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Ao longo dos séculos foram erigidas na costa circundante da embocadura do Rio Tejo
diversas estruturas militares para defesa do litoral, de forma a dissuadir o
desembarque de tropas inimigas e os ataques de piratas e corsários. Este roteiro,
organizado em dois passeios entre Carcavelos e o Cabo da Roca, apresenta a história
dos edifícios que desde finais do século XV protegeram a entrada da Barra do Tejo,
porta de acesso à cidade de Lisboa, percorrendo, ainda, locais de interesse
paisagístico, como a Área Marinha Protegida das Avencas ou o Sistema Dunar
Guincho/Oitavos.
PASSEIO 1
1. Fortaleza de Nossa Senhora da Luz | Torre de Cascais
Passeio Maria Pia, Cascais
Este imóvel classificado como Monumento de Interesse Público foi edificado antes de
1580, como o abaluartamento da antiga Torre de Cascais, para reforço das defesas de
costa, face à ameaça de invasão, aquando da crise dinástica.
Na face virada para o pátio ainda hoje se identifica a torre primitiva, mandada
construir por D. João II, em 1488, para proteção da vila e como atalaia de Lisboa, que
rapidamente se tornara obsoleta.
A Fortaleza foi devidamente guarnecida e artilhada durante o período filipino, ainda
que em finais de Quinhentos já se começasse a projetar uma fortificação maior, que
esteve na génese da Cidadela, concretizada após a restauração da independência
nacional, em 1640. Viria a albergar as tropas de Junot, aquando da 1.ª invasão francesa
(1807-08) e 241 presos políticos, em 1833-34, no período das guerras liberais.
Aí funcionou, mais tarde, uma Escola de Pesca e a Estação Radionaval (1939-92). No
ano de 1987 iniciaram-se as primeiras sondagens arqueológicas, que permitiriam a
reabertura dos acessos a todos os baluartes e a identificação da estrutura da torre
joanina.
Em 2014, por ocasião das comemorações do 650º aniversário da vila de Cascais, a
Fortaleza de Nossa Senhora da Luz abriu as suas portas ao público.
2. Cidadela de Cascais
Avenida D. Carlos I, Cascais
Este imóvel classificado como Monumento de Interesse Público, mandado edificar por
D. João IV depois da restauração da independência, em 1640, é o maior e mais
imponente monumento do concelho de Cascais. A porta de armas era o único acesso
ao seu interior, que se organizava a partir de um pátio central, em torno do qual se
dispunham quatro quarteirões: o de Santa Catarina, junto às antigas Casas do
Governador – onde a partir de 1870 os Reis D. Luís e D. Maria Pia instalaram o Paço
Real de Cascais – os de S. Pedro e de Santo António, que se destinavam à guarnição, e
o de S. Luís, onde funcionava o hospital.
Sob o pátio foi construída uma grande cisterna, de planta quadrangular, com abóboda
assente em nove colunas. Do conjunto destaca-se, ainda, a Capela de Nossa Senhora
da Vitória. O projeto de adaptação da Cidadela enquanto residência da Família Real foi
entregue a Joaquim Possidónio Narciso da Silva. Para o efeito, o arquiteto gizaria a
ligação das Casas do Governador ao Pavilhão de Santa Catarina, que confinava com a
Praça de Armas, redimensionando salas, decorando vestíbulos e salões e criando um
salão de banquetes e uma ligação direta para o coro alto da Capela de Nossa Senhora
da Vitória. O Rei D. Luís veio a falecer, no Paço de Cascais em 1889, sucedendo-lhe D.
Carlos, que promoveria profundas alterações no edifício, onde instalou o primeiro
laboratório português de biologia marinha, em 1896, mandando acrescentar, para o
efeito, em 1902, um terceiro piso sobre o antigo Pavilhão de Santa Catarina.
O Palácio recebeu, depois de 1910, os Presidentes da República, funcionando, mesmo,
como residência oficial de Óscar Carmona, de 1928 a 1945. Depois de muitos anos sem
utilização, já em acentuado estado de degradação, seria alvo de uma profunda
intervenção de reabilitação e restauro, entre 2007 e 2008.
Cumpre hoje as funções de residência oficial do Presidente da República, assegurando
simultaneamente o acesso às suas salas de aparato e dependências plenas de história,
através de visitas guiadas, promovidas pelo Museu da Presidência da República.
Na Cidadela, que de 1959 a 1993 albergou o Centro de Instrução de Artilharia
Antiaérea de Cascais, funciona, agora, a Pousada de Cascais, cujo projeto foi
distinguido com o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana na categoria Melhor
Intervenção de Uso Turístico, em 2013
3. Forte de Santa Marta | Farol Museu
Rua do Farol de Santa Marta, Cascais
Este imóvel classificado como Monumento de Interesse Público foi mandado edificar
depois de 1640, no âmbito do plano de defesa da Barra do Tejo, dirigido pelo conde de
Cantanhede, integrando-se, assim, num grande conjunto de fortificações marítimas
destinado a defender a costa de Peniche a Setúbal.
Dotado de uma bateria de grandes dimensões relativamente ao forte e de três corpos
retangulares justapostos, com áreas diversas, cruzava fogo com a bateria da Cidadela e
defendia a pequena foz da Ribeira dos Mochos.
Em 1868, a necessidade de reforço da sinalização marítima do corredor norte da Barra
do Tejo ditou a edificação de um farol na bateria alta desta fortificação, que já havia
perdido a sua função militar.
Este seria ampliado em 1936, vindo a integrar a rede de faróis automatizados em 1983,
data a partir da qual deixou de exigir a presença regular de um corpo de faroleiros. O
Forte e Farol de Santa Marta seriam alvo de um inovador projeto de musealização
inaugurado em 2007, no âmbito de protocolo entre a Marinha Portuguesa e Câmara
Municipal de Cascais.
Continuando a assegurar a sinalização marítima, o farol transformou-se num museu
que dá a conhecer quatro séculos de histórias e vivências, assumindo-se enquanto
espaço de revelação e divulgação do universo plural dos faróis portugueses.
4. Vigia do Facho
Avenida da Vigia do Facho, Cascais
Este imóvel classificado como Monumento de Interesse Público, de data de construção
incerta, dispunha, em 1805, de guarnição composta por um cabo e um soldado. É o
único edifício sobrevivente de um modelo que foi igualmente edificado no Cabo da
Roca, nos Oitavos e na Parede, ainda que esteja por explicar a coerência da sua
disposição na costa face ao restante complexo de fortificações.
De planta retangular, com apenas um compartimento, abobadado, que servia de
alojamento e armazém, dispunha de uma escada exterior, em pedra, que facultava o
acesso a um pequeno terraço lajeado, onde o vigia de serviço atentava ao horizonte.
Em caso de perigo tocava o sino de alarme que se encontrava na parede oeste.
5. Forte de Nossa Senhora da Guia
Estrada Nacional nº 247
Este imóvel classificado como Monumento de Interesse Público começou a ser
edificado em 1642, junto ao local onde, segundo o relatório do marquês de Fronteira,
de 1675, desembarcou, em 1580, o exército invasor espanhol, comandado pelo duque
de Alba.
A importância estratégica da zona justificou, assim, a urgência da construção de uma
fortificação que a defendesse, já operacional em 1646.
De estrutura simples, o pequeno forte manteve-se quase intacto até ao terramoto de
1755, que o danificou severamente. Em 1928, já desartilhado, foi entregue à Faculdade
de Ciências de Lisboa, para a instalação do Museu Bocage; e em 1999, ao Instituto do
Mar, que aí instalou o Laboratório Marítimo da Guia, onde se conduzem investigações
sobre ecologia marinha (sistemas costeiros e profundos) e ecofisiologia marinha
(fisiologia do crescimento, nutrição e reprodução de espécies marinhas).
6. Forte de S. Jorge de Oitavos
Estrada Nacional nº 247
Este imóvel classificado como Monumento de Interesse Público foi construído entre
1642 e 1648, num local onde a existência de lajes na zona de entremarés permitia
desembarques hostis. Cruzava fogos com o Forte de S. Brás de Sanxete, a noroeste e o
Forte da Guia, a nascente, para assim defender esta zona costeira, missão para a qual
dispunha também de uma curiosíssima linha de fuzilaria.
O Forte de S. Jorge apresenta uma estrutura poligonal, de cinco lados, com dimensões
e organização diferentes das dos seus congéneres, que parece não ter sofrido grandes
alterações ao longo dos tempos.
Abandonado após as Guerras Liberais, foi ocupado pela Guarda Fiscal em 1889. Em
1999 o imóvel foi cedido pela Direção-Geral do Património do Estado ao Município de
Cascais, com vista à sua musealização, reabrindo em 2001 após profundas obras de
reabilitação, que permitiram fazer ressurgir o seu traçado original.
Para além da extensa bateria, dotada de peças de artilharia, apresenta, no edifício que
integra o quartel, a casa da pólvora, os armazéns e as cozinhas, uma exposição que
atesta a relevância de S. Jorge de Oitavos para a defesa avançada da Barra do Tejo e
revela aspetos da sua organização funcional e vivências em tempos de guerra e de paz.
7. Forte de S. Brás de Sanxete | Farol do Cabo Raso
Estrada Nacional nº 247
Este imóvel classificado como Monumento de Interesse Público foi construído no
reinado de D. João IV, após a restauração da independência nacional, em 1640.
Localizado em posição geograficamente excecional, no Cabo Raso, manteve-se
praticamente inalterado ao longo dos séculos. Após a vitória dos liberais seria
desartilhado e votado ao abandono, até que em 1893 fosse cedido ao Ministério da
Marinha, para a instalação de um farol.
A arquitetura do forte ainda é percetível, mas a imagem dominante é a da torre do
farol, construída em 1915. O alarme sonoro é composto por um interessante
mecanismo, que já pode receber a denominação de arqueologia industrial. A
perspetiva marítima, a proximidade do mar e a Serra de Sintra proporcionam uma
atitude contemplativa, repousante, em contacto com a Natureza.
8. Baterias do Guincho - Crismina | Alta | Galé
Estrada Nacional nº 247
Este imóvel classificado como Monumento de Interesse Público é o remanescente de
um conjunto de três baterias localizadas a sul da Praia do Guincho: a Bateria da Galé, a
Bateria Alta e a Bateria da Crismina.
O conjunto foi projetado e construído em 1762, sob a direção do conde de Lippe,
reformador do exército português, quando da entrada de Portugal na Guerra dos Sete
Anos. Estas fortificações seriam desativadas no século XIX, vindo sobre a Bateria da
Galé a ser instalada a Estalagem Muchaxo e sobre a Bateria Alta o Hotel do Guincho.
A Bateria da Crismina encontra-se muito degradada, tendo já um projeto de
restauração aprovado para o local.
As baterias procuravam compensar as deficiências na defesa desta parcela de costa,
face ao perigo de um ataque franco-espanhol, pelo que a escolha dos locais para a sua
construção obedeceu a um plano estratégico. Desta forma, a Bateria da Galé, erigida
numa ponta rochosa, visava impedir, com o apoio do Forte do Guincho, o
desembarque inimigo na extensa praia que separava as duas fortificações.
Paralelamente, em fogo conjunto com a Bateria Alta, defenderia a enseada próxima.
As baterias Alta e da Crismina protegiam também a praia que delimitavam.
9. Forte do Guincho
Estrada do Abano
Este imóvel classificado como Monumento de Interesse Público, também conhecido
por Forte do Abano, foi construído em 1642, quando da reformulação do sistema de
defesa da Barra do Tejo.
De planta quadrangular, destinava-se a impedir os possíveis desembarques no extenso
areal da Praia do Guincho, bem como em toda a enseada da Praia do Abano,
funcionando, ainda, como atalaia com comunicação visual para o Forte da Roca, a
norte; e o forte de S. Brás de Sanxete, a sul, no Cabo Raso.
No final do século XIX a sua estrutura foi alterada em função do possível
desmoronamento da plataforma rochosa. Após a sua desativação, a história do Forte
do Guincho foi marcada por períodos de abandono e de cedência a particulares para
fins de lazer. Em 2016 o Estado colocou este imóvel num concurso de concessão a
privados por um período de 30 a 50 anos.
Na Praia do Guincho inicia-se um conjunto dunar que faz parte do corredor eólico
Guincho/Oitavos. Este sistema dunar persiste devido à particularidade do regime de
ventos e à disponibilidade de areia nas praias do Guincho e da Crismina, que é
transportada sobre a plataforma rochosa do Cabo Raso, regressando ao mar mais a
Sul, entre Oitavos e a Guia. Trata-se de um sistema ativo, semiaberto e extremamente
instável devido à constante mobilização de partículas arenosas associada ao transporte
eólico direcionada de norte-noroeste para sul-sudeste.
PASSEIO 2
1. Forte de Santa Catarina | Casa Seixas
Rua Fernandes Tomás, n.ºs 2-4, Cascais
O já desaparecido Forte de Santa Catarina foi erigido logo após 1640, no âmbito do
plano coordenado pelo conde de Cantanhede. Localizado num pequeno promontório a
leste da baía, assegurava o “fecho” defensivo da vila, mercê de uma sequência de
muralhas e cortinas de atiradores que o uniam à Fortaleza de Nossa Senhora da Luz. O
seu poder de fogo protegia, assim, a vila, a que seguia, para oriente, uma linha de
fuzilaria que chegava ao Forte de Nossa Senhora da Conceição ou dos Inocentes.
Apresentando planta quadrangular, seguia o modelo da maioria das fortificações deste
período. Normalmente abandonado em tempos de paz, em 1777 ainda dispunha de
oito peças de artilharia em bom estado, não precisando, contudo, de guarnição
permanente, pela proximidade da Cidadela. Em 1821 deixou de ser reconhecido como
de utilidade militar, pelo que em 1876, já muito arruinado, foi tomado pelo surto de
construção civil que então se apossou de Cascais. No ano de 1916 Henrique de Seixas
comprou o remanescente ao Estado, mandando erigir a Casa Seixas, um dos ex libris
da vila, onde hoje funciona a Capitania do Porto de Cascais.
2. Forte de Nossa Senhora da Conceição | Casa Palmela
Paredão de Cascais, Praia da Duquesa
Os restos das muralhas do Forte de Nossa Senhora da Conceição ou dos Inocentes
foram classificados como Monumento de Interesse Público, à semelhança do Palácio
Palmela, que seria edificado sobre o antigo baluarte. Destinada à defesa das praias
adjacentes, passíveis de desembarque, estava já operacional em 1646, dispondo de
uma bateria maior que a dos seus congéneres, com três peças de bronze e três de
ferro, a cargo de três artilheiros, doze soldados e um cabo. Vazado de artilharia logo
em 1834, após a vitória liberal, foi adquirido, em 1868, pelos duques de Palmela para
aí construírem a sua casa de verão, que em 1873 era já uma das imagens de marca de
Cascais.
3. Forte de S. Roque | Casal de S. Roque
Paredão de Cascais, Praia do Tamariz
O já desaparecido Forte de S. Roque integrou desde 1642 o conjunto de fortificações
construídas depois da restauração da independência. Localizado na ponta ocidental da
Praia do Tamariz, defendia o seu areal/desembarcadouro juntamente com os fortes de
Santo António e da Cruz de Santo António da Assubida.
Apresentava traça retangular, com áreas semelhantes de bateria e alojamentos e
ainda que tenha sido alvo de obras importantes em 1805, a tempo das invasões
francesas, no ano de 1829 estava desocupado e «sem objeto algum de artilharia», pelo
que foi demolido em 1887, quando da construção do caminho-de-ferro.
Nas suas imediações existia a ermida de S. Roque, cuja memória se perpetua no Casal
de S. Roque, construído em 1901, com projeto de Raul Lino.
4. Forte de Santo António do Estoril | Casa Schröter
Paredão de Cascais, Praia da Tamariz
Quase a meio da Praia do Tamariz, outrora denominada de Praia de Santo António,
sobre umas rochas não muito acima das águas do mar, existiu durante séculos o Forte
de Santo António, que defendia esta área de um possível desembarque, com o apoio
do Forte de S. Roque, a poente e do Forte da Cruz de Santo António da Assubida, a
nascente.
Em 1646, já terminada a construção, o seu comando foi entregue ao capitão Francisco
de Vilhegas, que contava com um cabo, três artilheiros e doze soldados, à semelhança
do Forte de S. Roque.
Depois de um longo período de abandono e degradação, foi reparado no contexto da
Guerra do Rossilhão, c. 1793-94, tal como aconteceu com os restantes fortes da região.
Ainda que tenha sido artilhado em 1821, no ano de 1886 já era considerado obsoleto,
pelo que, em 1889, a construção do caminho-de-ferro veio a cortar as suas defesas de
retaguarda: trincheiras, muros e linhas de fuzilaria.
Em 1894 foi levado a hasta pública e arrematado por Ernesto Schröter, que o demoliria
para a construção de uma residência de verão com uma arquitetura inspirada em
referências da Europa central, que ainda constitui um dos pontos de referência do
Tamariz.
5 Forte da Cruz de Santo António da Assubida | Casa Barros
Paredão de Cascais, Praia da Tamariz
O já destruído Forte da Cruz de Santo António da Assubida, localizado a nascente da
Praia do Tamariz, protegia o areal em conjunto com o Forte de S. Roque e o Forte de
Santo António, no âmbito do projeto da defesa de Lisboa gizado depois da restauração
da independência nacional, em 1640. O seu curioso nome parece ter origem no
topónimo local – Santo António, nome do Convento do Estoril – no cruzeiro – datado
de 1624, sito na Rua de Olivença – e no facto de esta ser uma subida um pouco
íngreme.
Viveu, à semelhança dos seus congéneres, longos períodos de abandono e fases de
recuperação e restauro. Depois das obras de 1793 não voltou a receber artilharia, mas
manteve sempre uma presença simbólica, como atesta o facto de ter disposto de
governador até ao ano de 1894, quando foi vendido em hasta pública.
Foi adquirido por João Barros que depois das demolições fez erguer a sua imponente
moradia de verão, num estilo revivalista medieval italiano, com projeto de Cesar Ianz:
a Casa Barros.
6. Forte de S. Pedro, de S. Teodósio ou da Poça
Avenida Marginal, S. João do Estoril
Este imóvel classificado como Monumento de Interesse Público foi construído em
1643, exercendofunções combinadas com o Forte da Cadaveira naestratégia de defesa
desta linha de costa, marcada pela Praia da Poça e pela foz da Ribeira da Cadaveira.
A sua estrutura não sofreu alterações até ao século XIX, ainda que tenha sido
parcialmente reabilitado no período miguelista.
Desartilhado e sem guarnição, foi cedido no século XIX à Santa Casa da Misericórdia de
Cascais, para apoio aos Banhos da Poça, vindo, em 1954 a ser transformado numa Casa
de Chá. O facto de existirem duas designações para esta fortificação deve-se à
circunstância de ter sido batizada com os nomes de dois dos príncipes herdeiros de D.
João IV: D. Teodósio (que morreu em 1653, com 19 anos) e D. Pedro II (que assumiu o
trono devido à incapacidade física e mental do seu irmão D. Afonso VI).
Em 2016 o Estado colocou este imóvel num concurso de concessão a privados por um
período de 30 a 50 anos.
7. Forte de S. João da Cadaveira
Avenida Marginal, S. João do Estoril
Este imóvel classificado como Monumento de Interesse Público foi construído entre
1642 e 1648, integrando o sistema de defesa da barra de Lisboa gizado quando da
restauração da independência.
Tinha por missão a defesa da Praia da Poça e da foz da Ribeira da Cadaveira, em
colaboração com o Forte de S. Pedro, a poente. Apresenta o traçado caraterístico da
maioria das fortificações costeiras deste período, de planta quadrada dividida em dois
espaços retangulares contíguos: a bateria e os alojamentos.
Durante o governo miguelista foi alvo de reedificação. Todavia, com a vitória liberal
seria desartilhado. No século XIX também esteve a cargo da Santa Casa da Misericórdia
de Cascais, para apoio aos Banhos da Poça, servindo, depois, a Guarda Fiscal, até ser
desativado.
8. Forte de Santo António da Barra
Avenida Marginal, S. João do Estoril
Este imóvel classificado como Monumento de Interesse Público foi uma das
fortificações construídas para a defesa da barra do Tejo em finais do século XVI, por
ordem de Filipe II de Espanha.
O Forte de Santo António da Barra teve projeto e direção do engenheiro militar e
padre Vicenzo Casale, num período em que igualmente se procedeu à (re)edificação de
outros fortes que apoiavam a defesa da Barra do Tejo.
A sua localização sobre a arriba e a adaptação das suas muralhas aos rochedos
conferem-lhe uma dimensão telúrica e uma intimidade com os escarpados, só
percetíveis quando visualizados a partir do mar. No final do século XVI já se encontrava
construído e apto a receber artilharia, sendo mantido guarnecido e artilhado até ao
final do século seguinte.
No período das lutas liberais foi alvo de algumas intervenções e melhorias e recebeu
artilharia com a respetiva guarnição.
Durante o século XX sofreu novas alterações, com vista à adaptação às suas novas
funções: Posto Fiscal para controlo do contrabando de mercadorias (1897), Campo de
Férias do Instituto Feminino de Educação e Trabalho de Odivelas (1915) e residência de
Verão do então Presidente do Conselho, António Oliveira Salazar (1950-1968).
9. Projetores de Descoberta da Bataria da Parede
Avenida Marginal
Projetor n.º 1 | S. Pedro do Estoril
Projetor n.º 2 | Praia das Avencas (Oeste)
Projetor n.º 3 | Praia das Avencas (Este)
No rescaldo da II Guerra Mundial, uma comissão lusobritânica, coordenada pelo
general britânico Barron, gizou um plano de defesa costeira para a região de Lisboa. O
chamado Plano Barron previa um Comando de Defesa Costeira, que viria depois a
designar-se por Regimento de Artilharia de Costa, responsável pela coordenação de
dois setores de defesa costeira: o setor norte – para defesa do Rio Tejo e do Porto de
Lisboa – e o setor sul – para defesa do Rio Sado e do Porto de Setúbal.
Em cada um destes setores existiria um grupo de artilharia de costa de
contrabombardeamento, um grupo de artilharia de costa de defesa próxima, uma rede
de telemetria e observação e uma zona de projetores de descoberta, para além de
uma faixa de minas, defesas interiores dos portos e fundeadouros para fiscalização.
Os grupos de artilharia de costa seriam compostos de batarias fixas instaladas ao longo
das margens do Tejo, do Sado e da Península de Setúbal. Entre 1948 e 1958, as
batarias previstas no Plano Barron tornaram-se operacionais, sendo maioritariamente
instaladas em fortificações compostas por casamatas e paióis subterrâneos e armadas
com peças navais de grande calibre em torres couraçadas.
Considerou-se que o primeiro tipo de defesa deveria ser executado por duas baterias
pesadas de 9”2 (23,4 cm Vickers), com o alcance de 36 km, nas imediações de
Alcabideche e do marco trigonométrico da Raposa, na Fonte da Telha.
O segundo tipo de defesa seria assegurado por duas baterias de calibre médio 6” (15,2
cm) localizadas na Parede e no Outão, com o alcance máximo de 22 km. As batarias
colaboravam entre si na fiscalização e controlo de todos os navios que pretendessem
entrar nestes portos, recorrendo durante a noite à iluminação artificial e organizavam-
se num sistema de projetores de descoberta – um dos quais na Parede – e em duas
zonas iluminadas, com uma divisão no Cabo Raso e outra na Fonte da Telha.
A Bataria da Parede, guarnecida com três peças, desempenhou um papel de relevo na
defesa do porto de Lisboa e da Baía de Cascais. O sistema de Projetores de Descoberta
da Parede dispunha de três postos: um na Pedra do Sal e dois a poente e a nascente da
Praia das Avencas (este último já desaparecido). Eram compostos por duas
subunidades: a casa do projetor e a casa do gerador. Os vestígios deste sistema de
iluminação encontram-se hoje no centro da Área Marinha Protegida das Avencas.
10. Forte de S. Domingos de Rana ou do Junqueiro
Rua de Luanda, Carcavelos
Erigido em 1645, este forte procurava colmatar as dificuldades de defesa do lado
poente da Praia de Carcavelos, cruzando fogo com o Forte de S. Julião da Barra. Em
1762 veria reconhecida a sua importância estratégica, ao ser dotado de mais artilharia
e reconfigurado. Com as guerras napoleónicas, nomeadamente com a invasão de
1810, liderada por Massena, o exército inglês, ocupante de Portugal, comandado por
Wellesley, fez construir as Linhas Defensivas da Península de Lisboa, mais conhecidas
por Linhas de Torres Vedras. A terceira linha ligava Paço de Arcos ao Forte do
Junqueiro, garantindo a segurança do embarque das tropas britânicas na Praia do
Portinho (Praia da Torre) em caso de derrota na zona de Torres Vedras. Nesta praia
foram construídos quatro pontões em madeira para o embarque. Em 1897, na
sequência da perda do seu estatuto militar, foi cedido ao Conselheiro Tomás Ribeiro e
ao médico António José de Almeida para a montagem de um sanatório marítimo
destinado a crianças pobres, que veio a ser inaugurado em 1902, em prol da difusão
dos princípios higiénicos e das terapêuticas héliomarítimas no tratamento e combate à
tuberculose óssea e da pele, linfatismo e debilidades como o raquitismo. A evolução da
medicina e a difusão de fármacos mais eficazes no combate à tuberculose conduziria,
depois, à sua transformação em hospital ortopédico.
Em 2010 cessou a sua atividade, com a inauguração do novo Hospital de Cascais, em
Alcabideche, que recebeu a designação de Hospital Dr. José de Almeida.
PESQUISAR NA AGENDA
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A intenção de urbanizar a antiga Costa de Santo António, que viria, depois, a chamar-
se Monte Estoril, foi preconizada por José Jorge de Andrade Torrezão, a partir de 1869,
que aí mandou edificar quatro chalets num alto sobranceiro à praia.
No entanto, só em finais de 1888, com a criação da Companhia Monte Estoril, e no ano
seguinte, com a inauguração da linha férrea Pedrouços-Cascais é que o plano
efetivamente se desenvolveu, por iniciativa do Conde de Moser e de Carlos de Anjos,
de modo a «civilizar» a aridez do Monte Estoril, por meio da criação de infraestruturas
que permitissem à nova estância competir com os mais reputados destinos turísticos
internacionais.
Inicialmente foram os aristocratas e os capitalistas abastados quem construiu no
Monte Estoril. Todavia, com a viragem do século, o gosto pelo veraneio e
a possibilidade de dispor de casa de férias alargar-se-ia a mais estratos sociais.
Neste contexto, no início do século XX a Companhia Monte Estoril urbanizou uma
zona periférica ao núcleo inicial da estância turística: o Monte Palmela.
1. Casa S. Cristóvão
Rua Alfredo da Silva, n.º 61 | Av. Marginal
Com projeto da autoria do arquiteto Tertuliano Marques, este palacete, que expressa
o estilo barroco joanino, foi mandado construir em 1917 pelo industrial Alfredo da
Silva. É uma imponente construção de dois pisos, marcada na fachada a sul por uma
ampla varanda panorâmica suportada por colunata classizante.
2. Vila Maria Pia
Rua D. António Guedes de Herédia, n.º 3B | Av. Marginal
Esta casa, ainda hoje imagem de marca do Monte Estoril, foi adquirida a João Henrique
Ulrich, em 1893, pela Rainha D. Maria Pia, para utilização durante o período do ano
consagrado aos banhos de mar. No entanto, em função da sua privilegiada localização
também viria a ser utilizada durante grandes períodos no inverno, assumindo, então,
a designação de Paço do Estoril. Para acomodar condignamente a Rainha, seria alvo de
grandes obras internas, concluídas em 1895, sob direção do arquiteto Rosendo
Carvalheira, em que se salientam as intervenções realizadas em talha e marcenaria
por Frederico Augusto Ribeiro e as pinturas murais de António Ramalho.
Característico chalet de fim de século, de planta irregular, formado pelo adossamento
de diversos corpos de distintas formulações planimétricas, distingue-se pelo telhado
de duas águas e o pequeno torreão com telhado em coruchéu octogonal,
revestido com telha cerâmica vidrada, de cor preta à data, com decorações
geométricas a azul e branco, hoje desaparecidas. O alçado principal possui
quatro andares, desenvolvendo-se inferiormente um terraço suportado por soluções
de ferro forjado.
3.Vila Aduar
Rua D. Manuel de Melo, n.º 1
Casa que Carlos Anjos, um dos responsáveis pela urbanização do Monte Estoril,
construiu para si e para a sua família. Está situada num local magnífico e rodeada de
palmeiras e magnólias, pertencendo atualmente à família Sommer de Andrade.
4. Vivenda Lakximi
Rua de Belmonte, n.º 2
Casa mandada edificar por Manuel Ferreira dos Santos, possivelmente para habitação
permanente. O projeto, de 1910, da autoria de Rafael Duarte Melo, expressa a junção
de valores próprios do ecletismo oitocentista, com correntes estéticas
contemporâneas, nomeadamente através da utilização de guardas em ferro forjado e
frisos de azulejos Arte Nova.
5. Vivenda Malvina
Avenida Sanfré, n.º 15
Mandada construir por Manuel Ferreira dos Santos, o “brasileiro”, com projeto do
Arquiteto Rafael Duarte de Melo, datado de 1907.
É um edifício neorromântico e eclético, em que merece particular destaque a aplicação
de bandas horizontais de azulejos Arte Nova, com predominância para motivos
vegetalistas, em composições entrançadas. Salientam-se ainda os frisos com os bustos
e animais fantásticos que enquadram a entrada principal, da autoria de Luís Cardoso e
datados de 1908.
6. Vivenda Laura
Avenida Sanfré, n.º 39
Também projetada por Rafael Duarte de Melo, em 1911, revela planta composta por
justaposição de corpos, cujos alçados são pontuados por frisos azulejares vegetalistas
e figurativos. Destaca-se uma composição azulejar com representação de
busto feminino vincadamente Arte
Nova, executado, em 1912, pelo pintor Luís Cardoso. Salientam-se, ainda, os grandes
janelões enquadrados por bandas azulejares Arte Nova e por composições de ferro
forjado.
7.Vila Estefânia
Avenida da Venezuela, n.º 1 | Avenida Faial
Edifício que se destaca pela sua implantação geográfica, sobre uma pequena
plataforma do antigo Monte Palmela, imediatamente atrás da Vila Maria Pia. Trata-se
de um chalet de grande relevância para a evolução deste parque habitacional, cuja
monumentalidade e cenografia é sobretudo transmitida pelo enorme torreão
quadrangular, que funciona como fachada principal.
8. Vila Sara
Avenida Faial, n.º 2
Foi mandada construir, na primeira fase de vida do Monte Estoril, pelo Engenheiro
Alberto da Silva Monteiro, grande colecionador de azulejos históricos.
A Vila Sara é uma referência patrimonial relevante, nomeadamente pelos painéis
azulejares aplicados no exterior do edifício, com especial referência para os
exemplares do século XVII, da autoria de Gabriel del Barco, as duas composições
setecentistas atribuídas a Nicolau de Freitas e ainda alguns painéis do início do século
XX, da autoria do pintor Pereira Cão.
9. Casa Monsalvat
Travessa do Calhariz, n.º 19
No topo do Monte Palmela encontra-se o principal núcleo de casas concebidas por
Raul Lino. Deste conjunto, classificado como Monumento de Interesse Público, esta é a
primeira casa “marroquina” projetada por Raul Lino, em 1901, para o seu
amigo Alexandre Rey Colaço, músico oriundo de Tânger.
A vertente mourisca é bem visível em diversos pormenores de decoração e arquitetura
deste projeto, nomeadamente no uso exterior e interior do tijolo.
Nesta casa estruturada de dentro para fora, todos os elementos se fundem e
contribuem para a harmonia do conjunto.
10. Casa Victor Schalk
Rua do Calhariz, n.º 72
Projetada por Raul Lino em 1915, a sua construção só estaria terminada em 1924.
Repetem-se, aqui, algumas das dominantes estruturais e estéticas da obra daquele
autor, em particular a orientação funcional da planta, concentrando-se as
dependências de carácter social a sul, em cuja face se destaca a ampla sala octogonal,
composição já ensaiada na Vila Tânger. Nos alçados destacam-se as aplicações de
ladrilhos formando composições radiais e, na face nascente, voltada ao jardim,
salienta-se o grande terraço protegido por guardas em adufa.
11.Vila Tânger
Rua do Calhariz, n.º 28
Foi construída, em 1903, para o artista plástico Jorge Colaço. Ao contrário do ecletismo
que dominava a arquitetura do Monte Palmela, Lino impunha um novo conceito, em
torno do que viria a ser conhecido
por Casa Portuguesa, tipologia que privilegiava uma série de pesquisas teóricas de
pendor “historicista”.
Possui três pisos, sendo os alçados animados por aplicações de azulejos polícromos de
motivos geométricos, que dialogam com os característicos duplos beirados que
marcam grande parte da obra deste arquiteto.
12.Vila Ralph
Avenida das Acácias, n.º 460
Classificada como imóvel de Interesse Municipal, esta moradia assume-se enquanto
uma das mais importantes realizações privadas do Monte Estoril, particularmente no
que diz respeito ao património azulejar que integra. Foi mandada construir por James
Gilman, segundo proprietário da Fábrica de Loiça de Sacavém, com projeto de Gaston
Landeck, datado de 1 de janeiro de 1899. Destaque para os frisos de azulejos Arte
Nova, merecendo especial referência os painéis de azulejos que decoram as
paredes do amplo terraço, da autoria de Jorge Colaço.
13.Casa Silva Gomes
Avenida das Acácias, n.º 316 | Rua Conde Moser
Projetada em 1902 por Raul Lino para o amigo Silva Gomes e sua esposa, Maria do
Rosário Gomes. Debruçada sobre a rua, apresenta um caráter mais urbano. De
dimensões mais reduzidas do que as restantes habitações construídas no Monte
Palmela, apresenta nítida influência mourisca, sendo um volume fechado com
pequenos rasgos (janelas pequenas).
O arquiteto projeta para esta casa vãos em arcos de ferradura debruados em tijoleira,
telhas em canudo, azulejos e beirais de estilo português. O alpendre foi substituído por
uma varanda parcialmente revestida com azulejos neomudéjares. No alçado poente
destaca-se o registo azulejar de Nossa Senhora do Rosário, cuja autoria é atribuída a
Roque Gameiro.
14. Casa Abamonte
Rua Vitorino Vaz, n.º 1A
Hoje com a designação “Villa do Monte”, a propriedade é constituída pela casa
principal, que embora modificada, conserva ainda a sua estrutura inicial, rodeada por
uma densa vegetação e delimitada por muros de pedra irregular. O conjunto integra
dois anexos dispersos no imenso e denso jardim, em que se destaca o chalet Mathilde,
com telhados em bico e beirais em madeira.
15. Casa Manuel Duarte
Rua do Pinheiro | Av. Marginal, n.º 7980
Construída já no final da década de 90 do século XIX, com projeto do pintor Francisco
Vilaça, autor da Torre de S. Sebastião, atual Museu-Biblioteca Condes de Castro
Guimarães, em Cascais. Foi apelidado, de forma depreciativa, como jazigo,
sobretudo pelo desenho da porta principal em ferro e vidro e pelo desenho dos vãos
em forma ogival, ao estilo neogótico.
16. Vivendas Júlia, Luiza, Hermínia e Othília
Rua do Pinheiro, n.ºs 4, 6, 8 e 10
Conjunto de quatro casas geminadas, de planta longitudinal, construídas para Miguel
Henriques dos Santos, segundo projeto do Arquiteto Ventura Terra, um dos principais
nomes da arquitetura portuguesa na viragem do século XX e galardoado com
diversos prémios Valmor.
17. Instituto Maria Auxiliadora
Rua de Trouville, n.º 104
O edifício originalmente designado por “Vila Sarah” foi projetado em 1899 por Gaston
Landeck.
Constituído por quatro pisos, alia o gosto de chalet dos primeiros tempos a uma busca
de modernidade, visível nos painéis e frisos de azulejos que decoram alguns alçados.
Em 1959, a propriedade passou para a posse do Instituto das Filhas de Maria
Auxiliadora.
18. Casa Abreu Valente
Rua de Nice, n.º 8
Com projeto de 1901, da autoria de Ventura Terra, a casa da Rua de Nice constitui uma
obra ainda de gosto neorromântico. No entanto, o arquiteto propõe uma coerência
programática contrastante com os chalets do Monte Palmela, sem o exotismo e
o impacto cenográfico daqueles.
O edifício é uniformemente marcado por linhas retas, em que a única extravagância é
a aplicação de frisos de azulejos a anteceder as linhas de telhado.
19. Vila Montrose
Rua de Mondariz | Rua Alegre, n.º 4B
Situada na parte alta do Monte Estoril, é hoje um dos vestígios do núcleo habitacional
que, na época, se implantou à volta do “lago” Ostende
Foi nesta casa, cedida pela família Reynolds, que a Rainha D. Maria Pia se instalou em
1892, para veranear nos Estoris.
20. Casas Manoella e Maria Fernanda
Avenida de São Pedro, n.ºs 21 e 23
Foram os dois primeiros chalets a serem construídos no Monte Estoril, rodeados de
jardim de estilo romântico e muro de pedra tão característico desta povoação nos
finais do século XIX e inícios do seguinte.
21. Torre de S. Patrício – Casa Verdades de Faria | Museu da Música Portuguesa
Avenida Sabóia, n.º 1146
Classificado como monumento de interesse público, o atual Museu da Música
Portuguesa é um palacete de tendência romântica tardia, mandado construir por Jorge
O’Neill, em 1918, com projeto de Raul Lino.
Com claustro no seu interior, possui uma torre neomedieval.
Apresenta uma dinâmica entre interior-exterior, nos jogos de luz e de sombra, na
utilização das varandas e dos alpendres, no revivalismo árabe na arquitetura, com os
seus arcos em ferradura, os pátios, uma cantaria bastante ornamentada
e a grande profusão dos azulejos setecentistas.
O Museu alberga o espólio do compositor Fernando Lopes-Graça e a coleção de
instrumentos musicais e etnográficos de Michel Giacometti.
Arquitetura de Veraneio
29-03-2012
Arquitetura
Imagem:
Galeria:
Arquitetura de Veraneio
Arquitetura de Veraneio
13-03-2012
ARQUITETURA DE VERANEIO
VERSÃO EM PDF
A história da Vila de Cascais é profundamente marcada, a partir de 1870, quando o rei
D. Luís decide instalar-se no Palácio da Cidadela para estar perto do mar que muito
amava.
A família real passa a veranear em Cascais e com eles, a aristocracia elegia também
este destino como residência estival, de tal modo que a terra passou a ser Vila de
Corte. É neste contexto que se vai desenvolver a designada “arquitetura de veraneio”
que, com os seus belos palacetes e chalets, vai marcar a malha urbana da vila.
Este roteiro pretende dar a conhecer, a quem percorre as ruas de Cascais, algumas das
suas peças mais representativas.
1. CASA PALMELA
Mandada edificar pelos terceiros Duques de Palmela, esta casa erguida sobre o antigo
baluarte de Nossa Senhora da Conceição, é a peça mais destacada da nascente
arquitetura de veraneio em Cascais. O seu projeto foi elaborado, entre 1870 e 1871,
pelo arquiteto inglês Thomas Henry Wyatt que foi fortemente influenciado pelas
mansões rurais inglesas neogóticas.
2.CASA FAIAL
Mandada construir em 1896, pelos terceiros Duques de Palmela, sobre a Praia da
Conceição, este edifício com projeto de José Luís Monteiro, é inspirado nos modelos
arquitetónicos dos chalets suiços.
3.CASA ANTÓNIO LENCASTRE
Edificada nos primeiros anos do século XX, para D.António Lencastre, médico da
Rainha D. Amélia, a casa, de gosto italianizante, constitui um excelente exemplar da
arquitetura de veraneio eclética.
4.CASA DUQUES DE LOULÉ
Foi erigida em 1873, junto à Capela de Nossa Senhora da Conceição dos Inocentes
(Séc. XVII). O projetista, Luís Caetano Pedro d’Ávila, opta por um modelo palaciano,
designado por “estilo Luís XIII”, de gosto francês.
5.CASA D. NUNO
Casa projetada, em 1922, pelo engenheiro Gastão Benjamim Pinto para D. Nuno
Miguel d’Almada Lencastre. Esta casa, construída por cima de uma antiga linha de
mosqueteria (Séc. XVII), está situada num promontório sobre a pequena Praia da
Rainha. Na sua composição, ela mescla a figura do chalet, expressa no corpo destacado
com telhado piramidal, com os modelos propostos por Raul Lino para a criação
moderna da “casa portuguesa”.
6.CHALETS DO LARGO DA ESTAÇÃO
Típicos de uma arquitetura de veraneio mais modesta, estes dois chalets geminados,
de finais do séc. XIX,apresentam acentuados telhados de duas águas, com pequenos
jardins, ladeados de muros de pedra mal aparelhada.
7.CASAS DA AVENIDA VALBOM
Nestas duas construções, de “estilo português”, ressalta a utilização de padrões de
azulejos coloridos nas fachadas, elemento decorativo de grande impacto visual e que
marca a individualidade de cada casa, característica permanente da arquitetura de
veraneio.
8.CHALET DO LARGO DA MISERICÓRDIA
Construção de finais do século XIX, localizada em frente à Igreja da Misericórdia, tem
como elemento predominante a longa varanda em ferro forjado que une as duas
fachadas.
9.CASA PINTO BASTO
Com forte presença na malha urbana da vila, sobre o Jardim do Visconde da Luz, esta
bela casa, a primeira que a família Pinto Basto teve em Cascais, é de difícil datação.
Esta apresenta elementos morfológicos nobilitantes que podem resultar de um
revivalismo historicista do século XIX ou eventualmente de uma casa nobre anterior.
10.CHALET DA RUA DA BELA VISTA
O número 126 da Rua da Bela Vista, apresenta dois corpos, um deles sugerindo uma
“torre”, coroada em arco redondo e coruchéu e moldura de estuque branco. O aspeto
cenográfico da casa assenta na profusão de elementos que deliberadamente a tornam
distinta, entre eles destaque para o revestimento cerâmico de cor verde.
11. CASA DA RUA AFONSO SANCHES
Residência com dois fogos, integrados numa imagem conjunta, um alongado
paralelepípedo ao baixo, o corpo central ligeiramente reentrante em relação aos
topos e vãos geminados de geometria simples. Todos os alçados são revestidos com
azulejos verdes e brancos.
12. CASA DE SANTA MARIA
Com projeto de 1918, da autoria de Guilherme Gomes, esta casa miniaturista, resulta
da ampliação e alteração de uma pré-existência. Destaque para o uso de diversos
padrões de azulejos que ornamentam os vãos, os tímpanos e os frisos da cimalha, bem
como a cobertura do torreão.
13. CHALETS DA RUA DA VISTA ALEGRE
Estes três chalets de finais de oitocentos, representam as casas de veraneio sem
intenções ostensivas de afirmação. Relativamente discretas, integram um conjunto
arquitetónico de moradias que fugiram ao modelo palaciano, ou aos arquitetos de
nomeada, e compuseram a Cascais de cerca de 1900.
14.CASA EDUARDO PERESTRELLO DE VASCONCELOS
Casa de inícios do século XX, mandada construir pela família Perestrello, conjuga
elementos característicos da “casa portuguesa” de matriz palaciana, com elementos
decorativos neomanuelinos.
15.VILA EULÁLIA
Chalet construído não para residência individual mas com vários fogos, para aluguer.
Mantem caraterísticas identificadas noutros chalets desta época, destacandose,neste
caso as varandas abauladas de ferro forjado, apoiadas em mísulas.
16. CASA NA AVENIDA EMÍDIO NAVARRO
Casa construída na segunda década do século XX, apresenta numa escala miniatural, a
arquitetura de “estilo português”, muito influenciada pela divulgação do ideário
estético de Raul Lino. Destaque para o pequeno painel azulejar, de motivo religioso,
sobre o frontão.
17. TRÊS CASAS GEMINADAS
Confinantes com a anterior, estas casas geminadas, projetadas por Raul Lino, nos anos
20 do séc. XX, possuem uma organização de fachadas quase miniatural, mas
preenchidas com os elementos decorativos próprios de Lino: alpendres, beirais,
arcarias e muros caiados.
18. CASA EMA TORRE DO VALE
Moradia unifamiliar, de cerca dos anos 20 do século passado, com projeto de Norte
Júnior. A sua arquitetura exterior, apresenta as linhas estéticas que nos remetem para
a arquitetura de “estilo português”.
19. CHALET FICALHO
Mandada edificar em 1897, esta residência, construída sobre projeto de Manuel
Ferreira dos Santos, manifesta a clara influência dos valores da Casa Faial,
na organização compósita dos vários corpos, na forte inclinação dos telhados e na
cobertura integral dos alçados com pedra rústica. A casa adquiriu o nome do seu
segundo proprietário, Francisco Manuel de Mello Breyner, Conde de Ficalho e de
Mafra, e um dos mais destacados Vencidos da Vida, grupo que tantas vezes se reuniu
em Cascais.
20. CASA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
Excelente exemplar da “casa portuguesa”, edificada entre 1917 e 1920 para D.
Francisco Lobo de Almeida Mello e Castro de Avillez, com projeto de
Guilherme Gomes, um discípulo de Raul Lino.
21. CASA DE SANT’ANA
Mandada construir em 1931 por Ana Maria Burnay Aranha, esta casa de “estilo
português” foi projetada por Raul Lino.
22. CASA DOS PÓRTICOS
Moradia de veraneio da década de 20 do séc. XX. A sua arquitetura exterior, apresenta
as linhas estéticas que nos remetem para a arquitetura de “estilo português”, tão
divulgada por Raul Lino que em 1957, assina o projeto da capela existente nesta
propriedade.
23. CASA EDUARDO LUÍS PINTO BASTO
Moradia de veraneio, edificada na década de 20 do séc. XX. Hoje profundamente
alterada e transformada numa unidade hoteleira, recebeu o nome por influência do
seu habitante mais ilustre, o rei Umberto II de Itália.
24. CASA D’OREY
Tal como as anteriores, o seu estilo arquitetónico remete-nos para a “casa
portuguesa”, modelo difundido por Raul Lino. Foi projetada e construída, em
1923, pelos irmãos Gonçalo e José de Mello Breyner para Frederico Guilherme d’Orey.
25. CHALET DOS CONDES DA PENHA LONGA
Construído próximo da falésia, junto ao Farol de Santa Marta, este chalet foi habitado,
em época de veraneio, por D. Carlos de Bragança, enquanto Príncipe real. Hoje está
profundamente alterado, em consequência da sua adaptação a unidade hoteleira.
26. CASA DE SANTA MARIA
Mandada edificar em 1902 por Jorge O’Neill, é sem qualquer dúvida a casa mais
excecional de Raul Lino, realizada em Cascais. Para além da arquitetura eclética da
casa, destaque, no seu interior, para o recheio artístico da autoria de António de
Oliveira Bernardes, considerado o melhor pintor de azulejos da época final de D. Pedro
II e da fase áurea de D. João V.
27. CASA DE S. BERNARDO
Projetada em 1890, pelo Conde de Arnoso, engenheiro de profissão, que a designou
por “casa minhota”. É a primeira casa de “estilo português” a ser construída na vila de
Cascais. Nela se reuniram o grupo Vencidos da Vida, constituído, entre outros, pelo
proprietário da casa, Eça de Queirós e Ramalho Ortigão.
28. MUSEU-BIBLIOTECA CONDES DE CASTRO GUIMARÃES
Mandado edificar por Jorge O’Neill, no início de 1900, este palacete de veraneio
eclético, projetado por Francisco Vilaça, assume-se como unificador de várias
linguagens arquitetónicas que lhe conferem um enorme sentido de monumentalidade.
Foi posteriormente adquirido pelos Condes de Castro Guimarães que o doou ao
município de Cascais, através de testamento.
29. CASA HENRIQUE SOMMER
Esta moradia, mandada construir por Henrique Sommer, em finais do séc. XIX, é o mais
importante e erudito exemplo de residência privada neoclássica da vila. Nela será
instalada o Arquivo Histórico Municipal / Centro de História Local.
30. CASA TRINDADE BAPTISTA
Datada de 1899, este palacete tal como o seu confinante, afastam-se da retórica da
arquitetura dos chalets, para adotarem uma sólida imagem urbana. Neste edifício,
valorizando a dupla fachada, a atenção do desenho concentra-se na varanda de ângulo
do 2º andar, dinamizada por delicadas colunas, apoiadas nas mísulas que comunicam
com os vãos de peitoril do andar inferior.
31. CASA LUÍS AUGUSTO PERESTRELO DE VASCONCELOS
Tal como a anterior, é também datada de 1899. Da sua arquitetura de matriz
romântica, destaque para o emolduramento dos vãos que são coroados com pequenos
frontões neoclássicos no andar nobre, alternadamente triangulares e em segmento de
círculo.
32. CASA DOS CONDES DE MONTE REAL
Edificada em 1920, com projeto de Guilherme Gomes,esta casa manifesta a
permanência do gosto palaciano, reconvertido em “casa portuguesa”.
33. CHALET LEITÃO
Datado de 1896 e com projeto de António Dias da Silva, o chalet Leitão implantou-se
na Av. D. Carlos (inaugurada em 1899) e faz parte do notável conjunto de edifícios que
definem a silhueta ocidental da Baía de Cascais. Neste destaca-se as suas varandas
com excecional estrutura em ferro.
34. CASA MARIA HELENA
Edificada nos primeiros anos do séc. XX, destaca-se pelos seus magníficos painéis
azulejares que compõem a fachada virada para a Baía de Cascais, com representação
de São João e um conjunto de temática marítima, muito apropriado ao local.
35. CASA SEIXAS
Localizada numa posição privilegiada na Baía de Cascais, foi edificada sobre o baluarte
de Santa Catarina (Séc. XVII). O projeto de 1920 de Joaquim Norte Júnior segue o
modelo do palácio português setecentista. Foi doada pelo seu encomendador,
Henrique Maufroy de Seixas, à Capitania do Porto de Cascais, por testamento de 1945.
36. CASA D. PEDRO DOM PEDRO HOUSE
Foi mandada construir em 1903 pelos terceiros Duques de Palmela para a oferecerem
à escritora Maria Amália Vaz de Carvalho, autora da biografia do Duque de Palmela, D.
Pedro de Sousa e Holstein. De estilo marcadamente português, está alterada devido à
sua adaptação a unidade hoteleira.
Arquitetura de veraneio
03-03-2016
20-02-2012
É um espaço singular no concelho de Cascais resultando da junção dos jardins do
Palácio dos Condes de Castro Guimarães com a propriedade do Visconde da
Gandarinha. Nele pode desfrutar-se de uma tranquilidade única conferida por um
conjunto vegetal notável e diversificado, que em articulação com o ondular suave do
terreno, que integra um troço da Ribeira dos Mochos, permite em cada percurso,
novas perspectivas e descobertas.
Para além das possibilidades mais contemplativos de utilização de todo este parque,
da qual faz parte a mata propriamente dita, os orlas relvadas, a estufa, a envolvente da
linha de água e dos lagos e os diversos recantos preparados para acolher o visitante,
aqui e além assinalados por elementos escultóricos e arquitectónicos, conta-se ainda
com algum equipamento de uso mais activo. A área de recreio infantil, o mini-zoo, a
biblioteca juvenil, os campos de jogos tradicionais, o parque de merendas e os
relvados constituem atractivos suplementares para as diversas faixas etárias, possui
ainda sanitários e uma cafetaria.
12-06-2014
SAIBA MAIS
Gratuito
Parque Marechal CarmonaPraceta Domingos D’Avilez - Av. da República
Cascais
Criado na década de 40, este grande espaço verde resulta da junção dos jardins do
Palácio Condes Castro Guimarães com a propriedade do Visconde da Gandarinha, na
vila de Cascais.
Desde a primeira metade do século XVI, o espaço já era utilizado como quinta de
recreio, lazer e produção.
Foi comprado à Misericórdia de Cascais pelos Carmelitas Descalços, sob o patronato do
D. António de Castro.
Depois de, em 1834 passar para os bens do Estado, teve vários donos, até ter sido
finalmente adquirido pelo Visconde da Gandarinha, que construiu aí um parque
romântico.
O jardim do Palácio Condes Castro Guimarães também se caraterizava por um toque
de romantismo e, em 1944, após o terreno da Gandarinha ter sido adquirido, os dois
espaços foram unidos e abertos ao público. Após a revolução de 1974, passou a
designar-se Parque do Gandarinha, apesar de ainda hoje ser conhecido como Marechal
Carmona.
O Parque tem amplos relvados, canteiros de herbáceas e arbustos, uma mata com
árvores de grande porte e percursos com um toque de romantismo. O Parque integra,
ainda, um troço da Ribeira dos Mochos, lagos, um parque de merendas e um campo
para jogos tradicionais.
Ali encontra-se a Biblioteca Municipal Infantil e Juvenil. Junto a uma cafetaria com
esplanada e um belo lago, onde nadam patos, é perfeito para proporcionar momentos
de descanso e contemplação. O espaço tem também um parque infantil, que está
dividido em três áreas, adaptadas às faixas etárias das crianças.
Todos os sábados este Parque recebe o Mercado Biológico de Cascais, onde pode
encontrar produtos de agricultura biológica, certificados. Frutas, verduras, compotas,
doces, pães e bolos regionais são alguns dos ‘mimos’ que pode levar para casa, após
um belo passeio pelo Marechal Carmona.
OHficina
Quem conta um conto acrescenta um ponto...
Yoga & Qigong para Famílias
Dia Internacional do Animal Abandonado
Património Arqueológico | Cetárias romanas (Cascais)
03-03-2016
Em 1992, no âmbito das obras de uma habitação da Rua Marques Leal Pancada, em
Cascais, surgiu a oportunidade da realização de sondagens arqueológicas. Procurava-se
então localizar uma das antigas portas no torreão do castelo de Cascais que aparece
representada em plantas dos finais do século XVI.
É exatamente numa das duas sondagens realizadas no interior da casa que se vai
identificar uma cetária completa, revestida de opus signinum. Este tipo de estrutura,
um largo tanque com paredes revestidas de uma argamassa impermeável, encontra-se
associado à indústria romana de salga e transformação de pescado e derivados
piscícolas.
Foram ainda encontrados dois outros pisos de opus signinum – os quais estariam
certamente relacionados com este espaço fabril – e no interior da cetária,
completamente preenchida de areia, uma base de coluna de tipo toscano e alguns
escassos fragmentos de cerâmicas comuns romanas. Estes achados incluíam
fragmentos de ânfora, vasilha de grandes dimensões, típica do transporte de pescado
e derivados piscícolas, com ampla difusão por todo o império romano.
Com a realização das obras de reacomodação de infraestruturas ao longo da mesma
rua, realizadas nos anos de 1998 e 1999, foi possível estender as sondagens, tendo-se
identificado um conjunto de seis novas cetárias, muito danificadas pela instalação de
antigas infraestruturas contemporâneas.
Foram também recolhidos fragmentos de ânforas, entre outras cerâmicas, e três
sestércios do Imperador Domiciano, Trajano e Adriano e um asse do Imperador
Antonino Pio.
Ficou, assim, demonstrada a presença de uma fábrica de conservas de derivados
piscícolas a laborar junto à praia de Cascais durante a segunda metade do século I d. C.
e finais do século II. Quando a fábrica deixou de laborar os tanques foram preenchidos
com areia e, sobre eles, construídas as estruturas do castelo, já em época medieval.
Património Arqueológico | Grutas do Poço Velho
01-03-2016
Coelhinho de osso polido. Grutas do Poço Velho. Nº Inv. PV.144
12-02-2016
03-03-2016
As ruínas que podem ser vistas no interior das instalações do antigo Posto de Turismo
de Cascais, na Rua Regimento 19 de Infantaria, foram descobertas em 1988, durante a
investigação arqueológica que precedeu os trabalhos de remodelação do antigo
edifício da Sociedade Musical de Cascais. Esta intervenção integrava-se num projeto
mais amplo que preconizava caraterizar e datar a evolução da malha urbana da vila.
No interior do espaço musealizado podemos ver parte da estrutura base do nível
térreo de uma habitação de finais do século XVI, reforçada no lado nascente, o que
tornou possível a construção deste edifício na margem da Ribeira das Vinhas.
Entre os achados destacam-se fragmentos de faiança espanhola, italiana e portuguesa,
que foram encontrados com porcelanas chinesas da dinastia Ming (período Wanli
1572-1620). Quanto aos objetos metálicos, o principal destaque vai para um fecho de
roupa em bronze, banhado a ouro, que conservava parte do tecido onde estava
aplicado e algumas moedas de cobre de D. Sebastião (1557-1578).
A área escavada revelou uma porta com dois degraus, à qual estava associado um
lintel de calcário chanfrado, que daria acesso à margem da ribeira. Um dos degraus
apresentava lateralmente duas perfurações, onde se implantava uma porta que
deveria abrir de par em par. Posteriormente, este vão foi nivelado e os degraus
cobertos por um pavimento de cal e areia, ainda visível em alguns locais. O extenso
pavimentado de tijoleira, contíguo à parede norte, abrange uma ampla zona que se
desenvolve ao longo de uma parede divisória.
Quando esta habitação foi erigida, Cascais já detinha o estatuto de vila há mais de
duzentos anos e o burgo desenvolvia-se para norte, devido ao crescimento da
população, ligada à pesca e, em particular, às atividades militares, que aumentaram a
partir da construção, em 1488, da Torre de Cascais, estrutura de elevada importância
estratégica na defesa marítima da capital.
Do século XVI em diante, o crescimento urbano da vila foi quase inexistente, sendo de
notar que após a vasta destruição causada pelo terramoto de 1755, a reconstrução
seria muitíssimo lenta. Esta casa não foi, assim, reconstruída de acordo com o plano
original, tendo a estrutura sido, antes, alargada para o atual edifício, mantendo as
paredes sul e oeste. O pavimento foi, então, elevado e coberto com lajes calcárias, das
quais resta um testemunho.
Património Arquitetónico
03-03-2016
Cidadela de Cascais
Bateria da Crismina
Arquitetura Religiosa
03-03-2016
Capela de S. Sebastião | Cascais
D. Carlos Fernando Luís Maria Vítor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de
Assis José Simão de Bragança Sabóia Bourbon e Saxe-Coburgo-Gotha, filho
primogénito dos reis D. Luís e D. Maria Pia, nasceu no Palácio da Ajuda, a 28 de
setembro de 1863.
Em Cascais, mercê das condições privilegiadas da sua enseada, D. Carlos encontrou o
cenário ideal para apurar interesses artísticos, aptidões desportivas e uma curiosidade
científica insaciável, beneficiando do facto de, a partir de 1870, a Família Real se
instalar na Cidadela, no período do ano consagrado à prática dos banhos de mar.
D. Luís soube transmitir a D. Carlos o seu fascínio pelo oceano, oferecendo-lhe, em
1878, por ocasião do seu 15.º aniversário, o palhabote Nautilus, no mesmo dia em que
Cascais assistiu à primeira experiência de iluminação elétrica em Portugal.
Partamos, assim, à descoberta de alguns dos locais que fizeram parte da história de um
Rei que tanto amou Cascais!
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1. Casa D. Maria Pia
Avenida Marginal, n.º 18 | Rua D. António Guedes de Herédia, n.º 3 B, Monte Estoril
Construída na última década do século XIX, em posição dominante sobre a escarpa da
costa do Monte Estoril, esta casa, ainda hoje imagem de marca do Monte Estoril, foi
adquirida pela Rainha D. Maria Pia, para utilização durante o período do ano
consagrado aos banhos de mar, em 1893, quatro anos depois do falecimento do Rei D.
Luís na Cidadela de Cascais e da ascensão de D. Carlos ao trono. No entanto, em
função da sua privilegiada localização também viria a ser utilizada durante grandes
períodos no inverno, assumindo, então, a designação de Paço do Estoril, que se
manteria até à implantação da República, em 1910.
2. Praia da Rainha
Cascais
A enseada que abriga a Praia da Rainha foi outrora conhecida por Boca do Asno,
provavelmente devido à sua forma. Cedo este pequeno areal, protegido do vento e da
ondulação, se transformou no preferido da Rainha D. Maria Pia, que o elegeu para os
banhos de mar dos príncipes D. Carlos e D. Afonso. Seria também nesta praia que a
Rainha D. Amélia, mulher de D. Carlos, salvaria, em 1900, um pescador que se
encontrava prestes a afogar-se…
3. Praia da Ribeira
Cascais
A presença sazonal da Família Real em Cascais, a partir de 1870, em função da moda
dos banhos de mar, transformou a vila na rainha das praias portuguesas, obrigando os
pescadores a cederem aos banhistas parte da Praia da Ribeira, assim designada por aí
então desaguar a Ribeira das Vinhas.
Foi a partir deste areal, hoje conhecido por Praia dos Pescadores, que D. Carlos
impulsionou a prática da vela, do remo e da natação, transformando Cascais no mais
prestigiado campo de regatas em Portugal, onde se disputou, por exemplo, em 1893, a
primeira corinthian race nacional, regata em que as embarcações correm tripuladas
apenas por amadores ou, em 1898, a primeira regata internacional nas nossas águas.
4. Avenida D. Carlos I
Cascais
A estada da Família Real no Palácio da Cidadela a partir de 1870 acentuou a
necessidade de construção de uma nova via de acesso à Praia da Ribeira. A Avenida D.
Carlos I, inaugurada em 1899, em homenagem ao Rei, que a terá ajudado a pagar,
transformou-se num dos eixos fundamentais da vila e em mostruário da arquitetura de
veraneio, então em voga, de que a Casa Silva Leitão, projetada em 1896, com seu
telhado pontiagudo, constitui belíssimo exemplar.
5. Passeio Maria Pia
Cascais
Este passeio contíguo à Cidadela de Cascais era local de passagem obrigatória dos
elegantes instalados na vila para a prática dos banhos de mar, razão pela qual foi
batizado, em 1890, como Passeio Maria Pia, em homenagem à Rainha, mãe de D.
Carlos.
6. Marégrafo
Passeio Maria Pia, Cascais
Marcação de visitas: 214 815 907/55 | museumar@cm-cascais.pt
Tendo por função a medição do nível médio das águas do mar, o Marégrafo de Cascais,
que estava ligado ao laboratório oceanográfico de D. Carlos, foi instalado em 1882,
vindo a ser deslocado cerca de 30 metros, para a sua atual localização, em 1900.
O sistema de medição, composto por uma boia num poço, ligada a um relógio de alta
precisão e a um cilindro horizontal que permite o registo gráfico das oscilações da
boia, ainda funciona e é visitável por marcação.
7. Palácio da Cidadela
Avenida D. Carlos I, Cascais
Aberto de 4.ª a domingo, 14h00-20h00
A Cidadela é uma fortificação compósita, que resultou de mais de quinhentos anos de
sucessivas construções e readaptações. Tendo por base a Torre de Cascais, mandada
construir em 1488 pelo Rei D. João II, veio a ser integrada, no último quartel do século
XVI, na Fortaleza de Nossa Senhora da Luz e depois de 1640 na fortificação que hoje
conhecemos.
A porta de armas era o único acesso ao seu interior, que se organizava a partir de um
pátio central, em torno do qual se dispunham quatro quarteirões: o de Santa Catarina,
junto às antigas Casas do Governador – onde a partir de 1870 os Reis D. Luís e D. Maria
Pia instalaram o Paço Real de Cascais – os de S. Pedro e de Santo António, que se
destinavam à guarnição, e o de S. Luís, onde funcionava o hospital. Sob o pátio
construiu-se uma grande cisterna, de planta quadrangular, com abóboda assente em
nove colunas. Do conjunto destaca-se, ainda, a Capela de Nossa Senhora da Vitória.
O projeto de adaptação da Cidadela enquanto residência da Família Real, a partir de
1870, foi entregue a Joaquim Possidónio Narciso da Silva. Para o efeito, o arquiteto
gizaria a ligação das Casas do Governador ao Pavilhão de Santa Catarina, que confinava
com a Praça de Armas, redimensionando salas, decorando vestíbulos e salões e
criando um salão de banquetes e uma ligação direta para o coro alto da Capela de
Nossa Senhora da Vitória.
O Rei D. Luís veio a falecer, no Paço de Cascais em 1889, sucedendo-lhe D. Carlos, que
promoveu profundas alterações no edifício, onde instalou o primeiro laboratório
português de biologia marinha, em 1896, mandando acrescentar, para o efeito, em
1902, um terceiro piso sobre o antigo Pavilhão de Santa Catarina. O Palácio veio,
depois de 1910, a receber os Presidentes da República, funcionando, mesmo, como
residência oficial de Óscar Carmona, de 1928 a 1945.
Depois de muitos anos sem utilização, já em acentuado estado de degradação, seria
alvo de uma profunda intervenção de reabilitação e restauro, entre 2007 e 2008.
Cumpre hoje as funções de residência oficial do Presidente da República, assegurando
simultaneamente o acesso às suas salas de aparato e dependências plenas de história,
através de visitas guiadas, promovidas pelo Museu da Presidência da República.
8. Teatro Gil Vicente
Largo Manuel Rodrigues Lima, n.ºs 7-13, Cascais
Marcação de visitas: 214 830 522
Inaugurado em 1869, com quinhentos lugares, por iniciativa de Manuel Rodrigues
Lima, este espaço cultural segue as linhas clássicas do palco à italiana. O edifício é um
corpo retangular com fachada principal na face mais curta, marcada por três portas
emolduradas por cantaria, segundo um modelo do século XVIII, a que sobrepõem três
janelas "de verga" semicircular. A platibanda com balaustrada apresenta, ainda, sobre
os cunhais, florões de barro.
Durante décadas esta sala de espetáculos desempenhou um papel essencial no
quotidiano das elites instaladas em Cascais, por meio da promoção de concertos e
peças de teatro a cargo de artistas vindos expressamente de Lisboa e até de récitas de
amadores. Constituía, assim, um dos palcos da convivialidade da alta sociedade “a
banhos” em Cascais, que beneficiou, muitas vezes, da presença da Família Real.
9. Sporting Club de Cascais | Museu do Mar Rei D. Carlos
Rua Júlio Pereira de Mello, s/n.º, Cascais
Foi na Parada, antiga área de instrução militar das tropas aquarteladas na Cidadela de
Cascais, que se instalou, em 1879, o Sporting Club de Cascais, sociedade desportiva e
recreativa de acesso condicionado, onde se reuniam os mais prestigiados banhistas.
Para além dos bailes que organizava, o clube, que cedo se transformou no centro da
vida social da vila, notabilizar-se-ia, ainda, pela introdução de diversas modalidades
desportivas em Portugal, casos do ténis, em 1882 – que o Rei D. Carlos tanto apreciava
– ou do futebol, no ano de 1888.
Hoje funciona neste edifício o Museu do Mar, formalmente inaugurado em 1992 e
rebatizado enquanto Museu do Mar – Rei D. Carlos no ano de 1997, em homenagem
ao monarca, fundador da oceanografia portuguesa. Entre os diversos núcleos
expositivos destacam-se os dedicados à arqueologia subaquática, à memória da
comunidade piscatória local, a D. Carlos e à ciência oceanográfica e à biodiversidade
do mar de Cascais.
10. Esplanada de tiro aos pombos
Santa Marta, Cascais
Era nesta esplanada em Santa Marta, já desaparecida, que a alta sociedade assistia ou
praticava (a)o tiro aos pombos, como sucedia com D. Carlos, ainda hoje recordado pela
sua extraordinária pontaria. O tiro e a caça constituíam duas das suas grandes paixões,
chegando, mesmo, a roubar horas ao sono para poder praticar…
11. Casa de S. Bernardo
Av. Rei Humberto II de Itália, s/n.º, Cascais
A casa de Bernardo Pinheiro de Melo, secretário e amigo de D. Carlos, que o
distinguiria, em 1895, com o título de 1.º Conde de Arnoso, foi local privilegiado de
convívio para os “Vencidos da Vida”, de que faziam parte algumas das mais destacadas
personalidades da vida cultural portuguesa da época, como Eça de Queirós, Ramalho
Ortigão e, apesar de se considerar um confrade suplente, o próprio Rei.
D. Carlos, que estudara desenho com Teodoro da Mota e pintura com Tomás da
Anunciação, Miguel Ângelo Lupi e Enrique Casanova, cedo se consagraria enquanto um
dos expoentes do naturalismo português. Conhecem-se vários trabalhos
representando Cascais assinados pelo monarca, que aproveitava a pacatez da varanda
da Casa de S. Bernardo para aguarelar e desenhar alguns objetos, como pratos e abat-
jours, que oferecia, depois, ao dono da casa.
12. Casa dos Condes de Olivais e Penha Longa
Av. Rei Humberto II de Itália, n.º 7, Cascais
Em 1886, D. Carlos casou-se com a Princesa Amélia de Orleães, filha dos Condes de
Paris, passando, a partir desta data, por ocasião da estada em Cascais, a residir numa
casa cedida pelos Condes de Olivais e Penha Longa. Construir-se-ia, pouco depois, um
enorme passadiço de acesso à Cidadela, de forma a permitir a comunicação entre as
duas habitações reais.
Este belíssimo exemplar da designada arquitetura de veraneio foi recentemente alvo
de uma importante obra de ampliação, de forma a receber o Farol Design Hotel.
Cascais
Cascais é um concelho que prima pela defesa do seu património histórico, cultural e
ambiental. Deste último fazem parte as árvores existentes em todo o território, que
desempenham um papel fundamental na manutenção da biodiversidade do município,
tanto em meio natural como urbano.
Visando dar a conhecer as diferentes espécies, esta rota reúne informação sobre os
exemplares mais emblemáticos do nosso concelho, uma vez que a lista de espécies
arbóreas de Cascais vai para além da lista de espécies indicadas neste roteiro que
apenas cobre o centro de Cascais, num trajeto comodamente visitável a pé, por quem
pretenda conhecer melhor a monumentalidade de alguns exemplares, em
complementaridade com outros aspetos de interesse cultural também patentes.
Sabia, por exemplo, que Cascais tem árvores provenientes dos mais diversos pontos do
planeta, da Ásia ao Médio Oriente, passando pela América Latina?
O roteiro revela isso e muito mais: o tipo de folha de cada árvore, o seu período de
floração e a utilidade de cada espécie são informações que os munícipes e
visitantes poderão encontrar neste circuito.
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Pitósporo japonês (Pittosporum tobira)
Origem: Japão e China
Altura: Até 7 metros
Folha: Persistente
Floração: Março a junho
Utilidades: Construção de sebes, ornamental
Casuarina (Casuarina equisetifolia)
Origem: Sudoeste Asiático, Austrália e Polinésia
Altura: Até 35 metros
Folha: Persistente
Floração: Primavera e outono
Utilidades: Quebra-ventos, controlo da erosão e melhoradora dos solos, resistente à
poluição urbana
Jacarandá (Jacaranda mimosifolia)
Origem: América do Sul
Altura: Até 15 metros
Folha: Caduca
Floração: Maio a junho
Utilidades: Ornamental, resistente à poluição urbana, óleo da casca usado com fins
medicinais
Salgueiro-chorão (Salix babylonica)
Origem:China
Altura: Até 20 a 25 metros
Folha: Caduca
Floração: Abril a maio
Utilidades: Ornamental, utilizada experimentalmente na recuperação de águas
poluídas
Paneira sumaúmai (Ceiba speciosa)
Origem: Brasil e Bolívia
Altura: Até 20 metros
Folha: Caduca
Floração: Agosto a outubro
Utilidades: Ornamental, produção de fibras e de óleos alimentares a partir da semente
Lodão-bastardo (Celtis australis)
Origem: Sul da Europa e Médio Oriente
Altura: Até 25 metros
Folha: Caduca
Floração: Abril a maio
Utilidades: Amplamente usada como árvore de arruamento, fruto comestível e folhas
medicinais
Tipuana (Tipuana tipu)
Origem: Brasil, Argentina e Uruguai
Altura: Entre 10 e 20 metros
Folha: Marcescente [semi-caduca]
Floração: Junho a agosto
Utilidades: Ornamental, resistente à poluição urbana
Freixo (Fraxinus angustifolia)
Origem: Europa Central e do Sul, Bacia Mediterrânica
Altura: Até 25 metros
Folha: Caduca
Floração: Maio
Utilidades: Ornamental, madeira com interesse pela sua resistência e elasticidade
Figueira de folha pequena (IFicus rubiginosa)
Origem: Austrália
Altura: Até 30 metros
Folha: Persistente
Floração: Agosto a outubro
Utilidades: Ornamental e popularmente usada como bonsai
Eucalipto (Eucalyptus globulus)
Origem: Austrália [Tasmânia]
Altura: 60 metros ou mais
Folha: Persistente
Floração: Setembro a dezembro
Utilidades: Polpa usada na indústria do papel, primeira espécie florestal em Portugal
em área
Cipreste do Buçaco (Cupressus lusitanica)
Origem: México e América Central
Altura: Até 40 metros
Folha: Persistente
Floração: Março a maio
Utilidades: Produção de madeira, ornamental
Tília (Tilia cordata)
Origem: Europa
Altura: Até 30 metros
Folha: Caduca
Floração: Julho
Utilidades: Madeira para marcenaria, infusão das flores com propriedades calmantes,
ornamental
Plátano (Platanus x hibrida)
Origem: Indefinida
Altura: Até 35 metros
Folha: Caduca
Floração: Abril a maio
Utilidades: Ornamental, muito usada como árvore de arruamento em toda a Europa
Cedro do Libano (Cedrus libani)
Origem: Líbano, Síria e Turquia
Altura: Até 40 metros
Folha: Persistente
Floração: Agosto a outubro
Utilidades: Ornamental, produção de madeira e resina
Palmeira-de-leque (Washingtonia robusta)
Origem: México
Altura: Até 25 metros
Folha: Persistente
Floração: Julho e agosto
Utilidades: Ornamental, tolera bem o transplante
Palmeira-das-Canárias (Phoenix canariensis)
Origem: Ilhas Canárias
Altura: Até 20 metros
Folha: Persistente
Floração: Maio a junho
Utilidades: Ornamental, resistente à poluição urbana
MURALIZA
A Linha de Cascais é tida como o berço das expressões artísticas de rua em Portugal.
O festival MURALIZA surgiu para que muitos apreendam este episódio da história mais
recente e artística de Cascais, aportando uma renovação deste estatuto, já algo
esquecido ou desconhecido.
Desde junho de 2014 que algumas paredes de Cascais ganharam uma nova
dimensão. De spray ou de pincel em punho, Mário Belém, Nomen, Arraiano, Exas,
Youth One e Add Fuel, Moneyless, Daniel Eime, Kruella d'Enfer, Millo, Bosoletti, Draw,
Third ou Paula Bonet, trouxeram - ao longo de várias edições - a arte mural para as
paredes de seis edifícios de Cascais. As intervenções originaram um Circuito de Arte
Mural que serve de mostra da evolução artística local e dos próprios percursos de cada
um dos artistas.
A edição de 2016 saiu da Vila e estendeu o Muraliza ao Bairro da Torre, com a pintura
de murais de grande e média dimensão, sempre inspirados nas inúmeras e únicas
características da região e, concretamente, nas peculiaridades deste bairro social
construído na década de 60.
Faça o percurso e conheça estas obras de arte.
Para visitar no Centro da Vila e Bairro da Torre
O QUE PODE VER
MILLO (it) _ Avenida de Sintra, junto da Cepsa
BOSOLETTI (arg) _ Avenida do Ultramar, edifício do Antigo Hospital
DRAW (pt) _ Esquina do Largo Dr. Passos Vella com Rua Latino Coelho
THIRD (pt) _ Travessa da Ressurreição, 11
SAMINA (pt) _ Esquina entre Travessa Visconde da Luz com Rua Afonso Sanchez
ADD FUEL (pt) _ Largo Dr. Passos Vella (traseiras da Igreja Nossa Senhora dos
Navegantes) | Cruzamento entre Rua Nova da Alfarrobeira e Rua Alexandre Herculano
| Alameda dos Combatentes da Grande Guerra | Largo da Praia da Rainha
MÁRIO BELÉM (pt) _ Largo da Lota (traseiras do edifício da Lota) | Largo da Lota
(traseiras do edifício da Lota)
CARMELINO (pt) _ Rua Latino Coelho, 236 | Rua Nova da Alfarrobeira, 7D
Colectivo ALTURA (pt) _ Alameda dos Combatentes da Grande Guerra, 113 e 117
PAULA BONET (es) _ Rua do Salmonete (Bº da Torre)
MONEYLESS (it) _ Rua Estrela do Mar, 261(Bº da Torre)
DANIEL EIME (pt) _ Rua dos Maias, 149 (Bº da Torre)
KRUELLA D’ENFER (pt) _ Travessa dos Bivaldes, 41 (Bº da Torre)
MAR (pt) _ Rua Estrela do Mar, 830 (Bº da Torre)
ADD FUEL (pt) _ Praça da Gaivota, 112 (Bº da Torre)