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Aplicação Pratica 17025
Aplicação Pratica 17025
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Aplicação Prática dos Conceitos de
Garantia da Validade dos Resultados
com Foco na ISO/IEC 17025
Coordenação
Gilberto Batista de Souza
Igor Renato Bertoni Olivares
Merenice Roberto Sobrinho
Vitor Hugo Polisel Pacces
Yolanda Boza
1ª Edição
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Concepção e Desenvolvimento: Comitê Técnico de Química de Alimentos da REMESP
Coordenação: Gilberto Batista de Souza / Igor Renato Bertoni Olivares / Merenice Roberto Sobrinho / Vitor Hugo
Polisel Pacces / Yolanda Boza
Revisão Técnico-Científica: Igor Renato Bertoni Olivares / Vitor Hugo Polisél Pacces
Diagramação: Vitor Hugo Polisél Pacces
Imagem da capa: http://dreamstime.com
Apoio:
ConfLab – Softwares para Validação, Incerteza e Cartas de Controle
Instituto Adolfo Lutz (IAL)
Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC/USP)
Instituto Agronômico (IAC)
Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL)
Microbial
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)
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AUTORES
Ana Lúcia de Matheus e Silva – Bacharel em Ciências
Biológicas pela Universidade Estadual Paulista (UNESP-
BOTUCATU). Especialista em Gerenciamento Ambiental e
Sustentabilidade pela ESALQ/USP. Especialista em Saúde Pública
pelo CRBio 01. Atualmente é Assistente Técnico de Pesquisa
Científica do Instituto de Tecnologia de Alimentos, no Centro de
Tecnologia de Laticínios, atuando em análises físico químicas na
área de lácteos.
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Elza T. Grael Marasca – Elza T. Grael Marasca –
Graduada em Farmácia Industrial pela Pontifícia Universidade
Católica de Campinas (PUCCAMP). Mestre em Microbiologia
(ESALQ – USP) e Doutora em Ciências (ICB – USP). Pesquisadora
Científica, por 30 anos, do Instituto de Tecnologia de Alimentos –
ITAL, da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio da
Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Gerente da Qualidade do Centro de Tecnologia de Laticínios do Ital
por 18 anos. Participação na Comissão de Gestão da Qualidade
(NBR/ISO/ IEC 9001 e ISO/IEC 17025) e Grupo Especial de
Segurança dos Alimentos. Coordenação do Time de Metrologia.
Atuação presidindo a Comissão Interna de Biossegurança do ITAL.
Membro do Comitê de Química de Alimentos da REMESP. Tem
experiência na área de Biotecnologia (Biologia Molecular e
processos fermentativos), Microbiologia de Alimentos (fisiologia,
genética e ecologia de bactérias lácticas) e Segurança dos
Alimentos (HACCP).
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Prof. Dr. Igor Renato Bertoni Olivares - é
professor concursado no Instituto de Química da Universidade de
São Paulo (lecionando diferentes disciplinas na área de Gestão da
Qualidade para laboratórios). Faz parte do quadro de avaliadores
externos da Cgcre/Inmetro para avaliação de Laboratórios
segundo requisitos da ISO/IEC 17025:2017 desde 2009. Realiza
consultoria e cursos em laboratórios há mais de 15 anos. Atuou
durante 08 anos em consultoria para o Laboratório Nacional
Agropecuário (Lanagro) do Ministério da Agricultura (MAPA).
Apresenta inúmeras publicações na área de Gestão da Qualidade
em Laboratórios, com destaque de seu livro “Gestão de Qualidade
em Laboratórios” (www.qualilab.net) (publicado em 2006,
atualmente já em sua 4ª edição, publicado em 2019 no idioma
Português e no ano de 2016 em Inglês). Fundador da ConfLab
(www.conflab.com.br) que desenvolveu um software de estatística
especificamente para laboratórios, contemplando a avaliação da
Validação, Estimativa de Incerteza e Cartas de Controle.
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Inmetro para ensaios físico-químicos e microbiológicos em
alimentos, onde atua como Gerente da Qualidade e Responsável
Técnica Substituta do laboratório Físico-Químico.
valquiria@microbial.com.br
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Para Análise De Alimentos: Enfoque Em Análise Centesimal”.
Possui como principal elemento da sua linha de pesquisa
desenvolvimento de ferramentas computacionais para sistemas de
gestão da qualidade e química, possuindo softwares registrados no
INPI sob estes temas.
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10 | P á g i n a
CONTEÚDO
Sumário
AUTORES................................................................................................................... 5
CONTEÚDO ............................................................................................................. 11
CAPÍTULO I .............................................................................................................. 15
Garantia da validade de resultados ........................................................................ 15
Introdução .............................................................................................................. 15
CAPÍTULO II ............................................................................................................. 17
Planejamento do controle de qualidade de resultados ......................................... 17
Referências ............................................................................................................. 21
CAPÍTULO III ............................................................................................................ 23
Garantia da validade dos resultados segundo ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017..... 23
CAPÍTULO IV ............................................................................................................ 27
Utilização de materiais de referência ou de materiais para controle da qualidade
................................................................................................................................ 27
Referencias ............................................................................................................. 31
CAPÍTULO V............................................................................................................. 33
Utilização de instrumentação alternativa calibrada para fornecer resultados
rastreáveis .............................................................................................................. 33
11 | P á g i n a
Referências ............................................................................................................. 35
CAPÍTULO VI ............................................................................................................ 37
Uso de padrões de checagem ou de padrões de trabalho com cartas de controle,
quando aplicável ..................................................................................................... 37
Referências ............................................................................................................. 42
CAPÍTULO VII ........................................................................................................... 45
Checagens intermediárias e funcionais nos equipamentos de medição. .............. 45
Checagem funcional de equipamentos de medição e ensaio ................................... 47
Referências ............................................................................................................. 48
CAPÍTULO VIII .......................................................................................................... 49
Ensaios ou calibrações replicadas, utilizando-se os mesmos métodos ou métodos
diferentes ................................................................................................................ 49
Referências ............................................................................................................. 50
CAPÍTULO IX ............................................................................................................ 51
Conduzir reensaio ou recalibração de itens retidos ............................................... 51
Referências ............................................................................................................. 52
CAPÍTULO X ............................................................................................................. 53
Correlação de resultados de características diferentes de um item ...................... 53
Referências ............................................................................................................. 55
CAPÍTULO XI ............................................................................................................ 57
Análise crítica de resultados relatados ................................................................... 57
Referências ............................................................................................................. 60
CAPÍTULO XII ........................................................................................................... 63
Ensaio de amostra(s) cega(s) .................................................................................. 63
Referências ............................................................................................................. 64
12 | P á g i n a
CAPÍTULO XIII .......................................................................................................... 65
Participação em programas de ensaio de proficiência e participação em
comparações interlaboratoriais ............................................................................. 65
Referencias ............................................................................................................. 68
CAPÍTULO XIV ......................................................................................................... 69
Cartas controle ....................................................................................................... 69
Referências ............................................................................................................. 73
CAPÍTULO XV .......................................................................................................... 75
Registro dos resultados de controle ....................................................................... 75
Referências ............................................................................................................. 76
CAPÍTULO XVI ......................................................................................................... 77
Como Redigir um Procedimento ............................................................................ 77
Linhas Gerais para Elaboração de um Procedimento ................................................ 79
Procedimento para o Controle da Qualidade do Resultado ...................................... 80
Procedimentando a Execução ...................................................................................... 80
Execução da Aplicação dos Controles ........................................................................ 82
Análise de Resultados dos Controles ......................................................................... 83
Registros ........................................................................................................................ 83
Planilha Eletrônica para Garantia de Resultado ......................................................... 84
Software de Garantia de Resultado ............................................................................. 84
Referências ............................................................................................................. 86
CAPÍTULO XVII......................................................................................................... 87
Os controles de qualidade e a incerteza de medição ............................................. 87
Referências ............................................................................................................. 90
13 | P á g i n a
14 | P á g i n a
CAPÍTULO I
Garantia da validade de resultados
Introdução
Elza T. Grael Marasca, Yolanda Boza
15 | P á g i n a
sistema de gestão para a tomada de decisões e a garantia da qualidade por meio
da rastreabilidade de seus produtos e serviços.
A Norma ISO/IEC 17025 consiste na normatização especificamente
voltada ao ambiente do laboratório, compreendendo requisitos para que os
laboratórios de ensaios e calibração demonstrem sua competência técnica e
validade dos resultados analíticos fornecidos, assim, corroborando para a eficiência
e eficácia dos processos produtivos, a promoção/garantia da segurança dos
alimentos e a adoção de práticas comerciais que atendam as legislações vigentes:
nacionais e internacionais.
Este Guia Orientativo apresenta uma discussão sobre o item 7.7 da
Norma ABNT ISO/IEC 17025:2017: Garantia da validade dos resultados, que
compreende um conjunto de ações para garantir que os sistemas de medição
atendam aos requisitos predefinidos em acordo com a necessidade do produto
e/ou processo e a expectativa do cliente.
16 | P á g i n a
CAPÍTULO II
Planejamento do controle de qualidade
de resultados
Elza T. Grael Marasca, Yolanda Boza
17 | P á g i n a
intervenção, de forma a mitigar possíveis problemas de ordem técnica e/ou
administrativa.
Cabe salientar que a introdução de uma mentalidade de risco em
todo o processo de gestão deve ser pensada pela organização como uma
oportunidade de revisão dos processos de forma a garantir resultados confiáveis e,
consequentemente maior competitividade da organização.
Em contrapartida, a Norma ISO/IEC 17025 é referente a
normatização especificamente voltada ao ambiente do laboratório, os quais estão
comprometidos em demonstrar competência técnica também apoiada por um
Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).
Existe um alto nível de alinhamento entre a norma ISO/IEC 9001 e
a norma ISO/IEC 17025, apesar das diferenças de escopo. Estas normas definem em
seus requisitos a necessidade de realizar a calibração ou a verificação do sistema
de medição sempre que existir a necessidade de assegurar a validade dos
resultados proporcionando um produto que atenda aos requisitos e regulamentos
aplicáveis, visando a satisfação do cliente num processo de melhoria contínua.
A Figura 1 apresenta as etapas do planejamento para a garantia da
qualidade dos resultados. De modo geral, uma boa gestão de pessoas, do
conhecimento, dos equipamentos e ensaios leva a obtenção de bons resultados. A
participação do laboratório em ensaios de proficiência e interlaboratoriais
demonstram a capacidade analítica de um laboratório e o seu potencial de
atendimento das expectativas do cliente.
Durante todo o processo de realização de um ensaio para a
obtenção de resultados confiáveis é necessário o cuidado especial com a
qualificação dos fornecedores de serviços de manutenção e calibração de
equipamentos, de fornecedores de treinamento, de reagentes e materiais. É
importante frisar que todas as etapas do processo de obtenção dos resultados e
métodos devem ser registradas de modo a garantir uma linha de rastreabilidade
consistente.
Ainda ressaltamos que antes de serem iniciadas as atividades de
ensaio, seja feito um levantamento completo das necessidades para a realização do
mesmo incluindo os requisitos da entrada da amostra no laboratório.
18 | P á g i n a
F IGURA 1. R ESUMO DOS REQUISITOS PARA GARANTIA DA QUALIDADE DOS RESULTADOS .
19 | P á g i n a
F IGURA 2. C ICLO PDCA: FERRAMENTA DE PLANEJAMENTO .
20 | P á g i n a
Referências
BARRADAS, J; SAMPAIO, P. ISO 9001 and ISO/IEC 17025: Which is the best option for a
laboratory of metrology? The Portuguese experience. International Journal of Quality &
Reliability Management, v. 34, p.406 – 417, 2017.
21 | P á g i n a
22 | P á g i n a
CAPÍTULO III
23 | P á g i n a
c) Acomodações e condições ambientais: Assegurar/permitir que as
condições ambientais não invalidem os resultados ou afetem
adversamente a qualidade requerida de qualquer medição. Os requisitos
técnicos para as acomodações e condições ambientais para cada
medição/ensaio deve ser definida e monitorada.
d) Métodos de ensaio e calibração: os laboratórios devem utilizar métodos
de ensaio/calibração apropriados, de preferência normalizados;
entretanto, na falta desses, devem desenvolver métodos internamente ou
modificar métodos normalizados. Contudo, os métodos normalizados
devem ser confirmados e os métodos não normalizados validados, sempre
constando as estimativas de incerteza de medição.
e) Manuseio de itens de ensaio e calibração: os laboratórios devem ter
documentados/implementados todos os procedimentos quanto ao
manuseio dos itens de ensaio e calibração, o processo para o transporte,
recebimento, manuseio, proteção, armazenamento, retenção e/ou
remoção dos itens de ensaio e/ou calibração, incluindo todas as
providências necessárias para a proteção da integridade do item de ensaio
ou calibração, e para a proteção dos interesses dos laboratórios e dos
clientes.
f) Equipamentos: O laboratório deve ter um programa documentado para a
manutenção, calibração e verificação de desempenho de seus
equipamentos.
A nova versão da Norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017, com a introdução de novos
requisitos para a garantia da validade de resultados, deixa clara a preocupação com
o monitoramento contínuo do processo analítico. Na edição anterior já se
recomendava a utilização de Material de Referência Certificado (MRC) e a
participação em Ensaios de Proficiência (EP), sendo introduzidos mais opções.
24 | P á g i n a
Para garantir a qualidade dos seus resultados, o laboratório deve monitorar o
desempenho externamente por meio de comparação com os obtidos em outros
laboratórios e análise crítica em: a) participação em ensaio de proficiência; b)
participação em comparações interlaboratoriais.
Neste contexto, os laboratórios devem utilizar/ter mecanismos internos de
monitoramento da validade e qualidade dos resultados por meio de:
25 | P á g i n a
26 | P á g i n a
CAPÍTULO IV
27 | P á g i n a
• MR: Material ou substância que tem um ou mais valores de propriedade
que são suficientemente homogêneos e bem estabelecidos para ser usado
na calibração de um aparelho, na avaliação de um método de medição ou
atribuição de valores a materiais.
• MRC: Material de referência, acompanhado por um certificado, com um ou
mais valores de propriedade, certificado por um procedimento que
estabelece sua rastreabilidade à obtenção exata da unidade na qual os
valores da propriedade são expressos, com valor certificado acompanhado
por uma incerteza para um nível de confiança estabelecido.
• MCQ-in House: Materiais de controle de qualidade interno são materiais
que frequentemente são preparados por um laboratório para seu próprio
uso.
28 | P á g i n a
incerteza associada à tendência (Viés), ou seja, ao erro sistemático deve ser incluída
à incerteza global do método.
As fontes de erros sistemáticos mais frequentes nas diferentes etapas da sequência
analítica são: amostragem inapropriada, manuseio da amostra e armazenamento,
homogeneidade inadequada; contaminação da amostra ou da solução da amostra
por ferramentas, aparelhos, frascos, reagentes e poeira durante o procedimento
analítico; efeitos de adsorção e dessorção nas paredes internas dos frascos e fases
sólidas de diferentes materiais (filtros, colunas, precipitados); perdas dos
elementos, como por exemplo, Hg (mercúrio), As (arsênio), Se (selênio), Cd
(cádmio), Zn (zinco) e os óxidos, haletos, hidretos de elementos por volatilização;
reações químicas incompletas ou indesejáveis, como mudança do estado de
oxidação, precipitação, troca iônica, formação de complexos; influencias da matriz
na geração do sinal analítico, como atomização incompleta, interferências
espectrais de fundo; calibração e avaliação incorreta, como resultado do uso de
padrões inapropriados, soluções de calibração instáveis, funções matemáticas
falsas.
Conforme descrito no guia orientativo sobre validação de métodos analíticos,
(Inmetro-DOQ-CGCRE-008), a tendência pode ser expressa como recuperação
analítica (Rec), e determinada como sendo uma relação percentual entre o valor
observado do mensurando (Vobs) e o valor referência (VRef) ou valor verdadeiro
calculado conforme a equação:
E QUAÇÃO 1. RECUPERAÇÃO
Vobs
𝑅𝑒𝑐(%) = × 100
VRef
onde:
Rec: recuperação analítica
Vobs: valor observado do mensurando
VRef: valor referência ou valor verdadeiro
29 | P á g i n a
T ABELA 1. RECUPERAÇÃO ESPERADA EM FUNÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DO ANALITO .
Recuperação
Analito (%) Fração mássica (C) Unidade
média (%)
100 1 100% 98-102
10 10-1 10% 97-103
1 10-2 1% 95-105
0,1 10-3 0,10% 90-107
0,01 10-4 100 mg/kg 80-110
0,001 10-5 10 mg/kg 80-110
0,0001 10-6 1 mg/kg 80-110
0,00001 10-7 100 μg/kg 80-110
0,000001 10-8 10 μg/kg 60-115
0,0000001 10-9 1 μg/kg 40-120
Fonte AOAC, 2019.
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E QUAÇÃO 2. E RRO RELATIVO (ER)
𝑋𝐿𝑎𝑏 − 𝑋𝑉
𝐸𝑅 = × 100
𝑋𝑉
onde
XLab: é o valor obtido ou média aritmética de valores obtidos
experimentalmente
X V: valor admitido como verdadeiro (valor certificado do MRC)
onde
URef: representa a incerteza associada ao MRC.
ULab: representa a incerteza associada ao Laboratório.
XLab: é o valor obtido ou média aritmética de valores obtidos
experimentalmente
XV: valor admitido como verdadeiro (valor certificado do MRC)
Referencias
VIM 2012 - Vocabulário Internacional de Metrologia: conceitos fundamentais e
gerais e termos associados, 1ª Edição Luso Brasileira, Duque de Caxias, Inmetro,
2012.
DOQ-CGCRE-008 - Revisão 09 – Junho 2020 - Orientação sobre validação de
métodos analíticos, Inmetro, 2020.
31 | P á g i n a
Appendix D: Guidelines for Collaborative Study Procedures to Validate
Characteristics of a Method of Analysis, Official Methods of Analysis (2016)
20th Ed., AOAC INTERNATIONAL, Rockville, MD, USA
(http://www.eoma.aoac.org/app_d.pdf).
Appendix F: Guidelines for Standard Method Performance Requirements, Official
Methods of Analysis (2016) 20th Ed., AOAC INTERNATIONAL, Rockville, MD, USA
(http://www.eoma.aoac.org/app_f.pdf).
ABNT NBR ISO 5725-1:2018, Exatidão (veracidade e precisão) dos métodos e dos
resultados de medição Parte 1: Princípios gerais e definições
ABNT ISO Guia 30:2011- Termos e definições relacionados com materiais de
referência.
ABNT ISO 17034:2017 - Requisitos gerais para a competência de produtores de
material de referência.
ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017 - Requisitos gerais para a competência de
laboratórios de ensaio e calibração.
ISO GUIDE 80:2014(E):2014 - Guidance for the in-house preparation of quality
control materials (QCMs).
32 | P á g i n a
CAPÍTULO V
Utilização de instrumentação
alternativa calibrada para fornecer
resultados rastreáveis
Yolanda Boza
33 | P á g i n a
modo a produzir resultados correspondentes às necessidades do escopo do
método e/ou laboratório.
Como exemplo de instrumentação alternativa pode-se elencar:
a) determinação de umidade por balanças de infravermelho;
b) nitrogênio e proteína por equipamento por combustão (método Dumas);
c) composição centesimal por meio de predição analítica via análise
espectroscópica (NIRS - infravermelho próximo);
d) índice crioscópico de amostras de sucos por meio de correlação com a
atividade de água (aw);
Adicionalmente à contribuição para Garantia da Qualidade de Produtos e de
Processos, o uso de instrumentação alternativa é especialmente importante para
as análises da composição centesimal de alimentos e de ingredientes quanto à
redução: do tempo de análise, dos custos operacionais e do impacto ambiental /
desenvolvimento sustentável.
34 | P á g i n a
Referências
CHEN, C.S.; NGUYEN, T.K.; BRADDOCK, R.J. Relationship between freezing point
depression and solute composition of fruit juice systems. Journal of Food Science,
v. 55, p. 566 - 567 e 569, 1990.
FARIAS, L. C. D. Análise de dados multi-tabelas (COMDIM) para avaliação de
farinhas comestíveis por espectroscopia NIR e texturômetro. 2018. 44 p.
Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Inovações Tecnológicas.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão, 2018.
GARCIA-AMOEDO, L. H, ALMEIDA-MURADIAN, L. B. Comparação de metodologias
para a determinação de umidade em geléia real. Química Nova, v.25, p.676 - 679,
2002.
Souza, G. B. et al. Validação de métodos para análise de alimentos: enfoque em
análise centesimal. 1. ed. São Paulo: Rede Metrológica do Estado de São Paulo
(REMESP), 2016.106 p. Disponível em: https://www.remesp.org.br/comite/ctqa-
remesp-comite-tecnico-de-quimica-de-alimentos/163.html. Acesso em 28 de
agosto de 2020.
MARQUESA, F. G., DUARTE, I.P. Comparação de métodos para determinação de
umidade em queijos: método tradicional e balança determinadora de umidade por
infravermelho. Revista de Biotecnologia e Ciência, v. 4, Suplemento Especial II
Congresso de Ciências Farmacêuticas do Brasil Central, 2015. Disponível em:
https://www.revista.ueg.br/index.php/biociencia/article/view/3684. Acesso em
12 de maio de 2020.
MOURA, S. C. S. R.; HUBINGER, M. D.; VITALI, A. A. Predição da atividade de água e
relação entre a atividade de água e a depressão do ponto de congelamento de
sucos de frutas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 18, p. 456 - 461, 1998.
35 | P á g i n a
36 | P á g i n a
CAPÍTULO VI
37 | P á g i n a
• MR em matrizes: caracterizados pelos constituintes químicos principais ou
elementos-traço;
• MR físico-químicos: caracterizados por propriedades físico-químicas
incluindo ponto de fusão, viscosidade, e densidade óptica;
• Objetos ou artefatos de referência: caracterizados por suas propriedades
funcionais tais como ponto de fulgor e dureza;
38 | P á g i n a
eliminação ou controle de interferentes potenciais e, ainda, a recuperação
incompleta do analito durante operações de digestão, extração ou separação.
Quando os materiais ou padrões certificados (MRCs) não estão disponíveis pode ser
usado MRs ou MCQ – in House (ISO Guide 80:2014). Porém, o valor atribuído à(s)
propriedade(s) e/ou composição química do material deve ter incerteza associada.
É mandatório que estes materiais estejam dentro do escopo do método em termos
de tipo de matriz, concentração do analito e, idealmente, deve-se ensaiar vários
tipos ou variedade de MRs de modo a abranger toda a faixa medição do método.
Cabe salientar que, em alguns casos, não é interessante para o laboratório produzir
seus próprios MRs em termos de custo/benefício, porém, quando for prepará-los,
o laboratório deve utilizar as guias ABNT ISO/IEC Guia 30 e ISO Guide 80:2014 para
ajudar na seleção e preparo de MRs, respectivamente.
Para o preparo de MR e/ou MCQ – in House, o laboratório deve considerar os
seguintes aspectos:
39 | P á g i n a
referência) seja(m) inferior (es) ao (s) limite (s) de erro permissível (is) definido (s)
em uma norma, regulamento ou especificação pertinente ao equipamento.
Para a verificação/calibração de equipamentos são principalmente usadas
substâncias com alto grau de pureza. A Tabela 2 apresenta procedimentos de
verificação de desempenho de equipamento visando à qualificação e garantia de
qualidade dos resultados MRs.
40 | P á g i n a
suas características comparadas com soluções recém-preparadas, para se
estabelecer o prazo de validade.
Ainda cabe salientar que para os resultados obtidos nos programas de calibração /
verificação de equipamentos, quando aplicável, devem ser construídas cartas de
controle de amplitude, para adoção de medidas corretivas e/ou preventivas.
Em decorrência das dificuldades quanto à obtenção de MRs e respectivas
adequação na verificação de desempenho/validação de métodos analíticos, o
atendimento destes requisitos para as atividades de laboratório são principalmente
por meio de mecanismos externos de controle de desempenho de seus resultados
e /ou ainda por meio de MCQ – in House.
Uma vez que poucos MRs são claramente rastreáveis ao Sistema Internacional de
Unidades (SI), como alternativa pode-se usar uma hierarquia de métodos para
atribuir valores de propriedade e ou composição aos materiais conforme Tabela 3.
Método Rastreabilidade
Primário SI
De Tendência conhecida Padrão internacional
Independente Resultados de métodos
Comparação Interlaboratorial Resultados de métodos
41 | P á g i n a
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) NBR ISO/IEC 9001 -
Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos. Associação Brasileira De Normas
Técnicas (ABNT). Setembro, 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ISO GUIA 30: Termos e
definições relacionados com materiais de referência. Associação Brasileira De
Normas Técnicas (ABNT) Rio de Janeiro, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ISO GUIA 33: Materiais de
referência – Boas práticas no uso de materiais de referência. Associação Brasileira
De Normas Técnicas (ABNT) Rio de Janeiro, 2019.
Brasil. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Manual de garantia da
qualidade analítica: áreas de identidade e qualidade de alimentos e de insumos /
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa
Agropecuária. – Brasília: MAPA/ACS, 2015.51 p
INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA (INMETRO).
Orientação para a seleção e uso de materiais de referência.DOQ-CGCRE-016.
Revisão 03 de Junho de 2019.
INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA (INMETRO).
Orientações sobre checagem intermediária das balanças. DOQ-CGCRE-036. Revisão
03. Julho de 2020.
International Laboratory Accreditation Cooperation (ILAC). Guidelines for the
Selection and Use of Reference Materials, ILAC- G9. 2005. Disponível em:
https://ilac.org. Acesso: 26 de agosto de 2020.
International Organization for Standardization (ISO) Guide 80:2014. Guidance for
the in-house preparation of quality control materials (QCMs). Geneva, July 2014.
King B. The practical realization of the traceability of chemical measurements
standards. Accreditation and Quality Assurance, v. 5, p. 429 - 436, 2000.
42 | P á g i n a
Wood, S.; Botha, A. The new ISO Guide 80: Guidance for the in-house preparation
of quality control materials (QCMs). Accreditation and Quality Assurance, v. 19, p.
477 – 480, 2014.
43 | P á g i n a
44 | P á g i n a
CAPÍTULO VII
45 | P á g i n a
Primeiro Passo: definir quais instrumentos deve passar por essas checagens.
Deverão passar pelas checagens os instrumentos que tenham influência nos
resultados de medição,
Segundo Passo: definir a periodicidade das checagens. A periodicidade deve ser
estabelecida com base na experiência e nas condições de utilização do instrumento.
É importante considerar variáveis como: frequência de utilização, características
dos instrumentos e acessórios, recomendações dos fabricantes e especialistas,
histórico de calibrações, qualificação do técnico que utiliza o instrumento e as
condições ambientais onde o equipamento está instalado. Em seguida é preciso
definir os pontos de calibração que deverão se repetir nas próximas análises;
Efetuar os cálculos, se aplicável; Avaliar a tendência e confrontar os resultados com
o critério de aceitação estabelecido. Este controle permite avaliar e aperfeiçoar os
prazos de calibração estabelecidos e detectar antecipadamente problemas ou
falhas no instrumento. Uma avaliação da tendência permite, também, identificar
possíveis impactos nos resultados de medição e tomar as ações necessárias para
solucionar o problema.
Terceiro passo: definir como será realizada a verificação. Nesta fase é importante
determinar: O que preciso avaliar? Quais características do instrumento são
relevantes? Exatidão? Repetibilidade? Reprodutibilidade? É neste momento que
deve ser definido o procedimento propriamente dito (medições e cálculos) e os
critérios de aceitação.
Quarto passo: definir uma referência para a checagem. Essa referência deve ser
confiável. Por exemplo: massas: deve - se utilizar preferencialmente padrão de
referência de classe superior ao padrão que se está verificando; pHmetro: deve-se
utilizar solução padrão; banho cinemático: deve-se utilizar um padrão de referência
de temperatura.
Quinto passo: definir, nos instrumentos, os pontos que serão checados.
Normalmente, não é necessário que o Laboratório efetue as verificações
intermediárias em todos os pontos da faixa do instrumento. Contudo, para definir
estes pontos deve-se conhecer muito bem o instrumento e levar em conta que
alguns instrumentos nem sempre apresentam comportamento linear. (Giller, Lima,
2007).
46 | P á g i n a
Mediante ao exposto é recomendável que o Laboratório selecione pontos da
checagem intermediária da faixa de utilização do instrumento de forma
representativa e, finalmente, realizar a checagem no prazo estabelecido, analisar
criticamente os resultados e programar a ação corretiva se necessário.
47 | P á g i n a
Referências
FOLLADOR, A. C. D. M. Verificação intermediária das balanças utilizadas por
laboratórios que realizam ensaios químicos e biológicos. In: III OFICINA PARA
AVALIADORES E ESPECIALISTAS EM CALIBRAÇÃO E ENSAIOS NA ÁREA DE
QUÍMICA, INMETRO 2011. Disponível em
<Http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/docs/P9_VerificacaoIntermediaria
Balancas_AnaCristina.pdf> Acesso em: 18 jul.2019.
INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA (INMETRO).
DOQ-CGCRE-036: Orientações sobre verificação intermediária das balanças-
Revisão 00. Duque de Caxias: INMETRO, 2020.
CAMPOS, C. A. B. Processo de Medição e calibração, 2015. Instituto de Pesos e
Medidas do Estado do Paraná. Disponível em
<http://www.lacen.saude.pr.gov.br/arquivos/File/SESLAB/Calibracao.pdf>Acesso
em: 20/11/2019.
GILLER, M; LIMA, G. P. Verificações Intermediárias NBR ISO/IEC 17025 2005. In:
WORKSHOP ESPECIALISTAS ELETRICIDADES INMETRO. Instituto de Tecnologia do
Paraná TECPAR 2007. Disponível em
<http://www.inmetro.gov.br/laboratorios/docs/mauriciogiller.pdf> Acesso em: 30
ago.2019.
SOARES, M. A. Apresentação geral das mudanças da Norma ISO/IEC 17025 e visão
da CGRE, Organismo de acreditação. In: WORKSHOP – AS PRINCIPAIS MUDANÇAS
NORMA ABNT NBR ISO/IEC 17025. Disponível em
<http://metrologia.org.br/wpsite/wp-content/uploads/2017/08/02-MAURICIO-
.Revis%C3%A3o-da-Norma-ISO-IEC-17025-Vis%C3%A3o-da-Cgcre-Workshop-SBM-
2017-08-02.pdf> Acesso em 03 nov.2019.
48 | P á g i n a
CAPÍTULO VIII
49 | P á g i n a
automática com o uso de eletrodo de platina, assim como o ensaio de Índice de
Iodo pode ser realizado pelo método de Wijs ou através de cálculo a partir do perfil
de ácidos graxos por cromatografia gasosa, entre outros exemplos de métodos
diferentes para a mesma determinação.
Para os ensaios que possuem mais de uma técnica disponível, pode-se incluir esta
comparação durante a validação do método para obter alternativas analíticas
disponíveis e devidamente validadas, onde deve-se realizar análise estatística da
variância das médias dos teores com nível de significância de 5 % (limite de
confiança de 95%), cujos resultados não devem ser estatisticamente diferentes, ou
seja, p>0,05. As amostras controle podem ser MRC, amostras com teor conhecido
procedentes de ensaios de proficiência ou um segundo lote de MR.
Ao utilizarmos o mesmo método ou métodos diferentes para ensaios ou calibrações
replicatas, pode-se adotar como critério de aceitação da replicata o CV % conforme
indicado no DOQ- CGRE 008- Orientação Sobre Validação de Métodos Analíticos.
Referências
GARCIA-AMOEDO, L. H, ALMEIDA-MURADIAN, L. B. Comparação de metodologias
para a determinação de umidade em geléia real. Química Nova, v.25, p.676-
679,2002.
SOUSA, G.B., FUJIEDA, R.J. Y, CARRARO, C.I. Avaliação da repetibilidade e
reprodutibilidade de métodos de proteína bruta: estudo colaborativo. 8º Congresso
Brasileiro de Metrologia, Bento Gonçalves- RS, 2015.
INMETRO: DOQ-CGRE 008 – Orientação sobre Validação de métodos analíticos -
Rev.09. Inmetro. Rio de Janeiro, junho 2020.
50 | P á g i n a
CAPÍTULO IX
51 | P á g i n a
• Equipamentos: deve-se retirar do uso para recalibração e verificação com
testes de performance (Check test do equipamento, por exemplo),
verificação com padrões de calibração, uso de amostras controle ou MR
para verificação dos resultados. Persistindo o erro solicitar manutenção
corretiva específica para o equipamento. Antes de retornar ao uso, deve-
se proceder nova verificação com amostra controle.
A Tabela 4 apresenta alguns exemplos de verificação de equipamento:
Referências
ASTM E925-09 (2014). Standard Practice for Monitoring the Calibration of
Ultraviolet-Visible Spectrophotometers whose Spectral Bandwidth does not Exceed
2 nm, ASTM International, West Conshohocken, PA, 2014, www.astm.org
52 | P á g i n a
CAPÍTULO X
Correlação de resultados de
características diferentes de um item
Ana Lúcia de Matheus e Silva e Valquíria T. D’Almeida
53 | P á g i n a
Quadro 1: Composição de leite fluido.
Nº Ensaio Resultado Unidade
1 Acidez (ácido lático) 0,16 g/100mL
2 Amido Negativo -
3 Cloretos (Cl -) Negativo -
4 Densidade a 15°C 1,032 -
5 Extrato seco desengordurado (ESD) 8,5 g/100g
6 Extrato seco total (EST) 12,4 g/100g
7 Formaldeído Negativo -
8 Índice crioscópico -0,536 °H
9 Lactose (Açucares redutores em lactose) 4,3 g/100mL
10 Lipídios 3,9 g/100g
11 Proteína 3,1 g/100g
12 Resíduo mineral fixo 0,8 g/100mL
13 Sacarose (Açucares não redutores em sacarose) < LQ -
14 Álcool etílico Negativo -
Nota: Os termos sólidos totais (ST) ou extrato seco total (EST) englobam todos os
componentes do leite exceto a água. Por sólidos não-gordurosos (SNG) ou extrato seco
desengordurado (ESD) compreendem-se todos os elementos do leite, menos a água e a
gordura.
Pode-se fazer a correlação dos resultados dos ensaios 01, 05, 09, 11 e 12, pois a
somatória dos resultados 01, 09, 11 e 12, deve ser aproximadamente igual ao
resultado 05. Discrepâncias muito grandes indicam algum, ou alguns resultados não
conformes. Outro exemplo: é o uso do índice de crioscopia para estimar, de forma
indireta, a concentração de lactose em leite bovino. A temperatura de
congelamento do leite é mais baixa do que a da água, devido ao efeito das
substâncias dissolvidas no leite, principalmente a lactose e os sais minerais, assim
o grau de hidrólise da lactose do leite pode ser acompanhado de forma estimativa
pela medida do índice crioscópico.
54 | P á g i n a
Referências
Czarnobay, M, Brião V. B., V. M.; Rodrigues, A.M.; Castoldi, V.. Cinética de hidrólise
de lactose em leite de ovelha e leite de vaca. Revista de Ciências Exatas Aplicadas e
Tecnológicas da Universidade de Passo Fundo, CIATEC-UPF (2017), v. 9, p15-24.
55 | P á g i n a
56 | P á g i n a
CAPÍTULO XI
57 | P á g i n a
E QUAÇÃO 4. EQUAÇÃO DE HORWITZ
𝐷𝑃
𝐶𝑉 = 𝐷𝑃𝑅 = × 100
𝐶𝑀𝐷
onde
CV: Coeficiente de Variação
DPR: Desvio Padrão Relativo
DP: Desvio Padrão
CMD: Concentração média determinada
58 | P á g i n a
T ABELA 5. CRITÉRIO DE ACEITAÇÃO PARA REPETIBILIDADE
Analito % Fração Mássica (C) Unidade DPR, %
100 1 100% 1,3
10 10-1 10% 1,9
1 10-2 1% 2,7
0,1 10-3 0,1% 3,7
0,01 10-4 100 ppm (mg/kg) 5,3
0,001 10-5 10 ppm (mg/kg) 7,3
0,0001 10-6 1 ppm (mg/kg) 11
0,00001 10-7 100 ppb (µg/kg) 15
0,000001 10-8 10 ppb (µg/kg) 21
0,0000001 10-9 1 ppb (µg/kg) 30
Fonte: http://www.inmetro.gov.br/Sidoq/Arquivos/CGCRE/DOQ/DOQ-CGCRE-8_09.pdf
59 | P á g i n a
T ABELA 7. V ALORES DE H ORWITZ
Torna-se cada vez mais evidente que Análise Crítica é uma ferramenta de extrema
importância para a promoção da melhoria contínua de qualquer organização,
sendo necessário que toda equipe participe efetivamente para o crescimento e
aprendizado, e todos os envolvidos devem estar comprometidos com os
resultados. Desta forma é muito importante que seja estabelecido um controle de
qualidade analítico, e critérios de aprovação ou rejeição dos resultados dentro de
cada método de análise estabelecido.
Referências
HORWITZ, W. Evaluation on analytical methods used for regulation of foods and
drugs. Analytical Chemistry. v. 54, n. 1, pg. 67A – 76A, 1982.
60 | P á g i n a
INMETRO. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/eventos-
cgcre/13-14-15Workshop/09-Workshop_ISO_IEC_17025_-
_7.1_Analise_critica_de_pedidos_propostas_e_contratos.pdf Acesso em 10 de
maio de 2018.
61 | P á g i n a
62 | P á g i n a
CAPÍTULO XII
63 | P á g i n a
Adicionalmente, quando não se faz análise interlaboratorial é recomendável o uso
de amostras cegas para manutenção das competências dos analistas e controle do
método analítico. O uso de amostras cegas também tem como objetivo auxiliar o
analista de modo a melhorar seu desempenho. Portanto, é recomendável que o
laboratório estabeleça em seu escopo um plano anual para uso de amostras cegas.
Referências
HORWITZ, W. Evaluation on analytical methods used for regulation of foods and
drugs. Analytical Chemistry. v. 54, n. 1, pg. 67A – 76A, 1982.
64 | P á g i n a
CAPÍTULO XIII
65 | P á g i n a
aplicação se torna obrigatória, pois, Agências do governo federal como ANVISA
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), MAPA (Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento), ANP (Agência Nacional de Petróleo) entre outras,
exigem a implantação de sistemas de gestão normalizados como a ABNT NBR
ISO/IEC 17025.
Dessa forma, levando-se em conta os argumentos supracitados, observamos que
uma das ferramentas importantes para a garantia da validade de resultados
analíticos é sem dúvida a participação em programas ensaios de proficiência (PEPs)
ou comparações interlaboratoriais. A participação dos laboratórios nestas
atividades deve ser de forma sistemática uma vez que a geração de resultados
analíticos pelos laboratórios é contínua, e por este motivo a necessidade da
periodicidade na avaliação do desempenho dos resultados do laboratório com
ênfase para a verificação de inexatidão e imprecisão significativas no conceito
estatístico. Os relatórios dos ensaios de proficiência ou das comparações
interlaboratoriais constituem-se da evidência da competência do laboratório, assim
como uma ferramenta de melhoria de seu desempenho analítico.
Neste contexto, orienta-se que o gerente do laboratório deve estabelecer a
regularidade com que participará de rodadas de ensaios de proficiência, se
semestral, anual, bianual, ou outra frequência. A norma NIT-DICLA-026 do Inmetro
traz informações e orientações que estabelecem os requisitos e a política para a
participação de laboratórios em atividades de ensaio de proficiência. Como
resultado dessas participações em rodadas de ensaio de proficiência, o gerente e
sua equipe obtêm informações que evidenciam o desempenho do laboratório
naqueles ensaios que estão no escopo de participação.
Em um contexto geral, são vários os benefícios que os laboratórios participantes de
rodadas de ensaio de proficiência podem obter, ressaltando-se, a avaliação do
desempenho, tornar evidente para o gerente e para os clientes do laboratório a
qualidade dos resultados analíticos e quando necessário possibilitar ações
preventivas ou corretivas a serem aplicadas nas metodologias. A participação em
ensaios de proficiência é uma das ferramentas que o laboratório deve dispor para
a garantia da validade dos resultados, conforme previsto no item 7.7.2 da ABNT
NBR ISO/IEC 17025:2017 “O laboratório deve monitorar o seu desempenho por
66 | P á g i n a
meio de comparação com resultados de outros laboratórios, quando disponível ou
apropriado”.
Para que um programa de ensaio de proficiência possa ser estabelecido e valido, o
provedor deverá seguir os requisitos técnicos e requisitos de direção previstos na
norma ABNT NBR ISO/IEC 17043:2011, em que, no anexo A desta norma, estão
descritos os principais tipos de programas de ensaio de proficiência, os quais,
devem ser estabelecidos de acordo com a necessidades do setor e a natureza dos
itens de ensaios e analitos, considerando os três tipos básicos ensaios de
laboratório: quantitativos, qualitativos e interpretativos.
Com o propósito de uma abordagem mais ampla sobre os métodos estatísticos a
serem empregados pelo provedor do ensaio de proficiência na avaliação de
desempenho, a ISO 13528 descreve vários procedimentos para a definição do valor
designado, desvio padrão de proficiência, incerteza do valor designado. Estes
procedimentos devem ser avaliados pelo provedor e ser documentado no
protocolo do ensaio de proficiência para que os participantes tenham
conhecimentos dos procedimentos que serão submetidos os resultados
informados e como será feito o cálculo do seu desempenho. ISO 13528:2015E.
A fim de disponibilizar informações sobre rodadas de ensaios de proficiência e
facilitar a busca de provedores por tipo de matriz e analitos, a base de dados
Europeia EPTIS (European Proficiency Testing Information System -
http://www.eptis.bam.de/) dispõe informações sobre atividades de ensaio de
proficiência de mais de 40 países. Esta consulta, com instruções para a pesquisa,
também pode ser realizada, online, por meio do site do Inmetro
http://www.inmetro.gov.br/metcientifica/ensaio-
proficiencia/ensaioProficiencia.asp .
67 | P á g i n a
Referencias
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). ABNT NBR ISO/IEC 17043:
Avaliação de conformidade – Requisitos gerais para ensaios de proficiência.
Setembro de 2011.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR ISO/IEC 17025: Requisitos
gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração. Dezembro de
2017.
EUROPEAN PROFICIENCY TESTING INFORMATION SYSTEM – EPTIS.
http://www.eptis.bam.de/. Acesso em: 25 de abril de 2020.
OLIVARES, I. R. B. Gestão de Qualidade em Laboratórios. (3a ed – revisada e
ampliada). 3. ed. Campinas: Átomo e Alínea, 2015. 160 p.
THOMPSON, M., ELLISON, L.R. Fitness for purpose – the integrating theme of the
revised Harmonised Protocol for Proficiency Testing in Analytical Chemistry
Laboratories. Accreditation and Quality Assurance, v.11, p.373-378, 2006.
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Requisitos para
a Participação de Laboratórios em Ensaios de Proficiência, NIT-DICLA-26-rev Janeiro
de 2020.
International Organization for Standardization. ISO 13528:2015E. Statistical
methods for use in proficiency testing by interlaboratory comparison. Geneva,
August 2015.
68 | P á g i n a
CAPÍTULO XIV
Cartas controle
Elaine Marra de Azevedo Mazon e Merenice Roberto Sobrinho
69 | P á g i n a
limites de controle, que é limitada por uma linha superior (limite superior de
controle-LSC) e uma linha inferior (limite inferior de controle-LIC), além de uma
linha central (limite central - LC) (SÃO PAULO, 2013).
Se o valor controlado está fora dos limites nenhum resultado analítico deve ser
reportado e medidas corretivas devem ser realizadas para identificar as fontes de
erros e remove-lo (HOVIND, 2011).
A análise estatística do comportamento de medidas de materiais de referência
certificados e de padrões de trabalho ao longo do processo analítico, irá permitir
detectar anomalias no comportamento dos dados que nortearão ações que
poderão levar à interrupção temporária da rotina analítica, até que os problemas
que geraram instabilidade nas medidas, sejam solucionados e tratados em
conformidade com o sistema de gestão da qualidade. Então entende-se que um
processo está sob controle quando estiver isento de causas especiais, ou seja, se na
carta controle todos os pontos apresentados estejam dentro dos limites de controle
evidenciados e não apresentem nenhuma tendência ou ultrapasse esses limites
(COSTA et al. 2008).
A carta de controle é, portanto, uma ferramenta apropriada para evidenciar a
validade dos resultados obtidos, requisito da ABNT NBR ISO/IEC 17.025/2017.
70 | P á g i n a
controle. A variabilidade do processo pode ser monitorada pela carta controle de
desvio padrão, chamada de carta controle (s), ou a carta controle de amplitude (R),
sendo essa última mais utilizada (TORREZANI et al., 2015). Uma suposição
fundamental no desenvolvimento das três cartas de controle para variáveis
anteriormente citadas, é que a distribuição da característica seja normal. Um
exemplo de Carta Controle de Média é apresentado na Figura 4 (Capítulo XVI).
71 | P á g i n a
➢ Pontos fora dos limites de controle.
72 | P á g i n a
Referências
TORREZANI, L, KIELING A.C, DA SILVA, R. N. A, FREITAS, B. M. Carta Controle para
análise da estabilidade de processo em ICP-OES. American Reseach Thoughts,
1(11), 2015.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Saúde. Coordenadoria de Controle de Doenças
(SES). Instituto Adolfo Lutz. Manual para elaboração de cartas controle para
monitoramento de processos de medição quantitativos. São Paulo: Instituto Adolfo
Lutz, 2013.
RODRIGUES, M.C. Aplicação de Cartas Controle na Rotina do Laboratório de
Qualidade do Leite da Embrapa Gado de Leite. 2015.104f. Dissertação (Mestrado
Profissional em Ciência e Tecnologia do Leite e Derivados) - Universidade Federal
de Juiz de Fora – Juiz de Fora, 2015.
HOVIND, H, MAGNUSSON, B, KRYSELK M. U, MÄKINEN, U. Internal Quality
Controll. Handbook for Chemical Laboratories, 4º ed, NT Techn report 569, 2011.
COSTA, A. F. B.; EPPRECHT, E. K. & CARPINETTI, L. C. R. Controle estatístico da
qualidade. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2008.
ABNT NBR ISSO/IEC 17025-2017 – Requisitos gerais para a competência de
laboratório de ensaio e calibração.
MONTEGORY, D. C. Introdução ao controle estatístico da qualidade. 4ª ed. Rio de
Janeiro: LTC Livros Técnicos e Científicos AS, 2004.
ISO 8258. Shewhart control charts. International Organization for Standardization.
1991
73 | P á g i n a
74 | P á g i n a
CAPÍTULO XV
75 | P á g i n a
forma ordenada e organizada, para que possam evidenciar a conformidade com
critérios preestabelecidos. Um instrumento amplamente utilizado para o registro
dos controles, onde as tendências podem ser facilmente detectadas são as cartas
de controle, as quais mostram a variação da característica de interesse em função
do tempo, quando aplicável
Referências
Associação Brasileira De Normas Técnicas. ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017.
Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração. Rio de
Janeiro, Dezembro de 2017.
DOQ-Cgcre-087. Orientações gerais sobre os requisitos da ABNT NBR
ISO/IEC 17025:2017. Documento de caráter orientativo. (Revisão 00– MAR/2018)
76 | P á g i n a
CAPÍTULO XVI
77 | P á g i n a
F IGURA 3. CICLO DE Q UALIDADE A NALÍTICA (AQAC)
78 | P á g i n a
Por se tratar de uma atividade voltada para avaliação dos dados obtidos com ênfase
na interpretação dos mesmos para a aplicação de medidas de prevenção (quando
da análise de tendências das cartas de controle ou resultados de atenção obtidos
pelos ensaios de proficiência) ou corretivos (para valores discrepantes obtidos da
carta de controle, por exemplo, de pontos de controle acima do Limite Superior de
Ação ou de resultados insatisfatórios obtidos no caso de ensaios de proficiência), é
primordial a padronização destas atividades em um procedimento operacional
padrão.
79 | P á g i n a
Algumas regras gerais para se evitar num procedimento de qualquer natureza, mas
principalmente os de natureza técnica como é este voltado para a garantia da
qualidade do resultado, é se evitar palavras vagas, sem sentido, palavras excessivas
para descrever uma atividade, sentenças ou parágrafos longos, complicados,
acrônimos, abreviaturas, gíria, símbolos, ou outros atalhos, repetir os mesmos
pontos demasiadamente e assumir conclusões que são óbvias. Este último ponto é
uma das causas mais importantes na execução inconsistente de procedimentos.
O funcionário que irá redigir o documento deve estar familiarizado com fatores que
influenciam seu processo analítico, manuseio da amostra, aplicação e interpretação
de seus controles internos e externos, manutenção e operação de equipamentos
de sua área. Ou seja, este funcionário tem que ser treinado, habilitado e qualificado
para a execução de sua tarefa.
Procedimentando a Execução
O acompanhamento do desempenho do método deve ser avaliado de acordo com
o estabelecido experimentalmente. Assim, caso seja escolhido o uso de cartas de
controle, deve-se definir se a mesma será realizada através do uso do tipo média
ou do tipo amplitude. Uma vez definido o tipo de carta, deve-se estabelecer qual
tipo de material a ser utilizado:
• uso de material de referência,
• uso de material de referência certificado,
• uso de amostras isentas do analito a serem fortificadas em uma
determinada concentração (conhecida e definida)
80 | P á g i n a
• uso de amostras analisadas previamente e armazenadas adequadamente
no laboratório e de concentração devidamente conhecida;
Outro ponto importante é definir a periodicidade do uso dos controles nas corridas.
Pode-se definir esta periodicidade através do tempo, ou do número de amostra, ou
corridas analíticas (bateladas). O importante que a periodicidade não seja tão
grande que desvios demorem a ser identificados, nem tão curtos, ao ponto que se
realize um grande número de controles relacionados a poucas amostras.
81 | P á g i n a
Ainda relacionado a normas, pode ser definido que a periodicidade esteja
estabelecida. No caso específico da ANVISA, a mesma determina que toda corrida
deve apresentar um número específico de controles. Ela requer que o número de
amostras de CQB, CQM e CQA a ser incorporado em cada corrida analítica não deve
ser inferior a 5% (cinco por cento) do número de amostras em estudo e não deve
ser inferior a 6 (seis) CQs, sendo uma duplicata de cada concentração. Além disso,
as amostras de CQB, CQM e CQA devem ser distribuídas entre as amostras em
estudo de forma balanceada na corrida analítica, sempre em igual número de
replicatas de cada concentração.
82 | P á g i n a
Análise de Resultados dos Controles
Uma vez registrado os resultados obtidos, cabe ao operador, de acordo com regras
definidas avaliar estes resultados. Ou seja, nesta etapa do procedimento, devem
ser definidas as regras para avaliar os resultados obtidos e a partir de que número
de pontos a regra será aplicada.
Por exemplo, pode se determinar como regra uma tendência 5 pontos consecutivos
ascendentes ou descendentes (independente dos limites estabelecidos) para
indicar uma possibilidade de problema. Note que cabe ao laboratório definir as
regras e a partir de quantos pontos deverão ser tomadas as ações necessárias para
corrigir ou prevenir que o método deixe de ser confiável ou extrapole os limites
assumidos (ou seja, no exemplo anterior, o número limite é 5).
Outro ponto a ser levantado no procedimento é a ação a ser tomada. Neste caso, o
sistema de registro deve abrir uma possibilidade de se comentar os pontos que não
atendem as regras estabelecidas e na sequência, como este procedimento está
dentro de um sistema de gestão da qualidade, vinculá-lo ao procedimento de
controle de não conformidades para que, caso existam, valores acima ao limite
superior de ação ou abaixo do limite inferior de ação, medidas sejam tomadas. Esta
vinculação reduz a criação de outros registros desnecessários para a mesma
atividade (ou seja, a de controlar as não-conformidades)
Registros
Em se tratando dos registros vinculados ao procedimento podemos assumir
algumas formas, por planilha eletrônica ou por uso de software específico para esta
finalidade. Não discutiremos o controle em papel, pois acreditamos que, nos dias
atuais este processo além de moroso é ineficiente para tomada de decisões,
principalmente pela aplicação das regras estabelecidas, o que resultaria em erros
por falta de atenção ou percepção do operador.
83 | P á g i n a
Planilha Eletrônica para Garantia de Resultado
Uma planilha eletrônica deve ser capaz de receber os dados provenientes da análise
experimental, plotar os referidos gráficos, definir os limites da carta e aplicar as
regras. No que tange os sistemas de gestão da qualidade é imprescindível validar e
bloquear a planilha. Esta validação deve cobrir não somente os cálculos, mas
também os gráficos e, principalmente, a aplicação de regras. Como toda validação,
esta não é diferente, sendo que a mesma deve ser detalhada, registrada e avaliada.
Na maioria dos casos (se não todos) é onerosa tanto em tempo quanto em
investimento, pois deve-se incluir um funcionário capacitado e devidamente
treinado para esta tarefa, de acordo com procedimentos previamente
estabelecidos.
Ao se criar uma planilha deste tipo a mesma deve ter instruções de uso
(procedimento) para que a operação dela seja conhecida pelos analistas que as
empregarão. Estas instruções podem ser incluídas dentro do próprio procedimento
da carta.
84 | P á g i n a
F IGURA 4. C ARTA DE CONTROLE DO S OFTWARE CONFLAB G ARANTIA DE RESULTADO
85 | P á g i n a
Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução Da Diretoria
Colegiada – RDC Nº 27, de 17 de maio DE 2012
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR ISO/IEC 17025: Requisitos
Gerais Para A Competência De Laboratórios De Ensaio E Calibração. 2017
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO. NIT-DICLA-
035, Revisão 04: Princípios Das Boas Práticas De Laboratório - BPL. Aprovada em
Outubro de 2019.
OLIVARES, I. R. B.; LOPES, F. A. Ciclo AQAC (Analytical Quality Assurance Cycle). Ref.
Essential steps to providing reliable results using the Analytical Quality Assurance
Cycle. Trends in Analytical Chemistry (Regular ed.). v.35, p.109 - 121, 2012.
OLIVARES, I.R.B. Gestão de Qualidade em Laboratórios. 4. ed. Campinas: Editora
Átomo, 2019. 174p.
86 | P á g i n a
CAPÍTULO XVII
Os controles de qualidade
e a incerteza de medição
Prof. Dr. Igor Renato B. Olivares
87 | P á g i n a
F IGURA 5. RESULTADOS DE ENSAIO COM A INCERTEZA EXPANDIDA . O RESULTADO (I )
INDICA CLARAMENTE CONFORMIDADE COM O VALOR LIMITE . O RESULTADO
( IV) INDICA CLARAMENTE NÃO CONFORMIDADE COM O VALOR LIMITE . O S
RESULTADOS ( II E III ) NECESSITAM DA APLICAÇÃO DE UMA REGRA DE DECISÃO
[01].
A regra de decisão deve ser definida já na análise crítica de contrato, para que seja
aplicada e relatada na avaliação dos resultados, sendo identificado claramente a
quais resultados ela se aplica; quais especificações, normas ou parte destas são
atendidas ou não.
Segundo a Eurachem [02], a incerteza pode ser definida como “um parâmetro
associado com o resultado de uma medida, que caracteriza a dispersão de valores
que poderiam ser razoavelmente atribuídas ao mensurando”. Desta maneira,
incerteza não implica na dúvida quanto a validade de uma medida, pelo contrário,
o conhecimento da incerteza implica no aumento da confiança na validade do
resultado medido. Com base nesta definição, também é possível distinguir a
diferença entre erro e incerteza, sendo o erro a diferença entre o valor observado
e o valor de referência (podendo ser corrigido), já a incerteza a dispersão de valores
que podem ser atribuídas ao mensurando.
Na prática, um estudo preliminar irá rapidamente identificar as fontes de incerteza
mais significativas, e, o valor obtido para a incerteza combinada será praticamente
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controlada pelas maiores contribuições. Uma boa estimativa da incerteza pode ser
feita concentrando esforços nas maiores contribuições. Ao final, uma vez avaliada
a incerteza para um método fornecido e aplicado em um laboratório específico, a
incerteza estimada obtida pode ser consistentemente aplicada aos resultados
subsequentes obtidos por este método no mesmo laboratório, desde que esta seja
justificada pelos dados de controle de qualidade do laboratório. Nenhum esforço
adicional necessita ser realizado ao menos que o procedimento ou o equipamento
utilizado seja modificado, neste caso, a estimativa de incerteza precisaria ser
revisada como parte normal de uma revalidação. [02] Esta afirmação também é
apoiada pela ISO/IEC 17025:2017 [03] que destaca em seu requisito 7.6.3 (nota 2):
“Para um método em particular no qual a incerteza de medição dos resultados foi
estabelecida e verificada, não há necessidade de avaliar a incerteza de medição
para cada resultado, caso o laboratório possa demonstrar que os fatores de
influência identificados como críticos estejam sob controle”.
A afirmação da Eurachem e da própria ISO/IEC 17025, trazem uma importância
adicional aos controles de qualidade do laboratório, uma vez que estes serão o
“termômetro” para avaliar se é necessário ou não atualizar a incerteza de medição
de seus ensaios (impactando diretamente na avaliação da conformidade dos
resultados). Esta avaliação pode ser realizada, por exemplo, pelo monitoramento
dos desvios das cartas de controle, uma vez que um aumento nos desvios entre os
resultados poderia também indicar um aumento na incerteza calculada. Esta
abordagem mais uma vez corrobora com a ideologia do Ciclo da Qualidade Analítica
(AQAC) [04], o qual apresenta uma íntima relação entre Controles de Qualidade,
Validação e Incerteza.
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Referências
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ANEXO I - Definições
Material de referência
acompanhado duma
documentação emitida por uma
entidade reconhecida, a qual
Material de Referência fornece um ou mais valores de
VIM 2012
Certificado propriedades especificadas com
as incertezas e as
rastreabilidades associadas,
utilizando procedimentos
válidos.
Material de Controle de “reference to materials used
Qualidade (in-house routinely to assess the precision
reference materials, of test procedure” ISO Guide 80
quality control materials,
check samples)
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