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SISTEMA DE ENSINO CONECTADO

MATEMÁTICA LICENCIATURA

NOME COMPLETO

ORGANIZANDO UM MATERIAL DE APOIO PARA O


PROFESSOR

Cidade-Estado
2022/1
NOME COMPLETO

ORGANIZANDO UM MATERIAL DE APOIO PARA O


PROFESSOR

Trabalho apresentado à Universidade UNOPAR, como


requisito parcial para a obtenção de média semestral nas
disciplinas norteadoras do semestre letivo.

Tutor (a): TALITA PAIVA CORREA

Cidade-Estado
2022/1
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4
2.1 TAREFA 1 – CONHECENDO A ETNOMATEMÁTICA......................................4
2.2 TAREFA 2 – ELABORANDO UMA ATIVIDADE................................................6
2.3 TAREFA 3 – CONSTRUINDO UM INFOGRÁFICO..........................................8
3 CONCLUSÃO........................................................................................................9
REFERÊNCIAS...........................................................................................................10
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1 INTRODUÇÃO

A matemática é uma disciplina presente nos currículos escolares


desde o início das primeiras instituições de ensino, sendo uma das áreas de
conhecimento mais antigas. Devido a esse longo processo de desenvolvimento, a
matemática passou por muitas reflexões e mudanças quanto ao método de ensiná-
la, havendo inúmeras tendências pedagógicas que visam um melhor ensino dessa
disciplina.
Atualmente tem surgido, no campo da Educação Matemática, a
preocupação quanto à dimensão cultural no ensino-aprendizagem da Matemática.
Esta tem sido destacada através do surgimento da linha de pesquisa da
Etnomatemática. Segundo D'Ambrósio (2001), toda e qualquer manifestação
Matemática em contextos sociais diversos, seria “uma forma de Matemática”, sendo
a Matemática escolar uma Etnomatemática que se apresenta aos alunos.
Com base nisso, esta produção possui como objetivo elucidar a
definição e as contribuições da Etnomatemática para o ensino de matemática nas
escolas. Além disso, também é objetivo deste trabalho apresentar dois recursos, um
plano de aula e um infográfico, para serem utilizados por professores no processo
de planejamento de aula de estatística e probabilidade.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 TAREFA 1 – CONHECENDO A ETNOMATEMÁTICA

A etnomatemática refere-se a “várias maneiras, técnicas, habilidades


(tica) de explicar, de entender, de lidar e de conviver (matema) com distintos
contextos naturais e socioeconômicos da realidade (etno)” (D’AMBROSIO, 1997,
p.11), ou seja, é uma tendência que reconhece que o uso da matemática depende
das necessidades do grupo social que a utiliza.
Sendo assim, a etnomatemática coloca em evidência o espaço
social em que a matemática é desenvolvida, explicitando que no ambiente escolar
deve-se utilizar as experiências dos estudantes e a sua aplicação prática para esta
realidade. Nela, o estudante é o protagonista, pois “valoriza a história dos
estudantes pelo reconhecimento e respeito a suas raízes culturais'' (PARANÁ, 2008,
p. 64). Assim explica D'Ambrósio (2003, p. 3):
A teoria nos ensina a dar importância ao contexto e ao ambiente cultural no
qual a matemática se desenvolve. Se os engenheiros da Embraer vão
colocar um novo avião no mercado, eles usam a etnomatemática para
aquele ambiente. Usam equações complexas para resolver situações de
vôo. Já as crianças jogando bolinha de gude estão em um ambiente que
pede outra matemática específica. Eles pensam ‘vou jogar assim com o
dedão, qual será a trajetória da bolinha, qual força vou usar, qual a distância
da outra bola’, isso é matemática.

Desse modo, a Etnomatemática lança mão dos diversos meios que


as culturas se utilizam para encontrar explicações para a sua realidade e vencer as
dificuldades que surgem no seu cotidiano. Isso implica numa conceitualização mais
ampla da Etnomatemática, que inclui não só contar, fazer aritmética e medir, mas
também classificar, ordenar, inferir e modelar. Nesse contexto, D'Ambrósio (2002)
declara que cabe ao ensino da matemática auxiliar o aluno na aquisição de:
 ETNO: o ambiente natural, social, cultural e imaginário
 MATEMA: de explicar, apresentar, conhecer, lidar com
 TICA: modos, estilos, artes, técnicas (D’AMBRÓSIO, 2002)
Em relação aos aspectos históricos, a Etnomatemática começou a
surgir quando os primeiros pesquisadores iniciaram suas viagens em busca de
novas civilizações, que possuíam costumes e conhecimentos diferentes dos que
eram por eles conhecidos. Nesses conhecimentos estava inclusa a Matemática,
desde a época das grandes navegações, com a exploração de novos territórios,
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começa a haver troca de experiências e saberes. É no estudo dessas relações e


trocas que a Etnomatemática começa a surgir como uma teoria de estudos, que
visa, principalmente, uma alternativa para a Educação Matemática, que é vista hoje
como um dos maiores problemas educacionais vividos por nosso país.
No que diz respeito ao uso da Etnomatemática na Educação, Knijnik
(2000) afirma que esta relação ocorre a partir das investigações sobre concepções,
tradições e práticas matemáticas de um grupo social subordinado ao trabalho
pedagógico que se desenvolve, na perspectiva de que o grupo intérprete e codifique
seu conhecimento, adquira o conhecimento produzido na escola, e quando se
defrontar com situações reais, faça uso daquela que lhe pareça mais adequado.
Além disso, é importante salientar que a Etnomatemática também consiste em uma
epistemologia, sendo um programa de pesquisa que
representa uma metodologia de investigação que busca analisar as práticas
matemáticas locais, pois visa valorizar, difundir e respeitar o conhecimento
matemático (ideias, noções, procedimento, processos e práticas) que se
originam em diversos contextos culturais no decorrer da história
(D’AMBRÓSIO; ROSA, 2016, p. 17).

Desse modo, os conhecimentos matemáticos produzidos em sala de


aula precisam ser compreendidos como um tipo de conhecimento cultural, que todas
as culturas geram, assim como geram linguagens, crenças, rituais e técnicas
específicas de produção. Como exemplo de situações em sala de aula que abordam
essa temática, D'Ambrósio (2003) afirma que a etnomatemática é utilizada para
responder perguntas como: Que atividades podem ser consideradas como
Matemáticas? Qual é a natureza do Conhecimento Matemático? Como se dá seu
Desenvolvimento? Quais são as Matemáticas de uma Cultura? Onde se
manifestam?
Nesse sentido, a etnomatemática também se mostra de extrema importância
para o professor, pois auxilia este profissional a planejar as aulas de matemática a
partir de uma visão mais crítica e que valorize o ser humano, parte do trabalho do
educador. Além disso, como a etnomatemática também consiste em uma
metodologia, ela pode ser utilizada como um recurso pedagógico capaz de auxiliar
na formação de estudantes capazes não apenas de compreender a realidade, mas
aplicar conhecimentos matemáticos nessas múltiplas realidades.
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2.2 TAREFA 2 – ELABORANDO UMA ATIVIDADE

Título da atividade:
Conteúdo, com a indicação detalhada dos conceitos abordados na atividade:
- Probabilidade e Estatística na Educação Básica
Tipo de atividade com a metodologia escolhida
- Tarefa de Investigação
A competência específica e a habilidade da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) que podem ser relacionadas com a atividade:

Competência 6 da Área de Matemática para o Ensino Fundamental: “Enfrentar


situações-problema em múltiplos contextos, incluindo-se situações imaginadas, não
diretamente relacionadas com o aspecto prático-utilitário, expressar suas respostas
e sintetizar conclusões, utilizando diferentes registros e linguagens (gráficos,
tabelas, esquemas, além de texto escrito na língua materna e outras linguagens
para descrever algoritmos, como fluxogramas, e dados).

Habilidade Específica (EF06MA33): “Planejar e coletar dados de pesquisa referente


a práticas sociais escolhidas pelos alunos e fazer uso de planilhas eletrônicas para
registro, representação e interpretação das informações, em tabelas, vários tipos de
gráficos e texto”
Enunciado da atividade:

Investigue no seu município quais são os bairros mais populosos e sintetize os


resultados em um fluxograma os 10 bairros mais populosos e a porcentagem de
habitantes em relação ao Município.
Gabarito da atividade, com a resolução detalhada e comentada.

A atividade não possui um Gabarito específico, pois depende da cidade do aluno.


Contudo, espera-se que o estudante busque por fontes online acerca dos bairros de
sua cidade e a população de habitantes, informações fornecidas nos sites das
Prefeituras. Em seguida, espera-se que o aluno crie um gráfico em barra
representando os bairros e as porcentagens em relação a população geral do
município. Ou seja, caso a Cidade possua 10 mil habitantes e o bairro possua 2 mil
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habitantes, então este representa 20% da população total. Como exemplo, eis o
gráfico abaixo:

Orientações para o professor:

O objetivo da aprendizagem é que os alunos consigam coletar dados, organizá-los


e registrá-los, a partir da construção de um gráfico para representar e interpretar
essas informações. Desse modo, é necessário que o professor explique para os
alunos como deve ser feito o procedimento da coleta de dados, ter ensinado
previamente como podem elaborar o gráfico (escrito a lápis ou no computador, a
depender da avaliação do professor).
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2.3 TAREFA 3 – CONSTRUINDO UM INFOGRÁFICO


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3 CONCLUSÃO

Apesar da relevância da Matemática ao longo da história da


humanidade, até pouco tempo apenas uma minoria favorecida, podia frequentar a
escola e apreciar este conhecimento, uma vez que poucos completavam a
escolaridade obrigatória, abandonando a escola para integrar o mercado de
trabalho, ainda muito jovens. Os informantes deste estudo, quando crianças e
jovens, pertenciam ao grupo dos economicamente mais desfavorecidos.
Nesse contexto, concluiu-se que a etnografia, enquanto uma teoria,
epistemologia e metodologia deve ser aplicada em sala de aula, como uma forma de
tornar o ensino de matemática mais crítico e formar cidadãos conscientes acerca
das múltiplas realidades presentes na sociedade e aplicar seus conhecimentos para
solucionar questões relacionadas a problemas sociais.
Além disso, a segunda e a terceira etapa desta produção foram
dedicadas para auxiliar o professor no processo de ensino de matemática, a partir
da elaboração de um plano de aula, em que houve uma interface com a sociedade
na qual o aluno está inserido, e no desenvolvimento de infográfico, o qual sugere o
uso de uma simulação que fornece ao aluno uma visualização prática de estatística.
Com base nisso, pode-se concluir que esta produção se constitui
como um material de apoio para os professores de matemática, na medida em que
fornece uma forma de pensar o ensino e disponibiliza dois materiais utilizáveis.
Ademais, também se concluiu que a realização deste material consiste em uma
experiência enriquecedora para o discente, pois aproximou as teorias aprendidas em
sala da prática profissional.
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REFERÊNCIAS

D’AMBROSIO, U.; ROSA, M. Um diálogo com Ubiratan D’Ambrósio: uma conversa


brasileira sobre etnomatemática. In BANDEIRA, F. A.; GONÇALVES, P. G. F.
(Orgs.). Etnomatemáticas pelo Brasil: aspectos teóricos, ticas de matema e
práticas escolares. Curitiba, PR: Editora CRV. 2016.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Departamento de


Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Matemática.
Curitiba: SEED - Paraná. 2008. Disponível em:
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_mat.pdf>.
Acesso em: 17 fev. 2022.

D’AMBRÓSIO, Beatriz S. Formação de professores de Matemática para o século


XXI: o grande desafio. Pro-Posições, v. 4, n. 1, p. 10, mar. 1993. Disponível em:
<https://www.fe.unicamp.br/pf-fe/publicacao/1757/10-artigos-ambrosiobs.pdf>.
Acesso em: 17 fev. 2022.

D´AMBRÓSIO, Ubiratan. Etnomatemática: Arte ou técnica de explicar ou conhecer.


2ª Edição. São Paulo: Ática, 1993.

D’AMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemática. Diário do grande ABC, Santo André, v.


31, p. 3, 2003. Disponível em: <http://etnomatematica.org/articulos/boletin.pdf>.
Acesso em: 17 fev. 2022.

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