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ANITA GARIBALDI, A MULHER À FRENTE DE SEU TEMPO:

LUTA, POLÍTICA, LITERATURA, CINEMA E HISTÓRIA


Viviane Regina Árcega de Souza 1

RESUMO: O presente artigo tem como objetivo analisar a vida de Anita Garibaldi,
personagem que é conhecida como “heroína de dois mundos”. Anita é lembrada até
hoje por seus feitos militares, em uma época em que a guerra era associada à
masculinidade, e a sociedade era marcada pelo estabelecimento da ordem
patriarcal. Apesar da época em que nasceu, foi vista como uma mulher intrépida e
decidida, que defendia seus ideais libertários, desafiando um estereótipo feminino,
onde as mulheres eram frágeis e delicadas. Para tanto buscaremos mostrar como
Anita Garibaldi é vista em biografias como a de RAU, Wolfgang Ludwing, intitulada 1
Anita Garibaldi. O perfil de uma heroína brasileira, no qual o autor faz uma densa
pesquisa biográfica, sobre a vida de Anita. Outra obra a ser analisada é o livro de
WIERZCHOWSKI, Letícia, intitulado A Casa das sete Mulheres, nessa obra podemos
observar a história e a ficção em um romance que usa a Revolução Farroupilha
como pano de fundo para retratar a guerra sob a perspectiva dessas mulheres,
dentre elas, a vida de Anita Garibaldi. O texto analisado se articula a Minissérie A
casa das sete mulheres, uma adaptação da obra da escritora gaúcha Letícia
Wierzchowski, em que mostra o papel das mulheres na Guerra dos Farrapos.

Palavras chaves: Anita Garibaldi; Narrativa; Literatura; Relações de Gênero.

1 Acadêmica do 4º ano do curso de História da Faculdade Estadual de Filosofia,


Ciências e Letras – União da Vitória. Artigo de conclusão de curso orientado pelo
Professor Mestre em História do Paraná. Atualmente atuante no curso de História
da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória.
Introdução

Utilizando-se de diversas metodologias, vários pesquisadores


têm apresentado a história de Anita Garibaldi dentro de um perfil
heróico, alguns romanceiam sua história na tentativa de uma
mitificação. Muitos autores que escreveram sobre a vida de Anita
Garibaldi, retrataram-na segundo suas próprias concepções, seus pré-
conceitos e interesses, alguns destes foram políticos positivistas,
outros curiosos apaixonados e historiadores.

Sabemos que a história está marcada pela inferioridade e


submissão da mulher em relação ao homem, porém, em relação a
diversos pesquisadores, podemos observar que existiram mulheres
que almejavam sua liberdade e que de certa forma participaram da 2
vida política ou das lutas constantes que as cercavam. Em
contrapartida, na perspectiva patriarcal os homens encontravam-se
engajados na luta política, esta postura era esperada e fazia parte das
práticas sociais daquele período histórico. Particularmente, sobre a
vida de Anita, torna-se importante perceber como a cidade de Laguna e
seu porto, contribuíram para a propagação de ideologias libertárias e
republicanas, possibilitaram a construção de uma perspectiva de
mundo mais ativa e politizada, dados aos contatos conversas e a
chegada de idéias junto aos navios. Isto permitiu que Laguna recebesse
notícias e propagandas, em especial dos ideais republicanos, assim
podemos observar que Anita, por morar em um porto, tinha contato
com outras ideologias e pôde de certa forma desenvolver uma
consciência crítica, se envolvendo em questões políticas, articulando e
discutindo seus pensamentos, ainda que de forma inusitada para a
época.
Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita
Garibaldi, que para muitos rompeu padrões de época, teve sua história
construída sob uma imagem de mulher corajosa, gradualmente foi
masculinizada, sua desfeminilização, surge numa contra mão de sua
identidade, como se não possuísse fraquezas, somente coragem. Vista
por muitos, como heroína, em uma época em que mulheres eram
discriminadas, mal vistas pela sociedade, como destaca Oliveira:

A mulher brasileira, como a história de tantas


mulheres, é marcada pelo estabelecimento da
ordem patriarcal que, em grande medida foi
legitimada pela religião cristã ocidental, que 3
transmitiu o silenciamento do feminino em todas as
esferas sociais. A mulher do Brasil oitocentista,
formada e constituída socialmente nesta ordem, era
subordinada e dependente do pai ou do marido,
sendo feita propriedade do homem e calada por ele.
(OLIVEIRA 2009, p.1)

Anita Garibaldi é mencionada na obra de Wierzchowski (2003)


como uma mulher corajosa, que se apropriou do universo masculino,
ignorando normas regidas pela sociedade de sua época, em que
mulheres destinaram-se às atividades menos valorizadas e tinham em
sua condição a submissão ao homem. O patriarca era o senhor e centro
da estrutura social daquele período, era dono das mulheres, conforme
Gilberto Freyre (1986, p. 19) “Donos de terras. Donos dos homens.
Donos das mulheres”. Isso tudo é facilmente percebido na estrutura
social da época, sobretudo quando, as mulheres ainda moças, deviam
obediência ao pai e quando casadas, era o marido que exercia todo o
poder sobre elas. Porém, Anita se diferenciava destas mulheres, como
mostra Wierzchowski em sua obra:

A moça que agora vive com Garibaldi, a Anita, lutou


como um homem, transportando gentes e salvando
os feridos num pequeno barco, e a víamos do alto
do forte, pequenina em meio ao fogo cruzado, indo
de um lado a outro, incólume e corajosa.
(WIERZCHOWSKI, 2003, p. 271).
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A obra de Wierzchowski (2003) é uma ficção e, apesar da
autora estar ‘masculinizando’ Anita em seu romance, não podemos
perder de vista que ela foi uma mulher, esposa e mãe, que apesar de
participar da guerra, gerou filhos, amamentou e amou como mulher.
Mesmo sendo uma mulher que refletia o mundo masculino, Anita
construiu uma ação política individual a partir de sua condição como
mulher e não o contrário. A partir disso, compreendemos então que,
por mais que Anita fosse uma mulher à frente do seu tempo, em
diversos momentos e condições ela jamais se distanciou da figura
feminina. Segundo Badinter (1991), a fraqueza mostrada na figura da
mulher é certamente consequência da condição imposta pela
sociedade, em que “a mulher não nasce mulher, mas se torna mulher” e
que o caráter e a potência intelectual seriam idênticos no homem e na
mulher, se a sociedade e a educação não interferissem para distingui-
los.
Como para a sociedade Anita foi uma mulher que superou
obstáculos, recentemente, ela teve seu nome incluído no Livro dos
Heróis da Pátria, pelo Diário Oficial da União, sob o título: “Heroína de
dois Continentes”. Esse livro foi criado em novembro de 2007, pela Lei
11.597, assinada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo
ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, ensejando o reconhecimento da
figura heróica de Anita Garibaldi, mitificação essa, criada numa recém-
surgida República Brasileira. Houve a necessidade da criação de novos
‘símbolos’ nacionais com a finalidade de legitimação da nova ordem.
Essa busca por heróis foi bastante importante devido à falta de
participação política popular, pois a Republica Brasileira acabou se
tornando restrita. Conforme Carvalho (2008) esse movimento não teve
o envolvimento do povo, o autor faz uma análise da República que fora
construída "de cima para baixo" e que de certa forma, sustenta a 5
necessidade da criação de vínculos ou representações políticas que
açambarcassem todo o corpo social.

Mas a escolha não foi tão simples, visto que o herói precisava
ter a cara da nação, servindo de referencial para grupos socialmente
diversificados. A construção ou mitificação dos ‘heróis’ tinha como
objetivo, atingir a massa populacional, ou seja, servir de exemplo para
a sociedade. Segundo Carvalho (2008) observa que não há regime
político que não cultue seus heróis. Para o autor, o herói tem que se
identificar e ser aceito pela população, segundo ele, a exemplo o caso
francês, na figura de Mariane, influenciou os primeiros republicanos
brasileiros. Ele afirma:

Não foi por acaso que a Revolução Francesa, em


suas várias fases, tornou-se um exemplo clássico de
tentativa de manipular os sentimentos coletivos no
esforço de criar um novo sistema político, uma nova
sociedade, um homem novo. Mirabeau disse-o com
clareza: não basta mostrar a verdade, é necessário
fazer com que o povo a ame, é necessário apoderar-
se da imaginação do povo. Para a revolução,
educação pública significava acima de tudo isto:
formar as almas (Carvalho, 2008, p. 11).

A construção de heróis é associada diretamente com o tipo de


governo conservador que se desejava implantar, afastando a população
das decisões políticas, e tentando manipular o imaginário do povo, e
dessa forma, Carvalho (2005) reflete sobre essa imagem que a elite
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estava impondo para a sociedade:

As imagens da nação brasileira variaram ao longo


do tempo, de acordo com as visões da elite ou de
seus setores dominantes. Desde 1822, data da
independência, até 1945, ponto final da grande
transformação iniciada em 1930, pelo menos três
imagens da nação foram construídas pelas elites
políticas e intelectuais. A primeira poderia ser
caracterizada pela ausência do povo, a segunda pela
visão negativa do povo, a terceira pela visão
paternalista do povo. Em nenhuma o povo fez parte
da imagem nacional. Eram nações apenas
imaginadas (Carvalho, 2005, p.233).
Devido a falta de consonância, representação e espaço, entre as
classes menores, havia surgido um sentimento de repudio à república
caracterizada por sua ausência política, que transforma esta mulher
idealizada pelos franceses e pela elite brasileira, em uma prostituta.
Suas perspectivas ainda estavam vinculadas ao paternalismo instituído
pelo regime monarquista. A República foi simbolizada por uma figura
feminina, tal simbologia conforme Carvalho, (2008, p 93) poderia ser
“considerada apenas um meio para compensar a sua exclusão no seio
político, advertindo que a política não era coisa de mulher”. Percebe-se
que, nesta época, ela não tinha lugar no mundo político e nem tão
pouco fora de casa.
7
Anita: da realidade para a ficção

A escritora Letícia Wierzchowski (2003), reconta a história sul-


rio-grandense, sob a perspectiva feminina. Sua obra possibilita uma
visão renovada dos acontecimentos, a partir das discussões sobre
gênero e de um olhar histórico feminino. Ela narra fatos e personagens
até então esquecidos nos relatos oficiais, redescobrindo a atuação de
mulheres que passaram despercebidas no decorrer da história, porque
cultivaram o silêncio e a submissão ao sistema patriarcal tradicional.

O romance resgata a posição feminina, em que às mulheres era


reservado o espaço doméstico e a administração do lar. Como se pode
observar, a minissérie “A casa das sete mulheres”, também mostrou a
questão da Revolução Farroupilha, a partir do olhar feminino, dando
espaço para que as personagens se destacassem em um período de
dominação masculina. Anita Garibaldi também foi contemplada pelos
telespectadores através da TV, caracterizando-a como uma mulher à
frente e seu tempo. A televisão, ou seja, a minissérie acabou retratando
a Revolução Farroupilha, ocorrida no Sul do país, trazendo para o
telespectador uma possibilidade de observar a história a partir de
“novos lugares”. Para, além disso, a minissérie destacou em v|rios de
seus momentos, a trajetória politica e a vida pessoal de Anita, como
foram suas batalhas, como ela surgiu na cena da Revolução Farroupilha
e o quão diferente era seu papel na sociedade de época em comparação
às demais mulheres. Para além da própria Revolução, a minissérie traz
um olhar voltado à situação das mulheres durante o desenrolar da
guerra. Esse destaque ao feminino possibilita uma análise comparativa
entre as mesmas, vistas como tradicionais e conservadoras, e a própria
Anita Garibaldi, tudo isso partindo do romance na minissérie e de 8
cenas em que Anita encontra as demais personagens ali presentes.

Para Marc Ferro (1976) os estudos cinematográficos


relacionados à história devem levar em conta a variedade de
possibilidades em se estudar o filme. Trata-se, sobretudo, de uma obra
de linguagens que possibilita aliar som e imagem e estabelecer elos
com os espectadores. Para Ferro (1976), o cinema ou, nesse caso, a
minissérie, possui uma tensão que lhe é própria, trazendo à tona
elementos que realizam uma análise social:

Ela descobre o segredo, ela ilude os feiticeiros, tira


as máscaras, mostra o inverso de uma sociedade,
seus “lapsus”. É mais do que preciso para que, após
a hora do desprezo venha a da desconfiança, a do
temor (...). A idéia de que um gesto poderia ser uma
frase, esse olhar, um longo discurso é totalmente
insuportável: significaria que a imagem, as imagens
(...) constituem a matéria de uma outra história que
não a História, uma contra-análise da sociedade.
(FERRO, 1976. p. 202-203).

Segundo Ferro (1976), o filme, a novela ou a minissérie histórica,


seriam importantes fontes para revelar aquilo que o autor busca
expressar, muitas vezes em suas narrativas, podendo observar as
ideias sobre determinados personagens, fatos, práticas ou ideologias.
Para o autor, os historiadores devem procurar também, fazer uso do
cinema como meio de comunicação de suas concepções sobre a 9
História. Paiva (2008) observa que às minisséries se entrelaçam nas
mais profundas malhas da história, para ele, de certa forma, o olhar do
telespectador diante da televisão especifica novas espacialidades e
temporalidades para uma reconstrução da história. Dessa forma,
acabamos compreendendo que as minisséries históricas fazem uma
reconstrução do conhecimento histórico, atendendo um novo formato
proposto, ou seja, ao analisar a Anita da minissérie, pode-se pensar na
Anita Garibaldi histórica, pois, a personagem ali presente, existiu, ela
não é ficção, isso pode ser comprovado em fontes históricas da época.
Pensando nisso, percebe-se que é possível transformar a escrita em
imagens que procuram mostrar o tempo histórico, em filmes, novelas e
minisséries.

Chartier (2009) faz uma análise, em que os historiadores


percebem que as obras literárias desempenham um papel evidente na
coletividade em relação ao passado, até mais que muitos livros de
história, entretanto, não deixam dúvidas quanto à distinção entre
ficção e história:

[...] a ficção é um discurso que informa do real mas


não pretende representá-lo nem abonar-se nele,
enquanto a história pretende dar uma
representação adequada da realidade que foi e já
não é. (CHARTIER, 2009, p.24).

Segundo Decca (1997), a historiografia moderna e o romance


partilham, desde suas origens, o mesmo ideal que é encontrar o
sentido da experiência humana, 10

a diferença entre a historiografia e o romance não


está portanto naquilo que ambos perseguem, mas
no modo de investigar tais objetivos. A
historiografia direcionou-se para o campo das
ciências (...) acreditando na objetividade do método
e da teoria para a apreensão do mundo real.
Caminho diferente acabou percorrendo o romance,
na busca da apreensão do real, acreditando mais na
força da imaginação e da subjetividade. (DECCA
1997, p. 199).

A linguagem é a forma na qual a historiografia organiza seus


modelos metodológicos, formalizando uma narrativa, dessa forma,
como menciona Decca (1997, p. 200) “a historiografia e o romance são
modos de narrar eventos humanos com o objetivo de extrair os seus
significados”. Notadamente muitos romancistas escolhem para sua
obra a trajetória de personagens reais, como foi o caso em que
Wierzchowski (2003) observou e descreveu Anita Garibaldi. Estes
autores fazem de forma minuciosa, várias pesquisas, escolhendo com
atenção documentos, mas, segundo Schmidt (1997), de certa forma,
existem diferenças entre um historiador e um romancista:

Porém, insisto, seus compromissos são diferentes


daqueles que se impõem aos historiadores. As
possibilidades de invenção destes últimos estão 11
sempre restritas a um "campo de possibilidades
historicamente determinadas"que obviamente não
é ilimitado. (SCHMIDT, 1997, p.13).

Tanto para romancistas, quanto para historiadores, a análise


detalhada de documentos é de grande importância para ambos e como
continua afirmando Schmidt, (1997, p.13) [...] “os estudos biogr|ficos
podem ser de grande valia para a comprovação ou para a refutação de
diversas teses consagradas”. O historiador, pode utilizar-se da
imaginação, como faz o romancista, desde que esta seja esclarecida ao
leitor, enquanto tal, e delimitado pelas fontes disponíveis. Estes
procedimentos muitas vezes não são seguidos pelos jornalistas-
biógrafos, preferindo tramar em seus textos o "verdadeiro" e o
"verossímil", as "provas" e as "possibilidades" (SCHMIDT, 1997, p.14).
O imaginário é um recurso do historiador em seu processo de escrita.
Segundo Pesavento (2006) a narrativa histórica estimula a imaginação,
possibilitando uma realidade passada que só pode chegar até o leitor
pelo esforço do pensamento, um leitor de história cria em sua mente,
cenários e personagens históricos ao ler, da mesma forma que um
leitor de texto literário constrói mentalmente os cenários, as
personagens e suas articulações.

Segundo Pacheco (2007), Anita Garibaldi é uma mulher


estudada por historiadores, literatos, curiosos e amantes da história. A
historiografia vem analisando sua história por diversas formas de
mídias e olhares como biografias, ensaios, seriados de TV, iconografia e
iconologia. De tal modo as produções historiográficas e literárias,
esclarecem a trajetória de Anita junto de Giuseppe Garibaldi, narrando
suas histórias de vida, como enredo histórico, como quando da 12
conquista de Laguna pelos Farroupilhas, ou nas lutas pela unificação da
Itália. Wolfgang Ludwig Rau foi o maior colecionador de documentos
sobre Anita Garibaldi, assim como foi também, o primeiro autor a
apresentá-la como uma personagem histórica. O autor fez pesquisas e
procurou vencer a falta de dados históricos e tentou esclarecer e
preencher lacunas da vida dessa brasileira.

Num outro sentido, Silverstone (2005) argumenta que a mídia,


é uma ferramenta para a manifestação da memória, mostrando o
passado, no sentido de apresenta-lo e representá-lo. “Memória que é
pública, popular, difusa, plausível e, portanto, irresistível e também, de
tempos em tempos, compulsiva.” (SILVERSTONE, 2005, p. 234). Para o
autor “As memórias da mídia são memórias mediadas. A tecnologia
tanto conectou como interveio”. (SILVERTONE, 2005, p. 242). A
teledramaturgia é responsável também, por transmitir a história e
trazer o conhecimento sobre o passado, o que acaba levando os
indivíduos a construir sua memória mediada.
Rosenstone (2010) argumenta que um filme histórico, assim
como um livro, não é o real, para ele uma obra fílmica e um livro de
História compartilham das mesmas limitações, o filme histórico e o
livro de História, pertencem ao campo das representações, são
produções que se aproximam muito, pois, “referem-se a
acontecimentos, momentos e movimentos reais do passado e, ao
mesmo tempo, compartilham do irreal e do ficcional” (ROSENSTONE,
2010 p.14). Silverstone (2005) aponta que não há uma divisão
evidente entre a representação histórica do passado e a popular.

Elas se fundem, como também rivalizam, no espaço


público. E, juntas, definem para nós tanto os textos 13
como os contextos: para a identidade, a comunidade
e, na base dessas duas, para a crença e ação, que
talvez sejam os fatores mais importantes.
(SILVERSTONE, 2005, p.236-237).

No caso da minissérie, “A casa das sete mulheres”, a produção


estava voltada à uma reconstituição histórica da Revolução
Farroupilha e, durante os capítulos, a trama aliou aos fatos históricos à
um enredo e personagens fictícios, ficando no limite da ficção e da
história, exemplo maior foi a construção do personagem de Anita,
parte histórico, parte ficcional, mas sobretudo criado pelas novas
demandas criticas do publico.
Vida política e militar de Anita Garibaldi

Anita Garibaldi é uma das poucas mulheres brasileiras que,


antes do século XX, participou, de eventos políticos e militares da
História do Brasil, pois, essas questões sociais não diziam respeito à
mulher, era papel do homem se preocupar com questões públicas. No
entanto, Anita participou de algumas batalhas que foram decisivas na
luta republicana do Rio Grande do Sul. Lutavam por um governo de
todos. Como define Bobbio (2004) no dicion|rio de política “(...) o
termo República se contrapõe à monarquia”. A República quer
evidenciar o pensamento de uma sociedade, o bem comum. A
República mostra a vontade do povo, enquanto que na monarquia
quem expressa essa vontade é o rei. O republicanismo enfatiza os
deveres e a participação política dos cidadãos, sobretudo no Rio Grade 14
do Sul o republicanismo passou a ter maior importância com o
surgimento da Revolução Farroupilha, adquirindo ainda mais
importância com a proclamação da República Rio-Grandense.

Os farrapos buscaram, até fevereiro de 1845, através da


república, garantir a autonomia local tentando construir um Estado
soberano e independente, porém nem todo o Rio Grande do Sul, foi
favorável aos farroupilhas, algumas cidades mantiveram-se a margem
do processo revolucionário, nunca estando sob o controle dos
Farrapos. Os ideais de autonomia e substituição do regime monárquico
pelo republicano tinham em Laguna, fervorosos e intransigentes
adeptos, como foi o caso de Anita, que, conforme RAU (1975), sempre
esteve envolvida nas reuniões republicanas. O republicanismo
consistia em uma das principais ideologias de oposição ao império, a
República, entretanto, tinha um significado maior do que o de Estado,
pois, ela não era apenas um território, mas um território organizado
politicamente, desta forma, o republicanismo constituía-se em uma
importante ideologia utilizada na construção destes novos Estados.

Anita foi casada com o sapateiro Manuel Duarte de Aguiar,


casou-se aos catorze anos, casamento arranjado por sua mãe. A
dificuldade de romper a ordem social e o tradicionalismo dos
costumes, não deu escolha a Anita com relação ao matrimônio, mesmo
sendo uma mulher de caráter decidido e dona de suas vontades, Anita
teve que aceitar as bodas como se fosse seu destino irremediável, pois
essas eram as condições sociais daquele período, de dominação
masculina, conforme Freyre (1986) “da mulher ser tantas vezes no
Brasil vítima inerte do domínio ou do abuso do homem”.

Em 29 de julho de 1839, em Santa Catarina, Garibaldi e os 15


Farrapos proclamaram a República Juliana, eles desejavam
transformar todas as províncias do Império Brasileiro em repúblicas
autônomas. Garibaldi chegou a Laguna no comando do Lanchão Seival,
onde derrotaram a marinha e as tropas imperiais e entraram vitoriosos
em Laguna, Anita vai lutar por seus ideais, aderindo-se aos farrapos.
Segundo Ribeiro (2011), sua história será resgatada pelos
historiadores somente a partir da proclamação da República, fruto do
novo contexto político. Anita no período em que viveu, foi vista pela
sociedade como “diferente”, pois não era normal uma mulher pegar em
armas para defendê-los, sobretudo seu posicionamento e ação política.
Conforme observamos até o momento, a sociedade daquele período
refletia a dominação masculina. Entretanto, contemporaneamente a
nova sociedade começou a refletir melhor sobre a posição das
mulheres e como equivalente, Anita ganhou nova contextualização, foi
apresentada como mulher forte, desprendida e vista pela sociedade
como heroína autêntica, heroína desmistificada.
A figura de Anita Garibaldi atualmente é celebrada pela cidade
de Laguna, em que no mês de julho se encena a Tomada de Laguna
pelas forças farroupilhas, envolvendo toda a cidade nas festividades da
Proclamação da República. Parte dessa nova contextualização é
percebida quando a mulher Anita Garibaldi nomeia no Estado de Santa
Catarina, ruas, praças, escolas, museus:

Numerosas cidades brasileiras levantaram


monumentos em sua memória e a Itália a
consagrou, colocando-a no que ergueu ao guerreiro
que foi seu esposo. Muitas ruas levam o seu nome e
a glória tem aureolado o nome da pobre lagunense 16
que partiu desprezada de sua terra e a ela voltou
imortalizada no bronze. (CABRAL, 1970, p. 137).

No serviço militar, os homens cumprem várias funções nas quais


as mulheres não possuem equivalentes ou condições especificas, esse
espaço de guerra acabou construindo uma caracterização masculina,
porém as mulheres não estão ausentes desse ambiente. O homem é
visto como forte, ou seja, mais corajoso que as mulheres, tendo
obrigação de protegê-las, já a mulher é vista como um ser frágil, o que
fica evidente na sociedade patriarcal, conforme observa Freyre (1986),
existe essa diferença entre o homem e a mulher, reforçando esse
conceito de dominação e fragilidade. Como relata Oliveira (2009), a
mulher dessa época era dominada pelo homem, devendo respeitá-lo,
pois, a mesma era um produto nas mãos de seus pais, maridos e até
seus irmãos.
A mulher do Brasil oitocentista, formada e
constituída socialmente nesta ordem, era
subordinada e dependente do pai ou do marido,
sendo feita propriedade do homem e calada por ele.
Desde menina era ensinada a ser mãe e esposa, sua
educação limitava-se a aprender a cozinhar, bordar,
costurar, tarefas estritamente domésticas, que
restringia a mulher apenas ao espaço privado como
sendo o único lugar, e sem contestar pois seu
espaço estava determinado. Carregava o estigma da
fragilidade, da pouca inteligência, afirmações do
patriarcado que construiu estereótipos ao longo do
processo histórico, onde foram sendo reproduzidos
como natural, definindo assim o papel social da 17
mulher, como propriedade e produto do homem,
devendo obediência ao “seu senhor”. (OLIVEIRA
2009, p.01)

Oliveira (2009) relata que o patriarcalismo era o que


determinava o espaço social brasileiro no século XIX, cabendo à mulher
o papel de boa moça, deveriam ser boas mães e boas esposas,
formadoras de futuros cidadãos. As mulheres acabavam aceitando esse
papel, mas, segundo Oliveira (2009), elas, através da saída de casa para
a escola, começaram a ter uma participação no espaço público e uma
redefinição de seu papel social. A profissionalização do magistério
acabou abrindo as portas do mercado de trabalho, ampliando inclusive
a educação familiar dos próprios filhos e filhas. Acabaram adquirindo
uma profissão, tinham como se sustentar, estavam a um passo de sua
independência.
Anteriormente, as mulheres eram vistas apenas como figura
materna e as políticas publicas em relação a mulher eram voltadas
para a amamentação e os cuidados com as crianças e com o lar.
Resultado desse processo o elemento feminino apresentado na mídia,
ainda reflete estereótipos ligados a educação doméstica, religião,
política, cinema e literatura cheios de desigualdades. Silva (2005) faz
uma análise em livros didáticos nos quais, segundo ele, a violência
praticada contra a mulher não é apenas física, mas também simbólica.
Alerta para o erro da manutenção das “(...) permanências negativas {s
mulheres nos espaços de socialização”. Dificultando em grande parte,
a organização de uma sociedade mais igualitária. E no que se refere à
representação feminina, o autor complementa:

18
Que idéia do papel da mulher na construção da
sociedade nos é apresentada (...) o papel da mulher
é estar sempre em uma situação de subordinação,
realizando trabalhos domésticos, cuidando de filhos
e, também, em situação de consumo. Cuidar das
crianças, velar pelo marido, fazer compras, agir na
domesticidade do lar. Lugares de reclusão e de
participação menor nos negócios da sociedade.
Transmitindo tais valores, como esperar que as
novas gerações de mulheres venham a sentir-se
sujeitas de suas próprias histórias e entendê-las
como parte de um processo maior? (SILVA, 2005
p.157)
Porém, mesmo com essas limitações e preconceitos referentes
às mulheres, no início de novembro de 1839, Anita entrou em combate
em Imbituba. Em 15 de novembro, ocorreu o confronto com a
esquadra imperial sob o comando do Almirante Mariath, quando a
marinha farroupilha foi destruída. No final do mês, Garibaldi e Anita
acompanharam as tropas de Canabarro em retirada em direção ao Rio
Grande do Sul. Já no final de dezembro, lutaram na batalha de
Curitibanos, quando Anita caiu prisioneira, tendo empreendido a
lendária fuga do acampamento imperial e reencontrando Garibaldi oito
dias depois. Em 16 de setembro de 1840, nasceu Menotti em São José
das Mostardas. Como observa Rau (1975), Anita fez uma dura marcha
pelo planalto médio, quando quase perdeu seu bebê, Garibaldi e Anita
partiram para Montevidéu, onde lutaram com suas tropas, nesse
contexto podemos obsevar que ela não limitou sua participação 19
militares, ela continuou participando ativamente dos confrontos, como
mulher, esposa e mãe. Muitas mulheres como Anita, tiveram
participação, direta ou indiretamente com guerras e conflitos, porém
suas histórias foram esquecidas, destaca Rau:

A participação direta de mulheres em lutas


violentas é geralmente esquecida, dificilmente
reconhecida. Entretanto, apesar disso, de alguma
maneira, as mulheres sempre estiveram envolvidas
em guerras, revoltas e guerrilhas. E muitas vezes
pegam armas. (RAU, 1975, p. 423)
Retornando a Europa, Anita e Giuseppe desembarcaram em
solo italiano, dando inicio a uma nova fase na vida de Anita Garibaldi.
Rau (1975, p.228). faz uma observação sobre a vontade de Garibaldi
voltar para a It|lia: “aumentava-lhe ainda mais o ardente desejo de
voltar a It|lia” Anita com aproximadamente vinte e sete anos,
conforme sonhava com a terra de seu marido, “tendo construído para
si todo um mosaico imagin|rio da p|tria de Garibaldi”, (Rau 1975,
p.328).

Apesar de viver em uma sociedade em que o homem era


venerado, Anita não era oprimida ou submissa às regras que a
sociedade impunha, negando qualquer elemento que a pudesse
prendê-la ao ambiente fechado da casa e às tarefas domésticas,
preferia o que aos olhos do público era o hábito de um homem. 20
Conforme Ribeiro (2010) a opressão ao feminino nesse período
histórico ampliava a dificuldade das mulheres se posicionarem perante
a sociedade de forma autônoma e individualizada.

Os atos de galopar, ir ao mercado, matear no


comércio e discutir política são atitudes atribuídas
aos homens e proibidas às mulheres. Todavia, a
personagem não se submete às normas que
estabelecem a opressão feminina e transita no
espaço público como o seu território (RIBEIRO,
2010, p. 5)
Enquanto seu marido participava do movimento da unificação
italiana, Anita e os filhos ficaram na casa de dona Rosa Raimondi, mãe
de Garibaldi. Conforme Rau (1975), Anita estava nervosa com notícias
de que Roma fora sitiada, e mesmo estando grávida e enferma em
junho de 1849, pusera-se ao encontro de seu marido, embora Garibaldi
quisesse mantê-la longe da guerra:

Esta mãe, novamente grávida, expôs-se no teatro


das operações, determinada a dividir os extremos
perigos de adesão a uma República cadente junto ao
homem a quem considerava diferente dos maridos
de outras mulheres, e de maior valor do que 21
qualquer filho pudesse ter. (RAU, 1975, p.380).

Grávida de seu quinto filho, se juntou às tropas de Garibaldi, e com


a queda da república Anita, Garibaldi e a tropa que os acompanhavam,
fugiram de Roma. Durante a fuga, Anita demonstra muito cansaço
ficando cada vez mais doente, tendo que ser carregada pelo seu
marido. Anita falece em 04 de agosto de 1849, em Madriole, perto de
Ravenna. Por causa da aproximação da tropa inimiga, seu corpo é
enterrado na areia às pressas. Dias depois, uma menina descobre seu
braço,fora da sepultura e autoridades são avisadas, descobrem que o
corpo pertence à Anita, seu corpo passa por diversos sepultamentos
até ser enterrado definitivamente em 1932, em Roma, local onde foi
erguido um monumento em sua homenagem.
Percebemos através de leituras, que sua vida foi romanceada, e
que para muitos ela foi uma heroína, como observa Collor (1977, p.
332) “Nunca imaginaríamos ver uma mulher tão valorosa. Enchia-nos
de orgulho o fato de ser ela uma catarinense, uma compatriota, que
dava ao mundo tão sublime provas de valor e intrepidez”. Vimos que
ela, apesar de ser intrépida, passou por restrições de uma sociedade
patriarcal e dessa forma, nos faz refletir acerca das diferenças sexuais,
que a sociedade cria nas relações de gênero. O feminino e o masculino
são considerados opostos e com valores diferentes, como observamos
na maioria das vezes o que é pertence ao universo masculino é mais
valorizado.

22
Considerações Finais

O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo sobre a vida


pública de Anita Garibaldi e como ela foi observada em obras literárias
e televisiva, identificando como sua vida era descrita biograficamente e
como era a vida das mulheres naquele mesmo período histórico.
Através de análises literárias, pôde-se observar um romantismo muito
forte que se dá em torno de sua vida, porém verificamos como foi uma
mulher que desejou ir além do que a sociedade patriarcal impunha
naquela época. Fazendo leituras referentes a vida de Anita e de outras
mulheres, podemos observar o quanto suas histórias são esquecidas
nesse ambiente de batalhas e guerras. O homem é visto como forte, ou
seja, mais corajoso que as mulheres, tendo obrigação de protegê-las, já
a mulher é vista como um ser frágil com dever de cuidar da casa, o que
fica evidente na sociedade patriarcal, conforme observa Freyre (1986),
existe essa diferença entre o homem e a mulher, reforçando esse
conceito de dominação e fragilidade.
Muitas vezes a história das mulheres é contada pela visão
masculina a qual a silencia, tornando-a não a autora da sua própria
história. Essa exclusão das mulheres da vida pública deve-se aos
discursos masculinos dominantes, pois, foram os homens que, ao longo
do tempo, representaram socialmente as mulheres.

Apesar de viver em uma época em que o homem tinha domínio


sobre a mulher, e que deveria ser submissa a ele, Anita Garibaldi
rompeu com esses padrões, procurando lutar pelo que acreditava,
colocando em risco sua própria em vida em defesa da República
Catarinense, mas, sobretudo no que acreditava. Podemos observar que
Anita Garibaldi, era uma mulher que buscava alcançar seus
pensamentos políticos, apesar de muitos romancearem a sua história,
de que ela lutou ao lado do seu “grande amor”. Anita Garibaldi desde 23
criança se mostrava diferente, como relata Lindolfo Collor (1977, p.
262), Anita “revela desde criança um car|ter independente e resoluto.
Sabia impor-se pela energia”. Toda essa an|lise proporcionou uma
reflexão acerca da figura de Anita, todo seu posicionamento e luta
política, ampliaram os olhares sobre a “mulher”, resinificando nossa
visão sobre a história.

Mesmo longe do movimento farroupilha, de sua terra, manteve


sua condição de mulher e suas convicções políticas, ao mesmo tempo
em que cumpriu seu papel de soldado, mãe, mulher e esposa. Assim
percebe-se que Anita Garibaldi foi uma mulher que buscou lutar pelo
que acreditava e que sua vida nos revela a condição feminina, abrindo
espaço para a história de vida de outras mulheres, que naquele mesmo
período também lutaram, mas que suas histórias acabaram
simplesmente esquecidas.
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