XXXII Congresso de Iniciação Científica da UNESP
APRENDIZAGEM HISTÓRICA POR MEIO DA LITERATURA
BRASILEIRA
Emely de Almeida Souza e Ronaldo Cardoso Alves.
Faculdade de Ciências e Letras- Campus de Assis.
Introdução
A pesquisa intitulada “História do Brasil e Literatura Brasileira:
aprendizagem histórica por meio do livro “O Cortiço” tinha como
objetivo estudar a construção do conhecimento histórico por
meio da literatura brasileira, com vistas a possibilitar a
identificação e (auto)reflexão dos estudantes da escola básica
acerca dos problemas da sociedade brasileira contemporânea.
Assim, pretendia utilizar a metodologia de pesquisa denominada
“Aula-Oficina” (BARCA, 2004), fundamentada em instrumentos de
pesquisa qualitativos que privilegiam o levantamento de
conhecimentos prévios, a utilização de uma fonte histórica para a
construção do conhecimento histórico em sala de aula e a análise
das narrativas históricas elaboradas pelos estudantes neste
processo, com o fim de verificar em que medida os alunos
recorrem a operações do pensamento histórico, por meio da
contextualização espaço-temporal e interpretação da obra
literária, bem como a relação desse processo cognitivo com o
cotidiano vivido. No entanto, devido a pandemia do Covid-19, o
isolamento social e, consequentemente, o fechamento das
escolas, foi impossível realizar o projeto. Buscando realizar uma
pesquisa mais próxima possível do objetivo inicial, surgiu a ideia
de analisar pesquisas que tivessem temática semelhante àquela
que se pretendia realizar. Assim, a partir de uma seleção de
trabalhos existentes no banco de dados da CAPES, foram
escolhidas duas pesquisas para este fim.
Objetivos
Analisar as semelhanças e diferenças existentes entre duas
pesquisas que abordam a relação entre Literatura e História para
a construção do conhecimento histórico, em sala de aula, acerca
da História do Brasil.
Material e Métodos
As pesquisas foram selecionadas a partir do banco de teses e
dissertações da CAPES, tendo sido encontrados poucos trabalhos
que englobassem o tema proposto. Dentre eles, foram
escolhidas a tese de Leandra Rajczuk Martins “Literatura e
Ensino de História: Construção de novos conhecimentos e
resistência por meio de narrativas consensuais” (Programa de
Pós-Graduação em Educação da USP, 2015) e a dissertação de
Raul Costa de Carvalho “Ensino de História, Cotidiano e
Literatura: Escravidão e Paternalismo em contos de Machado de
Assis (Programa de Pós-Graduação em Ensino de História do
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – UFRGS), que estão
sendo analisados.
Resultados
Os trabalhos selecionados possuem semelhanças e diferenças
entre si. A tese de Leandra Rajczuk Martins é um doutorado
acadêmico enquanto o de Raul Costa de Carvalho é um
mestrado profissional, porém ambos trabalham com turmas do
8º ano de escolas estaduais, sendo que o último também
estendeu a pesquisa englobando turmas da rede municipal e
rural. Martins pesquisa alunos da zona oeste de São Paulo, em
uma escola considerada de região periférica, enquanto Carvalho
faz sua investigação em escolas na cidade de Gramado, Rio
Grande do Sul. Ambos visam compreender como a
aprendizagem histórica ocorre por meio da Literatura em sala
de aula, debruçando-se sobre a importância do entendimento,
por parte dos estudantes, do contexto histórico e social das
obras. Para isso utilizam textos curtos, impressos e distribuídos
aos estudantes, bem como instrumentos de pesquisa que têm
como objetivo observar a construção do conhecimento histórico
nos respectivos grupos participantes.
Discussão
As duas pesquisas discutem formas de trabalharem a Literatura
como recurso didático e mecanismo ampliador do
conhecimento histórico. Na tese de Leandra Rajczuk Martins,
conseguimos observar mais atentamente tais modificações.
Conclusões
A análise dos trabalhos tem possibilitado compreender a
importância da apropriação da Literatura brasileira como fonte
histórica para a aprendizagem, pois permite que os alunos
possam interpretar o passado representado nas obras, os
aproximando da subjetividade dos personagens e de suas
trajetórias históricas, de modo que a construírem o
conhecimento histórico crítico.
Bibliografia
- BARCA, I. Aula Oficina: do Projeto à Avaliação. In. Para uma educação de qualidade: Atas da Quarta Jornada de
Educação Histórica. Braga, Centro de Investigação em Educação (CIED)/ Instituto de Educação e Psicologia,
Universidade do Minho, 2004, p.131-144.
- BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2016.
- CARVALHO, R. C. de. Ensino de História, Cotidiano e Literatura: Escravidão e Paternalismo em Contos de Machado
de Assis, 2016. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2016.
- MARTINS, L. R. Literatura e ensino de história: construção de novos conhecimentos e resistência por meio de
narrativas consensuais. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2015.