Você está na página 1de 5

4 - Com relação aos diversos sinais clínicos apresentados o que deveria ser observado e testado

em se tratando da ambientação dos animais, pensando que tais problemas poderiam ser apenas
erro de manejo.

Estresse causado pela constante exibição destes animais seguido de falta ou incorreto planejamento
quanto a fuga, Deficiência proteica (Estresse de captura, alimentação incorreta, temperatura do
recinto muito baixa), Dimensão das baias, Ausência de termostato e umiostato, Fonte artificial de
iluminação e aquecimento não protegidos, Umidade baixa, Fornecimento de alimento vivo;

Utilizado no zoológico: piso de areia, terra, folhiço, grama, troncos e pedras e local de segurança
(fuga)

Problemas relacionados as instalações (Fatores abióticos) - Substrato

Substrato de areia pode causar irritação quando em contato com as escamas ventrais e desencadear
dermatites.

Quanto ao local de segurança e fuga, podemos relacionar a disecdise como uma resposta ao
estresse causado pela constante exibição destes animais seguido da falta ou um incorreto
planejamento quanto ao local de fuga, devendo ser preconizado um refúgio, que pode ser um tijolo
oco, um vaso de planta furado e invertido, um tronco oco ou um canudo de papel, dando conforto
ao animal e evitará estresse excessivo.

Problemas relacionados as instalações (Fatores abióticos) - temperatura

Utilizado no zoológico: sistema semi-intensivo, com solário se sombreamento.

Desvantagens desse tipo de manutenção são apontadas pelo autor e estão relacionadas com o
clima, que deve ser o mesmo ou muito semelhante com aquele nativo das serpentes a serem
criadas.

A deficiência proteica é a doença nutricional mais comum em serpentes mantidas em cativeiro. A


maioria das espécies sofre anorexia comportamental em determinados momentos, que é um dos
primeiros sinais clínicos na maioria das enfermidades. São vários os fatores que fazem com que os
animais deixem de se alimentar sem estarem doentes: estação reprodutiva; estresse de captura;
alimentação incorreta; temperatura do recinto muito baixa, não possibilitando a atividade normal
das enzimas gástricas, pancreáticas, hepáticas e intestinais; e período que antecede à ecdise

Poderíamos pensar em um erro durante a elaboração do recinto com relação as suas dimensões,
pois, por mais que a mesma tenha sido projetada de acordo com o mínimo preconizado pela
legislação, de acordo com alguns estudos a dimensão das baias influenciam no bem-estar dos
animais. Caso o recinto seja muito pequeno, os animais podem entrar num processo de estresse
fisiológico que, por sua vez, pode levar a disecdise. As vantagens de um recinto maior, contudo,
estão representadas pelos amplos espaços que permitem às cobras se movimentarem entre a fonte
de água, num extremo, e os abrigos, no outro, aproveitando ao máximo elementos naturais como
banhos de sol, chuvas e ventos.

Outro fator que pode ser relevante e estar associado a este processo de discdíse é a presença ou
ausência de termostasto e umiostato. Caso seja ausente, o controle exato da temperatura e
umidade fica comprometido e, por sua vez, a falta de umidade correta do ambiente pode fazer com
que o animal apresente este quadro clínico. Sendo assim, para espécie em questão deve-se
preconizar a utilização de fontes de aquecimento tais como placas, lâmpadas (bem posicionadas e
com grade de segurança) ou pedras de aquecimento.
Fonte artificial de iluminação e aquecimento não protegidas, também podem ter levado as
lacerações nas giboias por queimadura. sendo assim, os recintos devem ser providos de fonte
artificial de aquecimento que seja adequada a espécie (segura contra eletrocussão e queimaduras e
que mantenha umidade ideal para a espécie) e promova um gradiente de temperatura que permita
aos animais termoregular de acordo com suas necessidades.

Problemas relacionados as instalações (Fatores abióticos) - umidade

Encontrado no zoológico - área enxarcada com rampa

Umidade baixa também pode ser um dos fatores que podem ter levado ao sinal de disecdise nas
serpentes, tendo em vista que a umidade do ar é extremamente importante para a troca de pele
destes animais. A falta de um controle exato da umidade pode fazer com que o animal se desidrate
com maio facilidade em períodos seco que, por sua vez, acaba impedindo a ecdise

Para a manutenção da umidade, são utilizados borrifadores manuais de água ou umidificadores de


ambiente. Para manter temperatura e umidade adequadas, podem ser usados termostatos.
Umidade em excesso, sem ventilação adequada, favorece o crescimento de fungos e bactérias, que
podem ser prejudiciais à saúde dos animais.

Problemas e doenças que podem estar relacionados a anorexia

Também podemos pensar o sinal clínico de anorexia e laceração como uma resposta ao estresse
causado pelo erro de manejo já citado, associado a um erro gravíssimo durante a alimentação.

Problemas e doenças que podem estar prelaciados a anorexia e laceração nas jiboias - Alimentação

Tal erro pode ser devido ao fornecimento de alimento vivo às serpentes e se tratando do caso
específico em questão, os ratos eram privados de alimento e àgua, fazendo com que os mesmos
alterassem seu comportamento devido ao estresse alimentício e hídrico, envolvendo em briga com
as serpentes durante a alimentação, podendo causar até inapetência nas mesmas.

A Legislação sobre proteção dos animais (no Brasil, Decreto no 24.645, de 10 de julho de 1934, Art.
3) impede muitas vezes a alimentação de animais com outros animais vivos. Isso, no caso das
serpentes, cria um impasse, uma vez que o movimento e o calor corporal costumam ser fatores
essenciais para a detecção do alimento. Alguns criadores, no exterior, utilizam com sucesso um
artifício que consiste em congelar os camundongos e armazená-los no freezer até o momento da
alimentação das serpentes, sendo ofertados às mesmas depois de aquecidos em forno de
microondas. Essa técnica apresenta algumas vantagens adicionais ao fato humanitário de evitar a
dor do envenenamento aos camundongos, tais como a economia de espaço nos biotérios de criação
desses mamíferos, possibilitando, por um lado, grandes estoques de alimento em momentos de
abundância para serem consumidos oportunamente e, por outro, a eliminação, pelo congelamento,
de alguns germes e outros organismos patogênicos, diminuindo assim a possibilidade de
contaminação das serpentes

Problemas e doenças que podem estar prelaciados a anorexia e laceração nas jiboias - Doenças
infeciosas

Estomatite

A estomatite infecciosa ou estomatite ulcerativa é uma afecção na cavidade oral que pode evoluir de
simples inflamação para pontos hemorrágicos, ulceração e necrose da mucosa oral. Os fatores
predisponentes são estresse, superpopulação, temperaturas baixas, má nutrição e traumatismos. Os
sinais clínicos incluem salivação excessiva, anorexia, hiperemia da mucosa oral, edema gengival,
petéquias, eritema, ulceração da mucosa e placas caseosas.

Pela anamnese superficial dos animais, como denota a questão, podemos fazer uma análise clínica
mais minuciosa da cavidade oral das cobras, pois a estomatite pode estar dificultando com que as
cobras se alimentem devido a algum erro de manejo, fazendo com que as mesmas tenham uma
queda da imunidade por conta do estresse, propiciando infecções secundárias.

Gastroenterites

Os fatores predisponentes imunossupressores incluem frio, deficiência nutricional, parasitismo,


superpopulação, falta de higiene e outros.

Enfermidades gastrintestinais causadas por Candida spp. Também pode ser suspeita

Hipovitaminose C

A maioria dos répteis é capaz de sintetizar vitamina C. A síntese desta vitamina ocorre normalmente
nos rins e intestinos das serpentes; porém, se estes órgãos estiverem acometidos por alguma
enfermidade, haverá diminuição na produção desta vitamina, resultando na síndrome de
hipovitaminose C ou escorbuto. A vitamina C está estreitamente relacionada com a produção de
colágeno, e sua deficiência leva à ruptura espontânea da pele (Figura 15.38) e sangramento de
mucosas, sendo mais facilmente evidenciada na mucosa oral

Doenças respiratórias (paramixovírus)

O paramixovírus de serpentes é descrito como agente causador de enfermidade importante em


viperídeos, sendo associado a epizootias com elevado índice de mortalidade. Os sinais clínicos
incluem dificuldade respiratória, diminuição ou ausência de apetite, opistótono e alteração da
propriocepção.

Sendo assim. A partir da auscultação da frequência pulmonar e qualidade do som pelo doopler
poderia ser sugestivo para esta doença, podendo ser a causa primária, levando o animal a
inapetência e ao quadro de anorexia, além de estar associado indiretamente ao quadro de
laceração, pois as cobras acometidas seriam menos responsivas aos ataques dos roedores.

Doenças parasitárias - ectoparasitas

Durante a avalição clínica das serpentes, deve-se ficar atento quanto a possível presença de
ectoparasitasi, tais como o ácaro Ophionyssus natricis , sendo este um possível causador da
disecdise nas cascaveis, além de serem agentes transmissores de hemoparasitas e vírus.

Doenças parasitárias - endoparasitas

Erro de manejo pode deprimir o sistema imunológico das cobras, deixando-as mais susceptíveis aos
danos parasitários. Sendo assim, os exames coproparasitológicos são de grande ajuda.

O diagnóstico de parasitismo pode ser feito por exame direto, concentração por flutuação e por
centrifugação de ovos e oocistos.

5 – Quais examens complementares poderiam ser coletados para uma avaliação desses animais,
quais amostras seriam coletadas e quais pesquisadas e por quê?
Durante a avalição clínica das serpentes, deve-se ficar atento quanto a possível presença de
ectoparasitasi, tais como o ácaro Ophionyssus natricis , sendo este um possível causador da
disecdise nas cascaveis, além de serem agentes transmissores de hemoparasitas e vírus.

Avaliação clínica da cavidade oral para identificar se há salivação excessiva, hiperemia da mucosa
oral, edema gengival, petéquias, eritema, ulceração e placas caseosas.

Pela anamnese superficial dos animais, como denota a questão, podemos fazer uma análise clínica
mais minuciosa da cavidade oral das cobras, pois a estomatite pode estar dificultando com que as
cobras se alimentem devido a algum erro de manejo, fazendo com que as mesmas tenham uma
queda da imunidade por conta do estresse, propiciando infecções secundárias.

Caso a suspeita seja confirmada, deve-se fazer um suabe da cavidade oral, cultura e antibiograma
para que seja proposto o melhor protocolo para tratamento.

Sinais clínicos e histórico para suspeita de paramixovírus. Após avaliação clínica minuciosa e
presença de sinais clínicos que incluem dificuldade respiratória, diminuição ou ausência de apetite,
opistótono e alteração da propriocepção. sendo assim. A partir da auscultação da frequência
pulmonar e qualidade do som pelo doopler poderia ser sugestivo para esta doença, podendo ser a
causa primária, levando o animal a inapetência e ao quadro de anorexia, além de estar associado
indiretamente ao quadro de laceração, pois as cobras acometidas seriam menos responsivas aos
ataques dos roedores.

Exames complementares:

 Exames de rotina hematológico e bioquímico através de amostras de sangue, com o objetivo


de analisar a função renal e hepática dos animais e assim, sugerir ou eliminar qualquer tipo
de suspeita acerca do comprometimento de tais órgãos que, por sua vez, possa levar aos
sinais clínicos observados, como no caso de uma hipovitaminose C, sendo que esta é
normalmente sintetizada nos rins e intestinos das serpentes, porém, se estes órgãos
estiverem acometidos por alguma enfermidade, haverá diminuição na produção desta
vitamina, resultando na síndrome de hipovitaminose C ou escorbuto. A vitamina C está
estreitamente relacionada com a produção de colágeno, e sua deficiência leva à ruptura
espontânea da pele e sangramento de mucosas, sendo mais facilmente evidenciada na
mucosa oral
 Radiografia da porção toráxica, lavado pulmonar para isolamento microbiológico e
antibiograma caso haja suspeita de afecções pulmonares (pneumonia) após avaliação clínica
mais minuciosa.
 Além disto, o exame hematológico é de grande importância, pois o aumento de leucócitos
circulantes pode sugerir um quadro infeccioso, podendo explicar o quadro clínico de
anorexia.
 Coleta asséptica da amostra de ferida – cultura e antibiograma, com o objetivo de identificar
se há infecção fúngica, bacteriana ou viral que possa ter sido primária ou adquirida de forma
secundária. Assim, o tratamento pode ser mais efetivo. ;
 Exame coproparasitológico - Para a determinação da verdadeira causa da anorexia é
recomendável a realização de exames coproparasitológicos para identificar se há a presença
de endoparasitos gastroentéricos que podem estar causando a anorexia, coprocultura para
isolamento microbiológico e antibiograma, ultrassonografia e endoscopia. Suspeitas:
Rhabdias sp., Strongyloides sp., Ophidascaris sp., Plydelphis sp., kalicephalus sp.
6 – Discorra sobre esse procedimento, se julgam correto, e correlacionem com os sinais clínicos
apresentados pelos animais. Qual doença poderia estar relacionada a este manejo e as lacerações de
pele das jiboias.

Este procedimento é incorreto. Tal erro pode ser devido ao fornecimento de alimento vivo às
serpentes e se tratando do caso específico em questão, os ratos eram privados de alimento e àgua,
fazendo com que os mesmos alterassem seu comportamento devido ao estresse alimentício e
hídrico, envolvendo em briga com as serpentes durante a alimentação, podendo ter causado as
lacerações. Além disto, o cheiro forte de amônia é um indicativo de que o manejo sanitário não
estava sendo feito da forma e na frequência correta, ou até mesmo poderia haver algum problema
relacionado a circulação de ar, concentrando este metabólito no ambiente. A amônia é um
composto irritante para as mucosas do trato respiratório e predispõe a infecções secundárias e
pneumonias. Devido ao ambiente inóspito como foi descrito o biotério, também poderíamos
suspeitar de uma leptospirose, sendo o agente patológico contraído através de um rato
contaminado. Quanto aso sinais clínicos, ainda não se sabe muito bem ao certo, pois isto dependerá
de qual órgão é afetado, havendo uma maior preferência pelo fígado e pelo rim. Isto, por sua vez,
pode talvez explicar a anorexia e a laceração de pele da jiboia pelopossível acometimento do
parenquima renal e a insuficiência em sintetizar vitamina C. além, também, de uma deficiência na
síntese proteica causado pelo acometimento do parenquima hepático.

9 – Com relação ao manejo sanitário preventivo, qual protocolo sanitário seria instituído, quais
doenças seriam testadas, com qual frequência, quais amostras seriam coletadas, quais exames
laboratoriais seriam realizados – Montar um quadro

Tratamento preventivo do biotério

No biotério de roedores é recomendado o controle de temperatura e umidade, autoclavagem da


ração e maravalha, além do tratamento da água oferecida aos animais.

A cama dos roedores mantidos em um biotério deve apresentar partículas macias, ser inócuo, ter
alto poder de absorção, permitir um eficiente isolamento térmico e ser facilmente descartável. A
cama, por estar em contato íntimo com os animais, deve ser autoclavada, evitando-se assim a
contaminação das colônias por ácaros, vírus e bactérias.

A umidade relativa das salas dos roedores tende sempre a aumentar, devido à liberação contínua de
vapor d’água pela da respiração e da evaporação da urina, tornando-se necessário um sistema que
retire eficazmente o excesso de água do ambiente. Esse processo é realizado durante a troca de ar
da s ala, que deve ser regulada para que a retirada excessiva de vapor não torne o ambiente seco. A
baixa umidade causa ressecamento de mucos as e pele, enquanto a alta umidade pode provocar
problemas respiratórios.

A ausência de mecanismos renovadores de ar causa acúmulo de substâncias tóxicas na sala de


criação.

Você também pode gostar