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RESUMO
Práticas de ensino que requerem participação ativa do estudante e maior envolvimento com a
temática a ser aprendida mostram-se mais efetivas, pois, implicam na construção do
conhecimento por meio da análise de suas experiências concretas. O objetivo desse artigo foi
analisar a estratégia de ensino proposta no âmbito de uma disciplina de metodologia de
pesquisa científica, que consistiu no desenvolvimento de uma pesquisa empírica, incluindo
trabalho de campo, realizada pela professora e pelos estudantes da turma em um hospital
universitário. A pesquisa modelo, enquanto estratégia didática, é discutida em profundidade
em seu percurso de desenvolvimento coletivo, suas etapas e impactos no acompanhamento
da disciplina bem como em outras atividades acadêmicas inerentes à graduação. Entre as
potencialidades da estratégia destacaram-se a oportunidade do primeiro contato com a
metodologia necessária para o desenvolvimento de uma pesquisa científica; a interação com
os participantes da pesquisa e com os estudantes de períodos distintos; a troca de experiências
através da conciliação de conteúdos teóricos e práticos no processo de aprendizagem; e a
produção de conhecimento para o campo da Terapia Ocupacional por meio da própria
“pesquisa modelo”.
INTRODUÇÃO
A pesquisa realizada por Leite e Andrade (2015) com 100 estudantes de cinco
instituições de ensino superior, obteve como resultado que 70% dos entrevistados relataram
que ou não souberam efetuar em prática o conhecimento obtido, ou acharam a disciplina de
metodologia chata ou alegaram que o professor ensinou mal e não tinha domínio do conteúdo.
Learning bydoing (ou “aprender fazendo”), nos remete ao filósofo norte americano
John Dewey (1997), para quem o conhecimento humano só tem importância desde que sirva
de instrumento para a resolução de problemas reais. Dewey defende que o ser humano tem
mais êxito ao aprender fazendo. Para ele, o aprendizado se dá pela ação e não pela instrução e
defendia que a instituição de ensino deveria ser um ambiente de experiências instigadoras no
qual o professor deve ser o incentivador, propiciando um espaço de descobertas em que o
conhecimento não seja, exclusivamente, apresentado por si, mas que o estudante
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conjuntamente busque e construa seu aprendizado baseado no desenvolvimento do raciocínio
e do espírito crítico-reflexivo. Desta forma, Dewey (1997) compreende a educação como
práxis transformadora, o que implica na formação de cidadãos criativos e com capacidade
para gerenciar sua liberdade em uma sociedade democrática.
A pesquisa propriamente dita foi iniciada em fevereiro de 2019, após sua aprovação no
comitê de ética, com reuniões periódicas da equipe de pesquisa e com o desenvolvimento de
Com as referidas anuências, foi iniciada a elaboração do roteiro das entrevistas que
seriam usadas para coleta de dados, do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e dos
demais documentos inerentes à pesquisa. Nesse momento o grupo já estava funcionando
como um grupo de pesquisa o que foi claramente um ensaio para experiências futuras. A
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submissão do projeto e sua posterior aprovação na Plataforma Brasil conferiu mais
credibilidade ao projeto.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 23ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999