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Introdução

 O processo pode ser conceituado como um


conjunto de operações e procedimentos que
visam a transformar um ou mais materiais ditos
matérias-primas em um ou mais produtos e
subprodutos com o auxilio de insumos.
 Os resíduos são subprodutos indesejáveis e que
normalmente implicam em custos adicionais para
descarte ou tratamento para adequação ao uso.
 Processos Unitários são as etapas individuais de
um fluxo completo que transforma matéria-prima
em produto.
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Introdução

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Custo de um Processo

 Normalmente se representa o custo de um processo


pelo seu valor específico em relação à massa ou
volume do produto único ou principal.
 Para se determinar este valor é necessário o preço e
outros custos específicos das matérias-primas e
insumos, além de seus consumos, os custos de
operação e manutenção dos equipamentos, os preços
de venda dos subprodutos e os custos de descarte ou
tratamento dos resíduos.
 Tudo calculado em base de unidade do produto.
 Para calcular os consumos específicos usam-se dos
históricos do processo, ou seja, levantados de períodos
anteriores, ou realizam-se balanços de massa.
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Custo de um Processo

 Em processos onde há geração e trocas térmicas e não


se tem dados históricos, é necessário elaborar balanços
térmicos.
 Nos casos onde há reações químicas pode ser
necessário também o estudo do equilíbrio e
rendimento dessas reações.
 Nesses casos será necessário lançar mão de tabelas de
dados termodinâmicos e diagramas que serão
apresentados à medida que forem necessários ao
estudo dos processos.
 Para calcular o consumo específico é necessário um
pequeno balanço de massa.

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Distribuição
Granulométrica
 Os sólidos naturais granulares
não têm um só tamanho de
partícula.
 O diâmetro das partículas é
uma variável aleatória que
segue uma certa distribuição
de frequência.
 No nosso estudo vários
materiais dessa natureza são
encontrados tanto entre as
matérias-primas como entre
os insumos e processos. É o
caso de minérios e
combustíveis sólidos.
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Distribuição
Granulométrica
 Para estudo da granulometria de partículas e suas
modificações é conveniente a seleção de uma boa
ferramenta matemática para a descrição da distribuição
granulométrica.
 Essa ferramenta tornará as relações estudadas mais
consistentes que a as relacionadas em tabelas ou texto.
 A partir da caracterização da distribuição, qualquer fração
granulométrica pode ser quantificada.
 Os modelos de distribuição mais comuns usados nos
estudos de materiais particulados são:
• Função Gama
• Modelo Log-Normal
• Modelo de Gaudin-Schuhmann
• Modelo de Rosin-Rammler

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Distribuição
Granulométrica

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Distribuição
Granulométrica

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Peneiramento

 Peneiramento refere-se ao
processo de separa
materiais granulares de
acordo com o seu tamanho
de partícula.
 A peneira ou tela pode ser
formada por barras
paralelas, um tecido de fios
ou uma chapa perfurada.
 Em geral as telas são de
metal mas cada vez mais
materiais sintéticos são
usados.

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Peneiramento

 A produtividade de um peneiramento cresce com o


tamanho das aberturas.
 Tomando-se, por exemplo, duas peneiras cuja
dimensão linear da abertura tem a relação x1 / x2, o
número de abertura por unidade de área terá a relação
(x1 / x2)² e o volume de partículas que passam na
unidade de tempo terá uma relação de (x1 / x2)³.
 Se o numero de partícula que passam na unidade de
área é o mesmo na unidade de tempo a produtividade
cresce na proporção da abertura x.
 Por isso o processo de peneiramento é limitado a
partículas maiores de 0,1 mm.

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Peneiramento

 A distribuição granulométrica de materiais é determinada


em laboratório com o uso de peneiras-padrão.
 Uma das mais comuns é a série Tyler que tem as aberturas
e o arame da tela padronizados.
 O número mesh é um indicador de tamanho das aberturas
da peneira. (aberturas por polegada linear)
 Os produtos do processo de peneiramento são uma fração
grossa e uma fração fina.
 Na prática há sempre uma deficiência na operação: há
partículas finas na fração grossa e grossas na fração fina.
 Esse fato resulta de irregularidades na forma das partículas,
ou das aberturas, ou ainda pelo arreste de partículas finas
na fração grossa impedindo que passem pela tela.

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Peneiramento
 Série Tyler

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Peneiramento

 O índice de eficiência de remoção de finos é dado por:


massa finos na fração de finos
massa total de finos
 Da mesma maneira o índice de eficiência de retenção de
grossos é dado por:
massa de grossos na fração grossa
massa total de grossos
 O índice global de eficiência do peneiramento é o produto
dos dois.
 O rendimento de remoção de finos e o rendimento de
retenção de grossos de uma peneira medem a aproximação
dessa peneira da operação ideal. Aquela em que o corte
seria perfeito.

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Exercício
 Considere as análises granulométricas abaixo:

 Sabendo que a quantidade de minério grosso alimentado


nas peneiras é aproximadamente 370Kg/ton e a quantidade
de minério fino é de 430kg/ton.
 O processo da empresa admite como grosso, minérios de
granulometria acima de 25mm, e fino como minério abaixo
de 6,5mm
 Determine os índices de remoção de finos, retenção de
grossos e o índice global do peneiramento.
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Peneiramento

 Normalmente há um mecanismo para produzir


vibração ou movimento oscilatório nas peneiras para
melhorar o seu desempenho.
 Pode-se peneirar a seco ou a úmido.
 A relação entre umidade e eficiência de peneiramento
é uma curva que passa por um mínimo.
 Valores intermediários de umidade levam à aglutinação
das partículas, causando principalmente arraste de
finos pelos grossos.
 A série de peneiras deve ser escolhida de forma a
cobrir o mais uniformemente a distribuição.

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Exercício

 Um minério apresenta a seguinte distribuição


granulométrica:
• > 6 #: 18%,
• > 10 #: 50%,
• > 20 # 25%.
 A taxa de peneiramento deve ser de 100 t/h e as
peneiras têm capacidade de peneiramento de 40
t/h.m².mm
 Calcule a área mínima necessária para as três peneiras.
• O símbolo # representa o número mesh na escala Tyler.

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Cominuição

 Raramente os sólidos granulados, sejam minérios,


combustíveis sólidos ou outros materiais são
encontrados na granulometria desejada à operação a
que se deseja submetê-los.
 Se o material é fino demais, poderá ser submetido a
uma aglomeração, processo que será visto mais tarde.
 Se o material, por outro lado, é grosso demais, deverá
ser submetido a uma redução granulométrica, também
chamada de cominuição.
 A cominuição é feita em etapas chamadas:
• Britagem
• Moagem

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Britagem

 As primeiras etapas da cominuição são


chamadas de britagem e visam a reduzir as
partículas a diâmetros da ordem de 3 mm.
 A britagem é normalmente dividida em:
• Britagem Primária
• Britagem Secundária
• Britagem Terciária

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Britagem

 A primeira etapa de britagem,


ou britagem primária, visa a
reduzir o diâmetro das
partículas, originalmente de
qualquer tamanho, a cerca de
100 mm.
 Os equipamentos que fazem a
britagem são os britadores.
 A britagem primária é realizada
em britadores de mandíbulas e
de cones.

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Britagem
 O britador de cone é
composto por um cone
externo cuja concavidade
recebe o material a ser
britado.
 Dentro dele, um cone
compacto gira
excentricamente esmagando o
material entre sua superfície
externa e a superfície interna
do cone maior.
 O cone interno pode ser de
conicidade do mesmo sentido
do externo ou no sentido
oposto.
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Britagem

 No britador de mandíbulas as partículas são


esmagadas entre duas armaduras que abrem
e fecham como as dentaduras na mordedura
de um animal.

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Britagem

 Nas britagens secundária e


terciária, que levam o
diâmetro de partícula de 100
a 3 mm ou menos, utiliza-se
britadores de martelos ou de
rolos.
 Nos britadores de martelos,
peças semelhantes a
martelos giram ligadas a um
eixo e atingem as partículas
que ficam entre o rotor e a
superfície interna do tambor.
A superfície interna do
tambor que é revestida de
armaduras.
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Britagem
 No britador de rolos as partículas são forçadas a passar
entre dois rolos horizontais paralelos que esmagam as
partículas. Esses rolos tem estrias que mordem as
partículas.
 A seleção do tipo de britador é importante no projeto de
uma circuito de cominuição principalmente visado a
minimizar quebra ou entupimento de equipamentos.
 O britador de rolos, por exemplo, é muito sensível à
granulometria de entrada.

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Moagem

 As etapas finais de cominuição são realizadas em


moinhos que podem levar a granulometria à
ordem de micrometros.
 Os moinhos de rolos são como os britadores de
mesmo nome, exceto pela abertura entre rolos
que é menor.
 Os rolos podem também rolar sobre uma mesa
circular.
 Neste tipo de moinho, que também pode ser
chamada de moinho de mesa, os rolos podem
girar sobre a mesa estacionária ou o contrario, o
rolos são fixos e a mesa gira.
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Moagem
 Muito comuns são os moinhos de barras ou de bolas.
 Nesses um tambor tem dentro de si o material junto
com barras ou bolas de material mais duro.
 As barras e as bolas são chamados de corpos
moedores.
 As partículas são esmagadas entre os corpos moedores
ou entre esses e a superfície interna do tambor.

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Moagem
 Nos moinhos autógenos os corpos moedores são
partículas maiores do próprio material.
 Essas partículas maiores são impedidas de saírem
do moinho por algum mecanismo de contenção.

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Moagem

 Moinhos de mesa, onde rodas ligadas a um eixo


vertical giram sobre uma mesa circular também
são usados, principalmente para moagem fina
(micromagem).
 A moagem pode ser feita a seco ou a úmido.
Quando feita a úmido geram uma polpa que deve
ser seca em uma etapa posterior.

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Consumo na Cominuição

 A energia elétrica consumida na operação de britadores e


moinhos pode ser calculada para conhecimento do custo
das operações.
 Quando os valores obtidos em experimentos são
comparados a valores esperados para a geração de
superfície verificam-se grandes discrepâncias associadas a
outras necessidades de energia entre elas o calor gerado no
processo.
 Valores típicos de energia consumida na cominuição são:
• britagem primária 0,75 a 2,0 GJ/t
• britagem secundária 2,0 a 7,0 GJ/t
• moagem primária 4 a 40 GJ/t
• micromoagem > 400 GJ/t

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Adequação Granulométrica

 A adequação da granulometria de um material é


normalmente feita em um circuito de
peneiramento, britagem, incluído muitas vezes,
também a moagem.
 O peneiramento é tanto feito para desviar da
cominuição as partículas já pequenas como para
fazer retornar à etapa de britagem ou moagem
anterior as partículas grandes demais.
 Neste último caso chama-se circuito fechado.
 Se após a etapa de cominuição não há retorno de
material grosso, o circuito é dito aberto.

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OBRIGADO!

Niquelândia, 2011

brenno.senai@sistemafieg.org.br

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