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Guia Simplificado de Indentificação de Cogumelos Mágicos Na Natureza - David Saleeby
Guia Simplificado de Indentificação de Cogumelos Mágicos Na Natureza - David Saleeby
I. INTRODUÇÃO........................................................... 3
IV. CONCLUSÃO......................................................... 23
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I. INTRODUÇÃO
A você que se interessa por ingerir cogumelos, mas não sabe onde e
como consegui-los, saiba que eles podem estar mais perto de você do
que você imagina. As informações a seguir, asseguro-lhe, são suficientes
para que você saia de onde está e os encontre com sucesso, sem que você
precise recorrer à ajuda / companhia de alguém experiente.
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caso. “Temperatura” é a última, mas não menos importante, das
condições de aparecimento de cogumelos mágicos na Natureza.
Calor não deve ser confundido, aqui, com luz solar pura e simples.
Cogumelos são estruturas fúngicas, e fungos não fazem fotossíntese,
e não necessitam de luz, a não ser para que seus cogumelos
orientem-se espacialmente. Excesso de luz do sol incidindo sobre
cogumelos é altamente prejudicial para os mesmos, de maneira que
estes podem queimar-se facilmente num dia de sol muito quente se
não forem colhidos logo pela manhã. Atente-se para este detalhe e
saia para coletá-los logo cedo. Assim você encontrará os espécimes
mais frescos e saudáveis.
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II. PSILOCYBE CUBENSIS
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Veja que o cogumelo maior, à esquerda, apresenta uma tonalidade um
pouco menos sólida, numa espécie de bronze brilhante/metalizado,
diferenciando-se bastante do padrão degradê dos cogumelos da primeira
imagem. Entretanto, ele também é um Psilocybe cubensis. O que ocorre
aí é que a luz solar pode ter queimado um pouco seu chapéu e/ou ele
pode ter sido tingido pela esporulação proveniente dos cogumelos que
estão acima dele, no mesmo substrato, o que é normal. Sendo assim, a
coloração dos Psilocybe cubensis pode variar, e você pode encontrar
desde cogumelos brancos e sutilmente amarelados, alguns
amarronzados, dourados e bronzeados, a cogumelos bem escurecidos
pela ação da luz solar e/ou do esporulamento proveniente de outros
cogumelos.
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Veja:
Outro detalhe:
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Todos os Psilocybe cubensis, sem exceção, apresentam esta estrutura
escura ao redor da estipe (talo), logo abaixo do chapéu. Este tecido
chama-se véu e sua função é a de proteger as lamelas (parte de baixo do
chapéu) até antes de o chapéu abrir-se. Depois de o chapéu romper o
véu, este último permanece preso à estipe, mas pode também
desprender-se por influência do ambiente. Na maioria das vezes,
entretanto, você encontrará estes cogumelos com o véu ainda ligado à
estipe.
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Alguns cogumelos podem abrir-se tanto que o chapéu pode virar-se “do
avesso”. Este é um cogumelo de Psilocybe cubensis bastante maduro, já
aproximando-se do fim de seu ciclo.
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Agora, outra característica:
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Observe mais fotos de Psilocybe cubensis selvagens:
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não constituir seu substrato, pode favorecer ao desenvolvimento da
mesma na medida em que retém certa umidade, útil à vida do micélio, e
oferece um pouco de sombra aos cogumelos. Lembre-se: Cogumelos
necessitam de calor, não de luz, a não ser para apenas orientarem-se
espacialmente. O excesso de luz solar direta sobre cogumelos pode ser
prejudicial a eles.
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Depois de verificadas todas essas características visuais que dizem
respeito à tonalidade, forma e estrutura, do cogumelo, é hora de ater-se a
um detalhe último, que atesta a psicoatividade do mesmo, que é o
azulamento. Todo cogumelo mágico que sintetiza psilocibina / psilocina
azula quando exposto a qualquer injúria / dano, por menor que seja. O
azulamento de um cogumelo confirma a presença de psilocibina /
psilocina em sua composição química. Tecnicamente, ele ocorre em
detrimento da oxidação enzimática de substratos indólicos, como
triptofano, serotonina ou psilocibina, mas interessa-nos, aqui, saber que
o azulamento é a última das características a ser observadas em um
cogumelo, e, que, se ela de fato ocorrer, você encontrou o prêmio por
sua caçada.
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Para verificar se ocorre a oxidação enzimática que azula o cogumelo,
basta que você esmague, quebre, ou arranque um pedaço de qualquer
parte do mesmo. Não é necessário ferir excessivamente o cogumelo, de
maneira que dobrar a estipe já é suficiente. Em alguns segundos a
coloração já é visível.
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Estes cogumelos são a prova de que nos menores frascos é que estão os
melhores perfumes, pois são pequenos se comparados aos Psilocybe,
mas mais potentes do que eles. Observe que com relação à tonalidade
são, até certo ponto, parecidos. Os Panaeolus, porém, costumam
apresentar um gradiente de cores mais intenso, pelo qual se note menos a
cor amarela e mais o cinza harmonizando com o marrom. Há, entretanto,
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a possibilidade de se encontrar Panaeolus mais claros, como os da foto
abaixo:
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Nesta foto é possível perceber a diferença de tamanho do cogumelo
maior, um Psilocybe, para os menores, todos Panaeolus. Observe a estipe
azulada de alguns deles.
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Veja outras fotos de Panaeolus antillarum:
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pontiagudo, enquanto que o chapéu do antillarum é mais arredondando.
Fique atento, às vezes estas diferenças podem ser bastante sutis.
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atente-se para o teste de azulamento. Através dele é que você deve bater
o martelo e ter certeza de que encontrou o que procura.
Panaeolus demoram um pouco mais para azularem depois de
submetidos a uma injúria, mas não mais que alguns minutos.
Psilocybe azulam mais rapidamente, quase que instantaneamente.
Ambos, Panaeolus e Psilocybe, possuem um cheiro ligeiramente
adocicado.
Ambos possuem a parte de baixo do chapéu (lamelas)
acinzentadas. Não colete cogumelos que se pareçam muito com eles,
mas que, por outro lado, possuam lamelas amarronzadas,
amareladas, ou de qualquer outra tonalidade.
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Veja que as lamelas
deste cogumelo são
marrons. Lamelas de
Psilocybe cubensis
são cinzas. Além do
mais, ele está partido
ao meio e não
apresenta azulamento.
Este, portanto, não é
um cogumelo mágico.
NÃO toque em
cogumelos
inteiramente amarelos,
marrons, roxos,
vermelhos, mesmo
que se aproximem de
alguma das
características que
você procura como
forma e o substrato
em que se
desenvolvem. A
tonalidade deve ser a
primeira das
características a ser
observada.
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Estes pertencem ao gênero Lepiota, e, dentre eles, alguns podem
produzir amanitinas, que podem ser bastante tóxicas. Não mexa com
eles.
IV. CONCLUSÃO
O objetivo deste singelo material não é o de torná-lo um expert em
micologia, uma vez que reúno aqui apenas as informações mais básicas
possíveis relacionadas à identificação de cogumelos mágicos dos
gêneros Panaeolus e Psilocybe, na Natureza. A fim de aprimorar seus
conhecimentos de maneira técnica e/ou avançada, você deve estudar
outros materiais. A internet está cheia de boa informação. No Google
Acadêmico, por exemplo, você pode encontrar e-books, artigos
científicos, teses, dissertações, e documentos dos mais variados
gabaritos. Tudo só depende de seu interesse e de sua pré-disposição em
se especializar no assunto. Eu sugeriria também um fórum, bastante
organizado, e rico em informações, chamado Teonanacatl
(teonanacatl.org), e grupos específicos no próprio Facebook, como o
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"Cogumelos e Enteógenos", "Cogumelos Mágicos", e o "Micologia dos
Cubes", com preferência a este último, por reunir cultivadores e
apreciadores de cogumelos mais experientes.
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