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BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 65
LEGISLAÇÃO ......................................................................................................................................... 67
PROFESSOR-AUTOR ............................................................................................................................. 69
MÓDULO I – INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
INTERNACIONAL
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a liberação alfandegária na exportação e na importação dos referidos produtos, já que são
procedimentos que podem impactar de forma negativa ou positiva, se observados no nível
estratégico e de forma a buscar a eficiência operacional.
Atenta-se, também, para as políticas adotadas por alguns países no controle da balança de
pagamentos, mediante intervenção direta na balança comercial. Tal intervenção causa impactos
negativos na entrada de divisas, visto que, pela intervenção e criação de procedimentos impeditivos
para a importação, na ânsia de minimizar o impacto causado pelos déficits da balança comercial,
acabam por impedir a importação de insumos e tecnologia necessárias à indústria nacional, bem
como à agregação de qualidade e menores custos à nossa exportação. Como consequência, isso acaba
por restringir a busca pelo produto nacional.
O planejamento como processo de negociação está diretamente relacionado ao sucesso ou
insucesso da operação. Nesse processo, que devem ser traçados todos os planos operacionais, já que
ele concentra todas as informações do ambiente (cenário).
Caracteriza-se como ambiente todo o sistema de Comércio Exterior, considerando todo o
conteúdo físico e informativo desde o ponto de origem (início do sistema) até o ponto de destino
(fim do sistema). O processo de negociação funciona como um concentrador de todas as
informações contidas no ambiente, buscando criar um sistema de informações que contenha todos
os dados úteis ao desenvolvimento documental e operacional do processo.
São de importância fundamental as informações a respeito dos mercados, sejam sobre hábitos
culturais, religiosos, políticos, sejam hábitos de compra, cadeias de suprimento e distribuição ou
períodos sazonais de consumo. Por exemplo, deve-se observar quais produtos, mercados e épocas
estejam benéficos para negociações de venda, de embarque e da manutenção de estoques para
consumo ou para contingências, dessa forma, observando melhores qualidades e menores custos.
Finalmente, destaca-se algumas das variáveis que devem ser analisadas por sua importância
para o planejamento estratégico nos processos integrantes do comércio exterior:
infraestrutura viária, de armazenagem e de transportes ofertadas pelo sistema, atentando para
fatores positivos e negativos desde a origem até o destino, bem como sua utilização estratégica;
embalagens, forma de manuseio, métodos de unitização e desunitização, utilização maciça
de embarques conteinerizados em função da agilidade de operações de embarque e
desembarque, bem como a segurança da carga, observando a amarração ou afixação da
carga no interior do contêiner, e
benefícios e exigências fiscais, legais, sanitárias, e tributárias, entre outras, aplicáveis sobre
os produtos, embalagens e modalidade do regime aduaneiro cabível.
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informações fornecidas pelo sistema de comércio exterior são importantes, mas algumas terão maior
relevância se observadas antecipadamente e de forma analítica, buscando melhorar os processos,
como já apresentado.
Uma boa negociação se reflete em todo o movimento físico e documental da carga
envolvida no processo. Pode-se dizer que a principal causa de acréscimos de lead time nas
operações logísticas compreendidas no sistema do Comércio Exterior é acarretada pela ingerência
ou inobservância da importância da negociação, o que, consequentemente, acresce sobremaneira
os custos envolvidos no sistema.
Além da questão da redução do “Custo Brasil”, cita Dias (2004), pode-se destacar fatores de
importância para tornar o produto competitivo tanto no mercado doméstico quanto no
internacional, entre os quais podemos citar:
qualidade de fabricação;
capacitação e competência dos profissionais envolvidos nas operações internacionais;
excelência nos procedimentos logísticos;
estratégias para a redução do tempo envolvido no processo e
análise minuciosa de toda operação, vislumbrando possíveis entraves na execução do processo.
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Na atual situação, verifica-se que poucas empresas e profissionais com atuação ativa no
Comércio Exterior procuram visualizar, gerencialmente, os processos envolvidos. A maioria se
limita a cumprir etapas, não realizando qualquer planejamento prévio. Em sua maioria, os processos
não possuem organização ou orientação que possibilite obtenções de benefícios fiscais ou reduções
de custos – o que, inversamente, por sua falta, acarreta multas, problemas de difícil resolução e
acréscimos exorbitantes dos custos envolvidos em todo o processo. Na maioria das vezes, isso acaba
inviabilizando os processos financeiramente, e gerando desistências e abandonos.
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Segundo a figura 1, as negociações internacionais têm fator de suma importância no
desenvolvimento das aspersões de aliança e bem-estar das Nações, já que ela nos aproxima de povos,
tornando-nos parceiros mediante laços comerciais, buscando uma forma de convivência harmônica
e igualitária. Entre as variáveis mais explicitas nessa relação, destacam-se:
fortifica e aproxima os laços entre nações;
demandam e estabelecem acordos;
padronizam processos, procedimentos e entendimentos, e
permutam conhecimento e tecnologia, etc.-
Ainda em relação à figura 1, os benefícios advindos das negociações internacionais são primordiais
para a viabilidade econômica da indústria nacional. No entanto, os seus maiores benefícios podem ser
observados no desenvolvimento socioeconômico do país, no qual pode-se destacar:
redução do desemprego;
redução da pobreza;
aumento da renda per capita;
desenvolvimento educacional e
redução da inflação, etc.
Carregando ainda no seu bojo, segundo a figura 1, diversos benefícios diretos e indiretos
relacionados à viabilidade empresarial, comercial e produtiva, tais como:
aumento do volume de vendas;
absorção de ociosidade produtiva;
redução do custo de produção (economia em escala);
redução dos impactos das demandas sazonais;
acesso a novos mercados;
desenvolvimento de novos produtos e
desenvolvimento de conhecimento internacional (know-how), etc.
Dessa forma, deve-se requisitar programas de incentivo a ampliação produtiva, bem como
buscar capacitar mão de obra com ênfase em qualidade produtiva e acesso tecnológico. Também
deve-se requisitar uma infraestrutura de operações e logística capaz de suportar as necessidades de
tempo e qualidade esperadas e requeridas em nossas exportações.
Em face de acordos firmados entre os países componentes do Mercosul e os benefícios na
redução tributária envolvida nos processos entre os signatários, apresenta-se também, com grande
impacto na logística internacional, os modais rodoviário e ferroviário, únicos ou complementares,
que participam em grande volume nos processos relativos aos referidos acordos.
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Importância da logística para o sucesso das operações de
exportação e importação
Atualmente, existem diversos serviços de apoio à realização de compra e venda de
mercadorias, tanto restritas em nível nacional como irrestritas em nível internacional. Tais serviços
podem ser apresentados como: transportes ferroviários e ferroviários, operações portuárias,
infraestrutura logística, contêineres e embalagens diversas, seguros nacionais e internacionais,
armazenagem e guarda, assim como a utilização da multimodalidade e da intermodalidade. Todos
são fatores estratégicos para o êxito da política de comércio exterior.
Nesse sentido, destaca-se o transporte marítimo, que é o responsável pela maciça
movimentação de cargas com origens e destinos internacionais. Pelos portos mundiais, trafegam
desde pequenas peças até modernas, complexas e volumosas unidades fabris, em sua maioria, sendo
transportadas em contêineres ou navios concebidos para o transporte especial de projetos
industriais, que são os principais responsáveis pela agilidade e sucesso da logística portuária.
Com referência à formação de preços dos preços praticados no âmbito internacional, ressalta-
se que os mesmos se constituem pelos custos agregados aos procedimentos operacionais e
administrativos, determinados de acordo com a modalidade de compra e venda determinada e
acordada conforme os termos internacionais de comércio (Incoterms) aplicados a cada negociação.
Atenta-se para a importância do controle e da minimização dos tempos envolvidos nas
operações do sistema logístico internacional, já que acabam por constituir a formação de estoques,
incorporando custos adicionais, reduzindo a lucratividade almejada, e podendo, inclusive,
inviabilizar a negociação.
Atenção especial deve ser dada para a influência das ações e exigências das instituições públicas
vinculadas aos processos do comércio exterior, nos tempos do despacho das cargas de exportação e
importação. Enfim, diversos são os fatores logísticos que podem propiciar o sucesso ou insucesso
das transações comerciais entre exportador e importador.
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Na atualidade, um dos processos com grande influência e de suma importância para a cadeia
de suprimentos globais – que abrange não só a movimentação e a armazenagem, mas também a
manufatura a níveis globais – chama-se global sourcing.
Entende-se global sourcing como a integração da cadeia de suprimentos internacionais
mediante o esforço conjunto com parcerias e alianças para o atendimento das necessidades
demandantes dos mercados globais. Em síntese, no global sourcing, busca-se:
relacionamentos e parcerias duradouras;
qualidade do produto e dos processos em níveis internacionais;
redução dos custos envolvidos nos produtos e nos processos;
capacidade de adaptação aos mercados internacionais;
aumento do poder de competitividade local e global, e
desenvolvimento e manutenção da marca em mercados distantes.
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Uma das principais características da logística é o emprego de estratégias conjuntas e
vinculadas a parcerias, assim como a terceirização de processos que viabilizem a redução de custos
e implementem o desenvolvimento técnico profissional de terceiros envolvidos, para a melhoria da
qualidade necessária aos processos em que o contratante não possua a qualificação suficiente para a
sua manutenção.
Na maior parte das vezes, por uma questão de custos, o operador delimita os seus poderes e
esforços empregados em determinados processos em que sua participação direta o impeça de ter
menores custos em função de demanda limitadora.
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2 – negociação invoice
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1 – habilitação n eja controle e fiscalização
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DU-E 3 – tratamento administrativo DU-Imp
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fronteira de fronteira de
origem destino
6 – despacho
aduaneiro
Na figura 2, apresenta-se o modelo logístico no qual se pode visualizar as atividades integrantes
no Comércio Exterior, permitindo uma melhor visualização das atividades e operações integrantes e
primordiais para o sucesso na participação do cenário comercial internacional. Esse modelo apresenta
todas as funcionalidades operacionais direcionadas à padronização, divididas em 6 macroprocessos com
as principais atividades que impactam a eficiência das exportações e importações:
a) licenciamento (license);
b) negociação (negociation);
c) tratamento administrativo (administrative treatment);
d) formação de preços (price formation);
e) operações e logística (operations and logistics) e
f) despacho aduaneiro (customs clearence).
a) Licenciamento
O licenciamento – ou registro e habilitação dos atores atuantes nas operações internacionais –
é de suma importância por possuir características de regulação e controle dos operadores e da execução
das operações. Dessa forma, haverá controle e regulação para o impedimento de operações inidôneas
que impactam, negativamente, o cenário mundial, aplicadas em:
atentados contra a vida humana (terrorismo, banalidade do mal, genocídio, etc.);
tráfico internacional (animais, armas, drogas, etc.);
operações fraudulentas (contrabando, descaminho, fraude de classificação, etc.) e
ingressos ou remessas cambiais ilícitas (evasão de divisas, lavagem de dinheiro, etc.),
entre outros.
b) Negociação
A negociação é o início da operacionalização do processo de importação e exportação. Nela,
ocorrerão as negociações relativas a compras e vendas, consequentemente das obrigações e dos
custos envolvidos e atribuídos aos compradores (importadores) e vendedores (exportadores).
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Nessa etapa, condicionalmente, há todo o processo de análise e planejamento para que não
ocorram erros ou problemas que impactem negativamente a qualidade, os tempos e os custos
envolvidos nos processos, desde a obrigação mínima para o exportador até a obrigação máxima.
Nesse contexto, cabe ao importador assumir os riscos e custos do processo em local nomeado para
a transferência de titularidade do processo e, consequentemente, do produto.
Atente-se, ainda, à importância de o profissional possuir competências transversais, técnicas,
morais e éticas, com aptidões ao desenvolvimento de uma negociação com ênfase em
sustentabilidade empresarial, evidenciando a importância da cadeia de suprimentos internacionais
e a relação ganha-ganha.
A negociação deve ser visualizada como um planejamento estratégico das operações
internacionais, tanto para a importação quanto para a exportação. Nela, devem ser definidos todos
os aspectos relacionados à compra ou venda dos produtos. Devem ser observados todos os conceitos
aplicados na aplicação mínima dos custos, não influenciando, negativamente, o controle de
qualidade, tanto dos produtos quanto do processo.
Na negociação, também se definem as formas de pagamento e o local nomeado para
transferência da propriedade dos produtos, além de identificar o fabricante e a integridade dos
produtos constantes da referida negociação.
Observe-se que a negociação deve ser proativa na identificação de prováveis problemas que
possam vir a ocorrer, aumentando o tempo e o custo da operação. Dessa forma, são necessárias
estratégias de contingência para mitigar tais impactos.
c) Tratamento administrativo
No tratamento administrativo, observa-se a importância da regulação e do controle dos
produtos a serem importados ou exportados, verificando-se se necessitam de autorização prévia para
embarque e acompanhamento por parte dos órgãos de controle, sobre o ingresso ou saída dos
referidos produtos do território nacional, além do controle da burocracia necessária, como a
apresentação dos documentos que dão suporte às exigências instituídas.
d) Formação de preços
A formação de preços é a mais importante variável apresentada nas operações internacionais,
uma vez que é nesse ponto que se constituem e se definem os custos e preços a serem praticados nas
negociações internacionais. Dessa forma, é de suma importância que se conheçam as estruturas e os
processos na formação dos custos, que influenciarão os preços a serem praticados.
Também são fundamentais o conhecimento e a definição de todo o processo, desde a saída de
sua origem, passando por terminais, armazéns e transportes, até o local nomeado para a transferência de
propriedade. Qualquer erro ou custo não identificado poderá causar impactos negativos, chegando, em
alguns pontos, à inviabilidade do negócio ou à aferição de prejuízos na operação.
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e) Logística e operações
As operações e a logística envolvidas nos processos internacionais possuem a sua importância na
manutenção da qualidade do produto e dos processos e, se aplicados com eficiência, minimizarão
tempos, custos e avarias. Devido à movimentação intensa causada pelas transferências envolvidas no
transporte internacional, tornam-se altos os índices de avarias. Por esse motivo, devem-se atentar para a
contratação de operadores altamente capacitados, assim como na aplicação de embalagens que garantam
a integridade dos produtos na transposição das intempéries que com certeza ocorrerão.
Serviços de apoio à realização de compra e venda de mercadorias, tais como transportes,
portos, rodovias, contêineres, seguros, armazenagem e multimodalismo são fatores estratégicos para
o êxito da política de comércio exterior.
Também deve-se estar atento a:
prazos acordados, uma vez que, dependendo dos prazos, os custos na contratação dos
operadores vão variar em função da velocidade ou da agilidade na transposição das
fronteiras de origem e destino;
escolha dos modais de transporte e de suas escalas mundiais, com ou sem transbordos, e
liberação alfandegária na exportação e na importação dos referidos produtos, já que são
procedimentos que podem impactar de forma negativa ou positiva, se observados no nível
estratégico e de forma a buscar a eficiência operacional.
f) Despacho aduaneiro
O despacho aduaneiro de exportação ou de importação é a concretização da aceitação por parte
dos países de origem e destino quanto à saída ou ao ingresso dos produtos no seu mercado. Tal aceitação
é caracterizada pela desnacionalização do produto quando do desembaraço aduaneiro de exportação,
que permite a saída do território nacional dos produtos constantes da declaração de exportação, que
formaliza e registra tal autorização. Por outro lado, a aceitação por parte dos países de destino é
caracterizada pela nacionalização mediante aplicação dos direitos aduaneiros pelo recolhimento dos
tributos vinculados à operação de importação dos produtos constantes da declaração de importação.
Ainda com referência ao despacho aduaneiro, dá-se importância ao controle aduaneiro por parte
das unidades federais de alfandega, que assumem o controle aduaneiro, fiscal e tributário em relação aos
processos de despacho aduaneiro de exportação e importação, mediante procedimentos parametrizados
para vistoria e consequente nacionalização concretizada pelo desembaraço aduaneiro.
Em resumo, a figura 2 traz a busca da melhoria e do conhecimento técnico mediante visualização
dos processos e procedimentos necessários para a incorporação de qualidade melhor e custos mitigados,
consequentemente, gerando um aumento no poder de competitividade assim como uma maior
rentabilidade para os integrantes (stakeholders) da cadeia de suprimento. Espera-se que tal poder de
competitividade permita que os stakeholders tenham uma participação autossustentável que permitirá
que a maturidade na participação do mercado perdure por longo tempo.
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MÓDULO II – HABILITAÇÃO E NEGOCIAÇÃO
Habilitação comercial
A habilitação comercial compreende o conceito de entender quem pode realizar as transações
de importação e exportação em níveis comerciais. Dessa forma, entende-se que, no caso brasileiro,
somente podem ser praticados atos de comércio pela legalização e constituição de pessoas jurídicas
inscritas no CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas –, instituído, controlado e
administrado pela RFB – Receita Federal do Brasil. As únicas exceções permitidas em lei são os atos
comerciais praticados pelo artesão e pelo produtor rural, que, apesar de serem pessoas físicas,
possuem equiparação a pessoas jurídicas de direito.
Habilitação aduaneira
Após estar legalmente habilitado para realizar transações comerciais, para operar nas
atividades de comércio exterior, no Brasil, a pessoa jurídica deve-se habilitar e credenciar para
cadastrar os seus representantes legais para atividades relacionadas à utilização dos sistemas de
comércio exterior, bem como na comprovação de permissão de representação perante aos órgãos de
controle de tais atividades.
No caso brasileiro, as habilitações e registros estão amparadas em:
REI – Registro de Exportadores e Importadores – e
Radar – registro e rastreamento das atividades dos intervenientes aduaneiros.
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Terão o registro suspenso as empresas que (Portaria SECEX, MDIC no 15/2004):
praticarem atos desabonadores que possam prejudicar a imagem do Brasil no exterior;
não honrarem compromissos ou não efetuarem recolhimentos nos prazos e nas
condições legais;
praticarem subfaturamento ou superfaturamento, e
praticarem atos de falsidade documental ou ideológica perante os órgãos de comércio exterior.
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Ilimitada no caso de:
pessoa jurídica com capacidade financeira que permita realizar operações de importação
cuja soma dos valores seja superior a US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dólares dos
Estados Unidos da América).
Negociação
A negociação é o início da operacionalização do processo de importação e exportação. Nela,
ocorrerão as negociações relativas as compras e vendas, consequentemente, das obrigações e dos
custos envolvidos e atribuídos a compradores e vendedores, no caso, importadores e exportadores.
Atenta-se que, nessa etapa, condicionalmente, há todo o processo de análise e planejamento
para que não ocorram erros ou problemas que venham a impactar negativamente a qualidade, os
tempos e os custos envolvidos nos processos, desde a obrigação mínima para o exportador até a
obrigação máxima, cabendo ao importador assumir os riscos e custos do processo em local nomeado
para a transferência de titularidade do processo e, consequentemente, do produto.
Atenta-se, ainda, para a importância do profissional que possua competências transversais,
técnicas, morais e éticas, com aptidões ao desenvolvimento de uma negociação com ênfase na
sustentabilidade empresarial, evidenciando a importância da cadeia de suprimentos internacionais
e a relação ganha-ganha.
Importância do planejamento
O planejamento prévio ao processo de negociação se relaciona diretamente ao sucesso ou
ao fracasso da negociação internacional. É nessa fase que devem ser implementados todos os
planos operacionais, como observado na figura 2. É onde se concentram todas as informações
do ambiente (cenário).
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Pode-se caracterizar o ambiente como todo o sistema de comércio exterior, conforme
apresentado na figura 2, em que se consideram todo o conteúdo físico e informativo, desde o início
do sistema (ponto de origem) até o fim do sistema (ponto de destino). A negociação atua como um
processo concentrador das informações contidas no ambiente, criando uma rede de informações
agregadas que contém dados úteis ao desenvolvimento administrativo e operacional do processo.
As informações a respeito dos mercados – hábitos culturais, religiosos e políticos, assim como
hábitos de compra, cadeias de suprimento e distribuição ou períodos sazonais de consumo – são de
importância fundamental. Deve-se observar, por exemplo, quais produtos, mercados e épocas são
benéficas para negociações de venda, de embarque e da manutenção de estoques para consumo ou
para contingencias, verificando melhores qualidades e menores custos.
A negociação – fase preliminar de planejamento – é caracterizada por acordos entre
exportador e importador, nos quais se observam todos os requisitos comerciais, estruturais, fiscais,
físicos, normativos e legais exigíveis na transferência física e burocrática da carga.
Uma negociação eficiente apresenta a otimização da movimentação física e documental das
cargas relacionadas ao processo. As principais causas de acréscimos nos tempos processuais (lead
time) envolvidos nas operações logísticas internacionais são a ingerência, inobservância ou
imperícia no planejamento e na execução da negociação, acrescendo exponencialmente os custos
envolvidos no sistema.
Dias (2004) apresenta algumas variáveis que devem ser analisadas ainda na fase de negociação,
visto que são de suma importância para o planejamento estratégico nos processos integrantes do
comércio exterior:
infraestrutura viária, de armazenagem e de transportes ofertadas pelo sistema,
atentando para fatores positivos e negativos, desde a origem até o destino, bem como
sua utilização estratégica;
embalagens, forma de manuseio, métodos de unitização e desunitização, utilização
maciça de embarques conteinerizados em função da agilidade de operações de
embarque e desembarque, bem como a segurança da carga, observando a amarração
ou afixação da carga no interior do contêiner, e
benefícios e exigências fiscais, legais, sanitárias, e tributárias, entre outras, aplicáveis
sobre os produtos, embalagens e modalidade do regime aduaneiro cabível.
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Ainda segundo Dias (2004), tal documento – ou seja, a fatura comercial – deve conter, em
seu escopo, todos os dados necessários para uma boa aplicação das ações comerciais, fiscais e
documentais envolvidas na negociação. Como dados básicos a serem observados na referida fatura
comercial, destacam-se as seguintes informações:
identificação do exportador, importador e fabricante;
especificação das mercadorias, com indicação dos elementos indispensáveis à sua
perfeita identificação;
quantidade, peso, marca, numeração e referência dos volumes;
Incoterms;
forma de transporte, identificação dos pontos de embarque e desembarque;
moeda e condições de pagamento;
preços unitário e total, natureza das reduções e descontos concedidos ao importador, e
requisitos legais e fiscais exigidos pelos países de origem e destino.
Em sua maioria, os processos envolvidos nas operações e negociações internacionais não possuem
organização, controle ou orientação que os direcione e possibilite obtenções de minimização de tempos,
redução de custos e benefícios fiscais. Inversamente, por sua falta, isso acarreta acréscimos de tempo e
custos, pela aplicação de multas, gerando problemas de difícil solução, além de acréscimos dos custos
envolvidos em todo o processo. Isso pode inviabilizar, financeiramente, a negociação, gerando perdas
por desistências e abandonos das cargas e dos processos.
Aqui, observa-se a grande deficiência de sistemas de informações no cenário do comércio
internacional, havendo necessidade premente de sistemas que busquem otimizar e gerir os processos
de forma a realizar maior controle, menores tempos e menores custos, procurando a integração total
ou parcial dos processos inseridos no mercado global.
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O SH é formado por seis dígitos, permitindo que sejam atendidas as especificidades dos
produtos – tais como origem, matéria constitutiva e aplicação – em um ordenamento numérico
lógico, crescente e de acordo com o nível de sofisticação das mercadorias.
O Sistema Harmonizado (SH) abrange (Instrução Normativa RFB no 1.738/2017):
Nomenclatura
Compreende 21 seções.
É composta por 96 capítulos, além das notas de seção, de capítulo e de subposição.
Os capítulos são divididos em posições e subposições.
O capítulo 77 foi reservado para uma utilização futura no SH.
Os capítulos 98 e 99 foram reservados para usos especiais pelas partes contratantes.
Regras gerais para a interpretação do Sistema Harmonizado – estabelecem as regras gerais
de classificação das mercadorias na Nomenclatura.
NESH – Notas Explicativas do Sistema Harmonizado – complementam o Sistema
Harmonizado, permitindo o esclarecimento de detalhes para uma melhor interpretação
do conteúdo da Nomenclatura.
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Incoterms – Termos Internacionais de Comércio
O Incoterms – abreviação para Termos Internacionais de Comércio – foi criado pela Câmara
de Comércio Internacional (CCI), em 1936, com a intenção de padronizar a linguagem comercial
internacional, no que diz respeito as obrigações do comprador e importador, e do vendedor e
exportador, no que diz respeito ao local de entrega e aos custos associados a cada termo. O
Incoterms é de suma importância para o desenvolvimento das operações internacionais, uma vez
que, ao determinar as responsabilidades, fixa entendimentos e dilui pontos que venham a ser
questionados ou interpretados de forma individual por parte de um dos contratantes.
O Incoterms não tem cunho obrigatório, no entanto, a partir do momento em que é
mencionado nos documentos, o Incoterms sofre análise para confirmação, definição e adaptação dos
seus termos a cada 10 anos, permitindo que esteja atualizado e integrado às necessidades do mercado.
Cada termo é apresentado por três letras e, atualmente, a versão 2010, é composta por 11 termos.
Termos Internacionais de Comércio padronizados pela Câmara de Comércio Internacional
(CCI) de acordo com publicação de 2020:
1. EXW – ex works;
2. FAS – free alongside ship;
3. FOB – free on board;
4. FCA – free carrier;
5. CFR – cost and freight;
6. CPT – carriage paid to;
7. CIF – cost, insurance and freight;
8. CIP – carriage and insurance paid to;
9. DAP – delivered at place;
10. DPU – delivered at place unloaded e
11. DDP – delivered duty paid.
1. EXW – ex works
Na origem – local de entrega nomeado –, estabelecimento do vendedor.
Vendedor/exportador encerra suas obrigações ao entregar a carga em suas dependências ou em
local por ele indicado, não desembaraçado para exportação e não embarcado no veículo transportador.
Apesar do referido termo determinar que a responsabilidade pelo embarque da carga no veículo
transportador não seja do vendedor/exportador, ele deve entregar a carga pronta e em condições de
embarque, conforme acordo de compra e venda.
De acordo com a Resolução 21, de 07/04/2011, no caso brasileiro, em que o
comprador/importador estrangeiro não dispõe de condições legais para realizar o despacho aduaneiro
de exportação, fica subentendido e autorizado, que o vendedor/exportador brasileiro poderá realizar o
efetivo despacho aduaneiro de exportação, assumindo custos e riscos inerentes a operação.
Termo determina a obrigação mínima para o vendedor/exportador.
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2. FAS – free alongside ship
Livre ao lado do navio – porto de embarque nomeado.
Vendedor/exportador encerra suas obrigações ao entregar a carga no porto de embarque
nomeado, ao lado do costado do navio nomeado e já desembaraçada para exportação.
Nesse termo, o comprador/importador se responsabiliza pela contratação do frete marítimo
internacional e, consequentemente, pelo envio ao vendedor/exportador, do booking (reserva de
praça) com o nome do navio, o porto de embarque designado e a data prevista para embarque.
Termo para utilização exclusiva em transportes aquaviários.
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6. CPT – carriage paid to
Transporte pago até – local de destino nomeado.
Vendedor/exportador encerra suas obrigações ao entregar a carga, já desembaraçada, no
local nomeado no país de origem, sob responsabilidade do transportador internacional ou outra
pessoa indicada pelo comprador/importador para que se proceda com o embarque no veículo de
transporte internacional, arcando com pagamento do frete internacional e todos os custos até o
local de destino nomeado.
Termo para utilização multimodal.
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11. DDP – delivered duty paid
Entregue com direitos pagos – local no destino nomeado.
Vendedor/exportador encerra suas obrigações ao entregar a caga no estabelecimento do
comprador/importador, ou em local por ele nomeado, já desembaraçada para importação e com
todos os tributos incidentes para a nacionalização pagos.
De acordo com a Resolução 21, de 07/04/2011, no caso brasileiro, em que o
vendedor/exportador não dispõe de condições legais para realizar o despacho aduaneiro de
importação, ele fica impossibilitado de utilizar o referido termo em negociações de venda para as
empresas brasileiras.
Termo determina a obrigação máxima para o vendedor/exportador.
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Apresenta-se, na figura 4, a estrutura da formação de custos e preços, desde a mínima obrigação
identificada até a máxima obrigação, determinada por riscos e custos assumidos, por parte do
exportador. Tal estrutura é composta pela sequência de ocorrência das variáveis de custos e riscos,
determinando qual o montante dos custos até o termo de escolha por parte do importador, aplicando
sobre o mesmo as variáveis de formação de preços, tais como: lucro, comissões, tributos, etc.
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Preço FCA – composto pelo custo EXW, com a incorporação dos custos de transporte do
estabelecimento do exportador até o estabelecimento do embarcador nomeado, mais o
despacho aduaneiro de exportação, e pelas variáveis que irão compor os preços nesse
termo, tais como: lucros esperados, comissões e tributos, caso existam.
Preço FOB – composto pelo custo FAS, com a incorporação dos custos de embarque no
porto de origem nomeado, e pelas variáveis que irão compor os preços nesse termo, tais
como: lucros esperados, comissões e tributos, caso existam.
Preço CFR – composto pelo custo FOB, com a incorporação dos custos de frete marítimo
internacional acobertando o transporte até o porto de destino nomeado, e pelas variáveis
que irão compor os preços nesse termo, tais como: lucros esperados, comissões e tributos,
caso existam.
Preço CPT – composto pelo custo FCA, com a incorporação dos custos de frete
internacional acobertando o transporte até o local de destino nomeado, e pelas variáveis
que irão compor os preços nesse termo, tais como: lucros esperados, comissões e tributos,
caso existam.
Preço CIF – composto pelo custo CFR, com a incorporação dos custos de seguro
internacional acobertando os riscos no transporte até o porto de destino nomeado, e pelas
variáveis que irão compor os preços nesse termo, tais como: lucros esperados, comissões e
tributos, caso existam.
Preço CIP – composto pelo custo CPT, com a incorporação dos custos de seguro
internacional acobertando os riscos no transporte até o local de destino nomeado, e pelas
variáveis que irão compor os preços nesse termo, tais como: lucros esperados, comissões e
tributos, caso existam.
Preço DAP – composto pelo custo CIF ou CPT, com a incorporação dos custos do
terminal no pais de destino nomeado, e pelas variáveis que irão compor os preços nesse
termo, tais como: lucros esperados, comissões e tributos, caso existam.
Preço DPU – composto pelo custo até o efetivo desembarque da mercadoria, e pelas
variáveis que irão compor os preços nesse termo, tais como: lucros esperados, comissões
e tributos, caso existam.
Preço DDP – composto pelo custo DAP, com a incorporação dos custos de despacho
aduaneiro de importação e dos custos tributários atribuídos ao pais de destino nomeado, e
pelas variáveis que irão compor os preços nesse termo, tais como: lucros esperados, comissões
e tributos, caso existam.
33
A seguir, podem-se observar os principais custos envolvidos nos processos de logística e operações
internacionais:
Custos de preparação da carga:
custos com embalagem de comercialização;
custos com embalagem de transporte – paletes, bags, etc.;
custos com amarração, lingagem, ovação, estufagem, etc.;
custos com desova, desestufagem, etc.
34
MÓDULO III – LOGÍSTICA E OPERAÇÕES
INTERNACIONAIS
Preparação da carga
A fase de preparação da carga é uma das mais importantes. Mediante arrumação e unitização
dos produtos, permite-nos proteger o produto, aumentar a qualidade e a velocidade do processo,
bem como, reduzir os custos relacionados a movimentação e transporte dos mesmos.
Apresenta-se, também, como grande importância para a logística e para o transporte
internacional, a identificação da carga, com etiquetas fixadas nas referidas embalagens, que
permitam a melhor identificação dos produtos para que possa haver um controle da carga a ser
transportada ou armazenada. Deve-se atentar para o fato de que o transporte internacional é
caracterizado por longas distâncias a serem transpostas por veículos que passam por diversas
intempéries até o seu destino final. Por esse motivo, a embalagem assume papel essencial na
proteção, criação de agilidade, flexibilidade.
Cada modal de transporte possui embalagens características, por exemplo, o modal marítimo que
trouxe para o mercado o contêiner – ferramenta promotora da logística no comércio internacional –,
trazendo grande velocidade para o processo de transporte, já que permite uma utilização multimodal,
criando velocidade ao processo e garantindo a integridade da carga no seu interior.
Existem diversos tipos e modelos de embalagens empregadas para o transporte e a
comercialização dos produtos, embora seja necessária atenção em relação à importância internacional
a que tais embalagens se submetem. Dependendo da constituição da embalagem, pode causar
impactos na liberação alfandegaria, por necessitar da autorização para sua liberação. São exemplos as
embalagens que possuam madeira em sua constituição. Elas necessitam de vistoria dos órgãos de
controles de pragas, já que as madeiras são disseminadoras de pragas, tais como brocas e besouros.
Tais pragas podem causar impactos destrutivos no meio ambiente do país de destino. Por ser de outro
país, provavelmente, não deve ter predador natural que venha a controlar sua proliferação.
Também é importante observar que, em alguns modais de transporte, assim como no transporte
dos produtos fracionados ou consolidados, a cobrança de frete se institui mediante aplicação de valores
sobre taxas de ocupação de espaço ou peso, ou seja, o fator que causar maior impacto e restrição dos
produtos a serem embarcados. Um exemplo pode ser demonstrado na comparação de embarque de dois
produtos dispares, o primeiro, o isopor que possui enorme volume, mas peso ínfimo; o segundo, as
chapas ou bobinas de aço, que possuem enorme peso, mas ínfimo volume.
Desse modo, ao considerar que o contêiner possui capacidades limitantes em volume, no caso,
20´com 34 m3 e 20 toneladas de peso, pode-se considerar que, ao estufar um contêiner com isopor,
chegaria à sua capacidade volumétrica atingida muito antes de chegar ao peso máximo suportado. No
caso de se estufar o contêiner com chapas de aço, chegaria à sua capacidade máxima atingida com
espaço de sobra; na realidade, aparentaria estar vazio e subutilizado, embora sua capacidade nominal
em peso não permita mais produtos no seu interior.
Outra embalagem importante para o processo logístico é o palete. Embora, em sua maioria,
seja constituído de madeira e necessite passar pelas vistorias de pragas anteriormente mencionadas,
permitem uma rápida movimentação e garantem a segurança dos produtos em face da unitização e à
composição conjunta dos mesmos. Desse modo, o palete garante agilidade e menores custos, devido
à facilidade de sua movimentação de forma mecanizada mediante utilização e emprego de paleteiras
e empilhadeiras, em que apenas um operador pode realizar a movimentação de diversos paletes em
pouquíssimo tempo, dando velocidade ao processo.
Atenta-se para o caso de se necessitar vistoriar a carga do interior o contêiner, em que haverá
necessidade da desova para a vistoria e posterior ovação para a continuidade do processo do despacho
aduaneiro e consequente embarque – tudo isso em pouco tempo –, sendo possível pela utilização de
paletes como embalagem e o emprego de maquinários para sua movimentação.
Em referência ao modal aéreo, destacam-se suas ferramentas para embarque e transporte, que
garantem não só a integridade dos produtos embarcados como também da aeronave que possui custos
altos de manutenção e limpeza.
O contêiner aéreo possui características diferentes do contêiner marítimo. Na realidade, a
finalidade principal do contêiner aéreo é o de garantir a unitização dos produtos para que não sejam
embarcados na aeronave sem controle.
36
O contêiner aéreo é composto por estrutura de alumínio e plástico, para que o seu peso não
venha a ser um componente de inviabilidade no transporte e limitação da carga na aeronave. Desse
modo, o contêiner aéreo não possui as mesmas características que o contêiner marítimo, pois o
marítimo se constitui por uma caixa de aço que protege os produtos no seu interior contra os danos
externos. O contêiner aéreo é uma embalagem de unitização dos produtos com baixos volumes,
garantido a flexibilidade e facilidade da sua movimentação dentro da aeronave.
Por sua vez, o palete aéreo possui características de formação e controle da carga para
determinada posição na aeronave. Tal fato pode ser visualizado pela venda de espaços fixos na
aeronave, que são categorizados como posição palete.
O palete aéreo permite que o operador da aeronave prepare o embarque da carga com a
utilização de padrões modelos, observando as dimensões e os contornos internos da aeronave e,
após estarem posicionadas no local a eles designados, são fixados por presilhas próprias do palete na
estrutura da aeronave, garantido a fixação no local desejado.
Apesar de existirem paletes com medidas padrões no mercado, como é o caso do PBR ou
palete Brasil, na logística envolvida nas operações internacionais, buscam adequar as embalagens –
nesse caso, também o palete – para a melhor conformidade na utilização máxima de espaço/peso
possível, de forma que o palete deve ter as dimensões necessárias para que otimize a quantidade de
carga embarcada.
Importante atentar, também, para as embalagens homologadas para o transporte de cargas
perigosas, principalmente as que serão utilizadas para o embarque aéreo. Por possuírem maiores
restrições quanto ao risco de causarem acidentes ou vazamentos que coloquem em risco a aeronave
e os seus ocupantes, devem ser, obrigatoriamente, utilizadas no seu embarque.
Transporte Internacional
Transporte aéreo internacional
O transporte aéreo possui característica de um transporte de médias e longas distâncias no
transporte de pequenos volumes com altos valores agregados, o que acaba por viabilizar o alto valor
do frete cobrado.
Entre os diversos modais, o transporte aéreo é o de maior velocidade, contribuindo na
logística do transporte de processos emergenciais ou cujos valores agregados aos produtos sejam
expressivos – o que acaba gerando o menor custo de seguro, uma vez que o tempo de exposição ao
risco é minimizado em função da referida velocidade.
37
Principais tipos de aeronaves:
all cargo – full cargo – aeronaves cargueiras, utilizadas exclusivamente no transporte de cargas;
combi – aeronaves mistas, transporte de cargas e passageiros, e
full pax – aeronaves mistas, transporte de cargas e passageiro.
Transporte com características peculiares e próprias, utiliza contêiner próprio para transporte
de cargas; utiliza o palete aéreo, equipamento da aeronave que determina a posição específica dentro
da aeronave. Uma vez em sua posição, a mesma possui sistema de travamento para garantir a
segurança da carga e da própria aeronave.
O contêiner aéreo é fabricado com alumínio e plástico, atribuindo menores pesos em sua
composição, o que poderia comprometer a quantidade de carga a ser embarcada pelo limite de peso
e volume atribuídos a aeronave.
Com relação à apresentação do frete do transporte rodoviário, ele pode ser composto de
diversas formas e variáveis, embora a mais empregada esteja relacionada ao cálculo do peso cubado,
uma vez que o transporte aéreo possua limitações de peso e volume, bem como pelas limitações
declaradas nos embarques prioritários, que acabam por determinar quais produtos têm prioridade
de embarque nas aeronaves.
Em geral, para cálculo do frete sobre o peso cubado, emprega-se a tabela de cotações e tarifas
publicadas pela Iata – Associação Internacional de Transporte Aeroviário –, que se apresenta de
forma escalonada com valor mínimo para embarque e faixas de acordo com o peso cubado ou com
o peso real, o que se mostrar maior.
38
O transporte marítimo é considerado o de maior eficiência energética, podendo transportar
grande quantidade de carga com baixíssimo consumo energético, atribuindo menores custos ligados
a esse tipo de transporte.
Com relação à apresentação do frete do transporte marítimo, pode ser composto de diversas
formas e variáveis, embora as mais comumente empregadas sejam a do Frete por Contêiner-
Produto-Porto, tendo como complemento adicional uma variedade de taxas cobradas de acordo
com cada Armador, para manutenção dos seus custos e minimização de perdas.
Embora seja o modal com menor custo atribuído, possui baixa velocidade de trânsito. Por
transportar grandes volumes, também dispensa tempo maior na carga e descarga dos contêineres
ou dos produtos armazenados nos seus grandes porões, que, por sua vez, também podem ser
prejudicados pelo tempo chuvoso, que acaba por paralisar as operações de carga e descarga.
Ferramenta criada e mantida pelo transporte marítimo, o contêiner é considerado o promotor
do comércio internacional, devido ao seu alto poder de multimodalidade operacional, conquistando
menor tempo para sua movimentação e transferência entre os modais existentes.
39
Principais tipos de navios:
navios cargueiros – cargas variadas;
navios contêineros ou porta-contêineres;
navios roll-on/roll-off – carga por rolamento;
navios graneleiros – granéis sólidos;
general purpose;
handy size;
panamax;
cape size;
navios-tanque – granéis líquidos e
navios ore-oil – projetos.
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O transporte rodoviário é o mais flexível e eficiente entre todos os modais, único a ofertar o
transporte porta a porta, o que o torna – apesar do seu alto custo e da capacidade limitada –um dos
mais utilizados como transporte principal ou acessório as operações internacionais.
Principais taxas cobradas na composição do frete rodoviário:
pedágio;
TDE (taxa de dificuldade na entrega);
GRIS (gerenciamento de risco e segurança) e
taxas de coleta, entrega e despacho.
Seguros internacionais
Os seguros de transporte internacional direcionados a cargas que farão parte de uma
importação e de uma exportação são primordiais para a cobertura dos riscos inerentes a um
transporte de longo curso, garantindo a viabilização de um negócio que se utiliza do transporte
internacional de cargas em sua cadeia de suprimentos, assim como em sua cadeia de distribuição.
41
Tal seguro oferece cobertura de prováveis riscos a eventuais sinistros, como perdas, avarias e
extravios durante todo o processo de transporte, desde a origem até seu destino.
Cabe informar que o seguro para cobertura de riscos com a carga não é de cunho obrigatório,
mas sua importância é imensurável, permitindo tranquilidade ao contratante no caso de sinistros
que venham a ocorrer, causando prejuízos que podem acabar com negócios ou fechar empresas por
perdas vultuosas.
O seguro de transporte internacional de cargas deve ser contratado de acordo com o incoterms,
ou seja, de acordo com os termos de compra ou venda envolvidas na negociação. O contrato deve
observar também os riscos que o transporte oferece, o valor da operação e os riscos inerentes ao
produto, tais como: periculosidade, risco incompatibilidade física ou química com outros produtos
ou agentes transportados na mesma unidade. Além disso, deve atentar também à modalidade de
transporte da carga (terrestre, aérea ou aquaviária). Importante ressaltar que os seguros de transporte
de cargas, conforme acordado, podem ser contratados pelos importadores ou pelos exportadores.
O seguro internacional de cargas deve observar o que preceituam os incoterms, já que tais
termos especificam os direitos e normatizam as obrigações e responsabilidades do importador e do
exportador. Esses termos estabelecem um conjunto de definições padrão, apresentando regras e
práticas neutras, tal como o local em que há transferência de titularidade da mercadoria entre
exportador e importador, definindo de quem é a responsabilidade pelo pagamento dos custos e
quem deve contratar o seguro.
Em termos gerais, as coberturas básicas oferecidas pelos seguros internacionais de cargas são:
Cobertura básica ampla A – garantia de cobertura e indenização dos prejuízos
decorrentes de acidentes com o veículo como também das causas externas, como roubos,
avarias, extravios, etc.
Cobertura básica restrita B e C – garantia de cobertura e indenização dos prejuízos
decorrentes de danos ou perdas provenientes de acidentes com o veículo transportador
(avião, caminhão, navio, etc.).
42
Apólice parcial – cobertura de seguros individuais com processos de importação ou de
exportação pontuais, demandando necessidades especificas.
Averbação definitiva – determinação final do seguro, mediante confirmação das
informações prestadas a corretora ou seguradora, com os dados concretos da carga
transportada, atribuindo o valor final a ser cobrado pela apólice, assim como da confirmação
do valor acobertado pela apólice.
Averbação provisória – seguro de transporte da mercadoria mediante informações
preliminares repassadas pelo importador ou pelo exportador. Com a emissão da apólice, a
carga já estará segurada, mas haverá necessidade da confirmação das informações quando a
carga chegar ao seu destino.
Prêmio – valor pago pelo segurado, contratante do seguro. Caracterizado pela emissão da
apólice por parte da seguradora.
Sinistro – constatação de avaria no processo de transporte, causando prejuízo material ao
segurado com dano parcial ou integral à mercadoria, ou pela falta parcial ou total da mesma.
Vistoria – processo de análise e estudo da avaria realizado por uma comissária de vistoria
designada pela seguradora, a fim de verificar a ocorrência de um sinistro, identificando os
responsáveis pelos danos causados. Na atualidade, cabe ao recinto alfandegado lavrar o
Termo de Faltas e Avarias (TFA), relatando na chegada da carga, os danos ou faltas
observadas, cabendo ao importador ou ao exportador, em conjunto com seu representante,
decidir as ações a serem tomadas.
Importante atentar que os seguros internacionais de cargas não podem ser confundidos com
os seguros obrigatórios, nos quais os proprietários do veículo transportador são obrigados a
contratar. Ressalta-se que os seguros do veículo transportador acobertam somente apenas o navio,
caminhão e avião, e não a carga em si.
A seguir, apresentam-se dois tipos de seguros que são obrigatórios para as transportadoras.
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RCA-C (Responsabilidade Civil do Armador – Cargas)
Seguro obrigatório para transportadores aquáticos: marítimos, fluviais e lacustres, nacionais
e internacionais. Garante ao transportador aquaviário as indenizações e o reembolso dos prejuízos
causados às mercadorias que estão sob sua responsabilidade.
44
b) Zona secundária:
parte restante do território aduaneiro, incluídos o espaço aéreo e as águas territoriais.
Alfândega ou aduana – repartição pública sob administração federal que tem por objetivo a
administração e o controle aduaneiro, fiscal e tributário, na entrada e na saída do país, de pessoas,
veículos e cargas mediante aplicação do processo de despacho aduaneiro de exportação e de importação.
No Brasil, o controle aduaneiro é de responsabilidade da Receita Federal do Brasil (RFB), por
intermédio de suas unidades de alfandega, instituídas em zonas primárias – portos, aeroportos e pontos
de fronteiras –, e pelas unidades da Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), responsável pela
administração e pelo controle dos procedimentos aduaneiros na zona secundária – terminais Redex
(Recinto Especial para Despacho de Exportação) e nos Clia´s (Centro Logístico Industrial Aduaneiro).
Os terminais portuários alfandegados podem ter classificações diferentes de acordo com sua
especialização de carga ou de operação. Os casos mais concretos são:
Tecon – terminal de contêiner;
Terliq – terminal de líquidos;
TPS – terminal de produtos siderúrgicos;
TCar – terminal de carros e
TCG – terminal de carga geral e granéis.
45
b) Aeroporto alfandegado
Os terminais aeroportuários alfandegados de zona primária, destinados a operações de
aeronaves aéreos, possuem alfandegamento autorizado pelo Ministério da Fazendo, por intermédio
da Receita Federal do Brasil (RFB) e de prévia autorização do Ministério da Aeronáutica.
As operações logísticas nos aeroportos alfandegados são dividas observando os seguintes setores:
Pista – setor com localização contigua ao aeroporto, destinado a fiscalizar a entrada e a
saída de aeronaves, controlando e fiscalizando o embarque de cargas e passageiros
internacionais ou com destinos internacionais, bem como no desembarque de passageiros,
encaminhando-os para o setor de bagagem e no desembarque das cargas com seu destino
aos armazéns ou TECA (Terminais de Cargas Aéreas), para que transcorram pelo efetivo
despacho aduaneiro de importação.
Bagagem – setor responsável pela fiscalização do conteúdo das bagagens oriundas do exterior.
Despacho aduaneiro – setor responsável pelo controle e fiscalização das cargas designadas
aos processos de despachos aduaneiros na importação e para a exportação.
c) Ponto de fronteira
Ponto de fronteira é o recinto alfandegado de fronteira situado em área limítrofe aos países
vizinhos, destinado a controlar e fiscalizar o ingresso e a saída do país – de pessoas, veículos e cargas.
Atenta-se para o fato de que qualquer ingresso de pessoas, cargas ou veículos deve proceder
pela zona primária. Caso contrário, configura-se crime de contrabando ou descaminho, sujeitando
à processo penal ou perda do veículo e da carga.
Os terminais ou armazéns de fronteira, observam todos os requisitos e critérios dos terminais
alfandegados instalados em área de zona primária.
46
d) Collis postaux
O collis postaux é um recinto alfandegado abrigado pelas instalações dos Correios, com a
finalidade o controle e a fiscalização das remessas e das encomendas postais de pequenos volumes
para exportação e na importação. Por se tratarem de encomendas postais, observam os requisitos e
as condições para a aplicação do RTS – Regime de Tributação Simplificada.
47
A fragilidade dos controles aduaneiros no Redex, tem fundamento relacionado à falta ou
ausência da figura do fiel depositário, o que cria uma vulnerabilidade em face da ausência de
controles de segurança e garantia de inviolabilidade das cargas desembaraçadas.
Atente-se ao fato de que, embora ocorra tal fragilidade, não há qualquer diferenciação ou
distinção dos controles aduaneiros e da própria parametrização, por parte da SRFB, direcionando
o processo para canais específicos para maior controle.
48
Vantagens dos portos secos
O Porto Seco possui importância estratégica na integração das operações logísticas,
possibilitando a facilitação, a flexibilização e a redução da distância entre os portos e os locais de
produção intensiva, que demandam, consequentemente, importações na aquisição de tecnologia e
bens de capital, mediante importações, bem como buscam atender às demandas do mercado
mundial por sua produção, mediante exportações, aproximando o mercado produtivo aos veículos
de acesso ao mercado consumidor.
O Porto Seco, em sua característica básica, apresenta-se como um grande indutor e facilitador
de operações logísticas voltadas ao atendimento de cargas de grandes volumes, características dos
terminais portuários. O Porto Seco assumiu a denominação de Porto Seco por sua similaridade de
processos, embora haja menores gargalos devido à isenção das atividades operacionais portuárias no
carregamento e descarregamento de navios, por parte do Porto Seco.
Apresenta-se também com características de um terminal multimodal, com acesso a mercados
por diversos modos de transporte, que venham a permitir a livre movimentação da carga pelo
território nacional pelas rodovias, ferrovias ou vias fluviais.
O Porto Seco também possui importância estratégica no apoio e auxilio fabril, já que permite
a recepção de insumos do mercado interno ou externo, para que sejam aplicados nos processos de
montagem, separação, etiquetagem, armazenamento e distribuição, agregados a produtos não
nacionalizados ou desnacionalizados, oferecendo mão de obra qualificada e especializada, além de
tecnologia de ponta, para a finalização do produto, podendo atender às necessidades internas do
país pelo desembaraço de importação ou para atendimento das necessidades externas na exportação.
Além disso, oferece a flexibilidade que os portos não têm condição de oferecer e a possibilidade de
realizar diversos serviços específicos a critério dos contratantes, tais como:
controle de estoque;
tratamento para tipos específicos de carga;
montagem;
embalagem;
etiquetamento;
armazenamento e
regimes aduaneiros especiais, etc.
49
ZPE – Zona de Processamento de Exportação
Nos Estados Unidos, essas zonas são conhecidas como Foreign Trade Zones (FTZ) e, na
China, como Zonas Econômicas Especiais (ZEE). A ZPE é um terminal que tem como
característica principal o fomento as operações de exportação, mediante aplicação de benefícios
fiscais, cambiais e administrativos implementados sobre os bens e produtos produzidos ou
montados dentro dos referidos terminais, bem como sobre os insumos adquiridos no mercado
interno ou importados, que farão parte dos processos produtivos ou montagens dos bens a serem
exportados, executadas dentro da ZPE.
A ZPE apresenta aspectos importantes na redução dos custos e na facilitação dos processos
logísticos, por ter características de benefícios tributários aplicados a incentivos ao desenvolvimento
da cultura exportadora, não havendo desembolso financeiro para recolhimento dos tributos
incidentes, uma vez que a finalidade principal é a exportação do produto, que, por sua vez, possui
benefícios da não tributação por se tratar de uma exportação.
A ZPE tem importância estratégica como um terminal para o desenvolvimento regional
sustentável na exportação de produtos industrializados ou montados, gerando riquezas e criação de
trabalhos e renda em áreas específicas para tal.
Suspensão dos tributos no mercado interno:
IPI (Imposto sobre Produto Industrializado);
COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) e
PIS/PASEP (Programa de Integração Social).
Logística aduaneira
A logística aduaneira pode ser reconhecida como toda a operação e movimentação dos
processos e cargas envolvidos no despacho aduaneiro, e seu consequente desembaraço para
exportação ou para a importação.
50
Após autorização do RE, mediante status de efetivação no Siscomex, o exportador emitirá a
NFe, e realizará a separação e embalagem dos produtos constantes da negociação conforme aceite
pelo importador dos dados informados na fatura proforma. A preparação da carga para o embarque
poderá ser processada nos seguintes locais:
instalações do exportador;
terminais privados;
terminal Redex;
terminal Clia – Porto Seco – e
IPA – Instalação Portuária Alfandegada.
Após a separação dos produtos constantes da negociação, o exportador deve enviar a carga
para o terminal que tem autorização para realizar despacho aduaneiro de exportação, nesse caso,
somente os terminais a seguir tem condição para tal:
terminal Redex;
terminal Clia – Porto Seco e
IPA – Instalação Portuária Alfandegada.
51
Figura 5 – Fluxo despacho de exportação
Siscomex
LPCO (Licença, Parametrização
Permissão, Certificado
e Outros Documentos)
Exportador
NFe Nota Fiscal
Eletrônica (SPED) Canal verde Canal laranja Canal vermelho
DU-E
Depositário
Controle de Carga Análise de Risco
Registra NFe e Trânsito (CCT) Auditor RFB
Consulta
Número DU-E
e Chave-Acesso Controle de Carga Desembaraço
e Trânsito (CCT) aduaneiro
Averbação
52
20. posicionamento no costado do porto;
21. entrega da documentação liberada no terminal;
22. procedimento de embarque;
23. emissão conhecimento de embarque;
24. informação dados de embarque;
25. averbação;
26. emissão do comprovante de exportação e
27. revisão fiscal.
53
Logística aduaneira na importação
Após a negociação e de posse da fatura proforma, se não houver retificações ou erros que
inviabilizem a efetivação da compra/venda, o importador consultará o tratamento administrativo
de importação, verificando se há restrições quanto a importação dos produtos negociados. Caso
haja, emitirá o Licenciamento de Importação (LI) pré-embarque; caso não seja necessário,
autorizará, automaticamente, ao exportador internacional o embarque dos produtos constantes da
negociação, apondo seu aceite.
Após autorização para que o exportador proceda com o embarque da carga negociada, o
importador aguardará a chegada do embarque no seu país, assim como dos documentos emitidos
pelo exportador e necessários ao processo de despacho aduaneiro de importação. Os documentos a
serem enviados pelo exportador internacional são:
fatura comercial – commercial invoice;
romaneio – packing list;
conhecimento de embarque, conforme o caso:
BL – Bill of Lading (marítimo);
AWB – Air Way Bill (aéreo);
CTRIC – Conhecimento Rodoviário Internacional de Cargas (rodoviário);
CTFIC – Conhecimento Ferroviário Internacional de Cargas (ferroviário);
Certificados, conforme necessidade:
origem;
fumigação;
técnico, etc.;
outros, conforme solicitação da RFB.
54
II – Imposto de Importação;
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados;
PIS/Pasep importação;
Cofins importação;
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
AFRMM – Adicional de Frete para Renovação da Frota Mercante (importação marítima) e
taxa Siscomex.
Informada a seleção do canal de parametrização, caso o canal atribuído não esteja o canal
verde, o importador deverá remeter os documentos a repartição fiscal, para que os mesmos sejam
recepcionados e distribuídos pelo chefe da repartição, ao fiscal responsável pela vistoria documental
ou física conforme o caso.
Na confirmação do importador ou seu representante de que os documentos se encontram
com o fiscal responsável, o importador ou seu representante deve agendar data e hora para
posicionamento e vistoria física, de acordo com solicitação do fiscal responsável. Na data e hora
agendadas, o importador ou seu representante legal deve comparecer na presença do fiscal
responsável para que o mesmo informe quais os critérios adotados para a vistoria aduaneira. Caso
haja necessidade de desova parcial ou total da carga para que o fiscal responsável possa concluir seu
trabalho, haverá necessidade do importador ou de seu representante solicitar ao fiel depositário que
realize a operação conforme atribuição fiscal.
Após a vistoria e na isenção de quaisquer fatos que impossibilitem o desembaraço aduaneiro
de importação, o fiscal responsável concluirá a fase de vistoria aduaneira no Siscomex e irá
proceder com a informação de desembaraço aduaneiro, com consequente emissão do CI –
Comprovante de Importação.
Ao mesmo tempo, o importador ou seu representante solicitaram ao fiel depositário para que
proceda com a ovação da carga e posterior lacração para garantia da integridade e segurança da
mesma. O processo de despacho aduaneiro ficará guardado por 5 anos da data de seu desembaraço,
podendo a critério amostral ser revisto, pelo departamento de revisão fiscal, que verificará se todo
o processo foi realizado a contento da RFB.
55
Figura 6 – Fluxo despacho de importação
RIF – Relatório de
Depositário Inspeção Física
Registra Presença CCT Canal de
de Carga Controle de carga Parametrização
e trânsito
GR
Gestão de Risco
Recolhimento
Tributos
Despacho
Verde
RFB – Receita
Federal do Brasil Desembaraço
Amarelo
Aduaneiro
Agendamento Depositário
Vermelho
Vistoria
Registra Entrega da
Carga ao Importador
Cinza
Importador CCT
Controle de carga
Emitir NFe – entrada
e trânsito
Nota Fiscal Eletrônica (SPED)
56
19. emissão nota fiscal de entrada e transporte da carga, e
20. pagamento armazenagem e emissão de saída da carga do terminal.
57
MÓDULO IV – OPERAÇÕES ESPECIAIS EM
LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Neste módulo, serão apresentados os regimes aduaneiros especiais com suporte às atividades
logísticas, tais como: suporte às atividades produtivas, de transporte, de armazenagem, de
manutenção e de importação temporária com utilização econômica. Os regimes aduaneiros
especiais auferem benefícios, em sua maioria, com efeito temporal, na suspensão ou na isenção dos
tributos incidentes sobre as operações logísticas, reduzindo os custos para atribuição de maior poder
de competitividade as operações internacionais.
Os regimes aduaneiros especiais, por intermédio dos seus benefícios na suspensão e isenção
de impostos, permitem que a logística se especialize e utilize tais recursos para conquistar menores
custos, bem como se reaparelhar e conquistar novos mercados devido ao aumento do poder de
competitividade conquistado.
59
b) suspensão dos tributos incidentes na importação de insumos a serem consumidos na
industrialização de produto a ser exportado e
c) restituição de tributos pagos na importação de insumos importados utilizados em produto
posteriormente exportado.
Recof
O Recof é um regime especial que permite que os insumos adquiridos no mercado interno
tenham suspensão de IPI, permitindo que os insumos da produção sejam importados com
suspensão de II, IPI e PIS/Cofins (Instrução Normativa RFB no 1291/2012).
A empresa fica isenta do recolhimento dos tributos que estavam suspensos, caso a produção
seja destinada à exportação. No caso de a produção ser destinada para a venda no mercado
doméstico, os tributos suspensos deverão ser recolhidos no quinto dia útil do mês seguinte ao
faturamento do produto acabado.
A empresa importadora poderá transferir o produto industrializado com os insumos
admitidos no regime especial Recof para outra empresa habilitada, continuando os tributos
suspensos até que ocorra a destinação do produto final.
Recom
O regime aduaneiro especial que permitem a importação, sem cobertura cambial, de chassis,
carroçarias, peças, partes, componentes e acessórios de importação de insumos destinados à
industrialização por encomenda de produtos, com suspensão do pagamento do imposto sobre
produtos industrializados, dos bens classificados nas posições 8701 a 8705 da Nomenclatura
Comum do Mercosul – Recom (Decreto no 6.759/2009 Regulamento Aduaneiro).
O regime será aplicado, exclusivamente, às importações por conta e ordem de pessoa jurídica
encomendante com sede no exterior. Somente haverá pagamento do imposto incidente sobre os
insumos, mas com suspensão do IPI, prazo de um ano não prorrogável, contado da data do
desembaraço aduaneiro. Caso os produtos sejam destinados para fim diverso do regime, ficarão
sujeitos ao recolhimento do IPI suspenso.
60
O trânsito aduaneiro deverá ser realizado por empresa habilitada junto à RFB, na unidade de
fiscalização aduaneira com apresentação do termo de responsabilidade e solicitação de inscrição no
sistema. O regime compreende o trânsito dentro do território aduaneiro, entre zonas primárias,
com suspensão de tributos do local de origem ao local de destino, desde o momento do desembaraço
para início de trânsito pela unidade de origem até o momento em que há a conclusão do trânsito
pela unidade de destino.
As modalidades de trânsito aduaneiro são, segundo a origem, o destino e a submissão ou não
a despacho de exportação ou reexportação (Instrução Normativa SRF no 248/2002).
1. Trânsito de importação de mercadorias procedentes do exterior e destinadas:
até o ponto onde deva ocorrer outro despacho;
de um recinto alfandegado situado na zona secundária a outro e
de mercadoria conduzida em veículo em viagem internacional até o ponto em que se
verificar a descarga.
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Reporto – Regime tributário para incentivo à estrutura portuária
O Reporto é um regime especial criado com o intuito de beneficiar e estimular
investimentos para recuperação, modernização e ampliação das atividades portuárias,
minimizando os impactos causados pelos gargalos logísticos atribuídos a infraestrutura portuária
(Instrução Normativa RFB no 1.370/2013).
Nesse sentido, o regime permite a importação e a aquisição no mercado doméstico, de
máquinas e equipamentos, com suspensão do pagamento de tributos que, após o decurso de 5 anos
mantidos e aplicados para benefício da infraestrutura portuária, passam para a condição de isenção.
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DE – Depósito Especial
O Regime Aduaneiro Especial (RAE) de depósito especial autoriza a armazenagem de partes,
peças, componentes e materiais de reposição ou manutenção para veículos, máquinas,
equipamentos, aparelhos e instrumentos, estrangeiros, nacionalizados ou não, com suspensão do
recolhimento de tributos, utilizados nas atividades de (Instrução Normativa SRF no 386/2004):
transporte;
apoio à produção agrícola;
construção e manutenção de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, barragens e serviços afins;
pesquisa, prospecção e exploração de recursos minerais;
geração e transmissão de som e imagem;
diagnose, cirurgia, terapia e pesquisa médicas, realizadas por hospitais, clínicas de
saúde e laboratórios;
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, e
análise e pesquisa científica, realizada por laboratórios.
DF – Depósito Franco
É o Regime Aduaneiro Especial (RAE) que atende ao fluxo comercial entre países limítrofes
com países terceiros, permitindo a armazenagem de mercadoria importada, em terminal
alfandegado. Para sua concessão (Instrução Normativa SRF no 38/2001).
Suporte à manutenção
Aperfeiçoamento ativo
O regime aduaneiro especial de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo é o RAE –
Regime Aduaneiro Especial – que autoriza o ingresso temporário no País, com suspensão dos tributos
incidentes sobre as mercadorias estrangeiras ou desnacionalizadas, importadas para operações de
aperfeiçoamento ativo e posterior reexportação (Instrução Normativa RFB no 1600/2015).
Aperfeiçoamento passivo
O regime de exportação temporária para aperfeiçoamento passivo é o RAE – Regime Aduaneiro
Especial – que permite a exportação, por prazo determinado, de bem ou mercadoria nacional ou
nacionalizada, para ser consumida em operação de elaboração, transformação, beneficiamento ou
montagem, assim como para reparo, conserto ou restauração em outro país e posterior reimportação,
sob outra forma resultante, com pagamento dos tributos sobre o valor dos bens ou componentes
incorporado ao bem originalmente exportado (Instrução Normativa RFB no 1.361/2013).
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Suporte aos serviços com utilização econômica
Importação temporária para utilização econômica
Importação temporária para utilização econômica é o RAE – Regime Aduaneiro Especial –
que autoriza a importação temporária de bens de capital, de bens destinados à prestação de serviços
a terceiros ou à produção de outros bens destinados à venda, admitidos para utilização econômica,
inclusive de bens importados, para servir de modelo industrial, matrizes ou chapas, sob a forma de
moldes e às ferramentas industriais, por prazo fixo, com pagamento proporcional, de acordo com
seu tempo de permanência no território aduaneiro, dos tributos federais exigidos na
importação (Instrução Normativa RFB no 1600/2015).
No caso da importação temporária para utilização econômica, o importador deve
apresentar o contrato de aluguel e prestação de serviço do bem passivo ao regime, além de
apresentar o termo de responsabilidade (TR) pelo cumprimento das normas estabelecidas no
pedido de admissão temporária.
Os tributos federais sujeitos ao pagamento proporcional, incidentes na importação, são:
II – Imposto de Importação;
IPI-importação – Imposto sobre Produtos Industrializados;
PIS/Pasep-importação – programas de integração social e de formação do patrimônio do
servidor público incidente na importação de produtos estrangeiros ou serviços, e
COFINS-importação – contribuição social para o financiamento da seguridade social
devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior.
O pagamento proporcional dos tributos será calculado tendo por base a aplicação do
percentual de 1% por mês ou fração, até o limite máximo de 100 meses, sobre o montante dos
tributos devidos de acordo com o prazo concedido pela RFB.
No caso do AFRMM – Adicional de Frete para a Renovação da Marinha Mercante –, não
haverá pagamento por se tratar de produtos submetidos ao Regime Aduaneiro Especial (RAE) que
saiam do país no mesmo estado em que foram importados ou após sua industrialização,
transformação ou montagem.
No caso do ICMS, o importador deverá consultar o Estado, uma vez que, no caso de haver
cobrança proporcional dos impostos federais, os estados poderão reduzir a base de cálculo do imposto
de tal forma que a carga tributária seja equivalente à cobrança proporcional realizada pela RFB.
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BIBLIOGRAFIA
DAVID, Pierre; STEEWART, Richard. Logística internacional. São Paulo: Cengage, 2010.
Obra em que se abordam conceitos de grande importância para a atuação nas operações de
exportação e importação. Além disso, são abordadas a relação e conceituação dos termos
internacionais de comércio (Incoterms), as suas aplicações nos transportes internacionais, e
a relação com frete e seguro internacional.
DIAS, Silvio Montes Pereira. Levantamento e análise nas operações logísticas internacionais através dos
Portos do Rio de Janeiro. Dissertação (Dissertação em Engenharia Industrial) PUC-Rio. Rio de
Janeiro, 2004.
Obra em que são abordados conceitos preliminares do modelo de comércio exterior, assim
como a importância da logística para as operações de importação e exportação. Aborda,
ainda, o levantamento dos tempos envolvidos nos despachos aduaneiros de importação e
exportação.
LOPES, José Manoel Cortiñas; GAMA, Marilza. Comércio exterior competitivo. 3. ed. São Paulo:
Aduaneiras, 2007.
Nesta obra, é abordada a participação brasileira no mercado internacional, mediante
sistematização da utilização da informação buscando a eficiência no ingresso e na
manutenção do mercado. Apresenta o cenário atual do comércio exterior, com ênfase na
regulamentação e nas práticas operacionais do comércio exterior.
65
RODRIGUES, Paulo R. A.; FIGUEIREDO, Isabel B. D.; MENEZES, Julio E. S.; LUDOVICO,
Nelson. Gestão da logística internacional. Rio de Janeiro: FGV, 2104.
Nesta obra, são abordados os conceitos, os princípios teóricos e as ferramentas utilizadas
como referência para práticas e procedimentos logísticos que dão suporte às operações
executadas em âmbito internacional.
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LEGISLAÇÃO
BRASIL. Instrução Normativa RFB no 1.738/2017. Disponível em: http://normas.receita.
fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=86348&visao=anotado. Acesso em: abr. 2018.
Aprova alteração da VI Emenda à Nomenclatura do Sistema Harmonizado de Designação
e de Codificação de Mercadorias.
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BRASIL. Portaria SECEX, MDIC no 15/2004. Disponível em: http://www.mdic.gov.br
/arquivos/prtsecex15_2004.pdf. Acesso em: abr. 2018.
Cadastro no REI – Registro de Exportadores e Importadores.
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PROFESSOR-AUTOR
Silvio Montes Pereira Dias é doutorando em Engenharia de
Produção pela UNESP, mestre Profissional em Logística pelo
Departamento de Engenharia Industrial da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (2004) e graduado em Ciências Contábeis pelo
Instituto de Estudo Superior Clóvis Bevilacqua (1989). Atua como
professor em cursos de pós-graduação da Fundação Getulio Vargas e em
diversas instituições de ensino, e como professor titular (Graduação) em
cursos de Direito, Engenharia de Produção, Engenharia Mecânica e Relações Internacionais. Atuou
como professor em cursos de pós-graduação da UFF, bem como na pós-graduação e graduação da
Universidade Estácio de Sá nos cursos de Administração, Relações Internacionais, Ciências
Contábeis, Logística e Comércio Exterior. Possui experiência na área de Engenharia de Transportes,
com ênfase em planejamento e organização do sistema de transporte, logística internacional e
comércio exterior, atuando nos seguintes temas: comércio exterior, logística e portos.
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