Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Daniel Conegero
A palavra fé é usada de forma muito ampla nas Escrituras. Assim, ela pode se referir
tanto à fé verdadeira quanto à fé falsa. Isso quer dizer que nem todos que
professam crer, de fato creem verdadeiramente. Então segundo a Bíblia, as boas
obras é uma das formas de distinguir o que é uma fé genuína e o que é uma mera
confissão externa e vazia; visto que a fé sem obras é morta.
É exatamente esse princípio que Tiago procura enfatizar em sua epístola. Isso fica
claro quando ele argumenta: “Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-
me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé!” (Tiago
2:18).
O raciocínio é bem simples: Como alguém pode provar que tem fé, se não por
ações concretas que revelam a legitimidade dessa fé? Uma fé que não pode ser
provada por uma conduta justa e obediente à Palavra de Deus, não passa de uma
fé aparente que é morta em si mesma. Como diz John MacArthur, esse tipo de fé se
resume apenas a uma aceitação mental dos fatos sobre Cristo; mas não vai além
disso.
Tiago ainda usa o exemplo de Abraão para fundamentar sua argumentação. Ele
ensina sobre como a fé de Abraão foi consumada através de suas obras (Tiago
2:21-24). Antes de qualquer coisa, Abraão foi justificado diante de Deus pela fé
(Gênesis 15); mas essa mesma fé foi consumada e testificada na história quando ele
demonstrou sua obra de obediência (Gênesis 22).
Portanto, ao dizer que a fé sem obras é morta, Tiago não está querendo adicionar
as obras como base para salvação. Muito pelo contrário! Tiago destaca claramente
que a obra da salvação é um dom gracioso de Deus e é operada conforme Sua
vontade soberana (Tiago 1:17,18).