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Obs.

: O Material desses slides foi preparado


PÓSFAR
pela Profª Dra. Yolanda Guerra e adaptado
Cursinho Preparatório pelo Profº Me. Jodeylson Islony para o
para a Saúde Cursinho Preparatório para a Saúde.

INSTRUMENTALIDADE DO
SERVIÇO SOCIAL E AS
DIMENSOES DA
PROFISSÃO

y
INSTRUMENTALIDADE DO
SERVIÇO SOCIAL E AS
DIMENSOES DA PROFISSÃO

JODEYLSON ISLONY

Assistente social, mestre e doutorando em


Serviço Social pela UFRN, Professor
Substituto do Departamento de Serviço Social
da UFRN, Coordenador da Pós-Graduação
FA R .
 Instrumentalidade do Serviço
Social
GUERRA, Yolanda. O Ensino da Prática
Profissional no Serviço Social: subsídios para uma
reflexão. Texto publicado na Revista Temporalis
nº04, Ano II, julho a dezembro de 2001. Revista da
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em
Serviço Social – ABEPSS. Brasília: ABEPSS,
Grafline.
BIBLIOGRAFIA  GUERRA, Yolanda. A força histórico-ontológica e
critico-analítico dos fundamentos. In: Questão
social e Serviço Social: fundamentos e práticas. In:
Revista Praia vermelha, nº10, UFRJ, PPGESS,
2004.
 GUERRA, Yolanda. Transformações societárias e
Serviço Social: repercussões na cultura
profissional. In: MOTA, Ana Elisabete e AMARAL,
Ângela (Orgs.). Serviço Social Brasileiro nos anos
2000: Cenários, pelejas e desafios, - Brasília:
Editora UFPE, 2014. Pags. 45-62
 GUERRA, Yolanda. A instrumentalidade do
Serviço Social. 9. ed. São Paulo: Cortez,
2012.
 GUERRA, Yolanda. (orgs) A dimensão
técnico-operativa no Serviço Social: desafios
contemporâneos. Juiz de Fora/MG: Editora
UFJF, 2012.
 GUERRA, Yolanda. Instrumentalidade do
processo de trabalho e Serviço Social.
Serviço Social & Sociedade. n. 62. São
BIBLIOGRAFIA Paulo: Cortez. 2000.
 GUERRA, Y. As dimensões da prática
profissional e a possibilidade de reconstrução
crítica das demandas contemporâneas.
Libertas, Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2002a.
Disponível em: <
http://www.ufjf.br/revistalibertas/edicoes-
anteriores/volume-2-numero-2- e-volume-3-
numeros-1-e-2/>. Acesso em: 20 mar. 2013.
 LUKÁCS, Georg. As Bases Ontológicas do
Pensamento e da Atividade do Homem.1975
 SANTOS, C. M. dos ; BACKX, Sheyla &
GUERRA, Yolanda (Orgs). A dimensão
técnicooperativa no Serviço Social: desafios
contemporâneos. Juíz de Fora: Ed. UFJF,
2012.
BIBLIOGRAFIA  TRINDADE, Rosa Lúcia Prédes.
Desvendando as determinações sócio-
históricas do instrumental técnico-operativo
do Serviço Social na articulação entre
demandas sociais e projetos profissionais.
Texto publicado na Revista Temporalis nº04,
Ano II, julho a dezembro de 2001. Revista da
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa
em Serviço Social – ABEPSS. Brasília:
ABEPSS, Grafline.
Apreender a Instrumentalidade como
categoria constitutiva da profissão do
Serviço Social; - Desvelar a
instrumentalidade do Serviço social pensada
como um processo de construção e
reconstrução em um dado contexto sócio-
histórico da profissão e seus níveis; -
 Propiciar conhecimento dos fundamentos
teóricos dos instrumentos e técnicas do
fazer profissional como ferramentas que
compõem a dimensão interventiva da
profissão, vinculando-as aos pressupostos
teóricos-metodológicos que norteiam a ação
profissional;
 -Trazer a polêmica questão da dimensão
técnico-operativa a partir de uma
abordagem critico-dialética;

 - Refletir sobre esta dimensão, suas


possibilidades e limites no contexto das
respostas às demandas e requisições sócio-
profissionais e a racionalidade que lhe é
conexa.
 1- As bases ontológicas do
pensamento e da atividade do homem.

 2- Transformações societárias e
Serviço Social: repercussões na cultura
profissional.
 3- Racionalidades e Serviço Social: o
acervo técnico-instrumental em questão.

 4- As dimensões da Prática Profissional.

 5- A Instrumentalidade no Trabalho do(a)


Assistente Social.
•Instrumentalidade e dimensão técnico-operativa são
temas que tem sido um tema “mal tratados” na
profissão, em dois sentidos

•1) Porque banido do debate

•2) Porque restrito à instrumentos e técnicas


A primeira vista o tema Instrumentalidade parece
restrito à dimensão técnico-operativa
Instrumentos ≠ instrumentalidade
Instrumentalização:
Dotar o profissional de meios e instrumentos
imprescindíveis ao exercício profissional;

•Através do uso de instrumentos os AS passam da


intencionalidade para a efetivação da ação
profissional.
Instrumentalidade

capacidade qualidade propriedade

A instrumentalidade do Serviço Social remete a uma determinada


capacidade, qualidade ou propriedade que a profissão adquire na
sua trajetória sócio-histórica, como resultado do confronto entre
teleologia (intencionalidade) e causalidade (condições objetivas e
subjetivas)
Fundamentos: Ontologia do ser social que se constitui pelo
trabalho
Trabalho – relação homem e natureza
contém em si determinações materiais e ideais, as quais
incorporam não apenas o como fazer, mas o porquê, o para
que e o quando e onde fazer, ou seja, a intencionalidade
das ações humanas
Marxiano

Interpretações lukacsianas
A instrumentalidade é uma condição necessária à
reprodução da espécie humana.
O trabalho tem instrumentalidade.
Só o trabalho dá instrumentalidade e instrumentaliza as
coisas, posto que é pelo seu trabalho que o homem atua
sobre a natureza e a submete ao seu controle.
TRABALHO: metabolismo homem-natureza
No processo de trabalho a passagem do momento da
preparação (projeto) para a ação, propriamente dita,
requer a instrumentalidade.
Relação meios e fins. A adequação entre eles exige o
conhecimento dos fins e escolha dos meios.
É essa capacidade que possibilita passar das abstrações
da vontade para a concreção das finalidades.
Para tanto, a realidade deve deter as condições de
realização da vontade, ao mesmo tempo em que os
homens devem mobilizar e criar os meios para a
realização dos fins.
Instrumentalidade é considerada como:
As propriedades das coisas, atribuídas pelos homens no
processo de trabalho, convertidas em meios/instrumentos
para a satisfação de necessidades e alcance dos seus
objetivos/finalidade. Tal capacidade é atribuídas pelos
homens no processo de produção da sua vida material,
através do seu pôr teleológico. São os homens que
atribuem – pelo pôr teleológico –capacidade às coisas.
As Profissões:
 Possuem uma instrumentalidade que vai se
construindo na história e pelas trajetórias
históricas de seus agentes;
 Ocupam espaços diferentes na divisão sócio-
tecnica do trabalho
 Respondem a contraditórios interesses das
classes sociais
 Possuem elementos singulares, particulares e
universais
 São complementares
 Respondem às necessidades sociais
 Estão aportadas em fundamentos teóricos e ético-
políticos
 Possuem dimensões técnica, teórica, investigativa,
ético-política, formativa.
 Tem um significado sócio-histórico e uma
funcionalidade à ordem social no âmbito da sua
reprodução.

 Cabe ao profissional apreender esse significado e


funcionalidade bem como os limites e possibilidades
como parte dos interesses contraditórios da sociedade.
Conjunto de condições que as profissões
mobilizam, criam e recriam no exercício
profissional visando alcançar seus objetivos,
mobilizando recursos, através de técnicas,
instrumentos, mediações.
Demandas profissionais

 São contraditórias, pois incorporam interesses


diferentes e antagônicos. Possuem finalidades
distintas.

 Demandas institucionais

 Demandas dos usuários

 Demandas da profissão
 Depende da clareza das finalidades

 Depende da adequada escolha e utilização dos


meios orientada aos fins visados.

 Como diz Chauí: Fins éticos exigem meios éticos


(Chaui, Convite à filosofia, 1994, p. 339)
 Profissão que intervém no âmbito da Chamada
“questão social”.

 Ocupa um espaço na divisão sociotécnica do


trabalho, que é o de dar respostas, buscar
prontamente soluções à pluralidade de questões
que lhes são colocadas, e que expressam uma
relação de antagonismo, de exploração do
trabalho ao capital.
 Intervém nas sequelas da relação capital-trabalho
Relacionada com contextos sócio-históricos
O Serviço Social = significado sócio histórico
As respostas sócio-profissionais são mediadas pelo
Estado:
- pelo tratamento que o Estado atribui à chamada
QUESTÃO SOCIAL
As tensões provocadas pela luta de classes “aparecem”
convertidas na chamada “questão social”, exigindo
respostas do Estado.
N O AT E N D I M E N T O D O S O B J E T I V O S
I M E D I AT O S , A D I M E N S Ã O T É C N I C O -
O P E R AT I VA É M O B I L I Z A D A .

S U A I N S T R U M E N TA L I D A D E E S T Á N A
“RESOLUTIVIDADE”, AINDA QUE APENAS
M O M E N TA N E A M E N T E E E M N Í V E L I M E D I AT O ,
D A S D E M A N D A S A P R E S E N TA D A S .
PA R A D A R R E S P O S TA S À S Q U E S T Õ E S Q U E
LHE CHEG AM, OS ASSISTENTES SOCI AI S
MOBILIZAM DETERMINADO NÍVEL DO
PENS AMEN TO (R ACI ON ALID AD E) QUE LHE
PERMITE RESPONDER, I M E D I ATA M E N T E ,
A O S P R O B L E M A S Q U E S E A P R E S E N TA M À
PROFISSÃO.
Q U A N T O M A I S A R E S P O S TA S E R E F E R I R A O
NÍVEL DO I M E D I AT O , MENOS ESFORÇO
M E N TA L TA L R E S P O S TA I R Á L H E E X I G I R
PA R A RESPONDER, O PROFISSIONAL
N E C E S S I TA : SE APOIAR EM FUNDAMENTOS
TEÓRICO-METODOLÓGICOS, CONHECIMENTOS E
SABERES INTERVENTIVOS ;

POSSUIR H ABILID ADES TÉCNICO-


PROFISSIONAIS, DE PROCEDIMENTOS TEÓRICO-
METODOLÓGICOS;

DOMINAR INSTRUMENTOS E TÉCNICAS E DE UM A


P E R S P E C T I VA É T I C A C O M C L A R A O R I E N TA Ç Ã O
POLÍTICA
O que e como fazer, tem que ser articulados ao
porque fazer (significado social da profissão e
sua funcionalidade ou não ao padrão
dominante), ao para que fazer (indicando as
finalidades/teleologia do sujeito profissional) e
ao com o que fazer: com que meios, recursos,
instrumentos, técnicas, mediações.
Serviço Social: como síntese de múltiplas
determinações

 PREMISSAS
 A profissão é uma totalidade de diversas dimensões que
se autoimplicam, se autoexplicam e se determinam entre
si.
 Estando em sistemático processo de totalização tais as
dimensões não são formas fixas, não podem ser
consideradas de maneira autônoma,
 são instâncias interatuantes, ainda que possa haver, em
situações determinadas, na realização de determinada
competência e/ou atribuição profissional, o predomínio de
uma sobre a outra.
ético-política;
teórico-metodológica;
Investigativa;
formativa,

 Se articulam estreitamente à dimensão técnico-


operativa, já que a realização desta exige o
conhecimento mais correto possível das finalidades,
dos resultados, das condições objetivas sobre as
quais a ação incide, dos meios e das possibilidades
de realização e dos valores a eles subjacente.
 Vela a dimensão político-ideológica da profissão, como
aquela pela qual o Serviço Social atua na reprodução
ideológica da sociedade burguesa ou na construção da
contra-hegemonia.
 Estar travejada da dimensão ético-política e esta, por sua
vez, encontra-se aportada em fundamentos teóricos,
donde a capacidade de o profissional vir a compreender
os limites e possibilidades não como algo interno ou
inerente ao próprio exercício profissional, mas como parte
do movimento contraditório constitutivo da própria
realidade social.
 O conhecimento tanto precede quanto acompanha a
intervenção; não se constitui em receituário da
prática profissional, tampouco esta pode se
confundir com a realidade social ou com um
conjunto de atividades empíricas.
É inegável que o Serviço Social é uma profissão
fundamentalmente operativa. O que dá esse caráter
instrumental à profissão, para além do espaço que ocupa
na divisão social e técnica do trabalho, é o tipo de
resposta dada à sociedade: resposta que tenha
necessariamente que operar uma modificação na
situação, nos aspectos objetivos e/ou subjetivos. Para o
que o profissional tem que manipular algumas variáveis
de contexto (Netto, 1991).
Dadas a estas características, nem sempre nos
perguntamos sobre as implicações éticas e políticas de
tais respostas, nem sobre o espaço de autonomia que
nos reserva este mesmo cotidiano, menos ainda sobre as
novas perspectivas que nos são dadas ao acionarmos a
dimensão investigativa, pois o que nos chega como
demanda é a solução (ainda que restrita, parcial,
temporária, pontual, fragmentária) da problemática
apresentada, tratada como objeto de intervenção, e não o
conteúdo, a qualidade, as implicações éticas e políticas
e/ou a possibilidade das respostas profissionais.
 Clareza dos fins – racionalidade que permite
iluminar aonde se quer chegar

 Mobilizar meios – identificar os meios mais


adequados e, se necessário, criá-los

 Condições objetivas e subjetivas para realizar os


fins – pratica
Instrumentalidade é considerada como:
As propriedades das coisas, atribuídas pelos homens no
processo de trabalho, convertidas em meios/instrumentos
para a satisfação de necessidades e alcance dos seus
objetivos/finalidade. Tal capacidade é atribuídas pelos
homens no processo de produção da sua vida material,
através do seu pôr teleológico. São os homens que
atribuem – pelo pôr teleológico –capacidade às coisas.
Permite a passagem das análises macroscópicas e de caráter
universalista às singularidades da intervenção profissional, em
contextos, conjunturas e espaços historicamente determinados;

Permite transcender a aparência da demanda imediata e atuamos


para além das demandas emergenciais;

Exige a adoção de uma atitude investigativa no cotidiano, quando o


refletimos criticamente e o superamos momentaneamente;

Permite estabelecer vínculos com um projeto de sociedade.


 Formação como meio = formação teórica mas
também política.

 Tipo de conhecimento:

Conhecimento critico é arma (a arma da critica)

 Instrumento = análise de conjuntura


 Pesquisa e análise permanente e sistemática da
instituição, relacionada à análise histórica da
conjuntura à luz dos aspectos estruturais e das
determinações universais do capitalismo,

 Elaboração de projetos de intervenção.

 Sistematização da prática profissional: momento


pré-teórico necessário.
 Exige habilidades e competências

 Teórico-metodológicas

 Ético-políticas

 Técnico-operativas

 Investigativa

 Formativa
RACIONALIDADES:

Há três níveis diferentes de racionalidade


baseadas na razão moderna, as quais sustentam a
forma de pensar e agir em sociedade, implicando,
também na forma de pensar e agir no âmbito das
profissões...
Essas racionalidades se assentam em
fundamentos teórico-políticos distintos e estão
vinculadas ao processo de conhecimento da realidade
social, às quais determinam a instrumentalidade
humana, bem como a instrumentalidade no âmbito
das profissões...
Racionalidade Formal-Abstrata:

É uma modalidade, nível ou grau de abrangência da


razão. Essa forma de pensar e agir, convenientemente ao
modo de produção/reprodução capitalista, encontra na
sociologia os instrumentos, procedimentos e modelos de
interpretação e intervenção na realidade social, já que esta
disciplina se consolida sobre uma base natural, e por isso,
pode atribuir aos fatos, fenômenos e processos sociais, total
objetividade e autonomia. Ao isolar os problemas da vida
social pela naturalização e autonomização – já que os fatos
sociais são coisas, exteriores, superiores e anteriores – este
tipo de racionalidade neutraliza qualquer possibilidade de os
indivíduos organizarem-se e, sobretudo, modificarem a
realidade.
Racionalidade Instrumental:

A razão instrumental é uma dimensão da razão dialética, e


como tal, limitada a operações formal-abstratas e à práticas
manipuladoras e instrumentais, fragmentadas, descontextualizadas
e segmentadas, por isso ela é funcional à reprodução social da
ordem burguesa. Nota-se que a razão instrumental está sendo
compreendida como um nível (inferior) da razão dialética, esta,
humanista, histórica e dialética. A razão instrumental, como
condição necessária, mas insuficiente, á reprodução das espécie
humana, é responsável pela capacidade de os homens
responderem às necessidades, pela dimensão do fazer, pela
manipulação. Por ser uma razão subordinada e funcional tem que
estar subsumida à razão substantiva (ou dialética), na qual impera a
consciência dos fins e dos conteúdos ético-políticos dos mesmos.
Racionalidade Dialética ou Crítica-Dialética

É a razão substantiva e emancipatória, tratadas


aqui como sinônimo, porque concebemos que a razão
mesma é a dialética, ou seja, incorpora a contradição,
o movimento, a negatividade, a totalidade, as
mediações, buscando a lógica de constituição dos
fenômenos, sua essência ou substância. A razão
dialética refere-se a uma lógica objetiva que os
processos sociais portam e às condições que
permitem a reconstrução desta lógica, pela via do
pensamento.
Há uma hipertrofia da racionalidade
instrumental na atual configuração das
políticas sociais, as quais acabam sendo
implementadas pela via de procedimentos
formais-abstratos.
O exercício profissional fica restrito à
aplicação de normas para administrar a
concessão de benefícios, baseado em
critérios seletivos, quantitativos e
condicionalidades, em uma racionalidade da
calculabilidade, em procedimentos formais,
manipulatórios.
Instrumentalidade

 Fica reduzida a um conjunto de ações


instrumentais, visando fins imediatos. Aqui, as
ações exemplares são as que se relacionam com
a implementação do BPC, averiguação do
cumprimento de condicionalidades e a veracidade
de informações. reduzida à realização de visitas
domiciliares, preenchimento de cadastro,
realização de entrevistas, concessão de
benefícios, dentre outras atividades.
Instrumentos técnicos das políticas

 INSTRUMENTOS DE CONTROLE
 Participação nos grupos de convivência e reuniões
socioeducativas se constituem como controle;
 “visita domiciliar obrigatória”: atua como forma de
controle da população.
VISITA DOMICILIAR

 Para averiguar as condicionalidades para o


recebimento do PBF.

 Como forma cada vez mais intensa, tem sido


tratada como uma “atividade” atrelada ao
atingimento de metas de produtividade, com
uma intencionalidade obscura, onde impera o
quesito quantitativo em detrimento do
qualitativo.
 O registro e a sistematização são instrumentos que
possibilitam a reflexão e análise da realidade
profissional. Igualmente podem representar uma
forma identificar as demandas e as necessidades
sociais para além do individual e imediato [Quando
acionamos a racionalidade crítico-dialética]
Instrumentos estratégicos

 Dimensão investigativa, pesquisa, o


fortalecimento da capacitação profissional
na perspectiva do projeto ético-político
profissional hegemônico.
 “racionalidade que permita desenvolver uma
instrumentalidade inspirada na razão dialética, que
seja capaz de construir novas competências e
legitimidades, que permita ao profissional dar novas
respostas qualificadas em oposição às tradicionais
respostas instrumentais, de maneira comprometida
com valores de uma sociedade emancipada." (2012,
p. 66).
Cotidiano

 Heterogeneidade

 Imediaticidade

 Espontaneidade

 Superficialidade Extensiva
 A instrumentalidade só pode ser considerada em
relação a um projeto profissional

 É a categoria que permite que se estabeleçam


vínculos entre o projeto ético-político profissional.
 O que são projetos?
 É a perspectiva e o horizonte; mirante (ponto de vista) e direção

 O que são projetos profissionais?

Apresentam a auto-imagem de uma profissão; elegem os valores que a


legitimam; delimitam e priorizam seus objetivos e funções; formulam os
requisitos (teóricos, institucionais e práticos) para o seu exercício;
prescrevem normas para o comportamento dos profissionais; estabelecem
as balizas da sua relação com os usuários dos serviços, com as outras
profissões e com as organizações e instituições sociais, privadas e públicas;
são construídos por um sujeito coletivo – a categoria profissional; e através
da sua organização (que envolve os profissionais em atividades, as
instituições formadoras, os pesquisadores, os docentes e estudantes da
área, seus organismos corporativo e sindicais) que a categoria elabora o seu
projeto profissional (NETTO,1999).
 Dimensão da pesquisa e produção de
conhecimento

 Dimensão político-organizativo da profissão

 Dimensão jurídico-política da profissão

 Dimensão interventiva
 Para que servem?

 Servem para iluminar nossas finalidades, dar o


norte, dar a direção...

 Serve para nos mostrar o caminho....

 Alusão ao mirante
Em que circunstancias conseguimos enriquecer
nossa instrumentalidade?

 Quando vamos além das estratégias individuais e buscamos responder


às demandas coletivas,
 Quando lutamos contra a individualização dos problemas, enfrentamos
os processos que levam à culpabilização e responsabilização dos
usuários
 Quando lutamos contra a precarização e intensificação do nosso
trabalho e de outros, pela efetivação das 30 horas, sem prejuízo do
salário;
 Quando exigimos espaço para estudo e discussão no local de trabalho
e tempo para a nossa qualificação, com vistas à melhoria da qualidade
dos serviços prestados;
 Quando questionamos e lutamos contra o aligeiramento da nossa
formação graduada e pós-graduada; contra a mercantilização da
educação, contra a privatização do publico, especialmente das
políticas sociais.
 Nossa instrumentalidade é rica quando estimulamos a participação do
usuário nas instituições, quando veiculamos as informações que são
de importância pra eles.
 Nossa instrumentalidade é rica quando ousamos criar novos
instrumentos emancipatórios em detrimento dos que subordinam,
manipulam e exercem controle sobre os usuários e/ou suas famílias;
quando negociamos com a instituição em prol dos interesses dos
usuários, quando questionamos e buscamos superar ou ampliar os
critérios de elegibilidade.
 Nossa instrumentalidade é rica quando nos
articulamos com os movimentos sociais e sindicais
para juntar forças, quando estamos orientados
pelo nosso projeto profissional afirmando os
princípios do Código de Ética, observando as
atribuições e competências da Lei de
regulamentação, honrando um determinado perfil
profissional, explicitado nas diretrizes da formação
profissional.
MEDIAÇÃO

 Enquanto categoria epistemológica não pode ser


vista como sinônimo de mediação de conflitos;

 Não diz respeito meramente à mediação que o


Assistente Social faz entre Capital e Trabalho;

 Não dispensa uma necessária apropriação dos


fundamentos da ontologia do ser social de Marx [Só
é inteligível nos fundamentos ontológicos]
 MEDIAÇÃO: Entendida enquanto capacidade que
o sujeito tem de buscar apreender/compreender
a realidade em sua ampla TOTALIDADE
(Universal <> Particular <> Singular), sem se
restringir a quaisquer tipo de fragmentação
desta.

[Apreender as várias determinações da realidade


social]
 O fenômeno não é o fim, mas apenas o ponto de
partida do conhecimento;

 O conhecimento transcende a aparência do


concreto e busca atingir a essência do objeto;

 Se a realidade é vista como em constante


processo de afirmação-negação (contradição) e
em constante processo de vir-a-ser, o
conhecimento dentro desta lógica não se
conforma a verdades de qualquer tipo.
MEDIAÇÃO: ONTOLÓGICA <> REFLEXIVA

ONTOLÓGICA: é uma categoria objetiva, que estar


presente em qualquer realidade, independente do
sujeito;

INTELECTIVA: porque a razão, para ultrapassar o plano


da imediaticidade (aparência), em sua essência, tem que
cosntruir intelectivamente mediações, para reconsruir no
plano do pensamento o próprio movimento do objeto.
Para compreender esse dinâmico e movente processo
de apreensão pela razão do modo de ser de um
complexo na totalidade, se faz necessário
compreender a tríade:
TOTALIDADE:
Universalidade

Particularidade

Singularidade
MEDIAÇÃO: Passa a ter relevância na discussão do
Serviço Social no Brasil, principalmente na segunda
metade da década de 1980, momento em que se
processava no seio da categoria uma significativa
mudança para os quadros de referência da vertente
inspirada no marxismo [Maturidade Teórica]
Ultima mensagem: E o instrumental técnico?

 “Quem sabe o que quer e aonde


quer chegar, sabe construir o
caminho e o jeito de caminhar”

 THIAGO DE MELLO
 A viagem não acaba nunca. Só os viajantes

acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em


memória, em lembrança, em narrativa. Quando o
visitante sentou na areia da praia e disse:
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim.
O fim de uma viagem é apenas o começo de outra.
 É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se

viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia


o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a
chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra
que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É
preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir
e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso
recomeçar a viagem. Sempre.
José Saramago
 OBRIGADO PELA ATENÇÃO
BIBLIOGRAFIA

GUERRA, Y. A Instrumentalidade do Serviço Social. São Paulo: Cortez, 10ª. Edição, 2014
_______.Instrumentalidade do processo de trabalho e Serviço Social. Revista Serviço
Social e Sociedade n. 62, São Paulo: Cortez, p. 5-34, 2000.
_______.O Projeto Profissional Crítico: estratégia de enfrentamento das condições
contemporâneas da prática profissional. Revista Serviço Social e Sociedade n. 91, São
Paulo: Cortez, p. 5-33, 2007.
_______. A dimensão investigativa no exercício profissional. In: Serviço Social: Direitos
Sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.
______.Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o
aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional: significado, limites e
possibilidades. In: Projeto ético-politico profissional e exercício profissional em Serviço
Social. CRESS 7ª. Reg. (Org.) Rio de Janeiro: Ediouro Gráfica e Editora. 2013.
______. Sobre a possibilidade histórica do projeto ético-político profissional: a apreciação
critica que se faz necessária. In: Forti e Guerra(Org.). Projeto ético-político do Serviço
Social: contribuições à sua critica. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2015.

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