Meneses convence o amigo Roberto a emprestar seu apartamento para encontrar-se com uma mulher casada com quem está interessado. Ao chegar no encontro, a mulher revela que seu marido é seu cafetão e cobra 500 reais pelo programa sexual. Meneses fica chocado e sai gritando que a mulher é uma prostituta.
Descrição original:
Esquete de Pablito Torres, inspirada em conto de Nelson Rodrigues de mesmo título.
Meneses convence o amigo Roberto a emprestar seu apartamento para encontrar-se com uma mulher casada com quem está interessado. Ao chegar no encontro, a mulher revela que seu marido é seu cafetão e cobra 500 reais pelo programa sexual. Meneses fica chocado e sai gritando que a mulher é uma prostituta.
Meneses convence o amigo Roberto a emprestar seu apartamento para encontrar-se com uma mulher casada com quem está interessado. Ao chegar no encontro, a mulher revela que seu marido é seu cafetão e cobra 500 reais pelo programa sexual. Meneses fica chocado e sai gritando que a mulher é uma prostituta.
- Numa sala de repartição pública, três amigos trabalham e um está ao telefone.
MENESES - Topou! Ela topou!
MEIRELES - Batata? MENESES - Batatíssima. ROBERTO - Vale? Justifica? MENESES - Se vale? Se Justifica? Ô rapaz! È a melhor mulher do rio de Janeiro! Casada, e te digo mais: séria pra chuchu. JOAQUIM - Série e trai o marido? MENESES - Gosta de mim, entende? De mais a mais, escuta: o marido é uma fera! O marido é uma besta! MEIRELES - Você dá sorte com mulher! Como você nunca vi... Você tem uma estrela miserável. MENESES – Agora só falta arrumar um lugar para levar a dona. Vocês sabem, né? Tenho que impressionar a mulher. ROBERTO – Leva num motel daqueles de luxo. MENESES – Você tá louco! Mulher séria, recatada. Se eu sugerir levá-la para um motel ela pode pensar que eu só quero sexo com ela e acabar pulando fora. JOAQUIM – Ora bolas! Mas não é só sexo o que você quer com ela? MENESES – É sim, mas ela não precisa ficar sabendo disso. Além do mais, é casada. Eu tenho que ir com calma se não acabo assustando. JOAQUIM – Você conhece o marido dela? MENESES – Só sei que é um pediatra. Dizem que é um médico muito sério e respeitado. ROBERTO – E não te dá um peso na consciência estar corneando o pobre enquanto ele fica lá, cuidando das criancinhas. MENESES – As vocês até que fico com isso na cabeça. Mas vocês sabem, né? É uma mulher e tanto! Roberto, você precisa me emprestar seu apartamento. ROBERTO – Tá maluco? Minha mãe mora lá também. Pode tirar essa idéia da cabeça. MENESES – É por uma boa causa. Além do mais, você é o único solteiro... Não tem essa coisa de mulher em casa o dia todo. ROBERTO – E minha mãe? Não fica em casa o dia todo não? MENESES – Sua mãe... você dá um jeito dela passar uma tarde fora. MEIRELES – É isso aí Roberto! Você não pode deixar de colaborar. Afinal, somos ou não somos amigos. ROBERTO – Você fala isso porque não é sua casa. Não é sua mãe. MENESES – Rapaz, se você conhecesse a mulher iria entender o porque da minha dedicação. A mulher á um espetáculo. Um poço de virtude. Só está saindo comigo porque o marido dela é um banana. E vocês sabem... Os bananas sempre dançam. JOAQUIM – To achando você interessado demais nessa mulher. MENESES – Vou confessar uma coisa a vocês. Eu estou na cola dela a algum tempo. Encantei-me pela mulher. Acho até que seria capaz de ter algo mais sério com ela, se ela topasse deixar o marido dela. MEIRELES – Nossa! Então o caso é sério mesmo? Você está apaixonado pela tal. MENESES – Estou de quatro! Também, uma mulher como ela não se acha por ai dando sopa. ROBERTO – Tudo bem! Como tem sentimento envolvido nisso aí, vou quebrar seu galho. Liga pra ela e marque o encontro na minha casa que eu dou um jeito de minha mãe passar a tarde fora. MENESES – Obrigado, meu amigo! Obrigado!
- Meneses pega o telefone e faz a ligação.
MENESES – Alô! Sou eu, o Meneses. Já arrumei um lugarzinho ótimo para nos encontrarmos. É um apartamentinho sensacional na Barata Ribeiro, esquina com a Atlântica. Vamos fazer o seguinte: eu vou primeiro, por volta das duas horas e você chega uma hora depois. É no n° 321, apartamento 204. Vou deixar a porta aberta, encostada. Você vai entrando. Tudo bem! Estarei te esperando. Um beijo.
- Meneses desliga o telefone e mal consegue falar de emoção. Abraça os amigos,
um por um. Todos saem de cena. O ambiente que antes era a repartição pública, agora é a sala do apartamento. Meneses ansioso anda de um lado para o outro.
MENESES – Calma Meneses, calma!
- Algum tempo depois, ela chega.
MULHER – Oi! Desculpe o atraso.
MENESES – Eu já estava ansioso. Achei que você não viesse. MULHER – Demorei porque meu Marido se atrasou. MENESES – Como assim, seu marido se atrasou? MULHER – Foi ele quem me trouxe. MENESES – O que? Então seu marido... MULHER – Está lá em baixo me esperando. Eu não posso demorar muito. Melhor a gente ir direto ao assunto. MENESES – Não é possível! Não pode ser! Ou é piada sua? MULHER – Meu marido sabe sim. Vai desabotoa logo a sua calça. MENESES – Quer dizer que...
- A mulher desabotoando sua blusa, estende a mão a fala.
MULHER – Quinhentos reais.
MENESES – Não! Assim eu não quero. Melhor a gente desistir. MULHER – Desistir! Nem pensar. São Quinhentos reais. É quanto meu marido cobra. Meu marido é quem trata os preços. Quinhentos reais.
- Meneses, fora de si, deixa a mulher plantada no centro da sala e sai gritando.