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infi – Instituto FEBRABAN de Educação

FORMAÇÃO DE CORRESPONDENTES

MÓDULO III

FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS

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SIGILO E CONFIDENCIALIDADE

“Todos os direitos autorais relativos a este material são reservados ao seu autor, sendo proibida

qualquer forma de reprodução, transcrição, impressão e/ou divulgação do mesmo, total ou parcial,

sem a autorização prévia e por escrito do autor. A violação de direitos autorais constitui crime

previsto no Artigo 184 do Código Penal e sujeita-se ao disposto na Lei nº 9.610/98.”

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Sumário

Conhecimentos Específicos Para Financiamento E Crédito De Veículos .......................................... 4


1. Arrendamento Mercantil e seus Aspectos Tributários. ................................................................... 4
1.1. Fluxo da Estrutura do Arrendamento Mercantil (Leasing) ................................................. 5
2. Arrendamento Mercantil de Veículos Automotivos ...................................................................... 8
3. Disciplina e Consolida as Normas Relativas às Normas de Arrendamento Mercantil ............... 10
3.1. Considera-se Arrendamento Mercantil Financeiro (Leasing Financeiro) ......................... 10
3.2. Considera-se Arrendamento Mercantil Operacional (Leasing Operacional) ................... 12
4. Trata de Prazos Mínimos a Serem Observados Para a Quitação Antecipada dos Contratos de
Arrendamento Mercantil ................................................................................................................... 13
4.1.Arrendamento Mercantil Financeiro: ................................................................................ 13
4.2. Arrendamento Mercantil Operacional: ............................................................................. 13
5. Regras que disciplinam a padronização dos Documentos na Oferta das Operações de
Financiamento e de Leasing no Mercado de Veículos ..................................................................... 14
6. Operações de Leasing:.............................................................................................................. 17
7. Fluxo dos Documentos da Estrutura do Arrendamento Mercantil (Leasing).............................. 20
8. Operações de Financiamento de Veículos: ............................................................................... 21
9. Fluxo da Estrutura do Financiamento de Veículos .................................................................... 23

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Conhecimentos Específicos Para Financiamento E Crédito De Veículos

1. Arrendamento Mercantil e seus Aspectos Tributários.

Lei No. 6.099 de setembro de 1974 (e alterações posteriores) estabeleceu que:

Todas as operações de arrendamento mercantil subordinam-se ao controle e fiscalização do Banco


Central do Brasil (BACEN), segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional
(CMN).

A constituição e o funcionamento das pessoas jurídicas que tenham como objeto principal de sua
atividade a prática de operações de Arrendamento Mercantil, denominadas Sociedades de
Arrendamento Mercantil, dependem de autorização do Banco Central do Brasil.

Assim, as Sociedades de Arrendamento Mercantil devem adotar a forma jurídica de Sociedades


Anônimas (S.A), e a elas se aplicam, no que couber, as mesmas condições estabelecidas para o
funcionamento de instituições financeiras na Lei nº 4.595, de 31.12.64, e legislação posterior
relativa ao Sistema Financeiro Nacional (SFN), devendo constar obrigatoriamente de sua
denominação social a expressão "Arrendamento Mercantil".

Portanto, a expressão "Arrendamento Mercantil" na denominação ou razão social é privativa das


Empresas de Leasing.

Considera-se arrendamento mercantil, também conhecido como leasing, o negócio jurídico


realizado entre pessoa jurídica (Empresa de Leasing), na qualidade de arrendadora, e pessoa
física (PF) ou jurídica (PJ), na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de
bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio
desta.

Nesse sentido o leasing nada mais é que o aluguel de um bem por determinado período, após o
qual a pessoa física usuária poderá ou não adquirir a propriedade desse bem, por preço para o
exercício da opção de compra livremente pactuado, podendo ser, inclusive, o valor de mercado do
bem arrendado.

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Portanto o Arrendamento Mercantil ou Leasing é a cessão de uso de um bem móvel (automóvel,
máquinas ou equipamentos), ou bem imóvel (prédio ou instalações que serão utilizados pelo
arrendatário), por um determinado prazo, estabelecida mediante contrato. Assim, os intervenientes
participantes do arrendamento mercantil são:

I. ARRENDADORA: Empresa de Leasing


II. ARRENDATÁRIO: Pessoa Física (PF) ou Pessoa Jurídica (PF)
III. FORNECEDOR: Fabricante dos Veículos Automotivos ou Máquinas e Equipamentos

1.1. Fluxo da Estrutura do Arrendamento Mercantil (Leasing)

Legenda das etapas:

1. Contrato de arrendamento mercantil (contrato de leasing);


2. Pagamento das contraprestações (mensalidades) de acordo com o contrato de leasing;
3. Venda do veículo à vista pelo lojista (concessionária), para a arrendadora (empresa de
leasing);
4. Pagamento à vista pela arrendadora (empresa de leasing), para o lojista (concessionária de
veículo) que é o fornecedor do veículo; e
5. Lojista (concessionária de veículo), após receber autorização da arrendadora (empresa de
leasing), entrega o veículo à arrendatária (pessoa física).

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De acordo com o fluxo da estrutura apresentada, verifica-se que a pessoa física (que será a
arrendatária no contrato de leasing), visita o lojista (concessionária de veículo) e acerta todos os
detalhes comerciais de compra e venda do veículo. A seguir o lojista (concessionária de veículo),
apresenta o orçamento do leasing, que contém todas as informações sobre o contrato de
arrendamento mercantil (leasing), que deverá ser analisado e assinado pela pessoa física
(arrendatária).

As operações de arrendamento mercantil, de acordo com a Lei nº 6.099 de setembro de 1974 (e


alterações posteriores), somente podem ser realizadas por pessoas jurídicas que tenham como
objeto principal de sua atividade a prática de operações de arrendamento mercantil, que será
denominada sociedades de arrendamento mercantil e pelos bancos múltiplos com carteira de
arrendamento mercantil. As operações de arrendamento mercantil (leasing) podem ser dos tipos: o
Leasing Financeiro e Leasing Operacional.

De acordo com o manual da Secretaria da Receita Federal, toda operação de leasing realizada por
pessoa física em geral, em que a opção de compra do bem só é realizada no final do contrato, o
contribuinte ao realizar a Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda, deverá lançar
como custo de aquisição somente os valores pagos a título de arrendamento mercantil, que é a
somatória das contraprestações pagas durante o ano, deverão ser lançados na coluna
discriminação (do ano anterior), os pagamentos efetuados a título de arrendamento e, somente por
ocasião do exercício da opção de compra do bem é que os valores pagos, inclusive o valor
residual, deverão ser lançados na coluna do ano-calendário do referido exercício da opção de
compra.

As operações de arrendamento mercantil fazem parte da lista de serviços prestados, assim o


tributo incidente será o ISS-Imposto Sobre Serviços, que é de competência dos municípios e,
portanto, incide sobre serviços de qualquer natureza. Assim, nas operações de arrendamento
mercantil (leasing), não haverá incidência do IOF-Imposto Sobre Operações Financeiras, que é
aplicado aos financiamentos, crédito direto ao consumidor e empréstimos bancários.

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Observação:
Você sabe o significado geral do Arrendamento Mercantil (leasing)?

Resposta:
O Arrendamento Mercantil (leasing) possui como objetivo geral, a compra a prazo do veículo, por
parte do consumidor (pessoa física), equiparando-se operação de financiamento do veículo
(Financiamento).

Curiosidade:
Você sabe quando surgiu o Leasing?

Resposta:
Com base de relatos históricos, esse tipo contratual nasceu a séculos atrás, especificamente em
Atenas em sua fase antiga. Nessa época era usado esse tipo contratual em minas (prata e ouro),
que eram de propriedade do Estado e que eram exploradas pelos arrendatários, mediante o
pagamento de determinada quantia, em dinheiro, e, também um percentual dos lucros (renda
anual), obtidos pelos arrendatários (exploradores das minas) ao Estado.

O conceito de leasing surgiu somente no século 20, durante a Segunda Guerra Mundial. Nesse
período, os Estados Unidos (EUA), emprestavam equipamentos bélicos aos países aliados com a
condição de que, ao final da guerra, os mesmos equipamentos fossem devolvidos aos Estados
Unidos (EUA), ou comprados pelos países aliados. Posteriormente esse conceito foi ampliado e
divulgado e passou a ser utilizado entre empresas e pessoas físicas como alternativa de
financiamentos de bens, tanto nos Estados Unidos (EUA) quanto na Europa (EUR).

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2. Arrendamento Mercantil de Veículos Automotivos

De acordo com a Lei No. 11.649 de abril de 2008 estabeleceu os dispositivos sobre
procedimento na operação de arrendamento mercantil de veículo automotivo (leasing).

Nesse sentido, nos contratos de arrendamento mercantil de veículos automotivos (novos ou


usados), após a quitação de todas as parcelas vencidas e vincendas, das obrigações pecuniárias
previstas em contrato (contraprestações e valor residual garantido), e, do envio ao arrendador de
comprovante de pagamento dos IPVAs e dos DPVATs, bem como das multas (se houver), pagas
nas esferas Federal, Estaduais e Municipais, documentos esses acompanhados de carta na qual o
arrendatário (PF), manifesta formalmente sua opção pela compra do bem, exigida pela Lei
no 6.099, de 12 de setembro de 1974, a Sociedade de Arrendamento Mercantil (empresa de
leasing), na qualidade de arrendadora, deverá, no prazo de até trinta dias úteis, após recebimento
destes documentos, remeter ao arrendatário:

1. O documento único de transferência (DUT) do veículo devidamente assinado pela


arrendadora (empresa de leasing), a fim de possibilitar que o arrendatário (PF),
providencie a respectiva transferência de propriedade do veículo junto ao departamento
de trânsito do Estado, a partir da quitação do contrato de leasing;
2. A nota promissória (NP) vinculada ao contrato e emitida pelo arrendatário (PF), se
houver, com o devido carimbo de "liquidada" ou "sem efeito", bem como o termo de
quitação do respectivo contrato de arrendamento mercantil (leasing).

Observação:
Você sabe o significado de IPVA?

Resposta:
IPVA é a sigla de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, que é um imposto
estadual com o objetivo de arrecadar recursos sobre os automóveis das pessoas, independe de
qual tipo de veículo e a alíquota do IPVA varia em cada Estado, e é determinado por cada governo.

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Você sabe o significado de DPVAT?

Resposta:
DPVAT é a sigla de Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias
Terrestres, também conhecido, como "Seguro Obrigatório" que é pago anualmente junto com a
primeira parcela do IPVA, ou na Cota Única.

Você sabe o significado de DUT?

Resposta:
DUT é a sigla de Documento Único de Transferência, que é um documento utilizado no Brasil para
efetuar a venda de um veículo. Assim, o DUT deve ficar em poder do proprietário e ser entregue ao
comprador no ato da venda.

Você sabe o significado de NP?

Resposta:
NP é a sigla de Nota Promissória que é uma promessa de pagamento, toda vez que duas partes
estabelecerem uma operação de crédito, por exemplo: o emitente da NP ou subscritor (devedor)
certifica que possui a dívida (obrigação), e o beneficiário (emprestador), que é o credor do título.

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3. Disciplina e Consolida as Normas Relativas às Normas de Arrendamento
Mercantil

Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), No. 2.309 de agosto de 1996 (e


alterações posteriores), disciplina e consolida as normas relativas às operações de
Arrendamento Mercantil, nas modalidades de: Arrendamento Mercantil Financeiro e
Arrendamento Mercantil Operacional.

3.1. Considera-se Arrendamento Mercantil Financeiro (Leasing Financeiro) a modalidade


que:

I. As contraprestações (parcelas mensais) e demais pagamentos previstos no contrato, por


exemplo o valor residual garantido (VRG), devidos pelo arrendatário (PF), sejam
normalmente suficientes para que a arrendadora (empresa de leasing) recupere o custo
do bem arrendado durante o prazo contratual da operação e, adicionalmente, obtenha
um retorno (lucro) sobre os recursos investidos;
II. As despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à
operacionalidade do bem arrendado (veículo), sejam de responsabilidade do arrendatário
(PF); e
III. O preço para o exercício da opção de compra seja livremente pactuado, podendo ser,
inclusive, o valor de mercado do bem arrendado.
IV. É regra geral nas operações de Leasing Financeiro, a determinação do Valor Residual
Garantido (VRG), como obrigação de pagamento por parte do arrendatário (PF), e assim
a arrendadora (empresa de leasing), vai recuperar o custo total (valor total) do ativo
arrendado (veículo).

Entende-se, que o Leasing Financeiro é a operação de arrendamento mercantil que transfere ao


arrendatário (PF), integralmente todos os riscos inerentes ao uso do bem arrendado (veículo), pois
o mesmo terá sua posse. Também, considera-se Leasing Financeiro a modalidade de
arrendamento que não for classificada como Arrendamento Mercantil Operacional (Leasing
Operacional).

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Nesse sentido, o Leasing Financeiro, é a operação na qual o arrendatário (PF), tem a intenção de
ficar com o bem (veículo), ao término do contrato, exercendo a opção de compra pelo valor previsto
em cláusula contratual.

Portanto, o leasing financeiro é uma modalidade de financiamento de longo prazo, uma vez que,
nas contraprestações pagas durante o período contratual do leasing, está embutida a amortização
total ou parcial do custo de aquisição do bem, acrescida dos encargos financeiros, e que os
valores, pagos como contraprestações, acrescidos do pagamento do valor residual, atribuem ao
arrendatário (pessoa física), o direito de exercer a opção de compra do bem sem outros
desembolsos. Logo as contraprestações (mensalidades) pagas durante o prazo contratual do
leasing, acrescidas do pagamento do valor residual, valor da opção de compra, transfere ao
arrendatário (pessoa física), a propriedade do bem após o término do contrato do leasing
financeiro.

Observação:
Você sabe o significado do VRG?

Resposta:
VRG é a sigla que significa Valor Residual Garantido, que é o valor determinado em cláusula
contratual, nas operações de Leasing Financeiro, e que possui como finalidade, estabelecer o valor
que será utilizado para liquidar o valor da opção de compra do bem arrendado (veículo), pelo
arrendatário (PF). Logo o valor residual garantido (VRG) é o valor pelo qual a arrendatária (pessoa
física) se compromete a comprar o bem (veículo) no final do contrato de arrendamento mercantil
(leasing financeiro). O Valor Residual Garantido (VRG) representa um percentual (%) simbólico do
valor do veículo, geralmente podendo ser de 1% até 5%.

O Valor Residual Garantido (VRG) pode ser pago no final do prazo contratual do leasing,
antecipadamente, ou diluído durante a vida (tempo) do contrato de leasing, situação em que é pago
juntamente com as contraprestações (mensalidades) do leasing financeiro. Quando o arrendatário
(pessoa física), optar pelo Valor Residual Garantido (VRG) diluído, ao exercer a opção de compra
do bem (veículo), no final do contrato de leasing, não terá qualquer desembolso adicional a fazer.

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Assim, geralmente os contratos de leasing financeiro para veículos, estabelece que o Valor
Residual Garantido (VRG) será diluído durante a vida (tempo) do contrato.

3.2. Considera-se Arrendamento Mercantil Operacional (Leasing Operacional) a


modalidade que:

I. Não haja contratualmente, previsão de pagamento do Valor Residual Garantido (VRG);


II. As contraprestações a serem pagas pelo arrendatário (PF), contemplem o custo de
arrendamento do bem (veículo) e os serviços inerentes à sua colocação à disposição do
arrendatário (PF), não podendo o total dos pagamentos da espécie ultrapassar 90%
(noventa por cento) do custo do bem arrendado (veículo);
III. As despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à
operacionalidade do bem arrendado (veículo), sejam de responsabilidade da arrendadora
(empresa de leasing) ou do arrendatário (PF);
IV. O arrendatário (PF) possa renová-lo no vencimento, por mais um período, de acordo com
sua necessidade;
V. O arrendatário (PF) possa devolver o bem arrendado (veículo) ao arrendador (empresa
de leasing)
VI. O preço para o exercício da opção de compra, por parte do arrendatário (PF), seja o
valor de mercado do bem arrendado (veículo).
VII. O prazo efetivo do Leasing Operacional seja inferior a 75% (setenta e cinco por cento) do
prazo de vida útil econômica do bem arrendado (veículo);
VIII. O preço para o exercício da opção de compra seja o valor de mercado do bem
arrendado; e
IX. O bem arrendado seja suficientemente genérico, de modo a possibilitar seu
arrendamento subsequente a outra arrendatária sem modificações significativas.

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4. Trata de Prazos Mínimos a Serem Observados Para a Quitação
Antecipada dos Contratos de Arrendamento Mercantil

De acordo com a CARTA-CIRCULAR N° 3.248 de novembro de 2006 (e alterações


posteriores), esclarece quanto à quitação antecipada de operações de arrendamento
mercantil.

Os contratos devem estabelecer os seguintes prazos mínimos de arrendamento mercantil, para


que a operação de leasing, não seja considerada uma operação de compra e venda a prazo:

4.1. Arrendamento Mercantil Financeiro:

I. Prazo mínimo de 2 (dois) anos ou 24 meses, compreendidos entre a data da entrega do


bem (veículo) ao arrendatário (PF), porém será necessário possuir a documentação que
comprova o termo de aceitação e recebimento do bem (veículo), e a data de vencimento
da última contraprestação, quando se tratar de arrendamento de bens com vida útil
econômica igual ou inferior a 5 (cinco) anos.
II. Prazo mínimo de 3 (três) anos ou 36 meses, para o arrendamento de outros bens
(equipamentos) com vida útil econômica superior a 5 (cinco) anos.

4.2. Arrendamento Mercantil Operacional:

I. Prazo mínimo de 90 (noventa) dias.

Observação:
Você sabe o significado de Vida Útil Econômica?

Resposta:
Entende-se por vida útil econômica do bem, o prazo durante o qual se possa esperar a sua efetiva
utilização econômica. A vida útil também é denominada de depreciação fiscal, ou seja, é o
desgaste que o automóvel sofrerá pela sua utilização, ao longo da sua vida útil.

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Fica vedada às Instituições Financeiras e Sociedades de Arrendamento Mercantil (empresas de
leasing) a cobrança de tarifa em decorrência de liquidação antecipada nos contratos de concessão
de crédito e de arrendamento mercantil financeiro (leasing financeiro) com pessoas físicas e com
microempresas e empresas de pequeno porte.

O valor presente (VP) dos pagamentos previstos para fins de amortização ou de liquidação
antecipada das operações de leasing financeiro, contratadas a taxas prefixadas deve ser calculado
de acordo:

I. No caso de contratos com prazo a decorrer de até 12 meses, com a utilização da taxa de
juros que foi pactuada em contrato.
II. No caso de contratos com prazo a decorrer superior a 12 meses a taxa de desconto
deverá ser calculada da seguinte maneira:
a) Com a utilização de taxa equivalente a soma do spread na data da contratação
original com a taxa SELIC apurada na data do pedido de amortização ou liquidação
antecipada.
b) Com a utilização da taxa de juros pactuada no contrato se a solicitação de
amortização ou de liquidação antecipada ocorrer no prazo de até sete dias da
celebração do contrato.

5. Regras que disciplinam a padronização dos Documentos na Oferta das


Operações de Financiamento e de Leasing no Mercado de Veículos

Normativo SARB 005/2019 (e deliberações de alterações posteriores)

De modo a assegurar a correta e integral operacionalização dos procedimentos mínimos de oferta


de operações de crédito, os profissionais envolvidos nas atividades de preenchimento das
cotações, simulações e propostas, bem como aqueles que atuem nos procedimentos de
formalização das contratações de operações de crédito por meio do Financiamento e de
Arrendamento Mercantil Financeiro (leasing financeiro), no mercado de veículos, deverão
submeter-se a exame de certificação, a ser elaborado e realizado pela FEBRABAN, que conferirá
Certificação Profissional aos aprovados nesse processo e manterá cadastro dos profissionais
certificados, assinalando a data e o prazo de validade de sua certificação profissional.

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Além disso, as instituições financeiras participantes da oferta de operações de crédito, no mercado
de veículos, deverão atentar-se relativamente a padronização dos documentos a serem utilizados
nos procedimentos de oferta e contratação de operações de crédito direto ao consumidor e
arrendamento mercantil financeiro,

Nesse sentido, as Instituições Financeiras (IF) deverão informar ao cliente consumidor (PF), após a
respectiva análise e aprovação de crédito e previamente a contratação da operação de crédito, por
meio físico ou eletrônico, os custos principais da operação envolvida, com as seguintes
informações mínimas:

I. Valor do veículo;
II. Valor de entrada;
III. Tarifas bancárias, Registro do contrato, Tributos ou outras despesas cobradas do cliente
consumidor;
IV. Valor total financiado;
V. Número de parcelas e valor;
VI. Taxa de juros anual e mensal;
VII. Soma total a pagar; e
VIII. CET (Custo Efetivo Total) anual e mensal.

Também deverá ser apresentada a planilha padronizada previamente à contratação da operação


de crédito. Na hipótese de a operação ser contratada, a planilha deverá ser assinada pelo cliente
consumidor (PF) e anexada ao respectivo contrato, podendo ser enviada por meio físico ou
eletrônico.

Observação:

Você sabe o significado de Tarifa de Cadastro?

Resposta:

Entende-se como Tarifa de Cadastro a remuneração pelos custos de serviço de cadastro, que
compreende a realização de pesquisa em serviços de proteção ao crédito, base de dados e

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informações cadastrais, bem como, o tratamento de dados e informações necessárias ao início de
relacionamento com o cliente consumidor, interessado no financiamento ou arrendamento
mercantil do veículo.

Ficará dispensado do pagamento da tarifa de cadastro para início de relacionamento nas


operações de financiamento e arrendamento mercantil de veículos, o cliente consumidor que
entregar à Instituição Financeira, cópias autenticadas ou apresentar os originais dos seguintes
documentos abaixo:

I. Documento de identidade com foto - RG ou CNH;


II. Número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas-CPF do Ministério da Fazenda
(desde janeiro de 2019 denomina-se Ministério da Economia);
III. Comprovante de residência;
IV. Comprovante de renda (cópia do holerite) ou de patrimônio (declaração anual de imposto
de renda ou da certidão pro labore);
V. Pesquisa em bancos de dados e de proteção ao crédito, sendo aceitas, a escolha do
cliente consumidor, as realizadas na Serasa Experian, Boavista Equifax ou outra
equivalente, aprovada pela Instituição Financeira.
VI. Certidões de cartórios de protesto do local do domicílio do cliente consumidor; e
VII. Certidão de regularidade do CPF do cliente consumidor expedida pela Receita Federal
do Brasil.

Observação:

Você sabe o significado do Registro do contrato?

Resposta:

Entende-se como Registro do contrato a remuneração pelos custos de registro nas operações de
Financiamento de veículos, que basicamente representam as despesas relacionadas à constituição
da alienação fiduciária sobre o bem (veículo) que o consumidor deu em garantia. Nas operações
de arrendamento mercantil (leasing), representam as despesas relacionadas à constituição do
leasing.

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6. Operações de Leasing:

Os contratos de Arrendamento Mercantil (contratos de leasing) conterão as seguintes disposições:

Os contratos de arrendamento mercantil devem ser formalizados por instrumento público ou


particular, devendo conter, no mínimo, as especificações abaixo relacionadas:

I. a descrição dos bens que constituem o objeto do contrato, com todas as características
que permitam sua perfeita identificação;
II. o prazo de arrendamento;
III. o valor das contraprestações ou a fórmula de cálculo das contraprestações, bem como o
critério para seu reajuste;
IV. a forma de pagamento das contraprestações por períodos determinados, não superiores
a 1 (um) semestre, salvo no caso de operações que beneficiem atividades rurais, quando
o pagamento pode ser fixado por períodos não superiores a 1 (um) ano;
V. condições para o exercício por parte do arrendatário (PF) do direito de optar pela
renovação do contrato, pela devolução dos bens ou pela aquisição dos bens arrendados;
VI. a concessão ao arrendatário (PF) de opção de compra dos bens arrendados, devendo
ser estabelecido o preço para seu exercício ou critério utilizável na sua fixação;
VII. as despesas e os encargos adicionais, inclusive despesas de assistência técnica,
manutenção e serviços inerentes à operacionalidade dos bens arrendados, admitindo-se,
ainda, para o arrendamento mercantil financeiro:

a) a previsão de o arrendatário (PF) pagar valor residual garantido em qualquer


momento durante a vigência do contrato, não caracterizando o pagamento do valor
residual garantido (VRG) o exercício da opção de compra;

b) o reajuste do preço estabelecido para a opção de compra e o valor residual garantido


(VRG);

VIII. as condições para eventual substituição dos bens arrendados, inclusive na ocorrência de
sinistro, por outros da mesma natureza, que melhor atendam às conveniências do
arrendatário (PF), devendo a substituição ser formalizada por intermédio de aditivo
contratual;

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IX. as demais responsabilidades que vierem a ser convencionadas, em decorrência de:

a) uso indevido ou impróprio dos bens arrendados;

b) seguro previsto para cobertura de risco dos bens arrendados;

c) danos causados a terceiros pelo uso dos bens;

d) ônus advindos de vícios dos bens arrendados;

X. a faculdade de a arrendadora (Empresa de Leasing) vistoriar os bens objeto de


arrendamento e de exigir do arrendatário (PF) a adoção de providências indispensáveis à
preservação da integridade dos referidos bens;
XI. as obrigações do arrendatário (PF), nas hipóteses de inadimplemento, destruição,
perecimento ou desaparecimento dos bens arrendados;
XII. a faculdade de o arrendatário (PF) transferir a terceiros no País, desde que haja
anuência expressa da entidade arrendadora (Empresa de Leasing), os seus direitos e
obrigações decorrentes do contrato, com ou sem corresponsabilidade solidária.

Observação:
Você sabe quais são as principais modalidades de financiamento de veículos, oferecidas pelo
mercado às pessoas físicas?

Resposta:
As principais modalidades de operações de crédito para veículos são:

I. Financiamento, que é realizado pelos Bancos Comerciais, Bancos Múltiplos e


Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (Sociedades Financeiras).
II. Arrendamento Mercantil (Leasing), que é realizado pelas Sociedades de Arrendamento
Mercantil (Empresas de Leasing).

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Observação:
Você sabe se o Arrendamento Mercantil (leasing) é exclusivo para automóveis nacionais
(fabricados no Brasil)?

Resposta:
Podem ser objeto de arrendamento mercantil (leasing) os bens móveis (veículos), de produção
nacional ou estrangeira.

Observação:
Você sabe se o Arrendamento Mercantil (leasing) é exclusivo para pessoas físicas?

Resposta:
É permitida a realização de operações de arrendamento mercantil (leasing) com pessoas físicas
(PF) e pessoas jurídicas (PJ), na qualidade de arrendatárias.

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7. Fluxo dos Documentos da Estrutura do Arrendamento Mercantil (Leasing)

Legenda das etapas:

1. Contrato de arrendamento mercantil (contrato de leasing) estabelecido entre a


Arrendadora e o Arrendatário (pessoa física), nos termos estabelecidos na negociação;
2. Pagamento das contraprestações (mensalidades) de acordo com o contrato de leasing,
por meio de boletos (ficha de compensação bancária), que poderá ter a opção de débito
automático em conta corrente do arrendatário (pessoa física);
3. Venda do veículo à vista pelo Lojista (concessionária), para a arrendadora (empresa de
leasing), com a emissão da respectiva nota fiscal em nome da Arrendadora (Empresa de
Leasing);
4. Pagamento à vista pela arrendadora (empresa de leasing), para o Lojista (concessionária
de veículo) que é o fornecedor do veículo e termo de recebimento à vista (Lojista) e
termo de aceitação e recebimento da 1ª. Via da Nota Fiscal por parte da Arrendadora
(Empresa de Leasing); e
5. Lojista (concessionária de veículo), após receber autorização da arrendadora (empresa
de leasing), entrega o veículo ao arrendatário (pessoa física), mediante entrega da 2ª. vía
da Nota Fiscal, para que possa ser realizado o licenciamento e emplacamento do
veículo, junto ao Departamento de Trânsito (DETRAN).

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8. Operações de Financiamento de Veículos:

O Financiamento de veículos é uma modalidade de crédito direcionada à aquisição de bens de


consumo duráveis, de origem nacional ou de origem estrangeira, que possam ser alienadas
fiduciariamente (por exemplo, os veículos). O Banco Central do Brasil (BACEN) admite ainda as
operações relativas à prestação de serviços, como, por exemplo, CDC para pacotes turísticos,
incluindo passagens, estadias e créditos pessoais.

As operações de crédito, por meio do Financiamento, embora direcionados predominantemente


para pessoas físicas, podem também financiar a aquisição de máquinas, equipamentos e veículos
para as empresas (pessoas jurídicas).

Os financiamentos de veículos para pessoas físicas (PF), podem ser realizados


independentemente de o financiado ser previamente cliente (correntista quando se tratar de banco)
da instituição credora. Geralmente as operações de financiamento são encaminhadas por lojistas,
que vendem bens de consumo duráveis (eletrodomésticos), bem como por revendas de veículos e
concessionárias de veículos. Assim, se os potenciais consumidores (PF), encaminhados pelos
vendedores (lojistas), enquadrarem-se nos padrões de crédito do credor (instituição financeira), o
financiamento, poderá realizar-se, ou também, o consumidor (PF), interessado na compra a prazo
de um bem, poderá solicitar o financiamento diretamente ao Banco no qual mantém conta corrente,
pois já é cliente.

Para a realização do financiamento (veículos), a pessoa física (PF) necessita preencher a Ficha
Cadastral, e apresentar as cópias dos seguintes documentos pessoais: RG ou carteira de
habilitação (CNH), CPF, comprovante de residência e comprovante de rendimentos também
conhecido como holerite (caso seja registrado no regime de CLT), documentos esses, necessários
à aprovação do crédito e conferência da assinatura no contrato.

Após a aprovação do crédito, por parte da Instituição Financeira (Bancos ou Financeiras), será
solicitado, quando veículo novo (0 Km), a 1ª e 2ª vias da nota fiscal de venda ou cópia autenticada,
o decalque do chassi (numeração que consta no chassi do veículo).

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Quando o veículo financiado for usado, será solicitado o Certificado de Registro do Veículo (CRV)
preenchido e com a firma do vendedor do veículo, reconhecida em Cartório de Títulos e
Documentos, cópia simples do IPVA do ano vigente e anterior e decalque do chassi (numeração
que consta no chassi do veículo). No financiamento de outros bens (eletrodomésticos entre outros)
é exigido somente a nota fiscal de venda.

No Financiamento, o veículo ficará em nome do financiado (PF), porém no Certificado de Registro


do Veículo (CRV), constará uma observação que o veículo está alienado, ou seja, trata-se de
alienação fiduciária, que é o financiamento com a garantia do veículo.

Importante destacar, que a garantia usual nas operações de Financiamento de veículos é a


Alienação Fiduciária do próprio bem (veículo), que poderá em caso de inadimplência, ser retomado
por meio de uma ação de busca e apreensão do veículo financiado.

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9. Fluxo da Estrutura do Financiamento de Veículos

Legenda das etapas:

1. Cliente consumidor (PF) solicita ao Lojista (concessionária de veículo) o orçamento para


o Financiamento do veículo. O Lojista solicita ao cliente o preenchimento da Proposta de
Financiamento e cópia dos documentos pessoais.
2. O Lojista (concessionária de veículo) encaminha a Financeira (SCFI) a Proposta de
Financiamento (padrão estabelecido pela financeira) e cópia dos documentos: RG e CPF
ou CNH – Comprovante de residência - Comprovante de renda ou patrimônio: cópia do
holerite, cópia da declaração anual do imposto de renda ou cópia da certidão pro labore.
Essa proposta e documentos são encaminhados a Financeira, para a análise do crédito.
3. Após a análise do crédito por meio da Proposta de Financiamento e documentos, a
Financeira (SCFI) aprova o crédito para o Financiamento do veículo.
4. O Lojista (concessionária de veículo) encaminha para a Financeira (SCFI) os
documentos do veículo para a liberação do crédito: DUT para veículos usados – Nota
Fiscal ou Declaração de Faturamento (emitido pela fabricante ou montadora do veículo),
no caso de veículos novos. A partir dessa documentação a Financeira (SCFI) realiza a
liberação do crédito, pagando ao Lojista (concessionária de veículo), o valor que foi
financiado de acordo com a Proposta de Financiamento.
5. O Lojista (concessionária de veículo) formaliza com o Cliente Consumidor (PF) a
assinatura do Contrato de Financiamento e libera o veículo (novo ou usado) para o
respectivo cliente (PF). O cliente consumidor (PF) receberá posteriormente (geralmente
via correio), o carnê (ficha de compensação ou boleto) para o pagamento das parcelas

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mensais, de acordo com o prazo de financiamento negociado e estabelecido no Contrato
de Financiamento.

Observação:
Você sabe o significado de RG?

Resposta:
RG é a sigla de Registro Geral, que é o documento pessoal e emitidos pelos órgãos de Segurança
Pública Estadual.

Você sabe o significado de CPF?

Resposta:
CPF é a sigla de Cadastro de Pessoa Física, que é um documento pessoal emitido pela Secretaria
da Receita Federal que é vinculada ao Ministério da Fazenda (desde janeiro de 2019 denomina-se
Ministério da Economia) e obrigatório a todos os brasileiros.

Você sabe o significado de CNH?

Resposta:
CNH é a sigla de Carteira Nacional de Habilitação, que é um documento emitido pelos órgãos de
trânsito (Detran-Departamento Estadual de Trânsito), de cada Estado Brasileiro.

Você sabe o significado de DUT?

Resposta:
DUT é a sigla de Documento Único de Transferência, que é um documento utilizado no Brasil para
efetuar a venda de um veículo. Assim, o DUT deve ficar em poder do proprietário e ser entregue ao
comprador no ato da venda.

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