Você está na página 1de 3

RESUMO Arquitetura Analógica de Aldo Rossi

Para que posteriormente fosse possível entender a conceituação por trás da Arquitetura
Analógica de Aldo Rossi, o artigo parte da premissa que Aldo Rossi era um integrante do grupo
“La Tendenza”. Este, por sua vez, foi o responsável por trazer conceitos que foram extinguidos
na Arquitetura Moderna. Aldo, juntamente com os demais integrantes partiram para uma
pesquisa complexa sobre a análise urbana e o projeto de arquitetura. Franco Purini, arquiteto
italiano responsável por importantes obras na Itália, analisou a trajetória do grupo e a
arquitetura de Aldo Rossi, que era considerada uma “expressão da cidade”, permitindo a que
estivesse no limbo entre tradição e inovação. Sua arquitetura, para que pudesse fazer jus a
expressão que lhe fora dada, era realista, mas de forma que jamais subestimasse o conceito de
arquitetura, Aldo Rossi projetava para a cidade, analisando todos os condicionantes da obra e
os elaborando, criando inovações partindo do que já fora tradicional.

Em meados da década de 80, Aldo Rossi publicou o texto “Uma Arquitetura Analógica” que foi
uma obra considerada essencial para o conceito do pós-modernismo. Rossi utilizou de uma
definição de um psicanalista onde o pensamento analógico se trata daquele contrário ao
lógico, onde há uma irrealidade, algo que não é possível ser prescrito em palavras. Para o autor
de Arquitetura da Cidade, a arquitetura analógica se trata de uma grande conexão pessoal
entre a realidade e a memória, uma tradução do arquiteto em relação a releitura de um
“locus” e de sua história. Rossi ressalta que, ao aplicar a ideia de analogia a um projeto
arquitetônico, o arquiteto transforma a ideia de projeto em um método de projeto mais
aprofundado e interligado com seu entorno.

Ainda analisando o contexto de sua própria arquitetura aplicada a uma analogia, Rossi se
permite dizer que suas obras do passado eram envoltas de purismo, porém o arquiteto ainda
que de forma ingênua, considerava as individualidades de do objeto, do “locus” e de toda a
evolução material presente nessas questões.

O arquiteto Aldo Rossi se considerava uma oposição em relação ao pensamento de


“originalidade e singularidade” e isso seria melhor explicado posteriormente.

Arquitetura na Cidade ainda nos dias de hoje é considerado um dos melhores livros de
arquitetura de todos os tempos. O pensamento de Rossi em relação a cidade era, de certa
forma, um novo parâmetro a se considerar. O Arquiteto dizia que a arquitetura surgia
juntamente com a civilização em uma cidade, por formas básicas necessárias para a
sobrevivência dos indivíduos. Esses indivíduos se tornariam grupos e logo civilizações. Após
algum tempo, a cidade tomaria consciência de si, sua memória estaria presente e muitas vezes
sua forma se manteria mesmo que apenas por um resquício, já sua função se desenvolveria da
forma que fosse necessária. Apesar de gerações mudarem com o passar dos anos, a
arquitetura sempre estaria ali e era isso que a tornava superior aos que a utilizavam.

Analisando o pensamento de Rossi descrito através de seu livro Arquitetura na Cidade, o


arquiteto se posicionava de forma oposta a ideia de originalidade e singularidade da
Arquitetura Moderna pois, ao se projetar uma obra em uma área localizada dentro de uma
civilização, haveria ali memória do que já fora construído, mesmo que por um pequeno fio de
conexão com sua história, não seria algo singular e original mas sim uma releitura de traços
históricos que permitissem modificação em sua forma para a atribuição de uma nova função
(La Fenice de Veneza que, em 1996).
Outro fator que é um exemplo dessa presença do passado nas criações atuais é os “tipos” e
“modelos”. Em tese, o conceito de tipo é nada mais que conceitos e ideais (muitas vezes
artísticos) desenvolvidos por pensadores de determinados elemento. E o modelo se trata de
uma forma genérica dada a tipologia, na arquitetura o modelo deve ser desenvolvido para que
se torne apenas uma aplicação de uma tipologia com conceitos e objetivos determinados pelo
projetista.

A forma de visualizar a Arquitetura analógica e todo seu estudo englobando as tipologias e


modelos, fez com que Aldo Rossi passasse a representar um ideal de compreensão. Arquitetos
e críticos analisavam sua opinião sobre obras arquitetônicas e tentavam racionalizar o que Aldo
transpassava. Sua arquitetura era ética, Rossi tinha consciência de qual o seu papel no
desenvolvimento da forma e da função como condicionantes distintas e através disso realizou
obras de grande significado conceitual como o Cemitério de San Cataldo, em Modena.

As releituras de Aldo Rossi sobre obras arquitetônicas de sua época levanta discussões pois
muitas vezes se tratavam de parâmetros que nem mesmos seus projetistas tinham consciência.

Você também pode gostar