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RESUMO
A crescente exigência das cadeias de suprimento globais em relação a níveis de serviço e redução de
custos aliada à crescente demanda por transportes, especialmente o minério de ferro, têm levado as
ferrovias a absorverem demanda por meio da maior utilização de seus ativos. Tal situação resulta em
um aumento das solicitações atuantes sobre a via permanente, sendo os Aparelhos de Mudança de
Via (AMV) um dos equipamentos mais exigidos devido aos pontos com descontinuidade da pista de
rolamento característicos da sua função.
ABSTRACT
The increasing demand of global supply chains in relation to service levels and cost reduction coupled
with the growing demand for transport, especially iron ore, have led railways to absorb demand
through greater use of their assets. Such a situation results in an increase in the requests acting on
the permanent road, with the Road Change Apparatus (AMV) being one of the most required
equipment due to the points with discontinuity of the lane that are characteristic of their function.
Due to their operational importance and their budgetary representativeness within the maintenance
of permanent track, the AMV's components, especially Frog, require assertiveness in their
replacement planning and in monitoring their performance.
The development of this work resulted in the use of Survival Analysis models as an alternative to the
annual alligator replacement planning, with this method presenting better results in a simulation
carried out in one of the MRS Logística corridors that brings together operational similarity
characteristics in relation to the characteristics with greater influence on the performance and life of
these materials.
Keywords: “Frogs”. Switching Devices. Reliability. Survival Analysis.
1 INTRODUÇÃO
O impacto dos transportes no desenvolvimento econômico por meio de seus efeitos em toda a cadeia
produtiva é conhecido na literatura, especialmente no que se refere a seus custos e à influência que
exerce na capacidade de concorrer com mercadorias produzidas em outras regiões. Os custos de
transportes afetam tanto a renda gerada via exportação quanto os preços dos produtos importados
e influenciam na capacidade de ganhos de escala com a expansão da cobertura geográfica, o que
proporciona a diluição dos custos fixos. Essa situação é especialmente verificada no contexto
brasileiro, com bases produtivas fortemente ligadas a produtos primários. Esses produtos, que têm
cotações fixadas no mercado internacional, são ainda mais sensíveis ao custo de transporte devido ao
baixo valor em relação ao peso (CAIXETA FILHO e MARTINS, 2011).
Em um ambiente globalizado com cadeias de suprimentos cada vez mais complexas, que exigem
elevados níveis de serviço associados à redução de custos, tem sido imposto aos operadores logísticos
buscar continuamente modos de se manterem competitivos. Nesse cenário, as decisões de transporte
afetam significativamente a relação entre custos fixos e variáveis, e os custos de operação do modal
ferroviário são majoritariamente custos fixos (WANKE, 2010; KAUFMAN, 1953 apud WANKE, 2010).
Essa situação, aliada à crescente demanda por transportes, especialmente o minério de ferro, tem
imposto ao mercado ferroviário a necessidade de investimentos em projetos de expansão,
repotenciamento e revitalização da malha. Entretanto, os valores e prazos envolvidos têm levado as
ferrovias a absorverem demanda por meio da maior utilização de seus ativos, com vagões de maior
capacidade, aumento do número de vagões por trem, incrementos de velocidade e redução do
intervalo entre trens ou, ainda, a combinação entre dois ou mais desses recursos (ISSOMURA, 2016).
O corredor conhecido como Ferrovia do Aço, responsável por escoar o minério extraído no
quadrilátero ferrífero até os portos de Itaguaí e Guaíba, atualmente administrado pela concessionária
MRS Logística, é um retrato dessa situação. Nesse corredor verifica-se um incremento TKB (Tonelada-
Quilômetro-Bruto) médio dos trens proporcionado pela aquisição de vagões de maior capacidade; o
aumento da velocidade das composições e a redução do headway proporcionado pelo sistema CBTC
(Controle de Trens Baseado em Comunicação).
Tal combinação operacional resulta em um aumento das solicitações atuantes sobre a via
permanente, sendo os pontos com descontinuidade da pista de rolamento, que recebem a solicitação
das rodas em forma de interação dinâmica, os mais exigidos devido aos elevados níveis de impacto
decorrentes da aceleração e da atuação de forças laterais e verticais.
Região do Cruzamento: Nessa região observa-se uma importante transição das rodas
ferroviárias de forma completa para a segunda linha. Neste trecho encontramos outros
importantes componentes de transição: jacaré, contratrilhos, placa de contratrilho e calços
(STEFFLER, 2013, p .74)
Localizado na região de cruzamento, o jacaré é a única peça em que circulam as rodas dos trens que
passam tanto pela via principal quanto pela via secundária. Esse componente é submetido às mais
bruscas forças de impacto de rodas, merecendo atenção especial em relação à avaliação de vida útil,
principalmente quando instalados em regiões com tráfego de trens de alta carga por eixo (STEFFLER,
2013; ISSOMURA, 2016).
Além de sua importância operacional, tal mecanismo é ainda responsável por um dos maiores
orçamentos da via permanente, e a substituição dos componentes do AMV impõe a necessidade de
interrupção do tráfego ferroviário.
Entre os componentes do AMV, pode-se destacar o Jacaré, que apresenta elevados custos unitários,
custos de substituição e lead-times praticados pelos fornecedores, exigindo cuidados em relação à
gestão de estoques, o que aumenta a importância de seu planejamento de aquisição e de
manutenção.
Nesse cenário, o presente trabalho tem por objetivo desenvolver uma metodologia para aprimorar a
elaboração do orçamento e o planejamento de substituição de jacarés, fornecendo ainda subsídios
para um melhor acompanhamento do desempenho e da medição do LCC (Life Cycle Cost) desses
materiais.
HERIAN e ANIOŁEK (2011) acrescentam que afluências são especialmente expostas ao desgaste por
abrasão e fadiga, que resultam em alterações na forma da superfície de rolamento em consequência
de cargas dinâmicas de natureza cíclica, estando a vida útil desses componentes relacionadas às
propriedades funcionais do material de que são fabricadas e às condições de operação.
É natural pressupor-se que o aumento de carga resultará em um maior nível de impacto. Tal situação
é evidenciada em estudo realizado em uma ferrovia holandesa por Xin et al (2013). Utilizando um
dispositivo de medição ESAH-M para detecção da força máxima exercidas pelas rodas de um trem
durante a passagem por um cruzamento associado, combinado com um modelo 3D de elementos
finitos dinâmicos, elaborado a partir da geometria do cruzamento em questão, os autores apresentam
as diferentes tensões máximas no ponto de contato dinâmico e tensões de cisalhamento decorrentes
das forças de atrito para duas condições de carga por eixo e velocidade.
Força de Contato (N)
As figuras 3 e 4 demonstram maiores forças de contato de acordo com o aumento da carga por eixo.
Observar-se ainda que a maior carga por eixo leva a impactos anteriores, o que, dependendo da forma
do cruzamento, em que a parte anterior é mais é mais fraca que a traseira, aumenta a probabilidade
da ocorrência de danos (XIN et al, 2013).
_______________________________________________
Nota: Os valores de 150 kN e 250 kN equivalem, respectivamente, a, aproximadamente, 15 e 25 toneladas sobre o efeito da
força gravitacional.
a b
Aumentando-se a velocidade do trem de 108 km/h para 250 km/h, considerando a condição de 150kN
por eixo, verificou-se um aumento significativo das forças de tensão, obtendo-se uma força máxima
de contato é 356,8kN, o dobro do valor observada na velocidade de 108 km/h. O comparativo das
forças de contato é apresentado na Figura 5.
Força de Contato (N)
O fato dos estudos anteriores terem sido realizados em ferrovias de alta velocidade poderia suscitar
dúvidas quanto à sua aplicação em locomotivas de carga de alta tonelada por eixo. Contudo, estudos
realizados por Herian e Aniołek (2011) com velocidades inferiores concluem que a carga proveniente
das rodas do veículo ferroviário depende da massa e da velocidade do veículo ferroviário. É possível
observar que as maiores cargas dinâmicas ocorrem no momento em que o conjunto de rodas entra no
jacaré com a posterior redução da carga dinâmica, levando a uma menor amplitude da força vertical,
que se estabiliza gradualmente. Essa força atinge 119 kN a uma velocidade de 20 km/h e aumenta para
188 kN quando em uma velocidade de 80 km/h sem, no entanto, serem evidenciados impactos da
velocidade nos valores da força de cisalhamento.
Força vertical Fz Força vertical Fz
(roda esquerda) (roda esquerda)
Força vertical Fz Força vertical Fz
(roda direita) (roda direita)
Força (N)
Força (N)
Força (N)
Força (N)
Herian e Aniołek (2011) destacam o jacaré como um dos componentes mais expostos à ação de cargas
dinâmicas, e que as tensões de contato mais elevadas geralmente atingem valores que excedem o
ponto de escoamento e o limite de resistência à tração do material, podendo resultar em deformação
plástica e perda da coesão do material nas áreas próximas, levando à falha do material, bem como
ressaltam que a carga de impacto aumenta à medida que aumenta o desgaste do jacaré em relação
aos trilhos. Os autores também verificaram que não foi observado desgaste abrasivo no número de
ciclos, que varia de 8.000 a 12.000, sendo que, acima desse número de ciclos, o desgaste assume
características semelhantes às lineares.
O esmerilhamento é uma prática de manutenção que aumenta o aumento da vida útil do trilho e
contribui para manutenção de parte da rigidez da estrutura da via. Enquanto o tratamento corretivo
remove as imperfeições da superfície de rolamento, retificando defeitos superficiais existentes; o
esmerilhamento preventivo pode prevenir o aparecimento de defeitos superficiais, de modo a guiar
as rodas com maior suavidade. Em ambos os casos, é importante a determinação do perfil correto de
esmerilhamento e sua aplicação periódica (AREMA, 2003 apud ISSIMOURA, 2016).
Em sua tese, Issimoura (2016) contribuiu com outros aspectos que influenciam na vida útil dos jacarés,
que não serão aprofundados neste trabalho por não serem abordados no desenvolvimento proposto,
são eles:
• Aspectos geométricos
• Interferências na superfície de rolamento
• Condição das rodas dos veículos ferroviários
3 CONFIABILIDADE, ANÁLISE DE DEGRADAÇÃO DE COMPONENTES MECÂNICOS E ANÁLISE
DE SOBREVIVÊNCIA
A confiabilidade é definida de várias maneiras diferentes, sendo a definição mais amplamente aceita
aquela que associa a confiabilidade à capacidade do produto de executar a função especificada no
ambiente designado por um período mínimo de tempo ou número mínimo de ciclos ou eventos
(IRESON; COOMBS JR.; MOSS, 1995).
Ireson, Coombs Jr. e Moss (1995) destacam que a confiabilidade é normalmente declarada como um
ou mais dos seguintes parâmetros:
Ireson, Coombs Jr. e Moss (1995) observam que, no passado, era comum um ciclo de projeto de três
a cinco anos, com a confiabilidade podendo ser aprimorada e o custo reduzido gradualmente ao longo
da vida do produto, à medida que os processos de fabricação passam por uma curva de aprendizado
e as melhorias são feitas periodicamente. Contudo, similarmente à exigência de elevados níveis de
serviço e de redução de custos, impostas aos operadores logísticos, os autores observam que o
mercado passou a exigir dos produtos um maior desempenho e confiabilidade, desenvolvidos e
disponibilizados mais rapidamente ao mercado com menores custos, três requisitos que parecem ser
mutuamente excludentes.
Em relação aos dados de confiabilidade, Duarte (2010, p.7) indica a existência de duas fontes:
• O valor inerente, intrínseco, previsional ou saída de fábrica: obtido pelos fornecedores por
meio de ensaios de confiabilidade baseados em amostragens pré-definidas, resultam em
resultados independentes da aplicação real.
• O valor demonstrado, extrínseco, operacional ou em serviço: obtido pelos utilizadores a partir
da experiência real em serviço, que pode oferecer dados operacionais ao fabricante para
tratamento estatístico, sendo essa informação importante por resultar da aplicação prática
do bem.
A degradação é caracterizada, segundo a Norma NP EN 13306 (apud Duarte, 2010), como a “Evolução
irreversível de uma ou mais características de um bem relacionado com a passagem do tempo, a
duração de utilização ou a uma causa externa”. De acordo com Duarte (2010), existem diversas causas
de degradação em um sistema, tais como a fadiga, o desgaste e a falha de componentes não essenciais,
choques aleatórios no sistema.
Duarte (2010) classifica em dois grupos os modelos para estimar a confiabilidade com base em dados
de degradação. No primeiro, em que a lei de degradação é conhecida, pode-se aplicar a física da falha
para determinar a vida útil restante, e o segundo, baseado na estatística, utilizado quando a lei de
degradação não é conhecida, sendo possível acompanhar ao longo do tempo a medida de degradação.
É importante observar que, normalmente, um processo de degradação está sujeito a uma determinada
variabilidade, em decorrência de mudanças nas condições de operação ou do meio de operação, e
variabilidades no processo de fabricação ou nas propriedades do material. A combinação desses irá
resultar em uma variabilidade nas curvas de tendência e, consequentemente, nos tempos de falha
(DUARTE, 2010).
Uma metodologia aplicada de análise de degradação proposta por Sobral e Ferreira é resumida no
Quadro 1:
Normalmente, utiliza-se o tempo real como escala de medida. Contudo, em testes de engenharia
podem ser adotadas outras escalas como número de ciclos, quilometragem ou outras medidas de
carga. Os eventos de interesse são, normalmente, casos indesejáveis, denominados falhas, e podem
ocorrer devido a uma ou mais causas, sendo denominados riscos competitivos quando as causas da
falham competem entre si (COLOSIMO; GIOLO, 2006).
Kaplan e Meier (1958 apud COLOSIMO; GIOLO, 2006) propuseram um estimador de distribuição livre,
também chamado não-paramétrico, para determinar a função de sobrevivência, conhecido como
estimador Kaplan-Meier ou estimador limite-produto, que define a função de sobrevivência empírica,
na ausência de censuras, da seguinte maneira:
Desse modo, tem-se uma pequena diferença no tratamento das censuras entre os métodos Kaplan-
Meier e atuarial, resultando em diferentes resultados de probabilidade de sobrevivência.
As funções e argumentos dos dois métodos são resumidos no quadro 2:
Contudo, tal metodologia apresenta algumas lacunas como a incapacidade de atualizar as previsões
de substituição em função de variações de desempenho em relação ao estimado, uma vez que a
substituição é realizada, não pelo total de MTBT ao qual foi submetido, mas de sua condição e
capacidade de operação segura. Assim, um modelo de previsão baseado, por exemplo, na informação
de desgaste verificada nas inspeções, poderia ser retroalimentado por esta informação e fornecer
uma previsão de substituição de componentes que já superaram a vida útil estimada ou que
apresentam desgaste acelerado.
Para o desenvolvimento deste trabalho foram selecionados os jacarés dos aparelhos de mudança de
via instalados em linha principal da frente sul da Ferrovia do Aço. Essa escolha é justificada por uma
seleção de aparelhos em condições similares de operação e manutenção, tanto no que se refere à
tonelada por eixo, quantidade de trens e condições gerais da via, quanto em relação ao tipo de
material aplicado, jacarés com núcleo endurecido por explosão e dormentes de fixação de madeira
nobre. Desse modo, buscou-se de maneira simplificada reduzir variações decorrentes dos principais
aspectos que impactam na manutenção e desempenho dos jacarés, conforme apresentado no
segundo tópico deste artigo. Foram selecionados também os materiais instalados a partir do ano de
2016, devido a uma maior confiabilidade na informação de substituição dos jacarés por ativo, e
também com o intuito de reduzir os efeitos das evoluções operacionais e de manutenção.
22
21 21
16
14
13
11
10
9 9
8
7
6
5
4
3
2 2
Inicialmente, tinha-se como objetivo deste trabalho a elaboração de um modelo de previsão a partir
da análise de degradação da medida de amassamento da asa do jacaré, principal medida de desgaste
desse componente. Um modelo construído a partir do monitoramento dessa medida solucionaria
uma das principais deficiências do modelo atual, possibilitando atualizar as projeções conforme o
desgaste real dos jacarés. Contudo, a correlação entre a variação do desgaste e o total de MTBT ao
qual o jacaré foi submetido apresentou um resultado de -0,175, além de observar-se uma grande
dispersão dos dados, descartando-se à possibilidade de construção de um modelo consistente a partir
dos dados disponíveis.
É válido destacar que, atualmente, que as medidas de amassamento são obtidas por meio de um
processo de inspeção manual realizado trimestralmente, sendo a informação inserida em sistema por
um digitador a partir de registros em papel. Tais características contribuem para uma menor
qualidade da informação, além de um número relativamente pequeno de registros durante a vida útil
do jacaré.
Assim, optou-se por aprofundar os estudos referentes à análise de sobrevivência como alternativa ao
modelo atual, minimizando uma das lacunas citadas. Para o cálculo das curvas de sobrevivência os
jacarés ainda instalados foram considerados como dados censurados, sendo estabelecido o período
de observação de 10 em 10 MTBT que, além de representar uma medida exata, corresponde a,
aproximadamente, um mês de transporte, sendo essa a unidade de tempo de referência para o
planejamento anual de substituições. Os resultados das curvas de sobrevivência obtidas, aplicando-
se os métodos Kaplan-Meier e Atuarial estão na Tabela 2, e na Figura 8 está ilustrada a probabilidade
de sobrevivência obtida pelo método Kaplan-Meier.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
15
14
13 12,34
12
11
10 9,34
9 8,71
8
7
6
5
1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
É possível observar que o método proposto apresentou uma projeção final para o período
compreendido entre outubro de 2018 e junho de 2020 de 90,9 jacarés, o que representa um
valor 7% superior ao número real de substituições do período. Por sua vez, a metodologia atual
baseada em vida útil apresentou uma estimativa de 107,8 jacarés, ou 26,7% a mais do que as
substituições reais.
Com relação ao processo de inspeções, sugere-se uma revisão do atual processo de inspeção
visando uma maior sistematização das informações, conferindo maior confiabilidade às
mesmas. Alguns procedimentos que poderiam auxiliar neste processo são:
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Edição, 9ª Reimpressão. São Paulo: Atlas, 2011.
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XIN, L; MARKINE, V. L.; SHEVTSOV I. L. Dynamic Interaction Between the Wheel and Crossing Nose.
Proceedings of the Fourteenth International Conference on Civil, Structural and Environmental
Engineering Computing. Paper 22. Civil-Comp Press. Holanda. 2013.
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