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Esperança Abrão Languisone

Leitura e interpretação de mapas


Licenciatura em ensino básico com habilitação em supervisão e expensão pedagógica na
escola básica.

Trabalho a ser entregue na cadeira de Didáctica de


Ciências Sociais no curso de Licenciatura em Ensino
Básico com habilitação em Supervisão Escolar no
Departamento de Ciências da Educação e Psicologia
como requisito de avaliação parcial.
Mestre: Eduardo Simbarashe

Universidade Púnguѐ
Tete
2021
INTRODUÇÃO

Com o presente trabalho de pesquisa pretende-se chegar a uma certa informação mais viável e
condigna sobre a leitura e interpretação de mapas, e dar mais ênfase a partir dos conceitos
básicos. O Ensino Básico, serviu de catalisador para reflectirmos sobre este assunto naquele
nível de ensino, uma vez que a leitura e a interpretação de mapas é um dos temas
contemplado no currículo, mais concretamente, na 1ª unidade da 6ª classe. Todavia, este
aspecto basilar para o conhecimento do espaço está presente em todas as aulas da Geografia e,
neste caso, das Ciências Sociais. O aluno é confrontado, diariamente, desde o ensino primário
ao ensino secundário e não só, com factos geográficos próximos e distantes que requerem,
para a sua compreensão, um certo domínio de conhecimentos cartográficos básicos. Essas
noções básicas estão ligadas ao domínio de alguns conceitos relativos a orientação,
localização e escala. Neste sentido, pretendo analisar o processo de leitura e interpretação de
mapas no EB, tentando compreender: Como é que o professor utiliza o mapa na sala de aula;
Quais são as dificuldades dos professores e alunos na leitura e interpretação de mapas.

Neste sentido podemos definir o mapa como sendo “uma representação da superfície da terra,
conservando com esta relações matematicamente definidas de redução, localização e
projecção no plano”. Sendo o mapa a representação do espaço, ele constitui um meio de
ensino privilegiado das disciplinas que estudam a organização do espaço, quer próximo ou
distante, real ou abstracto. O que significa que o indivíduo que não pode ou não sabe utilizar
um mapa não pode pensar sobre aspectos do espaço que ele não conhece, nem pode pensar de
modo crítico sobre a organização do espaço que lhe é apresentado. Por isso, ensinar o aluno a
ler e a interpretar os mapas são tarefas primordiais da escola que visam essencialmente
preparar os alunos para a compreensão da organização espacial da sociedade. Isso exige, o
conhecimento de técnicas e instrumentos necessários à representação gráfica dessa
organização.

Leitura e interpretação de mapas

Conceito

Pode-se definir o mapa como sendo “uma representação da superfície da terra, conservando
com esta relações matematicamente definidas de redução, localização e projecção no plano”
(ALMEIDA, 2006). Sendo o mapa a representação do espaço, ele constitui um meio de ensino
privilegiado das disciplinas que estudam a organização do espaço, quer próximo ou distante,
real ou abstracto. O que significa que o indivíduo que não pode ou não sabe utilizar um mapa
não pode pensar sobre aspectos do espaço que ele não conhece, nem pode pensar de modo
crítico sobre a organização do espaço que lhe é apresentado. Por isso, ensinar o aluno a ler e a
interpretar os mapas são tarefas primordiais da escola que visam essencialmente preparar os
alunos para a compreensão da organização espacial da sociedade. Isso exige, como afirma
ALMEIDA (op. cit.), o conhecimento de técnicas e instrumentos necessários à representação
gráfica dessa organização. No nosso país, grande parte das escolas do EB e secundário não
possui mapas, ou se estes existem, são em número bastante reduzido e não adequados ao
processo de ensino e aprendizagem de diferentes conteúdos. Contudo, os mapas, estão
presentes nos livros das Ciências Sociais do EB. Na 6ª classe por exemplo, a primeira unidade
é dedicada à leitura de mapas, isto é, o aluno é confrontado com diferentes mapas e diferentes
conceitos a ele relacionados, tais como, escala, simbologia (legenda) e coordenadas
geográficas (latitude e longitude). Tanto os elaboradores dos livros escolares assim como os
professores partem do pressuposto de que os alunos têm bases para a compreensão destes
conceitos abstractos, o que está longe de ser verdade, como veremos mais adiante.
ALEXANDRE & DIOGO (1993) aconselham que, “Tal como a escrita, também a expressão
gráfica, tem de ser objecto de um longo processo educativo, que, atendendo ao
desenvolvimento intelectual global do indivíduo, vá aproveitando as diferentes facilidades de
abstracção e de conceptualização.” O que significa que a leitura de mapas não é nem
espontânea, nem inata e tal como ensinamos o A, B, C, às crianças, devemos criar condições
para que o mapa seja objecto de ensino e aprendizagem dos alunos desde as classes iniciais,
envolvendo-os naquilo que os diferentes autores chamam de alfabetização cartográfica. O
processo de leitura e interpretação de mapas constitui assim uma construção contínua que o
aluno vai desenvolvendo no decorrer da sua aprendizagem na escola.

A construção da noção espacial

HUGONIE (1992), ALEXANDRE & DIOGO (1993), SIMIELLI (2006) apoiando-se em


estudos sobre o desenvolvimento cognitivo de Piaget, chamam-nos atenção para a utilização
de mapas e a construção da noção de espaço que estão intrinsecamente ligados ao
desenvolvimento mental dos alunos. Os autores citados acima, recordam-nos que os mapas
são elaborados com diversa finalidade e, consequentemente, para diferentes utilizadores.
Existem mapas com fins educacionais, políticos, militares, económicos, etc. Até que ponto os
mapas dos livros escolares são adequados ao processo de ensino-aprendizagem da disciplina
em cada nível de ensino? Embora ciente de que ao respondermos a esta questão ficaríamos
somente ao nível de pura especulação, por não dispormos de dados para tal, a experiência diz-
nos que os mapas que encontramos nos livros escolares não foram elaborados com finalidade
educacional. Ao observarmos os programas de EB, tanto no 1º ciclo assim como no 2º ciclo,
podemos constatar que o aluno estuda a sua comunidade ou bairro, na 3ª classe; a província,
na 4ª classe e o país, na 5ª classe. O que se pretende com estes programas concêntricos, é que
o aluno vá, paulatinamente, compreendendo os diferentes conceitos, factos e fenómenos, que
são objecto de estudo da disciplina. E isto, não pode ser entendido somente ao nível de
conteúdos e de forma isolada, mas deve estar reflectido nos meios de ensino aprendizagem
utilizados e nos métodos mais adequados a cada nível de ensino. De facto, como nos
referimos acima, os estudos em psicologia genética salientam que a noção de espaço é
desenvolvida ao mesmo tempo que as demais construções mentais. A criança desde o seu
nascimento constrói o seu conhecimento do espaço que vai evoluindo ao longo do tempo. Por
razões óbvias, neste trabalho, não iremos discorrer sobre as diversas etapas do
desenvolvimento cognitivo da criança, mas centraremos a nossa atenção sobre a faixa etária
que é o nosso objecto de estudo. Os autores citados acima afirmam que as crianças do EB (6 a
12 anos) estão na fase das operações concretas. Nesta fase, a representação do espaço é feita a
partir daquilo que elas conhecem, vivem no seu dia-a-dia e percebem - é o espaço conhecido,
vivido e percebido. E é sobre este espaço que o professor deverá dar início à leitura,
interpretação e construção de mapas. Deste modo, o professor poderá propor actividades de
representação do espaço mais próximo, a sala de aula, seguindo-se, a escola, o bairro, a
cidade, o país e, por último, o planisfério. Estas actividades deverão ser geridas
paulatinamente em cada classe, tendo em conta os conteúdos e o desenvolvimento mental dos
alunos. O objectivo é oferecer às crianças os elementos necessários à compreensão dos
processos para a realização de representações gráficas desenvolvendo no aluno a capacidade
de leitura e comunicação oral e escrita por fotos, desenhos, plantas, maquetes, mapas. Estes
recursos são importantes na alfabetização cartográfica através de noções de: visão oblíqua e
vertical; imagem tridimensional e bidimensional; alfabeto cartográfico: ponto, linha, área;
construção da noção de legenda, proporção e escala"(SIMIELLI, 2006). Trabalhar sobre estas
noções é fundamental, tanto para o aluno assim como para o professor que deixará de ver o
mapa como um objecto acabado e pronto para ser copiado, mas sim como um recurso que
transmite informações a serem discutidas.
A 6ª classe e a leitura e interpretação de mapas

A escolha da 6ª classe deve-se ao facto de ser a classe inicial onde se aborda com
profundidade a questão da leitura e interpretação de mapas. De facto, o programa de ensino
desta classe define as seguintes competências básicas na 1ª unidade:

 A capacidade de distinguir os tipos de mapas, utilizar coordenadas para a localização


de objectos geográficos no mapa - como localizar o continente africano no mapa-
múndi, calcular a distância entre dois pontos no mapa utilizando a escala, interpretar
os mapas através da legenda, entre outros (INDE, 2003:326).

Folheando o livro da 6ª classe encontramos o tema 1, capítulo 1, sobre a leitura de mapas que
apresenta-nos os seguintes objectivos:

 Distinguir o tipo de mapas e seus conteúdos;


 Calcular a distância entre dois pontos utilizando a escala;
 Ler mapas através de legendas;
 Utilizar as coordenadas geográficas para a localização de objectos geográficos no
mapa.

Como conteúdos temos:

 Globo terrestre – tipos de mapas e seus conteúdos;


 Legenda e escala de mapas e plantas;
 Coordenadas geográficas.
Conclusão

Depois de uma renhida leitura e compressão, para responder aqueles que são os objectivos do
trabalho cheguei a concluir que a leitura e interpretação de mapas tem muita importância
dentro do processo ensino-aprendizagem, dentro de uma sociedade porque ajudam a perceber
melhor e a interpretar os mapas e são de extrema importância não só para a comunidade assim
como para a comunidade escolar, a leitura e interpretação dos mapas trazem um grande
dinamismo e avanços na educação.
Bibliografia

ALEXANDRE, Fernando e DIOGO, José. Didáctica da Geografia: contributos para uma


educação no ambiente. 2. ed. Lisboa, Texto Editora, 1993. ALMEIDA, Rosângela Doinde. Do
desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. S. Paulo, Contexto, 2006.

ISMAEL, A. Ismael e BICÁ, Firoza. Tempos e espaços. Livro do aluno - 6ª classe, Ciências
Sociais, Porto, Porto editora.

MEC (Ministério da Educação e Cultura). Plano Curricular do Ensino Básico (PCEB).


Maputo, INDE, 2003.

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