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Anatomia
Anatomia
Nomenclatura anatômica
Como toda ciência, a anatomia tem sua linguagem própria. Ao conjunto de termos
empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes dá-se o nome de
Nomenclatura Anatômica.
A nomenclatura Anatômica tem caráter dinâmico, podendo ser sempre criticada e
modificada, desde que haja razões suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas
em Congressos Internacionais de Anatomia. A língua oficialmente adotada é o latim (por ser
“língua morta”), porém cada país pode traduzi-la para seu próprio vernáculo. Foram abolidos os
epônimos (nome de pessoas para designar coisas). Ao designar uma estrutura do organismo, a
nomenclatura procura adotar termos que não sejam apenas sinais para a memória, mas tragam
também alguma informação ou descrições sobre a referida estrutura (como a forma, a sua posição,
seu trajeto, sua função, etc.).
Divisão do corpo humano
O corpo humano é dividido em cabeça, pescoço, tronco e membros.
-Cabeça
-Pescoço
-Tórax
Separados pelo músculo diafragma
-Tronco
-Abdome
Corpo
-RaizOmbro
Humano -Superiores
(torácicos)
-Braço
-Parte livre -Antebraço
-Mão (palma e dorso)
-Membros
-Inferiores -Coxa
(Pélvicos) -RaizQuadril -Perna
-Pé (planta e dorso)
-Parte livre
POSIÇÃO ANATÔMICA
Para estudar e indicar as partes do corpo humano, toma-se como padrão ou modelo uma
posição convencional, chamada posição anatômica para descrição do indivíduo . Segue abaixo a
descrição da posição anatômica:
Corpo ereto; Membros Superiores pendentes naturalmente, adjacentes ao corpo, de cada
lado do tronco e com as palmas das mãos voltadas para frente; Membros Inferiores estendidos,
unidos, com os pés juntos e acolados e com as pontas dos dedos também dirigidos para diante;
Olhar em direção ao horizonte.
Esta posição é sempre utilizada como referência, podendo o indivíduo estar sentado,
deitado em qualquer dos decúbitos para dissecação, necropsia, exame físico clínico, cirurgia, mas o
observador deverá sempre descrevê-lo imaginando-o na posição anatômica.
Posição Anatômica
DIVISÃO DO CORPO HUMANO
- Tronco
Tórax Abdome
Pelve Dorso
- Membros Superiores
Porção Fixa (raiz): Ombro
Porção Móvel: Braço, Antebraço e Mão
- Membros Inferiores
Porção Fixa (raiz): Quadril
Porção Móvel: Coxa, Perna e Pé
- Cabeça
Fronte (Região Frontal)
Região Occipital (Occipúcio)
Têmpora (Região Temporal)
Região Mastoidea
Orelha
Região Zigomática
Crânio
Face: Olho, Bochecha, Nariz, Boca e Mento (Região Mentual)
- Pescoço
Região Cervical Posterior
- Tronco
Tórax: Peito (Região Peitoral), Região Mamária, Região Inframamária e
Axila (Fossa axilar).
Abdome: Região umbilical, Região Inguinal, Região Púbica.
Dorso: Região Lombar, Região Sacral.
- Membros Superiores
Cíngulo do Membro Superior
Região Cubital: Região Cubital Anterior (Fossa Cubital)
Palma da Mão (Face Volar)
Dorso da Mão
Eminência Tênar e Hipotenar
- Membros Inferiores:
Cíngulo do Membro Inferior
Região Glútea (Nádegas): Fenda Interglútea
Região Poplítea
Região Sural
Planta do Pé
Dorso do Pé
Principais Partes e Regiões do Corpo Humano
Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003.
Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003.
PLANOS ANATÔMICOS DE SECÇÃO
Os planos anatômicos de secção são utilizados com o objetivo de cortar o corpo humano
em partes ou metades, de modo a possibilitar o estudo de sua estrutura interna. Dentre eles, os
mais importantes são:
Plano de Secção Sagital Mediano: divide o corpo humano em metades direita e esquerda.
Plano de Secção Sagital ou Sagital Paramediano: divide o corpo humano em partes direita e
esquerda.
Plano de Secção Frontal ou Coronal: divide o corpo humano em partes anterior e posterior.
Plano de Secção Transversal: divide o corpo humano em partes superior e inferior.
Planos de Secção
- Nível de Célula
A célula é o componente estrutural e funcional básico da vida. Os humanos são
organismos multicelulares compostos de 60 a 1000 trilhos de células. É no nível celular
microscópico que tais funções vitais como o metabolismo, crescimento, irritabilidade (resposta a
estímulos) reparo e replicação são executadas.
As células são constituídas por átomos – partículas minúsculas que são ligadas entre si para
formar estruturas maiores chamadas moléculas. Certas moléculas, por sua vez, são agrupadas em
arranjos específicos para formar estruturas funcionais menores chamadas organelas. Cada organela
realiza uma função específica dentro da célula.
- Nível de Tecido
Tecidos são camadas ou grupos de células semelhantes que executam uma função
comum. O corpo inteiro está composto de apenas quatro tipos principais de tecido: epitelial,
conjuntivo, nervoso e muscular.
- Nível de Órgão
Um órgão é um agregado de dois ou mais tipos de tecidos que executam uma função
específica. Os órgãos localizam-se ao longo do corpo e variam grandemente em tamanho e
função. Cada órgão geralmente tem um ou mais tecidos primários e vários tecidos secundários.
No estômago, por exemplo, o tecido epitelial em seu interior é considerado o tecido primário
porque as funções básicas de secreção e absorção acontecem dentro desta camada. Tecidos
secundários do estômago são o tecido conjuntivo de sustentação e os tecidos vascular, nervoso e
muscular.
- Nível de Sistema
Os sistemas do corpo constituem o próximo nível de organização estrutural. Um sistema
do corpo consiste em vários órgãos que têm funções semelhantes ou inter-relacionadas. Exemplos
de sistemas são o sistema circulatório, sistema nervoso, sistema digestório e sistema endócrino.
Certos órgãos podem servir a dois sistemas. O pâncreas, por exemplo, faz parte dos sistemas
endócrino e digestório; a faringe serve aos sistemas respiratório e digestório.
- Metameria
O princípio da metameria é o do plano de construção de superposição longitudinal. Ele
reconhece um tipo de estrutura que mostra segmentos semelhantes no corpo dispostos em série
longitudinal, ou seja, superpostos no sentido súpero-inferior.
A metameria pode ser bem demonstrada pela disposição das vértebras, a série de nervos
espinhais ou mesmo pelas costelas.
- Paquimeria
O princípio da paquimeria ou da tubulação, pode ser definido como o plano básico de
construção segundo o qual a porção axial (central) do corpo, é formada por tubos longitudinais
ou súpero-inferiores. Um tubo é posterior, sendo largo na cabeça e estreito no tronco e o outro é
anterior, estreito na cabeça e largo no tronco. O tubo posterior é o neural e o tubo anterior é o
visceral. Eles correspondem ao paquímero posterior e ao paquímero anterior respectivamente.
- Estratificação (Estratimeria)
Este princípio refere-se a um tipo geral de construção do corpo e de suas partes, desde o
nível macroscópico até o subcelular, segundo o qual as estruturas estão dispostas
concentricamente em estratos, camadas, telas, túnicas.
- Segmentação
O princípio da segmentação ou da estrutura segmentar na construção do corpo humano é
observado no tipo de subdivisão dos órgãos de acordo com a distribuição dos seus vasos, nervos e,
quando houve, ductos, canais ou tubos relacionados com sua função.
Em Anatomia e em Cirurgia, segmento é o território de um órgão que possua irrigação e
drenagem sanguínea independentes, separado dos demais ou separável e removível
cirurgicamente e que seja identificável morfologicamente. O segmento desempenha a mesma
função do órgão ao qual pertence e embora seja reconhecível pela distribuição vascular
sanguínea e, quando for o caso, pela distribuição de seus tubos, canais ou ductos, seus vasos
linfáticos e nervos também se dispõem como satélites, acompanhando a angio-arquitetura
segmentar.
Fatores Gerais
- Idade
- Sexo
- Raça
- Biótipo
Há dois tipos extremos: longilíneo e brevelíneo. O longilíneo é alto e magro, com as
extremidades ou membros predominando sobre o tronco. O indivíduo é mais desenvolvido
longitudinalmente, como os jogadores de basquete.
O brevelíneo é baixo e corpulento, com o tronco predominando sobre as extremidades.
O indivíduo é mais desenvolvimento transversalmente, como os lutadores de sumô.
Existem indivíduos mediolíneos, que são aqueles que apresentam características
intermediárias às do longilíneo e do brevelíneo.
Ambiente
Biorritmos
Gravidade
Esporte
Trabalho
Fatores Individuais
Os fatores individuais são aqueles restritos a cada pessoa. Refletem as características
individuais dos indivíduos.
As variações individuais extremas podem ser usadas para identificação. A medicina legal,
por exemplo, se beneficia das diferenças individuais nas impressões digitais e daquelas que podem
ser observadas em radiografias, como das arcadas dentárias.
CAVIDADES DO CORPO
O corpo contém duas cavidades principais: a dorsal (posterior) e a ventral (anterior). Cada
uma dessas cavidades é limitada por membranas e contém certa quantidade de fluido ao redor
dos órgãos que se encontram dentro das mesmas.
A cavidade dorsal tem duas subdivisões: a cavidade craniana, que aloja o encéfalo, e a
cavidade espinhal (vertebral), que contém a medula espinhal. A cavidade espinhal comunica-se
com a cavidade craniana através do forame magno, uma larga abertura na face inferior do osso
occipital.
A cavidade ventral também apresenta duas subdivisões. Elas são separadas pelo músculo
diafragma em cavidade torácica, superior, e abdómino-pélvica, inferior.
Cada uma dessas cavidades ainda é subdividida. A cavidade torácica é dividida em cavidade
pericárdica, que se encontra ao redor do coração, e cavidades pleurais, direita e esquerda, onde
se encontram os pulmões.
A cavidade abdómino-pélvica é dividida, com propósitos descritivos, em cavidade
abdominal, superior, e cavidade pélvica ou pelve verdadeira, inferior, por um plano imaginário,
oblíquo, que passa através da margem superior da sínfise púbica, anteriormente, e pelo
promontório sacral, posteriormente.
A porção inferior da cavidade abdominal é limitada posteriormente pela porção alargada
dos ossos do quadril, mas sua parede anterior é formada pela parede abdominal. Essa região
expandida é chamada de falsa pelve.
Cavidades do Corpo – Vistas Anterior e Lateral
Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003.
SISTEMA ESQUELÉTICO
Os ossos são peças rijas, de número, coloração e forma variáveis. O estudo dos ossos
inclui, no sentido mais amplo, o estudo do esqueleto. O esqueleto é o conjunto de ossos e
cartilagens que se interligam para formar o arcabouço do corpo do animal e desempenhar
várias funções. Como funções importantes podemos apontar: proteção (para o coração,
pulmões e sistema nervoso central), sustentação e conformação do corpo, local de
armazenamento de íons Ca e P, sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos
permitem os deslocamentos do corpo e produção de certas células sanguíneas.
Duzentos e seis ossos constituem o sistema esquelético, o qual fornece suporte e
proteção aos demais sistemas do corpo e proporciona as fixações, nos ossos, nos músculos
pelos quais o movimento é produzido.
Tipos de esqueletos
O esqueleto pode-se apresentar como:
- Esqueleto articulado: com todas as peças;
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- Esqueleto desarticulado: com os ossos isolados inteiramente uns aos outros;
Divisão do esqueleto
O esqueleto pode ser dividido em duas grandes porções:
- Esqueleto axial: porção mediana, formando o eixo do corpo, e composta pelos ossos
da cabeça, pescoço e tronco (tórax e abdome).
- Esqueleto apendicular: são os osso que se unem ao esqueleto axial, por exemplo, os
osso que formam os membros.
A união entre estas duas porções se faz por meio de cinturas: escapular (ou torácica,
constituída pela escápula clavícula) e pélvica (constituída pelos ossos do quadril).
Número de ossos
No indivíduo adulto o número de ossos é de 206. Este número, todavia, varia, se
levarmos em consideração os seguintes fatores: etários (nos adultos ocorrem sinastose-
soldadura dos ossos do crânio), individuais e critérios de contagem.
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OBS.: devido as suas peculiaridades morfológicas, há ossos que são em mais de um grupo.
Ex: osso frontal é um osso laminar e pneumático; o maxilar é um osso irregular, mas também
pneumático.
Tipos de substância óssea
O estudo microscópio do tecido ósseo distingue substância óssea compacta e a
esponjosa.
Elementos descritivos da superfície dos ossos
Os ossos apresentam em sua superfície, depressões, saliências e aberturas que
constituem os acidentes ósseos. As superfícies que se destinam á articulação com outras peças
esqueléticas são ditas articulares (são lisas e revestidas de cartilagem hialina).
Periósteo
Membrana conjuntiva que reveste o osso, com exceção das superfícies articulares.
Nutrição
Os ossos são altamente vascularizados. As artérias do periósteo penetram no osso,
irrigando-o e distribuindo-se na medula óssea.
Organização macroscópica
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Esqueleto axial
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Figura 2.4: Crânio em vista superior.
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Figura 2.6: Costelas e esterno.
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Figura 2.8: coluna vertebral.
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Figura 2.10: Vértebras cervicais, atlas e axis.
OBS.: Características das vértebras cervicais: processo espinhoso bifurcado, forame transverso
por onde passa a artéria vertebral e veias vertebrais e plexo simpático, exceto na 7ª vértebra
cervical, corpo pequeno e forame vertebral triangular.
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Figura 2.12: Vértebras torácicas.
OBS.: Características das vértebras torácicas: corpo médio, forame vertebral circular, processo
espinhoso alongado (pontiagudo), presença de faceta costal ou fóvea costal onde as costelas
articulam-se.
OBS.: Características das vértebras lombares: processo espinhoso curto e quadriláteros, corpo
grande e forame vertebral triangular.
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Esqueleto apendicular - membros superiores.
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Figura 2.15: Escápula em vista anterior
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Figura 2.18: Rádio em vista anterior e medial.
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Figura 2.20: Esqueleto da mão (ossos do carpo e metacarpo).
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Esqueleto apendicular - membros inferiores.
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Figura 2.22: Ossos do quadril.
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Figura 2.23: Fêmur em vista anterior e posterior.
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Figura 2.24: Patela (osso sesamóide)
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Figura 2.26: Fíbula em vista anterior e posterior.
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JUNTURAS
a) Junturas Fibrosas
O elemento que se interpõe ás peças que se articulam é o tecido conjuntivo fibroso, e a
maioria delas se apresentam no crânio. É evidente que a mobilidade nestas junturas é
extremamente reduzida, embora o tecido conjuntivo interposto confira uma certa
elasticidade. Há três tipos de junturas fibrosas:
Suturas
São encontradas entre os ossos do crânio.
A maneira pela qual as bordas dos ossos articulados entram em contato é variável,
reconhecendo-se:
- Sutura plana: União linear retilínea. Ex.: entre o parietal e o temporal.
- Sutura escamosa: União em bisel. Ex.: entre o parietal e o temporal.
- Sutura serreadas: União em linha denteada. Ex.: entre os parietais.
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No crânio do feto e recém- nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a
quantidade de tecido conjuntivo fibroso interposto é muito maior. Há alguns pontos onde a
separação dos ossos é ainda maior pela presença de maior quantidade de tecido conjuntivo
fibroso. Estes são pontos fracos na estrutura do crânio, denominadas fontanelas ou fontículos e
vulgarmente chamados de “moleiras”.
Na idade avançada pode ocorrer ossificação do tecido interposto (sinostose), fazendo
com que as suturas, pouco a pouco, desapareçam.
Sindesmose
Não ocorre entre os ossos do crânio, e só registra um exemplo: sindesmose tíbio-fibular
distal.
Gonfose
Une a raiz do dente ao seu respectivo alvéolo, preenchendo o espaço entre ambos.
b) Junturas Cartilaginosas
O tecido que se interpõe é cartilaginoso e a mobilidade é reduzida. Quando se trata de
cartilagem hialina, temos a sincondrose; nas sínfises a cartilagem é fibrosa. Então, temos:
Sincondrose (cartilagem hialina). Ex: sincondrose esfeno-occipital.
Sínfise (cartilagem fibrosa). Ex: sínfise púbica e o disco intervertebral (entre os corpos
das vértebras).
c) Junturas Sinoviais
O elemento que se interpõe ás peças que se articulam é um liquido denominado
sinóvia ou líquido sinovial. Este tipo de articulação permite um grau desejável de
movimentação.
Os meios de união entre as peças esqueléticas articuladas não prendem nas superfícies
de articulação, como ocorre nas junturas fibrosas e cartilaginosas. Nas junturas sinoviais o
principal meio de união é representada pela cápsula articular (manguito), que envolve a
articulação prendendo-se nos ossos que se articulam.
São características das junturas sinoviais a cápsula articular, cavidade articular e líquido
sinovial.
Cápsula articular
Membrana conjuntiva que envolve a juntura sinovial como um manguito. Apresenta-se
com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna). A
primeira é mais resistente e pode estar reforçada por ligamentos capsulares, destinados a
aumentar sua resistência. Em muitas junturas sinoviais existem ligamentos independentes
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da cápsula articular denominados extra-capsulares ou acessórios, e no joelho, aparecem
também ligamentos intra-articulares. A membrana sinovial é vascularizada e inervada,
sendo encarregada da produção do liquido sinovial.
Discos e meniscos
Em várias junturas sinoviais, interposto ás superfícies articulares, encontram-se formações
fibrocartilagíneas, os discos e meniscos intra-articulares. Possuem funções discutidas:
serviriam á melhor adaptação das superfícies que se articulam ou seriam estruturas
destinadas a receber violentas pressões, agindo como amortecedores.
Principais movimentos realizados pelo segmento do corpo
O movimento em uma articulação faz-se, obrigatoriamente, em torno de um eixo,
denominado de eixo de movimento. A direção destes eixos é antero-posterior (ventral-
dorsal), latero-lateral e longitudinal (crânio-caudal). A direção do eixo de movimento é
sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento em questão. Assim, todo
movimento é realizado em um plano determinado e o seu eixo de movimento é
perpendicular aquele plano. Os principais movimentos são:
- Movimentos angulares: nestes movimentos há uma diminuição (flexão) ou aumento
(extensão) do ângulo existente entre o segmento que se desloca e aquele que permanece
fixo. Os movimentos de flexão e extensão ocorrem em plano sagital e, portanto, o eixo de
movimento é latero-lateral.
- Adução e abdução: são movimentos nos quais o segmento é deslocado em direção
ao plano mediano ou em direção oposta, isto é, afastando- se dele. Os movimentos de
adução e abdução desenvolve-se no plano frontal e seu eixo de movimento é antero-
posterior.
- Rotação: é o movimento em que o segmento gira em torno de um eixo longitudinal
(vertical). Assim, nos membros, pode-se reconhecer uma rotação medial e uma rotação
lateral. A rotação é feita em plano e o eixo de movimento é longitudinal.
- Circundação: em alguns segmentos do corpo, especialmente nos membros, o
movimento combinatório que inclui a adução, extensão, abdução e flexão resultam na
Circundação.
Classificação funcional das junturas sinoviais
O movimento das articulações depende, essencialmente, da forma das superfícies que
entram em contato e dos meios de união que podem limita-lo. As articulações podem
realizar movimentos em torno de um, dois ou três eixos.
Assim temos:
- Mono-axial: realiza movimentos apenas em torno de um eixo ou que possui um grau
de liberdade.
- Bi-axial: realiza movimentos em torno de dois eixos (dois graus de liberdade).
- Tri-axial: realiza movimentos em torno de três eixos (três graus de liberdade).
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Articulações que só permitem flexão e extensão, adução e abdução, como a rádio-
cárpica (articulação do punho), são bi-axiais. Aquelas que realizam além da flexão,
extensão, adução e abdução, também a rotação, são ditas tri-axiais, como as articulações
do ombro e do quadril.
- Trocóide: neste tipo as superfícies articulares são segmentos de cilindros. Essas junturas
permitem rotação e seu eixo de movimento é único, é vertical sendo portanto, mono-axial.
Ex: articulação rádio-ulnar proximal responsáveis pelos movimentos de pronação e
supinação do antebraço.
- Condilar: as superfícies articulares são de forma elíptica. Estas junturas permitem flexão,
extensão, abdução e adução, mas não rotação. Possuem dois eixos de movimento, sendo
portanto bi-axiais. Ex: articulação rádio-cárpica (ou do punho), articulação
temporomandibular (entro o osso temporal e a mandíbula).
- Em sela: nesse tipo de articulação a superfície articular de uma peça esquelética tem a
forma de sela, apresentando concavidade num sentido e convexidade em outro e se
encaixa numa segunda peça onde convexidade e concavidade apresentam-se no sentido
inverso da primeira. Esta articulação permite flexão, extensão, abdução e adução
(consequentemente também circundação), mas é classificada como bi-axial. O fato é
justificado porque a rotação isolada não pode ser realizada pelo polegar (só é possível com
a combinação dos outros movimentos). Ex: articulação carpo-metacárpica do polegar.
- Esferóide: apresentam superfícies articulares que são segmentos de esferas e se
encaixam em receptáculos ocos. Este tipo de juntura permite movimentos em torno de três
eixos de movimento, sendo portanto, tri-axial (permitem movimentos de flexão, extensão,
abdução e circundação). Ex: articulação do ombro e do quadril.
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- Composta: quando três ou mais ossos participam da juntura sinovial. Ex: articulação do
cotovelo (úmero, rádio e ulna).
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Figura 3.3:Cápsula articular da articulação do quadril.
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Figura 3.5: Articulação
do joelho, vista posteriormente.
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42
Figura 3.6: Corte frontal da articulação do ombro.
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SISTEMA MUSCULAR
Variedade de músculos
A célula muscular está geralmente sob controle do sistema nervoso. Cada músculo
possui seu nervo motor, o qual se divide em muitos ramos para controlar todas as células do
músculo, a divisão mais delicada destes ramos, termina num mecanismo especializado
conhecido como placa motora. Quando um impulso nervoso passa através do nervo, a placa
motora transmite o impulso à células musculares determinando a sua contração. Se o impulso
de contração resulta num to de vontade, diz-se que o músculo é voluntário (músculo estriado
esquelético). Se o impulso de contração parte de uma porção do sistema nervoso sobre o qual
o indivíduo não tem controle consciente, diz-se que o músculo é involuntário (músculo liso e
estriado cardíaco).
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Figura 4.3: Ventre muscular; tendão Figura 4.4: Ventre muscular; aponeurose
Origem e inserção
Por razões didáticas convencionou chamar de origem a extremidade do músculo presa
à peça óssea que não se desloca. Por contraposição, denomina-se inserção a extremidade
muscular presa à peça óssea que se desloca. Origem e inserção são também denominadas de
ponto fixo e ponto móvel.
Classificação dos músculos
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longos é comum notar-se uma convergência das fibras musculares em direção aos
tendões de origem e inserção, de tal modo que na parte média o músculo tem maior
diâmetro que nas extremidades e por seu aspecto característico é denominado
fusiforme (ex: bíceps braquial). Nos músculos largos, as fibras podem convergir para um
tendão em uma das extremidades, tomando um aspecto de leque (ex: m. peitoral
maior).
Quanto à inserção
Do mesmo modo os músculos podem se inserir por mais de um tendão.
Quando há dois tendões são bicaudados; três ou mais, policaudados (ex.: m. flexor
longo dos dedos do pé).
Quanto à ação
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Figura 4.5: m. longo esternocleidomastóideo Figura 4.6: m. largo glúteo
máximo
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Tabela 4.1: Classificação dos músculos.
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PRINCIPAIS MÚSCULOS
ESTERNOCLEIDOMASTOÍDEO
MEMBRO SUPERIOR
PEITORAL MAIOR
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PEITORAL MENOR
DELTÓIDE
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MANGUITO ROTADOR
Este grupamento muscular é composto pelos músculos: supra-espinhal, infra-espinhal, redondo
menor e subescapular.
SUPRA- ESPINHAL
INFRA- ESPINHAL
REDONDO MENOR
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Inserção: tubérculo maior do úmero.
Ação: rotação lateral do braço, adução dele, e estabiliza o úmero.
Inervação: n. axilar.
Irrigação: artéria supraescapular e escapular dorsal, ramos da artéria subclávia.
SUBESCAPULAR
ANTERIORES DO BRAÇO
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BÍCEPS BRAQUIAL
BRAQUIAL
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POSTERIORES DO BRAÇO
LATERAIS DO ANTEBRAÇO
MÚSCULO BRAQUIORADIAL
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MÚSCULO DO DORSO
TRAPÉZIO
Origem: linha nucal superior, protuberância occipital externa, ligamento nucal, processos
espinhosos de todas as vértebras torácicas.
Inserção: terço lateral da clavícula, acrômio e espinha da escápula.
Ação: eleva, abaixa e retrai a escápula.
Inervação: ramos do nervo acessório e do plexo cervical.
Irrigação: ramos da artéria cervical transversa.
ROMBÓIDE MENOR
Origem: ligamentos nucais e processos espinhosos das
vértebras cervical à 1ª torácica.
Inserção:borda medial da escápula, parte superior à da
inserção do músculo rombóide maior.
Ação: retrai a escápula, a fixa junto à parede torácica, e
inclina seu ângulo lateral para baixo.
Inervação: n. escapular dorsal.
Irrigação: artéria escapular dorsal.
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Músculos conectando a extremidade superior à coluna vertebral. (O Rombóide menor é visível
na parte central superior direita, perto do ombro).
ROMBÓIDE MAIOR
SERRÁTIL ANTERIOR
Origem: 9
primeiras
costelas.
Inserção: borda medial da escápula.
Ação: protrai e estabiliza a escápula, auxilia na
inspiração elevando as costelas.
Inervação: pelo nervo torácico longo.
Irrigação: torácica lateral, subescapular e dorsal da
escapula.
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GRANDE DORSAL
MÚSCULOS DO ABDOMEM
RETO DO ABDOME
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Ação: Ao contrair-se, flexiona o tórax ou levanta a pelve ao mesmo tempo que comprime as
vísceras abdominais, desempenhando importante função na defecação e no parto.
Precisamente esta ação de compressão abdominal o faz intervir na expiração, já que empurra o
diafragma para cima e diminui o volume da caixa torácica.
Inervação: recebe inervação dos nervos toracoabdominais.
Irrigação: artérias epigástricas e torácica interna.
OBLÍQUO EXTERNO
OBLÍQUO INTERNO
TRANSVERSO DO ABDOME
Origem: face interna das 6 últimas cartilagens costais, fáscia toracolombar dos processos
transversos das vértebras lombares, lábio externo da crista ilíaca e ligamento inguinal.
Inserção: linha Alba nos três quartos superiores.
Ação: aumento da pressão intra-abdominal e estabilização da coluna lombar.
Inervação: 5 últimos intercostais, nervo ílio-hipogástrico e ílio-inguinal.
Irrigação: ramos das artérias torácicas interna e circunflexa.
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MÚSCULOS DO QUADRIL
Ilíaco
É um músculo plano e triangular que está situado na fossa ilíaca e é recoberto parcialmente
pelo m. psoas.
Psoas
É um músculo volumoso e fusiforme. Está situado ao lado da coluna lombar, na face posterior
da cavidade abdominal. É composto por duas porções que também podem ser consideradas
como músculos individuais. A maior porção dá-se o nome de psoas maior e à menor de psoas
menor, está porção menor geralmente esta ausente.
MÚSCULOS DA COXA
Quadríceps femoral
Localizado na face anterior da coxa, este músculo envolve quase que por completo o fêmur. É
composto por quatro músculos que recebem nomes distintos, pois tem origens diferentes, mas
possuem uma única inserção comum. São eles:
M. Reto Femoral:
É o maior em comprimento. Está situado no meio da coxa e é um músculo bipenado.
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M. Vasto Medial:
É uma lâmina plana e grossa que esta situada na face medial da coxa, se confunde com vasto
intermédio na sua porção anterior.
M. Vasto Lateral:
É o maior músculo do quadríceps. Recobre quase que toda a face antero-lateral da coxa.
M. Vasto Intermédio:
Está recoberto pelo músculo reto femoral. É um músculo plano que forma a parte mais
profunda do músculo quadríceps.
Origem: face anterior do fêmur.
Inserção: tuberosidade da tíbia.
Ação: flexão do quadril, extensão do joelho, e tensão da cápsula articular do joelho.
Inervação: N. femoral.
Irrigação: ramos da artéria do quadríceps femoral.
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Músculos da Coxa e Quadril
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2 ed. Porto Alegre: Artmed,
2000.
SARTÓRIO
É o músculo mais longo do corpo humano. É delgado e plano e esta situado anteriormente ao
músculo quadríceps, cruzando a face anterior da coxa. Também é conhecido como
músculo do costureiro, pelo movimento típico dos alfaiates que ele proporciona.
61
Origem: espinha ilíaca antero-superior.
Inserção: extremidade lateral da tíbia, abaixo do côndilo lateral através do trato íliotibial.
Ação: flexão, abdução e rotação medial do quadril e estabilização do joelho.
Inervação: N. glúteo superior.
COXA- Vista Lateral
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
62
GRÁCIL
É o músculo mais superficial da face medial da coxa. É fino e plano, em forma de cinta,
considerado um potente músculo adutor.
PECTÍNEO
É quadrangular curto e achatado. Está situado entre o músculo iliopsoas e músculo adutor
longo.
63
Coxa após remoção dos Músculos do Quadril
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2 ed. Porto Alegre: Artmed,
2000.
ADUTOR CURTO
Tem formato triangular e é bastante grosso. Está situado medialmente ao m. pectíneo e
lateralmente ao m. adutor magno.
ADUTOR LONGO
É o músculo mais superficial do grupo dos adutores. É triangular, plano e robusto. Fica situado
entre o m. pectíneo e o m. grácil.
64
Origem: púbis.
Inserção: lábio medial da linha áspera.
Ação: adução, flexão e rotação lateral da coxa.
Inervação: N. obturatório.
Irrigação: artéria circunflexa femoral medial, ramo da femoral profunda e pela artéria femoral.
ADUTOR MAGNO
É um amplo músculo triangular que se estende por toda a região medial da coxa. Possui uma
grande porção muscular e uma aponeurótica que se insere quase que em toda a extensão do
lábio medial da linha áspera do fêmur. Essa porção aponeurótica possui um hiato por onde os
vasos femorais (artéria e veia femoral) ganham a fossa poplítea. Esse hiato recebe o nome de
hiato dos adutores.
Fonte:
NETTER,
Frank H..
Atlas de
Anatomia
Humana. 2
ed. Porto
Alegre:
Artmed,
2000.
65
MÚSCULOS DA REGIÃO GLÚTEA
Glúteo máximo
É um músculo plano, quadrangular e muito robusto. É o mais volumoso e o mais potente dessa
região. É responsável pela manutenção da postura ereta.
GLÚTEO MÉDIO
É plano e triangular, está situado abaixo do glúteo máximo. Possui radiações que convergem
para formar um forte tendão que o insere no trocanter maior do fêmur.
66
GLÚTEO MÍNIMO
É o menor dos músculos glúteos e também o mais profundo. É grosso e triangular, está situado
na fossa ilíaca externa.
67
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
PIRIFORME
É um músculo plano e achatado, possui formato piramidal. Fica situado entre o músculo glúteo
mínimo e o m. gêmio superior.
GÊMIO SUPERIOR
É o menor dos gêmeos.
GÊMIO INFERIOR
Ele se funde ao tendão do m. obturador interno, tem formato fusiforme e é um pouco
achatado.
68
Origem: tuberosidade isquiática.
Inserção: tendão do m. obturatório interno.
Ação: rotação lateral da coxa.
Inervação: ramo do plexo sacral.
Irrigação: ramo da artéria circunflexa medial.
OBTURATÓRIO INTERNO
É plano e triangular, ele reveste a maior pare do forame obturado. Está situado entre os dois m.
gêmeos.
OBTURATÓRIO EXTERNO
É um músculo triangular que se situa na face anterior do quadril e que cruza anteriormente a
articulação coxo femoral.
69
QUADRADO FEMORAL
É plano, robusto e quadrilátero. Fica situado na zona de transição entre região glútea e coxa.
BÍCEPS FEMORAL
Triangular e largo. É formado por duas porções, a porção
longa é medial, maior e tem origem no tuber isquiático. A
porção curta é menor e lateral, se origina da linha áspera do
fêmur.
SEMINTENDÍNEO
É fusiforme e carnoso, recebe esse nome porque possui um tendão bastante longo. Fica
situado medialmente ao m. bíceps femoral.
70
Origem: tuberosidade isquiática.
Inserção: face medial do corpo da tíbia, proximalmente.
Ação: rotação medial, extensão e adução da coxa e flexão e rotação medial da perna.
Inervação: N. isquiático.
Irrigação: é irrigado pela artéria circunflexa ilíaca profunda e ramos perfurantes da femoral
profunda.
SEMIMEMBRANÁCEO
É delgado, plano e possui um tendão membranoso, daí seu nome. Está recoberto pelo m.
bíceps femoral e m. semitendíneo.
TIBIAL ANTERIOR
É um m. robusto e triangular situado lateralmente à tíbia.
71
Ação: extensão, dorsiflexão e supinação do pé.
Inervação: N. fibular profundo.
FIBULAR LONGO
Origem: fíbula.
Inserção: 1° metatarsiano.
Ação: pronação e flexão plantar.
Inervação: N. fibular profundo.
Irrigação: ramos arteriais da tibial anterior.
FIBULAR CURTO
Origem: fíbula.
Inserção: 5° metatarsiano.
Ação: pronação e flexão plantar.
Inervação: N. fibular profundo.
Irrigação: ramos das artérias tibial anterior e fibular.
72
MÚSCULOS DORSAIS DA PERNA
TRÍCEPS SURAL
É composto por 3 porções: gastrocnêmio medial , gastrocnêmio lateral e pelo músculo sóleo.
GASTROCNÊMIO
SÓLEO
73
SISTEMA NERVOSO
Sistema
Nervoso
- Nervos
-Sist. Nervoso Periférico - Gânglios
- Terminações nervosas
74
CÉREBRO
AÇÃO REFLEXA
NEURÔNIOS
75
• axônio: é um prolongamento do corpo celular que pode atingir até 1 metro de
comprimento, revestido externamente por uma camada gordurosa, denominada bainha de
mielina. Em sua extremidade também existem ramificações.
CORPO CELULAR
O sistema nervoso do ser humano pode ser dividido em sistema nervoso cérebro-
espinhal, que regula os movimentos da musculatura voluntária e os órgãos dos sentidos, e o
sistema nervoso autônomo (SNA), que controla os movimentos da musculatura involuntária e
muitas funções que não dependem de nossa vontade, como a regulagem do calibre dos vasos
sanguíneos, a dilatação ou contração dos bronquíolos etc.
76
CÉREBRO
CEREBELO
ENCÉFALO
BULBO
SISTEMA NERVOSO
CENTRAL (SNC)
Cérebro
É responsável pelas funções superiores, como a
inteligência e a memória. A principal parte do cérebro
envolvida é a sua superfície externa, denominada
córtex. Ele recebe informações dos órgãos dos sentidos.
77
Cerebelo
Controla os movimentos dos músculos. Recebendo informações do cérebro, pode
coordenar os movimentos de toda a musculatura e manter o equilíbrio do corpo.
Bulbo
Faz a comunicação da medula
com o encéfalo. Além disso, dele
partem nervos com funções
importantes, como o controle da
respiração e dos movimentos
cardíacos.
A medula espinhal, como vimos,
é um cilindro que se comunica com o
bulbo e da qual partem 31 pares de
nervos. Sua região central possui a
forma de um H e é formada por
substância cinzenta; a parte externa é
formada por substância branca.
Os nervos que se comunicam
com a medula trazem estímulos ou
sensações do corpo e por isso são
chamados sensitivos. Há outros nervos que levam estímulos de resposta para os músculos e por
isso são denominados motores.
Todo o sistema nervoso central encontra-se envolvido e protegido por três membranas:
de fora para dentro, temos a dura-máter, a aracnóide (semelhante às teias de aranha) e a pia-
máter. Nos espaços da aracnoide existe um líquido que tem função de proteção, denominado
líquido cefalorraquidiano.
No encéfalo, temos a substância cinzenta na parte externa e a substância branca no
interior.
78
Sistema nervoso autônomo
Os nervos do sistema nervoso autônomo partem do encéfalo ou da medula e se
classificam em simpáticos e parassimpáticos.
São denominados autônomos porque regulam as atividades que não dependem de
nossa vontade, como os batimentos cardíacos, os movimentos peristálticos, o diâmetro das
pupilas etc.
As ações dos nervos simpáticos e parassimpáticos são antagônicas, isto é, quando um
inibe,o outro estimula determinada função e vice-versa.
Abaixo temos alguns efeitos do sistema nervoso autônomo. Esta tabela serve apenas
como exemplo e não é necessário memorizá-la.
79
Figura 5.5: Vista inferior do encéfalo. Figura 5.6: Vista inferior do encéfalo
80
Ponte
Sulco bulbo-pontino
Oliva
Sulco lateral Pirâmide
posterior
Decussação das pirâmides
Sulco lateral Bulbo
anterior
Fissura mediana anterior
81
Figura 5.11: Esquema da formação do nervo espinhal.
Figura 5.12: Partes componentes do sistema nervoso central, visto num corte sagital
mediano.
82
SISTEMA CIRCULATÓRIO
Divisão
Sistema sanguinífero: composto por vasos condutores (artérias, veias e capilares) e coração.
Sistema linfático: formado por vasos condutores da linfa e órgãos linfóides (linfonodos e
tonsilas).
Órgãos hemopoiéticos: representados pela medula óssea e pelos órgãos linfóides (baço e
timo).
Coração
Tem como função atuar como uma bomba contrátil-propulsora para que ocorra a
circulação do sangue. Sua posição corresponde a região do mediastino, situada na porção
medial da cavidade torácica, entre os pulmões, atrás do esterno, à frente da coluna vertebral e
acima do diafragma. O coração apresenta um ápice (voltado ligeiramente para a esquerda),
uma base (posição medial, não tendo delimitação nítida devido à presença das raízes dos vasos
da base) e quatro faces: uma esternocostal, uma diafragmática e duas pulmonares. As aurículas
(orelhas) situadas nos átrios são como apêndices dos mesmos.
- Partes internas: átrio direito e esquerdo; ventrículo direito e esquerdo.
- Constituição: a camada mais interna corresponde ao endocárdio, formado por endotélio e
camada de vasos. A camada média é dita miocárdio, formado por tecido muscular estriado
cardíaco. Já a camada mais externa corresponde ao pericárdio, uma camada fibro-serosa
de revestimento do coração, que limita sua expansão durante a diástole ventricular. Esta
camada é subdividida em:
Pericárdio fibroso ( camada externa fibrosa).
Pericárdio seroso é subdividido em lâmina parietal (aderente ao pericárdio fibroso) e lâmina
visceral ou epicárdio (camada interna serosa aderida ao miocárdio).
Entre as duas lâminas do pericárdio seroso existem uma cavidade – cavidade pericárdica
ocupada por uma camada líquida, que permite o deslizamento de uma lâmina contra a outra
durante as mudanças de volume.
– Morfologia interna: possui quatro câmaras (tetracavitário), sendo dois átrios
(direito/esquerdo), separados pelo septo inter-atrial (septo sagital superior) e, dois ventrículos
(direito/esquerdo), separados pelo septo interventricular (septo sagital inferior). O septo átrio-
ventricular (septo horizontal) divide o coração em duas porções, superior e inferior; este septo
possui dois orifícios:
Óstio átrio-ventricular direito: onde está localizada a valva tricúspide (comunicação entre
átrio e ventrículo direitos).
83
Óstio átrio-ventricular esquerdo: onde está localizada a valva bicúspide/mitral (comunicação
entre átrio e ventrículo esquerdos).
As valvas são lâminas de tecido conjuntivo denso recobertas pelo endocárdio, e que
apresenta subdivisões incompletas, as válvulas ou cúspides, que orientam e controlam o fluxo
sangüíneo nos óstios, além de impedir o refluxo sangüíneo. Portanto, válvula é a unidade e
valva é o conjunto.
Quando ocorre a sístole (contração) ventricular, a tensão nesta câmara aumenta
consideravelmente, o que poderia provocar a eversão da valva para o átrio e
consequentemente refluxo de sangue para esta câmara. Isso não ocorre porque cordas
tendíneas prendem a valva a músculos papilares, os quais são projeções do miocárdio nas
paredes internas do ventrículo.
- Vasos da base: correspondem aos vasos pelo qual o sangue entra e sai do coração, tendo
suas raízes situadas na base deste órgão. São eles:
Veia cava superior e inferior: desembocam no átrio direito, trazendo sangue rico em gás
carbônico.
Veias pulmonares: são em número de quatro (duas de cada pulmão) e, desembocam no
átrio esquerdo trazendo sangue oxigenado dos pulmões.
Artéria tronco pulmonar: sai do ventrículo direito e bifurca-se em artérias pulmonares direita
e esquerda, levando sangue com alta concentração de gás carbônico para os pulmões; é a
primeira artéria a ser vista na posição anatômica do coração.
Artéria aorta: sai do ventrículo esquerdo levando sangue oxigenado para o corpo. Sai do
ventrículo como aorta ascendente, forma o arco aórtico e, então a aorta descendente. O
arco aórtico subdivide-se em:
Tronco braqui-cefálico, que por sua vez se subdivide em Artéria subclávia direita e Artéria
carótida comum direita.
Artéria carótida comum esquerda
Artéria subclávia esquerda
Tipos de circulação
- Circulação pulmonar: é a circulação coração – pulmão – coração (ventrículo direito –
artéria tronco pulmonar – pulmão – veias pulmonares – átrio esquerdo).
- Circulação sistêmica: é a circulação coração – tecidos – coração (ventrículo esquerdo –
artéria aorta – tecidos – veias cavas superior e inferior – átrio direto).
- Circulação colateral: normalmente, existem anastomoses (comunicações) entre ramos da
artérias ou de veias entre si. Em condições normais, não há tanta passagem de sangue
84
através destas comunicações, mas no caso de haver obstrução, o sangue passa a circular
ativamente por estas variantes.
- Circulação portal: uma veia interpõe-se entre duas redes de capilares (exemplos: circulação
portal – hepática e sistema portal na hipófise).
Sistema de condução
O controle da atividade cardíaca é feito através do vago (atua inibindo) e do simpático
(atua estimulando). Atuam no nó sinoatrial (formação situada na parede da átrio direito),
considerado como o “marcapassos” do coração. Daí, ritmicamente, o impulso espalha-se ao
miocárdio, resultando na contração. Este impulso chega ao nó átrio-ventricular, localizado na
porção inferior do septo inter-atrial e se propaga aos ventrículos através do feixe átrio-
ventricular.
85
Figura 6.2: Esquema das câmaras cardíacas.
86
Figura 6.4: Esquema da circulação portal.
87
Crânio: a rede venosa do interior do crânio é representada por um sistema de canais
intercomunicantes denominados seios da dura-máter.
88
Veia jugular interna: vai se anastomosar com a veia subclávia para formar o tronco
braquiocefálico venoso.
Veia jugular externa: desemboca na veia subclávia.
Veia jugular anterior: origina-se superficialmente ao nível da região supra-hioídea e
desemboca na terminação da veia jugular externa.
Veia jugular posterior: origina-se nas proximidades do occipital e desce posteriormente
ao pescoço para ir desembocar no tronco braquiocefálico venoso. Está situada
profundamente.
89
90
VEIAS DOS MEMBROS INFERIORES
91
92
As veias superficiais dos membros inferiores:
Veia safena magna: origina-se na rede de vênulas da região dorsal do pé, margeando a
borda medial desta região, passa entre o maléolo medial e o tendão do músculo tibial
anterior e sobe pela face medial da perna e da coxa.
Nas proximidades da raiz da coxa ela executa uma curva para se aprofundar e atravessa
um orifício da fáscia lata chamado de hiato safeno.
A veia safena parva: origina-se na região de vênulas na margem lateral da região dorsal
do pé, passa por trás do maléolo lateral e sobe pela linha mediana da face posterior da
perna até as proximidades da prega de flexão do joelho, onde se aprofunda para ir
desembocar em uma das veias poplíteas.
A veia safena parva comunica-se com a veia safena magna por intermédio de vários
ramos anastomósticos.
93
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Divisão
O sistema respiratório é dividido em duas partes:
- Porção de condução, constituído por órgãos tubulares aeríferos, como os brônquios e
traquéia (que são apenas condutores aeríferos), a laringe (também órgão da fonação),
faringe (relacionado também com o sistema digestivo) e o nariz (que também cumpre
com a função de olfação).
- Porção de respiração: representada pelos pulmões direito e esquerdo.
Nariz
No estudo do nariz incluem-se: nariz externo, cavidade nasal e seios paranasais.
- Nariz externo: tem função de captar oxigênio e expelir gás carbônico, além da função
olfatória. Situa-se no plano mediano da face, apresentando-se, no homem, como uma
pirâmide triangular em que a extremidade superior é denominada raiz, e a inferior, base.
Na base encontram-se as narinas (aberturas em fenda), separadas por um septo. O
94
ponto mais projetado da base recebe o nome de ápice, e entre ele e a raiz estende-se o
dorso do nariz.
- Cavidade nasal: localiza-se superiormente à cavidade bucal, separada dela pelo palato
mole (muscular) e pelo palato duro (ósseo). A cavidade nasal é dividida por um septo
osteocartilagíneo em metade direita e metade esquerda. Este septo é constituído por
cartilagem do septo nasal e lâmina perpendicular do osso etmóide e osso vômer.
Comunica-se com o meio externo através das narinas e com a porção nasal da faringe
através das coanas. As coanas marcam o limite entre cavidade nasal e a porção nasal da
faringe. Esta cavidade é bastante vascularizada (na porção anterior principalmente),
sendo freqüentemente sede de hemorragias.
A cavidade nasal apresenta projeções ósseas sobre ela, recobertas por muco (camada
mucosa), denominada de conchas nasais. As conchas delimitam meatos que são
espaços entre e sob as conchas nasais. São eles:
- Seios paranasais: localizam-se nos ossos frontal, maxilar, esfenóide e etmóide, e não
possuem funções bem definidas. O seio frontal localiza-se acima da fossa nasal e
comunica-se com o seio etmóide. O seio maxilar localiza-se lateralmente a cavidade
nasal e comunica-se com o seio etmóide. O seio esfenóide desemboca acima da
concha superior e é posterior a fossa nasal. Já o seio etmóide localiza-se lateralmente a
cavidade nasal, desemboca nos meatos superior e médio e comunica-se com o os seios
frontal e maxilar.
Faringe
Tubo muscular que faz parte dos sistemas digestivo e respiratório. Localiza-se
posteriormente à faringe, cavidade nasal e bucal, reconhecendo-se nela, três partes: parte nasal
(nasofaringe), superior, que se comunica com a cavidade nasal via coanas; parte bucal
(orofaringe), média, que se comunica com a cavidade bucal pelo istmo das fauces (ou da
garganta); e parte laríngica (laringofaringe), inferior, que se comunica coma laringe através do
ádito da laringe e localiza-se posterior a ela. Não existem limites precisos entre as três partes da
faringe.
Na parede lateral da parte nasal da faringe apresenta-se o óstio faríngico da tuba
auditiva, que marca a desembocadura da tuba auditiva (que comunica a parte nasal da faringe
com a cavidade timpânica do ouvido médio) nesta porção da faringe.
95
O óstio faríngico da tuba auditiva está limitado, superiormente, por uma elevação em
forma da meia lua, denominada tórus tubal.
Laringe
É um órgão tubular que atua como via aerífera e órgão da fonação (produção de som).
Localiza-se no plano mediano, anterior a faringe e é continuada diretamente pela traquéia.
- Esqueleto da laringe: apresenta um esqueleto cartilaginoso, formado por quatro
cartilagens, sendo a cartilagem tireóide a maior de todas e em forma de V. A cartilagem
cricóide é ímpar e inferior a cartilagem tireóide, enquanto que a cartilagem aritenóide é
uma da cada lado, semelhante a uma pirâmide com o ápice superior, com a base
articulando com a cartilagem cricóide. Estas cartilagens são do tipo hialina. Já a
cartilagem epiglótica é ímpar, mediana, posterior a cartilagem tireóide e a raiz da língua,
sendo uma cartilagem elástica. Existem outras cartilagens na laringe, porém sem maior
importância, e estão interligadas por ligamentos e músculos.
- Cavidade da laringe: em um corte sagital pode-se observar várias estruturas. São elas:
ventrículo da laringe, que são pequenas invaginações da laringe, limitado por pregas;
prega vestibular, que é a prega superior de delimitação do ventrículo da laringe; prega
vocal é a prega inferior de delimitação do ventrículo da laringe constituída por
ligamentos e músculos vocais revestidos por muco; vestíbulo é a porção situada acima
da prega vestibular até o ádito da laringe; ádito da laringe, que é o orifício de entrada
da laringe; glote é a porção compreendida entre as pregas vestibulares e vocal de cada
lado da laringe; cavidade infraglótica representada pela porção situada abaixo da prega
vocal e se continua com a cavidade da traquéia; rima glótica, que é o espaço existente
entre as pregas vocais.
Traquéia e Brônquios
A traquéia é a continuação da laringe, funcionando como um órgão do sistema
respiratório. É uma estrutura cilindróide, formada por anéis cartilagíneos incompletos em forma
de C sobrepostos e ligados por ligamentos anulares. A traquéia subdivide-se em brônquios
principais (ou de primeira ordem) direito e esquerdo. Estes dão origem aos brônquios lobares
(ou de segunda ordem). Os de segunda ordem dão origem aos brônquios segmentares (ou de
terceira ordem), que por sua vez dão origem aos segmentos broncopulmonares, que sofrem
sucessivas divisões até originar os alvéolos pulmonares. Em cada pulmão, cada brônquio
principal origina uma série de ramificações conhecidas como árvore brônquica.
Pleura e Pulmão
Pleura é uma membrana serosa que reveste os pulmões, apresentando dois folhetos:
96
Entre os dois folhetos, há um espaço contendo líquido, que facilita o deslize entre as duas
favorecendo a mecânica respiratória.
Os pulmões são os principais órgãos da respiração. Estão contidos na cavidade torácica e
entre eles há uma região mediana denominada mediastino (região ocupada pelo coração).
Apresenta um ápice superior e uma base inferior e três faces, costal (em relação as costelas),
medial (voltada para o mediastino) e diafragmática (onde a base descansa sobre o músculo
diafragma).
Os pulmões se subdividem em lobos, sendo em número de três para o direito e de dois
para o esquerdo. Então, tem-se:
Pulmão direito: três lobos (superior/médio/inferior)
Fissura oblíqua e horizontal (separando os lobos)
Pulmão esquerdo: dois lobos (superior/inferior)
Fissura oblíqua
Na sua face medial, cada um dos pulmões apresenta uma fenda em forma de raquete, o
hilo do pulmão, pelo qual entram e saem brônquios, vasos e nervos pulmonares, constituindo a
raiz do pulmão.
97
Figura 7.1: Sistema respiratório.
98
Faringe
99
Figura 7.3: Conchas e meatos nasais, vistos num corte sagital.
100
Figura 7.5: Esqueleto cartilaginoso da laringe. A, visto anteriormente e B,
visto posteriormente.
101
Figura 7.7: Esquema das pleuras e mediastino, corte frontal.
102
SISTEMA DIGESTIVO
- Palato
É o teto da cavidade bocal. Temos palato duro, anterior, ósseo, e o palato mole,
posterior e muscular. O palato separa a cavidade nasal da bucal. Do palato mole projeta-se, no
plano mediano, uma saliência cônica, a úvula e, lateralmente duas pregas denominadas arco
palatoglosso (mais anterior) e arco palatofaríngico (mais posterior). Entre as pregas existe um
espaço, a fossa tonsilar, ocupada ela tonsila palatina (antiga amígdala).
- Língua
É um órgão muscular revestido por mucosa e exerce importantes funções na mastigação,
na deglutição, como órgãos gustativos e na articulação da palavra. Sua face superior é
denominada dorso da língua, onde nota-se o sulco terminal que divide a língua em duas
porções: o corpo (anterior) e a raiz da língua (posterior). A partir da observação da mucosa que
reveste o dorso da língua, é possível identificar papilas linguais (gustativas), que são de vários
tipos: papilas filiformes, fungiformes, foliares e as papilas valadas (logo adiante do sulco
terminal).
- Dentes
São estruturas rijas, esbranquiçadas, implantadas em cavidades da maxila e da
mandíbula (alvéolos dentários).
103
- Glândulas salivares
São consideradas anexos do sistema digestivo. São responsáveis pela secreção da saliva. As
mais importantes são as chamadas extraparietais, que compreendem as parótidas,
submandibulares e sublinguais.
Faringe
A parte nasal da faringe comunica-se com a cavidade nasal (através da coana). A parte
bucal da faringe comunica-se com a cavidade bucal através do istmo das fauces (dorso da
língua + arco palatoglosso + úvula), e a parte laríngica comunica-se anteriormente com o ádito
da laringe e, posteriormente, é continuada pelo esôfago. Durante a deglutição, o palato mole é
elevado, impedindo que o alimento passe a nasofaringe e, eventualmente, penetre na
cavidade nasal. Por outro lado, a cartilagem epiglótica fecha o ádito da laringe, evitando que o
alimento penetre no trato respiratório.
Esôfago
É um tubo muscular que continua a faringe e é continuado pelo estômago. Pode-se
distinguir três porções no esôfago: cervical, torácica e abdominal. No tórax, o esôfago situa-se
anteriormente a coluna vertebral e posteriormente à traquéia. A luz do esôfago aumenta
durante a passagem do bolo alimentar, o qual é impulsionado por contrações da musculatura
de sua parede (movimentos peristálticos).
Abdome
Até agora, os órgãos descritos estão situados na cabeça, pescoço e tórax, com exceção da
porção mais caudal do esôfago. O restante do canal alimentar localiza-se no abdome.
- Diafragma
Septo muscular que separa o abdome do tórax. A aorta, a veia cava inferior e o esôfago
atravessam o diafragma passando pelo hiato aórtico, forame da veia cava e hiato esofágico,
respectivamente.
- Peritônio
Os órgãos abdominais são revestidos por uma membrana serosa denominada de
peritônio, que apresenta duas lâminas: o peritônio parietal (reveste as paredes da cavidade
abdominal) e o peritônio visceral (envolve as vísceras).
Entre as lâminas, existe uma cavidade peritonial, que contém pequena quantidade de
líquido. Alguns órgãos abdominais situam-se junto da parede posterior do abdome e, nestes
casos, o peritônio parietal é anterior a eles (são ditos retroperitoneais – rins e pâncreas). As
vísceras que ocupam posição retroperitoneais são fixas. Muitas outras salientam-se na cavidade
abdominal, destacando-se da parede, e o peritônio que as reveste as acompanha, de modo
que, entre o órgão e a parede, forma-se uma lâmina peritoneal denominada meso ou
ligamento.
104
Estômago
É uma dilatação do canal alimentar que segue ao esôfago e se continua no intestino. Situa-
se abaixo do diafragma, com a maior porção à esquerda do plano mediano. Descrevem-se no
estômago as seguintes partes:
- Região cárdica corresponde a junção com esôfago e onde está localizado o esfíncter
cárdico.
- Fundo gástrico, situado superiormente a um plano horizontal que tangência a junção
esôfago-gástrica.
- Corpo corresponde a maior porção do órgão.
- Antro, situado inferiormente a um plano horizontal que tangência a junção gástrico-
intestinal.
- Região pilórica corresponde à porção terminal continuada pelo duodeno. Localiza-se nesta
região o esfíncter pilórico.
As duas margens do estômago são denominadas curvatura maior ou esquerda e curvatura
menor ou direita.
Intestino
O estômago é continuado pelo intestino delgado e este pelo intestino grosso. Estas
denominações se devem ao calibre que apresentam.
- Intestino delgado
Subdivide-se em três segmentos: duodeno, jejuno e íleo. O duodeno é um órgão bastante
fixo (quase retro peritoneal), e nele desemboca o ducto colédoco (que traz a bile) e o ducto
pancreático (que traz a secreção pancreática). O jejuno e o íleo constituem a porção móvel do
intestino delgado. O jejuno-íleo apresenta numerosas alças intestinais e está preso à parede do
abdome por uma prega peritoneal, o mesentério.
- Intestino grosso
Constitui a porção terminal do canal alimentar, sendo mais calibroso e mais curto que o
delgado. O intestino grosso possui dilatações limitadas por sulcos transversais denominados
haustros, formações em fita chamadas tênias (condensação da musculatura longitudinal), e
acúmulos de gorduras na serosa da víscera. Os apêndices epiplóicos. Subdivide-se nos
seguintes seguimentos:
Cécum: é o segmento inicial, em fundo cego, que se continua com o cólon ascendente.
Um prolongamento cilindróide, o apêndice vermiforme, destaca-se do cécum, no ponto de
convergência das tênias.
Cólon ascendente: segue-se ao cécum e tem direção cranial, estando fixado à parede
posterior do abdome. Continua-se com o cólon transverso, e a flexura cólica direita, marca o
limite entre os dois segmentos.
Cólon transverso: é bastante móvel, estendendo da flexura cólica direita a esquerda, onde
se flete para continuar no cólon descendente.
105
Cólon descendente: está fixado a parede posterior do abdome e inicia-se na flexura cólica
esquerda.
Cólon sigmóide: continuação do cólon descendente e tem trajeto sinuoso, dirigindo-se pare
o plano mediano da pelve onde é continuado pelo reto.
Reto: continua o cólon sigmóide e sua parte final, denominada de canal anal.
106
Figura 8.1: Desenho esquemático das partes constituintes do sistema
digestivo. Os órgãos anexos não estão representados.
107
Figura 8.2: Duodeno, pâncreas e vias biliares.
108
Figura 8.3: Face visceral do fígado.
109
Figura 8.5: Vias biliares e ducto pancreático - (esquemático).
110
Figura 8.7: Esquema geral do comportamento do peritônio.
111
Figura 8.8: Intestino Grosso
112
SISTEMA URINÁRIO
- Ureter
É um tubo muscular que une o rim à bexiga. Partindo da pelve renal, que constitui sua
extremidade dilatada, o ureter, com trajeto descendente (em virtude do seu trajeto, possui duas
partes: abdominal e pélvica), acola-se à parede posterior do abdome e penetra na pelve par
terminar na bexiga, desembocando neste órgão pelo óstio ureteral.
- Bexiga
É uma bolsa situada posteriormente à sínfise púbica e funciona como reservatório da urina.
O fluxo contínuo de urina que chega pelos ureteres é transformado, graças a ela, em emissão
periódica (micção).
No sexo masculino, o reto coloca-se posteriormente a bexiga; no sexo feminino, entre o reto
e a bexiga, situa-se o útero.
113
- Uretra
Constitui o último segmento das vias urinárias. Ela difere nos dois sexos, mas em ambos é
um tubo mediano que estabelece a comunicação entre a bexiga urinária e o meio externo. No
homem é uma via comum para micção e ejaculação, enquanto na mulher, serve apenas à
secreção da urina.
114
Figura 9.2: Rim (esquerdo) e glândula supra-renal, vistos anteriormente; rim,
em corte frontal.
Testículos
São os órgãos produtores de espermatozóides e de hormônios responsáveis pelo
aparecimento dos caracteres sexuais secundários. São em número de dois, ovóides, facilmente
palpáveis dentro da bolsa escrotal (bolsa que os aloja). O testículo é revestido por uma
membrana fibrosa, a túnica albugínea. Estão localizados externamente a parede da pelve, onde
o esquerdo está em geral em um nível inferior ao direito.
115
Epidídimo
É uma estrutura em forma de C, situada contra a margem posterior do testículo e armazena
os espermatozóides até o momento da ejaculação. Possui cabeça, corpo e cauda.
Ducto deferente
É a continuação da cauda do epidídimo e conduz os espermatozóides até o ducto
ejaculatório. Como os testículos estão situados externamente a parede da pelve e o ducto
ejaculatório dentro da cavidade pélvica, torna-se necessária a existência de um túnel através da
parede do abdome para permitir a passagem do ducto deferente. A este passagem dá-se o
nome de canal inguinal. Por ele passam também as demais estruturas relacionadas com os
testículos, como artérias, veias, linfáticos e nervos. Essas estruturas mais o canal deferente, dá-se
o nome de funículo espermático.
Ducto ejaculatório
É formado pela junção do ducto deferente com o ducto da vesícula seminal. E quase todo
o seu trajeto está situado na próstata e vai desembocar na parte prostática da uretra.
Uretra
É um canal comum para a micção e para a ejaculação, com cerca de 20 cm de
comprimento. Inicia-se no óstio interno da uretra, na bexiga, e atravessa o assoalho da pelve e
o pênis, terminando na extremidade deste órgão pelo óstio externo da uretra. Possui três
partes: parte prostática (atravessa a próstata), parte membranosa (atravessa o assoalho da
pelve) e a parte peniana ou esponjosa (localizada no corpo esponjoso do pênis). A uretra
possui duas dilatações: fossa navicular, adjacente ao óstio externo da uretra, e fossa bulbar,
adjacente ao bulbo do pênis (dilatação do corpo esponjoso).
Vesículas seminais
Estão situadas na parte póstero-inferior da bexiga, e em sua extremidade inferior encontra-se
o ducto da vesícula seminal, que se junta ao ducto deferente para constituir o ducto
ejaculatório.
A secreção das vesículas seminais faz parte do líquido seminal, e tem papel de ativação dos
espermatozóides e facilita a progressão dos mesmos através de suas vias de passagens.
Próstata
É um órgão pélvico, ímpar, situado inferiormente à bexiga e atravessado em toda a sua
extensão pela uretra. Sua secreção junta-se à das vesículas seminais para constituir o volume do
líquido seminal. A secreção das duas glândulas prostáticas é lançadas diretamente na porção
prostática da uretra através de dúctulos prostáticos e conferem odor característico ao sêmen.
116
Glândulas bulbouretrais
São pequenas e estão situadas nas proximidades da parte membranosa da uretra. Seus
ductos desembocam na uretra esponjosa e sua secreção é mucosa.
Pênis
Órgão masculino da cópula, é normalmente flácido, mas quando seus tecidos lacunares se
enchem de sangue, torna-se rígido e com sensível aumento de tamanho, ao que se dá o nome
de ereção.
O pênis é formado por três cilindros de tecido erétil: os corpos cavernosos e o corpo
esponjoso. O corpo esponjoso apresenta duas dilatações, a glande do pênis (anterior) e o
bulbo do pênis (posterior), sendo que este se prende as estruturas do assoalho da pelve. A
glande está recoberta por uma dupla camada de pele, o prepúcio.
Escroto
É uma bola situada atrás do pênis e abaixo da sínfese púbica. É dividido por um septo em
dois compartimentos, cada um contendo um testículo. Propicia uma temperatura favorável a
espermatogênese.
117
Figura 10.3: Testículo e Figura 10.4: Testículo, em corte sagital,
epidídimo esquemático.
Figura 10.5: Corpos cavernosos e corpo Figura 10.6: Corpo do pênis, em corte
esponjoso. Uma parte deste e a glande transversal.
foram separados dos corpos
cavernosos.
CAPÍTULO 11
118
SISTEMA GENITAL FEMININO
Útero
É o órgão que aloja o embrião e no qual este se desenvolve até o nascimento. Envolvido
pelo ligamento largo, nele se distinguem quatro partes: fundo, corpo, istmo e cérvix (ou colo).
O corpo comunica-se da cada lado com as tubas uterinas. O útero apresenta três camadas:
119
endométrio (mais interna), miométrio (média) e perimétrio (a mais externa, representada pelo
peritônio).
Vagina
É o órgão de cópula feminino. A vagina é um tubo que comunica-se superiormente com a
tuba uterina (através do óstio do útero), e inferiormente abre-se no vestíbulo da vagina (através
do óstio da vagina). Nas virgens, o óstio da vagina é parcialmente fechado pelo hímen, uma
membrana de tecido conjuntivo forrada por mucosa interna e externamente. A cavidade
uterina e a vagina constituem no conjunto o canal do parto, no qual o feto passa no momento
do nascimento.
Órgãos genitais externos
Denominado de pudendo ou vulva.
- Monte púbico: elevação mediana, anterior a sínfise púbica e constituída principalmente
de tecido adiposo. Apresenta pêlos espessos após a puberdade.
- Lábios maiores: são duas pregas cutâneas, alongadas, que delimitam entre si uma
fenda, a rima do pudendo.
- Lábios menores: são duas pregas cutâneas, localizadas medialmente aos lábios maiores.
O espaço entre os lábios menores é o vestíbulo da vagina, onde se apresenta o óstio
externo da uretra, o óstio da vagina e os orifícios dos ductos das glândulas vestibulares.
- Estruturas eréteis: o clitóris é homólogo do pênis, ou mais exatamente do corpo
cavernoso. Possui uma porção dilatada, a glande do clitóris, que é visível no local onde
se fundem anteriormente os lábios menores. O bulbo do vestíbulo é formado por duas
massas pares de tecido erétil, sendo homólogos rudimentares do bulbo do pênis e
porção adjacente do corpo esponjoso.
- Glândulas vestibulares maiores: são em número de duas, situadas profundamente e nas
extremidades do vestíbulo da vagina, onde se abrem seus ductos, que secretam muco.
As glândulas vestibulares menores têm seus minúsculos ductos se abrindo no vestíbulo,
entre os óstios da uretra e da vagina.
120
Figura 11.1: Órgãos do sistema genital feminino, em corte sagital mediano.
121
Figura 11.2: órgãos genitais femininos internos, vistos posteriormente. Do lado direito foi retirado
o lig. Largo e feito um core frontal para mostrar a luz da tuba e do útero.
Figura 11.3: Comportamento do peritônio na cavidade pélvica feminina. Observar a posição e relações
do ligamento largo do útero. Corte transversal, esquemático.
122
SISTEMA AUDITIVO
ORELHA EXTERNA
A orelha externa é formada pelo pavilhão auditivo (antigamente denominado orelha) e
pelo canal auditivo externo ou meato auditivo.
123
Todo o pavilhão auditivo (exceto o lobo ou lóbulo) é
constituído por tecido cartilaginoso recoberto por pele,
tendo como função captar e canalizar os sons para a orelha
média.
O canal auditivo externo estabelece a comunicação
entre a orelha média e o meio externo, tem cerca de três
centímetros de comprimento e está escavado em nosso osso
temporal. É revestido internamente por pêlos e glândulas,
que fabricam uma substância gordurosa e amarelada,
denominada cerume ou cera.
Tanto os pêlos como o cerume retêm poeira e micróbios que normalmente existem no
ar e eventualmente entram nos ouvidos.
O canal auditivo externo termina numa delicada membrana - tímpano ou membrana
timpânica - firmemente fixada ao conduto auditivo externo por um anel de tecido fibroso,
chamado anel timpânico.
ORELHA MÉDIA
A orelha média começa na membrana timpânica e consiste, em sua totalidade, de um
espaço aéreo – a cavidade timpânica – no osso temporal. Dentro dela estão três ossículos
articulados entre si, cujos nomes descrevem sua forma: martelo, bigorna e estribo. Esses
ossículos encontram-se suspensos na orelha média, através de ligamentos.
124
atmosférico é igual. Quando essas pressões ficam diferentes, não ouvimos bem, até que o
equilíbrio seja restabelecido.
ORELHA INTERNA
A orelha interna, chamada labirinto, é formada por escavações no osso temporal,
revestidas por membrana e preenchidas por líquido. Limita-se com a orelha média pelas
janelas oval e a redonda. O labirinto apresenta uma parte anterior, a cóclea ou caracol -
relacionada com a audição, e uma parte posterior - relacionada com o equilíbrio e constituída
pelo vestíbulo e pelos canais semicirculares.
O ouvido interno soma janela oval, esse fluido vai transmitindo o som,
125
Labirinto ósseo
126
1. canal auditivo; 2. tímpano; 3. martelo; 4. bigorna; 5. estribo;
6. janela oval; 7. tuba auditiva; 8. cóclea; 9. nervo auditivo.
SISTEMA VISUAL
Os globos oculares estão alojados dentro de cavidades ósseas denominadas órbitas,
compostas de partes dos ossos frontal, maxilar, zigomático, esfenóide, etmóide, lacrimal e
palatino. Ao globo ocular encontram-se associadas estruturas acessórias: pálpebras,
supercílios (sobrancelhas), conjuntiva, músculos e aparelho lacrimal.
Imagem: CRUZ, Daniel. O Corpo Humano. São Paulo, Ed. Ática, 2000.
127
3- túnica interna nervosa: retina. É a membrana mais interna e está debaixo da coróide.
É composta por várias camadas celulares, designadas de acordo com sua relação ao centro
do globo ocular. A camada mais interna, denominada camada de células ganglionares,
contém os corpos celulares das células ganglionares, única fonte de sinais de saída da retina,
que projeta axônios através do nervo óptico. Na retina encontram-se dois tipos de células
fotossensíveis: os cones e os bastonetes. Quando excitados pela energia luminosa, estimulam
as células nervosas adjacentes, gerando um impulso nervoso que se propaga pelo nervo
óptico.
A imagem fornecida pelos cones é mais nítida e mais rica em detalhes. Há três tipos de
cones: um que se excita com luz vermelha, outro com luz verde e o terceiro, com luz azul. São
os cones as células capazes de distinguir cores.
Os bastonetes não têm poder de resolução visual tão bom, mas são mais sensíveis à luz
que os cones. Em situações de pouca luminosidade, a visão passa a depender exclusivamente
dos bastonetes. É a chamada visão noturna ou visão de penumbra. Nos bastonetes existe
uma substância sensível à luz – a rodopsina – produzida a partir da vitamina A. A deficiência
alimentar dessa vitamina leva à cegueira noturna e à xeroftalmia (provoca ressecamento da
córnea, que fica opaca e espessa, podendo levar à cegueira irreversível).
Há duas regiões especiais na retina: a fovea centralis (ou fóvea ou mancha amarela) e o
ponto cego. A fóvea está no eixo óptico do olho, em que se projeta a imagem do objeto
focalizado, e a imagem que nela se forma tem grande nitidez. É a região da retina mais
altamente especializada para a visão de alta resolução. A fóvea contém apenas cones e
permite que a luz atinja os fotorreceptores sem passar pelas demais camadas da retina,
maximizando a acuidade visual.
AC
No fundo do olho está o ponto cego, insensível a luz. No ponto cego não há cones
nem bastonetes. Do ponto cego, emergem o nervo óptico e os vasos sangüíneos da retina.
128
MEIOS TRANSPARENTES:
Córnea: porção transparente da túnica externa (esclerótica); é circular no seu contorno
e de espessura uniforme. Sua superfície é lubrificada pela lágrima, secretada pelas
glândulas lacrimais e drenada para a cavidade nasal através de um orifício existente no
canto interno do olho.
Humor aquoso: fluido aquoso que se situa entre a córnea e o cristalino, preenchendo a
câmara anterior do olho.
Cristalino: lente biconvexa coberta por uma membrana transparente. Situa-se atrás da
pupila e orienta a passagem da luz até a retina. Também divide o interior do olho em
dois compartimentos contendo fluidos ligeiramente diferentes: (1) a câmara anterior,
preenchida pelo humor aquoso e (2) a câmara posterior, preenchida pelo humor vítreo.
Pode ficar mais delgado ou mais espesso, porque é preso ao músculo ciliar, que pode
torna-lo mais delgado ou mais curvo. Essas mudanças de forma ocorrem para desviar os
raios luminosos na direção da mancha amarela. O cristalino fica mais espesso para a
visão de objetos próximos e, mais delgado para a visão de objetos mais distantes,
permitindo que nossos olhos ajustem o foco para diferentes distâncias visuais. A essa
propriedade do cristalino dá-se o nome de acomodação visual. Com o envelhecimento,
o cristalino pode perder a transparência normal, tornando-se opaco, ao que chamamos
catarata.
Humor Vítreo: fluido mais viscoso e gelatinoso que se situa entre o cristalino e a retina,
preenchendo a câmara posterior do olho. Sua pressão mantém o globo ocular esférico.
Como já mencionado anteriormente, o globo ocular apresenta, ainda, anexos: as
pálpebras, os cílios, as sobrancelhas ou supercílios, as glândulas lacrimais e os músculos
oculares.
129
As pálpebras são duas dobras de pele revestidas internamente por uma
membrana chamada conjuntiva. Servem para proteger os olhos e espalhar sobre eles o
líquido que conhecemos como lágrima. Os cílios ou pestanas impedem a entrada de
poeira e de excesso de luz nos olhos, e as sobrancelhas impedem que o suor da testa
entre neles. As glândulas lacrimais produzem lágrimas continuamente. Esse líquido,
espalhado pelos movimentos das pálpebras, lava e lubrifica o olho. Quando choramos,
o excesso de líquido desce pelo canal lacrimal e é despejado nas fossas nasais, em
direção ao exterior do nariz.
130
SISTEMA TEGUMENTAR
Composição da pele
131
Hipoderme ou subcutâneo: possui rede de capilares para a nutrição da pele,
participa no equilíbrio térmico e sanguíneo, possui reserva alimentar e de
proteção contra o frio e ações mecânicas.
Anexos da pele
Unha;
Pêlos: Sem função protetora; encontram-se dentro do folículo piloso;
Glândulas sebáceas: secretam o sebo que é drenado para o folículo piloso,
manténs a oleosidade e a elasticidade do pêlo e da pele;
Glândulas sudoríparas: secretam o suor que mantém o equilíbrio térmico e
metabólico, protege a pele contra os microrganismos;
Glândulas mamárias:
Formadas por aréola, mamilo, glândulas alveolares, dueto lactífero, seios
lactíferos;
Secretam leite.
FISIOLOGIA DA PELE
A pele protege o organismo contra substâncias nocivas líquidas, sólidas e gasosas, além
de micro-organismos, parasitas e insetos. É um órgão de sensibilidade, pois é a sede do tato,
com o auxílio do qual percebemos a forma, a dimensão e a temperatura dos objetos. É
também um órgão de respiração (de pouca intensidade no homem). Além disso, possui
função excretora, eliminando suor e secreções sebáceas, e auxilia no fenômeno da regulação
térmica do organismo pela eliminação do suor, contribuindo para que a temperatura do corpo
permaneça constante, independentemente das variações externas.
132
SISTEMA ENDÓCRINO
GLÂNDULAS E HORMÔNIOS
As glândulas são conjuntos de células que produzem e liberam substâncias com papel
importante no funcionamento do organismo. A liberação dessas substâncias é denominada
secreção.
Podemos classificar as glândulas como endócrinas e exócrinas.
Glândulas exócrinas
As glândulas exócrinas liberam seus produtos no exterior do corpo ou dentro de
cavidades. Veja alguns exemplos:
133
• glândulas sudoríparas: produzem o suor e liberam-no na superfície da pele
umedecendo-a e esfriando-a;
• fígado: produz a bile, que fica armazenada na vesícula biliar. A bile é liberada na
cavidade intestinal e atua na digestão de gorduras;
• pâncreas: a maioria das células do pâncreas produz o suco pancreático, que é liberado
na cavidade intestinal e atua na digestão de diversos alimentos.
Glândulas endócrinas
As glândulas endócrinas liberam suas secreções diretamente na corrente sanguínea.
As secreções das glândulas endócrinas são denominadas hormônios. Essas substâncias
têm papel fundamental na regulação das funções do organismo.
134
Principais glândulas endócrinas
1- HIPÓFISE
2- TIREÓIDE
3- PARATIREÓIDES
4- SUPRA-RENAIS
5- PÂNCREAS (ILHOTAS DE
LANGERHANS)
6- OVÁRIOS
7- TESTÍCULOS
Hipófise
A glândula hipófise (ou pituitária) tem o tamanho aproximado de uma ervilha e está
localizada na base do crânio.
Essa pequena glândula controla, direta ou indiretamente, todas as outras através dos
hormônios tróficos. Veja alguns exemplos:
HORMÔNIO AÇÃO
somatotrófico (do crescimento) Estimula o crescimento.
tireotrófico (TSH) Estimula a tireóide.
folículo estimulante e luteinizante (FSH e LH) Estimula as glândulas sexuais e mamas.
Melanotrófico Controla a pigmentação da pele.
adrenocorticotrófico (ACTH) Estimula as supra-renais.
antidiurético (ADH) Estimula a reabsorção de água pelos rins.
135
Quando uma glândula não funciona bem, dizemos que apresenta uma disfunção. Um
exemplo de disfunção da hipófise é a produção do hormônio do crescimento em quantidades
anormais:
• nanismo: a produção do hormônio é abaixo do normal, tendo como resultado baixa
estatura (anão);
• gigantismo: a produção do hormônio é acima do normal e o indivíduo apresenta
estatura exageradamente alta.
Tireóide
Situa-se na base do pescoço e seu principal
hormônio é a tiroxina, que estimula as atividades do
organismo. As disfunções dessa glândula podem
acarretar:
• hipotireoidismo: a produção do hormônio
é abaixo do normal. O indivíduo torna-se gordo,
cansado e ocioso;
Paratireóides
São glândulas pequenas, situadas atrás da tireóide, e que produzem o paratormônio. Esse
hormônio regula a taxa de cálcio no sangue.
Supra-renais
O principal hormônio dessas glândulas, também chamadas adrenais, é a adrenalina. Essa
substância acelera os batimentos cardíacos, dilata as pupilas, contrai os pequenos vasos
sanguíneos. Sua função está ligada ao controle da pressão do sangue.
Ilhotas de Langerhans
Dentro do pâncreas há grupos de células que exercem a função de glândula endócrina:
são as ilhotas de Langerhans. Seu principal hormônio é a insulina, que promove a entrada da
glicose do sangue para a célula.
Se esse hormônio não é produzido em quantidade suficiente, a glicose se acumula no
sangue e passa a ser eliminada pela urina. Essa doença chama-se diabetes melito; popular-
mente, é conhecida por "açúcar no sangue" ou "açúcar na urina".
136
Testículos
Os testículos são um par de glândulas localizadas nas bolsas escrotais. Produzem a
testosterona, hormônio sexual masculino que desenvolve os caracteres sexuais, como barba,
voz grossa, desenvolvimento muscular etc.
Ovários
São duas glândulas situadas na parte inferior do abdômen da mulher. Produzem
hormônios como os estrógenos e a progesterona, que desenvolvem os caracteres sexuais
femininos, como as mamas, e preparam a mulher para a gravidez.
As glândulas podem ser classificadas em endócrinas e exócrinas. As glândulas exócrinas
secretam seus produtos no exterior do corpo ou dentro de cavidades. Veja alguns exemplos:
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As secreções das glândulas endócrinas são denominadas hormônios. Veja os principais:
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