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RESENHA1

OLIVEIRA, Jefferson de Sousa2

HENDRICKS, Howard. Ensinando para transformar vidas. Tradução: Myrian Talitha Lins.
2 Ed. Curitiba: Editora Betânia, 2015. 144 p.

O livro Ensinando para Transformar Vidas, de autoria de Howard Hendricks, foi


originalmente publicado nos Estados Unidos pela Multnomah Press, com o título Teaching to
change lives, em 1987. No Brasil, a primeira edição foi lançada pela Editora Betânia no ano
de 1991.
O autor, Howard George Hendricks3 (1924-2013) foi professor por mais de
cinquenta anos no Dallas Theological Seminary, onde ensinou a disciplina Exposição Bíblica
e Hermenêutica. Ministrou em mais de 80 países e também serviu como capelão do time de
futebol americano Dallas Cowboys, de 1976 a 1984. O Dr. Hendricks mentoreou muitos
líderes cristãos, como Chuck Swindoll, Tony Evans, Joseph Stowell e David Jeremiah.
A obra em análise se divide, basicamente, em sete capítulos, que correspondem às
sete leis ou princípios que o autor estabelece para o aprendizado, além de uma introdução e
uma conclusão, chamada de “o investimento”, que na verdade é uma breve retrospectiva das
ideias principais das sete leis apresentadas ao longo do livro.
“Ensinando para transformar vidas” foi prefaciado pelo Dr. Bruce Wilkinson, que
foi um discípulo do Dr. Hendricks, e para tanto nos revela uma situação inusitada envolvendo
seu mestre, mostrando na prática por que este autor tem tanta legitimidade para ensinar suas
leis sobre o ensino.
Antes de expor suas sete leis sobre o ensino, o autor introduz a obra com um
pequeno capítulo denominado “um forte amor pelo ensino”. Neste, Howard Hendricks chama
a atenção para o fato de que toda sua teoria acerca do ensino gira em torno do “amor” pelo
próprio ensino. Este seria o resumo da obra, e ele deixa claro que o objetivo do livro é que
Deus desperte um amor pelo ensino em todos aqueles que o lerem.

1
Resenha apresentada como requisito para obtenção de nota parcial da disciplina Educação Cristã, ministrada pelo professor
Ariel Tidre.
2
Aluno do 6º período do Curso Livre de Teologia da Escola Teológica Charles Spurgeon.
3
Disponível in: <https://en.wikipedia.org/wiki/Howard_Hendricks> acesso 03 nov 2019.
A primeira lei é a lei do professor, que resumidamente prescreve que “quem para
de crescer hoje, para de ensinar amanhã”. O autor associa o fato de estarmos vivos ao
aprendizado, o que significa que enquanto estamos vivos estaremos aprendendo, e vice-versa.
O professor, segundo Hendricks, também precisa ser uma pessoa transformada para que
outras vidas sejam transformadas por seu intermédio, e para isso ele precisa estar sempre em
crescimento. Ao longo desse capítulo, o autor apresenta sugestões para que o professor cresça
no aspecto intelectual, físico e social.
Ao final deste capítulo, bem como ao final de cada um dos outros, o autor
apresenta alguns questionamentos para reflexão. As perguntas constantes nessas seções
ajudam a aprofundar o entendimento acerca da mensagem que o autor quis repassar através da
exposição da respectiva lei do ensino apresentada.
A segunda lei, a lei do ensino, determina que a maneira como os alunos aprendem
deve determinar a forma como o professor ensina. Nesse sentido, argumenta que não se avalia
a eficiência de um professor pelo ele faz, mas com base no que os alunos desse professor
fazem, ou seja, um professor é bem mais conceituado a medida em que seus alunos
demonstram na prática o que aprenderam com ele.
O autor apresenta três metas básicas que devem orientar o trabalho de um
professor: 1) ensinar os outros a pensar; 2) ensinar os outros a aprender; e 3) ensinar os outros
a trabalhar. Entretanto, para levar os alunos a isso, também é necessário que os professores os
levem a dominar bem quatro habilidades básicas: ler, escrever, ouvir e falar.
A terceira lei é a lei da atividade. Segundo essa lei, “quanto maior o nível de
envolvimento no processo de aprendizagem, maior o volume de conteúdo apreendido”. Ainda
acerca da atividade, o autor analisa três máximas ou afirmações famosas: 1) o exercitamento
leva ao aperfeiçoamento; 2) a experiência é nosso melhor mestre; e 3) é fazendo que se
aprende. Em seguida, após uma reflexão acerca dessas máximas, o autor chega à conclusão de
elas podem ser melhor colocadas da seguinte forma: 1) o exercitamento adequadamente
orientado leva ao aperfeiçoamento; 2) uma experiência adequadamente avaliada é nosso
melhor mestre; e 3) é fazendo as coisas certas que aprendemos o que é certo.
Neste capítulo dá-se uma atenção à questão da aplicação prática do que se
aprende, ressaltando o fato de que a Bíblia geralmente relaciona a verdade e a vida prática, ou
seja, em educação cristã, o fator principal não é ter conhecimento, mas obedecer agindo.
A quarta lei do ensino é a que o autor chama de lei da comunicação. De acordo
com Hendricks, “para que haja comunicação é necessário que se estabeleçam pontes de
ligação entre o comunicador e o receptor”. Nesse sentido, para que haja uma boa
comunicação, seus três componentes básicos, pensamento, sentimento e ação, devem estar
bem harmonizados e em sua melhor performance (devo conhecer bem uma coisa, a sentir
profundamente e agir em consonância com esta coisa).
A quinta lei é chamada de lei do coração. Para o autor, “o ensino que realmente
causa impacto em quem o recebe não é o que passa de uma mente para outra, mas de um
coração para outro”. Neste capítulo o autor desenvolve a ideia bíblica acerca de coração,
entendendo-se assim como o âmago de uma pessoa, o centro de suas afeições. Destaque-se,
nessa toada, a correlação feita entre caráter, afetividade e conteúdo que o autor faz, analisando
os conceitos socráticos de ethos, pathos e logos.
Nesta lei, o autor argumenta que o professor deve causar impacto na vida dos
alunos, e nesse sentido dá três dicas valiosas: 1) conheçamos bem os alunos; 2) conquistemos
o direito de ser ouvidos; e 3) disponhamo-nos a nos mostrar vulneráveis perante nossos
alunos.
A lei de número seis é a lei da motivação, segundo a qual “o ensino será mais
eficiente quando o aluno se encontrar adequadamente motivado”. Para Hendricks, o
Quociente de Motivação (QM) é bem mais importante que o Quociente de Inteligência (QI).
A sétima e última lei, lei da preparação prévia, estabelece que “o processo de
ensino-aprendizagem é mais eficiente se tanto professor como aluno estão previamente bem
preparados”. Além do professor precisar, necessariamente, se preparar para ministrar suas
aulas, os alunos também não devem chegar “frios” na sala de aula, sem antes terem se
preparado para o assunto a ser ministrado. Para isso, o professor não precisa esperar para
despertar o interesse dos alunos somente antes do início da aula, mas devem criar a
expectativa de maneira prévia.
De uma forma geral, pode-se afirmar que a forma que o autor transmite o
conteúdo da obra é muito interessante, pois ele apresenta os temas sempre os envolvendo em
pequenas histórias de sua experiência como professor, o que por si só já um diferencial do
livro. Essa maneira de escrever é bastante envolvente, prendendo o leitor até o final de cada
capítulo, dada a maneira leve e objetiva de tratar os temas.
Trata-se de um livreto pequeno, com apenas 144 páginas, mas que contém
preciosas lições que podem ser aproveitadas não apenas por aqueles que estão diretamente no
ministério do ensino, mas por todos os que querem entender melhor o processo de ensino e
aprendizado, uma vez que quando não estamos ensinando, geralmente estamos aprendendo
algo.
Acerca das questões editoriais, pode-se afirmar que se trata de uma boa edição,
num formato de bolso, de 10,5 por 18cm, e por conta dessa escolha, evidentemente conta com
corpo de fonte pequeno, o que pode dificultar um pouco a leitura. Não foram encontrados,
nesse sentido, erros grosseiros de digitação ou tipográficos que comprometam a qualidade
editorial da obra.
Por fim, recomendamos com entusiasmo a obra, pois se constitui numa ferramenta
muito útil no preparo daqueles que abraçaram o magistério, e deste modo também consiste
numa leitura obrigatório para seminaristas e professores de EBD. Como dito anteriormente,
mesmo aqueles que não se afadigam no ministério do ensino podem ser beneficiados com a
leitura, uma vez que ao aprendermos a ensinar, também aprendemos a “aprender melhor”.
ESCOLA TEOLÓGICA CHARLES SPURGEON

DECLARAÇÃO DE LEITURA

MATÉRIA: PROFESSOR:
Educação Cristã Ariel Tidre

LEITURAS
ALUNO: Jefferson de Sousa Oliveira
LIVRO (S) / TEXTO (S):

- HENDRICKS, Howard. Ensinando para transformar vidas. Tradução: Myrian Talitha


Lins. 2 Ed. Curitiba: Editora Betânia, 2015. 144 p.

- WILKINSON, Bruce H. As 7 leis do aprendizado: como ensinar quase tudo a praticamente


qualquer pessoa. Tradução: Eros Pasquini. Curitiba: Editora Betânia, 1998. p. 1-250.

DECLARAÇÃO DO ALUNO

Declaro, para fins de crédito, que li por completo o livro Ensinando para transformar
vidas, e que li 250 (duzentos e cinquenta) páginas do livro As 7 leis do aprendizado, indicado
pelo (a) professor (a), como “Leitura obrigatória” exigida para a realização da disciplina
Educação Cristã do Curso Livre de Teologia no semestre de 2019.2, da Escola Teológica
Charles Spurgeon, totalizando 394 (trezentos e noventa e quatro) páginas.

Fortaleza, 11 de novembro de 2019

Jefferson de Sousa Oliveira


Acadêmico do Curso Livre de Teologia

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