressos em
porcentagem por 1.000 kcal de EM da ração. Para aves e suínos reprodutores, as
exigências são estabelecidas em quantidades de nutrientes por dia por animal.
Conhecendo-se o consumo de ração diário dos animais, calcula-se a porcentagem
dos nutrientes da dieta.
do modelo exponencial na
definição do melhor nível de
metionina + cistina do ponto
de vista econômico, será
utilizada a equação exponen-
cial ajustada para a CA de
aves Isa Label, no período de
1 a 28 dias de idade, de
acordo com os níveis de
metionina+cistina da dieta Nível de Met+cis digestível (%)
(Figura 9). Figura 9 - Modelo exponencial ajustado para a
A Figura 10 ilustra a conversão alimentar das aves (machos Isa label
de 1 a 28 dias), alimentadas com níveis crescentes
variação do custo do alimento
de metionina + cistina nas dietas. (Dados da
por kg de ganho de peso e a Dissertação de Mestrado, UNESP-Jaboticabal,
variação da margem bruta, Nascimento, 2007).
calculadas com base na
equação exponencial, no custo do alimento e no preço do frango. O custo do
alimento por kg de GP foi obtido somando-se o custo da dieta basal (sem DL-
metionina) com o custo da quantidade de DL-metionina suplementada e
multiplicando-se esse valor pela CA estimada para aquele nível de suplementação.
A margem bruta foi calculada pela diferença entre o preço do kg do frango e o
custo do alimento por kg de GP.
de R$0,55/kg de ração,
R$4,50/kg de DL-metio-
nina e R$1,20 o preço
obtido por kg de frango
produzido, o nível de
metionina + cistina na
ração que proporciona o
mínimo custo por kg de GP
(R$1,05) e a maior margem
bruta (R$0,15) é de 0,77%,
conforme demonstrado na
Figura 10.
Figura 10 - Representação gráfica do nível ótimo de Outros modelos não
metionina + cistina na dieta do ponto de vista lineares têm sido usados
econômico, com base no custo do alimento/kg de
para explicar a resposta
ganho de peso e na margem bruta para as aves Isa
Label de 1 a 28 dias (Análises realizadas pelo pós-
animal, como as funções
graduando, UNESP-Jaboticabal. Jefferson Costa de polinômio inverso ou
Siqueira). logística.
Morris (1989) menciona
que os modelos exponenciais e hiperbólicos ajustam-se bem aos dados pelo
método dos quadrados médios residual. As curvas também predizem pequenas
respostas na região na qual gera dúvida se qualquer resposta ocorre e, assim,
ambos superestimam a dose ótima. Isto particularmente ocorre quando se avalia
metionina ou antibiótico, cujo custo marginal é muito pequeno em relação ao
valor produzido, assim o ótimo econômico é próximo à produção máxima. Com
produtos mais caros, como biotina ou triptofano, a função hiperbólica leva uma
estimativa satisfatória da dose ótima.
De acordo com o autor, a vantagem desses modelos, quando comparados
com o quadrático, é que, os coeficientes das equações tem significado biológico,
como a taxa de declínio na produção, sendo possível estimar curvas respostas
para populações com características de produção diferentes daquelas observadas
nos experimentos. Contudo, a tendência dessas funções em superestimar a dose
ótima é um sério problema. D’Mello e Lewis (1970) recomendam para ajuste dos
dados ao modelo assintótico a escolha de um valor arbitrário de 95% da dose que
maximiza a produção.
Um outro modelo não linear é o Modelo de Reading, descrito por Fisher,
Morris e Jennings (1973). Baseia-se no princípio de que a resposta individual de
um animal é descrita pelo modelo broken line, resultando numa série de respostas
broken line para os animais de um lote. Considerando-se que as respostas máximas
são diferentes entre os indivíduos, a curva resposta da população baseada nos
desvios padrão da produção não é linear, conforme pode ser observado na Figura
5. A curva resposta da população é ajustada baseada em equações propostas
por Curnow (1973).
Rostagno, 2001).
Na Figura 12, é apre-
sentado uma representação
gráfica do procedimento que
associa o modelo quadrático
com o LRP, usando-se os
dados de ganho de peso
obtidos pelo aumento dos
níveis de metionina + cistina
Nível de Met+cis digestível (%) na dieta em ensaio realizado
Figura 12 - Representação gráfica da estimativa na UNESP-Jaboticabal.
da exigência de metionina + cistina digestível para
Considerando-se os exem-
GP, por meio do primeiro intercepto da equação
quadrática com o platô do LRP. (Dados da plos mencionados, ajustados
com os dados obtidos em
Dissertação de Mestrado-UNESP/Jaboticabal,
Nascimento, 2007). pesquisa realizada na UNESP-
Jaboticabal para determinar
o nível ótimo de metionina + cistina para aves de corte de crescimento lento
(Isa label) na fase de 1 a 28 dias, o modelo LRP estimou o menor nível (0,645%),
enquanto o quadrático, o maior nível (0,765%). Aplicando-se o critério de 95%
do nível estimado pelo modelo quadrático (0,765% x 0,95), obtém-se o nível
Os procedimentos relati-
vos ao ajuste do modelo LRP
para os dados de CA e à
estimativa do nível de lisina
digestível que minimiza a CA
foram os mesmos utilizados
para analisar o GP. Na Tabela
12, são apresentados os
resultados das possíveis
combinações de retas e
platôs para ajustar os dados
de CA. Na Tabela 13, são
apre-sentadas as somas de
Figura 15 – Representação gráfica da estimativa
quadrados dos desvios da
do nível de lisina digestível (Lis) adequado para
reta e do platô, assim como maximizar o ganho de peso (GP) das aves pelo
a soma de quadrados dos modelo LRP.
desvios totais para o modelo
que proporcionou o melhor ajuste para a CA. Na Figura 16, encontra-se a
representação gráfica da estimativa do nível de lisina digestível (Lis) que
minimiza a CA de acordo com o modelo LRP.
Tabela 12 - Resultado das possíveis combinações de retas para ajustar os dados de CA.
Nº de ptos Nº de ptos Soma de Quadrados Intercepto Coeficiente Platô
na equação no platô dos Desvios
2 3 0,0170097 2,277123 -0,44672 1,787
2 2 0,0121165 2,277123 -0,44672 1,758
3 2 0,0141296 2,684671 -0,90464 1,758
3 1 0,0020131 2,684671 -0,90464 1,836
4 1 0,0201545 2,112932 -0,28987 1,836
Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricos
176
Tabela 13 - Somas de quadrados dos desvios da reta e do platô, soma de quadrados dos
Sakomura, N.K. & Rostagno, H.S.
desvios totais para o modelo que proporcionou o melhor ajuste para o CA.
Intercepto Coeficiente Dados Soma de Quadrados SQD -
dos desvios Total
Reta 2,6847 -0,905 3 0,0020 0,0020
Platô 1,8360 1 0,0000
− b ± b 2 − 4a(c − y)
X=
2a
O nível ótimo de lisina foi definido por meio das respectivas equações:
Ganho de peso: 605,9644 = -281,998+1598,12 Lis-715,774 Lis2
Conversão alimentar: 1,836 = 5,90205 – 7,77436 Lis + 3,63325Lis2
Tabela 15 - Efeito da relação met. + cis. dig. / lis. dig. sobre a conversão alimentar
e rendimento de filé de peito em frangos de corte Cobb machos de 22 a 35 dias de idade.
M+C / Lis (%) Conversão (g/g) Rendimento de Filé (%)
64 (0,659)1 1,788 23,74
68 (0,700) 1,742 24,14
72 (0,742) 1,690 24,05
76 (0,783) 1,690 24,26
80 (0,824) 1,689 24,38
Controle positivo2 1,665 24,33
CV (%) 1,61 3,58
Modelos Relação M+C/Lis (%)
Quadrático 77,0 ns
95% da resposta quadrática 73,2 —
Quadrático + Platô 73,9 —
LRP 72,6 —
1
Relação M+C dig. / Lis. dig. e conteúdo (%) de M+C dig. entre parênteses e Lis. dig. da dieta
(1,03%). 2Controle positivo contendo M+C dig. (0,880%) e Lis dig. (1,10%) .(Paez, 2007).
Outros critérios podem ser usados para definir os níveis ideais de aminoácidos.
Os primeiros trabalhos publicados, utilizando a excreção de uréia pelos suínos e
de ácido úrico pelas aves para avaliar qualidade da proteína ou níveis nutricionais
de aminoácidos, foram publicados por Brown e Cline (1974) e por Miles e
Featheston (1976). A metodologia é baseada no aumento da produção destes
compostos quando ocorre deficiência ou “imbalanço” dos aminoácidos. A
suplementação do primeiro aminoácido limitante, promovendo melhor
balanceamento, aumenta a síntese de proteína e reduz o catabolismo dos demais
aminoácidos não limitantes, havendo redução na excreção de uréia ou ácido
úrico que são os produtos finais do catabolismo dos aminoácidos. Dessa forma,
a excreção de uréia nos mamíferos ou ácido úrico nas aves, podem ser utilizadas
para determinar os níveis nutricionais do primeiro aminoácido limitante. A uréia
pode ser determinada também no sangue, sendo recomendado um jejum de 5
horas após a alimentação a fim de coletar o sangue para maximização do teor
de uréia no sangue. Entretanto, Rodrigueiro et al. (2000) indicam que a
determinação da concentração de ácido úrico como forma de estudar o
metabolismo dos aminoácidos pode esbarrar no alto coeficiente de variação,
sendo, portanto, considerado um fator limitante para a tomada de decisões
quanto às estimativas de exigências nutricionais.
O mesmo princípio se aplica para a determinação da concentração do
aminoácido limitante no plasma dos animais. Em vários trabalhos, foi verificado
que a adição de um aminoácido na dieta, em níveis abaixo da exigência do
animal, não ocasiona alteração significativa na concentração do aminoácido
no plasma, mas, quando a adição é compatível com a exigência ou em excesso,
Tabela 16 - Efeito do nível dietético de lisina total sobre a uréia e lisina plasmática
e excreção urinária de uréia em porcas em lactação.
Dieta Lisina Uréia Plasmática Uréia Lisina Plasmática
Total (%) (mg/100mL) Urinária (g/dia) (mg/100mL)
0,566 32,78 ab 40,14 ab 1,26 c
0,646 25,83 c* 34,41 b 1,21 c
0,726 30,51 b 24,68 c* 1,52 bc*
0,806 29,48 bc 24,68 c 1,77 b
0,886 32,22 ab 32,29 bc 2,06 a
* Exigência recomendada para cada parâmetro. Pinheiro et al. (1986).
Fontes et al. (2000) alimentaram leitoas (60 a 95 kg) com dietas contendo
diferentes níveis de lisina e avaliaram parâmetros de desempenho, de carcaça e
a uréia no soro. Os autores verificaram que a exigência de lisina estimada com a
conversão alimentar e uréia no soro foram similares, entretanto a estimativa do
nível de lisina na dieta para menor deposição de gordura na carcaça foi 15%
superior (Tabela 17). Os coeficientes de variação dos diferentes parâmetros
usados para estimar as exigências nutricionais das leitoas mostram que a
conversão alimentar apresentou o menor coeficiente, e os de deposição de proteína
e de gordura na carcaça os maiores valores, sendo intermediária a variação da
uréia no soro. Esses resultados sugerem que, nos estudos realizados para definir
níveis nutricionais para melhoria da deposição protéica e redução na deposição
de gordura, as repetições e o número de animais por repetição deve ser aumentado
para poder detectar as diferenças entre os tratamentos experimentais.
Dietas experimentais
As dietas podem ser formuladas pela técnica da suplementação ou da diluição.
Pela técnica da suplementação, é formulada uma dieta basal deficiente em
lisina, mas deve atender as exigências nutricionais de energia, vitaminas e
minerais. Os demais aminoácidos devem estar em proporções adequadas para
manter as relações ideais com a lisina. A basal é suplementada com lisina e os
demais aminoácidos para manter a relação ideal.
Na Tabela 18, são apresentados exemplos de suplementação da lisina e
demais aminoácidos na dieta basal. Entretanto, em dietas práticas, há uma
certa dificuldade em manter a mesma relação ideal dos aminoácidos em todas
as dietas. Conforme exemplo apresentado, à medida que os níveis de lisina das
rações são aumentados, os aminoácidos que se tornam limitantes devem ser
suplementados por fontes sintéticas, de forma que as relações ideais propostas
por Rostagno et al. (2005) sejam atendidas. Por esse método de formulação,
observa-se que as dietas com os níveis mais elevados são aquelas que mais se
aproximam das relações exatas, pela necessidade de suplementação da maior
parte dos aminoácidos, enquanto os primeiros níveis são aqueles que mais
extrapolam as relações ideais.
As formulações pela técnica da diluição consistem em formular uma dieta
com alto nível de lisina e, conseqüentemente, dos demais aminoácidos que são
estabelecidos conforme o perfil ideal; e outra dieta de diluição com os mesmos
teores de energia, minerais e vitaminas, mas isenta de proteína e aminoácidos
(Tabela 19). A mistura das duas dietas em proporções adequadas fornece os
níveis de lisina a serem avaliados, mantendo as mesmas relações dos aminoácidos
em todas as dietas. Essa técnica permite manter o mesmo perfil dos
aminoácidos em todas as dietas, como pode ser verificado no exemplo de
formulação apresentado na Tabela 20. Entretanto, a restrição dessa técnica
é a variação dos níveis de proteína da dieta que variam conforme as diluições.
Isso pode ser amenizado com a inclusão, na dieta isenta de aminoácidos
(diluente), de uma fonte de nitrogênio, como o ácido glutâmico.
os níveis de lisina, mantendo a relação ideal dos aminoácidos para frangos de corte na
fase inicial. Rações isoenergéticas e isoprotéicas com os aminoácidos na proporção
ideal.
Ingredientes (%) Níveis de lisina digestível (%)
0,85 0,97 1,09 1,21
Basal 91,932 91,932 91,932 91,932
L-lisina HCl ———- 0,153 0,306 0,459
DL- metionina 0,105 0,193 0,282 0,370
L-treonina ———- 0,027 0,106 0,187
L- valina ———- ———- 0,064 0,155
L- Arginina ———- ———- 0,022 0,149
Ácido glutâmico 7,932 7,570 6,975 5,992
Amido 0,031 0,125 0,313 0,756
Total 100,00 100,00 100,00 100,00
Aminoácidos digestíveis aa/lis aa/lis aa/lis aa/lis
Lisina, % (100)1 0,850 1,00 0,970 1,00 1,090 1,00 1,210 1,00
Metionina+cistina,% (72) 0,612 0,72 0,698 0,72 0,785 0,72 0,871 0,72
Triptofano,% (16) 0,195 0,23 0,195 0,20 0,195 0,18 0,195 0,16
Treonina,% (65) 0,605 0,71 0,631 0,65 0,709 0,65 0,787 0,65
Arginina,% (105) 1,123 1,32 1,123 1,16 1,145 1,05 1,271 1,05
Valina,% (75) 0,754 0,89 0,754 0,78 0,818 0,75 0,908 0,75
Fenilalanina,% (63) 0,823 0,97 0,823 0,85 0,823 0,76 0,823 0,68
Composição basal (%): milho = 58,100; Farelo de soja = 28,549; Fosfato bicálcico = 1,741;
Calcário = 1,113; Sal = 0,437; Óleo de soja = 1,722; Premix mineral e vitamínico = 0,200;
Cloreto de colina (70%) = 0,070. Composição Nutricional (%): EM (kcal/kg) = 3.000; PB (%)
= 22,50; Ca (%) = 0,940; Pd (%) = 0,42; Na (%) = 0,190. 1Proteína Ideal recomendada por
Rostagno et al. (2005).
Tabela 19 - Rações formuladas para obter as dietas com níveis crescentes de lisina
aplicando-se a técnica da diluição.
Ingredientes Rações a serem misturadas
Concentrada (1,21% de lisina) Isenta (diluente)
Milho 54,755 ———
Farelo de soja 38,348 ———
Óleo Soja 2,970 ———
Calcário 1,106 0,999
Fosfato bicálcico 1,660 2,270
Sal comum 0,434 0,481
DL- metionina 0,270 ———
L-lisina HCl 0,149 ———
L-treonina 0,038 ———
L- valina ——— ———
L- Arginina ——— ———
Premix mineral 0,100 0,100
Premix vitamínico 0,100 0,100
Cloreto de colina 70% 0,070 0,070
Amido ——— 82,689
Inerte ——— 13,291
Total 100,00 100,00
Critérios respostas
As respostas em ensaios dose-resposta são baseadas no desempenho
animal. Para os animais em crescimento, as características mais avaliadas
são o ganho de peso e a conversão alimentar. Para frangos de corte, um
parâmetro de importância econômica é o rendimento de peito; no caso de
suínos em crescimento, o rendimento de carcaça, a espessura de toucinho e
a área de olho de lombo são variáveis importantes.
A excreção de ácido úrico em aves ou uréia nos suínos, assim como a deposição
protéica, são também utilizadas para estimar as exigências dos aminoácidos.
A deposição protéica corporal é determinada pela técnica do abate
comparativo. Um grupo de animais é abatido para medir a composição corporal
inicial e, no final, um grupo de animais alimentados conforme os tratamentos
são abatidos para determinar a composição corporal final. Pela diferença entre
a composição protéica final e inicial, calcula-se a deposição protéica.
Análises dos dados
O primeiro procedimento é a análise de variância com a decomposição dos
tratamentos em regressão polinomial. Se for detectada a significância para a
regressão, os dados podem ser ajustados pelos modelos quadrático, exponencial
e LRP (linear response plateau). Na escolha do modelo, deve ser considerado
o ajuste dos dados e os aspectos mencionados sobre os modelos (ver 3.1.
Interpretação da resposta dos animais nos ensaios dose-resposta).
Depois de definir o modelo, o critério para determinar o nível ótimo depende
do modelo utilizado. Para o LRP, é o ponto de intersecção da reta com o platô.
Para o modelo quadrático, o nível ótimo é estabelecido como sendo aquele que
promover a máxima resposta. Pode tambem usar o critério de 95% do nível que
proporcionou a máxima resposta pelo modelo quadrático. Para o exponencial,
um valor arbitrário de 95% a 99% da máxima resposta tem sido usado como
Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricos
critério na definição do nível ótimo do aminoácido. O primeiro ponto de intersecção da curva
quadrática no platô do LRP também pode definir a dose ótima objetivamente.
Exemplo de procedimento da análise dos dados (ver 3.2. Aplicação dos modelos para
determinar exigências nutricionais).