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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA FAZENDA

PÚBLICA DA COMARCA DO MUNICÍPIO ALFA NO ESTADO “X”

Partido Político XYZ, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, endereço completo, endereço
eletrônico, vem, por meio de seu advogado, procuração em anexo com qualificações e endereço
profissional.
Vem respeitosamente, perante V. Ex, com fulcro nos arts. 167, parágrafo único, 165, I e 168, I, do
CTN, interpor a presente

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO

em face do Município Alfa, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ, endereço, endereço
eletrônico, e sua respectiva Fazenda Pública Municipal, para expor o que se segue.

I. DOS FATOS

Trata-se o autor da presente ação de partido político, com sede no Município Alfa, ora réu,
sendo, ademais, proprietário de quatro imóveis, todos localizados na mencionada municipalidade ré.
Um dos ditos imóveis abriga a sede do partido político XYZ, enquanto outro é utilizado
como local de funcionamento de uma de suas fundações. Os demais, são alugados a terceiros, sendo
a renda obtida com referidos alugueis totalmente revertida para o custeio das atividades essenciais
do autor.
Ocorre que o Município Alfa, no qual se localizam referidos imóveis, lançou contra o autor
desta ação IPTU, imposto de caráter patrimonial e incidente sobre a propriedade de ditos imóveis.
Por precaução, o administrador do Partido Político ZYX realizou o pagamento do suposto
débito de IPTU referente aos quatro imóveis, vindo a descobrir, posteriormente, que incorreu em
erro ao fazê-lo.
Entretanto, na certeza de serem indevidos os valores pagos ao fisco municipal, ajuíza a
presente ação, pelos fundamentos que se segue.

II. DO PAGAMENTO INDEVIDO

O autor realizou pagamento referente a suposta dívida de IPTU, no valor de R$ …, na data


…, tudo consoante documentos de nº…, em anexo. Todavia, veio a descobrir, posteriormente, que
tal cobrança era indevida, razão pela qual ajuíza a presente ação, pleiteando a restituição de tais
valores.

III. DA TEMPESTIVIDADE E DO CABIMENTO

A presente ação é a adequada para pleitear a restituição dos valores indevidamente pagos a
título de suposta dívida de IPTU, com fulcro no art. 165, I, do CTN.
Ainda, seu ajuizamento se faz tempestivo, vez que dentro do prazo legal de cinco anos a
contar da data da extinção do crédito tributário, vide art. 168, I, do CTN.
IV. DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Requer o autor sejam os valores, pagos indevidamente, restituídos com juros e correção
monetária, incidindo a mencionada correção monetária a partir do pagamento indevido, e os juros a
contar do trânsito em julgado da sentença condenatória, tudo nos termos do art. 167, parágrafo
único do CTN, bem como das súmulas 162 e 188, ambas do STJ.

V. DO DIREITO

No caso em tela, o autor realizou pagamento relativo a suposta dívida de IPTU, importância
cobrada pelo fisco municipal por se tratar de imposto patrimonial incidente sobre a propriedade de
bens imóveis, compreendido na competência municipal, consoante dispõe art. 32, caput, do CTN.
Entrementes, entende que tal importância é indevida, vez que o autor goza de imunidade tributária
subjetiva.
Isso porque, consoante preleciona o art. 150, VI, c, da CRFB/88, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou
serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações. É exatamente o que ocorre na presente
situação.
Na espécie, o autor trata-se de partido político, sendo proprietário de quatro imóveis. Um
dos mencionados imóveis é utilizado como sede do partido e outro abriga uma de suas fundações,
de modo que ambos gozam da imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CRFB/88, que abrange
tanto o local de sua sede quanto o local em que se situam suas fundações.

Quanto aos outros dois imóveis, também pertencentes ao autor, apesar de estarem alugados a
terceiros, o valor obtido com o aluguel de ambos é inteiramente revertido para o custeio de suas
atividades essenciais, obedecendo o que dispõe a própria Constituição da República, em seu art.
150, §4º.
Ademais, sobre o tema, a jurisprudência do Supremo é pacífica no sentido de que, ainda que
alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades
referidas pelo art. 150, VI, c, da CF (dentre as quais se incluem os partidos políticos), desde que o
valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas,
consoante súmula nº 724 do STF, posteriormente transformada na súmula vinculante nº 52.

Nesse sentido, é indevida a cobrança de IPTU sobre todos os imóveis do autor, por se tratar
de hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada, gozando este de imunidade
tributária, razão pela qual devem os valores indevidamente pagos serem restituídos, com a
incidência, sobre eles, de juros e correção monetária.

IV. DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, formula os seguintes pedidos:

A) Seja o Município Alfa, réu, citado na pessoa de seu representante legal para oferecer resposta no
prazo legal;
B) Requer sejam recebidas as provas documentais trazidas em anexo, protestando, ademais, provar
todo o alegado por meio de todas as provas admissíveis;
C) seja o réu condenado ao pagamento das verbas de sucumbência, destacando-se aí os honorários
advocatícios e as custas processuais.
D) requer julgue procedente a presente demanda, para fins de condenar o réu à restituição dos
valores indevidamente pagos, com juros e correção monetária, nos termos do art. 167, parágrafo
único do CTN e das súmulas 162 e 188, ambas do STJ, reconhecendo ser indevida a cobrança
realizada pelo município Alfa, por gozar o autor de imunidade tributária.

Dá-se à causa o valor de R$...

Termos em que pede deferimento.

Local... Data...
Advogado (a)...
OAB nº ...

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