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Teoria do desenvolvimento econômico:

É o começo do pensamento econômico fortemente influenciado pela Revolução


industrial onde o mercado tende a encontrar um equilíbrio a longo prazo
ajustando-se a mudanças no cenário. Seu berço foi a Inglaterra entre os séculos
XVIII e XIX e tem em sua base os economistas Adam Smith, David Ricardo e John
Stuart Mill.

A teoria do desenvolvimento econômico tenta explicar em uma perspectiva


macroeconômica, a distribuição de renda, a produção, o mecanismo da
produtividade do fator trabalho, sua influência na produção e como distribui e
utiliza o produto social. Por produto social entende-se a ideia de um produto aliado
ao seu papel social no mercado, sua aceitação baseada no comportamento que a
pessoa tem em relação a ele.

Os economistas clássicos classificam em 3 fatores o processo produtivo: terra


(renda) capital (lucro) e trabalho (salário). O valor do trabalho é em função do
capital, a capacidade de emprego era uma função de acumulação de capital e o
regulador de salários não poderia ser o estado.

A teoria econômica se baseia em dois aspectos: o primeiro analisa o mecanismo


de crescimento econômico onde se fazem necessários modelos simplificados dos
sistemas que existem (ainda de forma abstrata) e o segundo é o estudo crítico que
leva em consideração fatores históricos que se confrontam com uma realidade
dada. A análise abstrata precisa dialogar com fatores históricos relacionados ao
que está sendo analisado para se fazerem válidas. É preciso trabalhar com
amostras, dados representativos para se chegar a conclusões científicas (e não
especulação), ou seja, comprovação e demonstração são fases da comprovação
científica. Os economistas clássicos utilizavam um processo abstrato para criar
suas teorias e não levavam em consideração fatos históricos, ao analisar livre
concorrência ou livre câmbio, por exemplo as relações eram genéricas.

O problema central da teoria da economia dos clássicos é que ela teria que
entender o aumento da produtividade do trabalho, conhecer os recursos na (ou
para a) produtividade, na distribuição e utilização do produto social. É necessário
saber quanto precisa ser produzido a partir da utilização e distribuição. Porém ela
foi fundamental e serviu de base para o pensamento econômico desenvolvido
posteriormente, e reflete, em alguns aspectos até na economia atual e para a
economia ser encarada como ciência.
Os Clássicos:

Adam Smith (1723-1790)

preocupava-se com o processo produtivo, seus problemas e com a distribuição


(não produção) de renda da terra entre proprietários, trabalhadores e capitalistas.
Para ele a riqueza se baseia na divisão do trabalho e na liberdade econômica e
não somente ao trabalho na terra. Acreditava na liberdade individual, na livre
iniciativa e na livre concorrência; e na não-intervenção do Estado na economia.

Em relação ao crescimento do produto social acreditava que provinha do


progresso de divisão de trabalho que incluíam aumento da destreza do trabalho,
economia de tempo e possibilidade do uso de máquinas. Para ele o tamanho do
mercado limita a divisão de trabalho. Atribuía o aumento de produtividade a
divisão de trabalho ignorando os efeitos sobre o capital por pessoa ocupada.
Para Smith a característica mais importante de uma economia de mercado é que
ela permitia um rápido crescimento nas habilidades de produção. Acreditava que
um mercado em crescimento estimulava uma maior divisão do trabalho, o que
aumentaria a produtividade total da economia. Para Adam Smith, é o trabalho
social geral e não a quantidade de trabalho necessário que cria valor.
Regulamentava o mercado limitando o mercado de trabalho, mas isto era uma
questão, como regular? Este fato acabava criando um círculo vicioso, o tamanho
do mercado depende do nível de produtividade e a divisão de trabalho depende da
produtividade. Esta forma de pensar foi um dificultador para seus seguidores, pois
se o aumento da produtividade vinha da divisão de trabalho, o valor atribuído era
ao trabalho e não ao capital. Em relação a teoria de valor, para Smith o preço real
de qualquer mercadoria se relaciona com o esforço e o trabalho empregado para
adquiri-la, o que é influenciado pela sua escassez. Tinha a preocupação em
elevar o nível de vida do povo. Acreditava que livre concorrência levaria a
sociedade a perfeição, pois a busca ao lucro promove o bem-estar social.

David Ricardo (1772-1823)

Foi um dos mais famosos economistas clássicos, para ele um dos seus principais
objetivos foi o estudo da repartição do produto social, ou seja, sua distribuição
entre os proprietários de terras e trabalhadores. Tinha uma teoria em relação a
renda da terra e a escassez relativa a mesma, por exemplo, a partir da sua
observação em um condado específico esperava que sua teoria tivesse um
caráter universal. Para ele a escassez de um produto se relacionava a um motivo
fixo e não variável. Mudou a análise clássica em relação ao valor, razão pela
qual um produto se eleva em valor comparativo é porque mais trabalho é
empregado na produção e não porque se paga aluguel ao dono da terra. Ricardo
estabeleceu dois princípios, um que o aumento dos salários era consequência de
uma acumulação de capital e não do lucro dos empresários, e o segundo, que a
classe dos proprietários das terras tinha um peso social crescente que só poderia
ser reduzido com uma política de livre importação de produtos agrícolas. O
progresso técnico para Ricardo tinha fins polêmicos, pois a medida que o capital e
a população de um país aumentam a produção custa mais e os preços aumentam,
ou seja, para ele as forças mecânicas e humanas estão em constante
concorrência e o aumento de preço de uma, influencia na outra. Uma crítica em
relação ao pensamento de Ricardo era que os contextos sociais e históricos não
eram considerados ao fazer uma análise econômica, ou seja, tinha um problema
metodológico, não era empírico nas etapas de suas análises, não considerava
quem eram os sujeitos e como observo o que tenho como dados.

John Stuart Mill (1806-1873)

Formulou a teoria geral do progresso econômico. Divergiu dos outros clássicos


em relação a teoria de valor, para ele não estava necessariamente atrelado ao
trabalho. Em relação aos preços para ele existia o “natural” e o de “mercado”. O
primeiro representava os preços de mercado em um equilíbrio de longo prazo que
se ajustaria aos custos de produção. Porém, a concorrência nem sempre seria um
agente efetivo no processo do estabelecimento de preços. Mill defende um
“estado estacionário” de crescimento econômico, O estado estacionário seria o da
economia que se reproduz sem ampliação. Desta forma haveria estagnação isto
não era necessariamente ruim, pois discordava que o estado normal do ser
humano é a luta pela sobrevivência.

Para Mill um período de expansão geraria rendas maiores, lucros menores e


salários crescentes. Ao defender um “estado estacionário” no crescimento
econômico, acreditava que taxas de lucros que diminuíssem tendiam a se
acumular (especulação) causando desperdícios de capital. O Estado deveria
tributar uma parcela da renda e investir em projetos socialmente bons para a
sociedade. Ele era crítico da concentração de renda sem o devido trabalho.
Defendia uma maior e ativa intervenção do estado, o que não era defendido por
outros clássicos.

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