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8 – Transformadas de
Fourier
1
J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
Relação de Parseval 30
Dualidade 30
Exemplo 8.12 30
Derivada na frequência (dual da derivada) 31
Dual da integral 31
Translação na frequência (“frequency shifting”) 32
Convolução 32
Multiplicação (dual da convolução) 33
8.5 – Interpretação da propriedade da Convolução 33
Exemplo 8.13 35
Exemplo 8.14 36
Exemplo 8.15 37
Exemplo 8.16 38
8.6 – Tabela da Transformada de Fourier de alguns sinais contínuos 40
8.7 – A Transformada de Fourier para sinais discretos 43
8.8 – Propriedades da Transformada de Fourier para sinais discretos 45
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
Transformadas de Fourier
A obra principal de Fourier tem o título: “Mémoire sur la théorie de la chaleur”, pu-
blicada no “Extrait du mémoire lu à l'Académie des sciences” le 1er décembre 1828,
1829, t. 11 p. 13-30.
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
Na figura 8.2 vemos o livro onde foi publicado esta sua obra e alguns extractos dos
originais de Fourier.
Fig. 8.2 – Alguns extractos dos originais de Fourier. O livro “Extrait du mémoire lu à
l'Académie des sciences”onde foi publicado a principal obra de Fourier e
alguns extractos dos seus originais.
Enquanto que as séries de Fourier eram definidas apenas para sinais periódicos, as
Transformadas de Fourier são definidas para uma classe de sinais muito mais ampla.
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
A série de Fourier só se aplica a sinais periódicos. Sinais que não são periódicos
(ditos sinais “aperiódicos”) têm uma outra representação com a transformada de Fou-
rier.
Um sinal aperiódico pode ser visto como um sinal periódico com um período infinito.
Mas na série de Fourier, quando o período T de um sinal periódico aumenta, a fre-
quência ωo
2π
ωo =
T
T → ∞
2π
ωo = → 0
T
as componentes em frequência (i.e., os ck ‘s) formam um contínuo, e o somatório da
série de Fourier deste sinal se converte em uma integral.
Considere portanto
ou seja, o sinal x(t) tem valores complexos, com parte real e parte imaginária.
F { x(t) } = X(jω)
permite expressar o sinal x(t), o que não era possível com a série de Fourier se o sinal
não fosse periódico, como:
1 ∞ jω t
x(t) =
2π ∫ −∞
X( j ω ) ⋅ e dω eq. (8.1)
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
onde:
∞ − j ⋅ ω⋅ t
X ( jω) = ∫−∞
x(t ) ⋅ e ⋅ dt eq. (8.2)
A equação eq. (8.1) acima é conhecida como a equação de síntese, ou também como
a fórmula da transformada inversa de Fourier.
Por outro lado a equação eq. (8.2), que dá propriamente a fórmula da transformada
de Fourier, é conhecida como as equação de análise.
Quanto à convergência destas integrais, é possível mostrar que estas fórmulas são
válidas para uma classe bastante ampla de sinais de duração infinita.
Exemplo 8.1:
Considere o sinal
−a t
x(t) = e ⋅ u1 (t) , a >0
−at
Fig. 8.3 – O sinal exponencial x ( t ) = e ⋅ u 1 (t ) , a > 0 do Exemplo 8.1.
A transformada de Fourier deste sinal x(t) pode ser calculada usando a equação
eq. (8.2).
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
∞ − at − j ⋅ ω⋅ t
X ( jω) = ∫ 0
e ⋅e ⋅ dt =
−1 − ( a + jω) t ∞
= e
(a + jω) 0
1
X ( jω) = , a>0
(a + jω)
Para esta transformada X(jω) é fácil de verificar que o diagrama de módulo |X(jω)|
tem a expressão
1
X ( jω) =
a 2 + ω2
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
ω
∠ X ( j ω ) = − arctg
a
Fig. 8.5 – A transformada de Fourier do sinal x(t). Diagrama de fase ∠X( j ω).
ω
arctg = arctg (0) = 0 ,
a
e portanto
∠ X ( j0) = − arctg ( 0 ) = 0 .
ω π
Também é fácil verificar que se ω = –a, então tg −1 = tg −1 (− 1) = − , e portanto
a 4
ω π
∠ X ( j ω ) = − arctg →
a 4
ω π
Por outro lado, se ω = a, então arctg = arctg (1) = e portanto
a 4
8
J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
ω π
∠ X ( j ω ) = − arctg → −
a 4
Note também que se ω → – ∞, então
ω ω π
arctg = lim arctg ≅ arctg (− ∞ ) → − ,
ω → −∞
a a 2
e portanto
ω π
∠ X ( j ω ) = − arctg →
a 2
ω ω π
arctg = lim arctg ≅ arctg (∞ ) → ,
ω→∞
a a 2
e portanto
ω π
∠ X ( j ω ) = − arctg → −
a 2
Exemplo 8.2:
−a t
Fig. 8.6 – O sinal x (t ) = e , a > 0 do Exemplo 8.2.
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
A transformada de Fourier de x(t) pode ser calculada usando a equação eq. (8.2).
∞ −a t − j ⋅ ω⋅ t
X ( jω) = ∫ 0
e ⋅e ⋅ dt =
0 at − j ⋅ ω⋅ t ∞ −a t − j ⋅ ω⋅ t
= ∫ −∞
e ⋅e ⋅ dt + ∫ 0
e ⋅e ⋅ dt =
1 0 1 ∞
( a − jω) t − ( a + jω) t
= ⋅e + e
(a − jω) −∞ − (a + jω) 0
1 1
= +
(a − ω) (a + ω)
2a
X ( jω) =
(a − ω2 )
2
2a
X ( jω) =
(a 2 − ω2 )
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
Como o X(jω) tem valores reais positivos para | ω | < a e valores reais e negativos
para | ω | < a, o diagrama de fase ∠ X(jω) é tem a expressão
0 , se − a < ω < a
∠ X ( jω) =
− π , se ω < −a ou ω> a
Exemplo 8.3:
1 , se t < a
x(t) =
0 , se t > a
a − j ⋅ ω⋅ t
X ( jω ) = ∫ −a 1⋅ e ⋅ dt =
−1 ( − j ω) t a
= ⋅e
( j ω) −a
e logo,
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
X ( jω ) =
1
jω
(
⋅ e aω j − e − aω j )
e portanto, usando Eüler, a transformada de Fourier deste sinal x(t) é dada por:
2 sen ( a ω )
X ( jω ) =
ω
Portanto, esta transformada de Fourier X(jω) também só tem valores reais ∀ ω, mas
entretanto, os valores que X(jω) assume são ora positivos e ora negativos, devido às
oscilações do seno.
Logo, é fácil de se obter o diagrama de módulo |X(jω)| conforme pode-se ver ilus-
trado na figura 8.11.
Ou seja,
0 se X ( jω) > 0
∠ X ( jω) =
− π se X ( jω) < 0
Note que se
X ( j ω ) = 2π ⋅ u o (ω − ωo )
então
1 ∞ j ⋅ ω⋅ t
x (t ) = ⋅ ∫ 2π ⋅ u o (ω − ω o ) ⋅ e ⋅ dω =
2π − ∞
∞ j ⋅ ω⋅ t
= ∫ −∞
u o (ω − ω o ) ⋅ e ⋅ dω =
j ωo t
= e
Logo, se
∞
X ( jω) = ∑ 2π ⋅ c
k = −∞
k ⋅ u o (ω − kω o ) eq. (8.3)
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
∞
j k ωo
x (t ) = ∑c ⋅e
t
k
k = −∞
“train of impulses”
e define a transformada de Fourier para os sinais que são periódicos em função dos
coeficientes ck’s da série de Fourier exponencial.
Exemplo 8.4:
x(t) = sen(ωot)
1
se k = 1 ⇒ c1 =
2j
1
se k = −1 ⇒ c −1 = −
2j
se k ∉ { − 1, 1 } ⇒ ck = 0
π π
X ( jω) = ⋅ u o ( ω − ω o ) − ⋅ u o (ω + ω o )
j j
Exemplo 8.5:
x(t) = cos(ωot)
1
se k = 1 ⇒ c1 =
2
se k = −1 ⇒ c−1 =
1
2
se k ∉ { − 1 , 1 } ⇒ ck = 0
X ( j ω ) = π ⋅ u o (ω + ω o ) + π ⋅ u o (ω − ω o )
Exemplo 8.6:
− 1 , se −1 < t < 0
x(t) =
1, se 0 < t < 1
que após ser repetido (ou estendido) para a direita de t = 1 e para esquerda de t = –1,
nos dá um sinal periódico para ∀t (∞ < t < ∞ ), ilustrado na figura 8.15.
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
2π
ωo = = π
T
No Exemplo 7.2 vimos que os coeficientes cks da série de Fourier complexa são:
0, se k = 0, ± 2, ± 4, ...
ck = − 2
j, se k = ±1, ± 3, ± 5, ...
π k
∞
X ( jω ) = ∑ 2π ⋅ c
k = −∞
k ⋅ u o ( ω − k ωo ) =
−2
= ∑ 2 π ⋅
πk
j ⋅ u o ( ω − k π) =
k = ±1, ±3, ±5 ,K
−4
= ∑
k = ±1, ±3, ±5 ,K k
j ⋅ u o (ω − kπ)
± 4j ± 4j
que é um “train of impulses” complexos com áreas: ± 4 j , , , K localizados
3 5
em ω = ± π, ± 3π, ± 5π,K , respectivamente. Logo, é fácil de se obter o diagrama de
módulo |X(jω)| conforme pode-se ver ilustrado na figura 8.16.
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
Para o diagrama de fase ∠ X(jω), note que quando os impulsos estão multiplicados
por +j, o ângulo (ou fase) é π/2 (ou 90º); e quando os impulsos estão multiplicados
por –j, o ângulo (ou fase) é –π/2 (ou –90º). Isso pode se ver ilustrado na figura 8.17.
Exemplo 8.7:
1 , se t <a
x(t) = T
0 , se a< t <
2
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
e suponha que foi estendido para esquerda e para direita, tornando-o um sinal perió-
dico, como se encontra-se ilustrado na figura 8.18.
1 a
co =
T ∫ −a 1 ⋅ dt
2a
=
T
1 a − j ωo ⋅k t
ck =
T ∫ −a 1⋅ e ⋅ dt =
1 −j ωo ⋅k t a
= − ⋅e =
j ⋅ ωo ⋅ k ⋅ T −a
e j ωo ⋅k a − j ωo ⋅k a
2 −e ,
= k≠0
ωo ⋅ k ⋅ T 2j
2π
onde ω o = . Agora, usando-se as equações de Eüler temos que:
T
2 sen ( k ω o a )
ck = , k≠0
k ωo T
ou, equivalentemente:
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
sen ( k ω o a )
ck = , k≠0
kπ
∞
= ∑
k = −∞
γ k ⋅ u o (ω − kωo )
onde:
4πa
se k = 0
T
γk =
sen ( k ωo a )
2 ⋅ se k ≠ 0
k
Na figura 8.19 pode-se ver o gráfico de X(jω) x ω para o caso particular de T = 4a.
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
1
co = γo = π
2
1 γ1 = γ −1 = 2
c1 = c −1 =
π
c 2 = c −2 = 0 γ 2 = γ −2 = 0
2
c 3 = c −3 = −
1 γ 3 = γ −3 = −
3π 3
c 4 = c −4 = 0 γ 4 = γ −4 = 0
1 2
c 5 = c −5 = − γ 5 = γ −5 = −
5π 5
c 6 = c −6 = 0 γ 6 = γ −6 = 0
M M
Linearidade:
Suponha que
x1(t) e x2(t) são dois sinais contínuos.
e que
y( t ) = α x1 ( t ) + β x 2 ( t )
ou seja,
F { α x1 ( t ) + β x 2 ( t ) } = α ⋅F { x1 ( t ) } + β⋅ F { x 2 (t) }
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
y( t ) = x ( t − t o )
ou seja, y (t) é o sinal x (t) com uma translação (shift) no tempo, de to.
Nota:
F { x(t − t o ) } = e
− j ω to
⋅ X ( jω) =
j [( ∠X ( jω) − ωt o ]
= X ( jω) ⋅ e
⇓
uma translação ou shift (de ωto)
na transformada X(jω) deste sinal.
Exemplo 8.8:
Considere o sinal x(t) da figura 8.20:
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
Este sinal pode ser reescrito em função de dois sinais transladados: x 1 ( t − 2,5) e
x 2 ( t − 2,5) :
x ( t ) = x 1 ( t − 2,5) + x 2 ( t − 2,5)
ω 3ω
−j
5ω sen 2 + 2 sen 2
X ( jω) = e 2 ⋅
ω
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
Conjugação:
Suponha que
x(t) é um sinal com período T e tem coeficientes de Fourier c k
e que
y( t ) = x ∗ ( t )
Y ( jω) = X∗ ( − jω)
F { x (t) } =
∗
X ∗ (− jω)
Nota:
Se x(t) ∈ R, então
X ( jω) = X ∗ ( − jω)
Re{ X ( jω) } = Re{ X ( − jω) } (a parte real de X(jω) é par) eq. (8.4)
Im{ X ( jω) } = − Im{ X ( − jω) } (a parte imaginária de X(jω) é ímpar) eq. (8.5)
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
Fig. 8.22 – Diagrama esquemático que mostra o módulo e a fase de ambos z e z*.
z = z∗
e
∠ z = − ∠ z∗
( X ( jω) e ∠ X ( jω) ) ,
( Re { X (− jω) } e Im { X ( − jω) }) ,
pois estes valores para frequências negativas ( ω < 0 ) podem ser determinados
usando as relações acima [ eq. (8.4) e eq. (8.5), ou eq. (8.6) e eq. (8.7)].
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
Outro detalhe:
Se x(t) ∈ R é um sinal par (x ( t ) = x (− t ) ) ⇒
X ( jω) ∈ R, isto é, X ( jω) ∈ eixo real; e
X ( jω) = X ( − jω) , isto é, X ( jω) é par.
(a transformada de Fourier é uma função real e par)
Exemplo 8.9:
−a t
x(t) = e , a>0
que vimos na figura 8.6 (Exemplo 8.2) acima. Mas, pelo resultado do Exemplo 8.1
sabemos que:
F { x(t) ⋅ u 1 (t) } = 1
(a + jω)
e como
e −a t se t>0
x(t ) =
e a t se t<0
−a t
x(t ) = e ⋅ u1 ( t ) + e ⋅ u1 ( − t ) =
at
e − a t ⋅ u1 ( t ) + e a t ⋅ u1 ( − t )
= 2 =
2
= 2 ⋅ Ev e { −a t
⋅ u1 ( t ) }
Agora, usando a eq. (8.8) acima, temos que:
F { Ev {e −a t ⋅ u (t) } } = Re (a +1 jω)
1
logo,
1
= 2 ⋅ Re =
(a + jω)
2a
=
(
a + ω2
2
)
que foi o resultado obtido no Exemplo 8.2.
Derivadas:
Y ( jω) = jω ⋅ X ( jω)
ou seja,
dx
F ( t ) = jω ⋅ F { x(t) }
dt
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
Nota:
Para o caso de derivadas de ordem 2 ou mais, pode-se aplicar esta regra sucessivas
vezes. Por exemplo, no caso da segunda derivada, se
d2x
y( t ) = 2
dt
ou seja,
d2x
F 2 = − ω2 ⋅F { x(t) }
dt
Integral:
t
y( t ) = ∫
−∞
x ( t ) dt
1
Y ( jω) = ⋅ X ( jω) + πX (0) u o (ω)
jω
ou seja,
F {∫ t
−∞
x ( τ) dτ }= 1
jω
⋅F { x (t) } + πX (0) u o (ω)
Exemplo 8.10:
{ u o (t) }
∞
F = ∫ u o ( t ) ⋅ e − jωt dt
−∞
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
e usando a propriedade da integral para o impulso unitário uo(t), que vimos no capí-
tulo 3 [eq. (3.13)], isto é,
β
∫ α
x ( t ) ⋅ u o ( t − a ) dt = x (a ), α<a <β
obtemos que:
F { u o (t) } = e
− j ωt
=1
t=0
Exemplo 8.11:
x (t ) = u 1 (t )
Como
t
x(t) = ∫ −∞
u o ( τ) d τ
1
X ( jω) = + π⋅1 ⋅ u o (ω)
jω
F { u 1 (t) } = 1
+ π⋅ u o (ω)
jω
du1
u o (t) = (t)
dt
28
J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
F { u o (t) } = jω ⋅ F { u 1 (t) } =
1
= jω ⋅ + π⋅ u o (ω) =
jω
= 1 + j⋅ π ⋅ u o (ω) ⋅ ω
u o (ω) ⋅ ω = 0
e portanto:
F { u o (t) } = 1
Y ( jω) = X ( − jω)
ou seja,
F { x (− t ) } = X ( − jω)
29
J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
Relação de Parseval:
Suponha que x(t) é um sinal. Então, mostra-se que a energia total do sinal
∞
E∞ = ∫−∞
x 2 ( t ) dt
∞ 1 ∞
E = ∫ x 2 ( t ) dt = ⋅ ∫ X ( jω ) dω
2
−∞ 2π −∞
Dualidade:
F { x1 ( t ) } = X1 ( j ω)
F { x 2 (t) } = X 2 ( j ω)
Mostra-se que: se
x 2 ( t ) = X 1 ( jω ) ω= t
então,
X 2 ( jω ) = 2π ⋅ x 1 ( t ) t =ω
Exemplo 8.12:
− t
f (t) = e
então:
F( jω) = F { f (t ) } =
2
( 1 + ω2 )
30
J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
Logo, se
2
g( t ) =
( 1+ t 2 )
então, pela propriedade da dualidade:
− ω
G ( jω) = F { g(t ) } = 2π ⋅ e
y( t ) = − ( jt ) ⋅ x ( t )
dX ( jω)
Y ( jω) =
dω
ou seja,
d
F { − j t ⋅ x (t ) } = (F { x ( t ) })
dω
Dual da integral:
1
y( t ) = − ⋅ x ( t ) + π⋅ x (0) ⋅ u o ( t )
jt
1 ω
F ⋅ x ( t ) + π⋅ x (0) ⋅ u o ( t ) =
jt
∫−∞
X ( γ ) dγ
31
J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
j ω to
y( t ) = e ⋅ x(t)
jω to
ou seja, y(t) é o sinal x(t) multiplicado por e .
Y( jω) = X( j (ω − ω o ) )
ou seja,
F {e j ω to
}
⋅ x ( t ) = X ( j (ω − ω o ) )
Convolução:
∞
y( t ) = ∫−∞
x 1 ( t − τ) ⋅ x 2 ( τ) d τ =
= x1 ( t ) ∗ x 2 ( t )
Y ( jω) = X 1( j ω) ⋅ X 2 ( j ω)
ou seja,
F { x 1 (t) ∗ x 2 (t) } = F { x 1 ( t ) }⋅ F { x 2 ( t ) }
= X 1 ( j ω) ⋅ X 2 ( j ω)
y( t ) = x 1 ( t ) ⋅ x 2 ( t )
∫ X ( j θ) ⋅ X ( j ⋅( ω − θ )) ⋅ dθ
1
Y ( jω) =
2π
1 2
−∞
ou seja,
∞
F { x 1 (t) ⋅ x 2 (t) } =
1
∫ X ( j θ) ⋅ X ( j ⋅( ω − θ ) ) ⋅ dθ
2π
1 2
−∞
Já vimos no capítulo 4 (sobre Sistemas) que a saída y(t) de um sistema linear e inva-
riante no tempo (SLIT) é a convolução de h(t) [resposta do sistema ao impulso unitá-
rio] com x(t) [sinal de entrada do sistema].
A figura 8.23 ilustra o que foi dito acima através do diagrama de blocos (caixa preta)
de um sistema termos de x(t), h(t) e y(t), conforme visto no capítulo 4.
33
J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
onde:
Além disso, também foi visto no capítulo 4 (sobre Sistemas) que se dois sistemas S1 e
S2, lineares e invariantes no tempo (SLIT), estão ligados em cascata, conforme ilustra
a figura 8.26, então a resposta à entrada impulso unitário dos dois sistemas juntos
(S1 e S2) é a convolução ( h1(t) * h2(t) ).
Portanto, a saída y(t) deste sistema em cascata é a convolução (dupla) de h1(t) com
h2(t) com x(t).
y(t ) = h 1 (t ) ∗ h 2 (t ) ∗ x (t )
Este sistema em cascata pode ser representado de forma equivalente por apenas um
bloco conforme mostra a figura 8.28.
H ( jω) = H 1 ( j ω) ⋅ H 2 ( j ω)
F { y( t ) } = F { h 1 (t ) }⋅ F { h 2 ( t ) }⋅ F { x (t ) }
= H 1 ( j ω) ⋅ H 2 ( j ω) ⋅ X ( j ω)
Exemplo 8.13:
h ( t ) = u o (t − t o ) .
⋅ F {u o (t )} =
− jω t o
H( jω) = e
− jω t o
= e
− jωt o
Fig. 8.30 – Diagrama esquemático de um sistema SLIT com H( jω) = e .
Portanto, para uma entrada x(t) com transformada de Fourier X(jω) = F {x(t)}, tem-
se que a transformada de Fourier da saída y(t), Y(jω) = F {y(t)} é dada por
Y ( jω) = H ( j ω) ⋅ X ( j ω) =
⋅ X ( j ω)
− jω t o
= e
observamos que a saída y(t) é o sinal x(t) com uma translação (shift) de to e que este
sistema é o “sistema com retardo” (time delay system).
Exemplo 8.14:
dx
y( t ) = (t )
dt
Y ( jω) = F {y ( t ) } = jω ⋅ X ( j ω)
36
J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
H ( j ω) = j ω
du o ( t )
h (t ) =
dt
H ( jω) = j ω ⋅ F {u o ( t ) } =
= jω
Exemplo 8.15:
Considere agora o sistema SLIT abaixo chamado de “integrador”, onde para um sinal
de entrada x(t) a saída y(t) é a sua integral
t
y( t ) = ∫ −∞
x ( τ) d τ
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J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
F {∫ −∞
t
}
u 1 ( τ) d τ =
1
jω
+ π u o (ω)
e, como
h (t ) =
t
∫−∞
u o ( τ) d τ
1
H ( jω) = F {h ( t ) } = + π u o (ω) .
jω
⋅ X ( jω) + π⋅ X (0 ) ⋅ u o (ω)
1
=
jω
F {∫ t
−∞
x ( τ) d τ =} 1
jω
⋅ X ( jω ) + π⋅ X (0 ) ⋅ u o (ω)
Exemplo 8.16:
38
J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
1 se ω < ωc
H ( jω ) =
0 se ω > ωc
Fig. 8.35 – Diagrama esquemático do filtro passa-baixa ideal (“low pass band filter”).
h (t ) = F -1 { H ( jω)} =
sen (ωc t )
=
πt
Fig. 8.36 – Gráfico de h(t) do filtro passa-baixa ideal (“low pass band filter”).
39
J. A. M. Felippe de Souza 8 – Transformadas de Fourier
x(t) ω)
X(jω
X ( jω) =
1
x(t) = u1(t) + π ⋅ u o (ω)
jω
X ( jω) =
1 1
x(t) = u2(t) + u o (ω)
( j ω) 2
j
x(t) = e
jωt X ( jω) = 2π u o (ω − ωo )
X ( jω) =
1
x( t ) = t ⋅ e − at u1 (t ) , a > 0
(a + jω) 2
X ( jω) =
t n −1 1
x(t ) = ⋅ e − at u1 ( t ) , a > 0 (a + jω) n
(n − 1)!
sen(ω c t ) 1 se ω < ω c
x (t ) = X ( jω ) =
πt 0 se ω > ω c
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