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THAU VII

CONTEXTUALISMO
A Escola de Veneza
Vittorio Vittorio Gregotti, arquiteto e teórico, foi responsável pela introdução
de muitos temas importantes para a crítica italiana do movimento

Gregotti moderno e da arquitetura contemporânea.

Gregotti, Aldo Rossi e Manfredo Tafuri são associados à Escola de


apresentação
Veneza, cujo nome oficial é Instituto de Arquitetura e Universidade
de Veneza -IAUV. Entre os membros do Instituto, há neorracionalistas
e neomarxistas, que têm em comum a preocupação com o "papel
social fundamental da arquitetura" e consideram que seu trabalho é
uma crítica do modernismo e da modernização.

Os editoriais de Gregotti da década de 1980, como "A necessidade da


teoria" e "O exercício do detalhe" são bem característicos do
movimento neorracionalista. Procura reestabelecer as fundações
teóricas do projeto arquitetônico e desenvolver um metódo lógico de
projeto.
Vittorio Gregotti adiciona duas importantes ideias (lugar e genius loci) ao
programa neorracionalista para a cidade e para as tipologias de

Gregotti construção da forma. Sua teoria de lugar e do genius loci deriva da


fenomenologia de Heidegger. Gregotti estabelece como origem da
arquitetura o gesto de fincar a primeira pedra no chão, um ato de
apresentação
reconhecimento de um lugar. Criar uma "arquitetura do contexto",
revelando a natureza por meio da modificação, mediação e utilização
da paisagem.

As intervenções formais revelam a verdade poética do local da


construção, que se torna indispensável porque a paisagem e a
natureza são vistas em geral como "a soma total de todas as coisas"
geográficas e históricas.

São exemplos dessa modificação: ordernar geometricamente a


natureza, idealizá-la e invocá-la como um espelho da verdade.
Vittorio
A teoria dos materiais da arquitetura e a proeminência da figura
como estrutura organizativa foram fundamentais nesse livro, mas

Gregotti
não resolveram os problemas organizacionais específicos daquele
projeto. O livro tratou, sobretudo, de questões de teoria e história, seja
como hipóteses sobre a organização da memória individual e
Território e Arquitetura coletiva, seja como história específica da disciplina.

O ambiente compõe-se dos vestígios de sua própria história. Por isso,


se é na geografia que os sinais da história se consolidam e
sobrepõem numa forma, o projeto arquitetônico tem a missão de
chamar a atenção para a essência do contexto ambiental por meio
da transformação da forma.

Desde 1964 as reflexões de Gregotti sobre a arquitetura se convergem


para uma ordem de problemas. Desde então, Gregotti tenta manter
aberta a relação, se não a coerência, entre teoria e prática em seu
trabalho.
Devemos, portanto, modificar, duplicar, medir, situar e usar a

Vittorio paisagem a fim de conhecer e satisfazer o ambiente como uma


totalidade geográfica de coisas concretas, que são inseparáveis de

Gregotti sua organização histórica.

Isso só é feito se abandonado a noção sociológica, ou ecológica, ou


Território e Arquitetura
administrativa do ambiente como elemento cativo e passarmos a
refletir sobre ele como material para a arquitetura.

A modificação demonstra uma consciência de fazer parte de um


todo preexistente, de mudar parte de um sistema para transformar o
todo. É a modificação que transforma o lugar em arquitetura e realiza
o ato simbólico original de estabelecer contato com a terra, com o
ambiente físico, com a ideia de natureza enquanto totalidade.

Antes que um suporte fosse transformado em coluna, o homem pôs


uma pedra no chão para reconhecer o lugar no meio desconhecido e
assim modificou esse espaço.
Desse ponto de vista, existem fundamentalmente dois modos de

Vittorio
uma pessoa se localizar em relação ao contexto. Os instrumentos do
primeiro modo são a imitação mimética, assimilação orgânica e a

Gregotti
complexidade visível. O segundo emprega medidas: distância,
definição, rotação, dentro da complexidade.

Território e Arquitetura No primeiro caso, o problema é espelhar a realidade; no segundo,


determinar o duplo. Dessa maneira, um exterior simples aparecerá
como uma medida de complexidade do ambiente maior.

O trabalho atual de Gregotti explora as implicações do


desenvolvimento de uma arquitetura do contexto. A proposta central
de seu projeto era basear o desenho da nova universidade num
princípio de assentamento. Esse princípio evidencia-se no
alinhamento irregular e em suas conexões com o terreno sinuoso de
uma região rural.

O projeto também tenta criar uma interação entre os sistemas


morfológicos e funcionais.
Vittorio
Gregotti
Território e Arquitetura
O projeto para a Universidade de Calábria foi escolhido por um
concurso estabelecido em 1974, e vencido por um grupo formado
pelos arquitetos E.Batitisti, V.Gregotti, H.Matsui, P.Nicolin, F.Purin,
C.Rusconi. O planejamento urbano coube a Laris. Colaboraram no
projeto: P.Cerri, V.Gregotti, H.Matsui, G.Grandori, G.Ballio, A.
Castioglioni, G.Colombo, Tenke VRC.
Um dos líderes do movimento neorracionalista, Aldo Rossi foi

Aldo internacionalmente aclamado por seu livro A arquitetura da cidade.


Esse texto fundamental do pós-moderno apoia-se em um conjunto

Rossi de obras arquitetônicas importantes, desenhadas ou construídas, que


Rossi produziu desde a década de 1960.

Uma arquitetura analógica


Seu envolvimento com o IAUV iniciou-se na área da pesquisa e anos
depois voltou como professor. Rossi usa o termo "analógico" no
sentido da recuperação do pensamento "arcaico, não expresso e
praticamente inexprimivel" pela memória.

Rossi se declara um racionalista, mas sua obra é, apesar disso,


poética. Afirmando que as relações ou o contexto determinam o
significado, Rossi diz que os objetos fixos podem ser submetidos a
uma mudança de significado.

As suas intervenções nas cidades tradicionais visam chocar por deixar


claras as diferenças, em vez de atenuá-las.
Apesar de que a arquitetura proposto por Aldo Rossi ser de um modo

Aldo fixo, ele nota, que os projetos mais recentes que tornou-se mais claros
certas características que influenciam no partido arquitetônico.

Rossi Podemos dizer que cada projeto, seguiu de forma mais profunda o
conceito escrito pelo Aldo Rossi em “Cidade Analógica”. Quando o
Uma arquitetura analógica
autor se trata de tal assunto, ele se refere como um método de
projeto, ou na operação de lógica formal.
Projetos como a vista de Veneza, Ponte de Rialto e Basílica Chiericati

Aldo trazem consigo o conceito de uma paisagem real, onde se


relacionam com a própria história da cidade.

Rossi Jung define que o conceito de analogia se refere da seguinte forma:


O pensamento lógico é aquele que se expressa em palavras dirigidas
Uma arquitetura analógica
ao mundo exterior na forma de discurso. Já o pensamento analógico
é percebido ainda que irreal, é imaginado.
Podemos citar o quadro de Canaletto, onde várias obras de

Aldo arquitetura de Palladio e sua remoção no espaço constituem uma


representação analógica, onde não podem ser expressas em palavras.

Rossi Palavras que definem bem a arquitetura expressada por Aldo, é na


frase de Walter Benjamin, onde ele fala “Eu sou indiscutivelmente
Uma arquitetura analógica
deformado pelas relações com tudo o que me cerca.”
Aldo
Rossi Quando falamos na memória, a arquitetura também se transforma
em experiência autobiográfica; lugares e coisas mudam com a
Uma arquitetura analógica sobreposição de novos significados, onde o racionalismo parece
quase reduzido a uma lógica objetiva.

Devemos relembrar que, nenhuma obra pode esclarecer ou liberar os


motivos que a inspiraram por outros meios que não técnicos. Por esse
motivo, sempre existe uma repetição consciente na obra de qualquer
pessoa que trabalhe continuamente como artista.
Aldo
Rossi Podemos citar que o conjunto Residencial de Gallaratese, em Milão,
existe uma relação analógica com certas obras de engenharia que se
Uma arquitetura analógica misturam livremente tanto com a tipologia do corredor, como com
uma impressão que deixou a arquitetura tradicional dos prédios
milaneses.

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