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CLÁUDIA CHAIM

7 estratégias infalíveis para evitar a repetição de palavras


1) Sinonímia
Essa é uma das mais conhecidas ferramentas para combater a duplicação dos termos. Trata-se do processo de substituir determinada palavra por um
sinônimo.

Ex: O policial saiu correndo atrás do bandido e um menino decidiu acompanhar o policial.

Veja agora usando a sinonímia:

Ex: O policial saiu correndo atrás do bandido e um menino decidiu acompanhar o oficial.

2) Hiperonímia
Nós já falamos aqui sobre os hipônimos e hiperônimos. A hiperonímia consiste em usar palavras que possuem um significado mais amplo do que o da
substituída.

Ex: Maria tomou um remédio que não lhe fez muito bem. Parece que a medicação estava vencida.

Note que “remédio” é um tipo de medicação. Este termo abrange mais itens do que aquele.

3) Hiponímia
A hiponímia é o contrário da hiperonímia. Ela consiste em trocar um termo mais abrangente por outro mais específico.

Ex: Rui estava muito nervoso e precisou de um remédio. Depois de tomar o calmante, porém, ele ficou mais tranquilo.

Perceba que o elemento “calmante” é apenas um dos que compõem a classe dos remédios.

4) Metonímia
Na metonímia, substitui-se um vocábulo por outro que lhe seja semanticamente próximo.

Ex: Há livros que são muito melhores que outros. Quem já leu um Machado de Assis pode confirmar essa premissa.

A expressão “um Machado de Assis” refere-se a “um livro de Machado de Assis”.

5) Elipse e zeugma
Essas duas figuras de sintaxe consistem não na substituição, mas sim na supressão ou ausência de um nome.

Um caso clássico de elipse é a omissão do sujeito.

Ex: Chegamos hoje cedo.

Perceba que temos aqui a omissão do pronome reto nós, que fica representado pela conjugação do verbo chegar na primeira pessoa do plural do pretérito
perfeito do indicativo.
Já o zeugma é um tipo de elipse que funciona com a retirada de um termo anteriormente mencionado.

Ex: Paulo trabalhava no setor de vendas. Márcia, no de logística.

Vê-se ali a supressão do termo “trabalhava”.

6) Nominalização
Essa estratégia configura a substituição de um verbo por um substantivo que deriva dele.

Ex: Os trabalhadores decidiram paralisar os trabalhos. Segundo o líder, a paralisação continuará até que a diretoria apresente novas propostas.

Veja que a palavra “paralisação” nasce do verbo “paralisar”. Trata-se aqui de uma derivação sufixal (paralisa -ção).

7) Expressões ou grupos nominais definidos


O último recurso para evitar a repetição de palavras talvez seja o mais sofisticado de todos. Esse caso ocorre quando determinadas expressões exercem a
retomada de termos por meio de piedade ou características dele.

Ex: Donald Trump sempre causa polêmicas. O presidente americano é conhecido pela língua afiada.

Repare que a expressão “presidente americano” é uma característica de Donald Trump. É isso que faz desse recurso algo especial: ele depende do contexto e
do conhecimento de mundo do leitor. Se o receptor não conhecesse Trump, seria incapaz de ligá-lo ao fato de ele ser o mandatário dos Estados Unidos.

Vale ressaltar que, quando a substituição qualifica uma pessoa ou coisa específica, recebe o nome de epíteto.

Ex: Pelé, o atleta do século ou Paris, a cidade luz.

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