Você está na página 1de 6

A Imaginação político-social Wanderley Guilherme dos Santos 1955-a- Guerreiro Ramos, A.

mentos - São Paulo - 2


"Esforços de Teorização da
brasileira ( *l volumes; (****)
Realidade Nacional Poli tica-
mente Orientados, de 1870 1956- Ftrnandes, Florestan
a Nossos Dias" - confe- "Ciências e Sociedade na
rênciél. no I Congresso Bra· Evolução Social do .Brasil"
sileiro de Sociologia - São - Revista Brasileira nQ 6;
Paulo (**); (*****)
!955-b- Guerreiro Ramos, A. - 1957- Fernandes, Florestan
"A Ideologia da Jeunesse "Desenvolvimento Histórico-
Dorée" Cadernos do Social da Sociologia no Bra·
Nosso Tempo, 4; (** 0 ) sil" - Anhembi - vol. VII
.. - n9 75/76 (*****);
1956- Guerreirc Ramos, A. - "O
É reduzido o núm€ro dt trabalhos viço Gráfico de IBGE Inconsciente Sociológ:co" - 1958- Fernandes, Flort::stan - O
brasileiros re::entes dedicados ao Rio de Janeiro; Estudo sôbre a Crise Polí- Padrão de Trabalho Cientí·
c;xame da história do pensamento tica no Brasil na Década de fico dos Sociólogos Brasilei-
político-social no Brasil. Salvo êrro, 1950- MEnezes, Djacir - "La 30" - Cadernos do Nosso ros - Estudos Sociais e
os mais significativos são os se- science politique au Brésil Tempo, 4; (* * *) Políticos, 3 - Universidade
guintes 1 : au cours des trente dern:eres de Minas Gerais - Belo
années" - in UNESCO 1956- Menezes, Djacir - La So- Horizonte (*****);
1943- Azevedo, Fernando de - - La Science Politique; ciologia tn Brasil - in Gur-
A Cultura Brasil·eira - In- vitch, O; ~ Moore, E. (eds) I 961 -Guerreiro Ramos, A. - "A
trodução ao Estudo da Cul- 1955- Costa Pinto, L. A.; e, Car- -- Sociologia dei s :glo XX Ideologia da Ordem" - in
tura no Brasil - Vol. I da nei;o, Edson - As Ciências -- edición argentina amplia- A Crise do Poder no Brasil
Série N acíonal do Recensea- Sociais no Brasil - CAPES da con estudios sobre la so- - Zahar Editores - Rio de
mento Geral do Brasil - 19 Série Estudos e En- ciologia en los países lati· Janeiro.
de st:tembro de 1940 - Ser- saios, 6; noamericanos, baj o la dire·
ción de Orestt Popescu - Dos 12 trabalhos mencionados,
(•)Preferi o têrmo "imaginação" antes que o "ciência" .para designar a produção Tomo II - Editorial E! Ate- seis destinam-se substantivamente a
teórico-so-::ial brasll :ira, atendendo a dois objet!vos: ~ . ,. neo - Bu enos Aires; ordenar a história do penscimento
a) não precipitar uma dis~u são sôbre o significado da expressao "ciência roclal
e de sua adec;.uação ao3 produtos cultura;s brasll~iros do passado -: o que só político-social no Brasil, a sabf: r:
des · jo fazer ao fim da série de artigos sôbre o tema, que ora i~!mo; e 1956- Azevedo Fernando de ( co- Fernando de Azevedo ( 1943 e 1936),
b) indicar que, se seria demasiado considerar rigorosamente cienti_hco tais pro-
dutos culturais. seria igu~!ment_~ eq~ivocad~ descu.rtá~~:>s ~edian~e a _vag~, .ordenador) - As Ciências Guerreiro Ramos (1955a), Djacir
imprecisa e, pois, a-cientffJCa designaçao de "Ideológicos _ou pré-ment1ficos • no Brasil - Ed. Melh ora· Menezes ( 1956 e 1950) e Florestan
Fundam : ntalmente, preten•io demonstrar que as dassiflcaçoes correntEs do pen-
samento politico rccial part~m de uma pr-emissa hi· toriográfica insu tentáyel - o trabclho de Guerreiro Ramos citado em 1955, foi publicado posteriormente
evolução linear do pensamento de etapa pré-c:entlf!ca para a etapa cientü~a - em Introdução Critica à Sociologia Brasileira - Editorial And ;s - R. de
a qual tem induzido a uma visão ester eotipada do _passad<? culturaL ~rasl eiro. Janeiro - 1957, a cujas páginas r·emetem as cltaçõe · . Assim, a 'l"eferência
Tal matriz historiográfica exprime uma lnterpntaçao positivista da história da (1955-57) indica o texto "Esforços de Teorização da Realidade N:!clonal Politi-
ciência e é epi temolõglcamente equivocada: equivocada quanto à história, equi- camente Orientados, d ;, 1870 a Nossos Dias" e a página do livro supra citado.
vocada quanto à epi•temologia . Artigos posterior=s intentarão ~sti'pular novas OJ trabalhos de Guerreiro Ramos citados em 1955b e 1956 foram posteriormente
condições ;r:ara o ord:-namento do p-:nsamento pol1t!co-soc1al brasileiro, fundadas
em outra epistemologia e em outra teoria da história. Nessa oportunidade, se
di r.:utirá com mais propri, dade o uso do têrmo "imaginação". (.... )
public:'lclos JY J livro mencionado ·<m 1961, a cujas páginas remetem as citações
conform ;, nota anterior. '
Embora ~ eja eEta uma obra coletiva, o capítulo d·etlicado às ciências sociai'l foi
1 Excluímos do campo de no&a inve ~ tigação os trabalhos em antropologia e pslcolo!!la
social, bem como trabalhos monográficos sôbre autores isolados. Dos trabalho> fre-
qU·entemente citados como textos autorizados sôbre o de ~e nvolvimento do pensamento
politico-social brasileiro. não foi manipulado apena• o de Candido, Antonio - Infor-
( ..... )
e~c~ito pelo próprio Fernando de Azevedo, e encontra-se no volume II, a cujas
pagmas remetem as citaçõ ;s.
Os tra~alhos de Florestan Fernandes mencionados .em 1955, 1957 e 1958 foram
r·E,publ!c~os posteriormente em A Etnologia e a Sociologia no Brasil - Ed.
mação sObre a Sociolo!!'ia em S. Paulo - S. P. 1954. O de Almir de Andrade foi Anhembi - S. P . - 1958, a cujas páginas remetem as citações, de modo anâlogo
consultado <ver Anexo 3). ao refendo na nota ( • •) .

182 183
Fernandes ( 1957) 2. Os demais Jackson de Figueiredo {2), Tristão fonte, e:nquanto os demais constituem seqüência, o texto não oferece uma.
abordam o ttma de modo incidental, de Athayde (2), Giiberto Amado (2), ma:is de 50 % do número de nomes história das ciências sociais no Bra·
muito embora ofereçam elementos V. Licínio Cardoso (2), Aníbal Fal- disputados. A partir de quais pre- síl, mas, antes, uma cronologia das
para a análise. A discussão a se- cão (2), Fernando de Azevtdo (2), missas Guerreiro Ramos pode vê-lo~ etapas da institucionalização educa-
guir, todavia, contemplará o total Sérgio Buarque de Holand{l (2), como participes da população histó- cional da atividadt dos cientistas so-
dos dÔze trabalhos. Afonso Arinos de Melo Franco (2), rica da ciência social no Brasil? Por ciais brasileiros. A citação de auto-
Tavares Bastos (2), Paulo Egídio que os demais autores-fontE: não os res, portanto, é meramente incidental.
II (2), Tito Lívio de Castro (2). r,riram nessa mesma qualidade? A O critério de periodizar a história
Nomes disnutado.<;: Fausto Barre- discussão a seguir tentará expor as d1) pensamento político-social brasi-
Segundo as fontes mencionadas no to, Miranda Reis, Alberto Sales, Ftr- razões. Ieiio segundo as etapas dt institu-
parágrafo I, a história do pensa- nando Pires, Castro Rebelo, Perdigão
cionalização da atividade científico-
mento político-social brasileiro é Malheiros, Joaquim Nabuco, Paulo
III social constitui, entretanto, a matriz
composta por uma galeria de 100 Prado, francisco José Brandão, Tei-
historiográfica dos textos de Djacir
nomes, tal como arrolados no anexo xeira Mendes, Alvaro Bomilcar, Ni-
O texto de Costa Pinto e Carneiro, Menezes 7 , Fernando de Aztvedo
1 . Excluindo-se do total de I 00 os colau José Dsbané, João Ribeiro, jt-
sendo o rtsultado de uma pesquisa (I 956-380/81) e Florestan Fernan-
autores que começaram a produzir natas Serrano, José Maria dos San-
promovida p ela CAPES, a fim de des ( 1957-201). É bàsicamente à
na década de 40, assim como os tos, Fernando Carneiro, Hamilton institucionalizaçào das atividades ci-
dar conta "dos objetivos práticos e
críticos e panfletários listados por Nogueira, Azevedo Amaral, Virgínia entíficú-sociais que sE: atribui o ca-
das perspectivas concrttas, culturais e
Fernando de Azevedo a, restam 45 Santa Rosa, Octávio de Faria, Mar-
profissionais, com que defrontam os ráter de divisor de águas .entre o pe-
nomes (anexo 2), dos quais 21 são tins de Almeida, Tobias Barreto,
cientistas sociais bras:Jeiros" 4 orde- ríodo pré-científico e o período cien-
citados por mais de um dos nossos Eduardo Prado, Sariano de Albu- na a evolução das ctencias so- tífico da produção intelectual bra·
quatro autores-fonte, sendo os de- querque.
ciais brasileiras em função de suas síltira. Tal periodização, embora
mais 24 citados apenas por um dE: Segundo os nossos autores-fontes, rudimen tar, tornou-se, por assim di-
nosso autores-fonte. Expõe-se, a se- tais foram os quarenta e dois no- características institucionais. Enten-
de-se, assim, que 1930 seja tomado zer, clftssica. -
guir, a lista dos nomes que obtêm mes. consagrados uns, duvidosos ou-
como marco inicial 5 da periodização As conseqüências da aplicação de
consenso entre nossos quatro auto- tros, que produziram a história do tal esquema são evidentes. Da(lü
res-fonte - onde o núm ero entre pensamento político-::;ocial no Bra- e que esta contemplE: apenas marcos
legais ejou institucionais 6 . Em con- que o período científico das ciências
parêntE-ses que segue cada nome in- sil. Eis, agora, duas questões: a)
dica quantos dos quatro autores-fon- sôbre que registro histórico dispõem
te o citara:n- ~ a lista dos que só os nossos autores-fonte os nomts lis- 4Costa Pinto, Carneiro 0955-68). - , iz • tô
5 MNo Brasil, o ensino das ciências fOcials em grau superior nao t.ve organ açao au -
toram mencionados por um autor- tados?: e. b) qual o princípio que, noma antes de 1930" - co· ta Pinto. Carneiro <1955-11).
fonte. 6 A evolução das ciências sociai l, na perspectiva do trabalho citado, foi marcada por
simultaneamente, permite dsscobrir os 3 etapas principais: •
Nomes consagrados: Pontes de nomes que compõtm a série histó- 1.•) 1930/35 _ perfodo da reforma Campos e das atlvidades governamentais e priva.-
Miranda (4), Oliveira Viana (4), rica c, simultânsamtnte, localizá-los das tendentes a desenvolver as ciências so_cials ; : . .
2.•) 1!!37 /45 _ período da Lei Orgânica do Ensmo Secundario:,_ ~?e constituiria _um
Gilberto Freire ( 4), Alberto Torres nessa sér;e? Exemplificando: dos 26 r .tro-::e;so "na ideologia edt:cacional das ca~adas dirigent.s , com a supre sl!.a-
(3), Nestor Duarte (3), Sílvio Ro- nomes fornecidos por Guerreiro Ra- do ensino d·~ so-::iologia nas escolas secundárias e o de~estlmulo à formação de
profissional , capazes. . " .
mero (3), Euclides da Cunha (3), mos para a nossa população de 45, s.•) 1945155 - na c: m ~ nto da consdência da necessidade de quadros devidamente
Caio Prado Jr. (.1), Florentino Me- apenas 13 foram 1ambém alinhados quaÚficados", fac~ aos probl·emas sociais surgidos no seguz:do ~pós-gue.rra. f)l"!g1-
nezes (2), Delgado de Carvalho (2), por algum outro de nossos autores- nando-: e dai nôvo Impul-so para o desenvolvimento das ciências sociais .
'l Cito aqui o texto de Djacir Menezes que expõe com absoluta clareza a matriz histo-
2 Em (1957-195- nota 5) Florestar. Fernandes indica que o seu trabalho nh pretende riográfi-::a de que se val·em também F ernando de Azevedo e Florestan Fernand!'s, e
realizar levantamento exaustivo de autores e obras, f>ug :rindo, para o que re refere quere encontra em 1950-237: "Aux envlrons dp 1930, avec l'accroissement d.e l'impor-
a êste levantamento. algumas outras fontes. Todavia, tratando o tc;xto _de Fiore ~n tance prlse par les qu : stlcns économiques, se f!t ' entlr la nécess!té de créer de nou-
de caracterizar os vários períodos p :los quais teria 1passado a Sociologia no Bra, il, v~lles lnstitutlons, d'enselgment supérieur, académles de commerce, faculté ~ u'économie
cabe men-::ioná-lo como um trabalho que se ocupa substantivamente com o ordena- et d'administi·at!on et facultés d-e phllosophi~. c•e ·t alors seulement aul purent se
mento da história do pen · amento social brasileiro. développer les technique> d'analyse objective en matiêr·e sociale, l'enquête statlstique,
3 Fernando de Az·~vedo em 1943 - 201 anota sob a rubrica grral de "critico~. ensalstas la monograph'e. 1~ auestlonnaire - en somme la méthode scientlfique appllquee aux
e panfletários", nomes como os de Carlos de Laet, Araripe Jr., et.c , ao lado de études des relations humaine ' " ( . . . ) "Aprês la fondat!on des Fa-::ultés de phllosophle
Gilberto Amado, Olivdra Viana, GiLberto Freyre, üc. Por esta ra:z;ão mchúmoa todos à Rio rt São Paulo, !e gouvernment s'assure la collaboration de profe ·seurs étrangers
os nomes por êle llstado3 e, posteriormente, exclulmos os críticos l!terários. émlnmts, notamm õnt dans le domaine de la sclence politique et le l'économl.e
oolltiaue."

184
185·
~ociais no Brasil se inicia com a presente como o "moderno'~> está O tsxto de Djacir Menezes (195 6 ), racterísticas manifestas dos textos
.criaçãv de curs_o s superiores, impor· desarmada para entender as exatas :semelhantemente ao de F ernando de que produziram. Apresenta-se abai·
tação de professores estrangeiros e articulações do desenvolvimento in- Azevedo ( 1943), utiliza uma multi·
.a introdução das 1écnicas de inves· relcctual da humanidade. A rigor, xo o quadro da evolução do pensa-
plicidade de critérios para o ordena-
tigaç ~io de campo; e dado que tais e-stá desarmada até para entencler o mento dos aatores, padecendo ambos m ento soda! no Brasil, elaborado
<~ :::ontecimentos só se verif:caram no presente, pois, "on est toujours "mo- do mesmo vício metodológico: clas- por Djacir Menezes ( 1956). É su-
.segundo quartel dêste século, segue- derne" , à toute époque, lorsque l'oo .sificam os aütores segundo as ca· ficiente.
s e que a exposição da história do pense à peu prcs comme se3 con·
pensamento oolíti "o-social brasileiro temporaines et un reu autrement que
.. extremamente simples: até o segun- ses ma'itrcs" a.
E se tal persp ectiva é insuficiente p~imeir<>s _dados j cartas, crónicas
'<io quartel deste ~l:'l:Uio produziram·
se ensaios sôbre temas sociais, a para a ordenação do pensamento mfo11maça2s f dos via jar.tes,
etc. - lt fase
Antecec!·~ntes J
l
partir de então produziu-se ciência. científico-natural, essa insuficiência
se ac 2nt11a (11':'1 ... ,-~ o a matéria é o coloniais Ro q'Ia Pita, Vi-
Considerando-se ademais que qual·
pensamento social, pois, como ad- " historiadores cente Salvador,
;quer que: tenha sido a quantidade ou { etc.
2t fase
qualidade da produção do primeiro mi te Florestan t' .:rnattdes, em outro
período ela é irre~evante para o pro· texto, "os cânones científicos da
progresso da ciência, torna-se des· investigação sociológica ainda não 1"') fase jurídico-politiêa - Mar·
tins Jr., Tavares Bastos, etc.
necessário, senão ocioso, qualquer se encontram estabelecidos de ma· Elaboração do
investigação sôt:-e quantos autores neira firme e universal" (1958-218) . pensamento 1
Evoluç:!:o do sociológico /.fl. ) fase naturalista - Tto Llvio de
.çonstituem o passado cultural brasi- No entanto, critério tão pouco firme pensamento so-
leiro, ou sôbre o modo pelo qual
pensaram o social . O interêsse his·
t universal é suficiente para classi-
ficar Tavares Bastos e joaqu:m Na·
sociológico :co
Brasil
1 Castro, Tobias Barreto, Silvio
Romero, etc.

tórico se resumiria a catalogar a huco, .por exemplo, como autores


h:stó:ico-política Alberto Torres
piodução do primeiro período (pré· pré-científicos, enquanto D 2lgado de fís · co- m a ~~ m:itica - Pontes de Mi·

I
científico) pEla temática e a explicar Carvalho e A . Carneiro Leão são n~ inspiração randa

j
-de que modo as vari ações na cs tr~­ classificados como autores científi- científica untropocultural - Artur Ram<»,
tura ·da sociedade introduziram modt· cos. Pouca sorte de Nabuco e Ta- Nina Rodrigues, ~ilberto Freire
vares Bastos de terem nascido antes "Escclas" e
ficações na tem'ática pré-dentífica sístemat" zaçõ2s : histó~ico-cr.t ca - Joaquim P1m2nta.
{Florestan Fernandes- 1957-19J). fundação das Escolas de Sociolo- tendencias Hermes Lima, Caio Prado Jr.. e t ~.
A simplicidade da p ~ rsp ectiva per- gia 9 . Uma comparação final: ape· atuais
nas utilizando tal critério não con·

.•
mi te que a crítica se exima de ser D2 inspiração neo-tomistas e maritainistas - Tris-
complexa . Com deito, a historio- sigo ver de modo algum porque ra- religiosa { tão de Atha yd.!, Gustavo Corção, etc.
g rafia que: ordena o passa?o em zão Gilberto Frene é cientista e Aze- ~
funçã o do presente, e assummdu o vedo Amaral não o é 10 .
. i Os textos de Guerreiro Ramos Nas diversas vêzes em que ab3rdou
8 Koyré, A2-: xandre - lttudes d'Histoire de la Pensée Sc!entüique - PUF - Paris (I 955a, 1955b, 1;)56 e 1951 ) esca· o tema utilizou s êmpre o critério de
- 1966- pg. 6. . pam à visão anteriormente Exposta. ordenar a produçã o intelectual bra-
9 Fm t ê,.m c~ europeus t.o J eri'éri·:'· ·~ou iva l e,.iot =" 1rcl,h· D " · r> Pr!0 4 'l rr~-c··mtlflco "'l"PC1-
samente alguns do1 primeiros nomes da ciência social : Marx, Com te, Spencer, Saint-
-Simon, Proudhon, etc.
10 Com Isto, como é óbvio, não sugiro que a inclusão de Gilberto Fnyre é improcedente. pnnde l~rgamente, tanto em Fernandes como em Az,2,vedo e Menezes ao sucesso
Quero apmas afirmar que não existe qualquer d!fer , nça entre os textos de Gilberto c pre tfgio do autor. ' '
Freyre, da década de 30, e, por Exemplo, os de Azeve.:!o Amaral, no mesmo p ~riodo, N~o >Estou discutinào, repito, a valLdade da inclusão de Freyre, mas a indefensável
se 0 3 examinamos segundo o critério da "modernidade". Falta, a ambas, o rigor da ex_cl~sao de Azeve~o Amaral, Ee par~i:nos da I?atri~ historiográfica aqui tomada como
análiE·~ moderna. Manü ~stamente, as dua; únicas diferenças entre os dois autores class1ca e ,se analisamos as proposiçoe > mamfestas dos textos de Freyre e Amaral
são: a) Gilberto Freyre utiliza muito mai5 do que Azeveao Amaral, e uorou"! esté. Ta~~o ma,s que, se abandonamos o índice pre~tígio na -::lassificação dos aut.Jres
men~ or preparado para isso evidentement"!, o recurso d.e apoiar suas afirmações em
autoridade' e~trangeiras; e b> Gilberto Freyre obteve mais mcesso do QUe Azevedo
venfiC!lremos _que, da pro~ução d ~ :o,
a de Azevedo Amaral re sa!ta partlcu1annentê
pela sistemá~Ica exploraçao_ que fez da con-:xão entre autoritarismo, soc'edade de
Amaral. Não é improvável que bl se deva, em grande part ~. a al, mas o que importa massas e ef~Ito-demonstraçao Para uma Exposição das teorias de Azevedo Amaral
é qu·e, na realidade, a inclusão de Gilberto Freyre entre os autores ctentlflcos se ver, neste numero, o artigo d·e Aspásia Brasileiro Alcântara que lhe é dedicado. '

186 187
{1957-18/19)-, sendo conduzido a de- dão a 1azão da sociologia co-
sileira do passado segundo o méto- ipso facto, a ser um fracassado pOS- .uma periodização Iintar - 1) so- lonial.
do (indutivo ou dedutivo) ut:Jizado tulante ao ingresso na comunidade ciologia colonial; 2) sociologia na-
pelos diversos autores para a produ· científica. Por isto é possível que -cional-, que é apenas uma verba· 6bviamente, a elaboração de GR
ção de Sl'::t ~ cate(Toria <= e, em conse· Guerreiro Ramos "veja" como per- lização diferente do esqu ema pré~ é . uma especulação ex-post facto
qüência disso, da maior ou menor tencentes ao patrimônio cultural bra- .científico x citntítico, explorado por cuJa presumida procedência consiste
adequação uo peu ~ ault:llto à dinâmi· sileiro autores e obras absolutamente Florestan Fernandes, e sujeito às numa ar~umação ad hoc de alguns
ca social. Para Guerreiro Ramos, é ignorados por todos os demais auto- mesmas objeçõss . Dessa ptrspecti. autores, Isolando-se ademais alguns
uma evidência histórica que o pen- res-fonte que estamos utilizando. va, sistemàticamente propagada pos- aspectos imediatos da produção in-
samento que elabora suas categorias Entretanto, a senda aberta por Guer- ttriormente pelo ISEB, decorria com- telectual brasileira. . Significativo,
mediantE: o recurso à indução está reiro Ramos obrigaria a um levan- pleta negação do valor e significa- porém, é que, tendo suposto conhtci-
mais conforme a seu objeto du que tameato o mais exaustivo quanto .do da produção intelectual brasilei- da a população intelectual bras:Jeira,
aquela que as produz mediante a possível de autore:> t: obras do pas- ra do passado, que se exprimiu no e supostamente isvlado sua caracte-
dedução de princípios . formais. Esta sado - o que éle não se propôs rea- simplismo que se tornou corrente - rística comum - produção colonial
premissa está na base de todos os lizar-, e a um rigor de análise <!. tud;.' é colonial na colônia-, enttn· - GR considera necessário estabe-
trabalhos de Guerreiro Ramos men- que os textos de 1955, 1956 e I 951 dendo.se por colonial o estatuto polí- ltcer a lógica, por assim dizer, dessa
cionados no parágrafo I dêste arti· não obedecem. A polêmica e fácil tico-econômico do Brasil até meados produção. Quer isto dizer que, qual-
go e pràticamtnte de t~dos ?~ de: caracterização da ideologia da "jeu- dG presente século. Irrelevante, por- quer que tenha sido o valor da pro-
mais textos de Introduçao Cnttca a nesse dorée" e da ideologia da or- tanto, seria pesquisar o patrimônio dução intelectual brasiieira do passa-
Sociologia Brasileira 11 • dem, assim como os elogios pouco cultural brasileiro, rtpositório exclu· do - pré-científica ou alienada, não
fundados contidos em 1955a e 1956, sivo dE: servidõ ss intelectua:s. importa o nome-, a sua articula-
É bastantE: discutível a noção que comprometeram uma oritntação de ção não é irracional ou aleatória.
tem Gu erreiro Ramos do que seja análise incomparàvelmente mais fe- O texto de GR, todavia, apresen· Há uma razão que explica a produção
um processo indutivo ou dedutivo na cunda que a de todos os demais tex- ta uma novidade. Embora caracteri· teórica brasileira e a sua articula-
elaboração das categorias teóricas, e tos citados no parágrafo 1. zando como cÔionial o pensamento ção na história, e esta razão não
mesmo se nos autores citados brasileiro do passado, dispõ(;-se a é ap.onas uma referência ex post ao
se verifica a utilização dt tais O livro "lntroducão e Crítica ã estabelecer um conjunto de catego· contexto econômico-social -· esta ra-
pr~cessos, mas o que importa Sociologia Brasil ~ ira" traz ainda um rias que exponham a razão da pro· zão enganadora é a sociedadt colo-
principalmente considerar é que outro estudo que inaugura nov~ eta· dução das teorias coloniais. Assim nial dt GR e a ordem patrimonial-
sua visão do problema é muito pa no estilo de investigação utilizado é que a sucessão de escolas aqui - tscravocrata de Florestan Fernan-
mais elaborada do que anterior E:, por Guerreiro Ramos. Em "Notas comtistas, spenctriamos, tardistas, des- mas inclui sua determinação
de safda, liberta o ordenamento da para um Esturlo Crítico da Snciolo- etc. - se explicaria pela simetria teórica necessária. E com isto o
produção intelectual brasiltira dos gia no Brasil" Guerreiro Ramos que obriga a que o pensamento co· texto de GR desvenda parte do ob-
acidentes da cronologia temporal . assume uma posição qut, ao mes- Jonial rEproduza na mesma ordem jeto próprio da história do pensa-
Enfatizando uma peculiaridade ttó· mo tempo, representa um atraso e as etapas da evolução cultural da mento, inteiramente insuspeitado em
rica do pensamento social - ter suas um avanço em relação a seus outros metrópole. Igualmente o dogmatismo todos os demais textos citados no
·categorias produzidas por indução textos. Com efeito, ordenando os explicaria que a ltgitimação das dis- parágrafo 1 . -
ou dedução - , é possível reinterpre- produtos culturais ao longo da his- tintas teorias se fizesse não por sua
tar os produtos culturais bras:Ieiros tória empírico-social - característi- adequação ao obj eto - por defi· A tentativa de GR para ter su-
e aproximar, por .exemplo, Tristão co de Fernando Azevedo, Costa Pin- cesso, todavia, exigia preliminarmen·
nição elas não eram adequadas, pois
to e Edson Carneiro, Djacir Mene· te que fosse delimitada a população
de Athayde de Teixeira Mendes, ou que culoniais-- mas por sua con- inteiectual brasileira. Ocorre, entre·
.Azevtdo Amaral Ge Hélio Jaguaribe. zes e, sobretudo, Florestan Ferriãn- cordância com autores estrangeiros, tanto, qur; a classificação definitória
O acidente de ter nascido alguém des - G R estabelece a igualdade· única instância legítima de compro· d e tôda a produção brasileira como
no século passado não o condenaria, dinâmica colonial = pensar colonial habilidade na sociologia colonial. E colonial excluía a necessidade de
assim . as demais categorias - dedu- pesquisar os nomes que compõem o
11 Ver, por ~iXempio, no livro citado. os artlp;os: Critica e Autocritlca, Nacionalismo é tivismo, alienação e inautenticida- património cultural brasileiro, visto
Xenofobia, A Dinâmica da Sociedade Politica no Bra.: U.
189
188
ideológico de que, consciente ou in- da, Vítor Nunes Leal Nestor
GR, cujas pos1çoes são as que, de
que todos estariam submetidos à longe, oferecem melhor abertura para conscientemente, partimos todos. Duarte, Djacir 1\tenezt:~ Orlan-
mesma fatalidade de serem aliena- o tema, contêm uma abordag:-m que do. G ornes carvalho, ' Hermes.
dos- Inútil esperar qualquer novida- ultdapasse as racionalizações post Anexo 1 Ltma.
de em qualquer autor, assim como
facto. FLOREST AN FERNAND ES: Ta-
é inútil, na perspectiva de Florestan
Fernandt:::s esperar qualquer contri-
. Nome citados pelos
autores-fonte vares Bas~os, Perdigão Malhei-
Há um valor extraordinário, toda- ros, Joaqwm Nabuco, Sílvio Ro-
buição científica de quem produziu via, em todos os textos citados. _(Popula ção Científico-Social
em período pré-científico. Os es- Constit:.~em êlcs parte daquilo que m.ero, Aníbal Falcão, Paulo Egí·
Brasileira) dto , Florentino Menezes, Eucli·
cassos nomes conhecidos são sufi- Franklin de Oliveira chamou com
cientes para uma descrição dos mo- precisão de memória nacional. Por dt:::~ ?a Cunha, Alberto Torres,
FERNAND O AZEVEDO : Pontes de Olt_ve:ra Viana, Gilberto Freyre.
dos do pt:::nsamerito pré-científico, em isso qu e o trabalho científico-social M!ranJa, Del gado de Carvalho, Caw Prado Júnior, Fernando
FlorEstan, ou para o exame da pa- no Brasil não se caracteriz a ainda f'vhranda Reis, Fernando Pires Azevedo, Sé~;gio Buarque de
tologia do pensamento social, como por contribuições sucessivas a um Oliveira Viana, Gi iberto Freyre: H~landa, Nelson W Erneck So-
em GR. Assim sendo, nenhum es- patrimônio comum, e na ausência de Jackson de Figueiredo, Tristão ~re_, _Mãrio Lins, Giocorida Mus-
fôrço maior foi realizado para o reedições de autores e obras antigas, • de Athayde, Ronald dt::: Carva- ~olmt,. Delgadn de Carvalho, A.
levantamento rigoroso do passado nem me:smo os escassos nomes lem- lho, Araripe Jr., Carlos Laet, Carnt:::tro Leão, Ponte!> de Mi-
cultural brasileiro, t: : a tenta:iva de brados permaneceriam não fosse a Alberto Torres, Antônio Torres ra~da, Paul o Prado, Afonso-
GR, só por isso, já estaria compro- <:xistência dêsses textos. Acrescente-se Agripino Grie~o, Hurnb:;rto d~ A_nnos de Mello fraxo, Astro-
metida. <: isto o interregno do Estado Nôvo, c.a~pos, Gilberto Amado, V. u- g~ldo . Pereira, Gustavo Corção~
banindo do panorama cultural bra- cm•o Cardoso, Sérgio Milliet, Ltme1ra Tejo. ·
siieiro tôda uma tradição, e ocasio- Fernando Azevedo, Antônio Cân-
IV nando a que a geração formada sob di_do, Lourival Gom 2s N:a::hado, A. C!UERRE IRO RAMOS: Fran-
sua vigência amadurecesse na mais Gtlda Melo e So!.tza, Gioconda c~sco José Brand ão, Aníbal Fal-
completa ignorância dêsse patrimô- Mussolini, M:irio Wagner Vieira cao, Teix Eira Mendes, Sílvio
Ao pem:amento político-sc cial bra- .nio e fosse prêsa fácil d.1 tese me- da Cunha, Lucila I-lermann Rom~ro, Alberto Torres, Álvaro
sileiro se aplica com inteira justi- todologicamente insensata de que Oraci Nogueira, Otávio da Cos~ Bomtlc~r, Jackson de Figut:ire-
ça o diagnó sti co de A. Menzel: ··o todo o passado cultural brasileiro
foi t 2. Ed:.:ardo, A. Rubbo J\1~i1ler, do, Ntcolau José Debané A
pensamento sociológico latino-ameri- alienado. Àqueles te:-:<:tc .: esia resu· Vrcente Unzer A!m(:;ida, Nestor Carneiro Leão, Gilberto A~ad~
cano, começando com o movimento mida a memória
nacional quanto à
o político-so-
Duarte, Sérgio Buarqu ~ de Ho- Jônata~ Serrano, José Antôni~
história do pensament la.nda,Djacir Menezes, Mário Noguclfa, Nuno Pinheiro Oli·
da indep::ndt: nda, foi muito fecundo;
c, S(:;m embargo...: continua quase des-
cial. É oportuno, portanto, um c:>- Lms, A. Carneiro Leão, A. VEira Viana, Pon tes de Mi ~anc!a,
tôrço de levantamw to bibliográfi- Gucrr: iro Ramos, L. A. da R?nald dt.> Carvalho, Tasso da
conhecido, pois grande parte de seu co 13 e, até que sc_ia possível exame
conteúdo não foi ainda explorad0 e rr.ais acurado, que se exponha o pen- Costa Pinto, Tales de Az evedo S~l~e~ra, Tristão de Athaydt., v.
Vítor Nunes Leal, Manoel Di e~ L : ~tnlO Cardoso, Fernnndo Car-
ord <: nado" 12 . Os raros textos bra- samento daqueles autores cuja:.
sileiros dedicados ao tema não cons- obras, s ~ não tiverem outro mérito, gues Jr., _ L . Pinto Ft:::rreira netro, J:Iamilton Ncgu 2ira, Afon-
titut::m inegàvelmcnte trabalhos à al- contribuíram para formar o solo Glá~cio Veiga, Tavares Bastos: so Arlllos d e Mello Franco
tura da tarefa. Nem mesmo os de
Euchd ~·s rla Cunha, Fausto Bar· Octávio de Faria, José Mari~
r~to, Tito Lívio de Castro, Síl- c'os Santos, Azevedo Amaral
VIO Romero, Florentino Mene· Virgínia Santa Rosa, Martins d~
zes, Paulo Egídio, Alberto Almeida.
12 ln Menezes: Djaclr (1956-133). Sales.
13 Com o objetivo d ~ Iniciar ês:e levantamen to é que estou ultimando uma bibliografia D]ACIR MENEZE S: Tavares Bas-
do pensamento politlco-~o~lal brasileiro, no periodo de 1870/1965, e qua reunirá tô:ia COSTA PINTO; EDSON CARNEI- tos, . Tito Lí'{ío de Castro,.
a produção brasileira consignada nas fontes que a Bibliografia enumerará. Quanto RO: Oliveira Viana, Castro Tobtas Barreto, Sílvio Romero
ao exame d-essa produção, algo já está sendo realizado, especialmen te no que Ee Rebelo, Caio Prado Júnior, Gil- Edt~ardo Prado, Alberto Torres:
refere à década de 30. Jl: dêsse esfõrço que surgiram os trabalhos sõbre Aze~do berto Freyre, PontEs de Miran· Sonano de Albuquerque, Olivei-
.An:taral e outros qu.e [erão publicados regularmen te.
191
190
\
mE:nta, Miguel Reale, Alberto Sales,
ra Viana, Pontes de Miranda,
Mário Uns, Pinto Ferreira, Dja·
cir Menezes, Joaquim Pimenta,
Castro Rebelo, Perdigão Malheiros,
Joaquim Nabuco, Paulo Prado, Fran-
cisco José Brandão, Teixeira Men-
TIPO DE
OBSERVAOOR
l 1\mTODO ESTADO DA
Clf!NCIA
TEMATICA

HE:rmes Lima, Miguel Reale,


des, Alvaro Bomilcar, Nicolau José
Tristão de Athayde, Gustavo Pré-científica (se co11- Origem ' do:~ indi
Dobané, João Ribeiro, Jônatas Serra-
Corção, A. Carneiro Leão, Jo- ETNOGRAFICO solidaria no século classificação, M9
no, José Maria dos Santos, Fernando XIX) línguas, cultura ma

~ g
sué de Castro, Gilberto Freyre, 0::
Carneiro, Hamilton Nogueira, Azeve- teria!
Carlos Campos, Fernando Aze-
do Amaral, Virginio Santa Rosa, ..:(
vedo, Oracy Nogueira, Giocon- 0::
<ia Mussolini, A. Rubbo Müller, Octávio de Faria, Martins de Al- ~ u Até 211 metade do sec. Relato das conquistas
Florestan Ft:rnandes, Costa Pin- meida. > ul C/)

HISTORIO-
XVIII, simples histo-
riografia . No Brasil,
portuguêsas, celebra.-
ção de feitos e gran•
to, Vitor Nunes Leal, Abelardo c5 dezas, de homens e
Montenegro, Lourival Vilanova,
Nelson de Souza Sampaio, Vi-
Anexo 3 ~
<
z
8 :l
..:(
..:!;
E-<
C/)
GRAFICO fica-se na historiografia
nações

valdi Moreira, Sigefredo Mar- O trabalho de Almir de Andrade o 0::


a! ..:(
-···· Formação da Sociologia Brasilei- ii5 ..:!; a! Estudos normativos não Afastamento ou conver~
ques Soart:s. Mect:nas Dourado, z
ra - vol. I - Os Primeiros Estudos
C/)
~..:( NORMATIVO
constituem ciência, mas gência dos co:~tumes
Adonias Lima, Jader de Carva- ~ interpretações filosófi- gentiQS em relaçJ.o ~
lho, Matos lbiapina, Euclides de Sociais no Brasil, séculos XVI, XVII ô0:: z cas ou religiosas valores cristllos
e XVIII; Rio de Janeiro - Liv. jose
Mesquita, A. B . Buys dt: Bar-
OJ~,·mpio Ed., 1941 - não foi consi- ~ iii o
ros, Fernanda Barcelos, Evaris-
derado neste artigo precisamente por z
..:(
0:: 0::

zll.li::
to de Morais Filho, Tal es de iil Economia Política fun- (f'"':~·;:..:,p- /1:&-...:~., ~
:E
Azevedo, Cotíim Neto, Augusto ater-se apenas aos três primeiros sé-
culos da história nacional e não ofe- ôt:t. g ECONOMICO/
da-se no séc. XVlif Descrição da& riquezas
com A. Smith. Antes, em produtos do solo e
Uns e Silva, Ddgado de Carva- >
recer, por isto, ponto comum de com- ..:( ~ eram os fisiocratas e sub-solo do Brasil.' A
lho, Guerreiro Ramos, Amaral ~ ltl
POLITICO mercantilistas . No Bra- historiogr<~fia = su-
paração com os demais. Deve ser si!, fica-se com a fi. cessos políticos
Fontoura. mencionado, E:ntretanto, que, apesar siocracia
Anexo 2 de admitir o A. a mesma periodiza-
ção - etapa pré-científica; etapa
População Científico.Social Brasi- científica (ver prefácio da obra) -
incluindo-se os três primeiros séculos Após a construção dêsse quadro, A introdução dos tópicos - es-
leira (excluídos os críticos U :rários na primeira etapa, o modo pt:lo qual poderíamos ampliá-lo e obter (3"' tado da ciência e temática - cons-
e os autores que começaram a pro- é feita a análise dos autores é bem partt da obra - pgs. 1•19/273) o titui, sem dúvida, uma aproximação
duzir em 1940) mais interessante do que a maioria seguinte ordenamento: Tipo de Ob- b€m mais adequada. Pena é que o
dos nossos autores-fonte. O orde- trabalho não se tivesse completa®,
servador - Seriação cronológica com a mesma orientação, pois, nesse
Pontes de Miranda, Delgado de namento dos autort:s é feito, por Al- ~ano, século) . Tipo de Obra ( car-
Carvalho, Mi:-anda Reis, Fernando mir de Andrade, de acôrdo com a caso, grande parte do trabalho de
tas, memórias, livros, etc.) Tipo elaboração da matéria-prima da his-
Pires, Florentino MenE:ze:.:, Oliveira seguinte classificação: ( 1~ e 2'~- par-
Viana, Gilberto Freyre, Jackson de tes da obra: ~gs. 17/119): de ObSV?rvação (etnográfica; histó- tória do pensamento político-social
Figueiredo, Tristã.) de Athayd e, Al- rica, etc.) . brasileiro já teria sido feita.
1) Tipos de observador; 2) Mé-
berto Torres, Uilberto Amado, V. todo utilizado; 3) Estado de ciência
Licínio Cardoso, Nt:stor Duarte, Síl- à qual se prende o método na época
vio Romero, Aníb1l Falcão, Euclides do obsE:Tvador; 4) Temática dos
da Cunha, Fernando Azevedo, Sérgio autores.
Buarque de Holanda, Caio Prado
Teríamos assim o seguinte qua-
Júnior, Afonso Arinos de Mello Fran-
co, Tavares Bastos, Paulo Egídio, dro, extraído de Almir de Andrade,
Tobias Barreto, Eduardo Prado, So- para ordenar a produção cultural
riano de Albuquerque, Joaquim Pi- brasileira:
. I 193
192

Você também pode gostar