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Pododermatite – CAUSAS

As afecções de casco em bovinos estão entre as principais enfermidades que acometem


os rebanhos brasileiros, os animais com problemas podais andam menos, ficam para trás
do rebanho, alimentam-se menos, mantém-se sempre perto de aguadas, não
exteriorizam os sinais de cio e permanecem grande parte do tempo em decúbito,
consequentemente, observa-se uma alteração na performance reprodutiva,
principalmente com relação a ocorrência de anestro. Tais problemas relacionados às
enfermidades de cascos em bovinos vêm ganhando importância devido ao seu alto
impacto sobre os gastos nas fazendas leiteiras. Além das perdas diretas na produção de
leite, os problemas de casco também provocam diminuição da eficiência reprodutiva,
aumentam a incidência de mastite, gastos com tratamentos, taxa de descarte, podendo
chegar, em alguns casos, até na morte do animal.
A prevalência de cada tipo de lesão está diretamente relacionada com a presença de
fatores predisponentes e sistema de produção. Dentre os principais fatores
predisponentes podemos destacar acúmulo de matéria orgânica, alta taxa de lotação,
excesso de umidade, terreno abrasivo, dieta rica em concentrado, tempo de permanência
em posição quadrupedal, presença de estruturas que podem causar trauma no casco e
dígitos (quinas e objetos pontiagudos) e predisposição genética. Sistemas de
confinamento e semi-confinamento apresentam maior incidência na ocorrência de
lesões podais quando comparados ao sistema extensivo, explicado pelo fato da
dificuldade na higienização de suas instalações, pois a umidade em excesso favorece o
amolecimento dos cascos, tornando-os mais frágeis e susceptíveis a traumas. No entanto
a não utilização de água na higienização dos recintos não promove total remoção da
matéria orgânica do piso das instalações, o que também pode contribuir para a
ocorrência dos problemas de casco, devido a maior concentração de agentes infecciosos
no ambiente. Em sistemas extensivos as lesões ocorrem com maior frequência em
decorrência de traumas por agentes mecânicos, como troncos e galhos de árvores nas
pastagens, presença de piçarra, relevos montanhosos, irregularidade no piso dos currais,
que servem de porta de entrada para agentes infecciosos.
Dentre as afecções podais, a pododermatite, pododermite, também chamada de
necrobacilose ou de FOOT HOT, ou seja, “frieira”, é uma enfermidade de natureza
infecciosa e contagiosa, das mais freqüentes nos rebanhos de gado leiteiro, que afeta os
cascos principalmente de bovinos, ovinos e caprinos, provocando um processo
multifocal, resultante da invasão numa lesão prévia do casco, por bactérias presentes no
solo, em quase sua totalidade, são lesões contaminadas e que tem como principais
agentes etiológico o Fusobacterium necrophorus, Bacterioides nodosus, no entanto,
outras bactérias como Staphylococcus sp, o Streptococcus sp, Escherichia coli, também
vêm sendo isoladas em cultivos laboratoriais.
A incidência da enfermidade é alta durante o tempo úmido ou quando há umidade no
solo pois quando o volume de chuva é maior os animais passam boa parte do tempo em
ambientes fechados, sem muita locomoção e, muitas vezes, sobre pisos que prejudicam
a boa conservação dos cascos. Os solos pedregosos, os caminhos cheios de cascalhos
pontiagudos e o pastoreio em restolho grosso também predispõe à doença.
A pododermatite é observada durante todo o ano e a prevalência é maior nas estações
úmidas, entretanto, esta enfermidade também pode ocorrer com certa frequência nas
estações secas, quando o terreno está firme. Alguns afirmam que a doença é mais
comum durante o inverno, período em que os animais, por estarem estabulados, passam
horas sobre suas excretas e urina.
Causada fundamentalmente por 4 fatores, sanitários, genéticos, ambientais e
nutricionais, tal moléstia pode ocorrer pelo excesso de alimentação à base de
carboidratos, falta de higiene, aftosa, o caráter da raça, já que algumas são mais
resistentes que outras; o manejo, devido ás condições de higiene dos estábulos; a
nutrição dos animais, pois indivíduos que são alimentados com excesso de concentrado
possuem cascos menos resistentes além dos efeitos ambientais, como clima, temperatura
e solo, onde o animal fica exposto a superfícies irregulares, com pedras, pastos secos,
ambientes úmidos e com más condições de higiene. 

Estão mais propensos a desenvolverem as afecções, os bovinos que:

 caminham sobre superfícies irregulares


 superficíe com pedregulhos
 terrenos acidentadas
 pisos duros e escorregadios
 pisos sujos e úmidos;
 higiene incorreta das instalações 
Complemento :

 Evite pisos muito duros. Enquanto a superfície de terra absorve o impacto da


locomoção, o concreto transmite o impacto de volta ao casco, o que pode contribuir para
as lesões;
 Se possível, permita acesso diário a pisos de terra bem drenados e sem detritos.
Isto vale tanto para vacas confinadas quanto para as criadas a pasto;
 Evite que as vacas tenham que ficar em pé em pisos de concreto por longos
períodos, como em salas de espera e ordenha;
 Verifique a taxa de conforto dos barracões. A proporção de vacas deitadas é um
bom indicativo de conforto tanto para sistema de confinamento quanto para criações a
pasto.
 Faça o casqueamento e pedilúvio desde cedo em animais ainda jovens;
 Promova uma nutrição que contemple zinco, cálcio, fibras e vitaminas E e D.

Os dígitos dos bovinos são constituídos três tipos de tecido: a epiderme, a derme e o
tecido subcutâneo. A epiderme é queratinizada que da origem ao estojo córneo e a
derme, também chamada de cório, é uma estrutura altamente 3 vascularizada que tem
como função a nutrição do casco. Por último, o tecido subcutâneo que forma a almofada
digital. O tecido córneo possui divisões de acordo com sua localização, função e
constituição, sendo elas: muralha, talão, bulbo do talão, sola, linha branca e pinça. Estes
tecidos possuem diferentes graus de dureza de acordo com a localização.
Anatomia do casco bovino:
Prejuízos causados pelas doenças de casco

 Perda de peso, aumentando o risco de doenças metabólicas;

 Diminuição da produção de leite e carne 

 Dificuldade em demonstrar cio e diminuição da eficiência reprodutiva.

 Redução do consumo de alimentos e ingestão de água, tornando o bovino mais


frágil;
Postura normal do animal à esquerda (curvilhoes devidamente alinhados); Posição
"em X" do animal da direita-"cow-hocked" (curvilhoes abduzidos e pinças
apontadas para fora)

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