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Leandro Souza de Jesus1

Daisy Lima de Souza Santos2

RESUMO

DA ECO-92 À RIO +20: UMA BREVE AVALIAÇÃO DE DUAS DÉCADAS

OLIVEIRA, L. D. D. Da Eco-92 à Rio +20: uma breve avaliação de duas décadas. Boletim
Campineiro de Geografia, Campinas,v. II, n. 3, 2012. Disponivel em:
<http://agbcampinas.com.br/bcg>.

Leandro Dias de Oliveira é geógrafo e mestre em Geografia pela Universidade


do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e doutor em Geografia pela Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp). Atualmente é professor adjunto da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), campus Seropédica.
O autor apresenta no resumo de seu trabalho o objetivo do artigo que é refletir
sobre as possíveis incongruências, limites e potencialidades da implementação de
um modelo de desenvolvimento ambientalmente sustentável em diversas escalas e
diferentes realidades, sob uma leitura geopolítica dos encontros - Eco-92 e Rio +20
– que embasaram a atual concepção de desenvolvimento sustentável.
Além da introdução, o artigo é dividido em cinco seções listadas,
respectivamente, a seguir: A Conferência do Rio de Janeiro – 1992 e a “Geopolítica
da Paz”; O Legado da Eco-92 na realidade brasileira: avanços e contradições; A
efetivação da Agenda 21: a bula da construção do Desenvolvimento Sustentável;
Uma reflexão necessária: pensando a Rio-92 vinte anos depois; Prólogo: Rio +20 —
decepção ou confirmação das desconfianças?.

1 Discente do Curso de Administração no DCHT – XXI / Ipiaú/BA


2 Docente do Componente Curricular Gestão Ambiental e Sustentabilidade no DCHT – XXI / Ipiaú
Oliveira faz uso de vasto referencial teórico, onde incluem-se produções
brasileiras e estrangeiras, para expor as expectativas geradas pelas conferências de
Meio Ambiente e Desenvolvimento realizadas pela ONU. Descrevendo eventos que
antes mesmo do seu início carregam o peso de diferenças culturais e políticas entre
as nações e autoridades participantes.
Após a realização destas conferências são geradas documentações de
direcionamento de mudanças, expectativas de realização destas mudanças e
também frustações pela não efetivação de muitas das propostas.
A primeira seção do artigo ressalta a apropriação indevida de conhecimentos
culturais e locais para fins econômicos, destacando a desigualdade de acesso
cientifico-acadêmico que possibilitam esta prática.
A segunda seção propõe-se a avaliar o legado da Conferência de 1992 na
realidade brasileira apontando os avanços e as contradições referentes ao proposto
na Eco-92.
Nesta seção é possível observar a importância da ação do poder público na
concretização de programas de conservação ambiental e desenvolvimento
sustentável. Visto que primeiramente não haverá avanços sem investimentos em
melhores condições sanitárias para a população periférica, além do fato de que sem
a iniciativa e fiscalização do setor, a iniciativa privada dificilmente realizará
investimentos em adequações menos agressivas ao meio ambiente.
A terceira parte do artigo, que trata da efetivação da Agenda 21, apresenta
projetos de implantação da Agenda 21 em diversos países, grifando o fato de que
esta Agenda apresenta apenas noções gerais, o que a torna suscetível a inúmeras
adequações. São abordados os processos de elaboração das Agendas 21 Locais
também no Brasil, apontando o que pode ser considerado positivo e o que foi
ignorado ou abafado nestes processos. Oliveira classifica a conferência do Rio como
um modelo no processo de gestão ambiental.
No tópico seguinte, é realizada uma reflexão após 20 anos da realização da
Rio-92. Ano em que foi realizada a conferência Rio +20 e também o ano em que o
artigo foi produzido. Neste tópico Leandro Oliveira reafirma a importância da Rio-92
como referência na realização de conferências sobre temas globais e volta a apontar
a importância de sanar as gritantes diferenças sociais que privam pessoas do acesso
a provisões que sanem suas necessidades mais básicas.
A última seção do artigo faz uma análise mais específica do segundo evento,
Rio +20, realizado 20 anos após a Rio-92. O autor afirma que a conferência
confirmou desconfianças emergidas no intervalo entre a realização dos eventos e
conclui que o segundo evento repete o segundo sem apresentação de inovações
significativas.
Infelizmente, em consequência do tempo entre a escrita do artigo e a
elaboração deste resumo, os links apresentados no trabalho não estão mais
disponíveis para acesso às informações referenciadas a partir dos mesmos.
É possível perceber no trabalho de Oliveira uma crítica à forma como a
questão da preservação ambiental é tratada e à importância dada às mazelas sociais
presentes em comunidades subdesenvolvidas.
O autor descreve como insuficientes as medidas adotadas após a realização
de eventos tão amplos como as Conferências da ONU, mostra-se insatisfeito com a
atuação das representatividades civis não-governamentais nestes eventos e cobra
maior efetividade na adoção de medidas para uma verdadeira reformulação
comercial global na forma como os recursos naturais são explorados e não apenas
adaptando a uma cultura empresarial capitalista já há muito tempo instaurada.

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