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As Metropoles e o Capitalismo Financeirizado
As Metropoles e o Capitalismo Financeirizado
1
Por matriz teórica braudeliana-arrighiana entendemos as correntes consti-
tuídas em torno do conceito de capitalismo histórico, inspiradas pelas obras
de Fernand Braudel e cujos mais renomados expoentes são Giovanni Arrighi,
Immanuel Wallerstein, Samir Amin, Janet Abu-Lughod, André Gunder Frank,
entre outros. No Brasil e na América Latina, são conhecidos representantes
dessa matriz teórica Theotônio dos Santos, Carlos Eduardo Martins, Marcelo
Arend, entre outros. Mais adiante explicitamos a maneira pela qual manejamos
essa matriz teórica em nossa investigação.
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Nexos Financeirização/Urbanização: construindo um marco teórico
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Embora existam afinidades entre as abordagens de G. Arrighi e de D. Harvey
a esse respeito, há, contudo, distinções importantes entre os autores. Com
efeito, enquanto para Harvey a lógica territorialista corresponde às políticas
impulsionadas pelo Estado e a lógica capitalista à racionalidade da produção, das
trocas e da acumulação, para Arrighi ambas lógicas são assumidas pelo Estado.
Consultar, a esse respeito, Arrighi (2008), em especial o Capítulo 8, no qual o
autor incorpora na análise das sucessões dos ciclos sistêmicos de acumulação a
teoria de D. Harvey sobre as soluções espaciais das crises de sobreacumulação.
12
O artigo de Tavares (1997) foi publicado, numa primeira versão, em 1985.
Grosso modo, a diplomacia do dólar forte indica a capacidade dos Estados
Unidos de manipular sua moeda, como dinheiro mundial não conversível, em
benefício dos principais agentes e estruturas que sustentam o poder econômico
e político norte-americano.
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Na referida obra, Arrighi (2008) observa o seguinte a respeito da negligência
em relação à dimensão da produção social do espaço: “Uma das características
mais essenciais (e teoricamente negligenciadas) do capitalismo histórico é a
‘produção de espaço’. Esse processo não só foi essencial para a sobrevivência
do capitalismo em conjunturas especialmente difíceis, como defendeu Henri
Lefebvre, como também foi condição fundamental para a formação e o aumento
do alcance global do capitalismo como sistema social histórico” (p. 225).
14
Cf. Braudel (1987; 1996a; 1996b; 1996c).
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Arboleda (2015) oferece, por exemplo, “um relato da financeirização dos
recursos naturais que explora as densas interconexões entre o sistema financeiro
internacional, as geografias da extração de recursos e a produção de ambientes
urbanos cotidianos no vale Huasco, uma região no norte do Chile que está
sendo reconfigurada em um distrito de mineração” (p. 4, tradução nossa).
16
O livro Os limites do capital só foi publicado, no Brasil, em 2013, e não há
dúvida de que foi muito menos influente, no debate brasileiro, do que outras
obras do autor.
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ARRIGHI, Giovanni; SILVER, Beverly J. Caos e governabilidade no
moderno sistema mundial. Rio de Janeiro: Contraponto; São Paulo: Editora
Unesp, 2001.
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Parte I
Financeirização,
Capitalismo e Dependência
Crise de sobreacumulação global iniciando
uma crise de civilização1
François Chesnais2
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François Chesnais
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Crise de sobreacumulação global iniciando uma crise de civilização
65
François Chesnais
5
Marx, Le Capital, livro I, Editions sociales, t. 1, pp. 156-157.
6
Marx, Le Capital, Editions Sociales, livro I, tomo 2, pp. 181-182.
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Crise de sobreacumulação global iniciando uma crise de civilização
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François Chesnais
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Crise de sobreacumulação global iniciando uma crise de civilização
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François Chesnais
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« Nenhum objeto pode ser um valor se não for uma coisa útil », se for « inútil, o
trabalho que contém é gasto desnecessariamente e consequentemente não cria valor »,
Marx, Le Capital, Editions Sociales, livro I, tomo 1, p. 56.
11
Ver Daniel Tanuro, « Rapport sur le changement climatique et les tâches des
anticapitalistes », Inprecor, julho-agosto de 2009, ponto 17.
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Crise de sobreacumulação global iniciando uma crise de civilização
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François Chesnais
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É o termo neutro cunhado pelos economistas neoschumpeterianos, que
impede que muitos deles tomem partido nos efeitos políticos e sociais dessas
« transformações ».
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Crise de sobreacumulação global iniciando uma crise de civilização
Todos os países
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Crise de sobreacumulação global iniciando uma crise de civilização
15
Ver, entre outros, para o período 1950-2000, Robert Brenner, The Economics
of Global Turbulence, New Amplified Edition, Verso, 2006, Figura 15.8, página
312, que mostra muito bem para os Estados Unidos a diminuição da taxa de
lucro e o efeito das medidas implementadas para combatê-la.
16
Ver Marx, Le Capital, livro III, capítulo XV, fim do II: «A verdadeira barreira
da produção capitalista é o próprio capital».
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François Chesnais
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Crise de sobreacumulação global iniciando uma crise de civilização
17
Para uma explicação mais completa, ver François Chesnais, « La préémi-
nence de la finance au sein du ‘capital en général’, le capital fictif et le mou-
vement contemporain de mondialisation du capital », em Séminaire d’Etudes
Marxistes, La finance capitaliste, Collection Actuel Marx Confrontations, Presses
Universitaires de France, Paris, 2006.
77
François Chesnais
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Crise de sobreacumulação global iniciando uma crise de civilização
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François Chesnais
22
Marx, Le Capital, livro III, cap. XXIX, Editions Sociales, t. 7, p. 129.
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Crise de sobreacumulação global iniciando uma crise de civilização
Setor
Famílias
Empresas não financeiras
Empresas financeiras
Estado
Total
Fonte: Michel Aglietta com base nas estatísticas do Banco da Reserva Federal.
Flow of Funds (conferência realizada em 6 de março de 2009 no Arc2, disponível
em www.arc2.fr)
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François Chesnais
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Crise de sobreacumulação global iniciando uma crise de civilização
Financeiras
Não financeiras
23
Bottonwood, « The profit puzzle », The Economist, 15 de setembro de 2007,
p. 88.
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François Chesnais
Lucros financeiros em % dos lucros totais no mercado interno A participação dos lucros financeiros no lucro total
24
Seus artigos podem ser encontrados em espanhol no site da revista Herramienta
(www.herramienta.com.ar).
25
Reinaldo Carambolo e Paulo Nakatani, “Captalismo espectaculativo e
alternativas” para América Latina, Herramienta n° 35. Buenos Aires, junho 2007,
pp. 34-35.
84
Crise de sobreacumulação global iniciando uma crise de civilização
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François Chesnais
26
Isabelle Stengers, Au temps des catastrophes. Résister à la barbarie qui vient, Edi-
tions Les Préêcheurs de penser en rond/La Découverte, Paris 2009. Minha
apresentação pode ser encontrada na seção «ecologia» da revista Contretemps
(www. contretemps.eu).
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Crise de sobreacumulação global iniciando uma crise de civilização
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O sistema-mundo capitalista e os novos
alinhamentos geopolíticos no século XXI:
uma visão prospectiva1
1
Capítulo publicado originalmente nos Cadernos Metrópole, São Paulo, v. 20,
n. 43, p. 673-696, dezembro 2018.
2
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Relações Internacionais e
Defesa, Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil. cadu.m@uol.com.br. https://orcid.org/0000-0003-1333-6737
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Carlos Eduardo Martins
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Carlos Eduardo Martins
3
A série estatística pode ser visualizada a partir do seguinte endereço eletrôni-
co: http://www.ggdc. net/maddison/maddison-project/home.htm. Acesso
em: 10 jan. 2018.
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O sistema-mundo capitalista e os novos alinhamentos geopolíticos no século XXI:
uma visão prospectiva
5
Cálculos do autor a partir do World Economic Outlook, publicado em abril de
2018 e dos dados do Banco Mundial sobre crescimento da população mundial.
A série do FMI apresenta distinções metodológicas em relação à apresentada
pelos seguidores da obra de Maddison em 2013, devendo ser usada apenas
como aproximação a esta.
6
Veja-se http://www.imf.org/external/datamapper/PPPSH@WEO/OEMDC/
ADVEC/WEOWORLD. Acesso em: 10 jan. 2018.
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Cálculo do autor a partir da série estabelecida pelos discípulos de Angus
Maddison em 2013, atualizando sua metodologia, e que pode ser acessada em
https://www.rug.nl/ggdc/ historicaldevelopment/maddison/releases/maddi-
son-project-database-2013. Acesso em: 10 jan. 2018.
9
Ver Arrighi e Silver (2001).
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uma visão prospectiva
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Desta forma, a China transfere para si o saldo comercial com os Estados
Unidos, apropriando-se de grande parte do mercado interno estadunidense,
elevando os déficits em conta corrente e endividamento externo desse país via
internacionalização de sua dívida pública, na qual os chineses terão participação
crescente.
11
Cálculo do autor a partir da série estabelecida por Angus Maddison e seus
discípulos: http://www. ggdc.net/maddison/maddison-project/home.htm.
Acesso em: 10 jan. 2018.
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O sistema-mundo capitalista e os novos alinhamentos geopolíticos no século XXI:
uma visão prospectiva
Fonte: elaborado pelo autor a partir de OECD (1998), (2001), (2010) e do Council
of Economic Advisers (2014).
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12
Conferir em http://www.federalreserve.gov/econresdata/releases/mortout-
stand/current.htm. Acesso em: 10 jan. 2018.
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Entre 2000-2017 a participação agregada de Estados Unidos, Alemanha,
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Fonte: UNCTAD.
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Ver http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/eurostat/home/.
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16
Ver Council of Economic Advisers (2014) e Piketty (2014).
17
Nos Estados Unidos, as taxas de desemprego aparentemente mais baixas
vinculam-se tanto à maior capacidade de sustentar no longo prazo a
sobrevalorização da moeda nacional quanto à invisibilização do trabalho
precarizado que cresceu. Embora as taxas de desemprego aberto tenham se
reduzido, ainda que lentamente, após a crise de 2008-2010, os trabalhadores
de tempo completo representam 82% do total em 2017, quando eram 86,5%
deste em 1968. Veja-se a série de longo prazo em https://fred.stlouisfed.org/
graph/?category_id=&graph_ id=308940. Acesso em: 10 jan. 2018.
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uma visão prospectiva
18
Veja-se em https://news.gallup.com/poll/219953/perceived-need-third-ma-
jor-party-remains-high.asp. Acesso em: 10 jan. 2018.
19
Veja-se em https://news.gallup.com/poll/1597/confidence-institutions.
aspx. Acesso em: 10 jan. 2018.
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20
Ver Kennedy (1987) e Maddison (2001).
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uma visão prospectiva
Conclusão
Neste artigo, buscamos apontar as especificidades da
conjuntura contemporânea a partir da análise das tendências
de longa duração da economia mundial. Destacamos a crise de
hegemonia do eixo atlantista da economia mundial liderado pelos
Estados Unidos, que se estende ao centro e ao norte da Europa
Ocidental. Essa crise se aprofunda durante a fase expansiva do
ciclo de Kondratiev vigente, iniciada em 1994 e que deverá se
esgotar nos próximos anos. Consideramos que a fase expansiva
do atual ciclo de Kondratiev tem sido chave para amortecer as
contradições impulsionadas pela revolução científico-técnica e
pela crise de hegemonia dos Estados Unidos. O seu esgotamento
deverá abrir um período de caos sistêmico e de crise da civilização
capitalista, e sua principal expressão, o liberalismo político
global, que impulsionará as lutas de classes em âmbito nacional
e transnacional.
Esse período de caos sistêmico que se avizinha lança imensas
incertezas e projetos políticos em confronto. Entre eles, podemos
destacar o da restruturação do velho eixo atlantista a partir do
fortalecimento do imperialismo político para controlar as pressões
competitivas oriundas da globalização e as da organização da
classe trabalhadora; e o da projeção da China como um dos pilares
de uma nova ordem mundial que se dirige aos hinterlands e ao
Sul global para a formação de um novo eixo geopolítico, capaz
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Carlos Eduardo Martins
Referências
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1994.
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Campus, 1987.
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uma visão prospectiva
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Financierización en América Latina:
implicancias de la integración
financiera subordinada1
Annina Kaltenbrunner2
Juan Pablo Painceira3
Introducción
1
Capítulo publicado originalmente no livro “ Estudios sobre fnancierización
en América Latina” , editado por Martín Abeles, Esteban Pérez Caldentey y
Sebastián Valdecantos. Libros de la CEPAL, N° 152 (LC/PUB.2018/3-P),
Santiago, Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), 2018.
Available from https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/435
96/6/S1700173_es.pdf.
2
Escuela de Negocios de la Universidad de Leeds (Inglaterra).
3
Banco Central del Brasil.
119
Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
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Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
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Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
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Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
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Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
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Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
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Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
8
Se trata de una literatura muy amplia que no puede abordarse de manera sa-
tisfactoria en este capítulo. Véanse resúmenes excelentes y debates críticos en,
por ejemplo, Chilcote (1978), Palma (1978), Vernengo (2006), Amaral (2012) y
Fischer (2015).
9
Algunos trabajos interesantes en los que se aborda la interacción entre las
relaciones de poder internacionales y las transformaciones financieras se en-
marcan en la literatura sobre el imperialismo estadounidense (por ejemplo,
HARVEY, 2003; PANITCH y KONINGS, 2009; PANITCH Y GINDIN, 2012).
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Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
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Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
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Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
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Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
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Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
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Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
Gráfico I.1
Brasil: flujos netos de capital a corto plazo y balanza por cuenta corriente
(En millones de dólares)
Fuente: Banco Central del Brasil, “Balancetes”, Brasília, 2015 [en línea] http://
www4.bcb.gov.br/fis/cosif/ balancetes.asp.
134
Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
Gráfico I.2
Chile, Colombia y México: flujos netos de capital a corto plazo
(En millones de dólares)
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Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
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En el Brasil, este último ciclo de flujos de capital ha sido mucho más pro-
nunciado en los flujos bancarios que en los de cartera. Esto se debe a dos
razones. En primer lugar, los inversionistas de cartera han cubierto su riesgo
de cambio cada vez más en el mercado nacional en lugar de retirar los fondos.
En segundo lugar, los flujos bancarios se han exacerbado por las posiciones
de los bancos nacionales, que incrementaron sus operaciones internacionales
en los últimos años.
136
Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
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Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
Gráfico I.3
Brasil: reservas de divisas y operaciones de esterilización monetaria
(pactos de recompra o repos)
(En millones de dólares y miles de millones de reales)
Fuente: Banco Central del Brasil, “Historical series of the balance of payments.
Balance of payments and international investment position manual. 6th edition
(BPM6)”, Brasília, 2015 [en línea] http://www. bcb.gov.br/ingles/economic/
seriehist_i_bpm6.asp; “Nota para a imprensa”, Brasília, mayo de 2015 [en línea]
http://www.bcb.gov.br/htms/infecon/demab/ma201505/index.asp.
138
Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
139
Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
21
En estas operaciones de esterilización el banco central ofrece al sistema ban-
cario títulos de deuda pública (con un pacto de recompra futura) en cambio de
dinero efectivo. Al operar en el marco institucional de un regimen de metas de
inflación, el banco central brasileño está institucionalmente obligado a realizar
estas operaciones de esterilización para reducir las presiones inflacionarias que
derivan de la expansión de la oferta monetaria en virtud de sus compras de
divisas. Así, se podría argumentar que un regimen de metas de inflación insti-
tucionaliza la dinámica de financierización descrita en este capítulo.
22
Este análisis del comportamiento bancario se basa en Painceira (2012).
140
Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
Gráfico I.4
Brasil: principales activos del sistema bancario
(En millones de reales)
Fuente: Banco Central del Brasil, “Balancetes”, Brasília, 2015 [en línea] http://
www4.bcb.gov.br/fis/cosif/ balancetes.asp.
Nota: Los datos bancarios analizados incluyen todo el sistema bancario, excepto los
bancos de desarrollo.
141
Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
Gráfico I.5
Brasil: tipos de depósitos bancarios
(En millones de reales)
Fuente: Banco Central del Brasil, “Balancetes”, Brasília, 2015 [en linea] http://
www4.bcb.gov.br/fis/cosif/ balancetes.asp.
Nota: Los depósitos bancarios son el item principal del pasivo de los bancos
brasileños (alrededor de 1,8 billones de reales a fines de 2014). Las otras categorias
son: obligaciones repo (aproximadamente 1,4 billones de reales a fines de 2014),
otras obligaciones (esencialmente varios tipos de obligaciones y obligaciones en la
cartera en moneda extranjera — no se incluyen los préstamos en divisas —, alrededor
de 1 billón de reales a fines de 2014) y obligaciones con préstamos y transferencias
(esencialmente préstamos en divisas y transferencias gubernamentales, poco más de
660.000 millones de reales a fines de 2014).
142
Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
143
Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
Gráfico I.6
Brasil: principales ítems de asignación de crédito en el sistema financiero
(En porcentajes)
Fuente: Banco Central del Brasil, “Balancetes”, Brasília, 2015 [en línea] http://
www4.bcb.gov.br/fis/cosif/ balancetes.asp.
144
Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
los hogares en el Brasil, que pasó del 7,2% a fines de 2003 al 24,7%
del PIB a fines de 2014. La deuda de los hogares también creció en
todas las economías latinoamericanas (IFI, 2016). Por ejemplo, en
el mismo período, esta se incrementó del 9,5% al 14,7% en México,
del 23,6% al 38,2% en Chile y del 2,6% al 5,7% en la Argentina.
Los bancos también han sido la principal fuente de financiación
en la región latinoamericana (MATOS, 2017). En este sentido,
incluso en presencia de otros factores singulares, los bancos han
desempeñado un papel importante en el aumento de la deuda de
los hogares en las principales economías latinoamericanas. En las
economías capitalistas emergentes (las 20 economías principales),
el endeudamiento de los hogares aumentó del 17,9% al 32,2% del
PIB entre 2003 y 2014 (IFI, 2016).
Hasta ahora se describió la forma en que la integración
financiera subordinada del Brasil, que se manifiesta en la
gran acumulación de reservas, indujo a los bancos a ampliar
sus balances generales, depender en mayor medida de la
financiación de mercado y sustituir los préstamos a las empresas
por préstamos a los hogares, transformaciones similares a los
fenómenos de financierización señalados en la literatura. Este
proceso de resume en el diagrama I.1.
Diagrama I.1
De la acumulación de reservas a la financierización de
los bancos y los hogares
145
Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
24
Esto también muestra el importante papel que desempeñan las instituciones
públicas en los procesos de financierización. En muchos casos, es la capacidad
de tener activos de corto plazo y relativo bajo riesgo, es decir bonos del gobier-
no, que permite a las instituciones financieras aumentar sus balances.
146
Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
147
Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
Gráfico I.7
El real brasileño y el índice VIX
Tipo de cambio brasileño (real/dólar) (eje derecho) Índice VIX Fuente: Elaboración
propia sobre la base de Bloomberg.
148
Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
Gráfico I.8
América Latina (países seleccionados): tipos de cambio
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Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
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Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
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Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
C. Conclusiones
En este capítulo se argumentó que los recientes cambios
en las prácticas y las relaciones financieras de los actores
económicos latinoamericanos, en particular en el Brasil, han sido
básicamente determinados por su integración en la economía
mundial y por la naturaleza subordinada que esta integración
153
Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
154
Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
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161
Annina Kaltenbrunner e Juan Pablo Painceira
162
Financierización en América Latina: implicancias de la integración financiera subordinada
163
Parte II
Introdução
1
Capítulo publicado originalmente nos Cadernos Metrópole, São Paulo, v. 19, n. 39,
p. 351-377, agosto, 2017.
2
Referimo-nos ao artigo “Financeirização, mercantilização e reestruturação
espaço-temporal: reflexões a partir do enfoque dos ciclos sistêmicos de acumu-
lação e da teoria do duplo movimento”, publicado, originalmente, em Cadernos
Metrópole. Cf. Ribeiro e Diniz (2017).
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Financeirização e mercantilização à luz dos ciclos sistêmicos de acumulação e de urbanização
O que é a financeirização?
Na busca por uma resposta abrangente para a interrogação
acima, considere-se, de início, uma das definições da financeiri-
zação mais influentes no campo das pesquisas urbanas. Conforme
Aalbers (2015): “Dominância crescente de atores, mercados,
práticas, medidas e narrativas financeiras, em múltiplas escalas,
resultando na transformação estrutural das economias, das
corporações (incluindo instituições financeiras), dos Estados e
das famílias” (p. 214, tradução nossa).
Outros autores, como Braga (1997), costumam iniciar o
debate sobre o significado da financeirização contemporânea
enfatizando sua forma de manifestação mais aparente, que suge-
riria a “crescente e recorrente defasagem, por prazos longos,
entre os valores dos papéis representativos da riqueza […] e os
valores dos bens, serviços e bases técnico-produtivas em que se
fundam a reprodução da vida e da sociedade” (p. 196). A Tabela
1, elaborada por Paulani (2009), permite ilustrar essa defasagem.
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3
O termo sobreacumulação, de origem marxista, também se referem à
existência de capitais excedentes que não encontram alternativas lucrativas de
investimento, o que – uma vez que o capital é, por definição, fluxo e movimento
permanentes – pode ensejar ondas de desvalorização e crises.
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5
Rojas (2013) afirma que o conceito de vida ou civilização material – “que
se conforma com todas aquelas realidades, elementares e cotidianas, frutos
das diferentes estratégias de resposta humana às diversas pressões e coações
da base geo-histórica” (p. 94) – foi desenvolvido por Braudel com o objetivo
de abordar temáticas tais como as “da alimentação, dos mecanismos de
reprodução demográfica e controle do crescimento da população, da técnica,
das formas do habitat, do vestuário ou dos diferentes esquemas de organização e
colonização do território, tanto urbano quanto rural. São temáticas tipicamente
‘antropológicas’, resgatadas no conceito braudeliano da vida material, mas
agora com uma clara vocação para estabelecer sua real historicidade e sua
vinculação global com as demais dimensões civilizatórias da evolução humana
no tempo” (p. 91).
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7
Segundo Polanyi ([1994] 2012), o resultado da “cruzada liberal” das décadas
de 1830 e 1840 pode ser demonstrado levando em consideração a aprovação de
três medidas principais pelo Parlamento britânico: i) o Poor Law Amendment
Act, de 1834, responsável por subordinar a oferta de trabalho aos mecanismos
de mercado; ii) o Peel’s Bank Act, de 1844, que vinculou a circulação monetária
interna ao funcionamento internacional do padrão-ouro; e iii) o Anti-Corn
Law Bill, de 1846, que garantiu a abertura do mercado britânico aos grãos do
mundo inteiro.
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9
“Ordenação espaço-temporal”, ao invés de ajuste espaço-temporal, foi o
termo escolhido na tradução para o português de The new imperialism. Cf.
Harvey (2005).
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Informações do sítio oficial do Porto Maravilha na internet. Disponível em:
http://www.portomaravilha.com.br/estoque. Acesso em: 25 nov. 2019.
11
Para uma descrição das características gerais do projeto Porto Maravilha,
assim como de seus antecedentes, cf. Diniz (2014).
12
Destacamos que a concepção braudeliana das relações de dependência
entre capitalismo e Estado e o conceito de nexo Estado-finanças aqui adotados
são fundamentais para a compreensão de processos econômicos típicos de
formações sociais como a brasileira. Ao mesmo tempo, permitem questionar
até que ponto a “articulação entre agentes públicos e privados no capitalismo” é
representativa da especificidade dessas formações ou pode ser entendida como
uma característica estrutural do moderno sistema interestatal.
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13
Basta considerar, conforme Sanfelici (2013), que “o volume de unidades
habitacionais financiadas no Brasil saltou de uma média de 250 mil por ano,
entre 2000 e 2005, para mais de 1 milhão em 2010” (p. 35). Note-se que, ainda
segundo Sanfelici (2013), essas tendências de capitalização em bolsas de valores
e de expansão territorial das incorporadoras/construtoras brasileiras não se
manifestaram sem contradições. O que fica evidente quando se considera, por
exemplo, que algumas delas voltaram a fechar seus capitais e a se dedicar aos
seus mercados regionais de origem.
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Circuitos de extração: valor em processo
e o nexo mineração/cidade1
Martín Arboleda2
Introdução
Em uma série de artigos recentes Verónica Gago, Sandro
Mezzadra e Brett Neilson (GAGO e MEZZADRA, 2015, 2017;
MEZZADRA e NEILSON, 2017) mostraram a necessidade da
elaborar “uma concepção ampliada do extrativismo”. Segundo os
autores, isso se baseia na ideia de que algumas das dinâmicas e
lógicas da produção de matérias-primas primárias estão rapida-
mente se estendendo a outros domínios da atividade socioeco-
nômica, como as finanças, o mercado imobiliário, a logística e a
economia de plataforma. Os processos extrativos, em sua visão,
fornecem importantes insights analíticos para elucidar o papel da
renda, da acumulação primitiva e da força extraeconômica sob o
capitalismo contemporâneo, especialmente a partir da Grande
Recessão de 2008. Embora a noção e o programa de pesquisa
do “extrativismo” tenham surgido no contexto das lutas sobre a
expansão das fronteiras das matérias-primas primárias na América
Latina, Gago, Mezzadra e Neilson consideraram que, com dema-
siada frequência, a referida expansão permanece associada ao
sentido estrito e literal da extração de matérias-primas e alimentos
do solo. Os autores salientam que isso tira de foco não apenas
as dimensões extrativas que atuam no capitalismo em geral, mas
também as formas pelas quais a produção de mercadorias primá-
rias se mistura com finanças, logística e urbanização (ver GAGO e
MEZZADRA, 2017; MEZZADRA e NEILSON, 2017).
Este artigo propõe que a ideia de repensar a extração em
um sentido ampliado deve ser recebida como um projeto intelec-
1
Capítulo publicado originalmente na revista Capitalism Nature Socialism, com
o título “From Spaces to Circuito of Extraction: Value in Process and Mine/City
Nexus”. DOI: 10.1080/10455752.2019.1656758.
2
Escola de Sociologia, Universidade Diego Portales, Santiago do Chile, Chile.
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Circuitos de extração: valor em processo e o nexo mineração/cidade
O Valor do Extrativismo
A noção de extrativismo é frequentemente veiculada como
um slogan e um grito de mobilização contra as formas evolutivas
de confinamento e desapropriação que ocorrem nas fronteiras
das mercadorias primárias, e recentemente também nos domínios
urbanos, financeiros e digitais da vida social. Nesse cenário,
Gago, Mezzadra e Neilson merecem todo o crédito por expan-
direm o conceito em novas direções e por indicarem novas e mais
complexas formas de abordar essa questão na pesquisa acadê-
mica. Entretanto, este trabalho pretendeu demonstrar que se uma
concepção ampliada de extrativismo almeja obter mais força analí-
tica, precisa desenvolver engajamentos substanciais voltados para
a questão do valor. Gago e Mezzadra (2017) têm razão quando
sugerem que o extrativismo tende a ser concebido de forma
limitada para abranger a desapropriação, o que torna menos claro
o papel igualmente relevante desempenhado pela exploração do
trabalho nas operações extrativas do capital. O foco na exploração
do trabalho, porém, não é suficiente. A produção de mercadorias
por meio do exercício do trabalho vivo é apenas uma entre várias
outras metamorfoses no ciclo de vida do capital, ela própria um
processo diversificado de mediação sociometabólica no qual a
produção, a circulação, o intercâmbio e a distribuição se fundem
num todo complexo. Uma teorização crítica da circulação do
capital é, portanto, crucial para compreender as formas nas quais
esses vários momentos interagem, entram em conflito e se copro-
duzem de formas histórica e geograficamente específicas.
237
Martín Arboleda
Agradecimentos
Este artigo muito se beneficiou do cuidadoso e eficiente
trabalho editorial de Mazen Labban, bem como dos comen-
tários e críticas construtivas de Japhy Wilson, Thomas
Purcell, Ángela Serrano Zapata, Felipe Irarrázaval, Mariano
Gómez-Luque, Nelson Rodríguez, Michael Lukas, Tomás
Ariztía e de três revisores anônimos do Capitalism Nature
Socialism. A pesquisa para este artigo foi financiada pelo
Centro de Estudios Interculturales e Indígenas (Center for
Intercultural and Indigenous Research - CIIR).
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Circuitos de extração: valor em processo e o nexo mineração/cidade
Declaração de Divulgação
Nenhum potencial conflito de interesses foi reportado pelo
autor.
Financiamento
Este trabalho teve o apoio do Center for Intercultural and
Indigenous Research (CIIR), FONDAP Número 11140083.
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Martín Arboleda
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Máquinas de crescimento urbano –
mas em que escala?1
Neil Brenner
1
Capítulo publicado originalmente no livro New Urban Spaces, Neil Brenner,
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2
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3
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Schiller, “Methodological Nationalism and Beyond: Nation-State Building,
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34; e John Agnew, “The Territorial Trap: The Geographical Assumptions of
International Relations Theory”. Review of International Political Economy 1, n.
1 (1994), p. 53-80.
245
Neil Brenner
246
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
247
Neil Brenner
Localismo em questão
A teoria do regime urbano e a teoria da máquina de cresci-
mento são os quadros analíticos mais influentes através dos quais
o desenvolvimento urbano tem sido explorado no âmbito da
ciência política e da sociologia política dos EUA, e têm exercido
um impacto considerável tanto nos campos da geografia urbana
quanto nos do planejamento urbano8. Desenvolvidas como
críticas das abordagens tradicionais ecológica e estruturalista
marxista para estudos urbanos na década de 1980, ambas as
teorias isolam certos atores, coalizões e organizações na escala
urbana, e examinam suas diversas atividades impulsionadoras na
Urban Growth Machine, Critical Perspectives, Two Decades Later (Albany, NY: State
University of New York Press, 1999).
7
John Logan e Harvey Molotch, Urban Fortunes: The Political Economy of Place
(Berkeley: University of California Press, 1987). Para um argumento análogo
sobre o caso da Holanda, ver Pieter Terhorst e Jacques van de Ven, “The
National Urban Growth Coalition in the Netherlands”, Political Geography 14,
n. 4 (1995), p. 343-61.
8
Lauria, Reconstructing Urban Regime Theory; Jonas e Wilson, Urban Growth
Machine.
248
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
9
Andrew E. G. Jonas, “A Place for Politics in Urban Theory: The Organization
and Strategies of Urban Coalitions”. Urban Geography 13, n. 3 (1993), p. 282.
10
Alan Harding, “Elite Theory and Growth Machines”, in Theories of Urban Politics,
David Judge, Gerry Stoker, e Hal Wolman (Orgs.) (London: Sage, 1995), p. 35-53.
11
Stephen Elkin, City and Regime in the American Republic (Chicago: University of
Chicago Press, 1987); Clarence Stone, Regime Politics: The Governing of Atlanta,
1946-1988 (Lawrence, KS: University Press of Kansas, 1989); e Clarence Stone
e Heywood Sanders (Orgs.) The Politics of Urban Development (Lawrence, KS:
University Press of Kansas, 1987).
12
Elkin, City and Regime; Stone, Regime Politics.
13
Logan e Molotch, Urban Fortunes.
249
Neil Brenner
250
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
251
Neil Brenner
252
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
253
Neil Brenner
254
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
255
Neil Brenner
256
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
24
John Mollenkopf, The Contested City (Princeton: Princeton University
Press, 1983).
25
John Friedmann e Robin Bloch, “American Exceptionalism in Regional
Planning, 1933-2000”, International Journal of Urban and Regional Research 14,
n. 4 (1990), p. 576-601.
26
Peter Eisinger, The Rise of the Entrepreneurial State (Madison: University of
Wisconsin Press, 1988); Alberta Sbragia, Debt Wish: Entrepreneurial Cities, U.S.
Federalism, and Economic Development (Pittsburgh, PA: University of Pittsburgh
Press, 1996).
257
Neil Brenner
27
Robert Goodman, The Last Entrepreneurs: America’s Regional Wars for Jobs and
Dollars (New York: Simon and Schuster, 1979); Susan Clarke e Gary Gaile, The
Work of Cities (Minneapolis: University of Minnesota Press, 1998); e Eisinger,
Rise of the Entrepreneurial State.
28
Dennis Judd e Todd Swanstrom, City Politics: Private Power and Public Policy
(New York: Longman, 1998).
29
Claus Offe, Contradictions of the Welfare State, John B. Keane (Org.) (Cambridge,
MA: MIT Press, 1984).
258
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
259
Neil Brenner
33
Alberta Sbragia, “Politics, Local Government and the Municipal Bond
Market”, in The Municipal Money Chase: The Politics of Local Government Finance,
ed. Alberta Sbragia (Boulder, CO: Westview Press, 1983), p. 102.
34
Ibid.
35
Kenneth Jackson, Crabgrass Frontier: The Suburbanization of the United States
(New York: Oxford University Press, 1985); e Robert Fishman, Bourgeois Utopias:
The Rise and Fall of Suburbia (New York: Basic Books, 1987).
36
Ann Markusen, “Class and Urban Social Expenditure: A Marxist Theory”, in
Marxism and the Metropolis, William Tabb e Larry Sawers (Orgs.), (New York:
Oxford University Press, 1979), p. 90-112.
260
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
37
Logan and Molotch, Urban Fortunes, 11.
261
Neil Brenner
38
Os defensores contemporâneos dessa reforma incluem David Rusk, Inside
Game/Outside Game: Winning Strategies for Saving Urban America (Washington,
DC: Brookings Institution Press, 1998); Bruce Katz, “Enough of the Small Stuff:
Toward a New Urban Agenda”, Brookings Review 18, n. 3 (2000), p. 6-11; e Peter
Dreier, John Mollenkopf, e Todd Swanstrom, Place Matters: Metropolitics for the
21st Century, 2ª ed., (Lawrence, KS: University Press of Kansas, 2004).
39
Logan e Molotch, Urban Fortunes.
40
Ibid., 12.
262
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
41
A questão é examinada detalhadamente em seu capítulo sobre “How
Government Matters”, Logan e Molotch, Urban Fortunes, p. 147-99.
42
O conceito de espaço estatal é aprofundado em Neil Brenner, New State Spaces:
Urban Governance and the Rescaling of Statehood (New York: Oxford University
Press, 2004).
263
Neil Brenner
Figura 1
As geografias políticas históricas multiescalares das máquinas de
crescimento urbano nos Estados Unidos
Estruturas profundas do • A tradição institucionalmente enraizada do priva-
espaço estatal e da regulação tismo urbano confere aos interesses empresariais
territorial grandes poderes de decisão sobre os usos do solo
urbano.
Características enraizadas da • A estrutura institucional do federalismo dos EUA
organização espacial estatal fornece competências relativamente autônomas aos
nos EUA que animam, cana- estados e municípios para se envolverem em iniciativas
lizam e medeiam atividades de desenvolvimento econômico e outras estratégias
da máquina de crescimento. para influenciar a localização do capital e da popu-
lação.
• O sistema descentralizado de financiamento do
governo local sustenta uma dependência extensiva dos
municípios em relação aos impostos sobre a proprie-
dade cobrados localmente e aos mercados de obriga-
ções privadas.
• A fragmentação jurisdicional do espaço metropoli-
tano e o princípio do autogoverno autônomo (home
rule) intensificam ainda mais a concorrência entre as
bases tributárias da interlocalidade.
Regimes historicamente espe- Urbanização industrial do século XIX
cíficos da política espacial • As máquinas de crescimento competem por subsídios
urbana federais para construir infraestruturas de transporte e
Formações históricas de polí- comunicações em larga escala.
ticas federais e locais desti-
nadas a influenciar a geografia Expansão urbana do século XX e fragmentação metropoli-
do uso do solo urbano e, tana
assim, aumentar os valores de • As máquinas de crescimento mobilizam uma série de
troca dos lugares. políticas restritivas (tais como zoneamento, controle de
crescimento e regulamentações ambientais) a fim de
influenciar os usos locais da terra em suas jurisdições.
O governo federal mobiliza várias políticas de incen-
tivos que estimulam a formação de máquinas de cres-
cimento urbano e estratificam caminhos de desenvolvi-
mento espacial urbano.
264
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
43
Logan e Molotch, Urban Fortunes, 2, 27, 147-51, 178-80.
44
Ibid., 147-99.
265
Neil Brenner
266
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
48
Ibid., 244-7.
49
Ibid., 37.
267
Neil Brenner
268
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
51
Ver Molotch e Vicari, “Three Ways to Build”; e Harvey Molotch, “Urban Deals
in Comparative Perspective”, in Logan e Swanstrom, Beyond the City Limits, 175-98.
52
O conceito de um regime de regras é proposto por Jamie Peck em “Political
Economies of Scale: Fast Policy, Interscalar Relations and Neoliberal Workfare”,
Economic Geography 78, n. 3 (July 2002), p. 332-60. Para mais informações ver
Neil Brenner, Jamie Peck e Nik Theodore, “Variegated Neoliberalization:
Geographies, Modalities, Pathways”, Global Networks 10, n. 2 (2010), p. 182-222.
269
Neil Brenner
270
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
53
Ver, por exemplo, Gerald Frug, City-Making: Building Cities Without Building
Walls (Princeton, NJ: Princeton University Press, 2002); Dreier, Mollenkopf, e
Swanstrom, Place Matters; Clarke e Gaile, Work of Cities; e Eisinger, Rise of the
Entrepreneurial State.
54
Lefebvre, Urban Revolution; assim como Stefan Kipfer, “Why the Urban
Question Still Matters: Reflections on Rescaling and the Promise of the Urban”,
in Leviathan Undone? Towards a Political Economy of Scale, Rianne Mahon e Roger
Keil (Orgs.), (Vancouver and Toronto: UBC Press, 2009), p. 67-86.
271
Neil Brenner
55
Clarke e Gaile, Work of Cities; e Eisinger, Rise of the Entrepreneurial State.
Ver também, mais recentemente, Paul Kantor, “The End of American Urban
Policy—Or a Beginning”, Urban Affairs Review 52, n. 6 (2016), p. 887-916.
56
Wachsmuth, “Competitive Multi-City Regionalism”; e Wachsmuth,
“Infrastructure Alliances”.
272
Máquinas de crescimento urbano – mas em que escala?
273
Neil Brenner
274
Metrópole, moeda e mercados.
A agenda urbana em tempos de
reemergência das finanças globais1
Jeroen Klink2
Introdução
275
Jeroen Klink
276
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
4
Na expressão de Helleiner (1994), trata-se de uma “reemergência” das finan-
ças globais, após a implosão do sistema Bretton Woods pelos estados nacionais,
impulsionada por pressão do capital financeiro. O Bretton Woods (1945-1973)
tinha imposto fortes restrições referentes à circulação internacional do capital
financeiro e também consolidou um sistema de câmbio fixo, lastreando as moe-
das nacionais ao padrão dólar-ouro. Nesse sentido, o sistema rompeu com o
período anterior, marcado pela efervescência do capital financeiro.
5
Referidos autores argumentam que o keynesianismo espacial – caracterizado
pela presença do Estado na subvenção direta do consumo coletivo das famílias
via o fundo público – evoluiu para um keynesianismo de ativos, ou urbanismo de
ativos, marcado pela delegação da responsabilidade pela provisão de moradia e
serviços urbanos básicos para os mercados de crédito via estratégias de inclu-
são financeira.
277
Jeroen Klink
6
De certa forma, autores como Haila (2016) e Jäger (2003) procuraram avançar
nessa direção.
278
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
279
Jeroen Klink
7
Tradução nossa do original: “Markets as sociotechnical agencements then have
to be considered as a combination of material and technical devices, texts, algo-
rithms, rules and human beings that shape agency and give meaning to action”.
8
Tradução nossa do original: “It is less that academic economists (termed ‘con-
fined economists’) see to it that the ‘model of the world becomes the world of
the model’ (Thrift, 2000, p. 694), but rather that the practitioners of sociotech-
nical economic disciplines such as accounting, supply chain management or
consulting (termed ‘economists in the wild’), frame and perform markets by
defining standards, surveying exchange processes, benchmarking goods, calcu-
lating prices and so on”.
280
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
9
Cabe ressaltar, conforme também observa Christophers (2014a), que parte
da literatura sobre a performatividade é objeto de críticas de autores que per-
tencem ao campo da economia política. Os principais pontos de divergên-
cia são a suposta ênfase no individualismo metodológico e a recusa dessa
vertente para efetuar análises estruturais e de relações sociais. No entanto,
de acordo com esse autor, a referida crítica desconsidera a variedade de
abordagens na literatura sobre performatividade, inclusive as que permitem
desenvolver um approach enraizado nas relações sociais e analisar as estra-
tégias materiais e imateriais dos agentes sociais. Neste artigo, acompanho o
método proposto por Christophers (2014a), estruturado em torno de idas
e voltas “da economia política para o mercado” e “do mercado para a eco-
nomia política”. Para um argumento semelhante, veja também Henrikson
(2009) e Berndt e Boeckler (2009).
281
Jeroen Klink
10
Na visão dos autores Berndt e Boeckler (2009, p. 542), para a vertente neo-
clássica, o mercado não é um problema; ele resolve problemas. Portanto, não
requer ser transformado em objeto específico de investigação.
11
Faulhaber e Baumol (1988) argumentam que mercados perfeitos e compe-
titivos comportam-se de acordo com as descrições e as projeções das ciências
econômicas neoclássicas. Nesse paradigma, qualquer análise ou descrição so-
bre como determinados agentes desenham e executam instrumentos e técnicas
proporcionados pela ciência econômica (isto é, o objeto de análise dos estudos
sociais de mercados) é redundante.
282
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
283
Jeroen Klink
284
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
285
Jeroen Klink
13
Na terminologia das finanças corporativas, o valor presente líquido representa
a variável que sintetiza a mediação entre futuro e presente, por meio da capita-
lização, com a taxa de juros esperada. Isto é, o valor presente líquido é o valor
do capital que tem de ser depositado hoje para beneficiar-se, como rentista, de
determinado fluxo periódico de renda durante um horizonte temporal pactua-
do no futuro. Em mercados perfeitos e competitivos, o preço de equilíbrio dos
ativos é equivalente ao valor presente líquido. Na visão de Lapavitsas (2011), o
conceito valor presente líquido utilizado nas finanças corporativas corresponde
ao capital fictício adotado por Marx.
286
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
287
Jeroen Klink
15
O material empírico dessa seção é baseado na análise mais detalhada da ex-
periência da empresa PBH Ativos S/A em Belo Horizonte, principalmente a
partir da pesquisa documental dos contratos da empresa e da literatura con-
solidada sobre essa experiência (CANETTIERI, 2017). Os contratos estão dis-
poníveis em: http://pbhativos.com.br/transparencia/contratos-e-convenios/.
Acesso em: 12, 2 e 3 junho 2018.
16
Não é objetivo deste artigo detalhar, para esses casos específicos, os mecanis-
mos pelos quais ocorrem a circulação de modelos, políticas e “melhores prá-
ticas”, também por meio de “agentes de transferência” (BAKER, TEMENOS,
2015; McCANN, 2011). De qualquer forma, para a experiência da PBH-Ativos
S/A cabe destacar, por exemplo, o papel do senhor Edson Ronaldo Nascimento
288
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
289
Jeroen Klink
290
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
20
Casos como a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), a
Companhia Paulista de Securitização e a Companhia de Saneamento de Minas
Gerais (Copasa – MG) (CNACD, s/d).
21
Particularmente, a instrução normativa CVM/476-09, do ano de 2009.
291
Jeroen Klink
22
Mais especificamente, utilizando um intervalo inicial para os preços, o banco-
-líder (coordenador) verifica se a potencial demanda revelada pelos investidores
atende à necessidade de financiamento. Se o interesse do mercado pelos títulos
estiver menor que a necessidade de financiamento, significa que o preço inicial-
mente proposto se mostrou alto demais e sofrerá sucessivos ajustes até a deman-
da por títulos se aproximar da necessidade inicial de financiamento.
23
As informações empíricas dessa seção são baseadas em pesquisa documental
do processo de requerimento de investigação do Serviço Municipal de Sanea-
mento Ambiental de Santo André (Semasa) junto ao Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (CADE, 2018), assim como relatórios da Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP, 2016). Para mais deta-
lhes, ver também Klink (2018).
292
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
293
Jeroen Klink
24
CADE (2018), Arquivo: 167001/2012, p. 3.
294
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
295
Jeroen Klink
25
A fórmula utilizada no primeiro ciclo de revisão da tarifa (2014-2018) permi-
tiu a incorporação de investimentos ainda não amortizados (isto é, investimen-
tos efetuados no passado pela Sabesp). Isso representa uma diferença com o
método tradicional de cálculo para o custo médio incremental de longo prazo,
recortado para o futuro, de acordo com o qual apenas os investimentos e os
custos de operação e manutenção novos são projetados e capitalizados para
obter um preço de referência. Essa maneira de calcular aumentou a margem de
manobra da Sabesp sobre a política tarifária, particularmente à luz da falta de
acesso ao sistema de informações da empresa. Ver também: Bahl e Linn (1992)
e Mourão (2017).
26
Cade (2018); Nota técnica n. 13/2017/CGAA3/SGA1/Cade.
27
Nota técnica n. 13/2017/CGAA3/SGA1/Cade, p. 12.
296
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
297
Jeroen Klink
28
Uma baixa elasticidade do preço da demanda quer dizer que a demanda está
pouco sensível para flutuações no nível de preços. Nesse cenário, um aumento
nos preços gera crescimento da receita tarifária.
298
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
299
Jeroen Klink
300
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
29
Trata-se da Lei n. 13.683, de 19 de junho de 2018, que altera a Lei n. 13.089,
de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole).
301
Jeroen Klink
302
Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
303
Jeroen Klink
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Metrópole, moeda e mercados. A agenda urbana em tempos de reemergência das finanças globais
309
A metrópole para além da nação:
globalização e crise urbana1
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Maurilio Lima Botelho
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A metrópole para além da nação: globalização e crise urbana
313
Maurilio Lima Botelho
314
A metrópole para além da nação: globalização e crise urbana
6
No Brasil, ao fim de 2017, temos 34,31 milhões de pessoas “por conta própria”
ou sem carteira, quase 1 milhão acima dos 33,32 milhões ocupados em vagas de
empregos formais. (Trabalho sem carteira assinada e “por conta própria” supera
pela primeira vez emprego formal em 2017, aponta IBGE, G1, 31 jan 2018. Dis-
ponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/trabalho-sem-carteira-assi-
nada-e-por-conta-propria-supera-pela-1-vez-emprego-formal-em-2017-aponta-ibge.
ghtml. Acesso em: abr 2018). Se acrescentarmos o fato de que, após a reforma
trabalhista e a lei de terceirização, há uma tendência para a troca de empregados
formais por informais, o quadro torna-se ainda mais dramático.
7
Subúrbio de Paris tem vista privilegiada, mas desemprego evidencia décadas
de fracassos, O Globo, 18 março 2016. Disponível em: https://oglobo.globo.
com/economia/suburbio-de-paris-tem-vista-privilegiada-mas-desemprego-evi-
dencia-decadas-de-fracassos-15642242. Acesso em: maio 2018.
315
Maurilio Lima Botelho
8
Taxa de desemprego na Alemanha é manipulada, Deutsche Welle, 4 jan. 2018.
Disponível em: http:// www.dw.com/pt-br/taxa-de-desemprego-na-alemanha
-%C3%A9-manipulada/a-42014674. Acesso em: maio 2018. Robert Kurz já ha-
via alertado para a prática de “truques” para esconder os dados alarmantes
de desemprego, algo não restrito à Alemanha: “Essa maquiagem do desempre-
go em massa com ajuda de truques estatísticos é comum em todos os países
que ainda se utilizam de estatísticas de desemprego. Na República Federal da
Alemanha, essa maquiagem pode ser vista pela mudança na apresentação do
índice que, até alguns anos atrás, ainda era feita em relação ao número total de
empregados, isto é, de assalariados. Entrementes, já se faz a relação com o nú-
mero total da população economicamente ativa, incluindo todos os autônomos,
os empresários e a força de trabalho de família integrada para embelezar a es-
tatística. Esses são apenas exemplos; os truques mudam de estado para estado,
de país para país, mas são aplicados” (KURZ, 2004, p. 17-18).
9
Desemprego na Alemanha fecha 2017 com 5,7%, mínimo recorde, AFP, 3
jan. 2018. Disponível em: http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/mundo/noti-
cia/2018/01/desemprego-na-alemanha-fecha-2017-com-5-7-minimo-recor-
de-10109631.html. Acesso em: abril 2018.
10
O lado sombrio da baixa taxa de desemprego alemã, Diário de Notícias, 21 set.
2013. Disponível em: https://www.dn.pt/dossiers/mundo/eleicoes-na-alema-
nha-2013/noticias/interior/o-lado-sombrio-da-baixa-taxa-de-desemprego-ale-
ma-3432474.html#. Acesso em: abril 2018.
316
A metrópole para além da nação: globalização e crise urbana
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317
Maurilio Lima Botelho
318
A metrópole para além da nação: globalização e crise urbana
12
“[...] o desemprego em massa começa a lançar uma sombra realmente ame-
açadora, não somente sobre a vida socioeconômica de um ou outro país, mas
sobre todo o sistema do capital. Pois uma coisa é imaginar o alívio ou a remo-
ção do impacto negativo do desemprego em massa de um, ou mesmo mais de
um, país particular mediante a transferência de sua carga para alguma outra
parte do mundo, ao ‘melhorar a posição competitiva’ do país ou dos países em
questão: um remédio tradicional nos textos, de que até hoje se ouve falar. Entre-
tanto, outra coisa completamente diferente é sonhar com essa solução quando
a doença afeta todo o sistema, estabelecendo um limite óbvio ao que um país
pode fazer para ‘mendigar ao vizinho’, ou mesmo o resto do mundo, caso se
trate do país hegemônico mais poderoso, caso dos Estados Unidos no período
posterior à Segunda Guerra Mundial. Sob essas circunstâncias, ativa-se a ‘explo-
são populacional’, sob a forma de desemprego crônico, como um limite absoluto
do capital” (MÉSZÁROS, 2002, p. 333).
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(embora isso seja cada vez mais uma pressão mundial dos inves-
tidores para a atração de investimentos), mas também uma cola-
boração direta entre essas aglomerações urbanas, pois a economia
capitalista hoje necessita de uma infraestrutura global em pontos
de conexão privilegiados13.
Na verdade, até mesmo o conceito de polo de crescimento,
com sua região, hinterlândia ou uma área de influência polari-
zada por esse núcleo, precisa ser rediscutido (PERROUX, 1975).
Sem dúvida que a concentração de investimentos, de riqueza e de
oportunidades nas grandes metrópoles cria uma força de atração
sobre o território ao seu redor. Mas é a desconexão territorial que
precisa ser refletida hoje com as cidades globais: essa desconexão
se manifesta na relação com o interior da própria metrópole e,
sobretudo, na sua relação com o território nacional.
Primeiro, como resultado de uma profunda mudança
de época, isto é, de declínio da capacidade de criação de
empregos da produção capitalista, a concentração de inves-
timentos nas cidades globais não representa necessaria-
mente geração de riqueza para todos, mas quase sempre uma
concentração de renda que se manifesta por meio de uma
ampliação de desemprego e, principalmente, por uma expres-
siva segmentação do mercado de trabalho entre atividades
econômicas avançadas e serviços secundários que dissolvem
a antiga classe trabalhadora.
Assim, o que temos é principalmente uma cidade partida
entre uma minoria integrada aos circuitos globais da produção
das riquezas capitalistas, enquanto um exército de empregos
ocupados por mulheres e migrantes, sub-remunerados, ou um
grande conjunto de atividades informais, como a prestação de
serviços alimentares, limpeza, transporte e prostituição formam
a maioria do mercado de trabalho, sem contar aí os descartados
pela economia capitalista cada vez mais restritiva. Mais complexo
do que o próprio problema do desemprego aberto, como regis-
13
“[...] as cidades globais não apenas competem entre si. Juntas elas proporcio-
nam uma infraestrutura em rede crítica para a gestão e o controle de cadeias
globais de transações, cada uma com considerável especificidade de funções. O
resultado se dá nas múltiplas divisões do trabalho entre cidades, contribuindo
para articulações características da economia global que vão além da articula-
ção centro-periferia” (SASSEN, 2010, p. 58-59).
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com Davos e sua espécie do que com as pessoas em casa’. [...] Sempre houve
ligações entre as elites de diferentes países, mas elas eram tipicamente ‘relações
exteriores’ – ligações entre centros de poder distantes, alianças discretas entre
soberanos. Porém, há várias décadas tem se formado uma nova comunidade,
ao mesmo tempo que as economias cruzam fronteiras, instituições globais se
proliferam e o mundo está, bem, ficando plano” (ROTHKOPF, 2008, p. 31-32).
15
“Lefebvre fala, em sua sociologia crítica, dos segmentos privilegiados da mo-
derna sociedade de consumo como os novos ‘olímpicos’. O termo refere-se ao
modo como as elites se colocam acima das contradições do cotidiano vivido
pela maioria dos habitantes ‘comuns’” (BARREIRA, 2013, p. 159).
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Conclusões
Os dados mais recentes mostram a impressionante explosão
da pobreza em São Paulo: em apenas um ano, a pobreza extrema
cresceu 35%18. Assim, ao lado dos bairros elitizados e de alta
renda, como Morumbi, Jardins e Alto de Pinheiros, temos
favelas gigantescas e imensas periferias nas quais a vida é garan-
17
“Essa desproporcionalidade do desenvolvimento urbano pautado por dife-
renças sociais de classe constitui, de fato, um problema global. Vem ocorrendo
atualmente na Índia, assim como nas inumeráveis cidades ao redor do mundo
onde há concentrações emergentes de populações marginalizadas, ao lado de
uma urbanização moderníssima e consumista voltada para uma minoria cada
vez mais rica. A questão de como lidar com os trabalhadores empobrecidos,
precários e excluídos, que hoje constituem um bloco de poder majoritário e
supostamente dominante em muitas cidades, está se transformando em um
grande problema político. Em decorrência disso, o planejamento militar está
extremamente focado em lidar com os movimentos de base urbana, irrequietos
e potencialmente revolucionários” (HARVEY, 2014, p. 129). A ênfase “revolu-
cionária” fica por conta da leitura de Harvey do período em que escrevia o tex-
to, quando movimentos urbanos em várias partes do mundo pareciam indicar
um ressurgimento das lutas sociais. Não é possivel manter esse otimismo para
os desdobramentos da crise urbana mundial, ainda mais uma esperança de que
esses movimentos fossem indícios de uma “revolução urbana”.
18
“Maior polo de riqueza do país, a Região Metropolitana de São Paulo, que
concentra 39 municípios, tem 700.193 pessoas vivendo na pobreza extrema,
número 35% maior do que era em 2016. São 180 mil pessoas a mais, mostra
análise da LCA Consultores a partir de dados recentemente divulgados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística” (NA GRANDE SP..., 2018).
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de ideologías urbanas en América Latina:
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crecimiento económico1
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Marcelo Rodríguez Mancilla2
Introducción
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Cuadro número 1
Matriz comparativa: el pensamiento de las ciudades y los organismos
multilaterales y financieros
Institución Concep- Problemas Propuestas para Concepción Financia- Sugerencias
e informe ción sobre centrales resolver los sobre la miento de la para los
la ciudad y diagnosti- problemas gestión agenda Estados
lo urbano cados guberna-
mental
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Fuente: elaboración propia con base en los informes oficiales de las instituciones
en cuestión.
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Cuadro número 2:
Misión y Visión de Políticas Urbanas en América Latina
Países Misión y Visión Institucional
México Misión: El desarrollo urbano y el ordenamiento territorial, son herramientas
Secretaria de que posibilitan la construcción de un territorio con condiciones de equidad,
Desarrollo sustentabilidad y calidad espaciales, por ello se debe establecer un modelo de
Urbano y ciudad vanguardista, sustentable, equitativa, competitiva e incluyente, con visión
Vivienda – internacional en beneficio de los habitantes de la Ciudad de México. Planear el
Ciudad de desarrollo urbano e impulsar proyectos estratégicos y de impacto social con una
México gestión eficaz, eficiente y transparente.
Visión: Ser una dependencia de evolución que promueva y aplique de manera
eficiente y eficaz los recursos asignados promoviendo la innovación y la mejora
continua en la atención ciudadana, así como en la calidad de vida de los habi-
tantes de la Ciudad de México.
Costa rica Misión: Emitir políticas, directrices y lineamientos que faciliten tanto el acceso a
Ministerio de vivienda adecuada como el mejoramiento de los asentamientos humanos, para el
Vivienda y bienestar de todos los habitantes del país.
Asentamientos Visión: Ser la institución responsable del Sector Vivienda y Asentamientos
Humanos Humanos, capaz de impulsar el desarrollo de ciudades más competitivas y
seguras, que mejoren la calidad de vida de la población; mediante una labor
comprometida, eficaz y eficiente.
El salvador Misión: Ser una organización moderna, innovadora, efectiva, transparente y
Viceministerio con liderazgo institucional, rectora del desarrollo y ordenamiento territorial,
de Vivienda la política de vivienda y el desarrollo de asentamientos humanos integrales en
y Desarrollo ambientes sostenibles.
Urbano Visión: Planificar, promover, normar, coordinar y facilitar el desarrollo y el orde-
namiento territorial, de la política de vivienda y asentamientos humanos sosteni-
bles que garanticen el progreso y bienestar de la población.
Guatemala Misión: Ser el ente rector que direcciona, reglamenta y representa en el ámbito
Ministerio de nacional a los sectores de comunicaciones, infraestructura y vivienda; ejecu-
Comunica- tando políticas y estrategias para integrar al país con servicios acorde al desar-
ciones, Infraes- rollo social y económico de la nación, contribuyendo a mejorar la competiti-
tructura y vidad a través del ejercicio de una administración y control eficientes.
Vivienda Visión: Ser una entidad modelo de la gestión pública, rectora del desarrollo
de la infraestructura del Estado, ejerciendo un acompañamiento efectivo en el
desarrollo de los sectores de comunicaciones, infraestructura y vivienda, como
soportes del crecimiento de la economía nacional; además de ser un eje del
desarrollo integral de los guatemaltecos a través de la promoción y facilitación
para el acceso universal a la tecnología de la información, las comunicaciones
y vivienda.
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Fuente: elaboración propia con base en las páginas web oficiales de las instituciones
de cada país.
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Consideraciones finales
A modo de cierre, enfatizamos el argumento central de este
trabajo: las nuevas ideologías urbanas cumplen la función de
promover y consolidar formas de pensar las ciudades e intervenir en
ellas como máquina de crecimiento económico y productivo, como
objeto de acumulación de capital inmobiliario-financiero y como
espacio propicio para la profundización de dinámicas de mercanti-
lización. Todo ello por la necesidad de inserción de los territorios
latinoamericanos al proceso global de urbanización del capital.
Consideramos que este esfuerzo contribuye, de modo parcial,
a la crítica de la geocultura urbana, al analizar las estrategias de
imposición de un conjunto de marcos categoriales hegemónicos
de difusión y transferencia de ideologías y políticas urbanas.
Como vimos, en América Latina está en curso la implementación
de la NAU y la transferencia-traducción de ideologías y políticas
urbanas neoliberales. Pensamos que este conjunto de operaciones
está en relación directa con la constitución del circuito urbano-
inmobiliario global que tiende a integrar a las ciudades en el
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la ciudad como máquina de crecimiento económico
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Parte III
Os Ajustes Regulatórios
da Ordem Urbana Brasileira
Inflexão ultraliberal e a financeirização
da ordem urbana brasileira: explorando
algumas hipóteses1
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explorando algumas hipóteses
4
A autora ressalta que se compararmos o fluxo de valores enviados ao exterior
em razão da remuneração de investimentos reais e financeiros, esse valor cres-
ceu 356% entre 1990 e 2011, enquanto o PIB cresceu apenas 87% nesse mesmo
período (PAULANI, 2013, p. 238).
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Rentismo e financeirização
A importância assumida pelo rentismo no capitalismo contem-
porâneo mantém relação direta com o processo de financeiri-
zação em função da crescente centralidade assumida pelo capital
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5
Segundo Christophers (2015) o termo acabou se tornando a buzzword dos anos
2010, repetindo o que aconteceu com o termo globalização nos anos 1990 ou
neoliberalismo na década de 2000.
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Financeirização e mercantilização
A mercantilização como processo não se confunde com a
financeirização. Esta expressa um modo de acumulação, assim
como foi a industrialização. A mercantilização corresponde ao
processo de transformação dos bens em coisas que circulam na
sociedade através da venda e da compra, portanto, mediadas
por um preço. O status de mercadoria pressupõe que os bens
e serviços tenham sido produzidos para a venda através de um
processo de trabalho organizado sob relações capitalistas de
produção. Isto, por sua vez, pressupõe que a produção tenha
ocorrido sob condições de concorrência capitalista e essas
duas condições fazem com que os objetos produzidos tenham
como utilidade o valor de troca, ou seja, existam como reali-
dade mercantil para depois se transformarem em utilidade que
satisfará às necessidades. São sob essas condições que as coisas
adquirem a forma de mercadoria.
Há uma contradição na constituição da sociedade de
mercado necessária ao pleno funcionamento da economia capi-
talista de mercado, de cujo funcionamento emerge o que Polanyi
(2000) denominou do duplo movimento: tendência à expansão
da mercantilização de todos os recantos da vida social e tendên-
cias contrárias de proteção social. Com efeito, o acesso à terra,
ao trabalho e ao dinheiro é essencial ao processo de produção
de mercadorias. Mas como esses não são mercadorias, os seus
preços não podem ser determinados autonomamente pelas forças
de mercado. Porém a expansão das forças de mercado pressiona
na direção da transformação das coletividades em sociedades de
mercado, e assim a plena mercantilização da terra, do trabalho e
do dinheiro pelo desembebimento do seu uso e imposição de preços
autorregulados como condição de acesso. Por outro lado, como
são elementos essenciais à reprodução da vida humana, as socie-
dades tendem a desencadear movimentos de proteção diante
dos efeitos de desarticulação social gerados por essa tendência à
mercantilização.
A teoria do duplo movimento formulada por Polanyi (2000)
tem como base o capitalismo organizado pela industrialização
como centro do processo de produção, circulação e realização
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Em números absolutos tínhamos nove FII’s para a categoria Escritório, sete
para a categoria Varejo/Shopping Center, cinco para a categoria Diversificados
e apenas um para a categoria Residencial.
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12
É o caso da Credit Suisse (Suíça), Black Rock/Merrill Lynch (EUA), Fama
(Brasil), Janus (EUA) ou Polo Capital Management (Brasil). A Janus, por exem-
plo, investiu simultaneamente na Cyrela, Rodobens, MRV e Rossi, nunca com
participação superior a 8% em cada empresa.
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(…) I argue that over the past several decades the process
of ‘securitization’ has become a critical financial innovation
that has allowed private and public actors to finance local
property development and housing in the national and in-
ternational capital markets. As a process of financial globali-
zation, securitization consists in large part of homogenizing
diverse commodities and weakening the institutional buffers
between local, national and global markets (FOX GOTHAM,
2009, p. 357).
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15
Na primeira, a remuneração das atividades concedidas ao concessionário
é feita integralmente pelo poder público. Na segunda, a remuneração é feita
de forma combinada pelas tarifas pagas pelo usuário final e contraprestações
pagas pelo poder público (PEREIRA, 2015).
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Inflexão ultraliberal e a financeirização da ordem urbana brasileira:
explorando algumas hipóteses
Referências
ARANTES, Pedro. O ajuste urbano: as políticas do Banco Mundial e do BID
para as cidades. Revista Pós, n. 20, 2006, pp. 60-75.
16
No documento consta a diretriz “de executar uma política de desenvolvimen-
to centrada na iniciativa privada, por meio de transferências de ativos que se
fizerem necessárias, concessões amplas em todas as áreas de logística e infraes-
trutura, parcerias para complementar a oferta de serviços públicos e retorno a
regime anterior de concessões na área de petróleo, dando-se a Petrobras o direi-
to de preferência”. Ver: http://pmdb.org.br/wp-content/uploads/2015/10/
RELEASE-TEMER_A4-28.10.15-Online.pdf.
17
Ver: http://www.ppp.mg.gov.br/sobre/projetos-municipais.
18
Ver: http://www.pppbrasil.com.br/portal/.
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explorando algumas hipóteses
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Capitalismo sob dominância financeira
e a terra urbana – uma análise do caso
brasileiro a partir da regulação fundiária1
Introdução
1
Uma versão original desta capítulo foi apresentada como forma de comuni-
cação no seminário “El Complejo Urbano Financiero-Inmobiliario en América
Latina”, realizado na Universidad de Chile y Centro de Estudios del Conflicto y
la cohesión social (COES) em abril de 2019.
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do caso brasileiro a partir da regulação fundiária
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do caso brasileiro a partir da regulação fundiária
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4
Havia ainda uma preocupação implícita com o estímulo à vinda de imigrantes
europeus para o Brasil. Acreditava-se que a possibilidade real de aquisição de
terras por meio da venda da força de trabalho estimularia a vinda dessa mão
de obra para o Brasil.
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Capitalismo sob dominância financeira e a terra urbana – uma análise
do caso brasileiro a partir da regulação fundiária
5
Conforme entrevista do secretário do Ministério das Cidades para o jornal O
Globo. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/economia/regularizacao-de-
domicilios-beneficiara-quem-ganha-ate-dez-salarios-20837789>. Acesso em 28
de abril de 2017.
Os dados produzidos pelo IBGE se referem tão somente aos assentamentos
subnormais, categoria que se refere ao conjunto constituído por 51 ou mais
unidades habitacionais caracterizadas por ausência de título de propriedade
e pelo menos uma das características abaixo: irregularidade das vias de cir-
culação e do tamanho e forma dos lotes e/ou carência de serviços públicos
essenciais (como coleta de lixo, rede de esgoto, rede de água, energia elétrica
e iluminação pública). A partir dessa categorização chegou-se ao dado de que
11,4 milhões de pessoas vivem em assentamentos subnormais no Brasil, apro-
ximadamente 6% da população. Apesar da importância desse mapeamento, em
termos de irregularidade fundiária ele representa apenas uma parte dos casos
que envolvem ainda condomínios fechados, loteamentos clandestinos, além de
imóveis com problemas registrais ou sem qualquer registro, o que faz com que a
estimativa da irregularidade fundiária supere em muito os números produzidos
pelo IBGE para os assentamentos precários.
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do caso brasileiro a partir da regulação fundiária
6
Conforme relatório Avaliação da governança fundiária no Brasil, editado pelo
Banco Mundial em 2014. Disponível em: http://siteresources.worldbank.org/
INTLGA/Resources/Brazil_land_governance_assessment_final_Portuguese.
pdf. Acesso em: 5 de maio de 2017.
431
Tarcyla Fidalgo Ribeiro
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Capitalismo sob dominância financeira e a terra urbana – uma análise
do caso brasileiro a partir da regulação fundiária
A Lei 13.465/17
Em um momento político conturbado – logo após um golpe
jurídico parlamentar que levou ao poder um presidente não eleito
e menos ambíguo quanto ao seu nível de comprometimento com
o aprofundamento da inserção do país no cenário de um capita-
lismo sob dominância financeira –, assistimos ao rompimento de
um paradigma mais protetivo da regularização fundiária, repre-
sentado pelo capítulo III da Lei 11.977/09, por meio de um ato
unilateral do chefe do Executivo: a Medida Provisória 759, publi-
cada em 22 de dezembro de 2016.
Sem qualquer participação democrática, a referida Medida
Provisória (MP) alterava o paradigma das políticas de regulari-
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Capitalismo sob dominância financeira e a terra urbana – uma análise
do caso brasileiro a partir da regulação fundiária
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Capitalismo sob dominância financeira e a terra urbana – uma análise
do caso brasileiro a partir da regulação fundiária
Conclusão
A partir do exposto, a hipótese trazida no presente texto é que
o investimento em um processo rápido e barato de regularização,
com foco no âmbito dominial e registral, seria um passo importante
para um movimento de homogeneização do estoque fundiário brasi-
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Capitalismo sob dominância financeira e a terra urbana – uma análise
do caso brasileiro a partir da regulação fundiária
Referências
AALBERS, Manuel B. The potential for financialization. In: Dialogues in
Human Geography, vol. 5 (2), 2015.
AGLIETTA, Michel. Le capitalisme de demain. Paris: Fondation Saint-
Simon, 1998.
ARANTES, Pedro Fiori. O ajuste urbano: as políticas do Banco Mundial
e do BID para as cidades latino-americanas. Dissertação de mestrado. São
Paulo: USP, 2004.
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Capitalismo sob dominância financeira e a terra urbana – uma análise
do caso brasileiro a partir da regulação fundiária
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A financeirização do Estado por meio
da securitização de ativos no Brasil
Introdução
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Igor Pouchain Matela e Nelson Diniz
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A financeirização do Estado por meio da securitização de ativos no Brasil
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Igor Pouchain Matela e Nelson Diniz
2
A expressão maximização do valor aos acionistas (maximizing shareholder value,
em inglês) refere-se ao poder e à influência crescente dos acionistas na admi-
nistração das empresas capitalistas contemporâneas. A esse respeito, Aglietta
(2000), por exemplo, observa o seguinte: “Os mercados financeiros têm o po-
der de avaliar as empresas publicamente. Esse processo de avaliação ocorre
sob o escrutínio permanente da comunidade de investidores, porque as regras
e os padrões tornaram possível abstrair as especificidades da organização da
empresa. [...] As estruturas elaboradas do mercado de capitais e a capacidade
relacionada de movimentar fundos em mercados líquidos são fontes de poder
para os investidores institucionais que gerenciam suas carteiras e estão sujeitos
a critérios rigorosos de desempenho relativo. O princípio que enfrenta a gestão
corporativa é um código abstrato formal: a lógica de um sistema de avaliação
pública. O valor para o acionista é apenas a norma da transformação do capi-
talismo que promoveu esse sistema de avaliação pública. A governança corpo-
rativa é o conjunto de comportamentos que induz a empresa a maximizar o
valor para os acionistas” (p. 149, tradução nossa). O nível da financeirização da
vida cotidiana, por sua vez, poderia ser definido, em consonância com Sanfelici
(2013), como o que indica que, cada vez mais, “o crédito e as finanças medeiam
a relação entre os indivíduos, impõem ritmos no uso do tempo e engendram
um ethos que define as expectativas e modela as disposições subjetivas dos in-
divíduos” (p. 32).
3
Para um exemplo de debate sobre a financeirização que vai além do contexto
anglo-americano, com especial interesse no caso das economias latino-ameri-
canas, cf. Abeles et al. (2018). Trata-se de uma coletânea de artigos elaborados
no âmbito da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
Artigos que, segundo os editores da publicação, procuram superar o fato de
que a maioria dos estudos sobre a financeirização tende a manter o foco nas
economias desenvolvidas.
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Igor Pouchain Matela e Nelson Diniz
A financeirização do Estado
Embora tenham colaborado, de um modo ou de outro, com
a difusão de definições pouco delimitadas do conceito de financei-
rização, autores como Aalbers reconhecem que existem caminhos
de análise e de reflexão menos vagos, que permitem superar a
genérica, além de frequentemente confusa, alusão à dominância
financeira ou das finanças. No verbete acima mencionado, por
exemplo, o autor delineia esses caminhos considerando sete temas
relacionados a diferentes dimensões da financeirização contempo-
rânea. Temas indicados e resumidos no Quadro 1.
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13
Esse acréscimo de juros poderia ser revertido caso o Estado do Rio de Janeiro
conseguisse dar prioridade de recebimento dos R&PE aos investidores sobre as
parcelas já comprometidas com o Fecam, com a dívida com a União e com os
pagamentos relacionados às antecipações feitas com a CEF e o BB.
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14
Canettieri (2018) aponta que, além do caso pioneiro de Belo Horizonte,
com a PBH Ativos S/A, criada em 2010, já ocorre uma generalização des-
se tipo de política através da utilização de SPEs em vários municípios do
Brasil, “como é o caso da criação de sociedade de propósito específico, por
meio da lei 9.524 de 2014 em Goiânia para a securitização; a lei 40.198 de
2015 de cria a Companhia Carioca de Securitização; a lei 11.991 de 2015
que, em Porto Alegre, cria a Investe POA; a lei 90 de 2015 que cria o Fun-
do Especial da Dívida Ativa em Vitória; o mesmo acontece em Ribeirão
Preto (lei 2.720 de 2015); em Florianópolis (lei 1.424 de 2015); em Brasília
(lei 23 de 2015); em Salvador (lei 8.961 de 2016); em Guarulhos (lei 451
de 2016) e em São Paulo (lei 179 de 2017)” (p. 180). Há, ainda, registros
da criação de SPEs para esse fim em diversos estados, como Minas Gerais
(MGi), São Paulo (CPSec), Paraná (PRSec), Rio de Janeiro (CFSec) e Goiás
(Goiás Parcerias).
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A financeirização do Estado por meio da securitização de ativos no Brasil
16
Uma interpelação extrajudicial com os principais argumentos contra o pro-
jeto foi endereçada ao presidente da Câmara dos Deputados e aos líderes par-
tidários no Congresso, denunciando o texto do PLP 459/2017. A interpelação
foi subscrita pelas seguintes entidades da sociedade civil: Auditoria Cidadã da
Dívida, Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil
(ANFIP), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior
(ANDES-SN), Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (FENAFISCO),
Federação Nacional das Entidades dos Servidores dos Tribunais de Contas do
Brasil (FENASTC) e Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional
(SINPROFAZ).
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Referências
Auditoria Cidadã da Dívida. Interpelação Extrajudicial dirigida ao Presidente
da Câmara dos Deputados Federais. Assunto: PLP 459/2017 - SECURITI-
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dada.org.br/wp-content/uploads/2018/11/Interpela%C3%A7%C3%A3o
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tián (Ed.) Estudios sobre financierización en América Latina. Santiago: CEPAL,
2018.
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1998.
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AALBERS, Manuel. The potential for financialization. Dialogues in Human
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orden económico y social de Estados Unidos. México, D.F: Siglo Veintiuno
Editores, 1988.
BRASIL. PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 204, DE 2016 – COMPLE-
MENTAR. Dispõe sobre a cessão de direitos creditórios originados de
créditos tributários e não tributários dos entes da Federação.
BRASIL. Projeto de Lei Complementar PLP 459/2017. Altera a Lei n.
4.320, de 17 de março de 1964, para dispor sobre a cessão de direitos
creditórios originados de créditos tributários e não tributários dos entes da
Federação, e a Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário
Nacional), para prever o protesto extrajudicial como causa de interrupção
da prescrição e para autorizar a administração tributária a requisitar infor-
mações a entidades e órgãos públicos ou privados.
BRASIL. Lei Complementar Nº 101/2000. Estabelece normas de finanças
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Igor Pouchain Matela e Nelson Diniz
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Parte IV
Estudos de Caso
Grupos econômicos e acumulação
urbana na cidade do Rio de Janeiro:
Odebrecht e Carvalho Hosken1
Lucas Faulhaber2
Hipolita Siqueira2
Introdução
489
Lucas Faulhaber e Hipolita Siqueira
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Lucas Faulhaber e Hipolita Siqueira
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Lucas Faulhaber e Hipolita Siqueira
4
Criados pela Lei 8.668/1993 e regulamentados pela Lei 9.779/1999, esses
fundos consistem em um condomínio de investidores com o objetivo de apli-
car recursos financeiros em empreendimentos imobiliários. Como forma de
difundir os FIIs, seus investimentos são isentos de algumas tributações, como
Imposto de Renda.
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500
Grupos econômicos e acumulação urbana na cidade do Rio de Janeiro:
Odebrecht e Carvalho Hosken
Grupo Odebrecht
O Grupo Odebrecht, tal como as principais empreiteiras do
pais, tem origem em empresas familiares. Entre as décadas de
1920 e 1930, o engenheiro Emilio Odebrecht criou a empresa
Isaac Gondim & Odebrecht, que realizava obras públicas, prin-
cipalmente em Salvador e Recife. No início da década de 1940,
Norberto Odebrecht assumiu os negócios do pai e fundou a
empresa que deu origem à Odebrecht S.A., atuando mais forte-
mente no Estado da Bahia, em estreita relação com os projetos
de infraestrutura do governo de Otávio Mangabeira (1947-1951).
No entanto, sua expansão ocorreu a partir da década de 1950.
Com a fundação da Petrobras, em 1953, e a criação da Superin-
tendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1959,
abriram-se novas oportunidades para a empresa. Nos projetos
do setor privado financiados por recursos públicos, a Odebrecht
atuou fortemente na construção e instalação de grandes plantas e
complexos industriais. Para a Petrobras foram construídas refina-
rias, plataformas, estradas e, em 1969, a empreiteira construiu o
edifício-sede da estatal na cidade do Rio de Janeiro. Também foi
responsável por outros projetos relevantes no Estado do Rio de
Janeiro: o campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ), o Aeroporto Internacional – ambos na zona norte da
cidade do Rio – e a Usina Termonuclear Angra I, no município
de Angra dos Reis, no sul do estado7.
O grande crescimento da Odebrecht ocorreu sob forte arti-
culação de interesses políticos e de contratos públicos para cons-
trução de obras de infraestrutura no âmbito dos projetos de
desenvolvimento nacional, particularmente durante os governos
militares (1964-1980). Segundo Campos (2014), o grupo constava
na 19ª posição no ranking das empreiteiras de atuação nacional
7
Publicação da Odebrecht em homenagem aos 60 anos da corporação (2004).
Disponível em: http:// www.odebrechtonline. com.br/edicoes/60anos/pt/.
Acesso em: 2 fev. 2016.
501
Lucas Faulhaber e Hipolita Siqueira
502
Grupos econômicos e acumulação urbana na cidade do Rio de Janeiro:
Odebrecht e Carvalho Hosken
Fonte: Elaboração própria, com base nos dados da CBIC (Disponível em: www.
cbicdados.com. br. Acesso em: 24 jan. 2016).
11
“Disputa na Odebrecht segue na Justiça”, Valor Econômico, 22 de janeiro de 2011.
12
Esse litígio está em aberto até hoje, com discordância dos valores que repre-
sentam a quantia das ações da família Gradin.
503
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Grupos econômicos e acumulação urbana na cidade do Rio de Janeiro:
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os quais, Eduardo Paes, Luiz Fernando Pezão, Sérgio Cabral, Jorge Picciani e
outras figuras públicas notáveis da política do Estado do Rio de Janeiro.
15
“Ex-executivos da Andrade acusam Cabral de receber mesada de propina”,
jornal O Globo de 13 de maio de 2016.
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19
“Os supermilionários: Carlos Carvalho o homem mais rico do Brasil”, revista
Veja, 17 de junho de 1981.
20
“Dono de empreiteira se torna 13ª pessoa mais rica do Brasil”, revista Exame,
24 de agosto de 2015.
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Lucas Faulhaber e Hipolita Siqueira
nós achamos que isso é que é fazer o lado social: ter a inte-
ligência de gerar conforto para aqueles que podem usufruir
dele. Se não as pessoas ficam só desejando, mas nunca che-
21
“Imóveis da Vila dos Atletas sofrem reformas e serão entregues em junho”,
Valor Econômico, 19 de março de 2017.
512
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gam lá. Temos que fazer com que aquilo seja um encanta-
mento, que faça com que muitas pessoas melhorem de vida
para poderem usufruir. A Ilha Pura vai ter os Jardins do Rei.
Nós vamos transformar todo mundo em rei.
Considerações finais
Neste artigo foram enfatizadas as potencialidades do refe-
rencial analítico dos grupos econômicos para o entendimento
das complexas lógicas dos processos político-econômicos de
urbanização múltipla, desigual e socialmente injusta. A análise
das trajetórias de atuação dos grupos econômicos Odebrecht
S.A. e Carvalho Hosken na cidade do Rio de Janeiro buscou
compreender e identificar suas estratégias de acumulação urbana.
Apesar de suas distintas estruturação organizacional e atuação
escalar, esses grupos foram escolhidos por sua centralidade na
acumulação urbana da cidade do Rio de Janeiro. Historicamente,
foram responsáveis pela realização de grandes obras de infraes-
22
“Caixa libera financiamento de R$ 1,4 bilhão para Parque Olímpico”, O Globo,
2 de junho de 2015.
513
Lucas Faulhaber e Hipolita Siqueira
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Grupos econômicos e acumulação urbana na cidade do Rio de Janeiro:
Odebrecht e Carvalho Hosken
515
Lucas Faulhaber e Hipolita Siqueira
Referências
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place. Berkeley: University of California Press, 1987.
516
Grupos econômicos e acumulação urbana na cidade do Rio de Janeiro:
Odebrecht e Carvalho Hosken
517
Arranjos Multiescalares da atividade
imobiliária e a (re)produção da metrópole
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Introdução
1
Lefebvre ([1970] 2008).
2
Harvey (1996, 2005, 2013).
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3
Fix (2011), Botelho (2005), Sanfelici (2013), Rufino (2012), Shimbo (2010), Royer
(2009), Volochko (2011), Tone (2016), Sigolo (2014).
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4
Articulado, de algumas formas, a essa periodização está o processo de neoli-
beralização do planejamento urbano pela disseminação de operações urbanas
consorciadas e os projetos urbanos (STROHER, 2019).
5
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
6
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo.
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8
Brenner ([2010] 2018, [2013] 2018, 2000).
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9
O autor empresta o termo do meio informacional, onde comutação significa a
simultaneidade da mobilização de pontos para a passagem de fluxos.
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11
Cyrela Commercial Properties S.A. Empreendimentos e Participações (BM&F
BOVESPA: CCPR3), fundada em 1997 e lançada na Bolsa de Valores em 2007.
12
Fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
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17
Os custos de transação são os custos totais associados a uma transação. A
análise de transações visa obter eficiência na gestão dessas transações ou, em
outras palavras, visa à minimização dos custos de transação.
18
Esse tipo de classificação foi importado do setor financeiro, onde é usado
para classificação da qualidade de determinado título. No setor imobiliário,
ele é utilizado para a mesma finalidade, porém, pela natureza da mercadoria
pode designar uma localização, o padrão construtivo de um empreendimento
ou mesmo para classificar os clientes.
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19
Na cidade de São Paulo o maior índice permitido é 4.
20
Firmino possui, também, a Vercal Empreendimentos, outra construtora de
atuação na região.
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21
É interessante frisar que a Brookfield já havia feito negócios milionários com
a família Abdalla nos anos 1940, vendendo uma imensa gleba na várzea do rio
Pinheiros, que nos anos 1990 foi desapropriada, no maior valor pago numa
desapropriação no Brasil, R$ 2.5 bilhões.
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22
Os galpões logísticos atuais são, em sua grande parte, para armazenamento e
operação logística de grandes grupos de varejo físico ou digitais, como sites de
comércio eletrônico.
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Conclusão
A partir deste estudo, podemos concluir que, diferentemente
do apontado por grande parte da bibliografia sobre a consti-
tuição da financeirização no Brasil, que indica uma financeiri-
zação particular conduzida, principalmente, por agentes nacio-
nais, privados e públicos, o processo ocorrido em Cajamar é um
processo de financeirização do imobiliário, protagonizado por
grupos econômicos globais, investidores institucionais e outros
agentes financeiros globais, com participação do Estado e com
papel-chave do agente local, algo mais próximo a financeirização
idealizada (STROHER, 2019).
Ao longo do trabalho, nós ressaltamos, as escalas espa-
ciais como uma forma de compreender a constituição da finan-
ceirização do setor imobiliário no Brasil. A financeirização, ao
conectar agentes em múltiplas escalas, do local, ao nacional e
ao global, altera as configurações escalares preexistentes. Essa
23
Esse conjunto de agentes foram autuados, na execução das obras desse lo-
teamento logístico, pela CETESB, por crimes ambientais como: a supressão de
nascentes e a execução de aterros irregulares, mas, já estão executando medidas
compensatórias.
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Referências
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548
Arranjos Multiescalares da atividade imobiliária e a (re)produção da metrópole
549
Alexandre Yassu
Mídias
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jose-joao-abdalla>. Acessado em: 06/09/2018.
CPDOC/LIGHT. Portal de informações de personalidades Disponível
em: <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/
antonio-gallotti>. Acessado em: 06/09/2018.
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br/site/vencedoresAno.asp?ca=2012> Acesso em: 15/09/2018.
550
Parceria público-privada para construção
de moradia popular: fundamentos
institucionais para a expansão do mercado
de habitação em São Paulo1
Introdução
Este trabalho busca oferecer uma contribuição ao debate
sobre as tendências recentes no campo da política habitacional
a partir da experiência de formulação de um projeto de parceria
público-privada (PPP) de produção de moradia popular pela
Agência Casa Paulista do governo do Estado de São Paulo, abor-
dando sobretudo a dimensão institucional desse processo.
O setor habitacional vem figurando como um importante
campo de incubação de ambientes regulatórios forjados sob a
hegemonia do pensamento neoliberal, podendo-se observar
ações recorrentes no sentido da difusão de arranjos de mercado
nesse segmento econômico. Podem-se mencionar ao menos duas
razões principais por trás desse fenômeno: em primeiro lugar,
o caráter estratégico de se impulsionar o desenvolvimento de
relações de mercado num setor com tamanha dimensão econô-
mica; em segundo lugar, a necessidade de se forjar tecnolo-
gias institucionais consideravelmente sofisticadas para que seja
possível contornar as barreiras à introdução de relações de
mercado num campo árido como esse.
O ímpeto de incorporação do setor habitacional à esfera
do mercado esbarra em diversos obstáculos, tais como a tempo-
1
Capítulo originalmente publicado nos Cadernos Metrópole, Número 43, 2018.
2
Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Política, Economia e
Negócios. Osasco, SP/Brasil. https://orcid.org/0000-0001-6553-997X. alvaro.
pereira@unifesp.br.
3
gmpalladini@gmail.com - https://orcid.org/0000-0002-0360-0437
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7
Nesse sentido, o estudo desenvolvido por Pedro Arantes (2004) sobre o
papel exercido pelo Banco Mundial na definição do rumo de políticas urbanas
em cidades da América Latina nos anos 1990 identificou a difusão de uma
agenda política de teor fortemente programático, protagonizada pela referida
instituição financeira, na qual se buscava orientar as práticas governamentais
para o estímulo ao desenvolvimento de ações “no” mercado e “para o” mercado.
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8
Nesse sentido, vale mencionar os seguintes dispositivos da Constituição de
1988: “Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios: [...] IX – promover programas de construção de moradias e a
melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico”.
9
O artigo 3º da Lei Estadual nº. 6.556/ 1989 elevou a alíquota de 17% prevista
no inciso I do artigo 34 da Lei Estadual nº. 6.374/ 1989 em 1 ponto percentual,
passando para 18%. O artigo 5º da lei estadual previu a obrigatoriedade de
se destinar os recursos adicionais decorrentes do aumento da alíquota ao
financiamento de programas habitacionais.
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11
Os estados e municípios atribuem dois principais nomes aos estudos,
levantamentos e projetos visando ao desenvolvimento de PPPs: Procedimentos
de Manifestação de Interesse (PMI) e Manifestação de Interesse Privado (MIP).
Com algumas variações entre as unidades estaduais e municipais, essas são
as denominações pelas quais o instrumento aparece com mais frequência na
legislação.
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12
O funcionário faz referência ao Instituto de Urbanismo e Estudos para a
Metrópole (URBEM), organização do terceiro setor que ganhou a fase de
modelagem da PPP habitacional e desenvolveu 58% do conteúdo presente no
edital de licitação. A remuneração por esse estudo, segundo legislação federal,
é de responsabilidade do concessionário vencedor da licitação.
13
Assimetria de informação ocorre quando dois ou mais agentes econômicos
estabelecem transações entre si com uma parte detendo informações que a outra
desconhece, tanto de ordem qualitativa quanto quantitativa. Na microeconomia,
assimetria de informação é considerada como falha de mercado (PINDYCK;
RUBINFELD, 2008).
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16
Consta no contrato assinado (lote I) duas principais intervenções: i) a construção
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Conclusão
A experiência da PPP promovida pela Agência Casa
Paulista para a produção de moradia destinada à população de
baixa renda na área central de São Paulo constitui um exemplo
bastante ilustrativo da dinâmica das articulações entre Estado e
mercado que vêm se proliferando com a ascensão do neolibera-
lismo e a difusão de uma agenda de políticas públicas calcada
na hegemonia teórica e política da nova economia institu-
cional. Esse caso mostra a existência de entraves à introdução
de relações de produção e consumo de caráter propriamente
mercantil em determinadas esferas da vida, como a habitação,
bem como a necessidade do emprego intensivo de expedientes
de intervenção na esfera econômica por parte do Estado, que
abrangem fatores como a provisão de condições regulatórias,
a estruturação de arranjos institucionais e a alocação de subsí-
dios, para que se possa, em alguma medida, promover a incor-
poração dessas esferas à racionalidade e aos circuitos de acumu-
lação propriamente mercantis. Buscamos mostrar que, nesse
contexto, o Estado nem sai de cena para dar espaço ao mercado,
nem se impõe como obstáculo ao seu desenvolvimento, mas que,
ao contrário, as instituições públicas exercem o papel de cata-
lisadoras da estruturação e do desenvolvimento de forças do
mercado, figurando como pilares fundamentais de uma ordem
política e econômica que poderia ser sintetizada na noção de
aidez-faire. A análise de discursos de gestores públicos revelou
que, para além de uma alternativa de política pública que venha
proporcionar redução de custos, ganhos de qualidade ou outros
aspectos percebidos como vantajosos no curto prazo, o engaja-
mento do governo paulista na organização de uma sistemática
de provisão habitacional pela via da PPP é, antes de mais nada,
uma ação de caráter estratégico e programático, orientada para
a incubação de novos circuitos mercantis.
Buscamos mostrar, a partir da análise da trajetória recente
de transformações no aparato de política habitacional do Estado
de São Paulo, as mudanças e continuidades que podem ser
observadas na passagem do período desenvolvimentista para o
período neoliberal, argumentando haver um aprofundamento da
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Alvaro Luis dos Santos Pereira e Gabriel Maldonado Palladini
Referências
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fundamentos institucionais para a expansão do mercado de habitação em São Paulo
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Estado e Capital: bibliografia comentada
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Estado e Capital: bibliografia comentada
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Estado e Capital: bibliografia comentada
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Estado e Capital: bibliografia comentada
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Estado e Capital: bibliografia comentada
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