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Comissão editorial
Por Fernando Urribarri
Leonardo Goijman
Osvaldo Saidon
César Merea
O antigo debate sobre a psicoterapia e a psicanálise tornou-se atual-
mente político: trata-se de manter a hegemonia sobre a formação
psicoterapêutica por parte da psicanálise, mas mantendo, ao mesmo tempo,
a psicanálise como algo quimicamente puro, separado da psicoterapia.
Tudo isso frente ao “dilema” dos tributos “sociais” da psicanálise versus
seu regime profissional privado. Frente a isto, minha tese é conceber que
toda ação terapêutica na qual estejam presentes os pilares básicos da psica-
nálise É PSICANÁLISE, sob qualquer enquadre metodologicamente razo-
ável. Isto significa abolir o termo psicoterapia psicanalítica. Então, no
máximo poderiam reivindicar o termo psicoterapia, com a correspondente
complementação, aquelas outras teorias que, tendo uma instrumentação
terapêutica, não estivessem baseadas na psicanálise, como as sistêmicas,
cognitivas, etc.
Portanto, se um terapeuta se forma psicanaliticamente e não repudia
essa teoria, toda a sua prática é psicanálise. Winnicott diz assim: “Fui con-
vidado a falar do tratamento psicanalítico e, em compensação, um colega
foi convidado a falar da psicoterapia individual. Confio em que ambos
partiremos do mesmo problema: Como distinguir uma coisa da outra?
Pessoalmente não me vejo em condições de precisar a diferença. Para
mim, a questão é: O terapeuta teve formação analítica ou não? [...] Se
nosso propósito segue sendo verbalizar a consciência nascente em termos
de transferência, estamos fazendo análise; se não, somos analistas no
exercício de qualquer outra técnica que consideremos adequada para a
ocasião. E por que não?” (Sobre esses temas e o que é formação analítica
me aprofundei mais em um artigo do mesmo nome, de 1999.)
Concentrar-me-ei em uma seleção para esse artigo, em uma lista de
temas a revisar para o cotejo dessas atividades.