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CURSO
Brasília
2020
ÁLEFE MAGDIEL GODOIS
BRASÍLIA
2020
ÁLEFE MAGDIEL GODOIS
Brasília, 2020.
BANCA EXAMINADORA
1 INTRODUÇÃO
reivindicação antiga, que o engarrafamento não acontece só no horário de pico, mas a qualquer
hora do dia (PONTES, 2020).
O estudo deste trabalho de conclusão de curso visa identificar as necessidades de
melhorias atuais do trecho, tais como, avaliar a via para mensurar possíveis melhorias no nível
de serviço na via executando simulações de tráfego no software InfraWorks da Autodesk
descrevendo informações e dados do volume de tráfego, tempo de percurso e da velocidade
média na via.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS DO TRÁFEGO
Segundo o manual de estudos de tráfego fornecido pelo Departamento Nacional de
infraestrutura de Transportes (DNIT, 2006), os estudos de tráfego se designam no instrumento
de que se serve a Engenharia de Tráfego para atender às suas finalidades, tais como, o
planejamento de vias e da circulação do trânsito nas mesmas, com objetivos de transportar
pessoas e mercadorias de forma eficaz, econômica e segura.
Para caracterizar o tráfego, verifica-se três características essenciais dos aspectos
dinâmicos do tráfego, são elas: volume/fluxo, velocidade e densidade. A análise das três
características transige avaliar a fluidez do movimento geral de veículos. Uma análise
macroscópica descreve o tráfego como meio contínuo e fluido. Dentre as relações existentes
entre os parâmetros macroscópicos de tráfego, destaca-se a interação entre o fluxo, velocidade
e densidade(ANDRADE, 2012; MACKENZIE, 2017).
● Volume ou Fluxo de tráfego:
Interpretado como o número de veículos que passa por uma determinada seção de via
considerada dentro de um dado intervalo de tempo (SETTI, 2002). Expresso normalmente em
veículos/dia (vpd) ou veículos/hora (vph).
A corrente de tráfego é composta por veículos que diferem entre si quanto ao tamanho,
peso e velocidade. Sua composição é a medida, em porcentagem, dos diferentes tipos de
veículos que a formam (CET, 1977). Já a composição do tráfego leva-se em consideração o
dimensionamento das pistas de rolamento (com influência do peso dos veículos), projeto
geométrico das vias, planejamento de um sistema de transportes, sinalização e entre outros
diversos estudos.
Classifica-se de maneira geral, os veículos, como: leves (automóveis, camionetas,
peruas) e pesados (caminhões, carretas, ônibus), e em alguns estudos mais específicos exigem
uma classificação mais rigorosa. Os veículos pesados ocupam maior espaço na pista e possuem
menor velocidade, intervindo na mobilidade dos outros tipos de veículos, ocasionando em
decréscimo na saída de tráfego das vias.
Para estudos de capacidade, o tipo de veículo pode ser representado em unidades de
carro de passeio (UCP), ou seja, número equivalente de carros de passeio que exercem os
mesmos efeitos na capacidade da rodovia que o veículo relatado. O DNIT fornece no manual
de estudos de tráfego (2006), a tabela do fator de equivalência para cada tipo de veículo. O fator
de equivalência transforma um volume misto em um volume equivalente de carros de
passageiros.
7
Onde:
VHP = Volume de Hora Pico
V15 máx. = Volume do período de 15 minutos com maior fluxo de tráfego dentro da hora
de pico.
II. Variação Semanal: Os horários de pico de tráfego concentram-se nos dias da semana
nas vias urbanas, de segunda a sexta-feira, no período da manhã no intervalo de 6 às 8
horas, e no período da tarde das 17 às 19 horas.
III. Variação Mensal ou Sazonal: Em função do tipo de via e das atividades a que ela serve.
As vias rurais apresentam variação maior que as das vias urbanas, principalmente nos
períodos de férias escolares, onde os volumes são maiores por serem épocas para
passeios e férias em geral. Nas vias urbanas, apresentam variação em função do
deslocamento para o trabalho diário, um fluxo mais permanente.
● Velocidade:
Nos estudos de tráfego, refere-se à velocidade de um determinado veículo, de um grupo
de veículos ou a um valor que especifique as influências do fluxo e da via. A velocidade (V) é
a relação entre o espaço percorrido por um veículo (d) e o tempo gasto em percorrê-lo (t) (DNIT,
2006). Logo, V = d/t, determinada em km/h.
As principais definições de velocidade que serão utilizados neste trabalho são:
● Velocidade Pontual: Velocidade instantânea de um veículo quando passa por uma
determinada seção da via.
● Velocidade de Fluxo Livre: Velocidade média dos veículos de uma determinada via,
onde a via apresenta volumes baixos de tráfego e não há restrições de velocidades.
● Velocidade de Projeto: Velocidade constatada em um determinado trecho da via e é
representada pela distância dividida pelo tempo do veículo em movimento no referido
trecho.
8
2.4. INTERSEÇÕES
Compreendendo o artigo 33 do Código de Trânsito Brasileiro no anexo I do CTB
(BRASIL, 2008), descreve interseção como todo cruzamento em nível, entroncamento ou
bifurcação de duas ou mais vias, incluindo as áreas formadas por tais cruzamentos,
entroncamentos ou bifurcações. Segundo o DNIT (2005), as rotatórias são definidas como uma
forma de interseção que acomoda o fluxo de veículos ao redor de uma ilha central priorizando
o tráfego que está circulando na rotatória, utilizando sinais de “Dê a preferência” ou “Parada
Obrigatória” voltados para as correntes de tráfego que chegam à rotatória, dando preferência
nos pontos de convergência aos veículos que chegam pela esquerda. O tipo de rotatória que foi
avaliada e estudada foi a rotatória circular, conforme a figura 2.4.1 mostra.
Figura 2.4.1 – Rotatória circular.
2.6. PEDESTRES
Segundo o manual de interseções do DNIT (2005), os pedestres são objeto de grande
preocupação por parte dos engenheiros de tráfego, por apresentarem padrões de deslocamento
caracterizados pela irregularidade de trajeto e pelas mudanças bruscas na direção e velocidade.
Os pedestres são menos previsíveis que os motoristas por muita das vezes não obedecerem às
leis de trânsito. A travessia de pedestres em interseções em rodovias rurais, os pedestres
atravessam as pistas nos intervalos entre veículos sucessivos. No caso das rodovias urbanas,
utiliza-se a sinalização semafórica para haver a travessia de pedestres.
2.7 SIMULAÇÃO DE TRÁFEGO: INFRAWORKS
A palavra “simulação” é derivada do latim “simulatus” = imitar, de onde podemos
concluir que a simulação pode ser conceituada como a imitação de uma situação real, através
do uso de modelos, tendo como objetivo representar o comportamento e as interações dos
elementos de um sistema para permitir uma avaliação prévia do seu desempenho (COELHO,
2009).
O software da Autodesk utilizado para gerar modelos de simulações, o Infraworks, foi
liberado por 1 ano através da licença estudantil, onde qualquer aluno universitário cadastrado
tem acesso a todos os softwares fornecidos pela Autodesk, e para interesse destes estudos, o
Infraworks foi o software escolhido. O software Infraworks realiza simulações reais com o
tráfego existente, e visualiza os impactos que poderão ocorrer nessa obra. Com a utilização do
Infraworks, terá a decisão correta ainda antes de iniciar um projeto.
Os exemplos de estudos para manusear e utilizar o software neste trabalho, vieram
através de pesquisas, tais como a aplicação da metodologia BIM em estudos de obras de
infraestrutura de transporte descrita pelo João Pedro (LIMA, 2018), onde utilizou o software
no estudo de caso de um projeto de pavimentação em Florianópolis na via SC-436, e tutoriais
para aprendizado fornecidos pela própria Autodesk (AUTODESK, 2019).
3 METODOLOGIA
Os dados e informações fornecidos para os estudos deste trabalho foram entregues pelo
Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), no qual especifica o
fluxo, a velocidade e entre outros fatores relacionados ao tráfego. O fluxograma representado
pela Figura 3.1.1 relata resumidamente as etapas da metodologia. As planilhas fornecidas pelo
DER-DF obtêm dados da distribuição das velocidades em intervalos de 0 à 9, por exemplo, de
20 a 29 km, no qual é difícil de definir a velocidade certa de certo veículo. Com isso, é preciso
estabelecer a média deste intervalo, no qual seria do intervalo de 20 29m km, 25 km para todos
os veículos
Figura 3.1.1 – Fluxograma da metodologia.
Capacidade e
Configuração Atual Contagem Parâmetros de SIMULAÇÃO
Nível de Serviço DE TRÁFEGO
(Rotatória) Volumétrica tráfego
Estudo da via da via
(EPCT/DF-
001)
SIMULAÇÃO Configuração Futura
Parâmetros de tráfego DE TRÁFEGO (Implantação de viaduto
Onde:
V = volume diário de projeto (hora de pico) (veículos/h)
FHP = fator de hora de pico
FVP = fator de ajustamento para veículos pesados
Fp = fator de ajustamento para população
O ajustamento para Veículos Pesados é determinado pela fórmula:
1
FVP = (3.2)
1 + 𝑃𝑃𝑐𝑐 (𝐸𝐸𝐶𝐶 − 1) + 𝑃𝑃𝑉𝑉𝑉𝑉 (𝐸𝐸𝑉𝑉𝑉𝑉 −1)
Onde:
EC, EVR = equivalentes em carros de passeio para caminhões e ônibus e para veículos
de recreio respectivamente.
PC, PVR = proporção de caminhões mais ônibus e de veículos de recreio respectivamente.
FVP = fator de ajustamento para veículos pesados.
Para determinar o equivalente em carros de passeio para caminhões e ônibus em subidas
e em descidas, utiliza-se as tabelas 83 e 85 do Manual de Estudos de Tráfego do DNIT (2006)
12
Onde:
Vp = fluxo (ucp/h/faixa)
Vmp = velocidade média dos carros de passeio (km/h)
Obtendo a densidade calculada, a Tabela 77 do Manual de Estudos de Tráfego do DNIT
(2006) apresenta dados para determinar o Nível de Serviço na via.
3.2 SIMULAÇÃO DO TRÁFEGO
A simulação do tráfego do trecho escolhido da via EPCT/DF-001, foi executada pelo
software Infraworks fornecido pela Autodesk, onde demonstra duas situações, a primeira
situação é a simulação do tráfego na configuração atual da via, onde visa o problema em questão
a ser melhorado, o fluxo forçado. Já a segunda situação prevê uma simulação futura,
desafogando o tráfego através da implantação do viaduto do tipo trincheira, visando um fluxo
mais livre, a via com um Nível de Serviço de melhor capacidade.
A primeira simulação descreve como primeiro passo a ser feito, as contagens
volumétricas da via, documentos disponibilizados pelo Departamento de Estradas de Rodagem
do Distrito Federal (DER-DF). Com esses dados, efetua a simulação demonstrando a
capacidade da via e os problemas visíveis a serem melhorados.
A segunda simulação descreve a situação futura, onde irá conter a construção do viaduto
como melhoria para a situação atual. Utilizando os projetos geométrico e de sinalização da via,
e os mesmos dados de contagem volumétrica, ambos disponibilizados pelo DER-DF, resta
simular o tráfego com a configuração da implantação do viaduto, focando na melhoria da
capacidade da via.
Primeiro passo é gerar o modelo do terreno em que será trabalhado, após isto define os
componentes de estrada para determinar a configuração da via, para definir os parâmetros e
composição de tráfego na via abre o painel de análise de tráfego, onde inclui a demanda de
veículos na via, o controle da interseção, sinalização e os percursos. O último passo é executar
a simulação, onde gera relatórios de tempo de viagem, tipo de veículo e a velocidade dos
veículos na via.
13
4 ÁREA DE ESTUDO
A área de estudo escolhida, está localizada na rotatória entre as cidades do Recanto das
Emas e Riacho Fundo II, trecho da via Estrada Parque Contorno – EPCT. A EPCT é considerada
uma Rodovia Distrital, chamando-a de DF-001, com código do trecho de 001EDF0310, tendo
início no trecho ENT.VC-331 (RECANTO DAS EMAS/EPCT) e finalizando na BR-
060/ACESSO I a SAMAMBAIA (DER, 2014). A EPCT é classificada como uma via arterial,
caracterizada por interseções em nível, geralmente controladas por semáforo, com
acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre
as regiões da cidade (BRASIL, 2008). Quanto à questão ambiental, o Instituto Brasília
Ambiental concedeu a Licença Ambiental Simplificada (LAS) para a implantação do viaduto.
A licença foi concedida ao Departamento de Estradas e Rodagens (DER), responsável pela
obra, e tem duração de 10 anos. A obra do viaduto é considerada de baixo impacto ambiental
por estar sendo realizada em uma área já antropizada (AGÊNCIA BRASILIA, 2020).
Figura 4.1.1 – Trecho da via EPCT/DF-001 com localização da configuração atual e dos equipamentos
eletrônicos.
5 ANÁLISE DE RESULTADOS
5.1 FLUXO DIÁRIO DE TRÁFEGO
Os dias escolhidos para levantamento de dados para calcular o fluxo diário foram os
seguintes dias úteis da semana: terça, quarta e quinta. Foram escolhidos os meses mais
movimentados devido ao fator trabalho/escola, que são: setembro, outubro e novembro. E
dentro de cada mês foram escolhidos os dias úteis já citados de uma semana escolhida
aleatoriamente. Os dados foram estabelecidos pelos equipamentos eletrônicos PD157, sentido
Samambaia, e PD586, sentido Balão do Gama, disponibilizados pelo DER-DF, definindo os
parâmetros de cálculos e chegando aos resultados obtidos.
No Sentido Samambaia, conforme mostra o Gráfico 5.1.1, as curvas definidas pelo
Fluxo x Hora, são quase semelhantes entre si. Mostra que o fluxo de tráfego residente naquele
trecho de via durante certo intervalo de tempo, os veículos trafegam seguindo o sentido da via,
observando que não se utiliza muito as manobras de conversão.
Durante as Horas de Pico, nota-se que, a demanda de veículos na via aumenta, reduzindo
a velocidade dos veículos e obtendo um tempo de deslocamento mais demorado,
congestionando-a. Neste sentido da via, deslocam-se veículos originados das Regiões
Administrativas do Gama, Santa Maria, Recanto das Emas e Riacho Fundo II.
15
Gráfico 5.1.1 – Fluxo Horário no sentido Samambaia gerado pela média dos meses de setembro, outubro e
novembro.
2500
FLUXO em ucp
2000
1500
1000
500
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
HORAS
No sentido contrário da via, Sentido Balão do Gama, o Gráfico 5.1.2, mostra que o fluxo
horário é quase semelhante aos resultados de fluxo horário do sentido contrário, mostrando
claramente o aumento do fluxo nas Horas de Pico. Os veículos originam-se das Regiões
Administrativas do Recanto das Emas, Riacho Fundo II, Samambaia e Taguatinga (BR-060).
Gráfico 5.1.2 - Fluxo Horário no sentido Balão do Gama gerado pela média dos meses de setembro,
outubro e novembro.
2500
FLUXO em ucp
2000
1500
1000
500
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
HORAS
SETEMBRO DE 2019 OUTUBRO DE 2019 NOVEMBRO DE 2019
Convertido os dados dos tipos de veículos para Unidade de Carros de Passeio, que é
efetuado pela multiplicação de cada tipo de veículo pelo seu fator de equivalência, fatores
estabelecidos na tabela 2.1.1 deste trabalho, após isso, soma todos os tipos de veículos após a
multiplicação.
Logo abaixo, o Gráfico 5.1.3 exibe a média do volume dos 4 intervalos de 15 minutos
da Hora de Pico de 17 às 18 horas dos 3 dias escolhidos (terça, quarta e quinta) do meses de
setembro, outubro e novembro de 2019. Efetuado pelo equipamento PD157, o V15MÁX é 730
ucp, no mês de novembro, entre às 17:45 e 18:00 horas, encontrando o FHP de 0,9435. Nos
meses de setembro e outubro, os V15MÁX são de 700 ucp e 701 ucp, obtendo-se o FHP de 0,9064
e 0,9652 respectivamente. Os gráficos mostram uma variação do fluxo entre os intervalos de
15 minutos entre os três meses.
17
Gráfico 5.1.3 – Fluxo x 15 minutos da Hora Pico de 17 às 18 horas dos meses de setembro, outubro e
novembro – sentido Samambaia.
780
800
622 607 579
594
537 561 608 572 575 605
600 468
400
200
0
0 - 15 15 - 30 30 - 45 45 - 60
INTERVALO DE 15 MINUTOS
VELOCIDADE X FLUXO
160
VELOCIDADE (KM/H) 140
120
100
80 1123;65
60
1158;65
40 1006; 55
20
0
-200 0 200 400 600 800 1000 1200 1400
FLUXO (UCP/H)
No sentido Balão do Gama, o Gráfico 5.2.2 exibe velocidade semelhante nas Horas de
Pico, com velocidade de 65 km/h. O maior fluxo foi durante a Hora 18, de 1229 ucp. Isso mostra
que a rodovia é pouco inclinada, influenciando no desenvolvimento da velocidade dos veículos,
principalmente em relação aos veículos pesados.
Gráfico 5.2.2 – Velocidade x Fluxo do mês de outubro de 2019 – PD586.
VELOCIDADE X FLUXO
160
VELOCIDADE (KM/H)
140
120
100
1214; 65
80
60 1229;65
40 1184; 65
20
0
-200 0 200 400 600 800 1000 1200 1400
FLUXO (UCP/H)
Gráfico 5.2.3 – Velocidade X Fluxo Acumulado da média dos dias de terça, quarta e quinta do mês de
outubro de 2019.
120
100
80
60
40
20
0
-5000 0 5000 10000 15000 20000
Fluxo (em ucp/dia)
PD157 PD586
Os Gráficos 5.3.1 e 5.3.2 mostram o tempo de percurso e a velocidade média para cada
sentido da via de interesse, alguns dados, como por exemplo, o sentido Gama para o sentido
Recanto das Emas aparenta nenhuma mudança, por conta do percurso do viaduto ser maior em
relação ao da rotatória e das sinalizações semafóricas. O porquê da via obter velocidades médias
baixas durante a Hora de Pico deve-se à configuração atual da via, que no caso refere-se a
rotatória, onde ocorre o acúmulo de veículos levando a formação de filas, obtendo-se
baixíssimas velocidades e um maior tempo de percurso para se deslocar do ponto de origem até
o ponto de destino no trecho da via, tendo consequentemente, o congestionamento na via.
A segunda simulação envolve resultados da proposta de um viaduto, onde busca
soluções para evitar fluxos forçados na interseção da via. Considerando o mesmo horário das
17 horas, e mesma demanda veicular imposta na primeira simulação, a Tabela 5.3.2 relata a
distribuição veicular durante este intervalo de tempo, enquanto os Gráficos 5.3.1 e 5.3.2 relatam
o tempo de percurso dos usuários em minutos, e a velocidade média percorrida em cada sentido
da via em km/h. No Gráfico 5.3.1 as siglas significam os sentidos da via, onde S é
Samambaia/BR-060, RE - Recanto das Emas, RF - Riacho Fundo II e, G - Gama.
Tabela 5.3.2 – Distribuição veicular no intervalo de 15 minutos no viaduto.
5
4
3
2
1
0
S - G S - RE S - RF G -S G - REG - RF RE - S RE - G RE - RF - S RF - G RF -
RF RE
Sentidos da via (O/D)
tempo de 15 minutos. Já nas vias coletoras a demanda veicular reduziu, por conta do tempo
gasto parado no semáforo e da distância percorrida ser maior, percorrendo desde o ponto de
origem até o ponto de destino. A velocidade média dos sentidos distinguem-se, principalmente
na via arterial, onde a velocidade média na primeira simulação no sentido Gama é de 10 km/h
para atravessar a rotatória, na segunda simulação a velocidade apresentada é de 60 km/h.
Gráfico 5.3.2 – Comparação entre as velocidades das simulações.
Velocidade média
70
Velocidade média (km/h)
60
50
40
30
20
10
0
Gama Samambaia/BR-060
Sentido da via
6. CONCLUSÃO
O objetivo principal deste trabalho foi avaliar e comparar a configuração atual da via,
com a configuração futura, onde a capacidade da via e o Nível de Serviço em que a via atual
entrega durante o dia, principalmente nas Horas de Pico é de um fluxo instável, de Nível de
Serviço E, tendo paradas momentâneas chegando a um congestionamento na via. A
configuração futura visou melhorar os problemas da situação atual, onde a simulação com a
configuração de um viaduto proposto pelo DER-DF traz resultados satisfatórios e qualificantes
para a demanda de veículos que trafegam na via durante as Horas de Pico, aperfeiçoando o
Nível de Serviço da via. As simulações executadas pelo software Infraworks auxiliaram na
compreensão do que acontece no dia a dia dos usuários que frequentam o trecho da via
estudado.
Observando a comparação de resultados do fluxo, da velocidade horária e do Nível de
Serviço, concluiu-se que a qualidade da via atual é longe de ser ideal para atender a demanda
veicular presente, onde a simulação do viaduto demonstra resultados efetivos de melhorias, em
essencial, o Nível de Operação da via.
Analisando o fluxo diário da via, verifica-se que com a configuração de uma rotatória
no local, gera um impacto negativo no fluxo de tráfego neste trecho da via, sendo este impacto,
a redução da velocidade estabelecida na entrada da interseção, velocidade de 80 km/h para a
velocidade de 40 km/h. A velocidade estabelecida pela via é de 80 km/h, mas a velocidade
durante as Horas de Pico é reduzida, velocidades médias de 65 km/h, e chegando na rotatória
obtém-se a formação de filas, gerando um fluxo de Nível F, devido a velocidade reduzida e as
paradas momentâneas, principalmente, nas vias locais, nas saídas das cidades do Recanto das
23
Emas e do Riacho Fundo II. Com essas análises conclusivas, chega-se a um entendimento que
a rotatória não é uma interseção compatível para ser utilizada no trecho da via EPCT/DF-001.
Importante salientar a diferença do tempo de percurso e da velocidade média dos
veículos entre as simulações geradas, mesmo com sinalizações semafóricas e um maior
percurso, o viaduto é a opção mais viável para o trecho da via, onde as velocidades médias dos
veículos nos dois sentidos na configuração do viaduto é favorável para manter um fluxo estável.
No sentido Balão do Gama a velocidade na primeira simulação é de 15 km/h na rotatória, e na
segunda simulação é de 55 km/h no viaduto, já no sentido Samambaia/BR-060 a velocidade na
primeira simulação é de 30 km/h chegando na rotatória, já na segunda simulação a velocidade
é de 65 km/h no viaduto.
Compreende-se que a configuração atual da via não é adequada para atender a
capacidade que a via pede, onde a proposta de um viaduto seria a solução cabível para visar as
melhorias necessárias do tráfego na via.
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Brasília, 30 set. 2020. Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2020/09/30/viaduto-do-recanto-das-
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