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A SINONÍMIA NO DICIONÁRIO

Cláudia Assad*

0. Introdução

Atente-se para as definições abaixo:

Sinônimo – São sinônimas as palavras com


aproximadamente o mesmo sentido, e com formas
diferentes. É a definição lato sensu de sinonímia: ela
permite, principalmente aos dicionários, fornecer listas
bastante longas de palavras que podem, em certos
contextos, substituir-se umas às outras. Em teoria
semântica moderna, duas unidades não são sinônimas a
não ser que tenham o mesmo sentido estrutural definido
por meio de uma análise rigorosa. (Dubois, 1973). (Grifo
meu).

Sinônimo – [Do gr. Synónymon, pelo lat. tard.


Synonymon.] Adj. 1. E. Ling. Diz-se de palavra ou locução
que tem a mesma ou quase a mesma significação que
outra. S.m. 2. E. Ling. Palavra ou expressão sinônima de
outra: dicionário de sinônimos. [Antôn.: antônimo. Cf.
parônimo e homônimo.] (...). (Aurélio, 1999). (Grifo meu).

Sinônimo - adjetivo e substantivo masculino


1 Rubrica: lingüística.
sema diz-se de ou palavra que tem com outra uma
semelhança de significação que permite que uma seja
escolhida pela outra em alguns contextos, sem alterar a
significação literal da sentença (...). (Houaiss, 2001).
(Grifo meu).

Se observarmos atentamente as definições acima, veremos que o termo mais


apropriado para designar os ―sinônimos‖ é ―quase-sinônimos‖, já que não existem
sinônimos perfeitos. O princípio de economia lingüística nos fala que nenhuma palavra
da língua existe à toa; logo, não pode haver duas palavras de mesmo sentido, já que tal
fato violaria o princípio, pois se isso acontecesse, pelo menos uma, das duas palavras,
estaria "a mais". Além disso, há que se considerar o contexto: para que duas palavras
tenham o mesmo sentido (definição tradicional de sinonímia), isto deverá ocorrer em
qualquer contexto para que se possa empregar uma pela outra, o que, de um modo geral,
não ocorre.

Comparem-se os seguintes pares de palavras:

 Seco e enxuto

*
A autora é Doutoranda na USP.

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 Calvo e careca
 Beber e tomar
 Oftalmologista e médico de vista

Uma roupa seca é o mesmo que uma roupa enxuta, mas e quanto a uma senhora ―seca‖
e uma ―enxuta‖? Do mesmo modo, ―calvo‖ será usado em um tratado de dermatologia,
mas não ―careca‖. Podemos beber e tomar o vinho, o leite e a água, mas o que dizer da
sopa, do sorvete, do banho? Da mesma forma, uma pessoa com instrução rudimentar,
não vai falar ―oftalmologista‖, mas ―médico de vista‖, o que mostra que o uso também é
responsável pela especificidade de sentido conferida às palavras. As palavras que
julgamos sinônimas sempre se especializam de algum modo, seja pelo contexto, seja
pelo uso; e por esse motivo mesmo, devemos ter cuidado, pois não podemos substituir
aleatoriamente uma palavra pela outra sem corrermos o sério risco de prejudicar o
sentido daquilo que, efetivamente, queremos expressar.
Este trabalho tem por objetivo analisar a sinonímia no dicionário, ou seja, como as
palavras ditas ―sinônimas‖ são tratadas ali, bem como fazer uma análise comparativa
entre os três dicionários escolhidos, no que tange ao tratamento dado por cada um ao
fenômeno da sinonímia.

Para realizar este objetivo, foi escolhido um corpus de 30 palavras, extraídas de


três dicionários, a saber: Houaiss (2001), Aurélio (1999) e Caldas Aulete (1964).

Tendo sido feita a seleção do corpus, as seguintes perguntas se apresentam:

1) De que modo o dicionário faz referência à sinonímia?


2) As palavras escolhidas atendem ao esquema proposto por W. E. Collinson e
Macaulay (In: Ullmann, 1964)?
3) As palavras escolhidas atendem ao critério da relação entre hiperônimos,
hipônimos e sinônimos proposto por Lyons (1979)?
4) Existem lacunas no tratamento dado pelo dicionário às palavras sinônimas?

Para responder a estas perguntas, esta pesquisa foi delineada, com os


procedimentos que se seguem:

 Análise da teoria sobre a sinonímia proposta por W. E. Collinson e Macaulay


(In: Ullmann, 1964).
 Análise da teoria sobre a sinonímia proposta por J. Lyons (1979),
particularmente, no que se refere à relação entre hiperonímia, hiponímia e
sinonímia.
 Escolha de palavras que podem enquadrar-se nos critérios propostos em
Ullmann (1964) e Lyons (1979).
 Análise comparativa dos três dicionários escolhidos, no que se refere ao modo
como cada um trata o fenômeno da sinonímia.
 Conclusão do estudo: tentativa final de atingir o objetivo proposto e as
conexões necessárias e possíveis entre os principais aspectos teóricos
abordados para tal fim.

1. A Sinonímia em Ullmann

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Embora não negue a possibilidade de uma sinonímia completa (nas nomenclaturas
técnicas, por exemplo), Ullmann (1964: 294 - 295) afirma-nos que não há sinônimos
perfeitos e faz referência a um esquema proposto, em nove itens, por W. E. Collinson
para explicar as diferenças mais comuns entre sinônimos, que reproduziremos aqui,
sendo que o faremos com exemplos extraídos da língua portuguesa:

1) Um termo é mais geral que outro.

Vamos exemplificar primeiramente com os substantivos ―tarefa‖ e ―função‖ e


com os verbos ―executar‖ e ―desempenhar‖. Comparem-se as frases abaixo:

a) "João executa suas tarefas com rapidez" ou "João desempenha suas tarefas com
rapidez"?
b) "Pedro executa suas funções com eficiência" ou "Pedro desempenha suas
funções com eficiência"?

Na verdade, João executa tarefas e Pedro desempenha funções.


Convém notar que os vocábulos "executar" e "tarefas" possuem, ambos, presença
do traço "Pontual"; assim, temos que "executar" = "+ Pontual" ou "+ P" e "tarefas"
também igual a "+ Pontual" ou "+ P".
Por outro lado, os vocábulos "desempenhar" e "funções" possuem, ambos,
presença do traço "Durativo"; assim, temos que "desempenhar" = "+ Durativo" ou "+
D" e "funções" também igual a "+ Durativo" ou "+ D".
Para que possamos entender o que significam esses dois traços (Pontual e
Durativo), vamos tomar como exemplo o verbo "caçar" e criar um contexto; desse
modo, posso dizer "ontem cacei na floresta" e "eu caçava naquela floresta"; a primeira
frase mostra-nos que o ato de caçar ocorreu uma única vez, em tempo pretérito, e já foi
encerrado, ou seja, eu cacei ontem na floresta, mas isto aconteceu ontem, pois hoje eu
vou pescar. Já a segunda frase mostra-nos o ato de caçar como algo que ocorreu muitas
vezes em um tempo pretérito e, por esse motivo mesmo, pode-se afirmar que, em tal
contexto, o ato de caçar reveste-se de uma certa duração no tempo, de uma certa
freqüência, fato esse que lhe outorga a presença do traço "Durativo", ao contrário do
item anterior, em que o traço presente é o "Pontual", justamente por não estar o ato de
caçar revestido de uma certa duração no tempo.
Se tomarmos os vocábulos "tarefa" e "função", observaremos que dentro de uma
mesma função podem ser executadas várias tarefas, o que indica ser o vocábulo
"função" de uma amplitude maior que o vocábulo "tarefa". Com efeito, mesmo que a
tarefa a ser executada dure um dia inteiro, ao seu término, outra tarefa terá lugar, sem
que, com isso, a função seja modificada; na verdade, a função permanece a mesma, daí
a diferença na atribuição dos traços, fato esse que ocorre, igualmente, com os verbos
"executar" e "desempenhar", o que justifica a combinação apropriada de traços: tarefas
são executadas e funções, desempenhadas.

Vejamos agora os verbos ―ter‖ e ―possuir‖ nas frases abaixo:

a) Maria possui olhos verdes. (Possuir = "+ Comercializável").


b) Maria tem olhos verdes. (Ter = ―Comercializável‖).

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Note-se que o verbo "ter" tem o traço "comercializável" não-especificado, o que
significa dizer que o referido traço pode estar presente ou ausente, dependendo do
vocábulo em questão; já o verbo "possuir" tem presença do traço "comercializável", o
que nos leva a concluir que a frase "Maria possui olhos verdes" comporta uma
inadequação ou impropriedade vocabular, já que os olhos não são passíveis de
comercialização.
Há que se considerar que o verbo "ter" é hiperônimo do verbo "possuir", logo,
posso dizer que "tenho uma caneta esferográfica" ou "possuo uma caneta esferográfica",
mas "tenho cabelos negros", e não: "possuo cabelos negros".

2) Um termo é mais intenso que outro.

Vejamos os verbos ―repudiar‖ e ―recusar‖; no caso do primeiro, temos, de fato,


uma carga semântica mais forte, já que implica uma rejeição, o que necessariamente não
ocorre com o segundo, pois podemos recusar delicadamente um convite, por exemplo,
não por rejeição, mas por absoluta impossibilidade de atendê-lo.
―Assassinar‖ também é mais intenso do que ―matar‖; o impacto de uma notícia
como ―O executivo X foi assassinado ontem de madrugada.‖ é bem maior que ―O
executivo X foi encontrado morto.‖, por exemplo, até porque, o fato de estar morto não
quer dizer necessariamente que foi assassinado. Acrescentem-se aqui os diferentes usos
desses dois verbos em contextos variados; se entra uma barata voadora em nossa casa,
não gritamos ―assassina a barata!‖, mas ―mata, mata!‖.

3) Um termo é mais emotivo que outro.

Um exemplo claro são os eufemismos, que, ressalte-se, enquadram-se também no


segundo critério proposto por Collinson. Não é por acaso que, em determinadas
situações, buscamos utilizar as ―melhores‖ palavras para não ferir a susceptibilidade
alheia. O substantivo ―câncer‖, por exemplo, é portador de forte carga emocional, de
modo que é comum substituí-lo por ―doença ruim‖. Caberia ainda aqui um exemplo
curioso divulgado na Internet, em um desses manuais destinados à defesa pessoal das
mulheres: diante de um estupro iminente, aconselha-se que a vítima, em lugar de gritar
por ―socorro!‖, grite ―fogo!‖, pois, dificilmente será socorrida se gritar por ―socorro!‖,
já que as pessoas temem a violência desenfreada que se estabeleceu nas grandes
metrópoles; já a palavra ―fogo!‖ não despertaria o medo da violência e as chances de
socorro seriam maiores. Curiosamente, duas palavras bem diferentes (mesmo que
estejam no mesmo campo associativo) acabam por se tornar sinônimas.

4) Um termo pode implicar aprovação ou censura moral enquanto que o outro é


neutro.

Trata-se, na verdade, de um outro modo para definir o eufemismo, já que sua


característica principal é justamente a substituição de um termo ―pesado‖ e, dependendo
do contexto, censurável, por um que seja ―neutro‖; assim, podemos citar como exemplo
o sintagma ―capitalismo selvagem‖, susceptível à desaprovação, e um substituto
―neutro‖, como, por exemplo, o sintagma ―livre empresa‖. Da mesma maneira, um

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adjetivo como ―leproso‖, que certamente provocaria uma censura por parte do ouvinte,
deveria ser substituído por ―hanseniano‖, que é mais ―neutro‖.

5) Um termo é mais profissional que outro.

Usamos os termos ditos ―profissionais‖ de acordo com o tipo de leitor / ouvinte;


assim ocorre, por exemplo, com ―cefaléia‖ e ―dor de cabeça‖; desse modo, um médico
conversando com outro dirá ―cefaléia‖ para designar um dos sintomas do paciente; já
para o paciente, o termo mais apropriado será ―dor de cabeça‖.

6) Um termo é mais literário que outro.

Podemos citar aqui o substantivo ―passamento‖ e a lexia complexa ―a indesejada


das gentes‖ (eufemismo) em oposição a ―morte‖, por exemplo; assim também, termos
como ―nau‖ e ―navio‖, entre outros.

7) Um termo é mais coloquial que outro.

As gírias são um exemplo claro; assim, ―estou um bagaço‖ e ―estou cansado‖.


Comparemos os quatro substantivos que se seguem: ―semblante‖, ―rosto / face‖ e
―cara‖, respectivamente, formal, neutros e coloquial; não obstante serem considerados
sinônimos, esses substantivos têm usos muito diferentes, senão vejamos: um sujeito que
ameaça outro não diz ―vou dar um soco no teu semblante‖ (mas ―na tua cara‖); lavamos
o rosto e não a face e dizemos que um bebê tem a face rosada; do mesmo modo, um
adulto pode ter um semblante melancólico e o rosto pálido, entre outros usos.
Acrescente-se que o binômio ―rosto – face‖ enquadra-se ainda na primeira diferença
descrita, já que a face fica no rosto.

8) Um termo é mais local ou dialetal que outro.

Há muitos exemplos para esta diferença; assim, dizemos, no Rio, por exemplo,
―biscoito‖, ao passo que em São Paulo usa-se o substantivo ―bolacha‖; do mesmo modo,
dizemos ―sinal‖, no Rio, e ―farol‖, em São Paulo. O substantivo ―macaxeira‖, em
Recife, é ―aipim‖, no Rio; o mesmo se dá entre os diferentes países que falam
português: dizemos ―elefanta‖, no Brasil, e ―aliá‖, em alguns países do continente
africano. Até dentro do mesmo Estado, há diferenças; assim, usamos no Rio (Capital) o
substantivo ―janela‖ em oposição a ―jinela‖ em alguns municípios do interior.

9) Um dos sinônimos pertence à linguagem infantil.

Com freqüência, uma única palavra no vocabulário infantil tem mais de um


sentido em seu correspondente adulto; assim, temos que ―papá‖ pode significar ―papai‖
e ―alimento‖, entre outras palavras.

Ullmann (1964) nos fala que o meio mais eficaz para delimitar os sinônimos
consiste no ―teste de substituição‖ proposto por Macaulay; ocorre que, com freqüência,
tais substituições necessitam de algum tipo de adaptação e, ainda assim, dependendo do
contexto, um termo não pode ser substituído por outro. Tomemos os pares ―casa‖ / ―lar‖

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e ―dispensar‖ / ―prescindir‖; dificilmente, uma pessoa dirá ao sair da escola: ―vou para o
meu lar‖ (dirá, sim, ―vou para minha casa‖); já no segundo par, haverá uma adaptação
exigida pela regência dos verbos em questão, pois dizemos ―dispenso a sua ajuda‖, mas
―prescindo da sua ajuda‖.
Naturalmente, podemos dizer que uma planície é ―vasta‖ ou ―larga‖, mas não
dizemos da velha calça que ela está ―vasta‖ e precisa ser apertada; embora saibamos que
uma blusa ―seca‖ é o mesmo que uma ―enxuta‖, pois, nesse caso, significa que não está
molhada, não podemos dizer o mesmo de uma carta, afinal, uma carta ―seca‖ não é o
mesmo que uma ―enxuta‖: enquanto a primeira é desprovida de qualquer emotividade, a
segunda é concisa e objetiva.
Segundo o autor, também podemos delimitar os sinônimos através de seus opostos, ou
seja, os antônimos. Para Ullmann, o adjetivo ―fundo‖ será sinônimo dos adjetivos
―intenso‖ e ―profundo‖ em ―funda simpatia‖ (pois também podemos dizer ―profunda
simpatia‖ e ―intensa simpatia‖), onde o seu antônimo seria o adjetivo ―superficial‖,
mas não em ―água profunda‖, em que o seu antônimo seria ―rasa‖, ―não profunda‖ (não
podemos dizer ―água superficial‖).
É certo que não podemos dizer ―simpatia rasa‖, mas ―simpatia superficial‖ também é
estranho, pois não me parece que o substantivo ―simpatia‖ esteja sujeito a gradações:
ou existe simpatia ou não, ou simpatizamos com alguém ou não simpatizamos. Por
outro lado, há que se ter em mente qual o sentido de ―simpatia‖ que está sendo utilizado,
pois se dissermos ―conheço uma simpatia excelente para bronquite‖, nem mesmo o
recurso ao antônimo terá qualquer validade, já que não se diz ―conheço uma funda
simpatia para bronquite‖ e menos ainda ―uma simpatia rasa ou superficial para
bronquite‖.

2. A Sinonímia em Lyons

Lyons (1979), ao analisar o fenômeno da sinonímia, propõe, entre outras


considerações relevantes, uma análise relacionada aos conceitos de hiperonímia e
hiponímia; assim, o autor considera a sinonímia como uma ―hiponímia simétrica‖.

Nas palavras do autor (1979: 483 – 484):

Embora um termo hiperônimo não implique, em geral, o seu


hipônimo, ocorre freqüentemente que o contexto
situacional ou a modificação sintagmática do termo
hiperônimo o determinará no sentido de um de seus
hipônimos. Essa é a origem da sinonímia dependente do
contexto (...). E isso sugere igualmente a possibilidade de
definir a relação de sinonímia como ―hiponímia simétrica‖:
se x é um hipônimo de y e se y é também um hipônimo de x
– isto é, se a relação é bilateral ou simétrica -, então x e y
são sinônimos. (...) A sinonímia, como um caso especial de X é hp de Y
hiponímia, tem, pois, a propriedade adicional de ser uma
relação simétrica: estabelece-se entre a e b e entre b e a. Por
Y é hp de x
motivos puramente formais ela também pode ser definida então x e y
como reflexiva: (...) toda unidade lexical que se substitui a são
si mesma é sinônima de si mesma, no mesmo contexto. A
sinonímia é, portanto, uma relação de equivalência no sinônimos
sentido matemático do termo.

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Vamos considerar ainda as definições abaixo:

Hiperônimo (Dubois) – sin. superordenado. É o termo cuja


significação inclui o sentido (ou os sentidos) de um ou de
diversos outros termos chamados hipônimos. O sentido do
nome da parte de um todo é o hipônimo do sentido do todo
que é o seu hiperônimo. Assim, animal é o hiperônimo de
cão, gato, burro,etc.

Hipônimo (Dubois) – é o sentido do nome da parte de um


todo.

Hiperônimo (Houaiss) - adjetivo e substantivo


masculino
Rubrica: lingüística.
relativo a ou vocábulo de sentido mais genérico em relação
a outro (p.ex., assento é hiperônimo de cadeira, de
poltrona etc.; animal é hiperônimo de leão; flor é
hiperônimo de malmequer, de rosa etc.);
superordenado
Obs.: p. opos. a hipônimo

Hipônimo (Houaiss) - adjetivo e substantivo masculino


Rubrica: lingüística.
diz-se de ou vocábulo ou sintagma de sentido mais
específico em relação ao de um outro mais geral, em cuja
classe está contido (p.ex., poltrona é hipônimo de assento;
leão é hipônimo de animal)
Obs.: p.opos. a hiperônimo

Hiperônimo (Aurélio) - [De hiper- + -ônimo.]


S. m. E. Ling.
1. Numa relação de hiperonímia, o termo cujo significado é
mais genérico.
[Cf. hipônimo.]

Hipônimo (Aurélio) - [De hip(o)-1 + -ônimo.]


S. m. E. Ling.
1. Numa relação de hiponímia, o termo cujo significado é
menos genérico.
[Cf. hiperônimo.]

Podemos perceber, com base nas definições acima, que o hiperônimo é um


indicador de classes e o hipônimo é um dos membros da classe designada pelo
hiperônimo. Por exemplo, ―fruta‖ é um hiperônimo, ao passo que ―manga‖, ―uva‖,
―banana‖ etc. são hipônimos.

Vamos tomar o seguinte conjunto de vocábulos:

ANIMAL : + Animado / - Humano

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GATO : + Animado / - Humano / + Felino / +Vertebrado / + Doméstico / etc.

ONÇA : + Animado / - Humano / + Felino / +Vertebrado / - Doméstico / etc.

BARATA : + Animado / - Humano / - Vertebrado / etc.

É de se notar que os vocábulos "gato", "onça" e "barata" são hipônimos de


"animal", que, por seu turno, tem presença do traço "animado" e ausência do traço
"humano"; assim, temos que: ANIMAL = + Animado e - Humano, entre outros traços.
Convém observar que os traços especificados do hiperônimo "animal"
("+Animado" e "-Humano") são os traços comuns aos hipônimos "gato", "onça" e
"barata"; os demais traços do hiperônimo são não-especificados ou, por outras palavras,
não são dotados dos sinais "+" ou "-".
Como podemos ver, o hiperônimo é mais abrangente do que o hipônimo, já que se
trata de uma relação do tipo contém – está contido; mesmo assim, se fizermos uma
modificação sintagmática no termo hiperônimo, conforme nos propõe Lyons (1979), é
possível determiná-lo no sentido de um de seus hipônimos.
Desse modo, temos que o hiperônimo ―profissional‖ e o hipônimo ―advogado‖
poderão tornar-se sinônimos se acrescentarmos o sintagma preposicionado ―do direito‖
ao hiperônimo ―profissional‖; assim, ―profissional do direito‖ equivale a ―advogado‖,
ou seja, são sinônimos.
Todavia, esse procedimento não é uma regra e, como tal, não pode ser
generalizado nem mesmo para um determinado hiperônimo, senão vejamos: como
modificar o hiperônimo ―profissional‖ para torná-lo sinônimo dos hipônimos ―lixeiro‖,
―sapateiro‖, ―engenheiro‖ e ―ascensorista‖, por exemplo? Diremos, respectivamente,
―profissional do lixo‖, ―profissional do sapato‖, ―profissional do engenho‖ (e aqui o
sentido será alterado a ponto de mudar a profissão; já ―profissional de engenharia‖ seria
mais aceitável, embora não seja comum) e ―profissional do elevador‖?
Convém observar que Lyons, ao expor sua teoria, brinda-nos com um número
muito pequeno de exemplos e, no que se refere à sinonímia como hiponímia simétrica,
não nos fornece exemplificação.
Curiosamente, ao falar da sinonímia como um caso especial de hiponímia,
oferece-nos como exemplo as palavras ―primogênito‖ e ―caçula‖, que não são
sinônimas, pois ―primogênito‖ é o filho mais velho, ao passo que ―caçula‖ é o mais
novo; no entanto, ambas as palavras são hipônimos do hiperônimo ―filho‖ e como tal,
são ―filhos‖ já que existe uma correspondência entre os traços semânticos de
hiperônimos e hipônimos; sob este aspecto podemos até considerá-las sinônimas, pois
―primogênito‖ = ―filho‖ e ―caçula‖ = ―filho‖ (mas uma não se pode substituir pela outra
já que os significados são opostos e, na verdade, a relação entre ambas é de antonímia).
Desse modo, temos que, segundo a definição matemática de Lyons (1979), ―se x é
um hipônimo de y e se y é também um hipônimo de x – isto é, se a relação é bilateral ou
simétrica -, então x e y são sinônimos‖; se considerarmos x = primogênito ou caçula e y
= filho, teremos que se x (primogênito ou caçula) é hipônimo de y (filho) e se y (filho) é
hipônimo de x (primogênito ou caçula), então x e y são sinônimos, ou seja, ―primogênito
ou caçula‖ são sinônimos de ―filho‖, o que não é verdadeiro, já que todo primogênito e
todo caçula são filhos mas nem todo filho é primogênito ou caçula; o que dizer, por

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exemplo, do filho ―do meio‖ e do filho ―adotado‖ e do filho ―emprestado‖ e do filho
―do coração‖?
Note-se que dizer que x é hipônimo de y é o mesmo que dizer que y é hiperônimo de x;
sendo assim, ambos não podem ser sinônimos. Suponhamos agora, em lugar dos
sintagmas ―primogênito‖ e ―caçula‖, respectivamente, os sintagmas ―filho mais velho‖ e
―filho mais novo‖ (modificados sintagmaticamente); então teremos que se x (filho mais
velho ou filho mais novo) é hipônimo de y (filho) e se y (filho) é hipônimo de x (filho
mais velho ou filho mais novo), então x e y são sinônimos, ou seja, ―filho mais velho ou
filho mais novo‖ são sinônimos de ―filho‖; realmente são, mas um não se substitui pelo
outro; além disso, se uma palavra é hipônima de outra, isto significa dizer que uma
delas é um hiperônimo e, como tal, ambas não podem ser sinônimas, já que uma contém
a outra, a não ser em contextos bem específicos, o que tentaremos comprovar por meio
de algumas palavras do corpus escolhido.
Portanto, não podemos pensar em equivalência matemática para a língua, já que
esta não é uma ciência exata.
O que segue é a análise dos corpora.

3. Análise dos Corpora

As duas primeiras palavras escolhidas (―profissional‖ e ―economista‖) atendem


bem ao primeiro critério proposto por Collinson, já que ―profissional‖ é mais geral que
―economista‖. Ocorre que Collinson propõe critérios para explicar as diferenças mais
comuns entre sinônimos; desse modo, o autor parte do pressuposto de que as palavras
susceptíveis à aplicação do referido critério são sinônimas, fato que não é possível de
acontecer, pois, na verdade, o que vislumbramos aqui é o fenômeno da hiperonímia,
senão vejamos: dizer que um termo é mais geral que o outro é o mesmo que dizer que o
mais geral contém o mais específico, ou seja, trata-se da relação hiperônimo –
hipônimo.
É de se notar que se todo economista é um profissional, nem todo profissional é
um economista; sendo assim, podemos afirmar que ―economista‖ é sinônimo de
―profissional‖, mas o inverso só será verdadeiro em determinados contextos, já que o
hiperônimo ―profissional‖ contém diversos hipônimos e ―economista‖ é apenas um
deles. A sinonímia aqui parece configurar um fenômeno de ―mão única‖, o que acaba
por descaracterizá-la, já que pressupõe um caminho de ―mão dupla‖.
O segundo, terceiro e quarto critérios propostos por Collinson estão associados
entre si e podem ser sintetizados em um só, senão vejamos: quando dizemos que um
termo é mais intenso que outro, o que significa ser ―mais intenso‖, senão portador de
uma carga maior de emotividade? E mais: se um determinado termo provoca comoção
em alguém, isto só se dá porque o termo em questão não é neutro e dependendo da
situação, o grau de comoção provocado pode importar em aprovação ou censura moral.
Vejamos as palavras do corpus; para enquadrar-se no segundo critério, temos as
palavras ―rejeição‖, ―recusa‖ e ―repulsão‖; naturalmente, podemos considerar
―repulsão‖ um termo ―mais intenso‖ que os demais, uma vez que, segundo Houaiss e
Caldas Aulete, ―repulsão‖ implica ―asco‖, ―repugnância‖, o que não acontece
necessariamente com as palavras ―rejeição‖ e ―recusa‖; sendo assim, a ―emotividade‖
provocada por ―repulsão‖ é muito mais forte. Acrescente-se a isto que se a repulsa for
revelada diante de um mendigo, por exemplo, tal atitude deverá provocar censura moral
por parte de quem presencie a cena.

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A rejeição, que também é um termo bastante ―intenso‖, ainda é mais ―suave‖ que
―repulsa‖, já que podemos demonstrar rejeição por algo, alguém ou até mesmo por uma
situação sem que tenhamos nojo; a rejeição poderá ser por alguma coisa que provoque
profunda infelicidade, por exemplo.
Já a recusa revestir-se-á de rejeição ou até mesmo de repulsa, dependendo do
modo como seja feita, pois há várias maneiras de manifestar recusa; assim, um convite
pode ser recusado com delicadeza, grosseria ou asco. O fato é que as três palavras em
questão, por sua própria definição, não podem ser totalmente neutras, a não ser quando
descontextualizadas ou em ―estado de dicionário‖. Convenhamos que, por se tratarem
de signos, ao se contextualizarem, transitarão ideologias, crenças e efeitos variados no
interlocutor, de modo que fatores como ―emotividade‖, ―censura‖ e ―aprovação‖ passem
a integrar o mesmo campo associativo.
Para o terceiro critério proposto, vamos usar um exemplo extraído da pragmática;
Watzlawick, Beavin e Jackson (1987), em sua Pragmática da Comunicação Humana, já
nos ressaltam a necessidade intrínseca do homem de ser confirmado pelo outro, no
processo de interação. Em um tal contexto, o homem, que é um ser, por excelência,
social e do discurso, constrói sua identidade pela via da linguagem, que o instaura em
sua condição de ser. Portanto, usar essa mesma via para retirar-lhe as "âncoras" é o
mesmo que negá-lo, desconfirmá-lo ou, por outras palavras, atirá-lo à sombra do
discurso junto com toda a sua bagagem lingüística prévia, sua cultura, sua raça, enfim,
relegá-lo à condição de não-ser.
Segundo Houaiss, aquele que nega ―recusa-se a admitir‖ a existência de algo, o
que nos mostra que o verbo ―negar‖ (palavra do corpus) implica maior emotividade [e
também intensidade!] que ―rejeitar‖ (palavra do corpus), porque, para rejeitar, é preciso
primeiro admitir a existência daquilo que se está rejeitando, o que não acontece quando
se nega.
Naturalmente, trata-se aqui de um contexto bem específico; sendo assim, em
outras situações, a negação implicará necessariamente a existência de algo; por
exemplo, quando alguém nega que disse determinadas palavras, é preciso reconhecer
primeiro que tais palavras foram ditas. Tudo isto nos vai mostrando que, na tessitura da
sinonímia, praticamente não há espaço para o isolamento das palavras.
Para exemplificar o quarto critério, selecionamos as palavras ―leproso‖ e
―hanseniano‖; é de se notar que a lepra é uma doença que normalmente provoca horror
nas pessoas, além de uma forte discriminação para com seus portadores. A própria
palavra ―lepra‖ [e, por extensão, ―leproso‖] é extremamente agressiva e o adjetivo pode,
inclusive, ser usado como ofensa [como em ―cão leproso‖].
Na Roma antiga, os portadores do bacilo de Hansen eram execrados pela
sociedade por serem considerados a escória, o que havia de pior; eram tratados como
pessoas malditas e, como tais, obrigadas a viver em guetos dos quais todos fugiam.
Essas pessoas eram enterradas vivas e passavam por sofrimentos inomináveis. Hoje,
embora a doença tenha cura, a discriminação e o horror persistem, mesmo que de uma
forma velada. O adjetivo ―hanseniano‖ atende ao ―discreto‖ tratamento dado pela
sociedade aos portadores do bacilo, já que é mais ―neutro‖, digamos, menos
―discriminatório‖, menos ―agressivo‖ e implica menos ―censura‖.
Temos, portanto, que esses três critérios, na verdade, constituem as várias faces do
eufemismo; segundo Citelli (1986), as palavras nascem ―neutras‖, em "estado de
dicionário", e são contextualizadas segundo nossos valores, conceitos e pré-conceitos.

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Vivemos mediados pelas palavras. A palavra ao se contextualizar passa a expressar
valores e idéias; transita ideologias, cumprindo amplo espectro de funções persuasivas.
A troca dos nomes (eufemismo), por exemplo, tem por função assegurar a
recontextualização de um signo, pois com isto expressará novas idéias e valores.
(Lembremo-nos de que uma das preocupações do discurso persuasivo é provocar no
receptor reações emocionais).
Desse modo, o eufemismo pode ser tomado como um critério, em substituição ao
segundo, terceiro e quarto, pois seu mecanismo de funcionamento consiste justamente
na substituição de um termo dito ―forte‖, ―intenso‖, ―emotivo‖ e que implique ―censura
moral‖ por um mais ―leve‖, menos ―emotivo‖ e que implique ―aprovação‖ por parte do
ouvinte.
No que tange ao quinto critério, ―um termo é mais profissional que outro‖, as
palavras ―óbito‖ e ―morte‖ exemplificam-no bem, já que quando alguém morre, atesta-
se o ―óbito‖, por meio de um documento feito por profissionais, no caso, os médicos
que trataram do paciente (não existe um ―atestado de morte‖).
É interessante observar que a sinonímia contém a propriedade [ou traço
semântico] de ―exclusão‖; explico-me: a simples presença do termo ―óbito‖, enquanto
sinônimo de ―morte‖, exclui uma enorme gama de significados da palavra (conforme
atestado pelos corpora), pois não podemos, por exemplo, considerar aqui um
significado para ―morte‖ como em ―morte dos ideais‖, afinal, não se atesta o ―óbito dos
ideais‖ de alguém. Assim, o termo ―óbito‖ restringe o significado de ―morte‖ para tão-
somente ―morte física‖, pois, somente nesta circunstância, um médico fornece um
atestado de óbito.
As palavras ―navio‖ e ―nau‖ exemplificam o sexto critério (um termo é mais
literário que outro); uma simples leitura do corpus – Aurélio e do corpus – Caldas
Aulete mostra-nos que ambas são hiperônimos, já que existem vários tipos de navio e de
nau.
Aurélio e Caldas Aulete usam a abreviatura ―Poét.‖ [Poético] para o termo ―nau‖,
conforme atestam os corpora; de fato, é comum a palavra ―nau‖ figurar com maior
freqüência em contextos literários, sobretudo quando o escrito fala do descobrimento do
Brasil, do que ―navio‖, até porque ―nau‖ é de emprego mais restrito (fato que agrada a
muitos escritores) e não tem a mesma amplitude de ―navio‖.
Atualmente, o emprego de ―nau‖ é ainda mais restrito; não dizemos, por exemplo,
que ―as naus da PETROBRÁS‖ estão na Bahia de Guanabara, mas, sim, que ―os navios
da PETROBRÁS...‖.
O sétimo e o oitavo critérios, respectivamente, um termo é mais local ou dialetal
que outro e um termo é mais coloquial que outro, tratam, na verdade, de variações
diatópicas e diastráticas, o que os diferencia dos demais critérios, já que não se trata
aqui propriamente do contexto, mas, sim, de locais de uso distintos e de diferentes
níveis, como o nível culto e o nível popular.
O sétimo critério está exemplificado através das palavras ―debochar‖ e ―mangar‖;
é de se notar que a segunda costuma ser usada, no Nordeste, com o mesmo sentido de
―debochar‖; apesar disso, tal registro não se encontra nos corpora; encontramos, sim, o
registro de ―mangar‖, nos três dicionários, como de uso característico no Sul do Brasil,
mas com outro sentido que não o de ―caçoar‖, ―debochar‖ e, sim, de ―ser lerdo‖,
―demorar‖ para fazer algo.
Em relação ao oitavo critério, temos que a palavra ―topar‖ é de uso coloquial (e
também regional, mas com outros sentidos, segundo os corpora), sendo que está

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registrada como gíria no Aurélio e no Caldas Aulete e como regionalismo e de uso
informal no Houaiss (além dos outros usos regionais); já o sinônimo ―aceitar‖ pertence
ao nível culto.
No que se refere ao nono critério, este não tem qualquer semelhança com os
demais, já que trata da linguagem infantil. A palavra ―papá‖ pode ter o sentido de
―papai‖ e também de ―comer‖, em uma frase como ―nenê qué papá‖.
É interessante observar que o verbo ―papar‖ aparece no Aurélio como ―familiar‖ e
no Caldas Aulete como ―infantil e familiar‖; já no Houaiss, não há qualquer registro
como ―familiar‖ ou ―infantil‖. Quanto à palavra ―comer‖, não há registro nos corpora
como sinônima de ―papá‖; de fato, trata-se de uma ―sinonímia‖ tão específica que talvez
não deva ser chamada de sinonímia, afinal, é um período da vida da criança em que ela
não aprendeu a falar como os adultos, ou seja, trata-se de um processo natural por que
todas as crianças passam e não há, portanto, motivos para tratá-lo como um caso
específico de sinonímia.
Os adjetivos ―fundo‖, ―intenso‖, ―profundo‖, ―superficial‖ e ―raso‖ exemplificam
a delimitação entre sinônimos através de antônimos; parece-nos que tal delimitação
ocorre tão-somente em função dos termos determinados escolhidos, já que os adjetivos
em questão (determinantes) são os mesmos, senão vejamos: o substantivo ―amor‖ pode
funcionar como núcleo dos sintagmas nominais ―fundo amor‖ (―amor fundo‖ é uma
construção duvidosa), ―profundo amor‖ ou ―amor profundo‖ e ―intenso amor‖ ou ―amor
intenso‖; segundo a proposta de Ullmann (1964), os três adjetivos seriam sinônimos e o
seu antônimo seria o adjetivo ―superficial‖; todavia, falar em ―amor superficial‖ é
estranho, pois não nos parece o amor susceptível a gradações, a menos que o sentimento
não seja de amor, mas de outra coisa.
Ainda segundo Ullmann, não haveria sinonímia no caso de ―água profunda‖, pois
o antônimo seria ―rasa‖; o mesmo ocorrerá com o termo determinado ―lago‖, sendo que,
nesse caso, a sinonímia só ocorre entre ―fundo‖ e ―profundo‖, em oposição a ―raso‖,
pois não se pode falar de ―lago intenso‖.
Parece-nos ainda que o termo determinado além de determinar se haverá ou não
sinonímia, em oposição à antonímia, também interfere neste critério, dependendo do
tipo de substantivo considerado, se concreto ou abstrato. Vamos comparar dois termos
determinados, por exemplo, ―ódio‖ e ―buraco‖, respectivamente, abstrato e concreto;
podemos formar os sintagmas nominais ―ódio intenso‖ e ―ódio profundo‖, mas no caso
de ―ódio fundo‖, temos uma construção, no mínimo, estranha, tal como acontece com
―amor fundo‖; entretanto, ―fundo ódio‖ é mais aceitável; da mesma maneira, se
considerarmos o sintagma ―ódio superficial‖, teremos mais um sintagma de aceitação
duvidosa, pois o ódio, assim como o amor, ou existem e são profundos ou não existem,
afinal, amor e ódio ―superficiais‖ podem ser tudo menos amor e ódio. Quanto a ―amor e
ódio rasos‖, não há o que se comentar, dado o absurdo de tais construções.
No caso de ―buraco‖, só pode haver sinonímia entre ―fundo‖ e ―profundo‖, pois
não se pode dizer ―buraco intenso‖; assim também podemos dizer, em oposição,
―buraco raso‖, mas não ―superficial‖.
Desse modo, o critério de delimitação de sinônimos através de seus antônimos
deve ser analisado com cautela antes de ser aceito, pois há restrições quanto ao seu
emprego, além de envolver outros aspectos teóricos que escapam ao âmbito da
sinonímia propriamente dita.
Quanto à análise da sinonímia proposta por Lyons (1979), as palavras escolhidas
para compor o corpus revelam-nos aspectos interessantes; já vimos que a sinonímia

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enquanto uma ―hiponímia simétrica‖ comporta restrições; todavia, os termos ―veículo‖,
―carro‖, ―ônibus‖ e ―motocicleta‖ mostram-nos uma possibilidade de hiponímia
simétrica entre os dois primeiros.
Uma leitura das definições propostas pelos dicionários escolhidos é suficiente
para percebermos que ―veículo‖ é hiperônimo de ―carro‖, ―ônibus‖ e ―motocicleta‖;
todavia, ―carro‖ também é um hiperônimo, já que existem vários tipos diferentes de
carros desde carro ―alegórico‖ até carro ―de boi‖ ou ―de mão‖ (sendo que neste último a
palavra ―carro‖ é usada no diminutivo).
Também se pode notar nos três dicionários, nas definições propostas para
―veículo‖, que existe sinonímia entre ―veículo‖ e ―carro‖ ou ―automóvel‖, ou seja, um
dos sinônimos de ―veículo‖ é o termo ―carro‖; desse modo, podemos afirmar que, de
fato, além de ―veículo‖ ser hiperônimo de ―carro‖, ambos podem funcionar como
hipônimos um do outro, já que ambos são hiperônimos em relação a outros termos, mas
são sinônimos entre si.
É de se notar, contudo, que, mesmo nestas considerações, há outros aspectos de que não
podemos prescindir: mesmo que haja sinonímia entre ―carro‖ e ―veículo‖ e mesmo que
ambos sejam hiperônimos, o fenômeno da hiperonímia é diferente em ambos, como
ocorre com ―material escolar‖ e ―lápis‖, por exemplo. Sabemos que o primeiro é
hiperônimo do segundo, como também é hiperônimo de ―papel‖, ―caneta‖, ―borracha‖,
―apontador‖ etc., ou seja, os hipônimos são sintagmas nominais diferentes entre si.
Já no caso de ―lápis‖, ele será hiperônimo de ―lápis preto‖, ―lápis de cor‖, ―lápis
cera‖, ―lápis de olho‖ etc.; note-se que o núcleo destes sintagmas nominais é o mesmo,
ou seja, ―lápis‖; sendo assim, o que diferencia um sintagma do outro não é o núcleo
(como os hipônimos de ―material escolar‖), mas um termo periférico, ―marginal‖
(Carone, 1991), que pode ser um sintagma preposicionado (―de cor‖) ou um simples
adjetivo (―cera‖).
O mesmo irá ocorrer entre ―veículo‖ e ―carro‖, pois, mesmo sendo considerados
sinônimos, ―veículo‖ é hiperônimo de ―carro‖, ―ônibus‖ e ―motocicleta‖, entre outros
termos; ―carro‖, todavia, só pode ser hiperônimo de sintagmas que contenham ―carro‖
como núcleo. Tal fato mostra-nos que a substituição de ―veículo‖ por ―carro‖ não pode
se dar em qualquer contexto. Acrescente-se a isto o fato de ―ônibus‖ e ―carro‖ serem
sinônimos quando se trata de ônibus interestaduais, mas como este uso é bem
específico, não podemos considerá-los propriamente sinônimos, a não ser na situação
descrita.
Portanto, mesmo considerando a sinonímia existente entre ―veículo‖ e ―carro‖ e
mesmo que ambos sejam hiperônimos, segundo as definições dos corpora, a
possibilidade de ―hiponímia simétrica‖ além de ser remota, exigiria maior quantidade de
palavras para que pudéssemos testá-la, enquanto hipótese de trabalho.
O que segue é a conclusão deste trabalho.

4. Conclusão.

Inicialmente, é preciso esclarecer que, não obstante as trinta palavras escolhidas


para a composição do corpus apresentarem, em sua maioria, várias acepções diferentes,
só foram usadas as definições presumivelmente sinônimas para que fosse possível o seu
enquadramento nos critérios de análise utilizados.
Desse modo, mesmo que nem todas as definições fornecidas apresentem
exemplos, palavras como ―fundo‖ e ―profundo‖ (Houaiss) apresentam dados relevantes

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para a análise, particularmente no que se refere à delimitação da sinonímia através da
antonímia, senão vejamos: na acepção 29 de ―fundo‖, temos como exemplo ―fundo de
olho‖; naturalmente, neste sentido, não pode haver sinonímia entre ―fundo‖ e
―profundo‖, já que não podemos dizer ―profundo de olho‖ nem tampouco ―intenso de
olho‖.
Na acepção 17 de ―profundo‖, o exemplo fornecido é ―estrutura profunda‖; note-
se que também não podemos dizer ―estrutura funda ou intensa‖.
Tais exemplos excluem algumas acepções como possíveis sinônimos, de modo
que sua delimitação por meio de antônimos também não é viável.
O dicionário Houaiss não parece apresentar qualquer sistematização no tratamento
da sinonímia. Algumas palavras, como ―negar‖, por exemplo, não apresentam uma
referência explícita ao final, mas no corpo do próprio verbete. Assim, na acepção 3, por
exemplo, temos ―demonstrar rejeição por; repelir, repudiar‖.
Em outras palavras, como ―repulsão‖ e ―morte‖, há uma extensa lista de
sinônimos ao final, conforme encontramos em um dicionário de sinônimos.
Já para outros verbetes, há uma indicação explícita de sinonímia no final do
verbete, como em ―rejeição‖: ―ver sinonímia de repulsão e antonímia de nução‖. É de
se notar que nem sempre há referência à sinonímia e à antonímia no mesmo verbete;
assim é que a palavra ―negar‖ só traz a indicação de antonímia e ―debochar‖, somente
de sinonímia.
Acrescente-se que nas palavras que trazem uma extensa lista de sinônimos ao
final, algumas como ―leproso‖ trazem tão-somente a relação de sinônimos, ao passo que
outras como ―morte‖, ao final da lista, trazem ainda ―ver também sinonímia de...‖ e
ainda há outras como ―óbito‖ que não trazem nenhum tipo de indicação.
Há palavras que não apresentam indicação de sinonímia nem mesmo no corpo do
verbete, como é o caso de ―navio‖.
Já em outras palavras, como o verbo ―comer‖, a sinonímia é apresentada não só no
corpo do verbete mas também em uma lista, ao final, de acordo com a classe gramatical
da palavra; assim, o dicionário apresenta os sinônimos de ―comer‖ como verbo e depois
como substantivo masculino.
É de se notar ainda que não há uma ordem preestabelecida para a indicação de
sinonímia e de antonímia; assim, no substantivo ―rejeição‖, a indicação de sinonímia
aparece primeiro, ao passo que em ―intenso‖, a indicação de antonímia aparece
primeiro.
O dicionário Aurélio praticamente não apresenta indicação explícita de sinonímia.
De um modo geral, tomando por base as palavras do corpus, a sinonímia é apresentada
no corpo do próprio verbete, como, por exemplo, na acepção 2 de ―rejeitar‖: ―lançar de
si; expelir; vomitar, regurgitar‖.
No caso da palavra ―recusa‖, aparece no final do verbete o registro ―Sin., p. us.:
recusação‖; na palavra ―veículo‖, acepção ―veículo de propaganda‖, aparece uma
referência à sinonímia (―sin.: veículo de publicidade, veículo publicitário‖); já na
palavra ―ônibus‖, quase ao final do verbete, aparece a indicação ―sinônimos gerais‖,
seguida das palavras que funcionam como tal.
Em alguns verbetes, como, por exemplo, ―carro‖, aparece no corpo de definições a
abreviatura ―V.‖, que significa ―veja‖; desse modo, temos na acepção 2 ―V. automóvel‖,
que é uma indicação de sinonímia. Já em outras palavras, como ―veículo‖, aparece o
mesmo tipo de indicação, sendo que a indicação feita encontra-se no próprio verbete;
assim, temos quase ao final do verbete ―Veículo publicitário. (...) V. veículo de

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propaganda‖ e ―veículo de propaganda está definido logo acima. O mesmo ocorre com
―navio‖, pois, em ―Navio cargueiro‖, encontra-se a referência ―V. navio de carga.‖ e a
definição de ―Navio de carga‖ encontra-se logo abaixo.
Não obstante as escassas referências explícitas à sinonímia, o dicionário Aurélio
apresenta uma particularidade interessante: a maioria de suas indicações, ao final dos
verbetes, refere-se ao campo associativo; explico-me: muitos verbetes trazem ao final
uma referência explícita a palavras que integram o mesmo campo associativo do verbete
em questão. A palavra ―profissional‖, por exemplo, apresenta a seguinte indicação: ―V.
carteira, deformação, doença (...)‖. Sabemos que uma ―doença profissional‖ e uma
―carteira profissional‖ além de não serem sinônimas entre si, também não o são de
―profissional‖, mas integram o mesmo campo associativo desta palavra.
Entre outras, as palavras ―profundo‖, ―superficial‖ e ―raso‖ apresentam a mesma
referência explícita ao campo associativo; acrescente-se que tais palavras são adjetivos
e, de um modo geral, a referência ao campo associativo elenca os termos determinados
que servem de suporte para estes adjetivos (determinantes), como ―carteira profissional,
―lençol profundo‖, ―tensão superficial‖ e ―soldado raso‖.
O dicionário Aurélio não apresenta abonações para os verbetes (ao menos, não
para as trinta palavras pesquisadas); limita-se tão-somente a explicá-los, ou seja, a
fornecer-lhes uma definição.
O dicionário Caldas Aulete apresenta exemplificação abundante; suas abonações
são, em sua maioria, extraídas dos clássicos portugueses e encontram-se em quase todas
as definições dadas para cada verbete pesquisado.
Por outras palavras, há uma grande preocupação em contextualizar cada definição
oferecida para cada verbete e facilitar, portanto, o seu uso, uma vez que a
exemplificação farta impede que empreguemos uma palavra pela outra aleatoriamente,
fato que, ressalte-se, se não constitui propriamente um modo explícito de tratar o
fenômeno da sinonímia, pelo menos exclui o mau uso de um determinado vocábulo e
mostra-nos que sinônimos perfeitos não existem, ou são muito difíceis de encontrar.
No corpus utilizado, não aparece indicação explícita de sinonímia; há, sim,
referências muito tímidas à antonímia, como em ―profissional‖, em que, ao final,
encontramos ―Contrapõe-se a amador‖, e em ―repulsão‖, em que encontramos ―Opõe-
se à coesão‖.
Também há referências muito escassas a palavras de uma mesma família
etimológica, como em ―profissional / profissão‖ e ―economista / economia‖;
encontramos ainda, no verbete ―carro‖, a indicação ―V. carrêta‖; note-se que ―carrêta‖ é
hipônimo de ―carro‖, já que Caldas Aulete define a palavra como sendo um
determinado tipo de carro, ou um ―carro ligeiro‖, uma ―carroça‖.
Não há indicação explícita de sinonímia; os sinônimos são exibidos no corpo de
cada verbete, como em ―óbito‖, por exemplo, em que encontramos ―falecimento,
passamento, morte (de pessoa)‖.
No que respeita ao fenômeno da sinonímia, os três dicionários pesquisados
apresentam lacunas, pois carecem de um tratamento organizado e sistemático dado ao
tema. As referências, quando aparecem, não possuem um padrão preestabelecido que
nos possa guiar adequadamente.
Entretanto, mesmo com a falta de uma padronização, há que se ter em conta que o
mais grave é a escassez de abonações (exclui-se aqui o dicionário Caldas Aulete), pois
não se pode desconsiderar a importância do contexto, afinal, se as palavras nascem
―neutras‖, ―em estado de dicionário‖ (Citelli, 1986), é no contexto que elas se

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especializam e podem ser usadas apropriadamente. Explicações e definições só não
bastam, pois isto não é um indicador seguro de que, caso precise usar uma determinada
palavra, o usuário possa e, sobretudo, saiba fazê-lo.
Naturalmente, o dicionário Caldas Aulete é muito maior que os outros dois e pode,
portanto, trazer um número maior de abonações; todavia, isto não impede que os outros
façam o mesmo, pois quem define a extensão de um dicionário é o seu autor. Não
obstante, é preciso cautela ao afirmar que um dicionário é superior a outro, pois as
lacunas que um apresenta o outro preenche e vice-versa, de modo que o ideal é que o
usuário possa dispor de mais de um dicionário para uso próprio, em vez de usar apenas
um.
Quanto aos critérios propostos em Ullmann, o primeiro deve ser revisto por tratar-
se não de sinonímia, mas de hiperonímia; o segundo, o terceiro e o quarto devem ser
agrupados em um só e com especial destaque para o fenômeno do eufemismo; contudo,
é preciso observar que nem tudo é eufemismo, de modo que a exemplificação deve ser
abundante e os usos possíveis, muito bem delimitados.
O quinto e o sexto critérios restringem a sinonímia a contextos e a usos bem
específicos, de modo que devem ser mantidos, pois confirmam a tese de que não
existem sinônimos perfeitos, ou, por outras palavras, por menor que seja uma diferença,
dificilmente deixará de haver uma, nem que seja tão-somente pelo uso que o falante faz
de uma determinada palavra. Já o sétimo e o oitavo devem ser agrupados em um só sob
o título ―variações diatópicas e diastráticas‖.
O nono critério não parece tratar do fenômeno da sinonímia, mas, sim, de uma
determinada fase evolutiva da criança e, como tal, deve ser eliminado, enquanto critério
para delimitar sinônimos.
A proposta de delimitação de sinônimos através de seus antônimos, por todas as
considerações já feitas, também merece ser revista e submetida a uma análise rigorosa,
o que não quer dizer que não seja válida.
O aspecto teórico proposto por Lyons deve ser reformulado, pois sugere inscrever-
se no âmbito da possibilidade remota e, mesmo que tenhamos um exemplo (veículo /
carro) que pareça confirmá-lo, trata-se tão-só de um exemplo e, além disso, até mesmo
para este exemplo, há restrições, conforme já foi visto.
Apesar das objeções feitas, os critérios analisados têm o seu valor e melhor seria
se fosse feito um trabalho conjunto, uma pesquisa cujo interesse principal fosse inserir
os critérios de sinonímia como uma padronização para o tratamento deste fenômeno nos
dicionários, já que estes carecem de sistematização e apresentam lacunas importantes
quanto às abonações – fato que por si só nos mostra que as situações de uso, a
contextualização de cada definição, enfim, quando empregar um sinônimo por outro
sem prejuízo do sentido daquilo que se quer dizer, deveriam ter um tratamento mais
cuidadoso (de acordo com sua real importância) e, por que não dizer, científico nos
dicionários.

5. Referências Bibliográficas

AULETE, Caldas. Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. RJ: Delta, 1964.


CARONE, F. de Barros. Morfossintaxe. SP: Ática, 1991.
CITELLI, A. Linguagem e Persuasão. SP: Ática, 1986.
DUBOIS, Jean. Dicionário de Lingüística. SP: Cultrix, 1973.

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FERREIRA, A. B. de H. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa.
RJ: Nova Fronteira. (Versão Digital), 1999.
HOUAISS, A. e M. de S. Villar. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. RJ:
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LYONS, J. Introdução à Lingüística Teórica. SP: Nacional / USP, 1979.
Material apostilado, intitulado Propriedade no emprego do vocabulário, elaborado pelo
grupo de pesquisadores que participa do Projeto de Estudos Textuais da Pós-
Graduação da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro –
UFRJ. 1993.
OLIVEIRA, Helênio Fonseca de. Material apostilado, intitulado Traços semânticos.
Pós-Graduação da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de
Janeiro. RJ: UFRJ, 1993.
ULLMANN, S. Semântica: Uma Introdução à Ciência do Significado. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 1964.
WATZLAWICK, P.; J. H. Beavin e D. D. Jackson. Pragmática da Comunicação
Humana. SP: Cultrix, 1993.

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