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obras?

Índice
 O que Paulo disse vs. o que Tiago disse
 Contextualizando o versículo Tiago 2:24
o A fé deve se manifestar em alguma obra adequada para ser verdadeira
o Paulo e Tiago não se contradizem
 O que é Ascentia e Fiducia?
 Somos justificados pela fé ou pelas obras?
 Qual é o papel das obras em nossas vidas?

Em muitas ocasiões, os escritos bíblicos são interpretados de maneira


que os colocam em contradição. Um exemplo claro disso é o falso
embate entre os dizeres de Paulo e Tiago acerca da justificação pela fé
ou pelas obras.

Existe vida numa fé desconectadas das obras? No presente texto


explicaremos o motivo. Confira a nossa análise sobre o que disseram os
profetas!

O que Paulo disse vs. o que Tiago disse


Paulo diz que somos justificados pela fé e não pelas obras:

 “Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o


ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça” (Rm 4:5).
 “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua
misericórdia, ele nos salvou” (Tt 3:5).
 “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é
dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:8-
9).

Em suposta contradição, Tiago declara que:

 “uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente” (2:24)


 “a fé sem obras é morta” (2:26)

Não bastassem essas declarações que, separadas de um contexto,


parecem ser opostas, os profetas discordam inclusive sobre Abraão. De
acordo com Paulo (Rm 4:1-4), Abraão foi santificado pela fé (Rm 4:1-4),
mas conforme Tiago (Tg 2:21): “Não foi por obras que Abraão, o nosso
pai, foi justificado?”

Como resolver esse embate? Analisando o contexto em que as frases


foram proferidas.
Contextualizando o versículo Tiago 2:24
No 2º capítulo da carta de Tiago (26 versículos), é comentada a relação
entre a fé e as obras. Para tanto, o profeta se utiliza do exemplo de
alguém que diz ter fé, mas que não a transforma em obras.

Para ele, essa fé é vazia, morta e se assemelha à fé dos demônios que,


apesar de também crerem em Deus, possuem fé inútil por não resultar
em obras adequadas. A verdadeira fé se faz com ações, a chamada “fé
viva” e é demonstrada por Abraão:

“Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando
ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque? Vês como a fé operava
juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se
consumou, e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em
Deus, e isso lhe foi imputado para justiça” (21-23).

A fé deve se manifestar em alguma obra adequada


para ser verdadeira
Em suma, a fé deve se manifestar em alguma obra adequada para ser
verdadeira. Uma fé morta não é justificável, pois não produz mudanças
em uma pessoa.

Crer não é o bastante, uma vez que é preciso confiar e demonstrar essa
fé em uma vida voltada para Deus. Pelos versículos de Paulo, há ênfase
na justiça pela fé, uma reação à crença de que a lei ou as obras
justificam o homem por si só.

Para Tiago, a questão não diz respeito à justiça pela lei (meio de
salvação), mas à conectividade entre fé e obra. O assunto não é tratado
sob o mesmo foco.

Paulo e Tiago não se contradizem


É possível ver que Paulo e Tiago não se contradizem, mas tratam de
focos diferentes. Paulo trata da raiz da justificação, que é feita perante
Deus. É a justificação pela fé, que é produtora de obras.

Já Tiago fala do fruto da justificação, realizada perante os homens. É a


justificação pelas obras, que são provas de que há fé.

O que é Ascentia e Fiducia?


Tiago demonstrou que os demônios creem na existência de Deus e a
reconhecem. A Ascentia (ascensão) é exatamente o reconhecimento
mental da existência de algo.

Aquilo que vai além do mero reconhecimento é a Fiducia (fidúcia), que


envolve a confiança em algo e a entrega a ela. Em outras palavras, a
completa crença e aceitação.

Se pegarmos como exemplo Cristo, muitas pessoas acreditavam que ele


viveu (ascentia), mas não tinham crença de que era o Salvador que
deveria ser buscado para o perdão dos pecados. Um verdadeiro cristão
tem fidúcia, a fé verdadeira e real em Cristo, indo além do mero
reconhecimento de sua existência aqui na Terra.

Qual a relação da ascentia e da fidúcia com as obras? É simples.


Somente a fidúcia leva às obras, que são frutos da fé verdadeira.

Somos justificados pela fé ou pelas obras?


Não há fé verdadeira desconectada das obras. Somos justificados pela
fé, como disse Paulo, citando Abrãao.

A justificação acontece quando Deus declara um pecador como sendo


justo. Também Tiago disse que “Abraão creu em Deus e isso lhe foi
imputado para justiça”.

Se possuímos fé, somos justos aos olhos de Deus. Porém, se a fé for


verdadeira, terá como frutos ações adequadas à salvação. Deus disse
em Efésios (2:8-10):

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é
dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos
feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de
antemão preparou para que andássemos nelas”.

Portanto, se realmente temos fé, devemos exercer nossa função de


produzir boas obras.

Qual é o papel das obras em nossas vidas?


Não há vida numa fé desconectada das obras. A conexão entre fé e
obras é evidente: por meio das obras, a fé se consuma; por meio da fé,
produzimos boas obras. O papel delas em nossas vidas é provocar uma
mudança positiva em nós mesmos e no próximo, uma realização
pessoal e social.
A cada sensação de dever cumprido e de sacrifício em nome de Jesus,
nos sentimos recompensados no que é mais importante: o amor. Em
Hebreus (10:24), isso fica claro: “Consideremo-nos também uns aos
outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras”. Ajudar o outro
é o que nos proporciona o sentimento de que estamos contribuindo, de
alguma forma (ainda que pequena) para a melhora do mundo em que
vivemos.

“Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros,
porque o amor cobre multidão de pecados” (I Pedro 4:8). Dedicar seus
recursos pessoais a ajudar o outro é gratificante! De todo o legado que
Jesus nos deixou, um se sobressai sobre os demais: a recomendação
divina de amar os semelhantes como Ele próprio nos amou.

Que tal colocar em prática a sua crença em Deus? Nunca é tarde para
começar e dar esse importante passo na sua vida como cristão!

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