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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE TABATINGA


CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

História da Matemática

Tabatinga-AM
2021
SAMARA ICLEIA DOS SANTOS MARTINS

RESENHA CRÍTICA:
A RELAÇÃO: HISTÓRIA, MATEMÁTICA E ETNOMATEMÁTICA

Trabalho apresentado para obtenção de nota na


disciplina de História da Matemática, do curso
de Licenciatura em Matemática, do Centro de
Estudos Superiores de Tabatinga da
Universidade do Estado do Amazonas.

Professor: Mª Maria Eulina Araújo Cordeiro

Tabatinga
RESENHA CRÍTICA
A RELAÇÃO: HISTÓRIA, MATEMÁTICA E ETNOMATEMÁTICA

Ao longo do tempo, o domínio de algumas culturas sobre outras, demonstra que a


ciência matemática é um produto puramente ocidental europeu. Onde os conhecimentos
compartilhados entre determinados povos, é simplesmente eliminado por outro povo.
Exemplo disso é a cultura imposta ao povo indígena pelos colonizadores, durante as
navegações, que por sua vez usavam o cristianismo e seus comportamentos ocidentais
para “civilizar” os selvagens.
A história contada de dentro para fora, não ignora o fato de que o pensamento abstrato
não é algo exclusivo das culturas ocidentais, isso é bem verídico nos estudos sobre a
História da Matemática, isto é, a construção do fazer matemática. Notoriamente, os
povos envolvidos nesses fatos, não se prendiam a métodos prontos, tampouco podavam
sua criatividade para usar uma matemática conceituada em suas raízes culturais, que por
ser uma matemática que pertencia aquele povo, como os indígenas, ou os orientais, por
exemplo, não era uma matemática desorganizada, de modo que era utilizada por eles
para construir suas sociedades, economia, cultura, artes etc. Mas para muitos “isso não
é matemática”, visto que, a área tem seus fundamentos formalizados, seus objetos de
estudo são definidos e seus métodos específicos. Isto é, uma única matemática para
todos, com codificação e linguagem mundial, com limites apropriados e estabelecidos
para seu desenvolvimento, tudo que fugir de seguir um manual de regras para alcançar
um resultado matemático, não é matemática.
Ainda assim, felizmente, alguns países estão abrindo espaço para se trabalhar e estudar
os modos de fazer e de saber de várias culturas e reconhecer como e por que os grupos
de indivíduos, organizados como famílias, comunidades, profissões, tribos, nações e
povos, executam suas práticas de natureza Matemática, tais como medir, comparar,
classificar. Isso dá nome a chamada Etnomatemática, e a mostra eficiente no sentido de
fazer ciências e produzir conhecimento a partir do encontro de culturas.
O conhecimento, assim como o comportamento, é o resultado da capacidade de criar e
coletivizar representações da realidade. Disso vieram tantas ciências, bem como a
Matemática, que tem como qualquer outra forma de conhecimento, a sua dimensão
política e não se pode negar que seu progresso tem tudo a ver com o contexto, social,
econômico, político, ideológico e com fatores psicoemocionais, inclusive espirituais.
Os reflexos da história da Matemática na educação são evidentes, dando a parecer que a
matemática pertence a poucos, sendo exclusiva dos abençoados pelo toque divino, como
descreveu Newton, onde só gênios podem fazer matemática. Esses mitos, bem como os
métodos tradicionais de ensino de Matemática, tornam a ciência menos atrativa. Onde
aqueles que aprendem a matemática restrita a regras e métodos prontos, que são
cobradas posteriormente em exames e testes, muitas vezes tornam-se alienados, com a
criatividade enquadrada e consequentemente incapazes de criticar, de pensar por si
mesmo.
Para a ampliação e derrubada desses mitos e métodos que impossibilitam uma
matemática acessível a todos, cientistas resolveram estudar a história de culturas
diversas e suas matemáticas, de modo a criar novos métodos educativos mais eficientes
e por fim alcançar, como definiu Paulo Freire, o se sentir matemático no mundo.

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