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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS


ANTROPOLOGIA JURÍDICA

Acadêmico: Rayza Jerônimo Gonçalves


Professor: Priscilla Cardoso

O PLURALISMO JURÍDICO FRENTE À CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A


LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL

Partindo do pressuposto de que a concepção estatal positivada, sob o aspecto


teórico, resultaria em um sistema de normas completo e perfeito, sem lugar para a
intervenção do jurista, cujo papel seria resumido apenas à aplicado lógica da norma.
É sabido que, na perspectiva real, é impossível que se desenvolva um Direito
homogêneo que atenda de modo inclusivo e igualitário toda a população de um
Estado, sem que sejam desrespeitadas as diversidades socioculturais dos povos que
ocupam o espaço territorial desse estado.
Nesse contexto, o presente texto buscará entender como o pluralismo jurídico
se apresenta dentro da constituição de 1988 e na legislação infraconstitucional,
elecando direitos e formas alternativas de resolução de conflito, que estejam dentro
da concepção do pluralismo jurídico, sob a ótica da interculturalidade e do
multiculturalismo.
Para tanto, em se tratando de direitos, a Constituição de 88 assegura a
participação popular na criação do ordenamento jurídico, através dos institutos do
referendo e da iniciativa popular, os quais são mencionados no artigo 14, inciso II e
III. Logo, qualquer grupo que possua regulamentação legal, através de inciativa
popular, tem o direito de fazer as Câmaras Legislativas se definirem acerca de
matérias do seu interesse, e também tem a oportunidade de vetar, através do
referendo, os projetos legislativos que pareçam prejudicais.
Além disso, quanto às formas alternativas de resolução de litígios, tem-se como
exemplo a arbitragem, a qual, no direito brasileiro, só pode se dirigir a acertamento de
direitos patrimoniais disponíveis e está prevista na Lei n° 9.307/96. O árbitro não pode
ser o juiz, no exercício de sua função judicante - sob pena de confundir-se com a
jurisdição.
A arbitragem surgiu, então, como uma forma alternativa de resolução dos
conflitos, colocada ao lado da jurisdição tradicional. Consoante Arenhart (2005), sua
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tônica está na tentativa de contornar o formalismo do processo tradicional, procurando
mecanismo mais ágil para a solução das controvérsias subjetivas.

REFERÊNCIAS

ARENHART, Sérgio Cruz. Breves observações sobre o procedimento arbitral. Jus


Navigandi, Teresina, a. 9, no 770, 12/08/2005.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil:


promulgada em 5 de outubro de 1988. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.

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