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Autores: Docentes:
Baulene, Lucrência Eng. o Maxcêncio A. S. Tamele/ MSc/
Jala, Araújo Inácio Eng. o Félix Mateus/Msc/
Luciano, Lionildo Jordão
Autores:
Trabalho elaborado pelos estudantes
Baulene, Lucrência do 3o ano, do curso de Engenharia
Eléctrica, da turma E-31 do Instituto
Jala, Araújo Inácio Superior Politécnico de Songo para
fins de avaliação.
Luciano, Lionildo Jordão
Docentes:
Dedicatória
i
Turbinas Hidráulicas e Centrais Hidroeléctricas
Resumo
Para produzir energia hidroeléctrica é necessário integrar a vazão do rio (a quantidade de
água disponível em determinado período de tempo) e os desníveis do relevo, sejam eles
naturais, como as quedas de água, ou criados artificialmente. A estrutura da Central é
composta, basicamente, por barragem, sistema de captação e adução de água, casa de força e
vertedouro, que funcionam em conjunto e de maneira integrada. A barragem tem por
objectivo interromper o curso normal do rio e permitir a formação do reservatório. Além de
armazenar a água, esses reservatórios têm outras funções: permitem a formação do desnível
necessário para a configuração da energia hidráulica e sua posterior transformação em
energia eléctrica, assim sendo, este trabalho tem como objecto de estudo as turbinas
hidráulicas e as Centrais Hidroeléctricas.
ii
Turbinas Hidráulicas e Centrais Hidroeléctricas
Abstract
To produce hydroelectric energy, it is necessary to integrate the flow of the river (the amount
of water available in a given period of time) and the unevenness of the relief, whether natural,
such as waterfalls, or artificially created. The structure of the plant is basically composed of a
dam, a water collection and supply system, a powerhouse and a spillway, which work
together and in an integrated manner. The purpose of the dam is to interrupt the normal
course of the river and allow the formation of the reservoir. In addition to storing water, these
reservoirs have other functions: they allow the formation of the gap required for the
configuration of hydraulic energy and its subsequent transformation into electrical energy,
therefore, this work has the object of study hydraulic turbines and Hydroelectric Power
Plants.
iii
Turbinas Hidráulicas e Centrais Hidroeléctricas
Índice
Dedicatória ............................................................................................................................................... i
Resumo ................................................................................................................................................... ii
1. Introdução ....................................................................................................................................... 1
2.5. Cavitação............................................................................................................................... 16
iv
Turbinas Hidráulicas e Centrais Hidroeléctricas
3.4. Subestação............................................................................................................................. 31
4. Conclusão...................................................................................................................................... 41
5. Bibliografia ................................................................................................................................... 41
v
Turbinas Hidráulicas e Centrais Hidroeléctricas
Lista de Figuras
Figura 1: Turbina Pelton -tangencial; Francis - Mista e Kaplan – Axial ................................... 5
Figura 2: Constituicao da turbina Francis .................................................................................. 6
Figura 3: Vista transversal da turbina Kaplan............................................................................ 7
Figura 4: Visão de um corte longitudinal de um grupo bulbo ................................................... 9
Figura 5: Componentes de uma turbina Pelton ........................................................................ 11
Figura 6: Esquema simples do regulador de uma turbina Pelton............................................ 12
Figura 7:Turbina Pelton de eixo horizontal ............................................................................. 13
Figura 8:Posição do eixo vertical da turbina Pelton de 5 jatos ................................................ 14
Figura 9: Esquema de uma Central Hidroeléctrica .................................................................. 19
Figura 10: Secção transversal de um descarregador de superfície a esquerda e vista frontal a
direita ....................................................................................................................................... 22
Figura 11: Descarregador de fundo situado no reservatório de uma barragem ....................... 22
Figura 12: Comportas da barragem de Cahora Bassa .............................................................. 23
Figura 13: Casa das Maquinas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa ......................................... 25
Figura 14: Tubo de sucção ....................................................................................................... 26
Figura 15: Conduto forçado e chaminé de equilíbrio .............................................................. 27
Figura 16:Ordem ascendente de equipamentos em uma central hidroeléctrica ....................... 28
Figura 17: Servomotores sobre a tampa da turbina ................................................................. 29
Figura 18: Diagrama do sistema de regulação de velocidade de um gerador. ......................... 30
Figura 19: Processo de excitação do gerador ........................................................................... 34
Figura 20: Sincronização do gerador usando sincroscópio...................................................... 34
Figura 21: Central Hidroeléctrica “As Três Gargantas” .......................................................... 35
Figura 22: Central Hidroeléctrica de Itaipú ............................................................................. 36
Figura 23: Central Hidroeléctrica de Xiluodu ......................................................................... 36
Figura 24: Vista aérea da Central Hidroeléctrica de Guri ........................................................ 37
Figura 25: Vista aérea da Central Hidroeléctrica de Tucuri .................................................... 38
Figura 26: Barragem da Hidroeléctrica de Cahora Bassa ........................................................ 38
Figura 27: Vista dos 5 grupos geradores na Central da HCB .................................................. 39
vi
Turbinas Hidráulicas e Centrais Hidroeléctricas
1. Introdução
A crescente procura de energia eléctrica nos centros urbanos e rurais tem incentivado a
procura de fontes de energia eléctrica. Em termos de suprimento energético, a electricidade se
tornou uma das formas mais amplas e convenientes de energia, passando a ser recurso
indispensável à sobrevivência da humanidade e estratégico para o desenvolvimento
socioeconómico. Os recursos renováveis são os mais solicitados para produção de energia
eléctrica pois estes podem se restituir ao longo do tempo. A energia hidráulica é uma das
opções de geração de energia eléctrica mais utilizadas no mundo e para que esta torne-se
disponível é indispensável a existência da turbina hidráulica que é a máquina primária
responsável pela transformação da potência hidráulica em mecânica que por sua vez é
transformada em potência eléctrica pelo gerador que se encontra acoplado a mesma.
O presente trabalho intitulado turbinas hidráulicas e Centrais hidroeléctricas irá debruçar-se
sobre esses dois temas enfatizando as classificações das turbinas hidráulicas, seus tipos e a
constituição das Centrais hidroeléctricas bem como a descrição dos seus principais
componentes.
1.1. Objectivos
A elaboração do Presente trabalho foi baseada em pesquisas científico – didácticas com base
em livros, artigos electrónicos e websites.
2. Turbinas Hidráulicas
São turbinas projectadas especificamente para transformar a energia hidráulica de um fluxo
de água em energia mecânica na forma de torque e velocidade de rotação.
2.1. Breve Histórico
Desde antes de Cristo, o homem já utilizava as máquinas motrizes hidráulicas sendo que as
primeiras realmente práticas foram as rodas de água.
Um século antes de Cristo, Vitrúvio, projectou e instalou várias rodas de água para o
accionamento de dispositivos mecânicos. Apesar de serem extremamente simples e de fácil
construção, elas satisfizeram as exigências impostas durante séculos. Contudo, como eram
utilizadas para baixas quedas, menor que 6 metros, e também, devido a baixa rotação e
potência foram perdendo espaço a medida que a Era Industrial avançava, reduzindo-as a
casos muito especiais.
Somente no século XIX, o termo turbina apareceu e deve-se a Claude Burdin (1790-1873)
que publicou o seguinte trabalho: “Das turbinas hidráulicas ou máquinas rotativas de grande
velocidade”. Porém foi um de seus discípulos, Benoit Fourneyron (1802-1867) que em 1827,
construiu uma turbina centrífuga de 6 CV e 80% de rendimento, a primeira turbina industrial.
Uma Turbina é uma máquina primária rotativa que extrai energia do fluxo de um fluido e a
converte em trabalho útil. Este trabalho pode ser utilizado para movimentar outro
equipamento mecânico rotativo como uma bomba, um compressor ou ventilador. Na geração
de energia eléctrica, a turbina é associada a um gerador .
A (Figura 1) mostra a disposição das turbinas Pelton, Francis e Kaplan quanto à posição
relativa entre o eixo de rotação da turbina e o fluxo de água proveniente do conduto forçado
Fonte: [1]
Fonte:[2]
A distribuição da água sobre as pás do rotor é feita por meio de pás directrizes, que são
controladas externamente, as quais distribuem simétrica e simultaneamente a água sobre as
pás do rotor.
As turbinas Francis podem ser distinguidas em três tipos:
2.4.1.1. Turbina Francis com Caixa Espiral
Possui óptimas características de desempenho sob cargas parciais de até 70% da carga
nominal, funcionando ainda adequadamente entre 70 e 50 % da carga, embora com perda
progressiva do rendimento.
2.4.1.2. Turbina Francis Caixa Aberta
A turbina Francis Caixa Aberta é viável para baixas quedas até 10 m e potências de 500 a
1800kW. No entanto, deve ser utilizada com reservas, em virtude do baixo rendimento
alcançado.
2.4.1.3. Turbina Francis Dupla
A Francis Dupla tem por característica o rotor duplo, ou seja, uma peça com uma única
coroa, duas cintas e dois conjuntos de pás, dividindo a vazão afluente em duas partes,
consequentemente são necessários dois tubos de sucção separados. O rendimento das turbinas
Francis varia muito em função do caudal da água de tal modo que quanto menor for o caudal
da água, menor será o rendimento da turbina, portanto até certo nível de caudal não é viável o
uso da turbina Francis pelo seu baixo e até inexistente rendimento, pois ela apresenta bons
rendimentos em níveis médios a altos de caudal e ainda de quedas. As turbinas Francis têm
como principais características as seguintes:
Quedas entre 20 e 700 m;
A potência de produção chega a ultrapassar os 750 MW;
Eixo vertical ou horizontal;
As directrizes do distribuidor são comandadas pelo regulador automático da
velocidade de rotação do grupo turbina-alternador.
2.4.2. Turbinas Kaplan
Também conhecidas como turbinas de Hélices com pás reguláveis, as turbinas Kaplan foram
criadas pelo engenheiro austríaco Victor Kaplan (1876-1934) que, por meio de estudos
teóricos e experimentais criou um novo tipo de turbina a partir das turbinas de Hélice com a
possibilidade de variar o passo das pás. O mecanismo que permite regular o ângulo de
inclinação da pá conforme a descarga, sem que ocorra uma variação considerável do
rendimento, fica alojado num peça com o formato de uma ogiva e é comandado por um
regulador automático de velocidade.
Os principais componentes de uma turbina Kaplan são: o distribuidor, suas pás são chamadas
de directrizes, rotor, tubo de sucção e caixa espiral:
Distribuidor: Se assemelha ao das turbinas Francis, tendo as mesmas finalidades. As
pás do distribuidor, tem sua inclinação comandada por um sistema análogo ao das
turbinas Francis, e ficam a uma distância considerável das pás do rotor. Deve haver
uma sincronização entre os ângulos das pás do rotor e as do distribuidor.
Rotor: Possui pás que podem ser ajustáveis variando o ângulo de acordo com a
demanda de potência.
Tubo de sucção: Tem as mesmas finalidades e a mesma forma dos tubos de sucção
para turbinas Francis.
Caracol ou caixa espiral: Pode ter seção transversal circular nas turbinas de
pequena capacidade e nas quedas consideradas relativamente grandes para turbinas
Kaplan, mas, nas unidades para grandes descargas e pequenas quedas, a seção é
aproximadamente rectangular ou trapezoidal com estreitamento na direcção do
distribuidor e recebe a denominação de semicaracol.
As turbinas Kaplan são adequadas para operar em baixas alturas de queda e com grandes e
médias vazões.
Quanto ao número de pás as turbinas Kaplan podem ser de:
4 Pás (para 10 <H <20m)
5 Pás (para 12 <H <23m)
6 Pás (para 15 <H <35m)
8 Pás (para H> 35m)
São utilizadas para rotações específicas acima de 350 rpm e em alturas de queda de 15 m a
60m. Permitem uma ampla variação de descarga e de potência sem apreciável variação do
rendimento total.
2.4.3. Turbinas Bulbo
A turbina Bulbo é considerada uma evolução das turbinas tubulares, inventadas na década de
30 e aplicadas na década de 60 na França, na qual o rotor possui pás orientáveis como as
turbinas Kaplan e existe uma espécie de bulbo colocado dentro do tubo adutor de água. No
interior do bulbo que é uma câmara blindada, pode existir simplesmente um sistema de
engrenagem para transmitir o movimento do eixo ao alternador. Em outros tipos mais
aperfeiçoados, no interior do bulbo fica o próprio gerador eléctrico. A turbina bulbo não
possui a caixa em caracol e o trecho vertical do tubo de sucção.
Operam em quedas abaixo de 20 metros e com eficiência entre 85% a 99% dependendo da
vazão da água e a potência gerada. As turbinas bulbo podem funcionar como turbinas ou
como bombas e são empregadas em centrais mare-motrizes. Esse tipo de turbina pode ser
instalada em eixo horizontal ou inclinado.
Um ponto a considerar na instalação deste tipo de turbina, é que a limitação do diâmetro do
rotor e do bulbo para a redução dos custos, obriga à construção de alternador de pequeno
diâmetro mas muito alongado axialmente, o que, por sua vez, acarreta problemas de
resfriamento para o gerador e de custo para o eixo e mancais, bem como processos de
fabricação aplicáveis em termos de ajustes e vedações.
Fonte:[3]
Legenda:
1. Cápsula ou bulbo;
2. Tubo de acesso ao gerador;
3. Camara de adução;
4. Sistema de óleo do rotor;
5. Gerador síncrono;
6. Estruturas de sustentação e pré-distribuição, tubo de acesso à turbina;
7. Mancais;
8. Estruturas de sustentação pré-distribuição;
9. Mancais;
10. Distribuidor;
Fonte:[1]
Fonte:[4]
Supondo que a turbina seja acelerada, o regulador (7) levantará a válvula (1) e o óleo
sob pressão entrará no cilindro grande fazendo baixar o êmbolo (8) e
consequentemente a alavanca (2) baixará e o deflector (6) cortará o jacto, desviando
uma parte dele.
A agulha do injector (5) conectada a alavanca (2) não avança em simultâneo com ela,
devido à fenda (3), mas é empurrada lentamente pela água sob pressão que passa
através de um orifício estreito, indicado na figura e assim actua o êmbolo (4).
A medida que a agulha avança de modo a fechar a saída do injector, ela move a
extremidade inferior da fenda (3) que impede o fechamento adicional da saída do
injector. Quando ocorre um aumento brusco da carga, o êmbolo (8) agirá na direcção
oposta, puxando rapidamente a agulha (5) para trás e accionando, simultaneamente, o
deflector para sua posição primitiva.
Quando grandes fluxos de água são usados em um só injector, as pás da turbina devem ser
ainda maiores e consequentemente mais pesadas, o que de certa forma constitui uma
desvantagem pois toda a força tangencial é exercida em um único ponto da roda, o que
consequentemente representa um desequilíbrio dinâmico. Nesse âmbito é conveniente montar
dois ou mais injectores quando de modo que as pás sejam menos carregadas e, portanto, as
pás serão mais pequenas e menos pesadas.
O torque é distribuído de maneira mais uniforme pela periferia da roda, aumentando o
número específico de rotações e fazendo com que a turbina tenha maior velocidade angular.
2.4.4.2. Classificação de Turbinas Pelton
As turbinas PELTON são geralmente classificadas pela posição do eixo em que se movem,
portanto, existem duas classificações: Eixo horizontal e eixo vertical.
Eixo Horizontal
Esta é geralmente utilizada para um ou dois jatos, é mais económica, apresenta fácil
manutenção e possibilita a montagem de dois rotores numa mesma turbina. A Figura 7
mostra uma turbina Pelton de eixo horizontal.
Eixo vertical
Nesta posição ( Figura 8) é possível aumentar o número de jactos sem aumento do fluxo e tem
uma maior potência por injector, geralmente utilizada para quatro ou seis jactos sobre as pás
da turbina, sua montagem torna-se mais difícil, e portanto com manutenção mais cara, é
adequado para lugares onde a água é limpa de modo que não produza grande efeito abrasivo
sobre pás.
b) Desvantagens
Um dos maiores problemas destas turbinas, devido à alta velocidade com que a água
se choca com o rotor, é a erosão provocada pelo efeito abrasivo da areia misturada
com a água, comum em rios de montanhas;
Há um decrescimento na eficiência com o tempo maior que nos outros tipos de
turbina;
Os componentes são muito grandes, gerando inconvenientes para logística e infra-
estrutura;
Altura mínima para o funcionamento é de 20 metros;
Custo de instalação inicial alto;
O impacto ambiental é grande em casos de grandes centrais hidroeléctricas;
Quando o fluxo do rio é baixo acontece muita perda de carga.
2.5. Cavitação
A cavitação é um fenómeno pulsante que provoca oscilações de pressão em
baixas frequências e pulsos de pressão de alta frequência. Estas oscilações de pressão estão
associadas à dinâmica das bolhas e os pulsos de pressão são produzidos pelo colapso das
bolhas. Como consequência deste processo, vibrações e ruídos acústicos são gerados e se
propagam através das estruturas e do próprio fluido. Além do mais, a cavitação é uma fonte
de excitação que atua internamente junto ao escoamento principal ou em suas adjacências
como nas paredes que o circundam.
O fenómeno de cavitação produz efeitos indesejáveis e agressivos, dos quais pode-se citar por
exemplo os abaixo descritos:
Erosão de contornos sólidos;
Vibrações e ruídos excessivos;
Diminuição da capacidade dos vertedouros de Usinas Hidroeléctricas;
Diminuição da eficiência de Turbinas Hidráulicas, com consequente queda de
potência.
A erosão por cavitação ocorre devido a concentração de energia em uma pequena área sólida
próxima, ou no próprio local onde ocorre o colapso. Essa concentração de energia é
responsável pelas altas tensões localizadas que excedem os limites de resistência dos
materiais.
Os danos causados pela cavitação em componentes de turbinas hidráulicas têm envolvido
não apenas custos elevados de reparo mas principalmente considerável perda de energia
gerada por indisponibilidade das máquinas, limitação da flexibilidade operacional do sistema
3. Centrais Hidroeléctricas
Uma central hidroeléctrica (Figura 9) pode ser definida como um conjunto de obras
(barragem, captação e condutos de adução de água [condutos forçados, trecho final inferior
do conduto forçado, tubo de sucção], casa de máquinas e restituição de água ao leito do rio
[canal de fuga]) e equipamentos (caixa espiral, pré-distribuidor, anel inferior, distribuidor,
roda da turbina, eixo inferior da roda da turbina, tampa da turbina, servomotores, aro de
operação, cruzeta inferior, bloco de escora, gerador [estator, rotor, enrolamento de
amortecimento], cruzeta superior e eixo superior), cuja finalidade é a geração de energia
eléctrica, utilizando o potencial hidráulico existente num rio, conforme mostra a figura
abaixo.
A geração hidroeléctrica está associada à vazão do rio, isto é, à quantidade de água disponível
em um determinado período de tempo e à altura de sua queda. A vazão é calculada dividindo-
se o volume de água que passa pelas turbinas por unidade de tempo. Quanto maiores são os
volumes de sua queda, maior é seu potencial de aproveitamento na geração de electricidade.
A vazão de um rio depende de suas condições geológicas, como largura, inclinação, tipo de
solo, obstáculos e quedas. A vazão de um rio é determinada, ainda, pela quantidade de chuvas
que o alimentam, o que faz com que sua capacidade de produção de energia varie bastante ao
longo do ano. O potencial hidráulico é proporcionado pela vazão hidráulica e pela
concentração dos desníveis existentes ao longo do curso de um rio. Isso pode acontecer de
uma forma natural, quando o desnível está concentrado numa cachoeira; através de uma
barragem, quando pequenos desníveis são concentrados na altura da barragem; ou através de
desvio do rio de seu leito natural, concentrando-se os pequenos desníveis nesses desvios.
3.2.1. Reservatório
O reservatório é formado por uma represa contendo as águas do rio por meio da construção
de uma barragem.
3.2.2. Barragem
Constitui uma obra transversal aos álveos dos rios, bloqueando a passagem da água.
Funcionalmente, destinam-se a:
Armazenar as águas do rio para permitir sua captação e desvio;
Elevar o nível das águas, a fim de proporcionar um desnível adequado a um
aproveitamento hidroeléctrico desejado ou ainda condições de navegabilidade ao rio;
Figura 10: Secção transversal de um descarregador de superfície a esquerda e vista frontal a direita
Fonte: [7]
3.2.3.2. Descarregadores de fundo ou drenos de areia
Situam-se na parte inferior da barragem, sendo o escoamento em pressão. A vazão é
controlada por meio de comportas. Mesmo em barragens com vertedouros pode haver um ou
mais descarregadores de fundo destinados a descarregar, periodicamente, o material
assoreado no pé das mesmas, como mostra a figura
colocação e retirada dos stop-logs dos tubos de sucção).Podem igualmente ser equipadas com
comportas auxiliares para o enchimento dos condutos, proporcionando equilíbrio hidrostático
em ambos os lados das comportas principais, reduzindo os esforços necessários à sua
abertura.
c) Tubos de aeração
Nas tomadas de água em pressão, imediatamente a jusante das comportas, deve haver um
tubo ou galeria vertical aberto em sua parte superior para permitir a entrada de ar na
tubulação após um fechamento rápido das comportas, para evitar a formação de depressões
no interior das tubulações de adução que poderiam levar a seu esmagamento
d) Condutos de adução de água
Destinam-se à condução de água da barragem às turbinas. Podem ser considerados dois
grupos: condutos de baixa pressão e condutos forçados. Uns como os outros podem ser
executados em forma de galerias ou túneis escavados na rocha, solução preferida
actualmente, como também a céu aberto. Os condutos de baixa pressão caracterizam-se por
apresentar, normalmente, baixas declividades e, consequentemente, baixas velocidades de
escoamento, o que permite a dispensa do revestimento.
Os condutos forçados são condutos fechados, em que o escoamento se dá a pressões
crescentes de montante para jusante, estando sua parte inferior submetida à pressão máxima
do aproveitamento. Podem ser executados tanto em galeria como a céu aberto.
No primeiro caso, serão sempre revestidos para se reduzir o coeficiente de atrito causador de
perdas dinâmicas. Os condutos a céu aberto são constituídos por tubulações armadas no
terreno. Para médias e altas pressões, empregam-se os tubos de aço soldados, cinturados ou
não.
Quando isso não for possível, canais ou galerias de restituição serão construídos. Quando
estas últimas estiverem associadas a máquinas a reacção, cuja instalação exija que fiquem
abaixo do nível do rio no local da restituição, essa se fará em pressão e, se seu comprimento
for razoável, o fenómeno do golpe de aríete e o das oscilações de massa podem ocorrer
também nessas galerias. Isso exige a instalação de chaminés de equilíbrio a jusante das
turbinas no início da galeria.
3.2.3.6. Golpe de aríete e chaminé de equilíbrio
Um dos problemas mais sérios associados ao projecto de condutos forçados é o fenómeno do
golpe de aríete. Este é definido como a variação em pressão, acima ou abaixo da pressão
normal, causada por súbitas variações na vazão no conduto forçado. Em consequência, as
paredes do conduto forçado devem ser bem reforçadas não apenas próximo à turbina, mas em
toda sua extensão. O fenómeno do golpe de aríete pode causar violentas oscilações de pressão
que podem interferir na operação da turbina.
O regulador de pressão auxilia no controle do golpe de aríete positivo (onda viajando no
sentido distribuidor-reservatório), mas não alivia o golpe de aríete negativo (em sentido
contrário). Para condutos forçados longos, costuma-se utilizar um dispositivo chamado
chaminé de equilíbrio para aliviar tanto o golpe de aríete positivo quanto o negativo. Trata-se
de uma espécie de tanque localizado em um dado ponto do conduto forçado. Para a máxima
eficiência, a chaminé de equilíbrio deveria estar o mais próximo possível da turbina. Porém,
como deve ser suficientemente alta para resistir a golpes de aríete positivos sem transbordar,
ela é geralmente instalada no início da descida mais inclinada do conduto forçado. A chaminé
de equilíbrio deve ser alta o suficiente para evitar que o ar seja sugado para dentro do conduto
forçado.
Caixa espiral – é uma tubulação toroidal que envolve a região do rotor. A função é
distribuir a água igualmente na entrada da turbina.
Pré-distribuidor – tem a função de direccionar a água para a entrada do distribuidor.
As palhetas fixas possuem um perfil hidrodinâmico de baixo arrasto para não gerar
perda de carga e não provocar turbulência no escoamento. É soldado na caixa espiral
Anel inferior – é uma estrutura soldada bipartida acoplada por tirantes e pinos
cilíndricos. É montado e centrado sobre o flange inferior do pré-distribuidor.
Distribuidor- é composto de palhetas móveis (todas as palhetas têm o seu movimento
conjugado, movem-se ao mesmo tempo e têm um movimento igual) accionadas por
um mecanismo hidráulico chamado de servomotores (Figura 17), montado sobre a
tampa da turbina. A potência da turbina é controlada pela vazão de água através do
distribuidor.
Fonte:
capaz de suprir o circuito do enrolamento do rotor com corrente contínua. Essa fonte
necessita de alguns recursos para o controle da corrente nela gerada. O conjunto
desses elementos é conhecido como sistema de excitação e regulação de tensão. A
corrente contínua responsável pela produção do fluxo magnético nos polos do rotor é
chamada de corrente de excitação. O dispositivo destinado ao controle da corrente de
excitação é chamado de regulador de tensão.
3.4. Subestação
A subestação possui, geralmente, os seguintes equipamentos: (a) transformadores
elevadores, (b) reactores, (c) disjuntores, (d) pára-raios, (e) chaves seccionadores, (f)
transformadores de potencial, (g) transformadores de corrente, (h) relés, (i) medidores, (j)
chaves de aterramento e (k) barramentos.
1) Transformadores elevadores
Servem para elevar ou abaixar o valor de tensão, sem alterar a frequência, os transformadores
de distribuição são transformadores de potência não superior a 500 kVA, destinados
especificamente a serem ligados na rede de distribuição. Os transformadores de força são
transformadores de potência superior a 500 kVA e são destinados a ser ligados na rede de
transmissão. Os transformadores de três ou mais enrolamentos são utilizados para interligar
três ou mais circuitos que podem ter tensões diferentes. Os transformadores de aterramento
são usados em um sistema delta como uma fonte de terra, de tal maneira que um relé de
corrente de terra possa ser usado para detectar ou isolar defeitos de linha para terra no
sistema. Dois tipos de conexões para essas unidades de aterramento são normalmente
empregados: estrela/delta e zigue-zague.
2) Disjuntores
Disjuntor é um equipamento que tem como função manter ou interromper um circuito
eléctrico, sob condições de carga ou de falha. Sua função principal é isolar automaticamente
partes defeituosas em sistemas de potência.
3) Pára-raios
O pára-raio é um dispositivo destinado a proteger o equipamento eléctrico contra
sobretensões transitórias elevadas. As suas funções essenciais são:
Atenuar surtos de tensão a valores suportáveis pelo nível de isolamento do
equipamento;
Actuar sempre que haja sobretensões perigosas;
Absorver e transferir a energia desenvolvida, em um surto de tensão, sem
consequências danosas para o sistema
4) Cabo pára-raios – é um cabo normalmente aterrado situado acima dos condutores de
uma linha aérea, com a finalidade de protegê-la contra descargas atmosféricas directas
5) Chaves seccionadoras
A chave seccionadora é um equipamento cuja função principal é permitir o seccionamento de
um circuito eléctrico e isolar esse circuito ou um componente da fonte de energia na qual está
ligado. As chaves seccionadoras de uma maneira geral somente podem ser manobradas
quando o circuito estiver sem carga.
6) Transformador de potencial - Um transformador de potencial é um aparelho
destinado a reduzir a alta tensão a valores convenientes para os circuitos de medição e
protecção, além de isolar os instrumentos das tensões elevadas e perigosas.
A tensão no secundário do transformador de potencial é padronizada em 115 V.
Assim, podem ser encontrados TP de 230/115 V, 2.300/115 V, 13.800/115 V,
69.000/115 V, 138.000/115 V, 230.000/115 V, 500.000/115 V.
7) Transformador de corrente Um transformador de corrente é um aparelho destinado
a reduzir as intensidades de corrente do circuito primário a valores convenientes para
os circuitos de medição e protecção.
A corrente nominal do secundário do transformador de corrente é padronizada em 5 A.
Assim, podem ser encontrados TC de 25/5 A, 50/5 A, 100/5 A, 200/5 A, 300/5 A, 400/5 A,
500/5 A, 700/5 A, 1.000/5 A, 1.200/5 A, 1.400/5 A 1.500/5 A, 2.000/5 A etc. Em certos
casos, a relação de transformação é igual a 1. Nesses casos, a função do TC é isolar o
aparelho da alta tensão.
A sua construção foi iniciada em 1993, tendo terminado apenas em 2012, com um custo de
18000 milhões de euros.
A sua construção teve início em 1975, tendo sido terminada em 1982, com um custo total de
15000 milhões de euros.
Com um custo total de 5500 milhões de euros, começou a ser construída em 2005, tendo
terminado em 2013.
É explorada pela Three Gorges Project Corporation uma das maiores empresas de energia
a nível mundial.
A sua construção começou em 1963, e foi terminada em duas fases. A primeira terminou em
1978 e a segunda em 1986.
A albufeira é um grande lago artificial com uma área de 2900 km², um comprimento máximo
de 270 km e largura máxima de 30km, sendo a sua capacidade útil de 52 km².
A barragem está implantada numa estreita garganta do rio, com vertentes verticais na parte
superior e em forma de V na parte inferior. O seu corpo é de betão, do tipo abóbada de dupla
curvatura e tem:
171 metros (m) de altura a partir das fundações;
303 m de comprimento no coroamento;
21,5 m de espessura máxima nas fundações;
5 m de espessura mínima no coroamento.
A central (Figura 27)é um enorme túnel escavado na rocha, com 220 m de comprimento, 29
m de largura e 57 m de altura, situada na margem sul do rio. Possui órgãos de segurança da
estrutura da barragem compostos por oito descarregadores de fundo e um de superfície, com
a capacidade máxima de descarga de cerca de 14.000 m³/s.
As subestações do Songo (em Moçambique) e de Apollo (na África do Sul) estão ligadas por
duas linhas aéreas de transporte, monopolares de alta tensão ( HVDC), cobrindo uma
distância de 1.400 km, sendo 900 km em território moçambicano, ao longo da fronteira com o
Zimbabwe.
As torres que suspendem os condutores são do tipo piramidal com altura normal de 49
metros, tendo sido implantadas cerca de 6.400 torres. Para o fornecimento de energia ao
Centro e Norte de Moçambique estão instaladas duas linhas de transporte de energia ligando
a subestação do Songo à subestação de Matambo, próximo da cidade de Tete. Da subestação
de Matambo sai, entre outras, uma linha de transporte que alimenta a subestação de Chibata,
próximo da Cidade de Chimoio.
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa é na verdade um motivo de orgulho do sector eléctrico
Moçambicano.
4. Conclusão
As turbinas projectadas especificamente para transformar a energia hidráulica de um fluxo
de água em energia mecânica na forma de torque e velocidade de rotação são designadas
turbinas hidráulicas, cada tipo de turbina é adequado para uma determinada faixa de altura de
queda e vazão volumétrica, sendo que as mais usadas são Hélice, Bulbo, Straflo, Kaplan,
Francis e Pelton. O fenómeno de cavitação produz efeitos indesejáveis e agressivos, dos quais
pode-se citar como por exemplo a erosão de contornos sólidos, vibrações e ruídos excessivos;
diminuição da capacidade dos vertedouros e a diminuição da eficiência de Turbinas
Hidráulicas, resultando assim em uma queda de potência. Desta forma acelerómetros e
sensores de emissão acústica, fixados nas paredes externas dos componentes podem ser
utilizados para detecção da cavitação e diagnóstico dos níveis de erosão existentes.
Quanto a Centrais Hidroeléctricas é importante salientar que a sua operação compreende
acções como a execução de manobras para colocar e retirar os geradores em paralelo, ligação
e desligamento de circuitos eléctricos, hidráulicos e pneumáticos, a operação do grupo
gerador-turbina para atender à carga, inspecção de máquinas e equipamentos, transmissão e
recepção de dados e mensagens relativos à operação da central, registro de anormalidades
observadas nos equipamentos; operação de disjuntores e chaves secionadoras da subestação
da central e operação de reservatórios através das comportas.
Posto isso, denota-se que foram cumpridos todos os objectivos estabelecidos para o presente
trabalho.
5. Bibliografia
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